Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.net/publication/279912311 Mitocôndria como Alvo para avaliação de toxicidade de xenobiótico. Article in Revista Brasileira de Toxicologia · January 2012 CITATIONS 4 READS 4,559 1 author: Some of the authors of this publication are also working on these related projects: MITOCHONDRIAL AND CELL DYSFUNCTION INDUCED BY EMERGING CONTAMINANTS USING ISOLATED MITOCHONDRIA, CULTURE OF HEPATIC CELLS IN MONOCAMADA (2D) AND THREE-DIMENSIONAL (3D) View project Lílian Pereira São Paulo State University 27 PUBLICATIONS 110 CITATIONS SEE PROFILE All content following this page was uploaded by Lílian Pereira on 23 August 2015. The user has requested enhancement of the downloaded file. https://www.researchgate.net/publication/279912311_Mitocondria_como_Alvo_para_avaliacao_de_toxicidade_de_xenobiotico?enrichId=rgreq-46f6243048a08593720670a25fd162fa-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI3OTkxMjMxMTtBUzoyNjU2MDk4OTYyNjM2ODBAMTQ0MDMzNzc0MjIyNw%3D%3D&el=1_x_2&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/publication/279912311_Mitocondria_como_Alvo_para_avaliacao_de_toxicidade_de_xenobiotico?enrichId=rgreq-46f6243048a08593720670a25fd162fa-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI3OTkxMjMxMTtBUzoyNjU2MDk4OTYyNjM2ODBAMTQ0MDMzNzc0MjIyNw%3D%3D&el=1_x_3&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/project/MITOCHONDRIAL-AND-CELL-DYSFUNCTION-INDUCED-BY-EMERGING-CONTAMINANTS-USING-ISOLATED-MITOCHONDRIA-CULTURE-OF-HEPATIC-CELLS-IN-MONOCAMADA-2D-AND-THREE-DIMENSIONAL-3D?enrichId=rgreq-46f6243048a08593720670a25fd162fa-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI3OTkxMjMxMTtBUzoyNjU2MDk4OTYyNjM2ODBAMTQ0MDMzNzc0MjIyNw%3D%3D&el=1_x_9&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/?enrichId=rgreq-46f6243048a08593720670a25fd162fa-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI3OTkxMjMxMTtBUzoyNjU2MDk4OTYyNjM2ODBAMTQ0MDMzNzc0MjIyNw%3D%3D&el=1_x_1&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/profile/Lilian_Pereira3?enrichId=rgreq-46f6243048a08593720670a25fd162fa-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI3OTkxMjMxMTtBUzoyNjU2MDk4OTYyNjM2ODBAMTQ0MDMzNzc0MjIyNw%3D%3D&el=1_x_4&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/profile/Lilian_Pereira3?enrichId=rgreq-46f6243048a08593720670a25fd162fa-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI3OTkxMjMxMTtBUzoyNjU2MDk4OTYyNjM2ODBAMTQ0MDMzNzc0MjIyNw%3D%3D&el=1_x_5&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/institution/Sao_Paulo_State_University?enrichId=rgreq-46f6243048a08593720670a25fd162fa-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI3OTkxMjMxMTtBUzoyNjU2MDk4OTYyNjM2ODBAMTQ0MDMzNzc0MjIyNw%3D%3D&el=1_x_6&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/profile/Lilian_Pereira3?enrichId=rgreq-46f6243048a08593720670a25fd162fa-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI3OTkxMjMxMTtBUzoyNjU2MDk4OTYyNjM2ODBAMTQ0MDMzNzc0MjIyNw%3D%3D&el=1_x_7&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/profile/Lilian_Pereira3?enrichId=rgreq-46f6243048a08593720670a25fd162fa-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI3OTkxMjMxMTtBUzoyNjU2MDk4OTYyNjM2ODBAMTQ0MDMzNzc0MjIyNw%3D%3D&el=1_x_10&_esc=publicationCoverPdf Mitocôndria como Alvo para Avaliação de Toxicidade de Xenobiótico Lilian Cristina Pereira1*, Alecsandra Oliveira de Souza1, Murilo Pazin1, Daniel Junqueira Dorta2 1Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto, Departamento de Análises Clínicas, Toxicológicas e Bromatológicas, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP, Brasil; 2Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Departamento de Química, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP, Brasil Mitocôndria como alvo para avaliação de toxicidade de xenobióticos A mitocôndria é uma estrutura intracelular responsável por transformar a energia dos alimentos em energia útil e transportável às células, através da molécula de adenosina-trifosfato (ATP). Sendo assim, as mitocôndrias, fonte primária de ATP, são fundamentais para a vida de células eucarióticas. Desde a segunda metade do século XX, foram exclusivamente consideradas como “a casa de força das células” e, com o passar dos anos, tornou-se claro que essas organelas também desempenham papel chave nas vias de sinalização e morte celular. Nos tempos contemporâneos, tornou-se ferramenta importante para a toxicologia, com a finalidade de entender e prever efeitos adversos de inúmeras substâncias, sendo que os danos mitocondriais são, frequentemente, considerados como causa ou efeito nas injúrias teciduais. Muitas vezes, um mesmo xenobiótico apresenta diferentes efeitos na função mitocondrial. Portanto, toxicidade mitocondrial induzida por xenobiótico está ganhando reconhecimento dentro da indústria farmacêutica. Este artigo de revisão busca descrever brevemente a biologia molecular e os principais mecanismos regulatórios da função mitocondrial, que tornaram a mitocôndria um biossensor confiável para avaliação do potencial da toxicidade de compostos químicos in vitro e in vivo, o que nos leva a prestar mais atenção à estrutura e funcionalidade da organela, que apresenta inúmeros locais de interações com xenobióticos. Palavras-chave: mitocôndria, bioenergética, morte celular, avaliação de toxicidade Revista Brasileira de Toxicologia 25, n.1-2 (2012) 1-14 REVISTA BRASILEIRA DE TOXICOLOGIA BRAZILIAN JOURNAL OF TOXICOLOGY ©SOCIEDADE BRASILEIRA DE TOXICOLOGIA *Autor correspondente. Endereço de correspondência: Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto, Departamento de Análises Clínicas, Toxicológicas e Bromatológicas, Universidade de São Paulo, Av. Bandeirantes, 3900, CEP: 14040-901, Bairro Monte Alegre, Ribeirão Preto, SP, Brasil. Fone: (+5516) 3602-0472; Fax: (+5516) 3602-0472; Email: lilianmed2005@yahoo.com.br. ©Sociedade Brasileira de Toxicologia direitos reservados RESUMO INTRODUÇÃO Há dois séculos, pequenos grânulos presentes em diferentes tipos celulares já haviam chamado a atenção dos cientistas, sendo mais tarde, no início do século XX, denominados de mitocôndria (1,2). Em 1946, esses grânulos foram reconhecidos como organelas celulares responsáveis pelo metabolismo energético (3). Outra etapa importante foi a descoberta dos nucleotídeos de piridina (NAD(P)H) como carreadores de elétrons no interior dessas organelas, bem como a caracterização do ciclo do ácido cítrico, também chamado de ciclo de Krebs. Em 1960, estudos com ratos comprovaram que a mitocôndria era responsável pela respiração celular e fosforilação oxidativa, sendo que o trifosfato de adenosina (ATP), gerado no final desse processo, foi, posteriormente, reconhecido como a molécula de suprimento energético e sua formação relacionada com o consumo de oxigênio (4). Finalmente, em meados dos anos 70, por meio de estudos conduzidos em mitocôndrias isoladas, foi desvendado em detalhes o maquinário envolvido na produção de ATP tais como enzimas e substratos (3). Estas organelas, presentes na maioria das células eucarióticas, foram, então, classicamente consideradas fontes de força celular devido sua importância no metabolismo, responsáveis pelo acúmulo da energia na forma de ATP necessária para o desenvolvimento das funções celulares (5-7). Nos dias atuais, a visão contemporânea sobre mitocôndria aponta-a como alvo estratégico para terapias contra o câncer (8), embasada em pesquisas que relatam a mitocôndria desempenhando um papel chave no mecanismo de morte celular (9,10). Além do mais, já é descrito na literatura que mutações no DNA mitocondrial (mtDNA) podem gerar Lilian Highlight Lilian Sticky Note Lílian Lilian Highlight Lilian Sticky Note 4838 2 Pereira, L.C./Revista Brasileira de Toxicologia 25, n.1-2 (2012) resistência da célula à ação de fármacos anticâncer (11). Em adição, a mitocôndria está intimamente ligada ao metabolismo energético de várias linhagens de células cancerígenas, sendo que, em algumas linhagens de câncer quimiorresistente, por exemplo, a proteína de desacoplamento mitocondrial (UCP2) é superexpressa, tornando essas célulasincapazes de produzir ATP via mitocondrial, dando mais visibilidade à hipótese de Otto Warburg, que descreve a glicólise aeróbica em células cancerígenas, conhecida por “O efeito de Warburg” (12-14); já em outros exemplos de glioblastomas as mitocôndrias apresentam oxidação completa da glicose (15,16). A diversidade de protocolos existentes, utilizando mitocôndrias como ferramenta experimental, revela a importância dessa organela na sobrevivência de células aeróbicas (17-19), tornando crucial o estudo de efeitos tóxicos de xenobióticos, que podem, direta ou indiretamente, afetar seu funcionamento. De fato, estudos em mitocôndrias