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Aula I a VII - Saúde coletiva

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Odontologia em saúde coletiva 
 
  
Além dos fatores biológicos, os fatores sociais também 
influenciam na saúde do indivíduo. 
Por ex.: Gravidez precoce ocorre mais em famílias de 
renda mais baixa, relação entre anos de estudos e 
realização de exames preventivos e etc. 
  
- Nutrição e saneamento básico (Meio ambiente) 
- Modificação na conduta de reprodução humana 
(Menos filhos por família, planejamento familiar) 
São fatores que diminuem a mortalidade infantil e o 
impacto das doenças infecciosas mais do que 
intervenções médicas. 
Como se comporta o perfil de adoecimento das 
populações ao longo das décadas e séculos. 
“Evolução progressiva de um perfil de alta mortalidade 
por doenças infecciosas para um outro onde 
predominam mortes por doenças cardiovasculares, 
neoplasias, causas externas e outras doenças 
consideradas crônico-degenerativas.” 
 
Medidas de saúde pública e técnicas de medicina 
preventiva foram responsáveis por essa mudança de 
perfil do adoecimento. 
 
A promoção de saúde deve agir no que interfere 
diariamente na vida dos indivíduos. 
Na maior parte do tempo de suas vidas, a maioria das 
pessoas é saudável, ou seja, não necessita de 
hospitais, CTI ou complexos procedimentos médicos, 
diagnósticos ou terapêuticos. 
Mas, durante toda a vida, todas as pessoas 
necessitam de água e ar puro, ambiente saudável, 
alimentação adequada, situações sociais, econômicas 
e culturais favoráveis, assim como educação e 
informação - estes, componentes importantes para a 
promoção da saúde. 
Então, para promover saúde, é preciso conhecer os 
chamados determinantes sociais da saúde; como, por 
exemplo: 
> Classe social > Etnia 
> Escolaridade > Cultura 
> Ambiente 
A partir dos anos 90 aprofundou-se a compreensão do 
sentido biopsicossocial. Saúde e doença não são mais 
considerados um estado em si, mas sim, um processo 
dinâmico. 
  
IDH (ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO):  
Desenvolvido em 1990 pelo economista Mahbub ul 
Haq, em colaboração com Amartya Sen ( Prêmio nobel 
de economia 1998). 
Vem sendo usado desde 1993 pelo Programa das 
Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) no 
seu relatório anual. 
O objetivo da criação do IDh foi se contrapor a outro 
indicador muito utilizado, o PIB (Produto Interno Bruto) 
per capta, que traz apenas a dimensão econômica 
para avaliar o desenvolvimento de uma nação 
Resume o progresso a longo prazo em 3 dimensões. 
Expectativa de vida ao nascer 
Anos médios de estudo e anos esperados de 
escolaridade 
PIB per capta 
O IDH vai de 0 a 1, quanto maior, mais desenvolvido é 
o país. 
COEFICIENTE DE GINI:  
É uma medida de verificação da desigualdade 
desenvolvida pelo estatístico italiano Corrado Gini em 
1912. 
 
 
É comumente utilizado para medir a desigualdade de 
distribuição de renda. 
Consiste em um número entre 0 a 1, onde 0 
corresponde à completa igualdade (no caso de 
rendimento, por exemplo, toda a população recebe o 
mesmo salário) e 1 corresponde à completa 
desigualdade (onde uma pessoa recebe todo o 
rendimento e as demais nada recebem) 
  
O marco inicial da promoção de saúde aconteceu no 
Canadá e foi exemplo para o mundo. 
Marc Lalonde - Ministro da Saúde no Canadá em 1974 
RELATÓRIO LALONDE  
As principais causas de morte e doença não são as 
características biológicas mas sim o meio ambiente e o 
comportamento - estilo de vida. 
Definiu quatro elementos gerais como determinantes 
de saúde: 
> Biologia > Estilo de vida 
> Ambiente > Organização da assistência à saúde 
Ele enfatizou a responsabilidade do indivíduo em 
mudar seu comportamento para melhorar a sua saúde. 
Propôs que intervenções de saúde deveriam dar 
ênfase às populações de maior risco. 
Chamou atenção para se identificar as desigualdades 
sanitárias. 
1978 - CONFERÊNCIA DE ALMA ATA  
Conferência internacional sobre cuidados primários de 
saúde. Foi a primeira declaração internacional que 
despertou e enfatizou a importância da atenção 
primária em saúde, desde então defendida pela OMS 
como chave para uma promoção de saúde de caráter 
universal. 
1986 - CONFERÊNCIA INTERNACIONAL SOBRE  
PROMOÇÃO DE SAÚDE   
Ocorreu na cidade de Ottawa e foi feito o documento 
conhecido como carta de Otawa. Uma carta de 
intenções voltada para as políticas de saúde em todos 
os países , de forma equânime e universal. 
Estabeleceu fatores de importância para o alcance de 
uma política de saúde para todos. 
Elaborou 5 frentes de ação para implementação de 
políticas públicas saudáveis. 
Elaborar e implementar políticas públicas          
saudáveis:  
> Que se expressa por diversas abordagens que 
incluem legislação, medidas fiscais, taxações e 
mudanças organizacionais que diminuam a 
desigualdade social e possibilitem mais equidade na 
saúde. Ex.: Lei seca, obrigatoriedade do uso de cinto 
de segurança, proibição de tabagismo em ambientes 
fechados. 
Criação de ambientes favoráveis à saúde:   
> Proteção do meio ambiente e a conservação de 
recursos naturais, acompanhamento do impacto que 
as mudanças ambientais produzem na saúde. Ex: 
Proibição do uso de amianto nas telhas e caixas 
d´água devido às doenças que essa substância causa 
nos trabalhadores que extraem e também em quem 
utilizava telha e caixas d’água desse material em suas 
residências. 
Desenvolvimento de habilidades e atitudes          
pessoais favoráveis à saúde:  
> Sendo imprescindível a divulgação de informação 
sobre educação para saúde. Pessoas bem informadas 
e com acesso a educação em saúde para poderem 
tomar melhores escolhas quanto à sua saúde. 
Reorientação dos serviços de saúde: 
> Priorizando uma visão abrangente e intersetorial 
recomendando abertura de canais entre os setores de 
saúde e os setores sociais, políticos, econômicos e 
ambientais. Ex.: Ações para prevenção e educação, 
medidas como a fluoretação da água. 
Reforço da ação comunitária: 
> Na fixação de prioridades, maior participação na 
tomada de decisão (empowerment- aquisição de 
poder).Em resumo, a promoção em saúde pode ser definida 
como “... é um processo dinâmico de capacitar 
 
indivíduos e comunidades para aumentar o controle 
sobre os determinantes de saúde e desta forma 
melhorar sua saúde e qualidade de vida.” 
Nutbeam, 1986 
Promoção de saúde é muito mais do que promover 
campanhas preventivas a determinadas doenças, e 
sim direcionar ações baseadas nos determinantes 
sociais da saúde. 
  
