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Primeiros Socorros na Aviação Civil Conceitos Atendimento a uma vítima de trauma e clínica fora do ambiente hospitalar (APH). Salvar a vida, evitar agravamento da lesão e encaminhar. Urgência: não há risco à vida Emergência: há risco à vida O kit EEMK é o mais completo e só pode ser aberto com autorização médica. Biossegurança: existem doenças infecciosas e para tanto, deve-se usar os devidos EPIs, vacinas, descarte apropriado. -EPIs: luvas, avental, óculos de proteção e máscara. -Microorganismos patogênicos que podem ser transmitidos: Sangue: HIV e hepatite Vias aéreas: meningite e tuberculose Sinais vitais São as manifestações que o paciente apresenta ou descreve. -Sinal: uso dos sentidos durante a avaliação Lesões: sangramento, inchaço Doenças: pulso, temperatura -Sintomas: o que o paciente descreve. Náuseas, vertigem, fraqueza. Adulto: > 12 anos Criança: 1-12 anos Lactente: 28 dias - 1 ano RN: < 28 dias Respiração Frequência respiratória (F.R), medida em mpm (movimentos por minuto). V.O.S = ver, ouvir, sentir Pulso Onda de sangue causada pelos batimentos cardíacos, medida em bpm (batimentos por minuto) Para fazer a medição: -Adulto: pulso carotídeo (centro pescoço + 2 dedos a direita) ou pulso radial ou pulso femural. -Criança: pulso braquial (entre o braço e antebraço). Pressão arterial (P.A) É a pressão exercida pelo sangue contra as paredes das artérias, medida em mmHg, com esfigmomanômetro e estetoscópio. *p sistólica > p diastólica Temperatura É regulada pela pele (perda de calor irradiado ou evaporação de água) Termômetro clínico (axilas 3-5 min) ou tato Sinais diagnósticos Pupilas Anisocórica: pode ter lesão no crânio, AVC. Miose (contraída): sob efeito de droga depressiva (maconha, veneno). Midríase (dilatada): cocaína, heroína, antiasmático, emagrecedores. Coloração da pele Branca / palidez: circulação insuficiente, estado de choque, infarto do miocárdio Azul / cianose: insuficiência cardíaca (movimentos fracos), obstrução das vias aéreas, envenenamento Vermelha: envenenamento por CO, insolação Estado de consciência Alterações pode ser um trauma. Leve confusão mental (embriaguez), coma, delírio. Capacidade de movimentação Paralisia Superior e inferior: lesão medular no pescoço (coluna cervical) Inferior: lesão medular abaixo do pescoço Em um dos lados, incluindo face: acidente vascular cerebral (AVC) Reação à dor Perda da sensibilidade ou dormência. Provável lesão na medula espinhal Avaliação primária Deve ser atendido de forma rápida e eficaz. Deve ter alguém do lado. Procedimentos: -acionar equipe -procurar profissionais de saúde a bordo. Anotar nome e CRM. -anotar uso de medicamentos do kit Verificar condições de segurança e EPIs. Apresentar-se (nome + profissão) e pedir permissão. Fontes de informação: ambiente, vítima, testemunhas. Emergência traumática - ABC A-airways B-breathing C-circulation D-defibrillation 1. Checar consciência: -Adultos: nos ombros “você está me ouvindo?” -Crianças: na planta dos pés 2. Checar vias aéreas (obstrução) 3. Checar respiração -Facilitar a respiração: erguer a cabeça para cima e para frente 4. Circulação: através do pulso. Medir por 6 segundos e multiplicar por dez. Acima de 60 batimentos está OK, caso contrário, iniciar manobras. Emergência clínica - CAB 1. Checar consciência 2. Respiração 3. Circulação (compressão) 4. Via aérea e ventilação CAB: compressões, vias aéreas, ventilação. Fazer uso do RCP. Avaliação secundária 1. Entrevista com a vítima ou com testemunhas do local -Qual sua idade, nome, contato, já ocorreu antes, medicamentos, alergia, ingestão, o que você sente? 