isoladas podem fornecer informações sobre o mecanismo de toxicidade de possíveis compostos tóxicos, sendo que, em muitos casos de toxicidade aguda, esses agentes atuam sobre as mitocôndrias, afetando sua integridade e prejudicando a síntese de ATP (20- 23). Por outro lado, estudos mostram, também, a possibilidade de xenobióticos promoverem citoproteção tendo como alvo principal as mitocôndrias, atuando, por exemplo, como antioxidantes (3,24-27). Dessa forma, a integração das mitocôndrias com os demais constituintes celulares se estende muito além da formação de ATP, colocando essa organela no centro de muitos aspectos da biologia celular e reforçando ainda mais a sua importância em diversos campos da toxicologia. ESTRUTURA DA MITOCÔNDRIA A arquitetura das mitocôndrias é fundamental para o seu funcionamento, incluindo a formação de ATP via fosforilação oxidativa, homeostase cálcica e seu envolvimento no mecanismo de morte celular programada (28-31). As mitocôndrias apresentam parâmetros variáveis morfologicamente (tamanho, formato e quantidade), no entanto, é possível definir uma morfologia básica comum, com medidas variando de 0,5 a 1,0 μm de largura e até 10 μm de comprimento (32,33). Mudanças morfológicas nessas organelas são também resultantes do processo celular de fissão e fusão mitocondrial (34). De maneira geral, sua estrutura consiste em duas membranas altamente especializadas (externa e interna), separadas por um espaço intermembranas, que reveste o espaço interno denominado matriz mitocondrial (1,33,35,36). A mitocôndria consiste, principalmente, em proteínas e lipídios sendo que, na matriz mitocondrial, encontra-se também o mtDNA, ribossomos mitocondriais, RNAs, além de outras enzimas (37,38). A membrana externa é lisa e com tamanho de área superficial fixa, ao passo que a interna apresenta inúmeras invaginações, que podem assumir a forma de cristas ou túbulos que contribuem para aumentar sua superfície (39,40). A quantidade e morfologia das cristas são reflexos da responsabilidade da organela na demanda energética (39,41,42) e, embora as cristas sejam predominantes, há formações tubulares nas mitocôndrias de células que sintetizam esteroides, por exemplo, delimitando, assim, uma matriz amorfa, rica em proteínas (43). A membrana mitocondrial externa apresenta grande quantidade de proteína transportadora, chamada porina, a qual forma canais e torna a membrana permeável às moléculas com tamanho menores que 5 kilodaltons (33). Além das porinas, outras proteínas presentes na membrana externa desempenham importantes funções na mitocôndria, como a síntese de lipídeos ou conversão de substratos lipídicos para o metabolismo (7,35,43). Em contrapartida, na membrana interna, devido à grande proporção de um duplo fosfolipídio chamado cardiolipina, a mesma se apresenta impermeável a íons e à maioria das pequenas moléculas carregadas, além de conter proteínas com três tipos de funções: proteínas da cadeia respiratória, que transferem elétrons; proteínas do complexo enzimático denominado ATP sintetase, responsável por produzir ATP na matriz; e proteínas transportadoras específicas que regulam a passagem de metabólitos por essa membrana (7,35,43). Muitos fármacos (as antraquinonas, por exemplo) apresentam grande afinidade pelas cardiolipinas presentes na porção interna da membrana (44), sendo assim, esses compostos se acumulam no interior da membrana mitocondrial e, devido a essa interação, levam ao mau funcionamento da organela. No espaço intermembranas, compreendido entre as duas membranas, há diferentes enzimas que utilizam o ATP gerado na matriz, para fosforilar nucleotídeos ou sinalizar o desencadeamento de morte celular por apoptose (7,35,43). Enquanto isso, na matriz, observam-se centenas de enzimas dos processos metabólicos da organela como: as enzimas do ciclo do ácido cítrico, da oxidação dos ácidos graxos e da síntese de ATP (43,45). Conforme citado, a mitocôndria possui um DNA próprio, o qual se difere do DNA nuclear. Para seres humanos, por exemplo, ocorre em várias cópias por organela consistindo de 16.569 pares de bases localizados em uma molécula circular de dupla fita, sendo compacto e sem íntrons. (37,46-48). A transcrição do mtDNA ocorre nas mitocôndrias, independentemente do núcleo. As moléculas de mtDNA contêm 37 genes (49,50), que codificam 2 RNAs ribossômicos, 22 RNAs transportadores e 13 RNAs mensageiros (RNAm), que são traduzidos em 13 polipeptídios envolvidos na fosforilação oxidativa (50-52). Essas proteínas codificadas pelo mtDNA são componentes essenciais de 4 dos 5 complexos responsáveis pela fosforilação oxidativa mitocondrial. Sendo o complexo II formado, exclusivamente, por subunidades codificadas pelo DNA nuclear (nDNA) (52). Alterações na transcrição do mtDNA induzida por diferentes xenobióticos podem levar a um mau funcionamento da organela, com consequente diminuição na produção de energia e possível indução de morte celular. Pereira, L.C./Revista Brasileira de Toxicologia 25, n.1-2 (2012) 3 FUNCIONALIDADE DA MITOCÔNDRIA A mitocôndria é a principal organela responsável por transformar a energia retirada dos alimentos em energia útil às células, exercendo papel fundamental na manutenção de várias funções celulares, incluindo a fosforilação oxidativa, provedor de grande parte da energia celular (6). Para isso, a mitocôndria obtém oxigênio e substratos derivados de glicose, aminoácidos e ácidos graxos e os converte em moléculas de ATP, por meio de uma sequência de citocromos, a Cadeia Respiratória Mitocondrial (53,54), que representa uma importância vital na integridade morfológica e funcional da organela (Figura 1) e é, também, um dos principais alvos de toxicantes (44). Dessa forma, o nível de ATP representa o equilíbrio entre a geração e utilização de energia (55), garantindo aos tecidos energia suficiente para que não ocorra dano celular (56). Os complexos I, III e IV funcionam como bombas de prótons, que se acumulam no espaço intermembranas, criando uma diferença de potencial eletroquímico (57). Este gradiente eletroquímico (Δψ) formado pelo bombeamento de prótons durante a fosforilação oxidativa é utilizado como força motriz para a ATP sintetase. O ATP é transportado para fora da mitocôndria com o concomitante transporte de ADP para dentro da mitocôndria, através de um sistema antiporte (2,58- 60). Sendo assim, a velocidade da respiração mitocondrial pode ser controlada pela disponibilidade de ADP (61). Interações específicas entre toxicantes e mitocôndria são largamente descritas na literatura, temos, por exemplo, xenobióticos que interagem como inibidores de enzimas mitocondriais específicas, como a Rotenona, Antimicina A e cianeto, que interagem e inibem os complexos I, III e IV da cadeia transportadora de elétrons, respectivamente (62,63), e também substâncias como carbonil cianeto m-clorofenilhidrazona (CCCP), que causam colapso no gradiente de pH e no potencial elétrico (também chamado de desacopladores) acarretando depleção do potencial de membrana mitocondrial e consequente diminuição na produção de ATP (46). Esses compostos são, muitas vezes, caracterizados como ácidos fracos, tais como fenóis e amidas (43). Dentre exemplos podemos destacar, também, os anti-inflamatóriosnão esteroidais (AINES) como o ácido acetilsalicílico, nimesulida, além de meloxicam e diclofenaco (64-68). O complexo I, também chamado de NADH ubiquinona oxirredutase, é o mais vulnerável dentre os complexos da cadeia respiratória mitocondrial em relação às malformações induzidas pela interação química (43), uma vez que já são descritos mais de 60 compostos naturais e sintéticos com capacidade de inibi-lo (69). Exemplos desses compostos são: Figura 1: Fosforilação Oxidativa. Os complexos da cadeia respiratória (I, II, III e IV) e a ATP Sintetase localizados na membrana interna da mitocôndria, sob a forma de quatro complexos de proteínas transferem os elétrons provenientes da nicotinamida adenina dinucleotídeo (NADH) e Flavina Adenina dinucleotídeo (FADH2) para o oxigênio, que é o aceptor final e cuja redução gera uma molécula de água. Durante o transporte de elétrons, há o bombeamento de prótons pelos complexos I, III e IV da cadeia respiratória mitocondrial, gerando um gradiente eletroquímico entre o espaço intermembranas e a matriz mitocondrial. Os prótons bombeados para o espaço intermembranas tendem a retornar à matriz mitocondrial pela ATP sintetase, esse processo gera energia suficiente para a formação de ATP necessário à célula, onde ATP = ADP + Pi + Energia. Lilian Highlight Lilian Sticky Note Cianeto 4 Pereira, L.C./Revista Brasileira de Toxicologia 25, n.1-2 (2012) Acaricidas (69); piretróides (70); barbitúricos como o Amytal (71); antidepressivos como a Nefazodona, a Trazodona e a Buspirona (21); o antidepressivo Sertralina (20); poluentes fenólicos e corantes fluorescentes (44), entre outros. Neste contexto, partículas submitocondriais, obtidas pela exposição das membranas mitocondriais ao ultrassom e consequente formação de vesículas a partir da membrana mitocondrial interna invertida, e com exposição dos complexos da cadeia respiratória para o seu exterior, são ferramentas muito utilizadas para estudar o funcionamento e possível interação do xenobiótico com tal complexo (72). O complexo II, também denominado de succinato ubiquinona oxirredutase dentro da toxicologia e farmacologia, é o complexo menos estudado (44), entretanto, além dos inibidores clássicos como o malonato, há relatos de que algumas fluorquinolonas e antraciclinas apresentam capacidade de inibi-lo (46,73) e que o mesmo é alvo para a toxicidade da metanfetamina (74,75). O complexo III, ou citocromo c oxirredutase, está frequentemente relacionado com a geração de espécies reativas de oxigênio como consequência do bloqueio da transferência de elétrons (76). A formação do radical superóxido (O2.