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INDISCIPLINA ESCOLAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL: REFLEXÕES SOBRE OS DIAS ATUAIS

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INDISCIPLINA ESCOLAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL: REFLEXÕES SOBRE OS DIAS ATUAIS
1. Introdução
A indisciplina é denominada como uma atitude de um indivíduo que não obedece, não segue regras e normas de um determinado grupo social. O grupo social referido nessa pesquisa, é a escola, na qual considera-se um ambiente democratizado e diversificado, com a presença de diversos indivíduos de várias classes sociais. Entretanto, a indisciplina escolar é muito discutida aos longos dos anos nos ambientes escolares, pois, os professores que sofrem com a indisciplina, buscam solucionar e minimizar essa situação, em que dificultam em desenvolver o seu trabalho pedagógico na sala de aula. 
De acordo com os estudos, percebe-se que há vários fatores do indivíduo se encontrar na situação de indisciplina. Esses fatores são: influência da sociedade, da tecnologia, condição psicológica dos educandos, envolvimentos com drogas, má relação com a família, incompetência dos professores e estrutura da escola. E, na Educação Infantil, há uma visão diferenciada a respeito de indisciplina, pois muitas vezes, o aluno apenas está se adaptando com o convívio social. Diante essa problemática, a pesquisa visa responder quais ações adequadas para minimizar a indisciplina na Educação Infantil.
Dessa maneira, o trabalho tem como objetivo geral, analisar a indisciplina escolar na Educação Infantil na instituição do município de Macaé -RJ. Especificamente, objetiva-se apontar os conceitos de disciplina e indisciplina, compreender como ocorre a indisciplina escolar, refletir a indisciplina escolar na Educação Infantil com finalidade de apresentar o papel da escola diante os fatos. 
Contudo a pesquisa foi de grande importância para ampliar os conhecimentos referente prática pedagógica e que o ato de indisciplina sempre estará presente em nossos ambientes escolares, e, cabe todos os profissionais da educação, buscar subsídios e meios que minimize e solucione a indisciplina, proporcionando um ambiente agradável para aprendizagem. 
2. Metodologia
O tipo dessa pesquisa é denominado como pesquisa de campo, de abordagem qualitativa, na qual para contribuição do trabalho foi utilizado subsídios teóricos que tratam sobre o tema indisciplina. Assim, por meio de livro, trabalhos científicos, artigo de revista, apresentaram como a indisciplina caracteriza e percorre no âmbito escolar. Para tais resultados bibliográfico, foi utilizado os mecanismos de pesquisas: Portal Periódico da CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), Scielo (Biblioteca Eletrônica Científica Online) e Google Acadêmico. Além disso, utilizou-se a Biblioteca disponível no ambiente virtual da Estácio, na qual disponibilizou os livros de Silva (2013) e Parrat-Dayan (2008). Em outros portais foram selecionados estudos de Campos et al. (2018), Barbosa (2017), Lucatelli e Müller (2014), Boarini (2013), Roco et al. (2012), Franzoloso (2011) e Aquino (1996).
Para completar a pesquisa, utilizou a coleta de dados por meio do instrumento de entrevista com professores da rede de Educação Infantil na instituição situada no município de Macaé-RJ. A entrega do questionário foi no período de 17 de fevereiro à 19 de março de 2020, seguindo a ética da pesquisa científica, foi garantido o anonimato dos professores, considerando apenas o conhecimento deles referente a indisciplina e sua vivência em sala de aula. Foram entrevistados 5 (cinco) professores, com 10 (dez) questões abertas que possibilitaram uma análise e compreensão sobre a indisciplina escolar nessa etapa da Educação Infantil. As respostas foram relacionadas com a teoria estudada, para que seja articulado entre teoria/prática com objetivo de apresentar hipóteses correspondente à problemática. 
Denomina-se PEI (Professora da Educação Infantil): PEI1, PEI2, PEI3, PEI4 e PEI5. Foram constatados que os professores são do gênero feminino, com a idade entre 29 anos e 47 anos, docentes atuantes do Pré I, Pré II, Maternal I e Maternal II, numa rede de ensino particular.
3. Revisão bibliográfica
3.1 A disciplina e indisciplina
O conceito indisciplina está relacionado com o de disciplina, pois, ambos conceitos se envolvem regras delimitados no determinado local que busca manter a ordem. Entende-se de disciplina, um ato de obediência e organização, e aquele não cumprir tais regras, considera-se como indisciplina. Conceituando-se, a disciplina é demarcada pela existência de regra, enquanto a indisciplina é desobediência dessas regras.
