Prévia do material em texto
Práticas de Comércio Exterior Unidade I Prof. Edmir Kuazaqui KUAZAQUI, Edmir Práticas de Comércio Exterior (livro-texto I) / Edmir Kuazaqui. São Paulo: Pós-Graduação Lato Sensu UNIP, 2019. 37 p. : il. 1. Mercado internacional. 2. Comércio exterior. 3. Comércio exterior brasileiro. Pós-Graduação Lato Sensu UNIP. III. Título. SOBRE O AUTOR Doutor e mestre em Administração. Pós-graduado em Marketing e bacharel em Administração com habilitação em Comércio Exterior. Coordenador e professor de MBA’s em Administração Geral, Marketing Internacional e Formação de Traders, Pedagogia Empresarial, Compras, Marketing, Startups: Marketing e Negócios, Comunicação e Jornalismo Digital e Comércio Exterior. Consultor-Presidente da Academia de Talentos, empresa especializada em marketing, consultoria e treinamentos. Coordenador do Grupo de Excelência em Relações Internacionais e Comércio Exterior do Conselho Regional de Administração (CRA/SP). Autor de livros. SUMÁRIO INTRODUÇÃO: UM POUCO DE HISTÓRIA .......................................................................... 5 1. DISCUSSÕES INICIAIS ............................................................................................. 6 1.1 Políticas e investimentos públicos .............................................................................. 6 1.2 Competências centrais ............................................................................................... 6 1.3 Capacidade produtiva ................................................................................................. 6 1.4 Recursos e insumos ................................................................................................... 7 1.5 Comércio exterior brasileiro ........................................................................................ 7 1.6 Comércio internacional ............................................................................................... 7 2. IMPORTÂNCIA DO MERCADO INTERNACIONAL .................................................... 8 2.1 Importância do comércio internacional para as nações desenvolvidas ....................... 8 2.2 Importância do comércio internacional para as nações em desenvolvimento ............. 8 2.3 Importância do comércio internacional para todas as nações ..................................... 8 2.4 Tipos de estruturas industriais .................................................................................... 9 3. A EVOLUÇÃO DOS CONCEITOS INTERNACIONAIS ................................................ 12 3.1 A criação do GATT (General Agreement on Tariffs and Trade) ................................ 13 3.2 A criação de organismos internacionais para a doutrinação econômica e comercial internacional ........................................................................................................................ 15 4. CONTEXTO ATUAL DO COMÉRCIO EXTERIOR BRASILEIRO ............................. 18 4.1. Política brasileira de importação ............................................................................... 18 4.1.1. O que são quotas de importação? ............................................................................ 19 4.1.2. Similaridade.............................................................................................................. 19 4.1.3 Desembaraço e nacionalização ................................................................................ 19 4.2 Política brasileira de exportação ............................................................................... 20 5. SISTEMA DE COMÉRCIO EXTERIOR BRASILEIRO .............................................. 22 6. SISTEMA DE COMÉRCIO EXTERIOR (SISCOMEX) .............................................. 32 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................. 35 REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 36 5 Bem-vindo(a) à disciplina Práticas de Comércio Exterior INTRODUÇÃO: UM POUCO DE HISTÓRIA As transações internacionais não são fenômenos recentes. As grandes descobertas, como das Américas e do Brasil, evidenciam que sempre existiram trocas, sejam regionais ou mesmo entre continentes. Se antes eram baseadas nos recursos encontrados disponíveis – como o pau-brasil – e, simplesmente, retirados, embarcados e comercializados, com o passar do tempo o volume e a frequência dessas movimentações resultaram em operações cada vez maiores e, consequentemente, mais complexas. Com esse cenário, o comércio internacional começou a despontar não somente como uma forma de os países obterem os recursos necessários para a manutenção, mas também como forma de obter recursos externos pela comercialização de bens, serviços e consequente riqueza. Esta disciplina tem por objetivos apresentar e discutir as práticas de comércio exterior contextualizadas com o ambiente globalizado e dentro de uma visão brasileira. Em um primeiro momento, uma contextualização histórica e conceitual necessária para que o aluno entenda as razões dos fundamentos essenciais que regem tais práticas e, em um segundo momento – livro-texto II, aspectos operacionais e técnicos do comércio exterior brasileiro, evidenciando as exportações. Quadro I – Estrutura dos livros-texto de Práticas de Comércio Exterior Livro-texto I Livro-texto II Apresentar e discutir a evolução dos conceitos e práticas, desde Bretton Woods, que vigoram até a atualidade. Discutir a importância do mercado internacional para as economias de seus países. Discutir a política brasileira de importação. Discutir a política brasileira de exportação. Breve discussão sobre a possibilidade de internacionalizar a empresa e os negócios. Procedimentos operacionais e formais da exportação – NCM, Incoterms e transporte e logística internacional. Formação de preços. Documentos. Garantias e carta de crédito. Importação. 6 1. DISCUSSÕES INICIAIS Nenhum país é capaz de suprir as necessidades básicas de sua população nem tampouco suas necessidades de infraestrutura e desenvolvimento econômico. Conforme a economia, países podem gerar riquezas a partir do que podem produzir em abundância (competências centrais) e gerar excedentes (estoques) comercializáveis (KUAZAQUI, 2018). Figura 1 – A lógica da produção, da compra e da venda PAÍS PAÍS O desenvolvimento econômico de um país depende da análise dos fatores a seguir: 1.1 Políticas e investimentos públicos As políticas e investimentos públicos dependem de bases ideológicas e teorias de desenvolvimento econômico. Essas políticas visam aproveitar os recursos produtivos – aqueles que o país pode oferecer – e transformá-los em ações que visem a geração de atividades industriais e as consequências sociais. A determinação dos objetivos e metas nacionais fazem parte do planejamento de um país. De forma análoga a uma empresa, isso corresponde ao seu planejamento estratégico, com objetivos e metas definidas. 1.2 Competências centrais As competências centrais se referem ao que o país produz com abundância e refletem no seu sistema econômico. O Brasil, pelas suas dimensões continentais e distribuição demográfica, apresenta variáveis que influenciam em uma economia eminentemente agrícola e de pecuária. Daí derivam produtos que exigem menos esforços comparativamente aos bens industrializados, baixo retorno financeiro e influenciam no perfil econômico de um país. 1.3 Capacidade produtiva A capacidade produtiva está relacionada aos volumes e limites que um país pode produzir em determinado período de tempo,geralmente um ano, e muitas vezes é influenciada pela tecnologia e produtividade alcançadas. Quanto mais bem delineadas as metas e prioridades nacionais, melhor o desenvolvimento econômico do país. Estoques 7 1.4 Recursos e insumos Recursos e insumos, se bem empregados, geram produtos de qualidade e com atratividade comercial. Eles envolvem os recursos econômicos disponíveis do país, distribuídos pelas empresas e pela iniciativa privada de forma a gerar trabalho, emprego e impostos. 