Focaliza as ações baseadas nos determinantes sociais 
de saúde. 
Mudança social e do meio ambiente 
Utiliza combinação de estratégias: 
Educação, legislação e etc… 
Integração dos diferentes profissionais da 
saúde.INTERSETORIALIDADE: Equipe 
multiprofissional 
Envolve a população como um todo 
 
> Promoção de saúde: Enfoque mais amplo, 
procurando identificar os macro determinantes sociais 
de saúde, e transformá-los favoravelmente em direção 
à saúde. 
Ex.: Facilitar o acesso a alimentos mais benéficos para 
saúde, conscientização sobre a importância da 
vacinação esclarecendo dúvidas e fake news acerca 
delas. 
> Prevenção: Se refere a uma ação antecipada, 
baseada no conhecimento da história natural da 
doença a fim de tornar improvável sua progressão. 
Ex.: Aplicação de flúor e vacinação 
 
A literatura odontológica evidencia o impacto de 
fatores sociais nas doenças bucais. 
Pessoas com baixa renda tendem a ter uma 
alimentação menos sadia, mais rica em açúcar. 
Grupos mais favorecidos escovam mais os dentes o 
que expõe mais seus dentes ao flúor. Nessas camadas 
sociais, as crianças iniciam a escovação mais 
precocemente. 
NADANOVSKI, 1993 
Estudo em países desenvolvidos 
1973 - Crianças de baixo nível sócio-econômico 
sofrem 2,5 mais cáries do que crianças de alto nível 
sócio-econômico. 
1993 - Aumentou para 9,3 vezes essa diferença 
SHEIHAM - 1991 
“Nenhuma doença, incluindo as bucais, tem sido 
debelada pelas profissões de saúde.” 
NADANOVSKI, 1991 
“Formar mais dentistas e incentivar as pessoas a 
procurar um consultório são medidas ineficazes para 
melhorar a saúde bucal.” 
“Os serviços odontológicos tiveram um impacto 
desprezível na melhoria da saúde bucal infantil.” 
DÉCADA 1980  
O estado e a previdência social 
INPS (Instituto Nacional de Previdência Social) 
Tratar os doentes individualmente - Assistência à 
saúde 
O INPS era uma caixa de previdência social que foi 
constituída por décadas. Grupos organizados de 
profissionais organizados tinham uma porcentagem do 
salário descontado e depositado nesse fundo que era 
usado para despesas com assistência à saúde e 
aposentadorias. 
O INPS gerenciava ações da previdência mas também 
era subordinado ao Ministério da Saúde. Corrupções e 
fraudes levaram esse sistema ao colapso. 
Com o colapso do sistema pública a saúde 
complementar/privada/planos de saúde crescem. 
  
> Aumento do número de cesárias para arrecadar mais 
dinheiro 
 
> Demora na transferência de verbas para as 
instituições conveniadas fez com que as instituições 
conveniadas fizessem uma projeção maior de gastos 
porque já sabiam que o dinheiro demoraria para ser 
pago. 
> Cirurgias desnecessárias e cirurgias que não eram 
feitas mas falsificavam documentos para receber 
dinheiro 
> Medicina de grupo: Convênio , ou seja, empresas 
particulares cuja finalidade era prestar serviços 
médicos aos funcionários das empresas que os 
contratavam. 
> Baixos preços pagos pelos serviços médicos 
hospitalares pela tabela do INPS -> Os hospitais 
falsificavam o número de atendimentos e 
procedimentos para receber mais verba do INPS 
> Falta de controle sobre a verba e corrupção 
> O INPS começa a usar parte dos recursos da 
Previdência Social. 
> MPAS - INPS mais ampliado abrangendo a saúde e 
a previdência. 
Com a origem do MPAS a aposentadoria fica 
ameaçada porque o dinheiro que antes era reservado 
somente para a aposentadoria estava sendo utilizado 
também na assistência à saúde. 
O perfil epidemiológico da população ainda 
apresentava alta taxa de mortalidade em comparação 
a outros países na época. 
 
Os acidentes de trabalho na época contribuíram muito 
para o aumento da taxa de mortalidade e além das 
mortes causadas, também deixavam muitos 
trabalhadores incapacitados. Os acidentados no 
trabalho começam a inchar a previdência social e 
aumentar a informalidade no Brasil. 
Descontrole inflacionário 
Urgência pela democracia (Eleições diretas em 1989) 
Impulso da constituição cidadã de 1988 
Hospitais em situações precárias 
Epidemia de cólera e dengue 
Embate entre o setor público e privado 
Reorganização incipiente do sistema de saúde, ainda 
privilegiando o setor privado . 
  
Todo poder e recurso que era centrado no Ministério 
da Saúde passa a ser descentralizado e dividido com 
estados e municípios. 
Surge o SUDS (Sistema Único Descentralizado de 
Saúde). Respaldado pela nova constituição. 
A constituição de 1988 
Título VIII 
Da ordem social 
Seção II 
Da Saúde 
Mudança do conceito: 
Seguro social -> Seguridade social 
Seguridade social: 
Todos a partir desse momento independentemente de 
contribuírem ou não compulsoriamente para a saúde 
teriam direito ao serviço de saúde. 
ARTIGO 198 
I - Descentralização: Poder e recursos antes 
concentrados no Ministério da Saúde foram divididos 
com governos estaduais e municipais. 
II - Atendimento integral: Todas as pessoas têm direito 
ao SUS independentemente de sua condição social. Os 
usuários do sistema têm acesso desde consultas até 
procedimentos complexos como transplantes de 
órgãos. 
 
III - Participação da comunidade: A comunidade tem 
suas demandas ouvidas. 
  
Dispõe sobre as condições para promoção, proteção e 
recuperação da saúde, a organização e o 
funcionamento dos serviços correspondentes e dá 
outras providências. Foram definidos então: 
Princípios 
Diretrizes 
Normas operacionais 
Saúde como direito de todos 
Saúde como dever do estado 
Pacto pela saúde 
  
Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão 
do SUS e sobre as transferências intergovernamentais 
de recursos financeiros na área da saúde e dá outras 
providências. 
Artigo 1º 
I - Conferênciasde saúde: 
Eventos abertos que ocorrem a cada quatro anos para 
os conselhos de saúde mostrarem à população o que 
foi feito durante o período de vigência dele com a 
verba recebida do governo federal. Não ocorrem em 
anos de eleição municipal para não haver influência 
política. 
II - Conselhos de saúde 
Órgãos deliberativos formados com atuação 
permanente, com uma mudança a cada 4 anos. 
Metade do grupo será formado por profissionais de 
saúde e a outra metade formada por usuários do 
sistema público de saúde e juntos eles se reúnem 
mensalmente para planejar e monitorar como serão as 
ações de saúde no seu local de atuação. 
Todo município precisa ter um conselho de saúde 
atuante, se o município não tiver um conselho de 
saúde ele não tem acesso à verba federal. Nesses 
espaços, a população irá expressar suas demandas. 
Artigo 4º 
I - Fundo nacional de saúde: Conta bancária onde o 
Ministério da saúde deposita a verba para os 
municípios. 
II - Conselho de saúde 
III - Plano de saúde: Planejamento de saúde para cada 
4 anos 
IV - Relatório de gestão: Relatório avaliando o que foi 
feito de acordo com o plano de saúde feito 
anteriormente 
V - PCCS (Plano de cargos e Salários) que deve ser 
implantado para garantir proteção jurídica para a 
realização do seu trabalho. 
VI - Contrapartida de recursos: Cada estado e 
município deve ter uma contrapartida financeira para a 
saúde pública. 
 
PRINCÍPIOS DOUTRINÁRIOS  
Características essenciais para a existência do sistema 
de saúde. Esses três princípios funcionam em 
conjunto, se um não é cumprido, os outros são 
afetados. 
Universalidade: O acesso deve ser garantido a todo e 
qualquer cidadão brasileiro e/ou estrangeiro que esteja 
no território brasileiro. O SUS é um sistema de 
proteção social. 
Equidade: Garantir que a necessidade de cada 
paciente seja atendida. 
Integralidade: Atendimento integral desde o nível de 
atenção básica à saúde até transplantes, cirurgias e 
demais procedimentos complexos. 
DIRETRIZES 
Orientações que podem ser seguidas em maior ou 
menor grau para melhoria do funcionamento do 
sistema de saúde. 
Descentralização: O poder e recurso antes 
concentrado no Ministério da Saúde é redistribuído 
com os governos estaduais e municipais. 
Regionalização: O serviço de saúde oferecido no sus é 
realizado em determinado território espacial e as 
ofertas de ações devem ser cada vez mais localizadas. 
 
Levar os serviços de saúde para mais perto da 
população.Ex.: Unidades de saúde em bairros. 
Hierarquização: Priorizar o oferecimento dos serviços 
de acordo com as necessidades da população e com o 
nível de cada serviço. Ex: Atenção básica é ofertado 
para todos os locais; transplantes são feitos em 
hospitais específicos. 
Complementariedade do setor privado: O setor privado 
deve ser um complemento à saúde pública. 
Igualdade da assistência: Enquanto ao direito à saúde 
todos têm direitos iguais. 
 