Assim, quando se trata de indisciplina, reflete à um tema complexo, pois, de acordo com Parrat-Dayan (2008), existem múltiplos motivos que se articula em várias dimensões. Contemporaneamente, a indisciplina “assume formas diferentes em nossa sociedade atual, formas que não existiam em outras sociedades e em outros tempos” (p.15). Explica-se que diante a escola tradicional, a indisciplina era rara, por conta de que os alunos não podiam falar, apenas escutar, porém, era existente. Porém era de maneira diferente, a forma como era abordada e tratada. 
A indisciplina é um dos problemas enfrentados do profissional da educação, sendo ela antiga, e pouco tratado nos estudos de Pedagogia. Aquino (1996) aponta a indisciplina como inimigo número um dos professores:
A indisciplina seria, talvez, o inimigo número um do educador atual, cujo manejo as correntes teóricas não conseguiriam propor de imediato, uma vez que se trata de algo que ultrapassa o âmbito estreitamente didático-pedagógico, imprevisto ou até insuspeito no ideário das diferentes teorias pedagógicas. É certo, pois, que a temática disciplina passou a se configurar enquanto um problema interdisciplinar, transversal à pedagogia, devendo ser tratado pelo maior número de áreas em torno das ciências da educação. Um novo problema que pede passagem (p. 40).
Compreende-se que as crianças historicamente, como adultos em miniaturas, eram seres de deveres. A sociedade foi se modificando e a criança conquistou seus direitos, como por exemplo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), em que surgiu como “mudança de paradigma, no ideário democrática de liberdade, igualdade e fraternidade” (SILVA, 2013, p.19). Conforme a autor, foram produzidas controvérsias, denominando a sociedade como seres ignorantes que apresenta uma compreensão de que a criança é apenas um sujeito de direitos, esquecendo-os como aquele de deveres. 
 No entanto, conforme Lucatelli e Müller (2014), um indivíduo disciplinado é aquele que obedece a lei de um grupo e corresponde ao comportamento padrão: “o indisciplinado neste contexto é aquele desobedecem às regras de uma coletividade, entendido como um “atentado”, uma ofensa ao grupo que pertence.” (p.94). Assim, compreende-se que a indisciplina se envolve na obediência de regras. Como por exemplo: uma organização, possui suas regras, e aquele que não obedece, é considerado como ser indisciplinado. 
Nessa mesma linha de pensamento Campos et al. (2018), em sua pesquisa aponta o disciplinado, aquele indivíduo que respeita a regra de convívio e o grupo que vive. A literatura define a disciplina como um instrumento para o sucesso do indivíduo, que delega a ele um comportamento positivo, na qual obtém a consciência da existência de outro indivíduo, respeitando-o o espaço e regras de convivência. 
No entanto, a disciplina “representa a maneira de agir do educando, no sentido de cooperação no desenvolvimento das atividades escolares e respeito pelos colegas” (LUCATELLI; MÜLLER, 2014, p.94). A compreensão é que, a disciplina engloba regras de comportamento a serem cumpridas, na qual assegura uma organização de um grupo, respeitando normas e outros indivíduos. 
Entretanto, assim, Parrat-Dayan (2008), considera-se a indisciplina como um ato de desobediência às regras e desordem no meio em que vive:
[...] disciplina é instrumental, é uma técnica de gestão de grupos e não deve ser prescritiva e nem descritiva. Alguns defendem que a disciplina é um instrumento de iniciação do senso moral e representa um meio de educar o aluno,para os demais, ela é uma maneira de reconhecer o outro. Esse último ponto refere-se à necessidade de trabalhar com a heterogeneidade dos alunos (p.17).
	
O grupo social representado por ações indisciplinares é o ambiente escolar, na qual possui regras que devem ser seguidas, ambiente que deve ser mantido ordem e ensinar a organizar. De acordo com a autora, define-se por meio de opiniões de professores, que a indisciplina é manifestada pelos indivíduos tais como: provocador, aquele que rejeita regras, insolente e bagunceiro, agressivo e aquele que realiza ato de vandalismo com materiais e objetos escolares. Nessa mesma linha de pensamento, o aluno indisciplinado representa ações e costumes que banaliza o status do sujeito, o que define como ser disciplinado ou indisciplinado. 