-) e peróxido de hidrogênio (H2O2) é consequência do mecanismo de ação da Antimicina sobre o complexo III, resultando em toxicidade celular e tecidual (77). Outros exemplos de compostos com importância toxicológica que agem sobre este complexo são os fenóis, os cátions metálicos e o Mixotiazol (33,44,75). O complexo IV, conhecido como citocromo c oxidase, apresenta efeitos de inibição mais severos por ser nessa etapa que o oxigênio é totalmente reduzido a água (75). Toxicantes como cianeto, monóxido de carbono (CO) e óxido nítrico (NO) são entidades bem conhecidas com capacidade de interagir e inibi-lo (74). A inibição desse complexo por xenobióticos promove alterações no gradiente eletroquímico que podem afetar a absorção de cálcio, causar abertura de poros de transição de permeabilidade na membrana mitocondrial interna e consequente liberação de proteínas pró-apoptóticas (78). Entretanto, agentes tóxicos com ação sobre as mitocôndrias incluem, não apenas os que perturbam diretamente a cadeia respiratória (desacopladores e inibidores), mas também compostos que interferem com o transporte e/ou oxidação de substratos oxidáveis que fornecem elétrons à cadeia respiratória mitocondrial, como é o caso do ácido valpróico (inibindo as enzimas envolvidas na oxidação dos ácidos graxos) e dos salicilatos (79, 66). Este fato não exclui, no entanto, que os compostos tóxicos possam interagir com outras estruturas biológicas. Neste contexto, a cada ano, inúmeros produtos farmacêuticos são retirados do mercado devido a eventos adversos que não foram detectados durante a fase de testes pré-clínicos, sendo, em muitos casos, relacionados a distúrbios metabólicos induzidos pelos fármacos, tendo a mitocôndria como principal efetora (80). Nesses casos, os complexos da cadeia respiratória mitocondrial são inibidos/ bloqueados por concentrações baixas do xenobiótico (20). Além disso, quando o fluxo de elétrons é inibido, bloqueando assim o processo de fosforilação oxidativa, uma pequena fração de O2 disponível sofre redução incompleta, gerando assim radical O2.- (6,81,82), H2O2 ou radical hidroxila (OH.), que podem se acumular no organismo e levar a uma situação denominada de estresse oxidativo (6,83,84). As mitocôndrias, por sua vez, possuem defesas antioxidantes como proteção contra espécies reativas de oxigênio que incluem: enzimas como glutationa peroxidase, glutationa redutase, glutationa reduzida (GSH), NAD(P) transidrogenase e também a molécula de NAD(P)H, além das vitaminas C e E (25,85). O O2.- é, inicialmente ,convertido em H2O2, por meio da enzima superóxido dismutase manganês dependente (SOD) e o H2O2 resultante é reduzido à água pela ação da glutationa peroxidase mitocondrial, utilizando glutationa reduzida (GSH) como substrato (86-88). A glutationa oxidada é convertida à sua forma reduzida através da atividade da glutationa redutase NAD(P)H dependente, a qual é reconstituída por NAD(P) transidrogenase (86,88). Portanto, se NAD(P)H é pobremente oxidado, espécies reativas tendem a acumular-se (89). Do mesmo modo, quando um xenobiótico inibe as enzimas acima ou oxida diretamente a glutationa no interior da mitocôndria, as espécies reativas se acumulam e o estado de estresse oxidativo é gerado. A MITOCÔNDRIA NA MORTE CELULAR Há poucos anos, os cientistas acreditavam que a morte celular era um processo passivo e degenerativo, fruto de fatores externos (90). Hoje, sabe-se que a morte celular é um processo fundamental na manutenção e fisiologia normal de diferentes tecidos e órgãos, havendo, para tanto, um balanço homeostático entre as taxas de crescimento e morte celular (91,92). Nos últimos anos, estudos vêm demonstrando que as falhas neste equilíbrio estão estritamente relacionadas com o desenvolvimento de mecanismos tóxicos, com a incidência de enfermidades como câncer e com o envelhecimento acelerado (30,93-98). Dentre os mecanismos tóxicos ocasionados pela falha nesta homeostasia, destacam-se o aumento do número de eventos característicos de morte celular, diferenciados por alterações morfológicas e bioquímicas em mecanismos apoptóticos (morte celular programada), necróticos e autofágicos (95,99-104). A frequência de eventos está relacionada com a senescência das células, ou pode ser exacerbada pela presença de xenobióticos, ocasionando disfunção mitocondrial e, consequentemente, morte celular. Neste contexto, podemos citar fármacos utilizados para terapia oncológica tais como Tamoxifeno, Doxorrubicina e Flutamida, que apresentam capacidade de induzir apoptose (90). Conforme já mencionado, a mitocôndria está envolvida em grande parte da produção energética celular, exercendo, portanto, papel fundamental na sua sobrevivência e, dessa forma, é apontada como alvo primário da disfunção celular (46,105,106). Assim, a organela está relacionada, Lilian Highlight Pereira, L.C./Revista Brasileira de Toxicologia 25, n.1-2 (2012) 5 ainda que em intensidade diferente, com os diferentes mecanismos de morte celular (107-109). Na via apoptótica, a participação mitocondrial pode ocorrer de forma parcial (via extrínseca) ou total (via intrínseca) (104,110). Em ambos os casos, seu envolvimento ocorre através da permeabilização da membrana mitocondrial externa, que favorece a liberação de proteínas pró-apoptóticas(por exemplo, o citocromo c e a Smac/DIABLO) para o citosol, com posterior ativação da cascata proteolítica das caspases (101,111-114). Na via extrínseca, a liberação das proteínas pró- apoptóticas é precedida pelo acoplamento de ligantes específicos aos receptores de morte celular (fatores de necrose tumoral (rTNF) e FAS) localizados na membrana celular. Essa ligação ocasiona a ativação de um complexo multiproteico, responsável pela clivagem do conjunto de proteases (caspase 8), que por sua vez desencadeia a ativação da caspase 3, indispensável na sinalização dos eventos de morte celular (formação de corpos apoptóticos e condensação da cromatina) (99,113,115-118). Esse processo ocorre no meio citosólico sem a participação da mitocôndria, no entanto, a ativação da caspase 8 também é responsável pela clivagem de proteínas citosólicas Bid em tBid, a qual atua sobre a membrana mitocondrial externa, provocando a liberação do citocromo c, que intensifica a ativação da caspase 3 (Figura 2) (99,113,119). Outro mecanismo de liberação de fatores pró- apoptóticos, ocasionados pela via extrínseca, ocorre pela translocação da proteína Bax e Bak para a membrana mitocondrial. A presença dessas proteínas na membrana contribui para abertura de poros na membrana mitocondrial externa, facilitando a liberação das proteínas apoptóticas (111,119-121). Na via intrínseca, há a ação direta de diferentes estímulos, como o estresse oxidativo e o acúmulo de cálcio, os quais convergem, principalmente, no desenvolvimento de falhas metabólicas relacionadas ao colapso energético da síntese de ATP. A interferência na síntese de ATP ocorre por alterações na cadeia transportadora de elétrons e, consequentemente, com o colapso do potencial de membrana mitocondrial, levando a permeabilidade da membrana mitocondrial e favorecendo a liberação das proteínas pró- apoptóticas (95,122,123). Nessa via, a principal proteína pró-apoptótica liberada (citocromo c) ativa o apoptossomo, o qual promoverá a clivagem da pro-caspase 9 e, consequentemente, a ativação da caspase 3, a qual dará prosseguimento ao restante do processo apoptótico, (118,124,125), conforme já mencionado (Figura 2). Além do citocromo c, outras proteínas pró-apoptóticas como a Smac/DIABLO e o Fator Indutor de Apoptose (AIF), quando liberados para o citosol, auxiliam no