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eBook - Introdução às Ciências Forenses

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C I Ê N C I A S
FORENSES
I N T R O D U Ç Ã O À S
v 1 .0
G A B R I E L U R T I A G A
E B O O K
Sobre o autor
Gabriel de Oliveira Urtiaga
Graduado em Ciências Biológicas (UCPel), pós-
graduado em Criminologia, Política Criminal e
Segurança Pública (Uniderp), Especialista em
Identificação Humana (ANP/PF) e mestre em
Biotecnologia (UFPel).
Atualmente ocupa cargo de Papiloscopista Policial
Federal e é membro ativo da Associação
Internacional de Identificação.
É idealizador do projeto educacional La Kombita
Forense - @lakombitaforense, cujo escopo consiste
na divulgação das ciências forenses e sua correlação
com as ciências naturais básicas.
Possui experiência em perícias de identificação
humana em local de crime e identificação de
vítimas de desastre, tendo atuado na identificação
de vítimas da tragédia da Vale SA em
Brumadinho/MG.
Sumário
01INTRODUÇÃO AO TEMA...................
04
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DAS
CIÊNCIAS FORENSES.......................
23
PRINCIPAIS DISCIPLINAS DA
CRIMINALÍSTICA................................
32
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS...............................
18
 
A CRIMINALÍSTICA.............................
 
30CONSIDERAÇÕES FINAIS...............
2021
 Bem-vindo ao eBook Introdução às Ciências
Forenses - v 1.0. Nesse eBook, estudaremos um
pouco da evolução das ciências forenses e os
principais conceitos associados.
 É muito interessante a forma como os
seriados televisivos, do tipo CSI, cativaram as
pessoas e fizeram despertar um crescente interesse
de estudantes no sentido de melhor compreender
a forma como os fenômenos típicos de suas áreas
de conhecimento são utilizados resolução de
crimes pela polícia e institutos de perícia.
 Muitas vezes, sob a visão romântica dos
seriados, parece “ciências forenses” uma expressão
estritamente ligada ao desvendamento de crimes.
Entretanto, não é bem assim...
INTRODUÇÃO AO TEMA
01
 "Forense" é uma palavra que deriva do “fórum”
latino, que significava "um mercado" na época
romana. No fórum romano, ocorriam transações
comerciais e eram conduzidos alguns
procedimentos legais. Uma acusação criminal era
resolvida através da apresentação do caso a um
grupo de pessoas públicas no foro. Tanto a pessoa
acusada do crime quanto o acusador fariam
discursos baseados em seus lados da história. O
caso seria decidido em favor do indivíduo com o
melhor argumento e entrega. Essa origem é a fonte
dos dois usos modernos da palavra forense - como
uma forma de evidência legal; e como uma
categoria de apresentação pública.
02
 Apesar disso, nesse eBook, nosso foco é a
compreensão de como as ciências naturais podem
ser aplicadas a análise de evidências e indícios de
interesse da justiça, portanto assumiremos o
seguinte conceito: o termo “ciências forenses” faz
referência ao conjunto de ciências naturais
aplicadas às análises de vestígios para dar
respostas às questões de interesse da justiça.
Por muitos anos, o termo "forense" teve uma
definição restritamente ligada a assuntos de
interesse da justiça. Hoje, aceita-se também sua
aplicação à investigação não diretamente ligada à
justiça, mas de interesse da ciência como um todo.
O termo é comumente usado para qualquer análise
detalhada de eventos passados, ou seja, quando se
procura por evidências. Por exemplo, rastrear a
fonte de um incidente de poluição (seja para fins
judiciários ou não) pode ser referido como uma
"análise ambiental forense"; determinar as
configurações planetárias do passado pode ser
referido como "astronomia forense"; e historiadores
examinam documentos em "detalhes forenses".
03
 O uso das ciências naturais para fins de
justiça é antigo, anterior à própria sistematização
conceitual e estruturação da disciplina. Seja pela
identificação de documentos privados através da
aposição de impressões digitais, seja pela aplicação
de conceitos da física, química e medicina para
resolução de problemas, as ciências forenses
sempre contribuíram à sociedade.
EVOLUÇÃO HISTÓRICA
DAS CIÊNCIAS FORENSES
04
 Um exemplo clássico da aplicação de ciências
naturais na antiguidade é o da solução do
problema da coroa do rei Hierão II por Arquimedes.
Segundo a história, repassada por gerações e
aposta em escritos de Vitrúvio, o rei Hierão entregou
uma determinada quantidade de ouro a um ourives
para que fosse confeccionada uma coroa. Após a
entrega, o rei desconfiou que o ourives teria
subtraído parte do ouro, tendo substituído por
outro metal para manutenção do peso contratado. 
 Arquimedes foi acionado para resolver o
problema. Após alguns dias de reflexão... “Eureka”!
Arquimedes, durante o banho, percebeu que o nível
de água se elevava na banheira quando seu corpo
submergia. Percebendo que blocos de mesma
massa feitos de ouro e de prata faziam transbordar
quantidades diferentes de água em decorrência da
diferença de densidades dos materiais, Arquimedes
conseguiu provar que a quantidade de ouro
utilizada na confecção da coroa foi diferente da
quantidade de ouro fornecida pelo rei.
Submetendo corpos a um sistema, Arquimedes
demonstrou que o nível de água elevado pela
submersão da coroa foi diferente do esperado pela
submersão de um corpo feito exclusivamente por
ouro.
Legal, né?!
Crédito imagem: Aquatarkus / Shutterstock
05
 O primeiro relato escrito do uso de medicina e
entomologia (estudo dos insetos) para resolver
casos criminais é atribuído ao livro Washing Away of
Wrongs, escrito na China, em 1248, por Song Ci
(1186-1249), um diretor de justiça durante a dinastia
Song.
 