1.5 Comércio exterior brasileiro Comércio exterior brasileiro é a negociação entre países, ressaltando a exportação e a importação de bens e serviços. O termo “brasileiro” significa que a análise sempre será relacionada do país de origem (Brasil) para o país do destino (China, por exemplo), levando em consideração a estrutura administrativa de comércio exterior, que será vista posteriormente. Esse processo, tanto de exportação quanto de importação, está diretamente relacionado às necessidades das empresas (geralmente privadas) e é de responsabilidade do governo estabelecer critérios, normas e padrões para que essas operações ocorram dentro dos parâmetros pré- estabelecidos na política de comércio exterior brasileiro. 1.6 Comércio internacional Comércio internacional é todo o conjunto de operações realizadas no sentido de concretizar uma exportação e importação devidamente fundamentadas em práticas e acordos internacionais, constituindo operações mais estruturadas. Como exemplo, temos uma empresa que importa grãos de milho da Argentina: ela obtém empréstimos e financiamentos de bancos estrangeiros para custear as suas operações e realiza a exportação de óleo para outros países. A empresa tem a capacidade de realizar operações envolvendo um maior número de atores internacionais de forma a viabilizar o negócio, nem sempre possível se utilizasse somente o comércio exterior. 8 2. IMPORTÂNCIA DO MERCADO INTERNACIONAL Este capítulo visa introduzir os conceitos de estruturas industriais, nacionais e internacionais e sua relação com as políticas de importação e exportação; visa também contextualizar a importância do Comércio Internacional dentro da realidade da economia globalizada. 2.1 Importância do comércio internacional para as nações desenvolvidas O comércio internacional é uma forma de garantir o abastecimento, principalmente de bens de consumo, produtos intermediários e matérias-primas necessárias à sustentação de produção de bens e serviços de alto valor agregado e/ou de especial interesse para o país. Nações desenvolvidas possuem uma grande parcela da população na classe média, justificando as trocas de bens de maior valor agregado. O comércio internacional é uma garantia de permanência no mercado, pois é capaz de gerar escala (produções cada vez mais crescentes) e viabilizar pesquisas que gerem novas tecnologias e fluxo de capitais e investimentos. 2.2 Importância do comércio internacional para as nações em desenvolvimento Para as nações em desenvolvimento, o comércio internacional é um importante instrumento de crescimento econômico, procurando assegurar a colocação dos seus produtos em nível de preços competitivos e que gerem melhor lucratividade, de modo a garantir receitas cambiais capazes de atender as necessidades de bens, capital, tecnologia e serviços diversos. Neste sentido, são importantes as trocas de bens que possam ajudar no desenvolvimento da produção, como bens de capital, aqui exemplificados como máquinas e equipamentos. 2.3 Importância do comércio internacional para todas as nações • Mecanismo de apoio à produção em escala, ou seja, que tenha a tecnologia e recursos necessários para a produção em massa, com qualidade e custos cada vez mais competitivos. • Mecanismo estimulador de investimentos, principalmente derivados da comunidade internacional, favorecendo a entrada de capital novo e que gere desenvolvimento e riquezas. • Mecanismo estimulador de desenvolvimento no sentido econômico, financeiro e social. • Mecanismo de colaboração para o equilíbrio do balanço de pagamentos por meio de operações estruturadas e que gerem a estabilidade de risco ao país. 9 2.4 Tipos de estruturas industriais As políticas governamentais influenciam na estrutura industrial do país, que, por sua vez, molda as necessidades por produtos, serviços, mão de obra e renda da população e o excedente a ser exportado. A partir de sua base de produção e de suas competências centrais, os países podem ser classificados conforme o quadro a seguir: Quadro II – Tipos de economias e oportunidades de negócios Tipos de estruturas industriais Descrição Oportunidades Subsistência 1. Essas economias têm sua estrutura econômica voltada para bens básicos, como a agricultura e a pecuária. Boa parte da produção é direcionada para o consumo interno. Se houver excedente, pode ser exportado.2. Possuem pouca atratividade de negócios, pois possuem limitações de recursos.3. Geralmente possuem recursos de produção como terras.4. Mão de obra não qualificada. Oportunidade: Possibilidade de geração de desenvolvimento econômico a partir da entrada de investimento estrangeiro, no sentido de captação de recursos financeiros e tecnológicos, de forma a aproveitar esses bens de produção e gerar um excedente exportável. Exportadoras de matéria-prima São estruturas cuja orientação é decorrente de recursos naturais em abundância, cuja comercialização consegue suprir parte das deficiências de outros recursos. A partir da exportação, os recursos financeiros devem ser redirecionados de forma a suprir o desenvolvimento de outros setores econômicos, fortalecendo a economia do país. Oportunidades: Relacionadas à comercialização de maquinários, peças e equipamentos que visem à manutenção e sustentabilidade das atividades exportadoras Semi-industrializadas Essas economias “em desenvolvimento” ou emergentes possuem uma estrutura com crescente participação industrial, suficiente para atender o público interno, constituído por Oportunidade: Possui capacidade de produção e excedentes exportáveis. Tem relevante participação na corrente de comércio internacional, 10 uma classe média em crescimento. constituída por exportações e importações. Industrializadas e exportadoras de capital Finalmente, a partir de boas políticas industriais, de comércio exterior e internacional, aliadas a uma excelente gestão pública e privada, estão as estruturas desenvolvidas, orientadas para bens industriais e de capital. Essas estruturas oferecem inúmeras oportunidades de mercado tanto para exportação como para a importação de serviços, podendo também ser orientadas para a oferta de capital intelectual e serviços. Oportunidade: Envolve a prestação de serviços diversos, desde a formação acadêmica formal até treinamentos, capacitação e troca de tecnologia e meio de produção e mecanização. Como exemplos de estruturas industriais, temos o investimento europeu na Índia, onde foram produzidos softwares e tecnologia de informação a custos menores. Outro é o investimento chinês no continente africano, obtendo recursos – alimentos, por exemplo –, em condições mais competitivas do que de outros países. Um dos pontos principais a serem discutidos é que cada tipo de economia proporciona uma série de oportunidades de mercado, em que não se deve impedir, a partir dos fundamentos estabelecidos em Bretton Woods, que economias menos favorecidas não tenham direito às mesmas oportunidades de negócios que economias mais favorecidas. A internacionalização envolve melhorias em todos os sentidos, com destaque para a produção. A concentração da base produtiva proporciona mais poder de barganha junto aos stakeholders, à economia de escala e à produtividade. Dicken (2010, p.169-170) destacacritérios que justificam a localização da produção de forma concentrada em determinada localidade: tamanho e sofisticação do mercado refletidos nos níveis de renda, estrutura de demanda e gostos do consumidor, vantagens relacionadas ao custo de localizar diretamente no mercado; barreiras impostas pelo governo à entrada no mercado. A produção em massa, em tese, consolida a posição competitiva da empresa, aumentando as barreiras a novas empresas, bem como solidificando a comercialização a preços competitivos. O governo, a partir da identificação de oportunidades, deve incentivar programas e políticas no intuto de instrumentalizar e capacitar os profissionais dessas empresas. Como exemplo, as cápsulas de Jintan são produzidas no Japão e redistribuídas por exportação em diferentes países, tendo economia de escala e produtividade. McDaniel e Gitman (2011, p. 11) afirmam que os principais sistemas econômicos internacionais se dividem em livre mercado ou capitalismo e economias 11 planejadas, como o comunismo e o socialismo. Essa realidade se refere aos países de onde se originam as operações, porém, devido à diversidade mundial, é conveniente a adoção de um mercado múltiplo consumidor. Em outras palavras, o tipo de economia de um país ou região indica as características relacionadas à produção e comercialização; entretanto, a postura comercial deve envolver a possibilidade de relacionamentos múltiplos por parte das empresas. 