Pois, aqueles que não seguirem tais regras delimitadas no ambiente escolar, são considerados como indisciplinados. “O sucesso da superação da indisciplina nas escolas depende de um trabalho em conjunto, entre seus agentes, alunos, professores e família; [...] (CAMPOS, et al., 2018, p.153). Diante a citação, afirma-se que a escola tem seu papel social para romper com os problemas indisciplinares, porém, a sociedade espera-se que a escola resolva sozinha, sendo ela, uma das causas dos atos indisciplinares do indivíduo. 
 A indisciplina foi caracterizada como uma construção coletiva, na qual Boarini (2013), destaca que as regras de convívio social são configuradas pelo tempo histórico na qual se constrói no âmbito coletivo. Entende-se que o indivíduo não nasce indisciplinado, ele constrói ao longo de sua história e o cotidiano social que vive, na quais reflete atitudes que foram construídas em seu convívio familiar, amigos, e até mesmo o ambiente escolar. 
A indisciplina vem se tornando uma das maiores dificuldades no desenvolvimento e aplicabilidade dos projetos educativos nas escolas e se manifesta por um indivíduo ou grupo, com um comportamento inadequado, um sinal de rebeldia, intransigência, desacato, desobediência, falta de disciplina, traduzida na falta de educação ou de respeito pelas autoridades, na bagunça ou agitação motora gerando barreiras, hiatos e perda de foco no processo de ensino e da aprendizagem. (CAMPOS, et al.,2018, p.151)
 Nesse sentido, a indisciplina é um problema discutido há décadas, principalmente nas manchetes de noticiários. Essas notícias relatam a situação de professores nervosos que sofrem violência, verbal e física e também situações que os mesmos não conseguem controlar uma sala de aula, retratando o cenário de alunos que praticam a falta de respeito aos professores, ou responsáveis. Assim, esse é um problema que, de acordo pesquisas, compromete a aprendizagem dos alunos, na qual é apontado por Lucatteli e Müller (2014, p.94): “é nestes momentos que aparecem a gestão de classe que basicamente consiste nas regras necessárias para aprendizagem”. Os professores buscam manuais prontos, como aplicar normas e regras para manter seu ambiente disciplinado e harmonizado. 
Contudo, diante as ideias dos autores citados, disciplina ocorre-se quando o indivíduo reconhece seus limites, seu espaço e do outro, em base de respeito e diálogo prevalece um ambiente disciplinado. Já a indisciplina ocorre em diversas formas, e, especificamente em ambiente escolares, aquele que não respeita as regras e o outro, que não contribui para o diálogo e realiza ações negativas e violentas.
3.2 A indisciplina na Educação Infantil e Ensino Fundamental
No que se refere a Educação Infantil, é o primeiro ambiente escolar que as crianças experimentam o contato com outras pessoas e amplia as relações sociais, adquirindo as primeiras percepções em viver em grupo e coletividade. Sem rotular as crianças e apontar ideias preconceituosas, é essencial tratar da indisciplina na Educação Infantil, pois, segundo Franzoloso (2011), considera-se a criança indisciplinada aquela que estão rompendo com as regras da escolas e aqueles que não estão se desenvolvendo nas suas próprias possibilidades cognitivas, isto é, a criança prejudica seu próprio desenvolvimento. Sendo assim, constata-se que há índice indisciplinares de crianças pequenas, pois, elas estão na fase de descobrir e desenvolver habilidades de conviver socialmente. 
A questão da indisciplina na Educação Infantil vem se tornando complexa e indagações a respeito de sua veracidade fazem desta, uma problemática importante a ser discutida quando pensamos a questão da indisciplina escolar e, principalmente, de sua prevenção (p.1870).
 
De acordo com a autora, o aluno da Educação Infantil que manifesta essa ação indisciplinar, é apresentado diferente daqueles que ocorrem das idades avanças. Assim como já foi citado, o aluno indisciplina na Educação Fundamental, apresentam outras características e outros fatores que englobam suas atitudes indisciplinares. Pois, é necessário a compreensão da diferença entre a indisciplina no cotidiano na Educação Infantil e Fundamental. Os indivíduos possuem suas singularidades e seus contexto social, seu desenvolvimento e sua cognição. 