 Em um dos relatos constantes no livro de
Song Ci, o caso de uma pessoa assassinada foi
resolvido por um investigador que instruiu cada
suspeito a trazer sua foice para um local. O
investigador teria percebido que o crime fora
cometido com foice testando várias lâminas na
carcaça de um animal e comparando os ferimentos.
Moscas, atraídas pelo cheiro de sangue, acabaram
se reunindo em uma única foice. Diante disso, o
dono daquela foice confessou o assassinato.
06
 Apesar do relato, a investigação criminal no
ocidente, ao longo da história, sempre utilizou em
maior ou menor escala métodos rudimentares e
inquisitoriais para resolução de crimes. Foi na
Europa do século XVIII, sob a influência dos valores
racionais do Iluminismo, que a investigação
criminal se tornou um procedimento mais racional
e baseado em evidências.
 Sob o ponto de vista da identificação
humana, por exemplo, destacam-se na história as
contribuições do policial francês Alphonse Bertillon,
do cirurgião escocês Henry Faulds, do antropólogo
Francis Galton, do policial argentino Juan Vucetich
e do geneticista britânico Alec Jeffreys.
07
 Alphonse Bertillon utilizou técnica
antropológica da antropometria à justiça criminal,
criando assim um sistema de identificação baseado
na aferição de medidas físicas dos indivíduos.
Anteriormente, os presos eram identificados apenas
por nome e fotografia, ou através da utilização de
métodos desumanos, como marcação de sinais em
ferro em brasa ou mutilação. Insatisfeito, em 1870,
ele começou seu trabalho no desenvolvimento de
um sistema confiável de classificação
antropométrica. Seus métodos de medição logo
foram substituídos pelo uso da impressão digital. Já
suas outras contribuições, como a foto de preso e a
sistematização da fotografia da cena do crime,
permanecem até hoje.
08
 Henry Faulds discutiu a utilidade das
impressões digitais para identificação e propôs uma
forma de classificação. Ele foi o primeiro a relatar a
presença de impressões digitais deixadas em um
frasco. Retornando ao Reino Unido em 1886, ele
ofereceu o conceito à Polícia Metropolitana de
Londres, mas foi dispensado na época. Faulds
relatou a Charles Darwin seus achados, o qual
repassou a Francis Galton, que estava interessado
em antropologia.
 