desencadeamento da apoptose. A Smac/DIABLO é uma proteína mitocondrial que contribui para ativação da cascata proteolítica por ação direta sobre as proteínas inibidoras de apoptose (IAPs), as quais dificultam a ação das caspases, ao passo que a AIF é uma flavoproteina que, quando presente no citosol, sofre clivagem, sendo translocada para o núcleo celular, induzindo alterações como condensação da cromatina, dissipação do potencial de membrana mitocondrial e fragmentação nuclear (104,126,127). Conforme mencionado anteriormente, a apoptose pode ser desencadeada por diferentes estímulos. Entre eles estão os altos índices de espécies reativas de oxigênio (EROs), conforme demonstrado em diferentes estudos sobre mecanismos apoptóticos (128,129). A produção de EROs pode ser intensificada por diferentes insultos durante o processo de respiração celular. Dessa forma, agentes que atuem sobre a cadeia transportadora de elétrons e, consequentemente, sobre o potencial de membrana mitocondrial podem levar ao estresse oxidativo intracelular (130,131). Outro estímulo envolvido com os mecanismos apoptóticos está relacionado com os níveis de cálcio citosólico, pois, embora a desregulação drástica dos níveis de cálcio seja geralmente associada com a necrose, recentemente tem sido relatado que a lenta disfunção dos níveis de cálcio é um evento característico da apoptose, visto que a localização das mitocôndrias próximas ao retículo endoplasmático induz a sobrecarga de cálcio e, consequentemente, a abertura dos poro de transição da membrana mitocondrial, que facilita a liberação das proteínas pró-apoptóticas (109,132). No caso da necrose, além do envolvimento da mitocôndria na regulação dos níveis de cálcio (109), a participação mitocondrial envolve a catástrofe bioenergética relacionada, principalmente, a permeabilização da membrana interna, que ocasiona a desregulação do fluxo de íons e, consequentemente, gera o colapso da produção de ATP, devido ao inchamento da matriz mitocondrial (112,133,134). As alterações dos níveis de ATP são características tanto do processo apoptótico quanto necrótico. No entanto, a distinção entre os mecanismos de morte celular é possível, pois na apoptose o decaimento de ATP ocorre lentamente, devido à necessidade de energia para a finalização do processo, ao passo que, no processo necrótico, há a depleção brusca dos níveis de energia devido, principalmente, ao desacoplamento da respiração mitocondrial (135,136). Dessa forma, na necrose o principal envolvimento da mitocôndria envolve a permeabilização da organela, promovendo, assim, o inchamento da matriz mitocondrial, a ruptura da membrana externa e, consequentemente, desencadeando as falhas metabólicas que culminarão no desenvolvimento do processo necrótico. IMPLICAÇÕES TOXICOLÓGICAS Muitas moléculas que são potenciais candidatos a fármacos são excluídas devido a efeitos indesejáveis no metabolismo humano. Para tal decisão são utilizados resultados com relação estrutura-atividade em sistemas biológicos. Esta abordagem com relação às substâncias químicas é de grande interesse e capaz de agregar valor ao campo da toxicologia (137,138). 6 Pereira, L.C./Revista Brasileira de Toxicologia 25, n.1-2 (2012) As células humanas apoiam-se na produção de ATP pela mitocôndria para a execução de seus processos de crescimento, diferenciação e respostas aos estímulos ambientais (139), incluindo interações com xenobióticos. A interferência no sistema mitocondrial, que é complexo e altamente regulado, implica em disfunção mitocondrial e lesão celular, que podem ser causadas por inúmeros agentes (17). Dessa forma, a mitocôndria é alvo de vários agentes tóxicos (Figura 3), além de estar envolvida nos mecanismos de dano e morte celular por vários mecanismos, sendo eles diretos ou indiretos (10,46). A biogênese mitocondrial é um processo complexo, que envolve uma série de vias de sinalização que regulam a expressão coordenada dos genomas nuclear e mitocondrial (136). A regulação da biogênese mitocondrial e bioenergética também é realizada por diversos fatores que são passíveis aos efeitos tóxicos de substâncias, tais como cloranfenicol e tetraciclinas, ambos antibióticos, que interferem na síntese de proteínas mitocondriais (140). Experimentos utilizando “DNA microarrays” são instrumentos de estudos toxicogenômicos, que investigam a resposta gênica diante dos xenobióticos (141). Dessa forma, o conhecimento das características do genoma mitocondrial é importante para o entendimento dos diversos sinais clínicos das doenças mitocondriais (136,142). De maneira geral, o mtDNA é um alvo crítico de danos oxidativos que pode levar à injúria letal através da infl uência do transporte elétrico, potencial de membrana mitocondrial e geração de ATP Figura 2: Representação simplifi cada das vias de extrínseca e intrínseca de indução de morte celular por apoptose desen- cadeadas por xenobióticos. Pereira, L.C./Revista Brasileira de Toxicologia 25, n.1-2 (2012) 7 (143). Além disso, o mtDNA encontra-se próximo aos locais onde as EROs são rotineiramente formadas, o que facilita a ocorrência de danos e mutações (144). Sendo assim, o etanol é um exemplo notório, capaz de ocasionar danos oxidativos ao mtDNA (145). Quando a atividade de algum complexo mitocondrial é diminuída ou inibida, pela presença de agentes tóxicos por exemplo, o processo de transferência de elétrons é interrompido e a capacidade energética celular diminuída, pois a produção de ATP, proveniente da fosforilação oxidativa mitocondrial fi ca comprometida. Estes processossão passíveis de ocorrer por uma série de vias disparadas pela liberação de mediadores infl amatórios tais como TNF-α, capazes de induzir disfunção mitocondrial e até mesmo hipóxia tecidual em órgãos vitais (146). Exemplos de compostos que podem interagir na cadeia transportadora de elétrons abrangem os oxidantes, agentes alquilantes, agentes sulfi drilas, bem como uma grande variedade de metais pesados como mercúrio inorgânico (63,147). Consequentemente, a inibição da cadeia respiratória induz aumento na produção de EROs no interior das célulasque leva à citotoxicidade por meio de danos oxidativos em macromoléculas celulares, como proteínas e DNA; e também peroxidação dos lipídios da membrana, conhecida como lipoperoxidação (82,148). Em adição, em situações de estresse oxidativo ocorre abertura de poros e perda do potencial de membrana e da permeabilidade mitocondrial levando a liberação de proteínas pró-apoptóticas que ativam as caspases e consequentemente a morte celular (78,149,150). A lipoperoxidação tem efeito deletério sobre as propriedades e funções da mitocôndria (151), visto que a organela é a principal fonte de espécies reativas (82). Dessa forma o Figura 3: Representação dos mecanismos de interações de xenobióticos com implicações toxicológicas. Incluindo ação direta: Inibição da Fosforilação oxidativa; Inibição de alvos moleculares da biogênese mitocondrial através da inibição da síntese de mtDNA e ATP. Em adição, mecanismos indiretos representados pelo aumento da (Ca+2) e de Espécies reativas de oxigênio (EROS) que culmina em Transição de Permeabilidade Mitocondrial (TPM), resultando em morte celular. 8 Pereira, L.C./Revista Brasileira de Toxicologia 25, n.1-2 (2012) aumento da peroxidação, juntamente com ligações cruzadas entre Malondialdeído (MDA) e fosfolipídeos, provoca alterações na fluidez de membrana mitocondrial, (152) o que pode ocasionar prejuízo nos processos energéticos da mitocôndria, uma vez que os mesmos são sensíveis à organização da membrana mitocondrial interna. Dano oxidativo na mitocôndria é a etiologia de diversas condições patofisiológicas e como estratégia a mitocôndria se enriquece com enzimas antioxidantes para limitar a injúria celular (142). Tal estratégia é aplicada com sucesso em experimentos in vitro e in vivo na monitorização da depleção desse sistema (153). A classe de enzimas Glutationa S-Transferase (GST) desempenha papel crucial no metabolismo de fase II de conjugação de xenobióticos eletrofílicos (fármacos, toxinas, poluentes ambientais, carcinógenos e espécies reativas) com o tripeptídeo endógeno glutationa (GSH) (154). Sendo assim, o metabolismo da glutationa, por exemplo, é de grande importância para a toxicologia, visto sua relação com a neutralização de espécies reativas produzidas durante o metabolismo de xenobióticos pelo fígado (155), o que torna a avaliação do estado redox mitocondrial uma importante ferramenta na avaliação de potenciais pró-oxidantes. O metabolismo humano é chave central na organização e sinalização de sistemas biológicos, sendo a mitocôndria, juntamente com o retículo endoplasmático (RE), apontados como principais compartimentos celulares de Ca+2 (156). Entretanto, a presença de Ca2+ em excesso na matriz mitocondrial é um dos desencadeadores da Transição de Permeabilidade Mitocondrial (TPM) (157-160), sendo caracterizada pela permeabilidade progressiva da membrana mitocondrial interna, a qual se torna permeável a prótons, íons, pequenas proteínas e solutos de até 1500 Da, devido a um canal de alta condutância, sensível a Ciclosporina A e Ca2+ dependente (2,78,161-163) em múltiplas conformações, incluindo um modo de baixa condutância (160,164,165). O termo “Transição” é utilizado para designar a reversibilidade da permeabilização, quando adicionado agentes quelantes de Ca2+ e redutores ditiol logo após seu inicio (166-168). Neste contexto, os efeitos tóxicos sobre as mitocôndrias estão diretamente relacionados à regulação da morte celular, uma vez que fatores como concentração intramitocondrial de cálcio, níveis de EROs e membros da família Bcl-12, estando em desequilíbrio, ocasionam alterações na permeabilidade da membrana mitocondrial que podem ocasionar morte celular por apoptose (8). A bioenergética mitocondrial é complexa e altamente relevante nos mecanismos de lesões teciduais por tóxicos. Como ilustração das variadas vias de toxicidade mitocondrial, podemos citar: a inibição direta da produção de energia pelo metanol, o desacoplamento da fosforilação oxidativa por herbicidas fenólicos, a transição da permeabilidade seletiva da membrana por agentes oxidantes e a perturbação do genoma mitocondrial por acúmulo de exclusões e pontos de mutação (46), além de estudos que evidenciam que o dano e a disfunção mitocondrial aumentam conforme a idade (169). Em adição, substâncias como amiodarona causam a abertura do canal de potássio e ocasionam um aumento na permeabilidade a prótons e potássio, o que induz a uma diminuição do Δψ e inchamento da organela, acarretando diminuição na síntese de ATP e, consequentemente, a liberação de citocromo c (170). Fármacos prescritos como terapia para AIDS, nucleosídeos inibidores da transcriptase reversa, causam toxicidade mitocondrial, inibindo a síntese do mtDNA (90), poluentes atmosféricos aos quais estamos expostos, diariamente, causam distúrbios em diversos sistemas, incluindo mitocôndrias (171). Dessa forma, resultados obtidos com diferentes metodologias e um bom isolamento mitocondrial em diferentes tecidos podem ser usados para avaliar os mecanismos de toxicidade induzida por xenobióticos, permitindo utilizar as mitocôndrias como biossensores em toxicologia (171,172). ABSTRACT Mitochondria as a Target for Toxicity Evaluation of Xenobiotics The mitochondrion is the organelle responsible for transforming the energy from food into usable energy for the cell in the form of adenosine triphosphate (ATP). Thus, the mitochondria are essential to the life of eukaryotic cells. Since the second half of the 20th century mitochondria are considered as “the power house” of the cells and have more recently become clear that these organelles also have a key role in signaling pathways and cell death. In contemporary times, the mitochondria become an important tool in the field of toxicology, allowing the understanding and prediction of adverse effects of various substances, since mitochondrial damage is often considered as the cause or the effect of tissue damage. This review attempts to briefly describe the mitochondrial function and describe how it can be used for toxicological evaluation of chemical compounds in vitro. Keywords: mitochondria, bioenergetics, cell death, toxico- logical assessment REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Porter Jr. GA, Hom, J, Hoffman D, Quintanilla R, Bentley KM, Sheu, S.S. Bioenergetics, mitochondria, and cardiac myocyte differentiation. Prog Pediatr Cardiol 2011; 31:75–81. 2. Galluzzi L, Kepp O, Trojel-Hansen C, Kroemer G. Mitochondrial Control of Cellular Life, Stress, and Death. Circ Res 2012; 111:1198–1207. 3. Moreno AJM. Mitochondrial Pharmacology and Toxicology. Transworld Research Network; 2006. 210 p., 2006. 4. Luft, R. The development of mitochondrial medicine. Proc Natl Acad Sci 1994; 91:8731-8738. Pereira, L.C./Revista Brasileira de Toxicologia 25, n.1-2 (2012) 9 5. Protti A, Carré J, Frost MT, Taylor V, Stidwill R, Rudiger A, Singer M. Succinate recovers mitochondrial oxygen consumption in septic rat skeletal muscle. Crit Care Med 2007; 35:2150-2155 6. Nelson DL, Cox MM. Lehninger Principles of Biochemistry, 3rd. ed. New York: Worth Publishers 2000; 1255 p 7. Alberts B, Bray D, Lewis J, Raff M, Roberts K, Watson J. Biologia Molecular da Célula. 3ªed. Porto Alegre: Artes Médicas 1997; 1549p 8. Armstrong JS. The role of the mitochondrial permeability transition in cell death. Mitochondrion 2006; 6:225-234.9. Green DR, Reed JC. Mitochondria and apoptosis. Science 1998; 281:1309–1312. 10. Green DR, Kroemer G. The Pathophysiology of Mitochondrial Cell Death. Science 2004; 305:626- 629. 11. Mizutani S, Miyato Y, Shidara Y, Asoh S, Tokunaga A, Tajiri T, Ohta S. Mutations in the mitochondrial genome confer resistance of cancer cells to anticancer drugs. Cancer Sci 2009; 100:1680-1687. 12. Heiden MGV, Cantley LC, Thompson CB. Understanding the Warburg Effect: the Metabolic Requirements of Cell Proliferation. Science 2009; 324:1029-1033. 13. Warburg O. On the origin of cancer cells. Science 1956; 123:309–314. 14. Ferreira LMR. Cancer metabolism: The Warburg effect today. Exp Mol Pathol 2010; 89:372-80 15. Jose C, Rossignol R. Rationale for mitochondria- targeting strategies in cancer bioenergetics therapies. Int J Biochem Cell Biol 2013; 45:123-129. 16. Weinberg F, Hamanaka R, Wheaton WW, Weinberg S, Joseph J, Lopez M, et al. Mitochondrial metabolism and ROS generation are essential for Kras-mediated tumorigenicity. Proc Natl Acad Sci USA 2010; 107:8788–93. 17. Lash LH, Jones DP. Methods in Toxicology: Mitochondrial Dysfunction. Academic Press, Inc, San Diego, 1993. v.2. 18. Dagda RK, Zhu J, Chu CT. Mitochondrial Kinases in Parkinson’s disease: Converging insights from neurotoxin and genetic models. Mitochondrion 2009; 9:289-98. 19. Stetler RA, Leak RK, Gao Y, Chen J. The dynamics of the mitochondrial organelle as a potential therapeutic target. J Cereb Blood Flow Metab 2012; 1-11. 20. Bragadin M. The mitochondria: ATP synthesis and its inhibition by toxic compounds. In: Moreno AJM, Oliveira PJ, Palmeira CM. (editores) Mitochondrial Pharmacology and Toxicology. Kerala; Transworld Research Network, 2006. 1-22. 21. Dykens JA, Jamieson JD, Marroquin LD, Nadanaciva S, Xu JJ, Dunn MC, Smith AR, Will Y. In Vitro Assessment of Mitochondrial Dysfunction and Cytotoxicity of Nefazodone, Trazodone and Buspirone. Toxicol Sci 2008; 103:335-45. 21. Li Y, Couch L, Higuchi M, Fang J-L, Guo L. Mitochondrial Dysfunction Induced By Sertraline, an Antidepressant Agent. Toxicol Sci 2012; 127:589-91. 22. Stachowicz A, Suski M, Olszanecki R, Madej J, Okon K, Korbut R. Proteomic analysis of liver mitochondria of apolipoprotein E Knockout mice treated with metformin. J Proteomic 2012; In Press. 23. Dzeja PP, Holmuhamedov EL, Ozcan C, Pucar D, Jahangir A, Terzic A. Mitochondria: Gateway for Cytoprotection. Circ Res 2001; 89:744-746. 24. Gruber J, Fong S, Chen C-B, Yoong S, Pastorin G, Schaffer S, Cheah I, Halliwell B. Mitochondria- targeted antioxidants and metabolic modulators as pharmacological interventions to slow ageing. Biotechnol Adv 2012. In press. 25. Camara AKS, Lesnefsky EJ, Stowe DF. Potential Therapeutic Benefits of Strategies Directed to Mitochondria. Antioxid Redox Signal 2010; 13:279- 347. 26. Arce PM, Goldschmidt R, Khdour OM, Madathil MM, Jaruvangsanti J, Dey S, Fash DM, Armstrong JS, Hecht SM. Analysis of the structural and mechanistic factors in antioxidants that preserve mitochondrial function and confer cytoprotection. Bioorg Med Chem 2012; 20:5188-5201. 27. Davies, K.M., Strauss, M., Daum, B., Kief, J.H., Osiewacz, H.D., Rycovska, A., Zickermann, V., and K u hlbrandt, W. Macromolecular organization of ATP synthase and complex I in whole mitochondria. Proc. Natl. Acad. Sci. 2011; 108:14121–14126. 28. Martins de Brito O, Scorrano L. An intimate liaison: spatial organization of the endoplasmic reticulum – mitochondria relationship. EMBO J. 2010; 29:2715- 2723. 29. Green, D.R., Galluzzi, L., and Kroemer, G. Mitochondria and the autophagy-inflammation- cell death axis in organismal aging. Science 2011; 333:1109–1112. 30. Zerbes RM, Van der Klei, IJ, Veenhuis, M, Pfanner, N, Van Der Laan M, Bohnert M. Mitofilin complexes: conserved organizers of mitochondrial membrane architecture. Biol. Chem. 2012; 393:1247-1261. 31. Logan DC. The mitochondrial compartment. J Exp Bot. 2006; 57:1225-1243. 