Conforme Barbosa (2017), apresenta em sua pesquisa que a indisciplina é “um dos grandes desafios, tanto para os alunos, quanto para professores e família, pois, afeta a construção dos indivíduos em seus diversos aspectos” (p.10). Assim, é necessário buscar maneiras que contribuem para o rompimento da indisciplina escolar, pois afetam no desenvolvimento e aprendizagem do aluno na sua fase escolar. A indisciplina escolar para os autores é um assunto difícil de ser abordado, sendo necessário para uma discussão entre os educadores. Nesse sentido, é preciso refletir ações pedagógicas que minimize situações indisciplinares no cotidiano escolar.	Historicamente, as escolas eram consideradas como um quartel, com normas de condutas, professores autoritários e militarizado. Aquino (1997), aponta a temática indisciplina difícil de ser abordados, e apresenta o inimigo número um do educador atual, caracterizando a transição da escola militarizada para uma escola democratizada. Vale ressaltar também as ideias de Silva (2013), na qual enfatiza-se que o aluno não é apenas cumpridor de deveres, e atualmente destaca-se os direitos e deveres da criança por meio do ECA e Constituição Federal de 1988.
Em compreensão desse contexto histórico, a escola passou por uma transição desmilitarizando as relações sociais e atendeu a nova geração. Essa geração é caracterizada indivíduos históricos, de quaisquer camadas sociais, atendendo a lei de que a educação é para todos. Assim, na história da educação brasileira, consta que a educação era apenas para as pessoas elitizadas e apenas para os meninos. Ao decorrer da história, a educação propôs um espaço para meninos e meninas, independentemente de sua classe social. 
Atualmente, professores que possuem as atitudes de militarismo e autoritarismo são considerados como inseguros, conforme Barbosa (2017), destaca que os professores que agem dessa forma, tornam bastante permissivo com seus alunos, pois, “a indisciplina reflete aos valores e atitudes que comportam uma dimensão pessoal e social” (p.11). Nesse sentido, a escola tem a necessidade de preparar para atender todas as camadas sociais e combater as indisciplinas:
Indisciplina, então, seria sintonia de injunção da escola idealizada e gerida para um determinado tipo de sujeito e sendo ocupado por outro. Equivaleria, pois, a um quadro difuso de instabilidade gerado pela confrontação deste novo sujeito histórico a velhas formas institucionais cristalizadas. Ou seja, denotaria as tentativas de ruptura, pequenas fendas em um edifício secular como é a escola, potencializando assim uma transição institucional, mais cedo ou mais tarde de um modelo autoritário de conceber e efetivar a tarefa educacional para um modelo menos elitista e conservadora (AQUINO, 1997, p.45).
Dessa forma, o autor deixa claro que a indisciplina surgiu a partir da escola não preparar a estrutura para atender os alunos de todas as camadas sociais.Pois, compreende-se que é necessário adequar a escola para corresponder e atender a todos e todas. Diante as atitudes dos professores, vale ressaltar que as práticas tradicionalismo só eram válidos para as escolas militarizado. E, Barbosa (2017), faz uma crítica sobre autoridades dos responsáveis: “o professor que cria barreiras através do autoritarismo, priva seus alunos de exercer sua liberdade, o que prejudica o relacionamento aluno-professor” (p.11). A concepção da autora é que não vale exercer a prática de autoritarismo, pois, causam consequências em relação com o professor e aluno, e não atende o modelo de educação que prezam hoje. 
Nessa mesma linha de pensamento, Parrat-Dayan (2008), aponta a existência de um “novo autoritarismo” na qual é exercido pelos alunos diante o professor, em que leva a situações difíceis. O que a autora esclarece, é que o professor parece haver medo de estabelecer os limites, regras claras que possam ser cumpridas, assim, considera-se o professor um ser autoritário. Portanto, é um desafio para o professor, pois, essas situações são frequentes na sala de aula, será encontrado turmas turbulentas, barulhentas, entre outros. 
A indisciplina atualmente não é apenas resultado de uma escola despreparada para atender as camadas sociais, isto é, a indisciplina ocorre-se também por outros fatores. Entretanto, a indisciplina pode estar relacionada a vários fatores “como o descaso dos pais, a influência da sociedade e dos meios de comunicação social, a condição social dos educandos, as drogas, além de outros fatores, como o autoritarismo e a incompetência dos professores, a estrutura da escola” (LUCATTELI; MÜLLER, 2014, p.94).