2. Checagem dos sinais vitais 3. Exame cabeça aos pés: identificar lesões. Corrente da sobrevivência 1 - Contato: avisar sobre ocorrido 2 - RCP 3 - Desfibrilação - aparelho DEA vai dar os sinais e se precisa dar o choque. Uma pá em cada lado do peito, abaixo do mamilo, direto na pele. 4 - cuidados avançados - feito pelos médicos RCP - Reanimação Cardiopulmonar Parada respiratória Obstrução do O2 nos tecidos. Supressão súbita dos movimentos respiratórios, podendo ter parada cardíaca ou apresentar cianose. Manobras de abertura das vias aéreas -Decúbito dorsal horizontal: posição em que a vítima está no chão com a cabeça para cima. -Extensão da cabeça: uma mão na testa e a outra abaixo da mandíbula levantando a cabeça. -Impulsão da mandíbula: com uma mão de cada lado da cabeça, impulsionar a mandíbula para cima. Em caso de suspeita de lesão da medula. Ventilação de resgate *Se a vítima estiver respirando, posicioná-la de lado. *Ambu: máscara para evitar contato direto entre socorrista e vítima. Ao usar o de adulto em criança, inverter a posição da máscara. -Boca-máscara: abrir vias aéreas, posicionar a máscara bem firme, inspirar e ventilar através da abertura da máscara. Retirar a máscara. *Adultos: a cada 5s (12 por min) *Crianças: a cada 3s (20 por min) -Boca a boca: não é recomendado por questões higiênicas. Fechar o nariz, expirar o ar para a vítima pela boca. -Boca-nariz: usado em lactentes. Será ventilado envolvendo a boca e o nariz. *Se durante a inflação não houver movimento no tórax, está obstruído. Obstrução das vias aéreas por corpo estranho (OVACE) Obstrução súbita das vias aéreas, causadas por língua, epiglote, danos e patologias. -Lactente: estender o bebê no braço de cabeça para baixo. Dar cinco batidas nas costas. Fazer cinco compressões (usar dois dedos) -Adultos e crianças - manobra de Heimlich: pelas costas, no umbigo deixar uma mão fechada com o dedão para cima, com a outra mão agarrar o pulso e por 5 vezes fazer empurrões rápidos para cima. *Se inconsciente, iniciar massagem cardíaca. Parada cardíaca Supressão súbita e inesperada dos batimentos cardíacos. -Sinais: inconsciência, ausência de respiração e de batimentos cardíacos. -Morte clínica: cessa a respiração e o coração deixa de bater -Morte biológica: células do cérebro mortas (morte encefálica). Manobras para RCP 1. verificar consciência 2. avaliar respiração (V.O.S) 3. emergência médica: trazer o DEA 4. iniciar compressão: -Um socorrista: 30 compressões e 2 ventilações. -Dois socorristas: 15 compressões e 2 ventilações. Alternam. -Onde acaba o esterno há um ponto oco (apêndice xifóide) dois dedos acima, com o pulso, sobrepõe a outra mão e entrelaça os dedos, braços estendidos. -Profundidade da compressão: 4 a 5 cm. 5. usar AMBU para fazer a ventilação, com uma mão encaixa e com a outra faz o movimento do ar. *Fazer RCP até pessoal capacitado chegar *Fazer avaliação a cada cinco ciclos *Restaurados os batimentos e respiração, por a vítima em posição lateral. Hemorragias O sangue que sai dos vasos sanguíneos através de um ferimento. Hemorragia externa Arterial: sangue pulsátil, jorra sangue, vermelho vivo Venosa: sangue lento e contínuo, vermelho escuro. Técnicas: compressão ou torniquete. Hemorragia interna Sem trauma aparente. Palidez, sudorese, náusea, sonolenta. Tratamento: alertar o serviço médico, abrir vias aéreas, manter membros inferiores elevados, manter a temperatura adequada, afrouxar roupas, ministrar O2, não dar comida nem bebida. Choque Perda de líquidos. Tratar com O2. -Hipovolêmico: redução do volume de líquidos. Queimadura ou hemorragia. -Anafilático: alergia, medicamento, alimento, drogas, veneno. Ferimentos em tecidos moles Imobilização da vítima: prevenir ou minimizar lesões futuras (paralisia, hemorragia, ruptura pele). Imobilizar desde uma articulação acima até uma abaixo. Fechados: lesão ocorre abaixo da pele. Abertos: escoriações, ferimentos incisos (cortes), lacerações (pressão em um tecido, ex mordida de animais), ferimentos perfurantes, avulsões (o que é extraído violentamente ex fratura exposta), amputações e eviscerações. -Na face Revisar a boca procurando objetos, abrir vias aéreas. Se o objeto estiver atrapalhando a respiração, remover. Gaze para conter o sangramento. Não remover as três primeiras, substituir as demais. Se não houver suspeita de lesão medular, por na posição lateral. -Hemorragianasal (epistaxe) Sangue: sentar e fazer