 
  
NOB SUS 91: 
Estabelece transferência dos recursos do INAMP’s 
para estados e municípios, pagamentos por produção, 
avaliação pela quantidade, 
NOB SUS 93: 
Modelo de gestão incipiente, semi plena e parcial, 
comissões intergestoras. 
NOB SUS 96: 
Conceito ampliado, incentivos PACS e PSF, PAB fixo e 
variável 
NOB SUS 02: 
Papel do gestor estadual e regionalização (PDC), 
gestão de AB ampliada, organização dos serviços de 
média complexidade, qualificação das microrregiões 
de assistência à saúde,política de alta complexidade 
(PPI), SIOPS, emenda 29/00 (LC 141 de 03/01/12 - 
percentuais mínimos de investimento) 
PACTO PELA SAÚDE - 2006: Feito para fortalecer a 
estrutura da saúde no Brasil. Contratos organizativos 
de saúde assinados pelas esferas diferentes de 
organização da saúde que regulamentam as 
responsabilidades de cada esfera. 
*NOB: Normas Operacionais Básicas 
  
Os recursos são alocados de acordo com a 
necessidade de cada município obedecendo o 
princípio doutrinário de equidade. 
Bloco financeiro de atenção básica: 
PAB fixo e variável 
Bloco financeiro da média e alta complexidade: 
MAC e FAEC 
Bloco financeiro da assistência farmacêutica: 
Medicamentos excepcionais, especiais e da farmácia 
básica 
Bloco financeiro da vigilância em saúde: 
Vigilância sanitária, epidemiológica e ambiental 
Bloco financeiro de gestão: 
Financiamento de todas as ações de gestão 
Em 2017, no Governo Temer, o SUS legal foi criado e 
alterou a organização dos blocos de financiamento. A 
união dos blocos foi feita visando a otimização dos 
recursos, porém o controle sobre o uso foi diminuído. 
Blocos 1,2,3 e 4 foram agrupados e receberam 95% do 
orçamento. 
 
 
 
Epi = Sobre 
Demos = População 
Logos = Estudo 
“Estudo do que ocorre em uma população” 
É o estudo da distribuição dos eventos de 
saúde-doença e de seus determinantes em 
populações específicas, e a aplicação desse estudo 
para controle dos problemas de saúde. 
Parte de dois pressupostos: 
> A doença não se distribui ao acaso na população 
> O conhecimento dos fatores associados à ocorrência 
das doenças tem aplicação no seu controle e na sua 
prevenção. 
A epidemiologia tem respaldo legal: 
> Sus, Lei 8080 de 1990: 
“Utilização da epidemiologia para o estabelecimento de 
prioridades, alocação de recursos e orientação 
programática.” 
> PNSB (Política nacional de saúde bucal), 2004: 
“Usar a epidemiologia subsidiando o planejamento - as 
ações devem ser precedidas de um diagnóstico das 
condições saúde doença…" 
 
Dado: Informação bruta, não trabalhada 
Informação: Dado trabalhado, agregado a uma 
avaliação. 
Ex.: 
Dado: “315 óbitos de crianças menores de 1 ano 
ocorreram em Natal, em 2002.” 
Se relacionarmos esse dado com o número de 
nascidos vivos, fica mais fácil de comparar e analisar. 
-> Em 2002 o total de nascidos vivos nesta mesma 
capital foi de 13.286, então o índice de mortalidade 
infantil nesta capital é de 23,7 óbitos para cada 1000 
nascidos vivos. 
 
 
 
Mortalidade é o número de mortes total 
Morbidade é o grau de dano que uma doença causa 
no paciente 
Osindicadores de morbidade são: 
> Prevalência: Percentual de pessoas com uma 
determinada condição clínica em um dado momento. É 
um dado estático. 
Cálculo: Número total de casos . = ? x 10^4 
 Número total de habitantes do local 
> Incidência: Percentual de casos novos num período 
de tempo. É a expressão do fator de risco. É uma 
medida dinâmica. Se soma a prevalência. 
Para alguns desses indicadores, o cálculo é feito da 
ocorrência para cada 1000 habitantes (como no 
coeficiente de mortalidade geral), 100.000 (como no 
coeficiente de mortalidade por causa específica ou 
para determinadas faixas etárias). 
  
> Coeficiente geral de mortalidade: Mede o risco de 
morte por todas as causas em uma população em um 
dado local e período de tempo. 
CMG: Nº de mortes em dado local e período x 10³ 
 População do mesmo local e período 
> Coeficiente de mortalidade infantil: Mede o risco 
de morte para crianças menores de 1 ano de idade em 
dado local e período. 
CMI: Nº de mortes de crianças menores de 1 ano x 10³ 
 Nº de nascidos vivos no local e período 
> Coeficiente de letalidade: Proporção de óbitos 
ocorridos entre indivíduos afetados por um 
determinado agravo à saúde. Expressa a gravidade de 
uma doença ou agravo específico. 
Ex.: Óbitos de pacientes com cardiopatia congestiva/ 
Número total de pacientes com cardiopatia congestiva 
Coeficientes específicos: 
 > Mortalidade por sexo > Mortalidade por idade 
 > Mortalidade por causas > Mortalidade por local 
 
 
  
EPIDEMIA:  
Surto periódico de uma doença em uma população em 
uma determinada região. 
Ex.: Epidemia de Sarampo em 2017 
ENDEMIA:  
Incidência constante de uma determinada doença, em 
uma determinada área, no decorrer de um longo 
período histórico. Tem duração contínua porém restrita 
à uma determinada área. É quando uma doença existe 
apenas em uma determinada população ou ocorre em 
proporções pequenas em outras localidades. 
Ex.: Hanseníase -> 80% dos casos diagnosticados no 
Brasil ocorrem mais nos estados do Mato Grosso, 
Pará, Maranhão, Tocantins, Rondônia e Goiás. Essas 
áreas fazem parte da Amazônia legal, onde as 
populações estão mais dispersas e têm dificuldade de 
acesso às unidades básicas de saúde. 
SURTO 
Acontece quando há o aumento repentino no número 
de casos em uma região muito específica. Para ser 
considerado surto o aumento deve ser maior do que o 
esperado pelas autoridades. 
Em algumas regiões (Como Itajaí - SC), a dengue é 
tratada como um surto (e não como epidemia), pois 
acontece em regiões muito específicas(como um 
bairro, por exemplo). 
PANDEMIA 
É uma epidemia que atinge grandes proporções, 
podendo se espalhar por um ou mais continentes ou 
por todo o mundo, causando inúmeras mortes. 
Ex.: Coronavírus, AIDS, tuberculose, peste negra. 
 
Os estudos epidemiológicos se dividem em dois 
grandes grupos, observacionais e experimentais e 
estes dois têm mais subdivisões.. 
Experimental: É feita uma intervenção em um paciente 
ou em uma população e verifica-se o comportamento 
da intervenção. 
Observacional: O panorama epidemiológico é 
estudado e observado sem nenhuma intervenção. 
Estudos observacionais descritivos: 
  
A avaliação é realizada em pelo menos dois momentos 
diferentes. A informação é feita com base no 
comportamento. A relação de causa-efeito é verificada 
ao longo do tempo, cada indivíduo é acompanhado no 
tempo, seja no sentido: Retrospectivo(passado) ou 
prospectivo (futuro). 
RETROSPECTIVO -> CASO CONTROLE  
É um estudo retrospectivo no qual se compara dois 
grupos: 
- Caso: Indivíduos com a doença 
- Controle: Indivíduos sem a doença 
Ex.: Pessoas com e sem câncer de boca. Ambos 
grupos respondem um questionário onde informam 
seus hábitos de vida pregresso (se trabalhavam se 
expondo ao sol, se bebiam e se fumavam). Os 
resultados são comparados e o risco relativo 
associado a cada fator pode ser estimulado. 
PROSPECTIVO -> COORTE   
São estudos prospectivos, onde grupos de indivíduos 
com ou sem fator de exposição (EX.: HAS), que ainda 
não desenvolveram determinada doença (desfecho) 
são seguidos durante um período de tempo para se 
verificar se desenvolvem um determinado 
desfecho(ICC). 
São estudos que procuram verificar a frequência de 
um determinado agravo na presença ou na ausência 
de um determinado fator condicionante/determinante 
(exposição). 
> Transversal: A avaliação é feita em apenas um 
momento.  
 