Nessa concepção, entende-se que não é somente quando há desobediência de alguma regra escolar, e sim no cotidiano social o desinteresse dos estudos, mundo das drogas, entre outros. Nesse sentido, os professores possuem diferentes visões diante a indisciplina escolar do aluno, em que é tratado de forma individual, cada aluno com suas particularidades. 
Conforme Boarini (2013), aponta que muito ouve-se de professores que as crianças e jovens “não tem limites”, na justificativa que os “pais são muitos permissivos”, ou outro motivo, a família é desestruturada ou desorganizada. Essas concepções são justificativas pelo fracasso escolar dos jovens e os comportamentos agressivos que são apresentados pelos alunos. Pois, há outras justificativas que também pode partir do professor a causa da indisciplina:
Análises dessa ordem também se referem ao professor, ou seja, a indisciplina escolar ocorre porque o professor não faz da escola uma extensão do lar e daí por diante. Essas explicações, cada qual a seu modo, nos remetem ao campo da moral e, em geral, trazem também forte tintura de nostalgia. Comumente elas apoiam-se na memória de fatos isolados descontextualizados histórica e socialmente (p.125).
Diante os fatores, entende-se que o ato de indisciplina de alunos nas instituições manifesta de diversas maneiras. De acordo com Franzoloso (2011, p.1872), representa a situação do indivíduo revoltado, de resistência a ordem e acordo, que “pode ser entendida como um sintoma, um reflexo de uma crise no ambiente escolar ou, até mesmo, na sociedade em geral”. Assim, entende-se que o indivíduo se manifesta por meio de suas atitudes a situação do meio em que vive. Nesse sentido, sua relação social, não está de acordo com que se espera para uma comunidade em que percorre a concepção de respeito. 
No entanto, o professor da Educação Infantil e Fundamental, atende para um número expressivo em média de 35 crianças na sala de aula, e é observado as dificuldades de lecionar e educar. Vale destacar que, a escola é chata sim, e é necessário transformá-la em um ambiente de aprendizado e não parque de diversão. Silva (2013), destaca que, “a escola deve ser chata, mas não insuportável. É necessário, portanto, a separação entre as dimensões”. Assim, compreende-se que o ambiente escolar tende ser um local onde aprende-se a viver, e construam conhecimentos, em um local sem ser chato e sim exigente. 
3.3 A indisciplina na Instituição de Macaé/RJ 
Vale ressaltar que, conforme Aquino (1996), o problema da indisciplina é antigo, e os professores testemunham essa questão como uma dificuldade existente em seu trabalho escolar. Deixa claro que os fatos de indisciplina não ocorrem em apenas em instituições públicas, caracterizando-os que também existe nas escolas privadas. 
Na primeira questão, referente ao conceito de disciplina e indisciplina, correspondem: 
É uma conduta de organização que segue com regras e rotinas com obediência. Já a indisciplina é a falta de organização, não há rotina realizadas e as regras não são cumpridas como fosse uma desobediência (PEI1);
Disciplina é obediência a regras e normas de conduta; indisciplina é a falta de obediência e de conduta (PEI2);
Disciplina é quando há regras e, as normas de convivência, é ter bom comportamento, sempre respeitando o próximo. Indisciplina, é o contrário de do descrito acima, onde o indivíduo não colabora com o bem estar comum, negando regras, respeito aos limites, que gera transtorno tanto para si, quanto para o próximo (PEI3);
Disciplina é o cumprimento das regras e normas que foram estabelecidas, e indisciplina considera-se a falta de respeito e não cumprimento de normas e regras, mau comportamento e falta de responsabilidade (PEI4);
Disciplina é ato de obediência a regras de conduta de um grupo obediência às regras, aos superiores, a regulamentos conduta que assegura o bem-estar dos indivíduos ou o bom funcionamento, indisciplina é falta de disciplina; desobediência, insubordinação, rebeldia, violação de regras ou ordens propostas (PEI5).
No entanto constata-se que as respostas do professor não foram diferentes uma de outros, destacando a consciência de disciplina e indisciplina conforme apresenta na literatura. Na compreensão de que o aluno disciplinado é aquele que aceita as regras de convivência e contribui para a organização do ambiente escolar, e, o indisciplinado é aquele que não obedecer às regras determinado, prejudicando a organização da sala de aula. Conforme Parrat-Dayan (2008), a indisciplina é “uma infração do regulamento interno, é uma falta de civilidade e um ataque às boas maneiras” (p.8). De acordo com a autora, ninguém está ileso da situação de indisciplina, ocorrendo em todos os níveis escolares. 
