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Requisitos estruturais, ambientais e físicos para manipulação de antineoplásicos Prof. Alexandre Martins Ação do Antineoplásico Os quimioterápicos antineoplásicos (QA) tem como principal objetivo inibir o crescimento de células neoplásicas. Atuam interferindo diretamente no metabolismo celular, quer seja na duplicação do ADN, na síntese de ARN, na síntese protéica e nas fases S, G1, G2 e M do ciclo celular, com conseqüente interrupção da via metabólica e evidente morte celular. Biossegurança em Oncologia Riscos Químicos Carcinogênicos Teratogênicos Mutagênicos Tóxicos Produto Meio Ambiente Profissional da saúde Exposição Ocupacional X Efeitos Tóxicos Queda de cabelo Hiperpigmentação cutânea Cefaléia Vertigens Tonturas Alterações no ciclo menstrual Infertilidade Ocorrência de aborto Malformações congênitas Leucemia e outros tipos de câncer Exposição e risco Os momentos de exposição aos antineoplásicos estão mais frequentemente relacionados: a sua manipulação administração manuseio de fluídos e excretas do paciente exposição acidental Legislação •Ministério da Saúde Portaria 3535, de setembro de 1998 - estabelece critérios para Cadastramento de Centros de Alta Complexidade em Oncologia. •Anvisa - Resoluções da Diretoria Colegiada RDC 220, de 21 de setembro de 2004 - aprova o Regulamento Técnico de Funcionamento dos Serviços de Terapia Antineoplásica, publicada no D.O.U. (Diário Oficial da União) em 23 de setembro de 2004. RDC 50, de fevereiro de 2002 – dispõe regulamento técnico para projetos físicos em estabelecimentos assistenciais de saúde. RDC 306, de dezembro de 2004 - dispõe regulamento técnico para o gerenciamento de resíduos dos serviços de saúde. RDC 45, de março de 2003 - dispõe regulamento técnico sobre Boas Práticas de Utilização de Soluções Parenterais em Serviços de Saúde. •Conselho Federal de Farmácia Resolução 288, de março de 1996 – manipulação de drogas antineoplásicas pelo farmacêutico. •Ministério do Trabalho NR 32, de novembro de 2005 – segurança e saúde no trabalho em serviços de saúde. Sala de manipulação e antecâmaras Sala de manipulação e antecâmaras • A sala de manipulação e as antecâmaras devem ser projetadas para atender às normas especiais de classificação de sala limpa. • Norma Brasileira aprovada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT NBR) da família ISO 14644-1. • Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) 67 Sala limpa ("Clean rooms") É um ambiente controlado utilizado para testes ou manufatura de produtos onde a contaminação por partículas presentes no ar interfere no resultado. Necessário em laboratórios químicos, laboratórios que produzem medicamentos, fabricação de satélites espaciais, salas de operação, manipulação de antineoplásicos, entre outros. Sala limpa ou sala classificada • É aquela onde a contaminação por partículas viáveis e não viáveis é controlada e cujas construção e utilização devem minimizar a introdução, geração e retenção de contaminantes em seu interior. • Além disso, sala limpa requer que outros parâmetros, como temperatura, umidade e pressão, sejam controlados. • Na norma ABNT NBR 7256, é possível consultar mais informações a respeito dos controles da temperatura e umidade. Os principais parâmetros para a adequação das salas limpas são: • Normas técnicas da ABNT • Normas técnicas da ISO • Normas legislativas da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) • Normas do FDA (USA) e GMP (Europeia) NORMA ISO 14644 • A norma mais utilizada no mundo • Divide as salas limpas em nove classes, de acordo com a quantidade de partículas específicas existentes por metro cúbico. • A sala limpa considerada “mais limpa” refere-se à classe 1 e a “mais suja” pertence à classe 9. • “As salas limpas classe 1 a 5 funcionam sob regime de fluxo de ar unidirecional (laminar) e as salas limpas classe 6 a 9 funcionam sob regime de fluxo de ar turbulento”, explicou João Felipe. Instalações • Paredes lisas e laváveis • Piso liso sem emendas • Luminária embutidas • Cantos arredondados • Vestiário de barreira com dupla Câmara • Sala climatizada • Antecâmaras climatizadas para paramentação Instalações • Sistema de alarme sonoro e luminoso • Controle interno de temperatura e umidade • Lava-olhos para irrigação dos olhos e chuveiro local • Sistema de exaustão de troca de 100% do ar filtro HEPA Instalações • Diferenciais de pressão • Pressão negativa dentro da sala de manipulação • Local de armazenamento dos medicamentos e amostras para análise • Cabine de segurança biológica Classe II B2 semestralmente qualificada • Classificação da área (ISO 5 - cabine de segurança biológica Classe 2 B2 ) • Mobiliário inclusive mesa cadeira e armários de inox Fluxo de ar laminado Fluxo de ar turbulento RESOLUÇÃO DE DIRETORIA COLEGIADA-RDC Nº 220, DE 21 DE SETEMBRO DE 2004 Estrutura da resolução Consulta realizada em 14/07/2020 • VOCÊ ESTÁ AQUI: PÁGINA INICIAL - ATUAÇÃO/ - REGULAMENTAÇÃO/- LEGISLAÇÃO/ http://portal.anvisa.gov.br/novahome http://portal.anvisa.gov.br/atuacao http://portal.anvisa.gov.br/regulamentacao http://portal.anvisa.gov.br/legislacao Estrutura Introdução – Art. 1º ao 5º ANEXO I - REGULAMENTO TÉCNICO DE FUNCIONAMENTO PARA OS SERVIÇOS DE TERAPIA ANTINEOPLÁSICA ANEXO II - ATRIBUIÇÕES GERAIS ANEXO III - BOAS PRÁTICAS DE PREPARAÇÃO DE TERAPIA ANTINEOPLÁSICA ANEXO IV - BOAS PRÁTICAS DE ADMINISTRAÇÃO DA TERAPIA ANTINEOPLÁSICA – BPATA ANEXO VI - REFERÊNCIAS NORMATIVAS E BIBLIOGRÁFICAS ANEXO V – BIOSSEGURANÇA Infraestrutura física da central de manipulação de medicamentos Terapia antineoplásica Histórico • Estudos comprovaram que a manipulação dos medicamentos antineoplásicos em ambiente aberto poderia contribuir para um maior risco de exposição do manipulador a agentes comprovadamente cancerígenos, mutagênicos e teratogênicos. • Risco de contaminação microbiológica do medicamento. • Risco ao manipulador e ao ambiente circundante à preparação. Manipulação de medicamentos “Ato de misturar os diversos componentes descritos em uma prescrição médica, sejam medicamentos antineoplásicos ou qualquer outro com potencial carcinogênico, mutagênico ou teratogênico, deve ser realizada em uma central de manipulação de medicamentos”. Sala de manipulação e antecâmaras • Devem ser projetadas para atender às normas especiais de classificação de sala limpa. • Associação brasileira de normas técnicas (ABNT NBR) da família ISO 14644-1. • Sala limpa ou sala classificada é aquela onde a contaminação por partículas viáveis e não viáveis é controlada e cujas construção e utilização devem minimizar a introdução, geração e retenção de contaminantes em seu interior. Manipulação em Oncologia • Análise da Prescrição médica. • Cálculo de doses. • Verificar compatibilidade e estabilidade. • Observar a fórmula e via de administração. • Acondicionamento adequado. • Manipulação das Quimioterapias. Infra Estrutura • Quando o STA contar com Farmácia própria, esta deve atender os seguintes requisitos mínimos: • Área destinada a paramentação: provida de lavatório para higienização das mãos. • Sala exclusiva para preparação de medicamentos para TA, com área mínima de 5 (cinco) m2 por cabine de segurança biológica. Infra Estrutura • Todos os equipamentos devem ser submetidos à manutenção preventiva e corretiva, de acordo com um programa formal, obedecendo às especificações do manual do fabricante. • Deve existir registro por escrito das manutenções preventivas e corretivas realizadas. • As etiquetas com datas referentes à última e à próxima verificação devem estar afixadas nos equipamentos. ANEXO III BOAS PRÁTICAS DE PREPARAÇÃO DE TERAPIA ANTINEOPLÁSICA – BPPTA Considerações Gerais • As Boas