32. Stowe DF e Camara AK. Mitochondrial Reactive Oxygen Species Production in Excitable Cells: Modulators of Mitochondrial and Cell Function. Antioxid Redox Signal 2009; 11:1373-1414. 33. Galloway CA, Lee H, Yoon Y. Mitochondrial morphology – emerging role in bioenergetics. Free Radic Biol Med 2012. In Press. 34. Lima TFO, Duarte DA, Sá ALB. Mitocôndria Revisada. Revista Eletrônica Acervo Saúde, 2010; 1:94-107. Lilian Highlight Lilian Sticky Note 22 Lilian Highlight Lilian Sticky Note 23 Lilian Highlight Lilian Sticky Note 24 Lilian Highlight Lilian Sticky Note 25 Lilian Sticky Note 26 Lilian Sticky Note 27 Lilian Sticky Note 28 Lilian Sticky Note 29 Lilian Sticky Note 30 Lilian Sticky Note 31 Lilian Sticky Note 32 Lilian Sticky Note 33 Lilian Sticky Note 34 Lilian Sticky Note 35 10 Pereira, L.C./Revista Brasileira de Toxicologia 25, n.1-2 (2012) 35. Benard, G. and R. Rossignol. Ultrastructure of the mitochondrion and its bearingon function and bioenergetics. Antioxid Redox Signal 2008; 10:1313- 42. 36. Howell N, Chinnery PF, Ghosh SS, Fahy E, Turnbull DM. Transmission of the human mitochondrial genome. Hum. Reprod. 2000; 15:235-245. 37. Lesnefsky EJ, Moghaddas S, Tandler B, Kerner J, Hoppel CL. Mitochondrial dysfunction in cardiac disease: ischemiareperfusion, aging, and heart failure. J Mol Cell Cardiol. 2001; 33:1065-1089. 38. Scheffler IE. Mitochondria. Ed. Wiley-Liss, 1999, New York 351p. 39. Ding WX, Li M, Biazik JM, Morgan DG, Guo F, Ni HM, Goheen M, Eskelinen EL, Yin XM. Electron microscopic analysis of a spherical mitochondrial structure. J Biol Chem 2012 In Press. 40. Mannella, C.A. The relevance of mitochondrial membrane topology to mitochondrial function. Biochim Biophys Acta 2006; 1762:140–147. 41. Zick, M., Rabl, R., and Reichert, A.S. Cristae formationlinking ultrastructure and function of mitochondria. Biochim Biophys Acta 2009; 1793:5– 19. 42. Junqueira LC, Carneiro J. (eds).Histologia Básica, 9ª ed. Rio de Janeiro, Editora Guanabara Koogan, 1999. 332 p. 43. Wallace KB, Starkov AA. Mitochondrial targets of drug toxicity. Annu Rev Pharmacol Toxicol 2000; 40:353–388. 44. Navarro A, Boveris A. Brain mitochondrial dysfunction in aging: conditions that improve survival, neurological performance and mitochondrial function. Front Biosci 2007; 12:1154-63. 45. Wallace DC, Brown MD, Lott MT. Mitochondrial Genetics. In: Rimoin DL, Cormor JM, Pybriz RE. Emery and Rimoin’s Practice of Medical Genetics. Vol I. 3a ed. Churchill Livingstone. New York, 1997 pp: 277-299. 46. Wallace DC. Mitochondrial defects in cardiomyopathy and neuromuscular disease. Am Heart J 2000; 139:70- 85. 47. Siqueira LFM. Progressive myoclonic epilepsies: review of clinical, molecular and therapeutic aspects. J Neurol 2010; 257:1612–1619. 48. Souza AFM, Giugliani R. Doenças Mitocondriais. In: Carakushanski E. Doenças Genéticas em Pediatria. Ed. Guanabara Koogan, RJ, 2001. p. 189-195. 49. Jorde LB, Carey JC, Barnshad MJ, While EL. Genética Médica. 2ª ed., Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000. 297p. 50. Scheffler IE. Mitochondria: make a come back. Adv. Drug Deliv Rev 2001; 49:3-26. 51. Trifunovic, A. and N. G. Larsson. Mitochondrial dysfunction as a cause of ageing. J Intern Med, 2008; 263:167-178. 52. Meyer EH, Tomaz T, Carroll AJ, Estavilho G, Delannoy E, Tanz SK, Small ID, Pogson BJ, Millar AH. Remodeled Respiration in ndufs4 with Low Phosphorylation Efficiency Suppresses Arabidopsis Germination and Growth and Alters Control of Metabolism at Night. Plant Physiol 2009; 151:603-619. 53. Srinivasan S, Avadhani NG. Cytochrome c oxidase dysfunction in oxidative stress. Free Radic Biol Med 2012; 53:1252-63. 54. Kilpatrick SL, Erecinska M, Silver IA. Early cellular responses in vitro to endotoxin administration. Circ Shock 1981; 8:585–600. 55. Lipskaya TYU. Mitochondrial creatine kinase: Properties and function. Biokhimiia 2001; 66:1361- 1376. 56. Ferreira M, AguiarT, Vilarinho L. Cadeia Respiratória Mitocondrial: Aspectos Clínicos, Bioquímicos, Enzimáticos e Moleculares Associados ao Défice do Complexo I. Arq Med 2008; 22:49-56. 57. Berg D, Youdim MBH, Riederer P. Redox Imbalance. Cell Tissue Res 2004; 318:201-213. 58. Voet D; Voet JG; In: Biochemistry (Voet D, ed) Segunda edição. John Wiley & Sons, New York, 1995. 214p. 59. Wallace DC. Mitochondrial Diseases in Man and mouse. Science 1999; 283:1482-8. 60. Wilson DF, Harrison DK, Vinogradov AS. Oxygen, pH, and mitochondrial oxidative phosphorylation. J Appl Physiol 2012; In Press. doi:10.1152/ japplphysiol.01160.2012. 61. Tahara EB, Navarete FD, Kowaltowski AJ. Tissue-, substrate-, and site-specific characteristics of mitochondrial reactive oxygen species generation. Free Radic Biol Med 2009; 1:1283-1297. 62. Belyaeva EA, Sokolova TV, Emelyanova LV, Zakharova IO. Mitochondrial Electron Transport Chain in Heavy Metal-Induced Neurotoxicity: Effects of Cadmium, Mercury, and Copper. Scientific World J 2012. In Press. doi:10.1100/2012/136063. 63. Mingatto FE, Santos AC, Rodrigues T, Pigoso AA, Uyemura AS, Curti C. Effects of the nimesulide and its reduced metabolite on mitochondria. Br. J Pharmacol 2000; 131:1154-1160. 64. Maity, P.; Bindu, S.; Dey, S.; Goyal, M.; Alam, A.; Pal, C.; Mitra, K.; Bandyopadhyay, U. Indomethacin, a non-steroidal anti-inflammatory drug, develops gastropathy by inducing reactive oxygen species- mediated mitochondrial pathology and associated apoptosis in gastric mucosa: a novel role of mitochondrial aconitase oxidation. J Biol Chem 2009; 284:3058–3068. 65. Nadanaciva S, Will Y. New insights in Drug-Induced Mitochondrial Toxicity. Curr Pharm Des 2011; 17:2100-12. 66. Sivalingam, N.; Basivireddy, J.; Balasubramanian, K. A.; Jacob, M. Curcumin attenuates indomethacin- Lilian Sticky Note 36 Lilian Sticky Note 37 Lilian Sticky Note 38 Lilian Sticky Note 39 Lilian Sticky Note 40 Lilian Sticky Note 41 Lilian Sticky Note 42 Lilian Sticky Note 43 Lilian Sticky Note 44 Lilian Sticky Note 45 Lilian Sticky Note 46 Lilian Sticky Note 47 Lilian Sticky Note 48 Lilian Sticky Note 49 Lilian Sticky Note 50 Lilian Sticky Note 51 Lilian Sticky Note 52 Lilian Sticky Note 53 Lilian Sticky Note 54 Lilian Sticky Note 55 Lilian Sticky Note 56 Lilian Sticky Note 57 Lilian Sticky Note 58 Lilian Sticky Note 59 Lilian Sticky Note 60 Lilian Sticky Note 61 Lilian Sticky Note 62 Lilian Sticky Note 63 Lilian Sticky Note 64 Lilian Sticky Note 65 Lilian Sticky Note 66 Lilian Sticky Note 67 Pereira, L.C./Revista Brasileira de Toxicologia 25, n.1-2 (2012) 11 induced oxidative stress and mitochondrial dysfunction. Arch Toxicol 2008; 82:471-481. 67. Raza H, John A. Implications of Altered Glutathione Metabolism in Aspirin-Induced Oxidative Stress and Mitochondrial Dysfunction in HepG2 Cells. PloS ONE 2012; 7:1-14. 68. Esposti MD. Inhibitors of NADH-ubiquinone reductase: an overview, Biochim. Biophys. Acta 1998; 1364:222-235. 69. Gil DL, Ferreira J. The 1,2,3-benzothiadiazoles. A new type of compound acting on coupling site I, in rat liver mitochondria. Xenobiotica 1980; 10: 7-15. 70. Andreani A et al., Thienylimidazo(2,1-b)thiazoles as inhibitors of mitochondrial NADH dehydrogenase. J Med Chem 1995; 38:1090-1097. 71. Singer TP, Ramsay RR. in: Ernster L. (Ed.). Molecular Mechanisms in Bioenergetics, Elsevier, Amsterdam, 1992, pp. 145-162. 72. Szewczyk A, Wojtczak L. Mitochondria as a pharmacological target. Pharmacol Rev 2002; 54: 101-127. 73. Brown GC, Borutaite V. Inhibition of mitochondrial respiratory complex I by nitric oxide, peroxynitrite and S-nitrosothiols. Biochim Biophys Acta. 2004; 1658:44-49. 74. Scatena R, Bottoni P, Botta G, Martorana GE, Giardina B. The role of mitochondria in pharmacotoxicology: a reevalution of an old, newly emerging topic. Am J Physiol 2007; 293:12-21. 75. Ksenzenko M, Konstantinov AA, Khomutov GB, Tikhonov AN, Ruuge EK. Effect of electron transfer inhibitors on superoxide generation in the cytochrome bc1 site of the mitochondrial respiratory chain. FEBS Lett 1983; 155:19-24. 76. Ma X, Jin M, Cai Y, Xia H, Long K, Liu J, Yu Q, Yuan J. Mitochondrial Electron Transport Chain Complex III Is Required for Antimycin A to Inhibit Autophagy. Chem Biol 2011; 18:1474-81. 77. Brenner C, Moulin M. Physiological Roles of the Permeability Transition Pore. Circ Res 2012; 111:1237-1247. 78. Wallace KB, Eells JT, Madeira VMC, Cortopassi G, Jones DP Mitochondrial-mediated cell injury. Fundam Appl Toxicol 2008; 38:23-27. 79. Chan K, Truong D, Shangari N, O’Brien PJ. Drug- induced mitochondrial toxicity. Expert Opin. Drug Metab. Toxicol. 2005; 1:655-669. 80. Turrens JF. Superoxide production by the mitochondrial respiratory chain. Biosci Rep 1997; 17:3-8. 81. Kowaltowski AJ, Souza-Pinto NC, Castilho RF, Vercesi AE. Mitochondria and reactive oxygen species. Free Radic Biol Med 2009; 47:333-343. 