Referente a segunda pergunta, apenas a PEI4, constou que não há casos de indisciplina em sua turma. Já a PEI1, possui um aluno autista de 5 anos em sua turma relatando que o mesmo: “não aceita realizar a rotina, mesmo com o uso do espaço positivo por apresentar dificuldade para se comunicar e interagir querendo somente o que é de seu interesse (PEI1)”. Assim, conhecidamente, os alunos autistas são aqueles que possuem um transtorno em seu desenvolvimento que dificulta na comunicação e na interação. Nesse caso, precisa de uma atenção especial, para que o desenvolvimento e aprendizagem ocorra, conquistando o laço de confiança, um processo que consiste no preparo do educador. 
Posteriormente a PEI2, apresenta que em sua turma possui um aluno de 4 anos que “ ao ouvir que não cumpriu com o combinado da turma que previamente foi formado por eles, e sua reação são palavras torpes com seu professor e sua atitude é de bater em todos e cuspir [....]”. Sendo assim, é a realidade de que muitos professores estão enfrentando na sala de aula, alunos autoritários que desconhecem a regras. A PEI3 apresentou um menino indisciplinado e o PEI5, um menino e uma menina. 
Em relação a terceira pergunta, na concepção que o ato de indisciplina existe uma causa, houve semelhança nas respostas da PEI1, PEI2, e PEI5, mencionando-se a falta de limite do aluno e culpabilizando os pais:
A indisciplina ocorre pelo fato de o aluno não ter regras e limites em casa, pois realiza o que é de vontade e devido a isso ao se deparar com o que foi apresentado, imediatamente rejeita e quer realizar somente o que é do seu interesse(PEI1);
Falta de limite e desleixo dos pais (PEI3);
É causada muita das vezes porque o aluno não compreende as regras de convívio criadas pelo grupo, pois estas regras é limites não ocorrem em seus meio social familiar. Logo a resistência em compreende e atende-las no meio social escolar (PEI5).
De acordo com Silva (2013), é importante criar limite, regras e valores para impedir as atitudes indisciplinares. Parrat-Dayan (2008), também define a importância dos limites, e destaca que é positivo a família estabelecer limites desde cedo. Percebe-se que o problema de indisciplina dos alunos da rede de Educação Infantil, é comum, na definição que as crianças precisam de atividades que trabalhe o desenvolvimento de seu autocontrole, responsabilidade e autodisciplina. Contudo, “é preciso estabelecer os limites necessários que permite o aluno canalizar todo o potencial que possui em direção à construção de um projeto baseado na dignidade humana” (PARRAT-DAYAN, 2008, p.10).
De acordo com a literatura, a causa são múltiplas, família desestruturadas, desmotivação do aluno, falta de autoridade do professor, entre outros. Compreende-se que, a indisciplina ocorre quando os alunos não ficavam de acordo com as regras e normas dos professores, e hoje eles são “surdos”, não compreende as regras, na qual, na concepção da autora, devem ser simples e claras que podem ser cumpridas. 
A colocação dos PEI3 e PEI4, é mencionado “fatores familiar” ou “ambiente familiar”, e traz uma reflexão referente ao controle das emoções do aluno:
Fatores familiares, falta de interesse mesmo com incentivo, maneira de chamar atenção, não saber lidar com seus sentimentos e emoções (PEI3);
O ambiente familiar, crianças com dificuldades de controlar suas emoções e as vezes o contexto social (PEI4).
Conforme Franzoloso (2011), na etapa da Educação Infantil, alguns alunos sentem dificuldade na adaptação escola, viver em coletivo. No entanto, encontra-se atitudes agressivas e sentimentos de frustração nos alunos, com baixo autocontrole de emoções e reações. 
[...] percebe-se que são atos que envolvem a necessidade de atenção, a dificuldade de se colocar na perspectiva do outro (o egocentrismo – ainda característico em algumas crianças da faixa etária), o desinteresse pela aula, a exclusão do diferente, a falta de limites e orientações definidos e a convivência da criança em ambientes ou muito permissivos ou muito coercivos (p.1878).
Dessa maneira percebe-se que há múltiplas causas relacionados a indisciplina, cada aluno passa por alguma situação, que leva a frustração e a falta de controle em suas emoções. Assim, é preciso analisar e refletir as causas para buscar as soluções. 