12 3. A EVOLUÇÃO DOS CONCEITOS INTERNACIONAIS O mundo passou por grandes desequilíbrios econômicos e financeiros e a cada crise, foi se adaptando e evoluindo de forma a superar os desafios, manter a igualdade e a continuidade das relações humanas e comerciais. Mais do que isso, o mundo foi criando mecanismos de adaptabilidade para as crises e formas de monitorá-las. A 2.ª Guerra Mundial se configurou como um grande conflito militar que envolveu as grades potências mundiais entre 1939 e 1945. Neste período, houve um desequilíbrio econômico que resultou em uma redução drástica das transações entre países, que mobilizaram boa parte de seus recursos econômicos e financeiros para o esforço bélico em detrimento da infraestrutura e investimentos na iniciativa privada. Em agosto de 1941 foi firmada a Carta do Atlântico com os líderes da Grã- Bretanha e dos Estados Unidos. Com os impactos da economia de guerra e os possíveis cenários negativos no período futuro pós-guerra, preconizaram-se acordos e ações para evitar os possíveis desequilíbrios econômicos e financeiros do mundo. Figura 2 – Convenção de Bretton Woods Fonte: Valor Econômico (2019a). Em 1944 foi realizada a Conferência de Bretton Woods, que gerou um acordo entre os representantes dos 45 países mais ricos na época com o objetivo de se estabelecer uma nova ordem global, econômica e financeira em decorrência da possibilidade do final da 2.ª Guerra Mundial com a derrota da Alemanha e do Japão. Essa situação ocasionaria o fenômeno denominado efeito dominó, uma vez que as nações estão interligadas por meio de práticas econômicas e comerciais, fluxos financeiros, entre outros. Esse evento foi um marco para o comércio internacional entre os países, pois se configurou como uma reflexão e mudança de rota nunca antes prevista ou discutida sobre o comportamento das nações frente ao comércio internacional. 13 3.1 A criação do GATT (General Agreement on Tariffs and Trade) O Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio foi um acordo internacional estabelecido em 1947 com o intuito de recrudescer as economias combalidas dos países que participaram o esforço da guerra e de promover o seu comércio internacional, tornando-o mais liberal e mais democrático por meio da criação de normas, práticas e organismos internacionais. A partir dessa conferência foram criadas as principais normas – princípios elementares de comércio internacional – que vigoram até hoje, com as devidas adaptações para cada situação e tempo (seguem as premissas comentadas): Um dos grandes problemas mundiais é a existência de países com estruturas econômicas diferentes. Com esta realidade, dependendo da capacidade de produção, estabilidade e poder econômico, alguns países podem perder o poder de barganha. Sendo assim, deve haver a redução das restrições governamentais ao comércio exterior, eliminando, de certa forma, as diferenças estruturais dos países de acordo com sua condição econômica, ou seja, todos os países devem ser iguais perante a comunidade internacional. Empresas ou grupos econômicos podem ter o poder econômico e o controle sobre matérias-primas, como no caso do petróleo. Preconizou-se o controle das restrições impostas pelos monopólios privados, descentralizando o poder econômico e democratizando os recursos em uma base mais competitiva entre as nações. Com a liberação do comércio internacional, a intenção era a democratização e a igualdade de oportunidades, diminuindo os impactos nas áreas de produção e emprego, estabilizando as relações internacionais entre os países, equilibrando economicamente e modernizando sua base produtiva e, consequentemente, econômica e social. Então, a partir das rodadas de negociação do GATT, foram discutidos e formulados os principais princípios elementares do comércio internacional para atender as premissas anteriores. Esses princípios, salvo as devidas atualizações e complementos, estão em vigor até os dias de hoje. Resumidamente, são esses: Nação mais favorecida: as partes intervenientes – considerando empresas exportadoras e importadoras, mas sempre sob a ótica do governo –, devem outorgar-se, reciprocamente, isonomia (igualdade de condições) ao melhor tratamento outorgado a um parceiro comercial. Mercados abertos: estão proibidas todas as formas de protecionismo, com exceção das barreiras tarifárias. Conforme Barreiras Comerciais, do Ministério da Economia, Indústria, Comércio Exterior e Serviços (2019), protecionismo são medidas econômicas do governo que visam aumentar, diminuir e/ou proibir o fluxo de importações. É consenso que essa política é contrária ao que deve ser praticado em comércio internacional entre as nações. Dentro desde princípio, destacam-se: a) Tratamento nacional, em que não pode haver espécie alguma de discriminação entre o produto nacional e o estrangeiro depois de seu processo de nacionalização. Se houver isenção ou redução de impostos de importação de um automóvel, por exemplo, este deverá contemplar todas as peças e acessórios obrigatórios, independentemente de sua origem; 14 b) Transparência, em que o GATT (atual OMC) deve ser notificado sobre as normas que possam afetar o fluxo do comércio, como, por exemplo, o incentivo e a abertura de consórcios de exportação; c) Procedimentos à importação, com o impedimento de que a burocracia à importação se torne uma barreira comercial, ou seja, uma barreira não tarifária; d) As restrições quantitativas, que limitam o volume de operações de importação, são estritamente proibidas; e) As práticas consideradas desleais, em senso comum, de comércio, são proibidas. O comércio equitativo (fair trade) é a proibição de subsídios aos produtores nacionais, como incentivos em financiamentos diretos e indiretos aos produtores e todos aqueles que fazem parte do sistema de valor do ambiente de negócios em que a empresa está inserida. Então, em Bretton Woods, estabeleceu-se os alicerces e parâmetros para uma nova estrutura econômica mundial que prevalece até os dias de hoje, com as devidas adaptações. Esse processo exigiu mais de meio século de consolidação e resultou na criação da Organização Mundial do Comércio (OMC) (World Trade Organization) na Rodada Uruguai do GATT. Esse organismo internacional é importante no sentido de garantir um equilíbrio comercial igualitário entre os países. Posteriormente, o FMI concretizou a ordenação de fluxos de capitais por intermédiodo Banco Mundial. Figura 3 – Atual OMC (antigo GATT) Fonte: O Globo (2019a). Mostrou-se então um rápido panorama histórico e conceitual das relações comerciais e sua inserção no âmbito das mudanças e transformações do sistema internacional, que afetam tanto as relações multilaterais quanto as bilaterais dos componentes do sistema nacional e internacional (comércio exterior), em que as 15 empresas devem procurar sua perfeita adaptação para atender aos preceitos e normatizações do sistema internacional. 