compressa. Líquor: líquido amarelado do cérebro, inclinar para baixo, não comprimir. -Ferimento no olho Não comprimir, cobrir com curativo úmido estéril, e tampar os dois, nunca remover objetos perfurantes, mantê-lo estável. -Ferimento no ouvido Não remover objetos perfurantes, não tamponar saída de sangue ou líquor. -Pescoço Aplicar a compressão, mas não comprimir os dois lados do pescoço. -Abdominal aberto Cobrir todo o ferimento com curativo estéril úmido. Não colocar as vísceras de volta. Não remover objetos cravados. Manter as pernas esticadas. -Genitais Compressão, usar bolsa com gelo ou água fria. -Amputações Compressão, cobrir as partes e mantê-las refrigeradas. Trauma em ossos -Fratura: quebra total ou parcial do osso. Na exposta: pode romper a pele ou não. Há deformidade na estrutura, dor, crepitação (barulho), edema e alteração de cor, perda do movimento. -Entorse: distensão de uma articulação, perda do contato entre os ossos. Os ligamentos sofre rupturas. -Luxação: desalinhamento das extremidades ósseas (ex não volta o encontro dos ossos). Lesões específicas Traumatismo craniano Impacto na cabeça. -Fratura aberta: aparece meninges (tecidos) ou cérebro -Fratura fechada: afetam o osso, sem expor o conteúdo. Náuseas, alteração da visão, consciência, hematomas ao redor dos olhos ou ouvidos, pupilas anisocóricas. Manter vias aéreas desobstruídas, imobilização da cervical, cobrir e proteger ferimentos abertos. Traumatismo na face Desobstruir vias aéreas, que poderão ser fragmentos de ossos, dentes, objetos perfurantes. Cobrir feridas. Coágulos de sangue, deformidades, equimose nos olhos. Traumatismo na coluna vertebral Pescoço, dorso, região lombar. Estabilizar para evitar paralisia. Dor, perda de sensibilidade, formigamento, perda de controle de fezes e urina e pênis. Complicações: paralisia do músculo do tórax e lesão medular. Traumatismo no tórax Esterno, costelas e vértebras. Tossir sangue, respiração superficial (dispneia), cianose nos lábios, unhas e pontas dos dedos. Queimaduras Podem ser térmicas, químicas, elétricas, substâncias radioativas. Quanto a intensidade 1º: atinge a epiderme, ocorre vermelhidão 2º: atinge a epiderme e a derme, ocorre vermelhidão, dor e bolhas 3º: atinge todas as camadas da pele, pode atingir vasos, nervos, músculos, ossos. Pode não sentir dor pois queimou as terminações nervosas. Regra dos nove Divide o corpo em doze partes. Onze partes equivalem a 9% e uma parte equivale a 1% (genitais). -Informar qual o grau, qual a porcentagem, localização, complicações, idade e histórico. -Áreas críticas: sistema respiratório, face, mãos, pés, genitais e nádegas. Quanto ao tamanho -Menores: de 1º e 2º grau, que não afetem as áreas críticas. -Maiores: 3º e 2º grau (em áreas críticas) e as de 1º grau em todo corpo ou no sistema respiratório. Tratamento -Menores de 20%: expor a lesão, remover acessórios, resfriar com gaze úmida estéril (ideal em água corrente) para aliviar a dor. -Maiores de 20%: se está pegando fogo é preciso abafar com tecidos grossos e água, liberar as vias aéreas, cobrir com curativo úmido estéril. Não aplicar pomadas, não remover partes de pele e de tecido. -Queimaduras nos olhos: mantê-los úmidos com os curativos. -Queimaduras químicas: usando EPI, lavar o local queimado - água corrente por 15 min, limpar, cobrir com curativos. Se possível levar amostra da substância. -Queimaduras elétricas: se a vítima estiver em contato com a eletricidade, não tocá-la, desligar a eletricidade. É provável que precise de RCP. Identificar os pontos de entrada e saída da corrente elétrica. Emergências ambientais -Insolação: exposição prolongada aos raios solares. Cãibras, fadiga, tontura. Manter em ambiente arejado, manter local úmido, hidratar. -Intermação: por ficar em ambiente muito quente. Respiração superficial, tontura, inconsciência. Aplicar bolsa de gelo sob axilas, pescoço, toalhas úmidas. Evitar que as células cerebrais morram. -Lesão provocada pelo frio: poderá não sentir dor por necrose do local. Calafrio, perda de