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01 Aula 1 - Estrutura dos ácidos nucleico s 1 e 2 Referência: Zaha,Arnaldo;Ferreira,HenriqueBunselmeyer;Passaglia,LucianeMariaPereira.BiologiaMolecularBásica.Porto Alegre:Artmed, 2014.ISBN9788582710579. Histórico Conceitos básicos: DNA - ácido desoxirribonucleico Descoberta do DNA: 1869 por Friedrich Miescher DNA como molécula responsável por conter e transmitir a informação genética (Avery, Macleod e McCarty, 1944) 1950, Erwin Chargaff, ao analisar o DNA de diferentes organismos, mostrou que a proporção das bases pirimidinas e purinas era de 1:1 e que a quantidade de guanina era igual a de citosina e que a de adenina era igual a de timina Comprovação de que o DNA era o material genético - 1952, Hershey e Chase Proposta da estrutura de hélice dupla do DNA - 1953 Watson e Crick. Com importante participação de Rosalind Franklin e Maurice Wilkins. a estrutura dos ácidos nucleicos está relacionada à sua função; polímeros de nucleotídeos, cuja função determina suas características químicas; Composição química: polímero composto por unidades de desoxirribonucleotídeos; é uma molécula muito longa - um único cromossomo humano é em torno de 280 vezes mais longo que uma célula; são compostos por: uma base nitrogenada e um grupamento fosfato (PO4-) -> o açúcar é a pentose desoxirribose (2'-desoxi-D-ribose), que está ligada pelo carbono 1' a uma base nitrogenada heterocíclica e pelo carbono 5' a grupamentos fosfato; as bases nitrogenadas podem ser de dois tipos: púricas - derivadas das purinas, que são Adenina e Guanina ou pirimídicas - derivadas das pirimidinas, que são a Citosina e a Timina; a ligação entre a base nitrogenada e a pentose é a LIGAÇÃO GLICOSÍDICA; Nucleosídeo - molécula gerada da ligação entre base nitrogenada e o açúcar; Nucleotídeo - quando um grupamento fosfato está ligado ao carbono 5' da pentose; O nucleotídeo pode ser mono, di ou tri-fosfatado - o primeiro fosfato ligado a ele é o alfa, o segundo é o beta e o terceiro, gama. O DNA sempre vai ter nucleotídeos mono e os precursores para a síntese sempre são tri; Os desoxirribonucleotídeos formam cadeias - ligações covalentes, formando pontes fosfodiéster -> isso confere às cadeias polinucleotídicas a direcionalidade; O primeiro nucleotídeo da cadeia terá uma extremidade 5' com um grupamento fosfato e o último nucleotídeo na extremidade 3' terá um grupamento hidroxílico; cadeias polinucleotídicas tem orientação 5'->3'; Hélice dupla Estrutura: Capacidade de autorreplicação; Hélice dupla, suas duas fitas se enrolam em torno do eixo da hélice; as desoxirriboses ficam externas em relação às bases nitrogenadas, como se fossem um corrimão de uma escada circular, expostos ao meio aquoso; as ligações fosfodiéster nas duas fitas estão em direções opostas, uma fica 5'->3' e a outra 3'->5' -> antiparalelas; o pareamento das bases é fundamental para a manutenção da hélice dupla; Cada base nitrogenada de uma das cadeias está pareada (pontes de H) com a base complementas na outra cadeia de DNA; T ou U pareiam com A, por ponte de H; 2 pontes; C e G podem formar 3 pontes; complementaridade -> sempre que existir um A em uma fita, vai ter um T pareado... Pirimídicas são menores do que as púricas; relação molar A/T e C/G sempre é igual a 1, embora a concentração molar varie; as pontes de H de CG são mais fortes e precisam de mais energia para serem rompidas; existem raros eventos onde outros pareamentos podem ocorrer, como o Hoogsteen, que ocorre em fitas triplas (GA, CA e TG); Cavidade maior e menor: as ligações glicosídicas entre as desoxirriboses e as bases, não são diretamente opostas na hélice dupla, gerando duas cavidades desiguais em seu contorno (fig 2.4) nessas cavidades, principlamente na maior, as bases estão expostas