3.2 A criação de organismos internacionais para a doutrinação econômica e comercial internacional Para o recrudescimento do comércio internacional, foi necessária a criação de organismos internacionais e institucionais, para assessorar, monitorar, acompanhar até recomendar ações para as nações. Segue os principais organismos internacionais criados a partir da Convenção de Bretton Woods: O Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD) ou Banco Mundial, criado no sentido de conceder empréstimos de longo prazo para projetos de base, com a finalidade inicial de possibilitar a reconstrução e o desenvolvimento dos países no cenário de pós-guerra. Tais empréstimos seriam concedidos, conforme critérios técnicos, aos chamados na época de países subdesenvolvidos. Figura – FMI Fonte: O Globo (2019c). O BIRD teve, assim, participação importante na década de 1950, financiando a reconstrução de parte da Europa destruída pela Segunda Guerra Mundial; em 1960, ajudando o Terceiro Mundo nas áreas de transportes, energia e telecomunicações; em 1970, concedendo empréstimos para projetos sociais ligados principalmente a educação e agricultura; em 1980, envolvendo as dívidas externas e estimulando a modernização de países. Decidiu-se pela criação do Fundo Monetário Internacional (FMI), com o objetivo de conceder créditos de curto prazo para equilibrar dificuldades conjunturais mais urgentes dos países associados. As instituições citadas tornaram-se operacionais em 1946, a partir de um número significativo de países participantes. Conforme observa Maia (2003, p.99), o FMI foi criado para: 16 a) Estabelecer paridades monetárias rígidas, no sentido de eliminar ou reduzir os riscos econômicos e financeiros de países; b) Eliminar os controles cambiais, que podem se constituir como barreiras não-tarifárias; c) Dar assistência aos países com problemas no Balanços de Pagamentos (BP), por meios de empréstimos que visem equilibrar as contas do referido; e d) Fornecer recursos monetários aos países-membros, quando justificáveis, quando solicitados e devidamente avaliados. Assim, as bases políticas e econômicas de Bretton Woods surgem a partir da possibilidade de um colapso econômico mundial, a concentração de poder em algumas nações mais favorecidas e na crença de um capitalismo externo mais intervencionista, deixando de lado a ideia de uma política voltada à intervenção do Estado, como a França defendia na época. Esse organismo internacional é importante no sentido de garantir um equilíbrio econômico e financeiro entre países. A Conferência das Nações Unidas sobre o Comércio e o Desenvolvimento (UNCTAD) foi criada em 1964, como uma entidade intergovernamental permanente, sendo o principal órgão da Assembleia da Organização das Nações Unidas (ONU), responsável pelo tratamento integrado do desenvolvimento econômico, por intermédio do comércio, finanças, investimento, tecnologia, desenvolvimento empresarial e práticas de desenvolvimento sustentável. Seus principais objetivos são: a) Apoiar os países em desenvolvimento para melhor se beneficiarem das oportunidades oriundas do comércio e do investimento internacional, a fim de atingirem suas metas de desenvolvimento, e b) Auxiliá-los a integrarem-se de maneira equitativa, com direitos e deveres equânimes na economia mundial. A Organização das Nações Unidas (ONU) (2019) é uma instituição internacional formada por 193 nações, fundada após a 2ª Guerra Mundial para: a) Manter a paz e a segurança no mundo; b) Fomentar relações cordiais entre as nações; c) Promover progresso social; d) Promover melhores padrões de vida e direitos humanos. Os países membros são unidos em torno da Carta da ONU, que é um tratado que enuncia os direitos e deveres dos membros da comunidade internacional. As Organização das Nações Unidas (ONU) foram constituídas por seis órgãos principais: a Assembleia Geral, o Conselho de Segurança, o Conselho Econômico e Social, o Conselho de Tutela, o Tribunal Internacional de Justiça e o Secretariado. Todos eles estão situados na sede da ONU, em Nova York, com exceção do Tribunal, que fica em Haia, na Holanda. Ligados à ONU há organismos especializados que trabalham em áreas tão diversas – porém convergentes - como Saúde, Agricultura, Aviação Civil, Meteorologia e Trabalho –, como por exemplo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e o Banco Mundial e Fundo Monetário Internacional (FMI). 17 Esses organismos especializados, juntamente com a Organização das Nações Unidas (ONU) e outros programas e fundos (tais como o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), compõem o Sistema das Nações Unidas. Os propósitos iniciais e essenciais da ONU no período do pós-guerra, são: a) Manter a paz e a segurança internacionais; b) Desenvolver relações amistosas entre as nações; c) Realizar a cooperação internacional para resolver os problemas mundiais de caráter econômico, social, cultural e humanitário, promovendo o respeito aos direitos humanos e às liberdades fundamentais; e d) Ser um centro destinado a harmonizar a ação dos povos para a consecução desses objetivos comuns. Esse organismo internacional é importante no sentido de garantir um equilíbrio social e mais humanizado entre os países. Depois dessa visão mais ampla do ambiente institucional internacional, foi possível entender a evolução histórica e conceitual, não tem somente contextualizar o que foi realizado no passado e suas consequências para o presente e futuro. O próximo capítulo tratará do Comércio Exterior Brasileiro. 18 4. CONTEXTO ATUAL DO COMÉRCIO EXTERIOR BRASILEIRO No período de 1985 a 1997 ocorreram ajustes ao ambiente competitivo, após cenário recessivo e abertura global. Esses ajustes envolveram, inicialmente, o caráter organizacional, com contenção de despesas e racionalização dos métodos produtivos, objetivando mais produtividade, mais qualidade de produtos e menos necessidade de capitais e terceiros. Um divisor de águas na evolução do comércio exterior brasileiro foi o governo do presidente Fernado Collor de Melo, também conhecido como “Era Collor”. Antes, havia um protecionismo nacional, em que se acreditava que as importaçães não eram benéficas ao país e a criação de barreiras faria com que o parque industrial nacional se desenvolvesse. Foi durante a sua gestão, que iniciou em 1990 e encerrou com o impeachment em 29 de dezembro de 1992, que houve a abertura econômica do país para o mercado internacional. Esse processo, embora obrigatório para o desenvolvimento econômico do país, foi realizado de forma muito abrupta, o que ocasionou a quebra de setores econômicos, como a indústria têxtil. Entretanto, foi neste período que o Brasil entrou no mercado seleto de comércio exterior, o que significa dizer que nossa inserção no cenário internacional é relativamente recente. No cenário nacional existe a necessidade de: a) Redução gradativa do papel do estado na produção, com mais participação da livre iniciativa e de acordo com as demandas e ofertas de mercado. b) Necessidade de novas políticas de comércio exterior, a serem melhor detalhadas nos capítulos de “política brasileira de importação” e “política brasileira de exportação”. c) Necessidade de mudanças na política industrial, de forma que o país deixe de ser, emgrande parte, exportador de commodities, ou seja, bens de baixo valor agregado. d) Programa de privatizações, desonerando o Estado e diminuindo os custos e as despesas da área pública. 4.1. Política brasileira de importação Importação é um processo que envolve a entrada de mercadorias e serviços necessários à um país, gerando um fluxo contrário de pagamentos. Portanto, afeta a economia interna do país sob dois aspectos básicos: Mercadorias e serviços importados competem diretamente e influenciam todo o sistema de negócios de um país. Ao importador combustível, a empresa não estará atendendo somente a sua necessidade de energia, mas deixando de adquirir similares de seu país. O processo de importação requer que o país tenha divisas em moeda estrangeira para poder honrar os seus compromissos. De forma em geral, importar não se trata de um processo negativo, desde que hajam razões para a decisão. Importar um bem de capital, por exemplo, significa dizer que a sua utilização terá um resultado econômico. Como exemplo, uma empresa pode 19 optar pela atualização de seu maquinário, que gerará mais produtividade e economia de escala, ou seja, mais competitividade. O problema reside em situações em que a empresa opta por importar bens manufaturados para simples revenda, por exemplo, em detrimento de produzi-lo internamente no país. 4.1.1. O que são quotas de importação? São barreiras não alfandegárias que afetam países em desenvolvimento e que visam preservar seus resultados na balança comercial e proteger sua indústria nacional. Na década de 1990, o Brasil impôs quotas de importação para automóveis e produtos eletrônicos, por exemplo. A Organização Mundial do Comércio (OMC) condena o uso de quotas, devendo o país justificar sua aplicação, embora alguns considerem que o país tenha soberania neste assunto. Na verdade, na convenção de Bretton Woods estabeleceram-se critérios que visaam equilibrar as operações entre países e probir qualquer barreira para as transações – sejam exportações e importações. 