Sendo assim, na quarta pergunta refere-se compreender, na concepção dos professores, quais as soluções para o ato da indisciplina. No entanto, para todas as causas, busca-se soluções para os problemas. Como dita Franzoloso (2011, p.1873), “as crianças desse nível educacional se encontram em processo de desenvolvimento de diversas áreas, que os entraves nessa fase podem implicar na qualidade e conclusão do desenvolvimento de áreas como a cognitiva, a moral e a social”. 
[...]um aluno indisciplinado seria não somente aquele cujas ações rompem com as regras da escola, mas também aquele que não está desenvolvendo suas próprias possibilidades cognitivas, atitudinais e morais”, e podemos utilizar essa leitura para pensar a indisciplina na Educação Infantil, considerando que o aluno indisciplinado está, também, prejudicando seu próprio desenvolvimento (GARCIA, 2088, p.317apud. FRANZOLOSO, 2011, p.1871)
Referente ao aluno autista da PEI1, é necessário uma atenção especial e acompanhamento, em que dita: “a solução seria o acompanhamento adequado com a equipe multidisciplinar, e diminuir os desenhos e vídeos que assiste em sua casa” (PEI1). 
Os professores, ressaltam a necessidade de uma interação com família-escola para o bem comum e um ambiente organizado e disciplinado:
Penso que todo trabalho deveria como pelos pais e ou comunidade (PEI2);
Através de uma parceria família e escola onde a família deve compreender e praticar as regras e limites de convivência social. Para que a ambientação desses limites na escola ocorra de maneira mais tranquila (PEI5).
Diante essas respostas, constata em Aquino (1996), que a autoridade é reconhecida como responsável para o desenvolvimento psicológico e moral. As queixas dos professores, é responsabilizando os pais ou familiares pelas ações indisciplinares dos alunos. Afirma-se que a família é um dos responsáveis para assumir a estrutura psíquicas: 
Nesse sentido, a estruturação escolar não poderá ser pensada apartada da família. Em verdade, são elas as duas instituições responsáveis pelo que se denomina educação num sentido amplo. Só que o processo educacional depende da articulação destes dois âmbitos institucionais que não se justapõem. Antes, são duas dimensões que, na melhor das hipóteses, complementam-se, articulam-se (p. 46). 
Silva (2013), também retrata a família como responsável pelo psiquismo do ser civilizado. Porém, responsabilizar a família não acabará com a indisciplina, e nem fará desaparecer, e, que a saída é a escola se aliar com a família, para que os alunos mudem. É necessário, os adultos serem visto como figuras de autoridades, seja pelos professores, seja pelos pais e responsáveis do aluno: “dar exemplos morais, éticos, não se esquecendo, contudo, que são apenas exemplos” (SILVA, 2013, p.95). 
A colocação da PEI3, é centralizando na necessidade do aluno, buscando sempre por meio de elogios e atividades lúdicas para uma possível aproximação entre professor-aluno. 
Sabemos que a indisciplina dificulta o processo de aprendizagem e nós enquanto educadores procuramos incansavelmente as soluções para sanar o problema. Trazer a criança para mais perto, elogios constantes, mesmo que sejam pequenas conquistas, fazer com que o aluno se sinta importante, atividades lúdicas, são algumas soluções com a tentativa de amenizar a indisciplina (PEI3).
Para tanto, para solucionar a problemática, reflete numa possível intervenção para questões disciplinares, focar no aluno, elogiá-los e sempre demonstrá-lo que é um ser capaz. No entanto, todos aponta o diálogo como sua prática de intervenção:
Tenho dialogado com os alunos, levando a refletir sobre os combinados, e comportamentos, e busco a partir do interesse dos alunos e elogiar os comportamentos positivos (PEI1);
Primeiro levar a criança refletir sobre seus atos depois trazer os pais a refletirem sobre o ato e depois envolver escola-comunidade através desses familiares para que essas disciplinas sejam usadas São somente no ambiente escolar (PEI2);
Geralmente abaixo na altura do aluno e converso de forma que de forma que o aluno entenda que o mais prejudicado é ele. Colocar para ser o “ajudante da tia” também funciona em alguns momentos, pois o aluno se sente importante. Tirar do aluno algumas brincadeiras livres por alguns minutos, faz com que percebe que o comportamento só traz consequências de perda. As vezes funciona (PEI3)
Uma das intervenções para quando acontece caso indisciplinares na Educação Infantil é tentar avaliar o contexto do desenvolvimento emocional e cognitivo da criança, isso se dá através de conversa com a família (PEI4);
Diálogo com os alunos em questão. Reforço das regras de convívio construído com o grupo. Dia logo com a família afim de estreitar laços e estratégias para lidar com a criança (PEI5).