Práticas de Preparação da Terapia Antineoplásica (BPPTA) estabelecem as orientações gerais para aplicação nas operaçõesde: análise da prescrição médica, preparação, transporte e descarte da TA. Organização e Pessoal • As atribuições e responsabilidades individuais devem estar formalmente descritas e disponíveis a todos os envolvidos no processo. • O profissional envolvido no preparo da TA deve receber treinamento inicial e continuado, garantindo a sua capacitação e atualização, devidamente documentados. • O acesso à sala de preparo da TA deve ser restrito aos profissionais diretamente envolvidos. Cabine de Segurança Biológica Classe II – B2 Cabine de Segurança Biológica • Localização correta da cabine na sala • Perturbações de fluxo de ar • Unidades de ar condicionado • Semestralmente as cabines biológicas devem ser qualificadas • Periodicamente a limpeza da cabine deve ser validada • Manutenções preventivas e trocas de filtro absolutos e pré filtros • Cabine com visor manipulação apenas com visor abaixado Cabines de segurança biológica classe II tipo B2 fornecem proteção ao operador, segurança ao produto, proteção ambiental e também são adequados para trabalhar com pequenas quantidades de produtos tóxicos e agentes designados para os níveis de segurança biológica I, II e III. Cabine de Segurança Biológica Cabine de Segurança Biológica Cabine de Segurança Biológica Cabine de Segurança Biológica Filtro HEPA • HEPA do inglês (High Efficiency Particulate Arrestance) é uma tecnologia empregada em filtros de ar com alta eficiência na separação de partículas. • Os filtros HEPA são compostos por uma malha de fibras dispostas aleatoriamente. • As fibras são compostas de fibra de vidro, com diâmetros entre 0,5 e 2 µm. Filtro HEPA: Filtro para ar de alta eficiência com capacidade de reter 99,97% das partículas maiores de 0,3 um de diâmetro. Filtro HEPA • São críticos para evitar a propagação de bactérias e vírus através do ar. • Luz ultravioleta de alta energia para eliminar bactérias e vírus vivos aprisionados pelo elemento filtrante. Cabine de Segurança Biológica • Todas as superfícies de trabalho, inclusive a CBS, devem ser limpas e desinfetadas antes e depois de cada sessão de preparação, com produtos regularizados junto a Anvisa/MS, de acordo com a legislação vigente. • A CSB deve ser ligada 30 minutos antes do inicio de qualquer manipulação e permanecer ligada por 30 minutos após conclusão do trabalho. • E vedado dar continuidade as atividades de manipulação quando ocorrer qualquer interrupção do funcionamento da CSB. Cabine de Segurança Biológica Cabine de Segurança Biológica Na cabine de segurança biológica classe II B2 • Manipulação de ampolas. • Manipulação de frascos-ampola. • Manipulação de Soros e Equipos. • Manipulação de Cápsulas e Comprimidos. Sempre utilizando TÉCNICA ASSÉPTICA para todas as ações no interior da Cabine de Segurança Biológica! MANIPULAÇÃO SEGURA Utilização de campo para manipulação absorvente, estéril, descartável e de baixa liberação de partículas Cuidados com Seringas e Agulhas Cuidados com Seringas e Agulhas Cuidados com Seringas e Agulhas Cabine e higiene • Todas as superfícies de trabalho inclusive as internas da cabine de segurança biológica devem ser limpas incluindo o processo de inativação substância antineoplásica e desinfetados antes e depois de cada sessão de preparação. • A cabine deve estar em funcionamento 30 minutos antes do início do trabalho de manipulação e permanecer ligada por 30 minutos após o trabalho de conclusão. • Luz Ultravioleta Limpeza e Desinfecção Os saneantes e os produtos usados nos processos de limpeza e desinfecção devem ser utilizados segundo as especificações do fabricante e estar regularizados junto a ANVISA/MS, de acordo com a legislação vigente. Todas as superfícies de trabalho, inclusive as internas da cabine de