  
Todas as medições são feitas num único momento, 
não existindo, portanto, período de seguimento dos 
indivíduos. Normalmente, tem o objetivo descritivo sem 
nenhuma hipótese para ser avaliada. São mais rápidos 
e fáceis de se realizar do que os estudos que exigem 
acompanhamento. Também pode ser chamado de 
“levantamento”. 
Esse tipo de estudo serve para identificar a prevalência 
de uma doença, ou seja, o número de casos no 
momento e não ao longo de um período. É um dado 
estático. 
  
Nesse tipo de estudo a unidade de análise é uma 
população e não o indivíduo. Esta população em geral 
pertence a uma área definida geograficamente (cidade, 
estado). Busca avaliar como o contexto social e 
ambiental pode afetar a saúde de grupos 
populacionais. Esse tipo de estudo é muito relevante 
para a saúde coletiva. 
 
São estudos que descrevem casos peculiares, pode 
ser o relato de um caso ou uma série de casos (não 
mais do que três casos). 
RELATO DE CASO  
É uma descrição detalhada de casos clínicos, 
contendo características importantes sobre sinais, 
sintomas e outras características do paciente e 
relatando os procedimentos terapêuticos utilizados, 
bem como o desenlace do caso. Importante no estudo 
de doenças raras. 
SÉRIE DE CASOS 
É uma análise de casos feita a partir de sistemas de 
informação, prontuários, etc. Dados de instituição são 
utilizados para apresentar de forma organizada os 
resultados dos tratamentos e outras informações 
relevantes. Devem ser baseados em casos onde há 
uniformidade de tratamento. Não são estudoscomparativos. Podem oferecer opinião sobre etiologia, 
prevenção e terapêutica. 
  
ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO  
O objetivo é testar a eficácia de uma intervenção 
terapêutica ou preventiva sobre determinada doença. 
É ideal para testar a eficácia de uma intervenção. 
Grupos de pacientes selecionados 
Estudo prospectivo 
Compara uma substância que está em teste a um 
placebo. 
ENSAIO DE CAMPO 
É semelhante ao ensaio clínico, mas a população 
estudada não são pacientes e sim pessoas livres de 
doença e presumivelmente em risco. Os dados são 
coletados da população em geral. São mais caros e de 
maior duração de tempo. Também devem buscar a 
randomização. 
ENSAIO COMUNITÁRIO  
Intervenção em nível de comunidades, ao invés de 
indivíduos, apenas. 
Usado para avaliar a eficácia de intervenções que 
busquem a prevenção primária através da modificação 
dos fatores de risco em uma população. 
É conduzido dentro de um contexto socioeconômico de 
uma população naturalmente formada. 
Limitações: Difícil de isolar a comunidade estudada. 
CONCLUSÕES:  
Todos os achados devem se referir a populações 
As doenças ou problemas de saúde não ocorrem ao 
acaso 
O conhecimento epidemiológico nos traz o 
comportamento. 
  
Conceito clássico: Isolamento e quarentena 
Conceito moderno: Inteligência epidemiológica = Obter 
e dispor de informações secretas. 
 
Vigilância epidemiológica (1960): Definida pela Lei n° 
8.080/90 como “um conjunto de ações que proporciona 
o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer 
mudança nos fatores determinantes e condicionantes 
de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de 
recomendar e adotar as medidas de prevenção e 
controle das doenças ou agravos”. 
A vigilância na prática da saúde pública inclui: 
Vigilância epidemiológica 
Vigilância sanitária (regulação e fiscalização sanitária) 
Pesquisa (avaliação de eficácia, acessibilidade e 
qualidade dos serviços de saúde) 
Investigação e desenvolvimento de novas propostas 
em saúde pública 
 
 
 
Vigilância epidemiológica 
+ 
Vigilância sanitária 
+ 
Vigilância ambiental 
+ 
Vigilância do trabalho 
= 
Atuação de forma integrada (Vigilância em saúde) 
 
“Conjunto de ações que proporciona o conhecimento, 
a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos 
fatores determinantes e condicionantes da saúde bucal 
individual ou coletiva.” 
  
Cobertura de primeira consulta odontológica 
programática: 
Número total de primeiras consultas odontológicas 
programáticas realizadas em determinados locais e 
período/população no mesmo local e período x 100 
Cobertura da ação coletiva (escovação 
supervisionada): 
Média anual de pessoas participantes na ação coletiva 
Escovação Dental Supervisionada realizada em 
determinado local e período / população no mesmo 
local e período x 100 
Média de procedimentos odontológicos básicos 
individuais: 
Número de procedimentos odontológicos básicos 
individuais em determinado local e período/população 
no mesmo local e período 
Proporção de procedimentos odontológicos 
especializados em relação aos procedimentos de 
atenção básica: 
Número de procedimentos odontológicos 
especializados realizados em um determinado local e 
período/Número total de procedimentos odontológicos 
individuais realizados em determinado local e período. 
O ideal é que o número de atendimentos da atenção 
básica seja maior do que os especializados, se a 
população tem mais atendimentos especializados é um 
indicador de que o modelo de atenção à saúde no 
município está falhando na vigilância e atenção básica. 
 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8080.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8080.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8080.htm
 
Infraestrutura 
> Instalações elétricas e iluminação 
> Instalações hidrosanitárias 
> Proteção radiológica 
Documentação e condições para funcionamentos 
de serviços odontológicos 
> Equipe odontológica 
> Licença ou alvará de funcionamento 
> Documentação odontológica (Prontuário clínico, 
atestado odontológico, receitas) 
Preocupações e riscos ocupacionais 
Imunização dos profissionais de saúde (vacinas) 
Riscos ocupacionais (físicos, químicos e ergonômicos) 
Acidentes de trabalho 
Higienização das mãos 
EPI’s 
gerenciamento de resíduos 
Processamento de artigos e superfícies 
 
Portaria MS/MG 3120/1998 
“[...] uma atuação contínua e sistemática, ao longo do 
tempo, no sentido de detectar, conhecer, pesquisar e 
analisar os fatores determinantes e condicionantes dos 
agravos à saúde relacionados aos processos e 
ambientes de trabalho, em seus aspectos 
tecnológicos, social, organizacional e epidemiológico, 
com a finalidade de planejar, executar e avaliar 
intervenções sobre esses aspectos, de forma a 
eliminá-los e controlá-los. 
Protocolos atualizados de biossegurança 
Educação da equipe de saúde bucal 
Identificação dos riscos relacionados ao trabalho 
Gerenciamento do atendimento e apoio médico 
nos centros de trabalho. 
“[...] Um conjunto de ações que proporcionam o 
conhecimento e a detecção de mudança nos fatores 
determinantes e condicionantes do meio ambiente que 
interferem na saúde humana, com a finalidade de 
identificar as medidas de prevenção e controle dos 
fatores de riscos ambientais relacionados às doenças 
ou a outros agravos à saúde.” (Instrução normativa 
01/SVS, de 7 de Março de 2005) 
*Novas vigilâncias surgem de acordo com a demanda: 
Vigilância de tecnologias médicas, farmacovigilância, 
vigilância de traumas e lesões, vigilâncias de doenças 
crônicas, e etc. 
  
Trabalham com riscos ou fatores determinantes e 
condicionantes de doenças e agravos 
Atuação em territórios delimitados 
Política pública, um caráter intersetorial 
Intervenção sobre problemas que requerem atenção e 
acompanhamento contínuos 
Adoção do conceito de risco 
Articulação entre promoção de saúde, prevenção, 
terapêutica e reabilitação 
 
 
No Brasil foram feitos quatro levantamentos de 
epidemiologia em saúde bucal, respectivamente, em 
1986,1996, 2003 e 2010. Foram todos nacionais e 
amostrais, não examinou a população inteira e sim 
uma parcela significativa da população. 
1986: 
Avaliou cárie, doença periodontal e necessidade de 
prótese e acesso em apenas 16 capitais brasileiras 
(apenasna região urbana). A pesquisa foi realizada 
em crianças, adolescentes, adultos e idosos. 
 