82. Feissner RF, Skalska J, Winston EG, Sheu SS. Crosstalk signaling between mitochondrial Ca2+ and ROS. Front Biosci 2009; 14:1197-1218. 83. Boveris A, Chance B. The mitochondrial generation of hydrogen peroxide. General properties and effect of hyperbaric oxygen. Biochem J 1973; 134:707-716. 84. Dorta DJ, Curti C, Rodrigues T. Effects of flavonoids on mitochondria: an overview on pharmacological and toxicological aspects. In: Moreno AJM, Oliveira PJ, Palmeira CM. (Editores) Mitochondrial Pharmacology and Toxicology. Kerala: Transworld Research Network 2006; 147-161. 85. Greetham D, Kritsiligkou P, Watkins RH. Oxidation of the Yeast Mitochondrial Thioredoxin Promotes Cell Death. Antioxid Redox Signal 2012. In Press. 8.. Fridovich I. Superoxide Anion Radical (O.-2), Superoxide Dismutases, and Related Matters. J Biol Chem 1997; 272:18515-18517. 87. Chance B, Sies H, Boveris A. Hydroperoxide Metabolism in Mammalian Organs Physiol Rev 1979; 59:527-605. 88. Pardo-Andreu GL, Nuñez-Figueredo Y, Tudella VG, Cuesta-Rubio O, Rodrigues FP, Pestana CR, Uyemura SA, Leopoldino AM, Alberici LC, Curti C. The anti-cancer agente guttiferone-A permeabilizes mitochondrial membrane: Ensuing energetic and oxidative stress implications. Toxicol Appl Pharmacol 2011; 253:282-289. 89. Pereira CV, Moreira AC, Pereira SP, Machado NG, Carvalho FS, Sardão VA, Oliveira PJ. Investigating Drug-induced Mitochondrial Toxicity: A Biosensor to Increase Drug Safety? Curr Drug Saf 2009; 4:34-54. 90. Fuchs Y, Steller, H, Programmed Cell Death in Animal Development and Disease. Cell 2011; 11:742-758 91. Indran IR, Tufo G, Pervaizes S, Brenner C. Recents advances in apoptosis, mitochondria and drug resistance in cancer cells. Biochim Biophys Acta 2011; 1807: 735-745. 92. Nunnari J, Suomalainen, A. Mitochondria: in sickness and in health. Cell 2012. 148; 6:1145-1159. 93. Federico A, Cardaioli E, Da Pozzo, P, Formichi, P, Gallux, GN, Radi, E. Mitochondria, oxidative stress and neurodegeneration. J Neurol Sci 2012; 322:254– 262. 94. Mammucari C, Rizzuto R. Signaling pathways in mitochondrial dysfunction and aging. Mech Ageing Dev 2010; 131:536–543. 95. Zhivotovsky B, Orrenius S. Cell death mechanism: Cross–talk and role disease. Exp Cell Res 2010; 316:1374-1383. 96. B e a l M . M i t o c h o n d r i a l d y s f u n c t i o n i n neurodegenerative diseases. Biochim Biophys Acta 1998; 1366:211-223. 97. Yen WL, Klionsky D. How to live long and Prosper: Autophagy, Mitochondria and Aging. Physiology 2008; 23:248-262. 98. Orrenius S, Nicotera P, Zhivotovsky B. Cell Death Mechanisms and Their Implications in Toxicology. Toxicol Sci 2011; 119:3-19. Lilian Sticky Note 68 Lilian Sticky Note 69 Lilian Sticky Note 70 Lilian Sticky Note 71 Lilian Sticky Note 72 Lilian Sticky Note 73 Lilian Sticky Note 74 Lilian Sticky Note 75 Lilian Sticky Note 76 Lilian Sticky Note 77 Lilian Sticky Note 78 Lilian Sticky Note 79 Lilian Sticky Note 80 Lilian Sticky Note 81 Lilian StickyNote 82 Lilian Sticky Note 83 Lilian Sticky Note 84 Lilian Sticky Note 85 Lilian Sticky Note 86 Lilian Sticky Note 87 Lilian Sticky Note 88 Lilian Sticky Note 89 Lilian Sticky Note 90 Lilian Sticky Note 91 Lilian Sticky Note 92 Lilian Sticky Note 93 Lilian Sticky Note 94 Lilian Sticky Note 95 Lilian Sticky Note 96 Lilian Sticky Note 97 Lilian Sticky Note 98 Lilian Sticky Note 99 12 Pereira, L.C./Revista Brasileira de Toxicologia 25, n.1-2 (2012) 99. Yin F, Sancheti H, Cadenasm E. Mitochondrial Thiols in the Regulation of Cell Death Pathways. Antioxid Redox Signal. 2012; 17:1714-1727. 100. Martinou JC, Youle RJ. Mitochondria in Apoptosis: Bcl-2 Family Members and Mitochondrial Dynamics. Devel Cell 2011; 21:92-101. 101. Minibayeva F, Dmitrieva S, Ponomareva A, Ryabovol V. Oxidative stress-induced autophagy in plants: The role of mitochondria. Plant Physiol Biochem 2012; 59:11-19. 102. Gomes LC, Di Benedetto G, Scorrano, L. During autophagy mitochondria elongate, are spared from degradation and sustain cell viability. Nat Cell Biol 2011; 13:589-597. 103. Grivicich I, Regner A, Rocha AB. Morte Celular por Apoptose. Rev Brasil Cancerol 2007; 53:335-343. 104. Wiench B. Eichhorn T, Paulsen M, Efferth T. Shikonin directly targets mitochondria and causes mitochondria dysfunction in cancer cell. Evid Base Complement Alternat Med 2012. Doi: 10.1155/2012/7260025. 105. Sangar V, Eddy JA, Simeonidis E, Price ND. Mechanistic modeling of aberrant energy metabolism in human disease. Front Physiol 2012; 3:1–10. 106. Kim JS, He L, Lemasters J. Mitochondrial permeability transition: a common pathway to necrosis and apoptosis. Biochem Biophys Res Commun. 2003; 304:463-470. 107. He C, Klionsky DJ. Regulation mechanism and signaling pathways of autophagy. Annu Rev Genet 2009; 43:67-93. 108. Giorgi C, Romagnoli A, Pinton P, Rizzuto R. Ca2+ Signaling, Mitochondrial and Cell Death. Curr Mol Med 2008; 8:119-130. 109. Perier C, Bove J, Vila, M. Mitochondria and Programmed Cell Death in Parkinson’s Disease: Apoptosis and Beyond. Antioxid Redox Signal 2012; 16:883-895. 110. Liu L, Zhang Z, Xing D. Cell death via mitochondrial apoptotic pathway due to activation of Bax by lysosomal photodamage. Free Radic Biol Med 2011; 51:53-68. 111. Kroemer G, Dallaporta B, Resche RM. The mitochondrial death/ life regulator in apoptosis and necrosis. Annu Rev Physiol 1998; 60:619-942. 112. Luo X, Budiharfjo I, Zhou H, Slaughter C, Wang X. Bid, a Bcl2 interacting protein, mediates cytocromo c release from mitochondria in response to activation of cell surface death receptor. Cell Press 1998; 94:481- 490. 113. Ott M, Robertson JD, Gogvadze V, Zhivotovsky B, Orrenius S. Cytochrome c release from mitochondria proceeds by a two-step process. Proc Natl Acad Sci 2002; 99:1259-1263. 114. Li H, Zhu H, Xu CX, Yuan J. Cleavage of BID by caspase 8 mediates the mitochondrial damage in the FAS pathways of apoptosis. Cell 1998; 94:491-501. 115. Hotchkiss RS, Strasser A, Mcdunn JE, Swanson PE. Cell Death. N Engl J Med 2009; 361:1570–1583. 116. Martin LJ. Mitochondrial and cell death mechanism in Neurodegenerative Disease. Pharmaceuticals 2010; 3:839-915. 117. Porter AG, Janicke RV. Emerging roles of caspase-3 in apoptosis. Cell death and differ 1999; 6:96-104. 118. Crompton M. Bax, Bid and the permeabilization of the mitochondrial outer membrane in apoptosis. Curr Opin Cell Biol 2000; 12:414-419. 119. Perier C, Bove J, Vila, M. Mitochondria and Programmed Cell Death in Parkinson’s Disease: Apoptosis and Beyond. Antioxid Redox Signal 2012; 16:883-895. 120. Zhu S, Tan J, Yan V, Zhang D, Zheng C, Chen Y, Xianhg Z, Cui H. Bax is Essential for Death Receptor- Mediated Apoptosis in Human Colon Cancer Cells. Cancer Biother Radiopharm 2012; 27:577-581. 121. Kroemer G. Mitochondrial control of apoptosis: an introduction. Biochem Biophys Res Commun 2003; 304:433-5. 122. Martins I, Lorenzo G, Kroemer G. Hormesis, cell death and aging. Aging 2011; 3:821–828. 123. Young LPOW, Douglas RG, Zhenyue H, Tak W. Citocrome c: functions beyond respiration. Nat Rev Mol Cell Biol 2008; 9:532-542. 124. Kulikov AV, Shilov ES, Mufazalov IA, Gogvadze V, Nedospasov SA, Zhivotovsky B. Cytochrome c: the Achilles’ heel in apoptosis. Cell Mol Life Sci 2012; 69:1787-1797. 125. Niemi NM, MacKeigan JP. Mitochondrial phosphorylation in apoptosis: flipping the death switch. Antioxid Redox Signal 2012; doi: 10.1089/ ars. 2012.4982. 126. Gurp MV, Festjens N, Loo GV, Saelens X, Vandenabeele P. Mitochondrial intermembrane proteins in cell death. Biochem Biophys Res Commun 2003; 304:487-497. 127. Cao XH, Wang AH, Wang CL, Mao DZ, Lu MF, Cui YG, Jiao RZ. Surfactin induces apoptosis in human breast cancer MCF-7 cells through a ROS/JNK- mediated mitochondrial/caspase pathway. Chem Biol Interact 2010; 183:357-362. 128. Li J, Xu Z, Tan M, Su W, Gong XG. 3-(4-(Benzo(d) thiazol-2-yl)-1-phenyl- 1H-pyrazol-3-yl) phenyl acetate induced Hep G2 cell apoptosis through a ROS-mediated pathway. Chem Biol Interact 2010; 183:341-8. 129. Fleury C, Mignotte B, Vayssiere JL. Mitochondrial reactive oxygen species in cell death signaling. Biochimie 2002; 84:131-141. 130. Jaeschke H, McGill M R, Ramachandran, A. Oxidant stress, mitochondria, and cell death mechanisms in drug-induced liver injury: Lessons learned from acetaminophen hepatotoxicity. Drug Metabol Rev 2012; 44:88-106. Lilian Sticky Note 100 Lilian Sticky Note 101 Lilian Sticky Note 102 Lilian Sticky Note 103 Lilian Sticky Note 104 Lilian Sticky Note 105 Lilian Sticky Note 106 Lilian Sticky Note 107 Lilian Sticky Note 108 Lilian Sticky Note 109 Lilian Sticky Note 110 Lilian Sticky Note 111 Lilian Sticky Note 112 Lilian Sticky Note 113 Lilian Sticky Note 114 Lilian Sticky Note 115 Lilian Sticky Note 116 Lilian Sticky Note 117 Lilian Sticky Note 118 Lilian Sticky Note 119 Lilian Sticky Note 120 Lilian Sticky Note 121 Lilian Sticky Note 122 Lilian Sticky Note 123 Lilian Sticky Note 124 Lilian Sticky Note 125 Lilian Sticky Note 126 Lilian Sticky Note 127 Lilian Sticky Note 128 Lilian Sticky Note 129 Lilian Sticky Note 130 Lilian Sticky Note 131 Pereira, L.C./Revista Brasileira de Toxicologia 25, n.1-2 (2012) 13 131. Pinton P, Giorgi C, Siviero R, Zecchini E, Rizzuto R. Calcium and Apoptosis: ER-mitochondrial Ca2+ transfer in the controlo f apoptosis. Oncogene 2008; 27:6407-6418. 