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Medidas de Desintoxicação

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DESCONTAMINAÇÃO DE INTOXICAÇÃO 
EXÓGENA 
 
A intoxicação é uma consequência clínica e/ou bioquímica da exposição a 
substâncias químicas encontradas no ambiente ou isoladas. O atendimento 
primário deve ter como prioridade o tratamento da hipóxia, da hipo ou 
hipertensão, convulsão, arritmias, distúrbios hidroeletrolíticos e ácido-básico e 
hiponatremia ou hipertermia. Todos os pacientes que dão entrada por 
intoxicação devem ser tratados como potencialmente graves, mesmo com 
poucos sintomas, pois pode ocorrer deterioração clínica posterior. 
As vias de intoxicação são: oral, cutânea, inalatória, intravenosa e exposição de 
mucosas. As síndromes podem ser colinérgicas (nos muscarínicos causa 
bradicardia, sialorreia, náuseas e vômitos e broncoespasmo e nos nicotínicos: 
fasciculações, fraqueza e paralisia) causada por agentes organofosforados, 
carbamatos e nicotina, ou síndrome anticolinérgica (causa hipertermia, 
taquicardia, hipertensão, taquipneia, midríase, mucosas secas, retenção 
urinária, agitação psicomotora, mioclonia, convulsões, alucinações e delírios) 
causada por agentes antidepressivos tricíclicos, plantas da família Solanaceae, 
anti-histaminicos e atropínico. 
Existe também a síndrome hipnótica sedativa (hipotermia, bradicardia, 
hipotensão, bradipneia, miose, depressão neurológica e respiratória, 
hiporreflexia, edema pulmonar) causada por agentes opioides, 
benzodiazepínicos e barbitúricos. Síndrome simpaticomimética (hipertermia, 
hipotensão, taquicardia, midríase, alucinações, convulsões) causada por 
cocaína, anfetamina, teofilina e efedrina. Por fim, temos a síndrome 
extrapiramidal (midríase, sonolência, tremores, hipertonia muscular, trismo) 
causada por Metoclopramida, haloperidol, fenotiazídicos, bromoprida, lítio. 
Fluxo de atendimento: 
 
Suporte básico e 
avançado de vida 
Checar 
responsividade 
Fornecer 
oxigênio, caso 
necessário 
Estabilização 
hemodinâmica 
Medidas de 
descontaminação 
 
 
As medidas de descontaminação podem ser: 
- Descontaminação cutânea: deve-se despir o paciente evitando a hipotermia, 
não friccionar nem retirar materiais aderidos a pele, buscar orientações junto ao 
CIAVE/CIATox. 
- Lavagem gástrica: o procedimento de lavagem deve ser feito antes de 60min 
de ingestão e não deve ser considerado como medida terapêutica de 
desintoxicação, apenas em casos de ingestão de substâncias altamente tóxicas 
(grandes quantidades ou agentes relacionados a alta morbimortalidade). O 
método começa com a passagem de uma sonda nasogástrica e infusão de 200-
300 ml de soro fisiológico a 0,9% em adultos até um total de 6L ou infusão de 
10ml/kg de peso em crianças por sonda orogástrica (máximo de 4L). A lavagem 
gástrica é contraindicada em intoxicações por etanol, ingestão de substância 
corrosiva e de hidrocarbonetos com alto potencial de aspiração e em pacientes 
com risco de hemorragia digestiva alta ou perfuração gástrica. 
- Carvão ativado: é considerado um antídoto universal por ser a principal e a 
mais efetiva medida de descontaminação por intoxicação por via oral, é 
contraindicado em casos de substância com baixo peso molecular (ferro, lítio) 
causticas e álcoois, recém nascidos e gestantes, em pacientes rebaixados sem 
proteção das vias aéreas e com agitação psicomotora, e deve ser feito em casos 
de ingestão em no máximo 2h. O método é feito através da administração por 
via oral ou sonda nasogástrica e a dose corresponde de 1g/Kg de peso/dose 
para crianças acima de um ano e para adultos e adolescentes recomenda-se 
uma dose inicial de 50g com doses subsequentes de 25g de 12/12h ou 50g de 
4/4h por 12-24h. 
- Lavagem intestinal: consiste na administração de solução de polietilenoglicol 
via sonda nasoenteral para induzir a eliminação do agente através do trato 
gastrointestinal pelas fezes. É pouco usada, indicada para casos de ingestão de 
pacotes contendo drogas ou de quantidades potencialmente tóxicas de 
substâncias que não são adsorvidas pelo carvão ativado. Ele é contraindicado 
na presença de qualquer sintoma relacionado ao trato gastrintestinal como 
hemorragia ou perfuração gastrintestinal e em casos de instabilidade 
hemodinâmica. 
- Antagonistas: 
1. o antagonista do benzodiazepínicos é o flumazenil 
2. o antagonista do carbamato e organofosforado é a atropina 
*Em casos de intoxicação por animais peçonhentos deve-se avaliar o local 
atingido, tratar os sintomas e acionar o CIATox 
 
 
Ana Freitas

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