1996: 
Avaliou apenas cárie em crianças de 6 a 12 anos em 
escolas (públicas e privadas) das 27 capitais. 
2003: 
SB Brasil: Condições de saúde bucal na população 
brasileira, o maior em número de exames bucais. 
> Foram estudados 250 municípios, mais de 100 mil 
pessoas foram examinadas em domicílios e escolas e 
2 mil trabalhadores estiveram envolvidos nesse 
levantamento. 
> Incorporou outras faixas etárias e outros agravos 
(fluorose e oclusopatias) frente aos levantamentos 
anteriores, além de informações socioeconômicas e 
sobre acesso e autopercepção em saúde bucal. 
2010: 
> Foram examinadas 37.519 indivíduos, número 
menor que em 2003 
> Participaram 150 municípios do interior de diferentes 
portes populacionais, as 26 capitais e o distrito federal, 
totalizando 177 municípios. 
> Em relação ao levantamento de 2003, acrescentou 
alguns índices. Ex.: Trauma e alterou outros como CPI 
e uso de próteses. 
> Cerca de 2000 trabalhadores do sus das três esferas 
governamentais estiveram envolvidos nesse 
levantamento. 
> As faixas etárias avaliadas foram 5,12,15 a 19, 35 a 
44 e 65 a 74 anos de idade. 
> Os problemas de saúde bucal investigados foram: 
- Cárie 
- Oclusopatias 
- Doença periodontal 
- Para população de 12 anos: Fluorose dentária e 
traumatismo (fratura coronária e avulsão).* Esse dado 
não foi observado no levantamento de 2003. 
- Estimou a necessidade de tratamento para cárie 
- Estimou a prevalência e a gravidade da dor de 
origem dentária. 
- Obteve dados do perfil socioeconômico, a utilização 
de serviços de SB, a autopercepção e os impactos na 
saúde bucal. 
  
> Os dois levantamentos tiveram desempenho 
semelhante 
> Foram amostrais mas a amostra de 2003 foi maior 
> Verificaram os mesmos agravos porém em 2003 a 
faixa etária de 18 a 36 meses foi vista e exame de 
sangramento aos 5 anos foi feito. 
> O levantamento feito em 2010 inovou trazendo 
dados sobre trauma e modificou o CPI (Índice de 
doença periodontal comunitário). 
> Ambos usaram os mesmos índices: CPOd/Ceo 
(cárie), CPI, DAI (Oclusão) e o Índice de Dean para 
fluorose. 
  
Cárie - CPOD (Dentes Cariados, Perdidos e 
Obturados: 
> Surgiu na década de 30, o CPO-d avalia em que 
medida a cárie está ou esteve afetando os dentes. 
> Devido a sua alta prevalência, a simples mensuração 
de indivíduos que são acometidos pela cárie não teria 
muito valor para coleta de dados. 
> Pode ser interpretado pelo seu valor absoluto ou 
pelos seus componentes. 
> Não diminui com a vida, é cumulativo. Quanto maior 
o seu número maior a experiência de cárie. 
CPI - Índice de Saúde Periodontal Comunitário: 
> Esse índice requer a utilização de uma sonda com 
ponta esférica de 0,05mm e área anelada em preto 
situada entre 3,5 a 5,5mm na ponto. 
 
 
A boca do paciente é dividida imagináriamente em 
sextantes. 
> Centrais superiores 
> Centrais inferiores 
> Posteriores esquerdo superiores 
> Posteriores esquerdos inferiores 
> Posteriores direitos superiores 
> Posteriores direitos inferiores 
Cada sextante tem um dente índice que será avaliado. 
Na região posterior os molares são os dentes índices e 
na região central os incisivos são os dentes índices. 
 
Os 10 dentes íntegros são examinados e apenas 6 são 
registrados: 1 para cada sextante, relativa a pior 
condição encontrada. 
Os códigos utilizados são: 
0 = Sextante hígido 
1 = Sextante com sangramento (observado 
diretamente ou com espelho, após sondagem). 
2 = Cálculo (Qualquer quantidade detectada no 
exame) 
3 = Bolsa de 4mm a 5 mm (Margem gengival na área 
preta da sonda) 
4 = Bolsa de 6 mm ou mais (Área preta da sonda não 
visível) 
Quando não há no sextante pelo menos dois dentes 
remanescentes e não indicados para extração, 
cancelar o sextante marcando “X”. 
DAI (Índice de Estética Dentária): 
Formado pela combinação de 3 medidas. 
Dentição (nº de dentes perdidos) 
 Espaços (Apinhamento de dentes e diastemas) 
Oclusão (Overjet, mordida aberta e etc.) 
 
Índice de Dean - Fluorose: 
Criado em 1930, estabelece valores crescentes de 
acordo com a gravidade da fluorose. 
 
O esmalte superficial liso, brilhante e geralmente na 
cor branca bege pálida. 
  
O esmalte apresenta leves aberrações na translucidez 
do esmalte normal, que podem variar desde pequenos 
traços esbranquiçados até manchas ocasionais. 
  
Áreas pequenas e opacas de cor branca, porosas e 
dispersas irregularmente sobre o dente, mas 
 
envolvendo menos de 25% da superfície dentária 
vestibular. 
  
Opacidade branca do esmalte mais extensa do que a 
do código 2 mas recobrindo menos de 50% da 
superfície vestibular. 
  
Superfície do esmalte apresentando desgaste 
acentuado e manchas marrons, frequentemente 
alterando a anatomia do dente. 
  
Superfície do esmalte muito afetada e hipoplasia tão 
acentuada que o formato geral do dente pode ser 
afetado. Existem áreas com fóssulas ou desgastes e 
manchas marrons espalhadas por toda parte; os 
dentes frequentemente apresentam aparência de 
corrosão. 
Trauma dentário: 
> Foi visto apenas em 2010 para a idade de 12 anos. 
Foram utilizados os critérios que indicavam sinais de 
fratura coronária e avulsão dentária. Para este exame 
foram considerados os incisivos superiores e inferiores 
permanentes. 
Os incisivos foram classificados: 
 - Nenhum traumatismo 
 - Fratura de esmalte 
 - Fratura de esmalte/dentina 
 - Fratura com exposição pulpar 
 - Ausência devido à trauma 
 
No Brasil, utilizam-se os termos “Atenção básica” e 
“Atenção primária à saúde” como sinônimos, 
embora tenham algumas diferenças conceituais, os 
dois se referem ao Primeiro nível de Atenção à Saúde. 
O que é a Atenção Primária/básica à Saúde? 
“ A atenção primária é aquele nível de um sistema de 
serviço de saúde que oferece a entrada no sistema 
para todas as novas necessidades e problemas, 
fornece a atenção sobre a pessoa (não direcionada 
para a enfermidade) no decorrer do tempo, forneceatenção para todas as condições, exceto as muito 
incomuns ou raras, e coordena ou integra a ação 
fornecida em algum outro lugar ou por terceiros.” 
(STARFIELD, 2002) 
“ A atenção básica caracteriza-se por um conjunto de 
ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, que 
abrange a promoção e a proteção da saúde, a 
prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, 
a reabilitação, redução de danos e a manutenção 
da saúde com o objetivo de desenvolver uma atenção 
integral que impacte na situação de saúde e 
autonomia das pessoas e nos determinantes e 
condicionantes de saúde das coletividades. É 
desenvolvida por meio de exercícios de práticas de 
cuidado e gestão, democráticas e participativas, sob 
forma de trabalho em equipe, dirigidas a populações 
de territórios definidos, pelas quais assume a 
responsabilidade sanitária, considerando a 
dinamicidade existente no território em que vivem as 
populações” (BRASIL, 2011) 
 
 
 
Na atenção primária o clínico atende e na atenção 
secundária o especialista realiza os procedimentos 
episódicos referentes a sua determinada especialidade 
odontológica. 
Portaria 2488 de Outubro de 2011 regula a atenção 
primária: 
APS - Primeiro contato do usuário com o sistema de 
saúde e organizador dos fluxos para os demais níveis 
de atenção. 
APS - Responsável (como equipe) pela resolução de 
problemas de saúde da população da área de 
abrangência por meio de ações de promoção, 
prevenção, assistência e recuperação de saúde. 
APS - Reordenadora da rede assistencial do SUS: 
Inicialmente, o SUS foi pensado como um sistema 
hierárquico dos níveis de atenção à saúde. 
Sistema fragmentado de saúde: 
 