 Francis Galton publicou um modelo
estatístico detalhado de análise e identificação de
impressões digitais eencorajou seu uso na ciência
forense em seu livro "Impressões Digitais" (1892).
09
10
 Um dos primeiros casos de resolução de
crimes a partir do uso de impressões digitais é
atribuído ao trabalho de Vucetich. Em 29 de junho
de 1982, na cidade de Necochea, província de
Buenos Aires, os dois filhos de uma mulher
chamada Francisca Rojas foram encontrados
brutalmente assassinados. Rojas acusou um vizinho,
o qual, apesar do interrogatório violento, não
confessou os crimes. Um inspetor chamado Alvarez,
colega de Vucetich, foi ao local e encontrou uma
impressão digital entintada em sangue em uma
porta. A comparação com as impressões digitais de
Rojas demonstrou que a marca pertencia ao seu
polegar direito. Ela então confessou o assassinato
de seus filhos.
 Juan Vucetich, um chefe da
polícia argentino, criou o primeiro
método de registro das impressões
digitais de indivíduos, fortemente
utilizado até a atualidade em diversos
países. Em 1892, depois de estudar os
tipos de padrão de Galton, Vucetich
criou o primeiro escritório de
impressão digital do mundo. 
11
 A impressão digital reinou como vestígio de
local de crime para fins de identificação de
indivíduos até final do século XX, quando o
pesquisador Alec Jeffreys descreveu método de
genotipagem de indivíduos a partir de técnica de
polimorfismo no comprimento dos fragmentos de
restrição (“restriction fragment length
polymorphism” - RFLP). Tendo em vista que
indivíduos possuem sequências de bases
nitrogenadas contendo regiões alvos para enzimas
de restrição (que cortam o DNA) variáveis em
alguns pontos do DNA, a técnica consiste no uso
dessas enzimas em amostras, permitindo que
amostra de indivíduos diferentes produzam
fragmentos de DNA de tamanhos distintos. É
possível analisar o perfil de fragmentos de
indivíduos, após os cortes realizados pelas enzimas.
Esse perfil ficou conhecido como impressão digital
de DNA.
 
12
 Para encontrar o autor do crime, foram
coletadas amostras de DNA de toda a população
masculina da cidade, quase 4000 homens com
idades entre 17 e 34 anos. Todos os perfis foram
comparados a amostras de sêmen do crime. Um
dos doadores, em depoimento, afirmou havia
fornecido amostra à polícia no lugar de Colin
Pitchfork. Após coletado, o perfil RFLP do DNA de
Pitchfork foi correspondente ao das amostras dos
locais de crime e ele foi preso em 1987.
 