4.1.2. Similaridade Produto nacional em condições de substituir o importado, observadas normas básicas como quantidade equivalente e especificações adequadas, preço não superior ao custo de importação e prazo de entrega normal ou corrente para o mesmo tipo de mercadoria. A similaridade influencia na decisão do governo de isentar ou reduzir o valor do imposto de mportação caso se comprove que não existe similar na indústria nacional. 4.1.3 Desembaraço e nacionalização Depois destes esclarecimentos, foi possível discutir o que é política brasileira de importação. Antigamente, o conceito era que a importação geraria desemprego e a produção, emprego. Curiosamente, muitos países têm crescido em exportação, mas com o desemprego em crescimento. Então, por que importar? Como visto nos “Tipos de economia”, nem todas as economias são autossuficientes. Em decorrência de suas características, alguns países podem produzir matéria-prima mais barata e com excedente. Desta forma, cada país deve estabelecer normas e critérios para que as importações das empresas estejam em conformidade com o desenvolvimento e planejamento do país. Segundo a portaria Decex 8/91, as importações podem ser livremente efetuadas, estarem proibidas ou temporariamente suspensas ou contratadas. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (2017) apresenta os procedimentos para o desembaraço (apresentação pelo importador dos documentos de compra) e a nacionalização (pagamento de impostos) de mercadorias. 20 4.2 Política brasileira de exportação Existe uma relação direta entre desenvolvimento econômico e social e a qualidade do que é exportado. No geral, países que exportam maior quantidade de bens manufaturados e valor agregado estão inseridos dentro de economias desenvolvidas e com potencial de maior crescimento e desenvolvimento de negócios. Neste aspecto, existem diferentes razões para o Brasil exportar: • Aumento das riquezas e possibilidades de crescimento, pois gera a entrada de divisas e diminui o risco-país; • Troca e aprimoramento de tecnologia com as exportações e importações; • Imagem institucional do Brasil no mercado exterior; • Desenvolvimento e ampliação da integração regional, tendo uma postura de efetiva cooperação. Para tanto, são necessárias ações: • Negociar acordos com os países industrializados, aumentando a cooperação tecnológica; • Inserir a política de comércio exterior no contexto da política econômica, agrícola, industrial, educacional; • Incentivar a exportação de manufaturados com alto valor agregado; • Qualificar o exportador e o produto; • Exportar como uma exigência de política econômica nacional. Consequências: • Lucro nas vendas externas motivam o empresário a atuar nessa área; • Exportação como defesa de imprevisíveis alterações no mercado interno; • Redutor de riscos; • A exportação atenderá a uma necessidade do país importador. Existem razões para variações das operações de exportação das empresas. Essas razões podem ser agrupadas em duas causas: • Causa conjuntural: é aquela que ocorre eventualmente e não se repete. Na agricultura, poderia ser uma seca. São fatos que representam situações provisórias e não frequentes. • Causa estrutural: são situações permanentes, em que a oferta de mercadorias pode se manter constante se os outros fatores que influenciam o resultado também se mantiverem sem grandes flutuações. Como exemplo, temos situações em que a empresa está devidamente ajustada aos fatores econômicos externos. 21 Cuidados que devem ser tomados na exportação: • Verificar se o produto atende às necessidades do mercado internacional; • Verificar se o produto atende às necessidades específicas do cliente; • Verificar se o produto apresenta vantagens para o mercado-alvo; • Verificar se o produto é compatível com o clima, se não fere sentimentos religiosos e não contraria hábitos locais; • Verificar se o sistema de pesos e medidas utilizado no produto atendem às exigências do mercado a ser atingido; • Confirmar se o idioma utilizado na embalagem do produto é o do mercado local ou se o produto poderá ser comercializado com rótulo em português; • Checar se a embalagem é apropriada para o trânsito até a fronteira do país e no seu interior até a chegada no destino. Para quem devemos exportar? • Quem são nossos concorrentes no mercado-alvo? São mais fortes ou fracos em relação à nossa empresa? Têm tradição no mercado onde a empresa pretende atuar? São agressivos ou amigáveis como concorrentes? Nossos produtos são melhores que os da concorrência? • Como funciona o sistema cambial? Existem possibilidades de flutuações cambiais ou mesmo econômicas não planejadas no sistema que podem afetar nosso resultado comercial? • A economia é fechada e o mercado é fortemente protegido? Existem barreiras tarifárias e não tarifárias a serem ultrapassadas? Existe estabilidade política aceitável? Existe a possibilidade de mudanças políticas e ideológicas que influenciem de forma negativa as operações das empresas? 22 5. SISTEMA DE COMÉRCIO EXTERIOR BRASILEIRO Para que as políticas de comércio exterior brasileiro, além das de importação e exportação, sejam concretizadas, o país possui uma estrutura administrativa de comércio exterior brasileiro que está organizado de acordo com o que cada governo entende ser importante para que as metas, objetivos e promessas de governo sejam cumpridos. Esta estrutura faz parte de uma maior, que está diretamente ligada à Presidência da República no sentido de atender às demandas da sociedade brasileira. Como referências, fazem parte desta estrutura o Ministério da Educação e Cultura etc. Uma das principais alterações que o governo federal providenciou a partir de 2019 foi uma reestruturação do Ministério doDesenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) para o Ministério da Economia, Desenvolvimento, Indústria, Comércio Exterior Serviços, permanecendo inalteradas as secretarias anteriormente subordinadas, bem como a presença da Câmara de Comércio Exterior (CAMEX) (2019). Muitas fontes aqui referenciadas ainda estão apresentadas com os endereços eletrônicos originais, que não sofreram alterações. Todos aqueles que desejam ingressar no mercado internacional devem conhecer essa estrutura, pois se tratam de fontes originais de dados e informações, com a credibilidade e atualizações necessárias, de forma a: Conhecer como as normas e como as decisões relativas às políticas de comércio exterior brasileiro são deliberadas e processadas e as responsabilidades e influências de cada parte interveniente. A normatização é bastante extensa e específica, dependendo de cada situação. O profissional de comércio exterior deve, em um primeiro momento, entender a dinâmica, e depois como sua empresa e operações se contextualizam no processo. Conhecer como as operações de comércio exterior e internacional devem ser realizadas. As operações são divididas por etapas e processos, que devem ser atendidas em razão de todas as organizações nacionais e internacionais estarem de acordo com tais procedimentos. Conhecer as razões, ou seja, por que tais etapas e processos devem ser atendidos dentro das normatizações e fundamentações técnicas. Neste caso, vale o conhecimento técnico, que envolve o conhecimento operacional, dentro das leis e normas, contextualizadas com o mercado de negócios internacionais. Conhecer e aplicar a gestão de comércio exterior de forma a ter o controle e monitoramento das operações ou conforme prática do mercado, que geralmente reside nas responsabilidades do gerente de comércio exterior ou gerente de exportação. 