A atenção primária como uma reordenadora do 
cuidado à saúde, é constituída por redes de atenção à 
saúde temáticas que forneceriam atendimentos 
especializados à indivíduos que necessitam, sem que 
tenha que ir para o 2º nível de atenção à saúde. 
Redes de integradas de atenção à saúde 
 
APS - Conceito revisado: 
“Estratégia flexível, caracterizada através de um 
primeiro contato entre pacientes e equipe de saúde, 
que garante uma atenção integral à saúde sustentado 
por recursos humanos cientificamente qualificados e 
capacitados, a um custo adequado e sustentável, que 
transcende o campo sanitário e inclui outros setores; 
organizada em coordenação com a comunidade e 
concatenada com os demais níveis da rede sanitária 
para proteger, restaurar e reabilitar a saúde dos 
indivíduos, das famílias, e da comunidade, em um 
processo conjunto de produção social de saúde.” 
( Campos e Col, 2006) 
 
 
> Acesso ao primeiro contato com o sistema de 
saúde (exceto as verdadeiras urgências e 
emergências que são encaminhadas para rede de 
atenção a urgências e emergências, por exemplo, 
SAMU) 
 
> Longitudinalidade: Existências de uma fonte 
contínua de atenção, assim como sua utilização ao 
longo do tempo. 
> Integralidade: Ações que o serviço de saúde deve 
oferecer para que os usuários recebam atenção 
integral, tanto do ponto de vista do caráter 
biopsicossocial do processo saúde-doença, como 
ações de promoção, prevenção e cura. 
> Coordenador da atenção: O provedor de atenção 
primária deve ser capaz de integrar todo cuidado que o 
paciente recebe através da coordenação de serviços. 
 
> Atenção à saúde centrada na família (orientação 
familiar): Na avaliação das necessidades individuais 
para a atenção integral deve-se considerar o contexto 
familiar e seu potencial de cuidado e, também, de 
ameaça à saúde, incluindo uso de ferramentas de 
abordagem familiar. 
 
 
O recurso financeiro para atenção básica vem do 
ministério da saúde por duas formas, o piso de 
atenção básica fixo e o piso de atenção básica 
variável. 
 
Pelo viés da qualidade, induz a mudança de modelo 
por meio da Estratégia de Saúde da Família e outros 
programas específicos (EAB, ESF Ribeirinhas, ESF 
Fluvial, consultórios de rua). 
Cria um componente de qualidade, avalia, valoriza e 
premia equipes e municípios, garantindo o aumento de 
repasse de recursos em função da contratualização de 
compromissos e do alcance de resultados (PMAQ AB). 
Brasil, 2012. 
 
Objetivos e princípios: 
> Reorganizar a prática de atenção à saúde 
> Consciência sanitária - o estímulo à construção de 
uma consciência participativa, a ser conquistada, 
permitindo, com as formas possíveis, dar início ao 
pretendido processo de controle social. 
> Linha do cuidado - Fluxos que impliquem em ações 
resolutivas centradas no acolher, informar, atender e 
encaminhar se necessária e também a compreensão 
dos diferentes ciclos de vida das pessoas e o cuidado 
necessário em cada um desses ciclos de vida. 
> Levar saúde para mais perto das famílias 
> Equipe multiprofissional formada por médico, 
enfermeiro, técnico de enfermagem e agentes 
comunitários de saúde. 
A equipe de saúde bucal não fazia parte da equipe 
mínima de saúde da família. Não é obrigatório que se 
tenha a equipe de Saúde Bucal para que se instale o 
trabalho de Estratégia da Saúde da Família. 
 
> Promoção da saúde (Prevenção de doenças) 
> Recuperação integral e contínua da saúde 
> Vínculo profissional/família 
> Descentralização de serviços 
> Trabalho intersetorial 
> Garantia de acesso aos serviços locais 
> Constitui atenção primária (porta de entrada) 
 
 
> Processo de territorialização e mapeamento da área 
de atuação da equipe, identificando grupos, famílias e 
indivíduos expostos a riscos. 
> Realizar o cuidado em saúde da população adscrita 
ou que tenha procurado a unidade de saúde . 
> Atender na unidade de saúde, no domicílio e nos 
demais espaços comunitários (escolas, associações, 
entre outros), com garantia da integralidade da 
atenção. 
> Atender a demanda espontânea e programada e 
realizar busca ativa e notificação de doenças e 
agravos de notificação compulsória. 
> Realizar a escuta qualificada das necessidades dos 
usuários, proporcionando atendimento humanizado e 
estabelecimento do vínculo. 
> Promover a participação da comunidade 
> Garantir a qualidade do SIAB - E-SUS - Suspensãodo repasse de recursos do Bloco da Atenção 
Básica pelo não envio de informação (produção) 
por meio de SISTEMA DE INFORMAÇÃO DA AB 
VIGENTE, por três meses consecutivos . 
** Em azul - Alterado pela política de 2017. 
 
Das disposições gerais 
Princípios e diretrizes 
Atenção básica na rede de atenção à saúde 
Infraestrutura 
Tipos de unidades de saúde: 
1 . Unidade básica de saúde (UBS) e unidade de 
saúde da família (USF) 
2. Unidade básica de saúde fluvial 
3. Unidade odontológica móvel 
Funcionamento: 
1. População adscrita por equipe de Atenção Básica e 
de Saúde da Família de 2.000 a 3.500 - Arranjo flexível 
conforme necessidades locais. 
1. Até 4 (quatro) equipes por UBS com equipes de 
Atenção Básica ou Saúde da Família. 
2. Oferta de serviços essenciais ampliados 
(estratégicos) 
3. Tipos de equipe: 
ESF (Equipe de Saúde da Família): Médico de família 
e comunidade, enfermeiro especialista em saúde da 
família; auxiliar e/ou técnico de enfermagem e agente 
comunitário de saúde. 
EAB (Equipe de Atenção Básica): Médicos, 
enfermeiros, auxiliares de enfermagem e/ou técnico de 
enfermagem. 
ESB (Equipe de Saúde Bucal): Cirurgião dentista 
especialista em Saúde da Família e um técnico em 
Saúde Bucal e/ou Auxiliar de Saúde Bucal. 
 
> Caráter substitutivo deixa de ser uma orientação 
da PNAB 
> Definição do território, mapeamento da área adscrita 
e diagnóstico situacional em USF, mas não na UBS. 
> Atualização do cadastros das famílias - os usuários 
podem se consultar em qualquer unidade. Isso foi 
possível com a implantação do prontuário 
eletrônico na UBS/ESF. 
> Cuidado familiar ampliado 
> Programação das ações pelo critério de risco x 
demanda espontânea 
> Ações educativas processo saúde/doença 
> Assistência básica integral e contínua - serviços 
essenciais na UBS, como pré-natal, 
acompanhamento de hipertensos e diabéticos, 
procedimentos cirúrgicos de pequena 
complexidade e aplicação de vacinas. 
> Humanização 
> Urgências e emergências passam a ser atividade 
do pronto socorro e UPAS 
> Trabalho interdisciplinar e em equipe 
> Ações intersetoriais 
> Participação comunitário no controle social 
 
-> Em azul - Mudanças a partir da política de 2017 
 
É uma área ou conjunto de áreas. É de grande 
importância para o planejamento e avaliação em saúde 
de um município. É a divisão territorial utilizada para a 
análise espacial dos dados em um determinado 
município (IBGE). Pode ser rural ou urbano. 
Os serviços de saúde se organizam a partir de uma 
base territorial, mencionado no SUS como princípio da 
regionalização. 
Propõe delimitar a área de um serviço de saúde, ou de 
atuação do ACS, ou de uma equipe de saúde da 
família; aproximando cada vez mais a saúde do 
cidadão. 
  
Montagem dos territórios em municípios onde ainda 
não há um serviço de atenção primária instalado. Cada 
território ainda é subdividido em sub áreas menores, 
que são áreas com cerca de 400 a 750 pessoas. Cada 
agente comunitário de saúde (ACS) é responsável por 
uma subárea. 
 