 A primeira aplicação de perfis de DNA foi
usada por Jefferys em um duplo mistério de
assassinato na pequena cidade inglesa de
Narborough, Leicestershire, em 1985. Uma
estudante de 15 anos chamada Lynda Mann foi
estuprada e assassinada em Carlton Hayes, um
hospital psiquiátrico. A polícia não encontrou
nenhum suspeito, mas conseguiu obter uma
amostra de sêmen. Em 1986, Dawn Ashworth, de 15
anos, também foi estuprada e estrangulada em
uma vila próxima de Enderby. Jefferys foi trazido ao
caso e confirmou que os perfis de DNA eram
idênticos para as duas amostras de sêmen dos
homicídios. 
13
14
 Hoje, os exames de DNA são realizados
através da análise de marcadores genéticos (regiões
do genoma em que se observam variações entre
indivíduos) do tipo STR (Short Tandem Repeats –
repetições curtas em tandem). Tais tipos de
marcadores se baseiam na diferença de tamanho
de algumas regiões do genoma entre indivíduos em
decorrência do número de repetições de algumas
sequências curtas de bases nitrogenadas observada
entre indivíduos. Os marcadores eleitos utilizados
no Brasil são os mesmos do CODIS (“Combined
DNA Index System” - Sistema Combinado de
Índices de DNA), elaborado nos EUA e utilizado
pelo FBI.
15
 No Brasil, alguns eventos históricos são
marcantes:
 - Séc. XIX – Primeiros trabalhos em medicina legal
e toxicologia
 - 1881 – Primeiro curso prático de tanatologia
(necrotério da Capital Federal)
 - 1902 – Gabinete de Identificação
Antropométrica - RJ
 - 1925 – Delegacia de Técnica Policial - SP
(Laboratório de Polícia Técnica)
 - 1933 – Laboratório de Polícia Técnica e
Antropologia Criminal – RJ
 - 1947 - 1° Congresso Nacional de Polícia Técnica
16
Quer entender mais sobre como são
utilizadas as impressões digitais e o DNA
para identificar pessoas?! 
Quer entender como esses tipos de
vestígios contribuem para a resolução de
crimes?! 
Fique atento aos cursos da área de
identificação humana da Escola Forense,
divulgados pelos perfis:
Escola Forense (@escolaforense) 
La Kombita Forense (@lakombitaforense) 
17
A CRIMINALÍSTICA
 
 Apesar do uso histórico verificado em diversas
áreas, a aplicação das ciências naturais de forma a
dar uma contribuição sólida e organizada para a
resolução de questões de natureza criminal tem
como marco a publicação do livro “Handbuch für
Untersuchungsrichter als System der Kriminalistik”
(Sistema de Criminalística, 1893), de Hans Gross, no
qual o alemão cunhou o termo “criminalística”,
disciplina que sistematiza o uso dos métodos das
diversas ciências naturais com a finalidade de
auxiliar a persecução penal.
18
 No 1° Congresso Nacional de Polícia Técnica,
realizado em 1947, na Escola de Polícia do Estado
de São Paulo, foi definida criminalística como
“Disciplina que tem como objetivo o
reconhecimento e a interpretação dos indícios
materiais extrínsecas, relativos ao crime ou à
identidade do criminoso. Os exames de vestígios
intrínsecos (na pessoa) são da alçada médico legal”. 
 Atualmente, inclusive a medicina legal e a
odontologia legal situam-se inseridas no campo da
criminalística, enquanto disciplinas portadoras de
métodos científicos próprios, capazes de auxiliar na
elucidação de crimes.
19
 Cumpre destacar conceitos extremamente
importantes e constantemente utilizados no
âmbito do estudo das ciências forenses: vestígios,
evidências e indícios. Você sabe a diferença?!
 VESTÍGIO é todo
aquele objeto, material,
resíduo ou marca
percebido pelo
examinador do local e
que pode ter relação
com o fato criminal.
 Após as análises,
todos aqueles vestígios
que permitem concluir
algo da dinâmica
criminal, ou seja, que
estão relacionados com
o fato, passam a ser
chamados de
EVIDÊNCIA.
 O conjunto de evidências obtidas em um
local de crime é que, por vezes, permitem que o
examinador sugira a possível dinâmica criminal.
20
 Tá, mas e indício?! INDÍCIOS são as evidências
e as circunstâncias elencadas durante a instrução
de um processo criminal e que subsidiam/induzem
os atores do processo na tomada de decisão e
conclusões acerca do crime que está sendo julgado. 
 Indício está conceituado no próprio Código de
Processo Penal, no artigo 239: “Considera-se indício
a circunstância conhecida e provada, que, tendo
relação com o fato, autorize, por indução, concluir-
se a existência de outra ou outras circunstâncias”.
Enquanto vestígio e evidência são conceitos
próprios da criminalística, indício é um termo
amplamente utilizado no contexto forense, sendo
utilizado inclusive para fazer referência a provas
circunstanciais. 
21
 Cientistas forenses e peritos criminalísticos
coletam, preservam e analisam evidências
científicas durante o curso de uma investigação.
Enquanto alguns examinadores se especializam em
procedimentos típicos de atendimento em cena do
crime, como a coleta de vestígios, outros se ocupam
mais nas funções de laboratório, realizando análises
em objetos arrecadados na perícia de local de
crime ou encaminhados pela investigação. Outros
peritos estão, ainda, envolvidos na análise de dados
financeiros, bancários ou outros documentos de
interesse para a investigação de crimes financeiros.
 