23 Figura 5 – Resumo dos objetivos do comércio exterior brasileiro Empresa (Exportador) Empresa (Importador) Controle e Monitoramento Em suma, as empresas que desempenham operações de comércio exterior podem ser consideradas uma extensão natural das normas e práticas vigentes das diretrizes e políticas governamentais. Ou, pelo menos, deveriam. Esses objetivos, se atendidos, resultam: Por parte da empresa (exportador): adequação e otimização dos processos e recursos econômicos, financeiros e humanos de forma a tornar as operações mais estruturadas e passíveis de uma gestão eficiente, eficaz e efetiva. Por parte dos prestadores de serviços: participação e contribuição dos colaboradores externos, sejam os fornecedores de matéria-prima e serviços e os bancos, bem como das transportadoras, agenciadores, consultores, mão de obra e congêneres. Por parte da empresa (importador): recebimento da forma como foi solicitada a mercadoria, com a qualidade, condições e prazos acordados. Com isso, haverá possibilidades de manutenção do relacionamento comercial entre as partes. Conhecimento operacional (como fazer) Conhecimento técnico (razões) Conhecimento comercial (vendas) 24 Figura 6 – Estrutura administrativa do comércio exterior brasileiro Percebe-se, então, que a dinâmicas das operações de Comércio Exterior Brasileiro seguem aspectos formatados de forma rígida, no sentido de a empresa realizar a sua gestão de negócios e passível de controle e monitoramento, inclusive por parte das entidades governamentais e dos envolvidos. Esses procedimentos serão melhor detalhados na Unidade II desta disciplina. Recomenda-se também a interação com a disciplina Transporte e Logística Internacional deste curso de MBA em Comércio Exterior. Departamento de Operações de Comércio Exterior (Derex) Departamento de Defesa Comercial (Decom) Departamento de Estatística e Apoio à Exportação (Deaex) Departamento de Negociações Internacionais (Deint) Secretaria de Comércio Exterior (Secex) Controle Comercial Banco Central do Brasil (Bacen) Controle Cambial Secretaria da Receita Federal (SRF) Controle Aduaneiro Ministério das Relações Exteriores (MRE) Ministério da Economia, Indústria, Comércio Exterior e Serviços Câmara de Comércio Exterior (Camex) Presidência da República Departamento de Competitividade no Comércio Exterior (Decoe) 25 Para melhor entendimento da dinâmica de operações, segue a Figura 4 – estrutura administrativa de comércio exterior brasileiro, devidamente atualizada a partir de 2019. A Presidência da República tem caráter institucional, sendo um dos principais norteadores dos caminhos que o país deverá seguir sob o ponto de vista econômico, social e político. Derivam daí as políticas industriais que sustentam as anteriormente citadas. Um ministério é definido como um departamento superior, em que são discutidas e articuladas as formas como a Administração Pública irá contribuir para as metas e objetivos nacionais e dar suporte ao poder Executivo dentro de suas responsabilidades. O Presidente da República pode criar, extinguir e/ou modificar a estrutura de cada ministério. Os ministros são indicados pelo presidente, estando subordinado a este. Entretanto, cada ministério tem autonomia financeira, técnica e administrativa no que concerne às decisões, estando logicamente alinhados com as políticas já mencionadas e dentro das linhas ideológicas do Presidente. Analogamente ao organograma de uma empresa, em que cada área tem uma diretoria (recursos humanos, marketing, contabilidade etc.), a estrutura é constituída por órgãos conforme a sua área de atuação, como o Ministério da Justiça. Ministério da Economia, Desenvolvimento, Indústria, Comércio Exterior e Serviços Considerando os preceitos básicos da economia, o Ministério mais importante do país é o Ministério da Economia, Desenvolvimento, Indústria, Comércio Exterior e Serviços, pois congrega áreas relativas a fatores econômicos, produção, comércio exterior e serviços. Conforme o próprio site (BRASIL, 2019a), é possível acessar dados e informações sobre comércio e serviços, comércio exterior, competitividade industrial, inovação, zonas de processamento de exportação (DPZ), Camex, micro e pequena empresa, balança comercial, comex vis e siscomex. O Ministério da Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) foi criado em 22 de julho de 1960 no governo de Juscelino Kubitschek por meio da Lei n.º 3.782. Ela foi anunciada em 30 de outubro de 2018, após as eleições presidenciais do MDIC com o Ministério da Economia, Fazenda Planejamento, Desenvolvimento e Gestão. Tem as seguintes responsabilidades: Determinar as políticas de desenvolvimento da indústria, comércio e serviços. Essas políticas podem envolver mudanças econômicas, incentivos e até a priorização de áreas consideradas como essenciais para o desenvolvimento econômico; Responsabilidade por discutir diretrizes sobre a propriedade intelectual e tecnologia, temas que influenciam significativamente o desenvolvimento do país; 26 Normalização sobre questões relativas à produção e qualidade industrial, como, por exemplo, o que se deve esperar da Indústria 4.0; Políticas de comércio exterior, incluindo as de exportação e importação; Regulamentação das atividades relativas ao comércio exterior brasileiro, inclusive a aplicação de defesa comercial; Organização e participação de negociações, eventos e feiras internacionais; Política e apoio à microempresa e empresas de pequeno porte. Percebe-se a complexidade dos objetivos, sendo necessária a organização em secretarias que, em termos de comparação empresarial, se assemelham aos departamentos. Conforme o site do Governo do Brasil (2019), o governo possui secretarias em áreas estratégicas, como a Secretaria Geral e Segurança Institucionale Direitos humanos. Considerando a Constituição de 1988, as secretarias servem como espaços capazes de cuidar de interesses públicos atendendo aos anseios da sociedade por meio de pautas. O Presidente da República também tem o poder de criar, extinguir e modificar as secretarias por meio de lei especial. Secretaria de Comércio Exterior (Secex) A Secretaria tem como objetivo a criação de melhores condições de atuação do país frente ao mercado internacional. Desta forma, está em sintonia com as diretrizes do Governo Federal com o contínuo aprimoramento e simplificação dos mecanismos relacionados às operações de comércio exterior, a implementação de iniciativas para engajar novas empresas na atividade exportadora, bem como com o desenvolvimento de ações para melhorar o desempenho das que já atuam. Esse conjunto de medidas tem como objetivo aumentar a presença dos produtos brasileiros no mercado internacional. A Secretaria está estruturada em: Departamento de Negociações Internacionais (Deint); Departamento de Operações de Comércio Exterior (Derex); Departamento de Defesa Comercial (Decom); Departamento de Estatística e Apoio à Exportação (Deaex); Departamento de Competitividade do Comércio Exterior (Decoe). O Ministério da Economia, Desenvolvimento, Indústria, Comércio Exterior e Serviços disponibiliza, no seu endereço eletrônico, dados e informações sobre a estrutura do comércio exterior brasileiro, atividades, programas, normas e procedimentos administrativos, publicações, contatos na Secretaria de Comércio Exterior, dentre outros. 