Mapeamento é o processo de elaboração de um mapa 
para orientação do trabalho sobre a região em que a 
equipe irá atuar. 
Neste mapa deve conter os principais pontos do 
território como por exemplo, igrejas, unidades de 
saúde, farmácias, escolas, rios, córregos, casas com 
pessoas doentes, etc. 
 
Identifica diferentes grupos populacionais segundo 
critérios demográficos, epidemiológicos, 
socioeconômicos e culturais. 
Identifica e descreve os problemas de saúde dos 
distintos grupos. 
Analisa a situação de saúde do território. 
É feito a partir de dados secundários (IBGE), 
reconhecimento de campo (caminhadas pelo território, 
conversas com líderes comunitários) e levantamento 
demográfico de saúde e recursos e serviços. 
 
1 Equipe para o máximo de 4 mil pessoas, com uma 
equipe de 40 horas semanais. 
A equipe de atenção básica deverá cumprir carga 
horária de no mínimo 40 horas semanais. A soma da 
carga horária de cada categoria profissional deverá ser 
de, 40 horas, sendo que a carga horária de cada 
profissional não poderá ser inferior a 10 horas e o 
máximo de profissionais por categoria será de 3 
profissionais. 
Máximo de 750 por subárea por ACS e 12 ACS por 
equipe. 
Saúde bucal modalidade I e II 
1 enfermeiro para 30 ACS 
Um gerente por unidade de saúde com nível superior, 
preferencialmente que não acumule função. 
O exercício da profissão do agente comunitário em 
saúde é regulamentado pela Lei nº11.350/2006 
ACS com certificado de técnico em enfermagem terão 
mais funções, que não serão restritas ao combate a 
epidemias, mas também medir pressão, verificar 
glicemia e fazer curativos. 
 
O exercício da atividade profissional de agente 
comunitário de saúde deve observar a Lei nº 
10.507/2002, que cria a profissão de agente 
comunitário de saúde. 
Decreto nº 3.189/1999 fixa as diretrizes para o 
exercício da atividade de agente comunitário de saúde. 
Lei nº 11.350/2006 resolve que as atividades do agente 
comunitário de saúde e de agente de combate a 
endemias, passam a reger-se pelo disposto nesta lei. 
Artigo 6º da lei 11.500/2006 - Requisitos para os ACS: 
 
I - Residir na área da comunidade em que atuar, desde 
a data da publicação do edital do processo seletivo 
público; 
II - Haver concluído, com aproveitamento, curso 
introdutório de formação e continuada; 
III - Haver concluído o ensino fundamental 
 
Desenvolver ações que busquem a integração entre 
equipe de saúde e a população adscrita à UBS; 
Trabalhar com adscrição das famílias -> Microáreas 
Cadastrar todas as pessoas de sua microárea e 
manter os cadastros atualizados. 
Orientar as famílias quanto à utilização dos serviços de 
saúde disponíveis; 
Por meio de visitas domiciliares realizar ações 
educativas individuais e coletivas nos domicílios e na 
comunidade, mantendo a equipe informada 
principalmente a respeito daquelas em situação de 
risco. 
 
 
 
 
A cárie é uma doença biofilme-açúcar dependente. As 
bactérias presentes na nossa saliva precisam se 
acumular sobreos dentes para gerar o fator biológico 
necessário para o processo da cárie se desenvolver, 
mas isso não é o suficiente. O fator determinante 
negativ o para o desenvolvimento da doença é a 
exposição frequente a açúcar e a presença de 
constante de fluoreto na cavidade bucal , que age 
como fator determinante positivo tentando 
contrabalançar o processo, sendo, entretanto incapaz 
de evitá-lo (Cury & Tenuta). 
O conceito mais atual define a cárie como uma 
disbiose , ou seja, um estado alterado da ecologia 
microbiana da cavidade oral ou trato. A disbiose é 
desencadeada pelo consumo constante de açúcar e 
não é relacionada apenas a um tipo de microrganismo, 
mas a um complexo microbiano. 
Esse complexo microbiano é formado por 
microrganismos acidogênicos, acidúricos e que 
produzem matriz intra e extracelular mediante a 
exposição de carboidratos fermentáveis, 
especialmente a sacarose. 
(ex: Streptococcus mutans - o microrganismo mais 
estudado dentro da cariologia e durante muito tempo 
foi considerado o mais relevante para o processo de 
formação da cárie. Porém, hoje é sabido que a 
Streptococcus mutans é achada em pequenas 
quantidades em lesões cariosas.) 
Na presença de um biofilme exposto a açúcar, 
bactérias metabolizam esse açúcar e ocorre 
modificação estruturalmente o biofilme e produção de 
matriz extracelular, essa matriz ajuda a reter os ácidos 
no interior do biofilme. A retenção de ácidos possibilita 
queda de Ph no interior do biofilme e possibilita a 
desmineralização do esmalte. 
A cárie por ser uma doença polimicrobiana não é 
considerada uma infecção, pois, os microrganismos 
causadores da cárie são naturais da cavidade oral e 
que não podem ser controlados com agentes 
antimicrobianos. 
O consumo frequente de açúcar é mais relevante para 
a formação da cárie e não apenas o Streptococcus 
mutans, que é um dos microrganismos encontrados 
nas lesões cariosas e em pequena quantidade quando 
comparados a outros que possuem características 
mais favoráveis a desmineralização dentária. 
 
 
 
 
 
 
Bioquimicamente a cárie é formada após episódios de 
desmineralização frequentes que ao longo do tempo 
não são compensados com episódios suficientes de 
remineralização. 
Normalmente, a saliva repõe cálcio e fosfato nos 
dentes. Porém, se a ingestão de carboidratos for alta e 
em várias vezes ao dia, a saliva não consegue repor 
os minerais em quantidade suficiente. 
 
 
Conceituando: 
A cárie dental é um processo dinâmico decorrente do 
desequilíbrio entre os fatores de DES mineralização e 
RE mineralização, sendo função direta das condições 
que mantém o Ph crítico na cavidade bucal. 
A desmineralização depende da solubilidade do cristal 
(HA - FA) e do Ph do meio bucal (Fluidos adjacentes, 
saliva e biofilme). 
 
O Ph é o fator limitante do grau de saturação da saliva, 
e consequentemente, da integridade dental. 
O Ph crítico é o qual acima dele ainda ocorre 
remineralização e abaixo ocorre desmineralização. O 
Ph crítico do esmalte dentário é 5,5 e para a dentina é 
6,7. 
O dente tem a maior parte dos cristais de 
Hidroxiapatita. Têm as apatitas mais solúveis como 
as carbonato apatitas e menos solúveis como a 
flúor apatita. 
 
O indivíduo que consome produtos com flúor como por 
exemplo água fluoretada, tem cerca de menos de 10% 
de flúor apatita no esmalte. 
A presença de um cristal menos solúvel não torna o 
dente mais resistente. 
A desmineralização depende da solubilidade do cristal 
e do Ph do ambiente ambiente (saliva e fluido do 
biofilme). 
 
 
É necessário que haja equilíbrio entre os cristais e os 
produtos iônicos. 
Qualquer variação no Ph faz com que haja aumento de 
íons hidrogênio, que é um radical livre, de carga 
positiva. Normalmente, H+ se liga ao produtos iônicos 
de carga negativa (fosfato, hidroxila). 
Com a diminuição dos produtos iônicos na cavidade 
oral ocorre um deslocamento da reação -> perda 
mineral/dissolução da hidroxiapatita para o meio para 
tentar equilibrar/compensar os produtos iônicos 
diminuídos. 
 
A dentina perde íons com mais facilidade do que o 
esmalte. A desmineralização ocorre por causa do 
consumo de carboidrato fermentável que é 
metabolizado pelas bactérias acidogênicas, ocorre 
liberação de H+ que se combinam com radicais 
negativas, ocorre a diminuição do produto iônico do 
meio e consequentemente perda de mineral para o 
meio para tentar equilibrar com o Ph. 
 