132. Zamzami N, Hirsch T, Dallaporta B, Petit PX, Kroemer G. Mitochondrial implications in accidental and programmed cell death and necrosis. J Bioenerg Biomemb 1997; 29:185-193. 133. Chernyak BV, Izyumov DS, Lyamzaev KG, Pashkovskaya AA, Pletjushkima OU, Antonenko YN, Sakharov DV, Wirtz KW, Skulachev VP. Production of reactive oxygen species in mitochondria of HeLa cells under oxidative stress. Biochim Et Biophys Acta 2006; 1757:525-534. 134. Leist M, Single B, Castoldi AF, Kuhnle S, Nicotera P. Intracellular adenosine Triphosphate (ATP) Concentration: a Switch in the decision between apoptosis and necrosis. J Exp Clin Med 1997; 185:1481-6. 135. Malik A, Czajka A. Is mitochondrial DNA content a potential biomarker of mitochondrial dysfunction? Mitochondriom. 2012. doi.org/10.1016/j.mito.2012. 10.011. 136. Bugrim A, Nikolskaya T, Nikolsky Y Early prediction of drug metabolism and toxicity: systems biology approach and modeling. Drug Discov Today 2004; 9:127-35. 137. Geenen S, Taylor PN, Snoep JL, Wilson ID, Kenna JG, Westerhoff. Systems biology tools for toxicology. Arch Toxicol 2012; doi: 10.1007/s00204-012-0857-8. 138. Hueiwei YH; Lee HC. Oxidative Stress, Mitochondrial DNA Mutation, and Impairment of Antioxidant Enzymes in Aging. Exp Biol Med 2002; 227:671-682. 139. Garrabou G, Soriano A, López S, Guallar JP, Giralt M, Villarroya F, Martinez JA, Casademont J, Cardellach F, Mensa J, Miró O. Reversible inhibition of mitochondrial protein synthesis during linezolid-related hyperlactatemia.Antimicrob Agents Chemother 2007; 51:962–967. 140. Thomas RS, Rank DR, Penn SG, Zastrow GM, Hayes KR, Pande K et al. Identification of toxicologically predictive gene sets using cDNA microarrays. Mol Pharmacol 2001; 60:1189-1194. 141. Farris MW, Chan CB, Patel M, Houten BV, Orrenius S. Role of mitochondria in toxic oxidative stress. Mol Interv 2005; 5:94-111. 142. Nasseh IE, Tengan CH, Kiyomoto BH, Gabbai AA. Doenças Mitocondriais. Revista de Neurociências 2001; 2:60-9. 143. Brandon M, Baldi P, Wallace DC. Mitochondrial mutations in cancer. Oncogene 2006; 25:4647–4662. 144. Deschamps D, Fisch C, Fromenty B, Berson A, Degott C, Pessayre D. Inhibition by salicylic acid of the activation and thus oxidation of long-chain fatty acids. Possible role in the development of Reye’s syndrome. J Pharmacol Exp Ther 1991; 259:894-904. 145. Wu RQ, Xu YX, Song XH, Chen LJ, Meng XJ. Relationship between cytokine Mrna expression and organ damage following cecal ligation and puncture. J Gastroenterol 2002; 8:131-4. 146. Erecinska M, Wilson DF. Inhibitors of Mitochondrial Function. Pergamon: Oxford 1981; 199-210. 147. Schrauwen P, Schrauwen-Hinderling V, Hoeks J, Hesselink MKC. Mitochondrial dysfunction and lipotoxicity. Biochim Biophys Acta 2010; 1801: 266-71. 148. Halliwell B, Gutteridge JMC. Free Radicals in Biology and Medicine, 3 ed. New York, Oxford University Press 1999; 936p. 149. Scheffler IE. Mitochondria: make a come back. Adv. Drug Deliv Rev 2001; 49:3-26. 150. Savitha S, Tamilselvan J, Anusuyadevi M, Panneerselvam C. Oxidative stress on mitochondrial antioxidant defense system in the aging process: role of dl-α-lipoic acid and l-carnitine. Clin Chim Acta 2005; 355:173-180. 151. Huber LA, Xu QB, Jurgens G, Bock G, Buhler E, Grey KF, et al. Correlation of lymphocyte lipid composition membrane microviscosity and mitogen response in the aged. Eur J Immunol 1991; 21:2761-5. 152. Nakagawa Y. Mitochondria and neuroprotection: Role of mitochondrial phospholipid hydroperoxide gluthathione peroxidase (PHGPx) as an antiapoptotic factor. Biol Pharm Bull 2004; 27:956-960. 153. Bousová I, Skálová L. Inhibition and induction of glutathione S-transferases by flavonoids: possible pharmacological and toxicological consequences. Drug Metab Rev 2012; 44:267-286. 154. Ketterer B, Coles B, Meyer DJ. The role of glutathione in detoxication. Environ Health Perspect 1983; 49: 59-69. 155. Doroudgar S, Glembotski CC. New concepts of endoplasmic reticulum function in the heart: Programmed to conserve. J Mol Cell Cardiol 2012; doi: 10.1016/j.yjmcc.2012.10.006. 156. Ichas F, Jouaville LS, Sidash SS, Mazat JP, Holmuhamedov EL. Mitochondrial calcium spiking: a transduction mechanism based on alciuminduced permeability transition involved in cell calcium signalling. FEBS Lett 1994; 348:211-215. 157. Vercesi AE, Kowaltowski AJ, Grijalba MT, Meinicke AR, Castilho RF. The role of reactive oxygen species in mitochondrial permeability transition. Biosci Rep 1997; 17:43-52. 158. Gunter TE, Gunter KK, Sheu SS, Gavin CE. Mitochondrial calcium transport: physiological and pathological relevance. Am J Physiol 1994; 36:313- 339. 159. Zoratti M, Szabo, I. The mitochondrial permeability transition. Biochim Biophys Acta 1995; 1241:139-176. 160. Ronchi JÁ, Vercesi AE, Castilho RF. Reactive oxygen species and permeability transition pore in rat liver Lilian Sticky Note 132 Lilian Sticky Note 133 Lilian Sticky Note 134 Lilian Sticky Note 135 Lilian Sticky Note 136 Lilian Sticky Note 137 Lilian Sticky Note 138 Lilian Sticky Note 139 Lilian Sticky Note 140 Lilian Sticky Note 141 Lilian Sticky Note 142 Lilian Sticky Note 143 Lilian Sticky Note 144 Lilian Sticky Note 145 Lilian Sticky Note 146 Lilian Sticky Note 147 Lilian Sticky Note 148 Lilian Sticky Note 149 Lilian Sticky Note 150 Lilian Sticky Note 151 Lilian Sticky Note 152 Lilian Sticky Note 153 Lilian Sticky Note 154 Lilian Sticky Note 155 Lilian Sticky Note 156 Lilian Sticky Note 157 Lilian Sticky Note 157 Lilian Sticky Note 159 Lilian Sticky Note 160 Lilian Sticky Note 161 14 Pereira, L.C./Revista Brasileira de Toxicologia 25, n.1-2 (2012) and kidney mitoplasts. J Bioenerg Biomembr 2011; 43:709-15. 161. Bernardi P, Rasola A. The mitochondrial permeability transition pore and its involvement in cell death and in disease pathogenesis. Apoptosis 2007; 12:815-833. 162. Tsujimoto Y, Shimizu S. Role of the mitochondrial membrane permeability transition in cell death. Apoptosis 2007; 12:835-840. 163. Kinnally KW, Lohret TA, Campo ML, Mannella CA. Perspectives on the mitochondrial multiple conductance channel. J Bioenerg Biomembr 1996; 28: 115-123. 164. Loupatatzis C, Seitz G, Schonfeld P, Lang F, Siemen D. Single-channel currents of the permeability transition pore from the inner mitochondrial membrane of rat liver and of a human hepatoma cell line. Cell Physiol Biochem 2002; 12:269-278. 165. Valle VGR, Fagian MM, Parentoni LS, Meinicke AR, Vercesi AE. The participation of reactive oxygen species and protein thiols in the mechanism of mitochondrial inner membrane permeabilization. Arch Biochem Biophys 1993; 307:1-7. 166. Castilho RF, Kowaltowski AJ, Vercesi AE. The irreversibility of inner mitochondrial membrane permeabilization by Ca2+ plus prooxidants is determined by the extent of membrane protein thiol cross-linking. J Bioenerg Biomembr 1996; 28:523-9. 167. Rossi CS, Lehninger AL. Stoichiometry of respiratory stimulation, accumulation of Ca++ and phosphate, and oxidative phosphorylation in rat liver mitochondria. J Biol Chem 1964; 239:3971-3980. 168. Loeb LA, Preston BD, Snow ET, Schaaper RM. Apurinic sites as common intermediates in mutagenesis. Basic Life Sci 1986; 38:341-7. 169. Holmuhamedov E, Lewis L, Bienengraeber M, Holmuhamedova M, Jahangir A, Terzic A. Suppression of human tumor cell proliferation through mitochondrial targeting. FASEB J 2002; 16:1010-1016. 170. Wallenborn, J. G., Schladweiler, M. J., Richards, J. H., & Kodavanti, U. P. Differential pulmonary and cardiac effects of pulmonary exposure to a panel of particulate matter-associated metals. Toxicol Appl Pharmacol 2009; 241(1):71-80. 171. Begriche K, Massart J, Robin M-A, Borgne- Sanchez A, Fromenty B. Drug-induced toxicity on mitochondria and lipid metabolism: Mechanistic diversity and deleterious consequences for the liver. J Hepatol 2011; 54:773-794. View publication statsView publication stats Lilian Sticky Note 162 Lilian Sticky Note 163 Lilian Sticky Note 164 Lilian Sticky Note 165 Lilian Sticky Note 166 Lilian Sticky Note 167 Lilian Sticky Note 168 Lilian Sticky Note 169 Lilian Sticky Note 170 Lilian Sticky Note 171 Lilian Sticky Note 172 https://www.researchgate.net/publication/279912311
Compartilhar