sensibilidade. Não friccionar a área. Priorizar extremidades, respiração e pulso lentos, visão embaçada, inconsciência. Manter a vítima seca, aquecê-la, se consciente, oferecer líquidos quentes. Intoxicação -Vias respiratórias: atenção às vias aéreas, fornecer O2 -Vias digestivas: descobrir o que foi ingerido, procurar embalagens e guardar. Manchas na boca, pupilas anisocóricas, respiração anormal, odor forte, suor, saliva, dor abdominal, náusea. Acionar emergência, liberar vias aéreas. *Intoxicação por álcool: poderá precisar de ajuda se a vítima estiver muito alterada. Forte odor de álcool, o que poderá ser confundido com o diabético, por isso é importante entrevistá-lo. -Injetáveis: agulhas, picadas e mordidas. Ver as marcas na pele, ardor na pele, alergia, parada respiratória. Tem maior risco por entrar em contato com a corrente sanguínea. Ministrar O2, fazer RCP. *Picada de serpente: marcas dos dentes, dor, pulso acelerado. Toda picada deve ser entendida como venenosa. Lavar com água e sabão, retirar acessórios, manter local da picada elevado, por gelo em cima. Torniquete. Não sugar o veneno, não aplicar substâncias, não furar a área. -Via superfícies: contato é muito perigoso, usar EPI. Reações na pele (vermelhidão), coceira, aumento de temperatura. Remover roupas contaminadas, lavar com água. Manipulação e transporte de vítimas A vítima não deverá ser transportada a não ser em caso de fogo, explosão, fumaça, desabamento. Um socorrista: Arrastamento com cobertor; pelas roupas; de bombeiro: põe a vítima sobre os ombros, não protege cabeça. *Chave de Rauteck: Dois socorristas: transporte pelos membros; transporte com cadeira; de dois: da cama para maca. Três socorristas: -Levantamento: vítima sem lesão na coluna -Rolamento: um imobiliza a cervical e os outros fazer o rolamento Parto Emergencial Anatomia da grávida -Útero: órgão muscular que contrai para expelir o feto. -Colo uterino: extremidade inferior que se dilata para o feto ir para a vagina. -vagina: canal por onde o feto vai passar -saco amniótico: membrana de cor branca que envolve o feto -líquido amniótico: manter a temperatura e proteger dos impactos. -placenta: órgão formado na gravidez com nutrientes -cordão umbilical: do feto a placenta ~55cm Fases do parto Dilatação - inicia as contrações até o feto entrar no canal de parto. Vê o coroamento, pode-se ver o crânio do bebê. Expulsão - do canal até o nascimento. Dequitação - do nascimento até a expulsão da placenta ~30min. Procedimentos -Entrevista: nome, idade, pré-natal, nome médico, previsão, complicações, é o primeiro filho (demora 16h), quando iniciaram contrações, houve ruptura da bolsa, sente vontade de defecar ou de expelir? -Avaliar as contrações: de 30s a 1 min, em intervalo de 3 a 5 min, o parto será iminente. -Usar EPIs -Assegurar a privacidade, explicar o que está sendo feito, dizer que tudo está normal. -Deitar a mãe, flexionar e afastar os joelhos, pés no chão. Almofada abaixo da cabeça. Panos sobre as nádegas e tapar o abdômen até joelhos. Limpar a área. -Sentir contrações sobre o abdômen para saber quanto tempo está durando a contração. Fazer força para baixo! -Apoiar a cabeça do bebê com uma mão. Não puxar o bebê. -Se o cordão está enrolado no pescoço, retirá-lo. Se o saco amniótico não foi rompido, cortá-lo. -Guiar a cabeça para baixo, ele irá girar para um lado. -Deite o bebê com a cabeça baixa de lado para saída dos líquidos, envolvido em pano, para manter aquecido. -Anotar data e hora. -Limpar vias aéreas com gaze estéril ou pêra de aspiração. Massagear as costas para ele chorar. Se não houver resposta, iniciar RCP. -Cordão umbilical: esperar cessar as pulsações. O primeiro clamp deve estar 5 dedos do abdômen do bebê. O segundo, colocar dois dedos acima do primeiro. Efetuar o corte entre os clamps. -Placenta: naturalmente será expelida em 20 minutos, recolher e levar para hospital. -Hemorragias: gazes, jamaisintroduzir. Fechar as pernas, massagear o abdômen em direção às pernas.
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