ao meio solvente e são quimicamente distinguíveis; Além das lig covalentes, outras forças mais fracas atual, estabilizando a dupla hélice: Efeitos hidrofóbicos: estabilizam o pareamento entre as bases. Os anéis das purinas e das pirimidinas que estão voltados para o interior da hélice, são mantidos por coesão interna de H2O, e os sítios hidrofílicos das bases ficam expostos ao solvente nas cavidades. Empilhamento das bases no interior da hélce permite o estabelecimento de forças de Van der Walls entre os anéis aromáticos de bases adjacentes. São fracas, mas ajudam na manutenção da estrutura final. Cadeias de açúcar-fosfato interagem com cátions em solução, neutralizando a repulsão entre as duas cadeias e estabilizando a hélice. Implicações da estrutura do DNA nas funções biológicas: Replicação, transcrição e tradução: o DNA serve de molde para a sua duplicação, para síntese dos RNAs e os mRNAs servem de molde para a síntese de proteínas Propriedades químicas: Mais importantes são: complementaridade entre as bases nitrogenadas das duas cadeias, o antiparalelismo, que confere direcionalidade às cadeias e a capacidade de desnaturação e renaturação da hélice dupla. a DESNATURAÇÃO (ou fusão) ocorre quando as pontes de H entre as cadeias complementares do DNA são rompidas e as fitas se separam. O processo inverso (restabelecimento das pontes de H entre as bases complementares) é a RENATURAÇÃO. Sempre que o DNA é replicado, transcrito ou realiza recombinação, as cadeias são desnaturadas e renaturadas. -> Após a renaturação, todas as propriedades originais da hélice são restabelecidas. é possível desnaturar DNA in vitro; A desnaturação/renaturação do DNA pode ser acompanhada pelo espectofotômetro (ABS): Quando as fitas estão separadas, a absorção de luz é maior do que quando estão juntas. Quando elas se separam completamente, após aumento de temperatura, há o efeito hipercrômico (atinge o valor máximo de abs); A temperatura em que 50% do DNA tá desnaturado é a temperatura média de fusão (Tm); a renaturação pode ser acompanhada assim tbm, se resfriar o meio, a abs diminuiu, pois as hélices estão se juntando; Mesmo que estejam 100% separadas, as cadeias podem se reunir -> anelamento ou hibridização -> 25 graus C abaixo da Tm. A Tm de um DNA depende da quantidade de AT ou CG, uma vez que a quantidade de pontes de H é diferente; - quanto mais CG, maior o Tm; Tem como calcular o valor de AT ou CG pelo Tm: Tm (ºC) = 69,3 + 0,41 (GC%) e AT% = 1 - (GC%) Tem como calcular o tamanho de um genoma utilizando medidas da renaturação do DNA. A velocidade de renaturação do genoma depende do seu tamanho: C = concentração de sita simples em um tempo t; C0 = concentração de fita simples em um tempo zero; K2 é uma constante; t é tempo. O tamanho de um determinado genoma pode ser definindo comparando o seu C0.t1/2 com o de um DNA padrão com tamanho conhecido, como o cromossomo da bactéria E. coli (4,2x10^6pb) O reanelamento (renaturação) do DNA tbm pode ser empregado na identificação de sequências de interesse. Topoisomerases são enzimas que catalisam a interconversão de topoisômeros de DNA -> permitem alterações no grau de superenrolamento; promovem quebra transitória de ligações fosfodiéster da fita de DNA -> introduzem ou removem superenrolamentos no DNA e resolvem estruturas, como os nós e os concatâmeros, geradas nos processos celulares; essenciais para os processos de replicação do DNA, transição e recombinação e no remodelamento da cromatina. Como atuam na replicação e transcrição? removem supertorções positivas que normalmente se formam na frente da forquilha de replicação; Estratégias ferais para a alteração da topologia do DNA pelas topoisomerases: Mecanismo de rotação: a topoisomerase cliva a ligação fosfodiéster de uma das cadeias