27 Programa Defesa Comercial O Programa, conduzido pela Secex, tem por objetivo consolidar a utilização dos instrumentos contra práticas desleais de comércio exterior e aperfeiçoar os mecanismos de defesa comercial. Essas práticas desleais são todas aquelas que visam ações fora dos parâmetros e critérios da legislação e do mercado e que podem também ser consideradas prejudiciais ao mercado, ao governo e as empresas. Nesse sentido, promove ações efetivas atuando em três vertentes: a) Na defesa da indústria brasileira contra práticas predatórias de comércio exterior, conduzindo investigações no Brasil contra essas práticas, que podem estar relacionadas à pressão externa internacional, bem como de grupos econômicos; b) No apoio ao exportador brasileiro submetido a investigações no exterior, com a transmissão de informações que possibilitem sua defesa em processos contra as práticas desleais abertos por outros países; c) Nas negociações internacionais sobre defesa comercial, com a elaboração de estudos com o objetivo de subsidiar a posição brasileira em fóruns internacionais sobre o tema. Ministério das Relações Exteriores (MRE) Conforme site do ministério (2019), ele é responsável por executar, no plano externo, a política de comércio exterior do governo brasileiro. Tem por objetivos a organização, direção e implementação de políticas de promoção das exportações brasileiras e a captação de investimentos estrangeiros; realiza eventos que promovam o país e a sua capacidade produtiva e tecnológica e estimula atividades que incentivem o fluxo de turismo para Brasil. Tem como subordinados o Departamento de Promoção Comercial e Investimentos (DPR) e a Divisão de Feiras e Turismo (DFT). Os principais produtos e serviços do DPR são: Missões empresariais: serviços destinados ao exportador brasileiro interessado em participar das missões empresariais promovidas pelo Itamaraty; envolve desde a divulgação, participação e outras formas de tornar visível o exportador brasileiro; Serviço de localização de potenciais importadores estrangeiros interessados em participar de feiras de negócios no Brasil. 28 Agência de Promoção de Exportações e Investimentos do Brasil (Apex- Brasil). Trabalha com o objetivo de estimular as exportações brasileiras, desenvolvendo projetos com entidades de classe representativas de 48 setores da economia. A agência de promoção de exportações e investimentos do Brasil (2019) vem contribuindo para os resultados da balança comercial por meio da/do: Diversificação da pauta exportadora, pois possibilita a capacitação de micro e pequenas empresas; Abertura de novos mercados, como a participação em feiras e eventos internacionais; Consolidação e ampliação dos mercados tradicionais; Crescimento nas vendas de itens com maior valor agregado. Figura 7 – Logo da ApexBrasil Fonte: Portal Apex-Brasil (2019). Com base em um planejamento estratégico e em ações realizadas em parceria com os setores público e privado, a agência trabalha com a seguintes diretrizes: Identificar vocações produtivas regionais de forma a democratizar as oportunidades que gerem crescimento econômico e social; Fortalecer entidades de classe por meio do recrudescimento de atividades comerciais de seus associados; Treinar técnicos em comércio exterior, capacitando mão de obra qualificada sob os pontos de vista operacional, técnico e comercial; Realizar estudos e prospecções de mercado, no sentido de recomendar e assessorar oportunidades no mercado internacional; Desenvolver produtos e serviços de acordo com essas oportunidades de mercado; Firmar acordos de cooperação com redes internacionais, favorecendo as trocas entre empresas; Realizar feiras e eventos, tendo o Brasil como tema e consolidando a marca do país; 29 Inserir novas empresas no mercado internacional por meio de programas de capacitação específicos; Promover encontros e rodadas de negócios com importadores no Brasil e no exterior; Executar/coordenar eventos internacionais como missões comerciais, feiras e encontros de negócios; Gerar empregos, na cadeia produtiva, que envolvam desde fornecedores de matéria-prima e serviços, passando pela produção, distribuição e venda; Promover a imagem do Brasil. Os beneficiados com as ações da Apex-Brasil são o governo e os empresários. O foco, entretanto, está nas pequenas e médias empresas, que se qualificam para disputar um espaço maior no mercado interno. Estrutura da APEX-BRASIL Conforme a APEX-Brasil (2019), o conselho deliberativo é constituído por: Ministério das Relações Exteriores (MRE) Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Ministério da Economia, Indústria, Comércio Exterior e Serviços Secretaria-executiva do Programa de Parcerias de Investimentos – PPI Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES Confederação Nacional da Indústria – CNI Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil – CNA Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – Sebrae Associação de Comércio Exterior do Brasil – AEB Secretaria-executiva da Câmara de Comércio Exterior – CAMEX (sem direito a voto) Percebe-se a atuação da entidade tanto na esfera pública como na privada no sentido de equilibrar as políticas, metas e objetivos de comércio exterior, bem como a realidade das empresas. Conforme o jornal O Globo e o site da Apex-Brasil (2019b), a agência é dividida em: Unidade de projeto, que tem por objetivo a coordenação, o acompanhamento e o monitoramento de projeto de exportações; Unidade de inteligência comercial, em que se procura identificar mercados e clientes potenciais para empresas brasileiras, barreiras tarifarias e não tarifárias; Unidade de investimento, que tem por objetivo a captação de investimentos estrangeiros diretos com os mecanismos de promoção comercial, prioritariamente dirigidos a indústrias de vocação exportadora e com as quais a Apex-Brasil mantém parceria. 30 Unidade de eventos internacionais, que trabalha para a geração de negócios e a promoção da imagem brasileira no mercado internacional por intermédio de eventos especiais, rodadas, feiras e missões de negócios; Unidade de centros de distribuição, quecoordena a instalação, adesão e funcionamento de centros de distribuição de produtos brasileiros no exterior, com o objetivo de facilitar o acesso a mercados regionais e internacionais com custos mais baixos de armazenagem. Existem vários setores que têm o apoio da Apex-Brasil como agronegócios, candles, máquinas e equipamentos, moda e serviços. O “quero exportar” da APEX-BRASIL Como forma de indicar a importância da entidade, reproduzimos o “quero exportar”, que traduz os principais norteadores para o desenvolvimento de operações em comércio exterior, conforme Apex-Brasil (2019): A primeira parte refere-se às empresas que desejam ingressar no mercado externo: Qualifique a sua empresa; Torne seu negócio mais competitivo; Aproxime-se das tradings; Confira como participar das ações de promoção comercial; Participe dos nossos projetos com as entidades setoriais; Acesse os estudos exclusivos. A segunda parte refere-se às empresas que já atuam no mercado externo: Participe dos nossos projetos com as entidades setoriais; Confira como participar das ações de promoção comercial; Conecte-se com os compradores; Internacionalize a sua empresa; Acesse os estudos exclusivos; Entenda o ambiente político e regulatório internacional; Conte conosco nos principais mercados mundiais; Inove para se diferenciar; Torne sua empresa sustentável para ser mais competitiva. 31 Figura 8 – Logo da Peiex-Brasil Fonte: Portal Apex-Brasil (2019). O Programa de Qualificação para Exportação (PEIEX) busca a qualificação dos profissionais para inserir as empresas de forma mais estruturada, formalizada e competitiva em mercados globais. De forma em geral, envolve: Realização de diagnóstico empresarial no sentido de entender como a empresa é estruturada e como deve estar no sentido de atender às normas e exigências internacionais; Recomendações que pode envolver adaptações de produtos, embalagens e até processos/procedimentos de exportação com o intuito de melhorar a gestão de negócios; Auxílio nos processos de divulgação e comercialização (venda) em mercados internacionais. Na unidade II, trabalharemos de maneira mais focada junto aos processos de exportação. 