 
 Dentre as funções típicas, está a de
testemunhar como especialistas em casos criminais
e civis, tanto para a acusação, quanto como na
assistência técnica da defesa, no caso dos peritos
privados. Embora qualquer campo possa ser
tecnicamente forense, certas áreas se
desenvolveram ao longo do tempo para abranger a
maioria dos casos relacionadosà criminalística.
22
PRINCIPAIS DISCIPLINAS
DA CRIMINALÍSTICA
 Historicamente ocorreu a segmentação de
áreas nas ciências forenses, que, em alguma
dimensão, são percebidas ainda hoje. Um exemplo
disso consiste na divisão das áreas técnico-
científicas de muitos estados brasileiros, nos quais
coexistem em cooperação institutos de
criminalística, de identificação e médico-legais.
23
 Abaixo, listamos algumas das principais áreas
das ciências forenses e disciplinas da criminalística:
Química Forense: uma das principais, e mais
amplas, áreas das ciências forenses, fornecendo
subsídios a diversas outras áreas, seja na integração
com a medicina legal, através dos estudos no
campo da toxicologia, seja na compreensão das
interações moleculares que permitem a revelação
de impressões digitais ou a análise de vestígios de
disparo de armas de fogo. 
Física Forense: aplicação de conhecimentos da
física na resolução de questões judiciais, como
acidentes de trânsito, principalmente, ou questões
atinentes à balística forense (perícia sobre armas e
munições).
24
Biologia Forense: aplicação de conhecimentos das
ciências biológicas na avaliação de vestígios. São
subáreas: hematologia forense (análises de sangue),
tricologia forense (análise de pelos e fibras),
entomologia forense (contribuição de
conhecimentos sobre comportamento de insetos),
botânica e palinologia forense (análises de plantas,
algas e grãos de pólen), e, por fim, uma das áreas
mais proeminentes e importantes na atualidade, a
genética forense (análises em nível de DNA). 
Medicina Legal e Odontologia Forense: aplicação
de conhecimentos típicos da área médica e
odontológica na investigação de alterações que
incidem sobre o corpo humano. 
25
26
Antropologia Forense: aplicação de
conhecimentos da antropologia (atributos físicos e
sociais), de forma objetiva ou contextual, na busca
das soluções de questões de interesse da justiça. É
uma importante ferramenta no campo da
identificação humana.
Psicologia e Psiquiatria Forense: área que
concentra esforços na busca da compreensão do
comportamento criminal, seja do ponto de vista
criminológico amplo (explicação do papel da
psiquê no comportamento criminal geral), seja do
ponto de vista estrito, na avaliação da condição
psiquiátrica de um indivíduo cometedor de um
crime, auxiliando diretamente a justiça em um caso
criminal.
27
Papiloscopia Forense: utilização das informações
contidas nas cristas de fricção formadoras das
impressões digitais para fins de identificação
humana. É utilizada tanto na área cível, pela
identificação de cadáveres, quanto na criminal, pela
identificação da origem de impressões digitais
apostas em objetos na cena de crimes.
 Outros exemplos ramos das ciências forenses que
contribuem fortemente ao aparato de justiça são a
medicina veterinária forense, a informática forense,
a contabilidade forense, a documentoscopia...
 