do DNA e permite que uma das extremidades da cadeia aberta gire em torno da hélice -> a cadeia clivada é religada e a molécula de DNA resultante fica com superenrolamento diferente do inicial (topoisomerases da familia tipo I); Clivagem de uma ou das duascadeias de DNA da hélice dupla, causando o rompimento de algumas pontes de H entre as bases adjacentes, sguida da passagem de uma segunda hélice dupla pela região clivada (familia tipo II); existem muitas subfamílias de cada uma das duas famílias de topoisomerases; Subfamílias da tipo I -> IA, IB, IC Tipo II -> IIA IIB; Tipos de DNA existem, em condições fisiológicas, o DNA tipo B, A e Z; o que diferencia eles é a espessura, número de pares de base por volta da hélice e a exposição das bases nitrogenadas ao meio externo; tipo B é o fisiológico e mais encontrado nas células; tipo A ocorre em condições de umidade muito baixa e quando fitas mistas de DNA-RNA e fitas duplas de RNA são formadas; tipo Z ocorre em regiões curtas do DNA, onde existem sequências de citosinas e guaninas seguidas. tipo B apresenta forma de hélice dupla - ocorre com umidade relativa elevada (92%) e em soluções de baixa força iônica; hélice dupla gira para a direita e a rotação entre os dois pares de bases adjacentes é de 34,6 graus - uma volta completa se da a cada 10,4pb; uma volta da hélice percorre uma distância de 3,40 nm, que é o passo da hélice - cada par de bases adiciona à hélice uma distância de 0,33 nm; o diâmetro da hélice dupla é de 2,37nm. tanto no B como no A, a desoxirribose e a base nitrogenada estão em lados opostos da ligação glicosídica - conformação anti DNA Z - na presença de altas concentrações de cátions, alguns nucleotídeos assumem a conformação syn, ficando açúcar e a base do mesmo lado da ligação glicosídica; a hélice dupla é enrolada à esquerda e alterna as conformações syn e anti, sendo comum em sequências onde G e C se alternam; pirimidinas conservam a conformação padrão anti, e as purinas estão em syn; é mais longo e fino que o B; uma volta completa se da a cada 12pb, o passo da hélice aumenta para 4,56nm, com 1,84nm de diametro; a cavidade maior desaparece e a menor se torna muito profunda, formando uma espiram em torno da estrutura; fatores que determinam a possibilidade de ocorrer regiões de DNA tipo Z: sequência de nucleotídeos e estrutura global da hélicedupla - parece ocorrer em regiões do genoma que estão sendo ativamente transcritas; pode ter importância na regulação da expressão gênica e estar envolvido em eventos de processamento de DNA e em instabilidade genética Outras estruturas do DNA CURVATURA sequências menores de 100pb são relativamente rígidas para serem curvadas; algumas proteínas tornam regiões do DNA mais sucetíveis à curvatura e essas regiões são importantes em sequências envolvidas com o controle de processos como a replicação, transcrição e recombinação; sequencias de DNA com regiões de adenina têm curvatura facilitada; RNA - ácido ribonucléico proteínas que promovem curvatura do DNA: histonas, fatores de transcrição, enzimas de recombinação, enzimas que modificam o DNA, entre outras; FUNÇÕES DA CURVATURA: condensar e empacotar o DNA (como nos nucleossomos); expor a sequência de bases internalizada na hélice dupla; aproximar sítios de ligação distantes no DNA linear; formar estruturas especiais proteína-DNA para alinhar determinados sítios, como no caso de recombinação sítio- específica; forçar a molécula de DNA para estimular a clivagem ou a desnaturação. ESTRUTURAS CRUCIFORMES: existem seq de DNA que possuem simetria, com regiões repetidas e invertidas, ex ATTCGCGTAGTAGACATAGCTGACATAGTCAGCTATGTCTGCTC essas seq podem formar estruturas onde o pareamento entre as duas fitas é substituído pelo pareamento entre as bases complementares na mesma