32 6. SISTEMA DE COMÉRCIO EXTERIOR (SISCOMEX) É um instrumento que integra as atividades de registro, acompanhamento e controle das operações de comércio exterior, por meio de um fluxo único de informações cujo processamento é efetuado exclusiva e obrigatoriamente pelo sistema. É administrado pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), pela Secretaria da Receita Federal (SRF) e pelo Banco Central do Brasil (Bacen), órgãos gestores no comércio exterior. A informatização das operações de exportação e de importação, no sistema, foi implantada, respectivamente, em 1993 e em 1997. Desde então, para todos os fins e efeitos legais, as guias de exportação e de importação e outros documentos pertinentes foram substituídos por registros eletrônicos. Figura 9 – Siscomex Fonte: Portal Siscomex (2019). A empresa deve solicitar formalmente para a Receita Federal (2019) do Brasil o download do programa, indicando um responsável para a autorização das informações e dados das operações a partir do aceite do importador. A cada fase cumprida, as páginas são atualizadas pela empresa até a liquidação da operação. 33 Figura 10 – Ilustração simplificada do Siscomex Antes da implantação do sistema, o controle era realizado de forma manual, onerando em tempo e esforços as estatísticas de comércio exterior e consequentemente a análise e fechamento das operações. Após a implantação do sistema, todas as partes intervenientes têm acesso à situação e em que fase as operações de exportação e importação estão inseridas. O controle da empresa e do governo se tornaram mais rápidos, ágeis e confiáveis. Conforme a figura 10, o gestor responsável pela inserção e acompanhamento de dados é a própria empresa. Sob o ponto de vista dos órgãos governamentais, os principais gestores são: Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), que tem por responsabilidades as áreas tributária e aduaneira. Representa a fase a aduaneira do processo; Secretária de Comércio Exterior (SECEX), responsável pela administração, bem como das estatísticas de comércio exterior, inclusive da balança comercial brasileira. Representa a fase comercial do processo; Banco Central do Brasil (BACEN), responsável principal pelas áreas financeira e cambial. Representa a fase cambial; Os responsáveis pela administração, manutenção e aprimoramento do sistema operacional; Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; Ministério da Saúde; IBAMA; Instituições financeiras, aqui representadas pelos bancos autorizados a operar em câmbio, também com acesso ao sistema de informações do Banco Central (Sisbacen), que é um sistema próprio interligado entre as instituições financeiras; Instituições financeiras autorizadas pela Secretaria de Comércio Exterior a conceder licença de importação para pessoas físicas e jurídicas que atuam na área de comércio exterior tais como exportadores, importadores depositários, transportadores e seus representantes legais; Servidores aduaneiros, transportadores e seus representantes legais, entre outros. EMPRESA EMPRESA Brasil EUA Secretaria da Receita Federal Secretaria de Comércio Exterior Federal Banco Central Exportação e importação 34 As principais vantagens na utilização do sistema, que é obrigatório para as empresas que participam do comércio exterior brasileiro, são: Harmonização de conceitos utilizados pelos órgãos governamentais que atuam na área de comércio exterior; Descentralização e ampliação dos pontos de atendimento no país, por meio eletrônico, na própria empresa; Eliminação de controles paralelos, que nem sempre eram necessários em relação à realidade do que era realizado; Acesso mais rápido às estatísticas, dados e informações das operações de comércio exterior; Facilitação do planejamento e agenda de atividades e responsabilidades entre as partes envolvidas pela padronização e simplificação dos processos e operações de comércio exterior; Diminuição e até eliminação significativa do volume de documentos. O Siscomex voltará a ser abordado no próximo livro-texto de forma mais contextualizada e prática. 35 CONSIDERAÇÕES FINAIS As operações de compra e venda internacional envolvem processos/procedimentos que visam salvaguardar direitos e deveres entre as partes – governo, exportadores e importadores. Daí a necessidade das empresas em conhecer e principalmente atender os trâmites operacionais, técnicos e comerciais da estrutura administrativa de comércio exterior brasileiro. Dentro desta realidade, empresas e negócios estão inseridos dentro de um sistema e de uma estrutura mais amplas, regidas também pelo comércio internacional, comércio exterior e de relações internacionais. Essa realidade conduz à necessidade maior dos profissionais da área: a de conhecimentos mais amplos e, ao mesmo tempo, profundos de como realizar com sucesso as operações em mercados internacionais. A evolução dos conceitos foi gradativa e crescente, de forma que os fundamentos, conceitos e práticas foram se incorporando no cotidiano das empresas que realizam operações em mercados internacionais. 36 REFERÊNCIAS APEXBRASIL. Disponível em: <https://portal.apexbrasil.com.br/>. Acesso em: 01 mar. 2019. APEXBRASIL. Quero exportar. Disponível em: <https://portal.apexbrasil.com.br/nossos-servicos/quero-exportar/>. Acesso em: 01 abr. 2019. BRASIL. Aprendendo a exportar. Disponível em: <www.aprendendoaexportar.gov.br>. Acesso em: 01 mar. 2019. BRASIL. Ministério da Economia, Desenvolvimento,Indústria, Comércio Exterior e Serviços. 2019a. Disponível em: <http://www.mdic.gov.br/>. Acesso em: 01 mar. 2019. BRASIL. Ministério da Economia, Desenvolvimento, Indústria, Comércio Exterior e Serviços. 2019b. Disponível em: <http://www.mdic.gov.br/index.php/comercio- exterior/exportacao/3024-manuais-disponiveis-no-portal-unico-siscomex>. Acesso em: 01 mar. 2019. BRASIL. Ministério da Economia, Indústria, Comércio Exterior e Serviços. Barreiras comerciais. 2019c. Disponível em: <http://www.mdic.gov.br/comercio- exterior/negociacoes-internacionais/803-barreiras-comerciais>. Acesso em: 01 abr. 2019. BRASIL. Ministério das Relações Exteriores. Disponível em: <http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/>. Acesso em: 01 mar. 2019. BRASIL. Secretaria da Receita Federal do Brasil. Disponível em: <www.receita.fazenda.gov.br)>. Acesso em: 01 de mar. 2019. CAMEX. Disponível em: <http://www.camex.gov.br/conselho-camex>. Acesso em: 01 mar. 2019. DICKEN, Peter. Mudança global. Mapeando as novas fronteiras da economia mundial. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. GLOBO, O. Entenda o que é a OMC. Disponível em: <https://oglobo.globo.com/economia/entenda-que-a-omc-20894907>. Acesso em: 01 abr. 2019a. GLOBO, O. Entenda o que é e como funciona a APEX. Disponível em: <https://oglobo.globo.com/economia/entenda-que-e-como-funciona-apex- 23362280>. Acesso em 01 mar. 2019b. GLOBO, O. FMI alerta sobre riscos crescentes para economia global. Disponível em: <https://oglobo.globo.com/economia/fmi-alerta-sobre-riscos-crescentes-para- economia-global-23297512>. Acesso em: 01 abr. 2019c GOVERNO DO BRASIL. Governo federal é formado por ministérios, secretarias e órgãos especiais. Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/governo/2009/11/governo-federal-e-formado-por- ministerios-secretarias-e-orgaos-especiais>. Acesso em: 14 abr. 2019. KUAZAQUI, Edmir; LISBOA, Teresinha Covas et al. Relações internacionais: desafios e oportunidades de negócios do Brasil. São Paulo: Literare, 2018. http://www.aprendendoaexportar.gov.br/ 37 MAIA, Jayme de Mariz. Economia internacional e comércio exterior. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2003. MCDANIEL, Carl; GITMAN, Lawrence J. O futuro dos negócios. São Paulo: Cengage, 2015. NAÇÕES UNIDAS NO BRASIL. Disponível em: <https://www.un.org/en/>. Acesso em: 01 mar. 2019. BRASIL. Secretaria Executiva da Câmara e de Comércio Exterior. Disponível em: <http://www.camex.gov.br/>. Acesso em: 25 fev. 2019.