 A seguir, esquema extraído do artigo científico
“The importance of diversity and inclusion in the
forensic sciences” (tradução: A importância da
diversidade e inclusão nas Ciências Forenses),
publicado por Iris R. Wagstaff And Gerald Laporte,
em 2018, em que os autores demonstram a
diversidade de ciências naturais envolvidas na
configuração das disciplinas da criminalística:
28
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
 Ciências Forenses envolvem temáticas
fascinantes. Motivo pelo qual seriados televisivos da
área tornaram-se tão populares, promovendo o
interesse de jovens e adultos, que se dedicaram
fortemente a pesquisar sobre o assunto, a promover
ciência correlacionada à criminalística em suas
áreas de atuação e, inclusive, a mergulhar no
universo da perícia criminal oficial, realizando
concursos para a Polícia Federal e demais polícias
técnico científicas estaduais no país.
30
 O desenvolvimento desse eBook é uma tentativa
de aproximar ainda mais o público à área, trazendo
um pouco da realidade histórica e científica da
criminalística e das ciências forenses, promovendo
disseminação de conhecimentos de forma
responsável e séria.
 
 Nas referências bibliográficas constam as
fontes de pesquisa que culminaram com a
elaborações e adaptações resultantes do presente
texto. Sinta-se à vontade para a consulta e
disseminação dos conhecimentos aqui adquiridos.
Esse texto é disponibilizado nos termos da licença
CC BY-SA 3.0 da Creative Commons.
 Espero que essa leitura tenha sido prazerosa.
Você pode acompanhar conteúdos e cursos
relacionados às Ciências Forenses nas redes
sociais através de meu perfil pessoal (Gabriel
Urtiaga) e, sobretudo, no perfil da La Kombita
Forense (@lakombitaforense). Um abraço!
31
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
CHAMPOD C., LENNARD C., MARGOT P., STOILOVIC M.. FINGERPRINTS AND
OTHER RIDGE SKIN IMPRESSIONS. BOCA RATON: CRC PRESS, 2016; 
DIAS FILHO C. R., RODRIGUES MALAGHINI M., FRANCEZ P. A. C.. GARRIDO, R.
G.. INTRODUÇÃO À GENÉTICA FORENSE. 1. ED. CAMPINAS: EDITORA
MILLENIUM, 2019; 
FORENSIC SCIENCE. EM WIKIPEDIA: A ENCICLOPÉDIA LIVRE. DISPONÍVEL EM
HTTPS://EN.WIKIPEDIA.ORG/WIKI/FORENSIC_SCIENCE.
HOLDER, JR E, ROBINSON L, LAUB J.. THE FINGERPRINT SOURCEBOOK.
WASHINGTON, DC: U.S. DEPARTMENT OF JUSTICE - OFFICE OF JUSTICE
PROGRAMS. 2014;
JOBIM L., COSTA L. R., SILVA, M.. JOBIM M . IDENTIFICAÇÃO HUMANA. 3. ED.
CAMPINAS: MILLENNIUM, 2018. V. 1. 275P ;
PERIÓDICOS CIENTÍFICOS DISPONÍVEIS, PRINCIPALMENTE, NAS BASES DE
DADOS: HTTPS://WWW.NCBI.NLM.NIH.GOV/PUBMED/ E
HTTPS://SCHOLAR.GOOGLE.COM.BR/;
VELHO J.A., GEISER G.C., ESPINDULA A.. CIÊNCIAS FORENSES: UMA
INTRODUÇÃO ÀS PRINCIPAIS ÁREAS DA CRIMINALÍSTICA MODERNA. 3. ED.
CAMPINAS, SP: MILLENNIUM EDITORA, 2017;
WAGSTAFF I.R., LAPORTE, G.. THE IMPORTANCE OF DIVERSITY AND
INCLUSION IN THE FORENSIC SCIENCES. NIJ JOURNAL, 2018;
WATSON, J. D. ET AL. BIOLOGIA MOLECULAR DO GENE. 7. ED. PORTO ALEGRE:
ARTMED, 2015.
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