fita isso reduz o número de voltas da hélice dupla na região, removendo o grau de superenrolamento negativo, em uma unidade para cada 10 bases de pareamento; ocorre in vivo e são fundamentais para alguns processos; JUNÇÕES DE HOLLIDAY estruturas formadas por 4 fitas de DNA - importantes intermediárias na recombinação genética; proteínas e enzimas específicas reconhecem essas estruturas e determinam como serão clivadas; uma molécula linear de RNA pode, em sua seq de bases, armazenar info genética; realizar pareamento interno, formando uma estrutura secundária, expondo ou escondendo algumas estruturas para interagir com outras moléculas; pode assumir uma conformação espacial, estrutura terciária, contendo superfícies que podem interagir com outras moléculas ou regiões internas que possam criar sítios de ligação com metais; promover catálise; Composição química: polímero linear de subunidades de nucleotídeos ligadas entre si por ligações fosfodiéster 5'->3'; açúcar - ribose; timina é substituída pela uracila - composto então por A,C,G,U; é predominantemente de cadeia simples, mas forma regiões de cadeia dupla por pareamentos internos; mais reativo que o DNA - o DNA é estável na presença de álcali, pois apesar das fitas serem desnaturadas com o rompimento das pontes de H, as lig fosfodiéster nas cadeias permanecem inalteradas, já o RNA é hidrolisado na presença de álcali, originando uma mistura de nucleosídeos monofosfatados 2' e 3'. Estrutura secundária: pareamentos CG e AU ocorrem entre regiões complementares da mesma molécula de RNA ou, menos frequente, entre moléculas distintas; quando ocorre paremento entre duas sequêncisa, sua conformação fica parecida com o DNA tipo A; Classes de RNA existem várias na célula com funções específicas; principais tipos na célula e envolvidos diretamente na síntese de proteínas (RNAs de manutenção do metabolismo celular básico housekeeping): mRNA - RNA mensageiro - transfere a info genética do DNA aos ribossomos (onde ocorre a síntese proteica). 1 a 5% do RNA total da célula; rRNA - RNA ribossômico - forma fitas duplas por pareamentos internos. 75% tRNA - RNA transportador - transporta os resíduos de aminoácidos até os ribossomos para síntese de proteínas. 10 a 15% RNAS CODIFICADORES - aqueles q têm info genética para a síntese de proteínas (mRNA) o resto é denominado NAO CODIFICADOR; em procariotos, foram descritas mais duas classes de não codificadores: sRNAs (small) e os CRISP RNAs (de clustered regulatory interspaced shor palindromic repeats); os sRNAs são pequenos (entre 100 e 200 nt) e podem parear com mRNAs específicos, podem se ligar com proteínas e regular a expressão de alguns genes por alteração da estabilidade do mRNA ou por modulação da tradução; os CRISO RNAs têm sequências homólogas com genomas de bacteriófagos e plasmídeos e interferem com a infecção por bacteriófagos e com a conjugação de plasmídeos; nos eucariotos, ainda são encontrados entre os não codificadores: snRNAS (small nuclear/nucleares pequenos), scRNAS (small sytoplasmic/citoplasmáticos pequenos) e snoRNAs (small nucleolar/ nucleolares pequenos); as demais classes de RNA nos eucariotos estão envolvidas com expressão de genes, são ncRNA (non-coding, não codificadores), que podem ser curtos ou longos: CURTOS: miRNAs (micro); siRNA ou iRNA (small interfering /de interferência pequenos); e piRNAs; -> eles se ligam a duas classes de proteínas: Argonautas (mi e siRNA) e proteínas PIWI (piRNA); os miRNAs e os siRNAS estão em todas as células eucarióticas e os piRNAs apenas em células germinativas de animais; LONGOS: lncRNA (long non-coding) são enconrados no núcleo e citoplasma, em geral, transcritos e tendo funções regulatórias ainda não totalmente elucidadas.
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