O indivíduo que faz uso de produtos fluoretados, por 
exemplo, dentifrício fluoretado, tem flúor livre na 
cavidade. 
Após o consumo de sacarose o Ph fica num valor 
intermediário entre 4,5 < Ph < 5,5. O meio fica 
subsaturado de cálcio fosfato em relação a 
hidroxiapatita. Como consequência, inicia-se o 
processo de dissolução de cálcio e fosfato para o 
meio. Porém, as hidroxiapatitas mais resistentes aos 
ácidos (flúor apatita) não são dissolvidas, apenas as 
menos resistentes. As hidroxiapatitas que são 
atingidas e sofrem dissolução nesse cenário. Porque 
nesse Ph o meio ainda está supersaturado de cálcio e 
fosfato e flúor. Em relação a hidroxiapatita o cálcio e 
 
fosfato estão subsaturados mas em relação a 
fluorapatita estão supersaturados. O flúor livre no meio 
se liga ao cálcio e ao fosfato e ocorre uma reposição 
de cristais na superfície do dente na forma de flúor 
apatita. 
O flúor precisa estar em pequena quantidade livre no 
meio impedindo a desmineralização e potencializando 
a remineralização através dessa interação com o 
cálcio e fosfato. 
 
 
O período de alta se deve a industrialização do açúcar, 
neste período o consumo de açúcar refinado (que é 
muito cariogênico) aumentou muito e o aumento do 
índice de CPOD foi uma consequência. 
A partir da década de 70/80 o índice de CPOD caiu. 
Dois fatores que influenciaram essa queda foram a 
fluoretação das águas e dos dentifrícios. 
 
É importante conscientizar o paciente sobre a relação 
entre os carboidratos e a cárie. Todo alimento que 
contém carboidratos fermentáveis pode ser utilizado 
pelas bactérias para produzir ácidoe iniciar o processo 
de desmineralização dentária. 
 
É um gráfico que relaciona a queda de Ph em relação 
ao tempo. 
 
Microeletrodos conectados à superfície dentária 
registram a queda de Ph após ingestão de 
carboidratos. 
A sacarose é o tipo de carboidrato que causa queda de 
Ph mais crítica. 
 
 
A cárie a doença periodontal são os dois agravantes 
mais relevantes em saúde bucal no âmbito coletivo, 
porém, existem outros agravos relevantes que causam 
perda de qualidade de vida, dores e incômodos, como, 
por exemplo: 
> Oclusopatias 
> Fissuras labiopalatais 
> Câncer bucal 
> *Fluorose: Embora não tenha sido incluída nesta 
lista pela OMS, vem tendo aumento de casos devido ao 
maior acesso ao flúor. 
 
Apesar de não terem letalidade(exceto o câncer) estes 
agravos têm importância dada sua prevalência e 
impacto na morbidade. 
 
> É um dos agravos mais frequentes na população em 
geral. 
> Não sofreu redução na sua prevalência como a cárie 
vem sofrendo na maioria dos países. 
> As intervenções para o seu tratamento e prevenção 
são simples quando o diagnóstico é feito na fase inicial. 
> É uma doença de progressão lenta e de múltipla 
causalidade. A identificação de grupos de risco é uma 
estratégia válida para melhor diagnóstico e tratamento. 
 
> Pacientes fumantes tem mais chances de 
desenvolver 
> A higiene bucal tem interferência sobretudo no 
controle da doença, mas não é determinante pois as 
formas agressivas independem da higiene do indivíduo. 
 
A ocorrência da forma leve(gengivite) é a mais 
prevalente na população. Gengivite é uma alteração 
comum, é caracterizada pelo sangramento gengival. A 
evolução para as formas mais graves da doença (com 
mobilidade dos dentes e perda dentária) depende de 
vários fatores como tendência genética, fatores 
ambientais e não apenas a falta de tratamento. 
 
A doença periodontal é uma resposta inflamatória dos 
tecidos periodontais ao acúmulo de bactérias que 
colonizam o sulco gengival. 
Tais depósitos são comunidades microbianas 
complexas e organizadas chamadas de biofilme.Esta 
doença pode causar destruição periodontal em 
pessoas susceptíveis. 
Normalmente ela se apresenta assintomática, o que 
acarreta em diagnóstico tardio. Muitas vezes quando o 
paciente apresenta queixas o dano já está presente. 
Na imagem abaixo a gengiva já se apresenta inflamada 
e retraída pelo biofilme. 
 
 
A gengivite atinge apenas os tecidos moles, 
caracteriza-se pelo sangramento gengival mas nesse 
estágio da doença periodontal ainda não há perda 
tecidual óssea. 
Pode ser induzida exclusivamente pelo biofilme ou 
pode ser induzida pelo biofilme tendo contribuição de 
outros fatores como: puberdade, gravidez, uso de 
contraceptivos orais, diabetes, leucemia, deficiência 
vitamínicas e uso de drogas. 
 
Embora a gengivite seja um estado precoce da 
periodontite, ela pode ser uma ocorrência isolada, e em 
alguns pacientes nunca progredir para periodontite. 
Em outros casos a doença se inicia como gengivite, e, 
não tratada ou mal tratada, evolui lentamente para e de 
forma crônica para periodontite. 
 
A prevalência da doença periodontal severa que leva a 
perda dentária é de baixa prevalência. 
As doenças periodontais são induzidas ou agravadas 
pela presença de biofilme e estão sujeitas a fatores 
locais como apinhamento dentário, trauma oclusal e 
etc. 
Doenças gengivais não induzidas por biofilme podem 
ser manifestação de outras doenças como: gonorreia, 
sífilis, tuberculose, gengivoestomatite herpética 
primária, herpes simples, candidíase e outras. 
Normalmente essas alterações se limitam ao tecido 
gengival. 
 
A periodontite atinge os tecidos de sustentação do 
periodonto. 
Há perda de inserção conjuntiva e reabsorção do osso 
alveolar. Pode levar a mobilidade e a perda do 
elemento dentário. 
É classificada em leve, moderada ou severa. A 
classificação é feita de com a PIP - Perda de Inserção 
Periodontal: 
> Leve: 1 a 2 mm 
> Moderada: 3 a 4 mm 
> Severa: Acima de 5 mm 
Também pode ser classificada em localizada ou 
generalizada de acordo com o número de sítios 
atingidos (maior que 30% é considerada generalizada). 
O diagnóstico é feito através da análise dos dados 
clínicos e radiográficos. 
 
A linha amarela é o nível ósseo irregular que aponta 
para a ocorrência de perda óssea. 
 
 
 
Crônicas: 
> Mais comum e é mais prevalente em adultos 
> A destruição é compatível com a quantidade de 
fatores locais presentes. 
> Velocidade de progressão é variável 
> Pode sofrer influência de fatores sistêmicos, fumo e 
estresse. 
Agressivas: 
> Grupo raro das periodontites de progressão rápida 
> Importante investigar condições sistêmicas 
> Podem ser localizadas ou generalizadas 
 
Relacionadas a desordens hematológicas como 
neoprenia, leucemia e outras ou a desordens genéticas 
como síndrome de Down, Papilon-Lefreve, Doença de 
Langerhans e outras. 
 
 
> Comportamentais: Autocuidado e manutenção 
periodontal. 
> Hábito de tabagismo 
> Fatores sistêmicos 
Doenças e condições sistêmicas: Doenças 
predisponentes ao agravo, principalmente diabetes 
mellitus; Uso de medicamentos que causam xerostomia 
(anti hipertensivos e antidepressivos principalmente). 
 
> O fumo está relacionado à progressão da doença: 
Indivíduos fumantes leves apresentam o dobro de 
perda óssea de indivíduos não fumantes. 
> Os produtos de tabaco diminuem as defesas 
imunológicas e afetam a função osteoblástica. 
> O tabaco favorece o crescimento de espécies 
bacterianas patogênicas. 
> Constrição periférica dos vasos sanguíneos gengivais 
(a diminuição do sangramento que ocorre acaba sendo 
um fator clínico de confundimento). 
> A terapia periodontal é menos efetiva em pacientes 
fumantes. 
> A recidiva é mais frequente. 
> A indicação de determinadas cirurgias é questionada. 
 
> Os mecanismos dessa interação não estão 
totalmente esclarecidos. 
> A severidade da doença periodontal pode afetar o 
nível glicêmico. 
> Alterações vasculares e secreção anormal dos 
mediadores de inflamação. 
> Por outro lado, um mau controle glicêmico altera

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