segurança biológica, devem ser limpas e desinfetadas antes e depois de cada sessão de preparação, com produtos regularizados junto a ANVISA/MS, de acordo com a legislação vigente. Pass through Biossegurança Biossegurança em Oncologia Riscos Químicos Carcinogênicos Teratogênicos Mutagênicos Tóxicos Produto Profissional da saúde Meio Ambiente Equipamentos de Proteção Individual (EPI) Luvas (tipo cirúrgica) de látex, punho longo, sem talco e estéreis; Avental longo ou macacão de uso restrito a área de preparação, com baixa liberação de partículas, baixa permeabilidade, frente fechada, com mangas longas e punho elástico; A paramentação, quando reutilizável, deve ser guardada separadamente, em ambiente fechado, até que seja lavada. O processo de lavagem deve ser exclusivo a este vestuário. Paramentação Macacão de uso restrito a área de preparação. Touca Luvas (tipo cirúrgica) de látex, punho longo, sem talco e estéreis. Propé Máscara Óculos de Proteção Definições Acidente Ambiental em Terapia Antineoplásica: contaminação do ambiente gerada pelo derramamento dos medicamentos da terapia antineoplásica. Acidente Pessoal em Terapia Antineoplásica: contaminação pessoal gerada por contato ou inalação dos medicamentos da terapia antineoplásica em qualquer das etapas do processo. 96 97 98 99 Condições Gerais • Produtos manipulados para utilização em período que ultrapasse 48 horas, do início da preparação até o término de sua administração, além das disposições contidas neste Regulamento Técnico, devem atender às exigências da RDC/ANVISA nº 33, de 19/04/2000, suas atualizações ou outro instrumento legal que venha substituí-la. (Retificado em DOU nº 41, de 02 de março de 2005) Considerações gerais • O STA deve manter um “Kit” de Derramamento identificado e disponível em todas as áreas onde são realizadas atividades de manipulação, armazenamento, administração e transporte. Considerações gerais • O Kit de Derramamento deve conter, no mínimo, luvas de procedimentos, avental de baixa permeabilidade, compressas absorventes, proteção respiratória, proteção ocular, sabão, descrição do procedimento e o formulário para o registro do acidente, recipiente identificado para recolhimento dos resíduos de acordo com RDC/ANVISA nº 33, de 25/02/2003, suas atualizações ou outro instrumento legal que venha substitui-la. Rotulagem e Embalagem • Os frascos e equipos devem atender às recomendações da RDC/ANVISA n° 45, de 12/03/2003 suas atualizações, ou outro instrumento legal que venha a substitui-la, observando critérios específicos de fotossensibilidade dos produtos. Rotulagem e Embalagem • Toda TA deve apresentar rótulo com as seguintes informações: nome do paciente, n.º do leito e registro hospitalar (se for o caso), composição qualitativa e quantitativa de todos os componentes, volume total, data e hora da manipulação, cuidados na administração, prazo de validade, condições de temperatura para conservação e transporte, identificação do responsável pela manipulação, com o registro do conselho profissional. Conservação e Transporte • Toda TA deve ser conservada e transportada em temperatura que garanta estabilidade físico-química. • O transporte da TA deve ser feito em recipientes isotérmicos exclusivos, protegida de intempéries e da incidência direta da luz solar. Conservação e Transporte • 6.2.1. O responsável pelo transporte da TA deve receber treinamento específico de biossegurança em caso de acidentes e emergências. • 6.2.2. Para casos de contaminação acidental no transporte da TA, é compulsória a notificação do ocorrido ao responsável pela preparação, assim como, as providências de descontaminação e limpeza, adotadas de acordo com protocolos estabelecidos. “ “É a direção da vela, e não o sopro da tempestade, que determina o seu curso na vida” (Randy Davis)
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