Na literatura, afirma-se através da ideia de Parrat-Dayan (2008), “[...] é mais eficaz se aproximar calmamente de um aluno e pedir para retomar seu trabalho que chamar a sua atenção em voz alta na frente de todos. [...] (p.64)”. Demonstra-se que a posição do professor, em sua calma, e diálogo, é uma das maneiras eficaz para a intervenção. Dessa maneira, compreende-se que os professores e a equipe pedagógica são um dos responsáveis para enfrentar a indisciplina, por meio de seu planejamento pedagógico. 
Para realizartais intervenções, a equipe pedagógica da escola possui seu papel essencial auxiliar nesse processo. Assim, para os professores:
A equipe pedagógica orienta como podemos fazer para reforçar a disciplina, e com conversa com os alunos e responsável (PEI1);
Prefiro não declarar meu pensamento (PEI2);
Nos horários de atividades geralmente conversamos sobre esses alunos e também nos horários individuais. Nos conselhos de classe surgem sugestões de abordagens com esses alunos, seja pela equipe gestora ou colegas de trabalho (PEI3);
A equipe pedagógica faz a intervenção para um diálogo com os pais e alunos, tenta entender o que se passa no contexto do aluno tanto social, emocional e cognitivo (PEI4);
A equipe pedagógica faz acompanhamento dos alunos junto aos pais ajudando no diálogo com a família e na criação das estratégias (PEI5).
Uma das intervenções possíveis de Parrat-Dayan (2008) é centrado no meio escolar e no aluno, isto é, na sua conduta. Aponta-se que a equipe pedagógica deve planejar e desenvolver regras claras. No entanto, é imprescindível a equipe compreender o contexto da indisciplina que ocorre no meio escolar, e formular suas pautas referenciando a prática pedagógica e objetivos que minimize as ações indisciplinares do aluno. 
Posteriormente sétima questão, refere-se compreender como é feito o planejamento escolar. Os professores PEI1 e PEI2, citaram a Base Nacional Comum Curricular, pois é nova normativa escola para assegurar os direitos de aprendizagem das crianças, com atividades planejada seguido o campo de experiência. Para tais planejamento os professores PEI2 e PEI3, cita a interação, e escuta do aluno, seguindo quais as necessidades do mesmo:
Projeto é feito através da observação interação com aluno para que este planejamento seja vivo e eficaz na vida da criança, mas sabendo que que a pessoa é que é o centro de todo esse planejamento é a criança (PEI2);
A partir da escuta do aluno, onde são tratados os assuntos que seja o interesse e a curiosidade do aluno (PEI3).
A PEI4, relata a união da equipe pedagógica para tratar sobre tais assuntos de planejamento, compartilhando as ideias e saberes:
O planejamento da escola é feito com reuniões, com horários de atividades, onde são trabalhados textos, experiência e vivência. E também o momento de orientação individual onde o professor junto com a equipe pedagógica expõe seu planejamento, relata um pouco sobre sua turma (PEI4).
Na formação de Pedagogia, aderimos alguns ideais de pensadores que discutem o comportamento da criança na Educação Infantil. (Piaget, Vygostky, Freud, entre outros). Foi questionado aos professores qual desses pesadores são aderidos em sua prática. Os professores demonstraram poucos conhecimentos sobre os pensadores, porém, as teorias coincidem. No caso de PEI1, afirmando que não baseia diretamente com as ideias, e buscam despertar o senso crítico do aluno. A visão é que a criança é o centro, o principal ativo na construção de conhecimento. Além disso, a resposta de PEI5, foi que não baseia em nenhum pensador, “pois cada criança e situação exige uma estratégia”.
Dando continuidade nessa questão, PEI2, respondeu que sua prática é baseadas em todos pensadores, levando em consideração que acriança é diferente uma da outra e que sua principal base do planejamento é visionando a criança como centro, aquele que “ vai se sentir livre para aprender para ensinar e para viver aquilo ali que está sendo proposto para ele [...] (PEI2) . E, PEI3 e PEI4, citam Vygotsky, ressaltando a relação do aluno com o meio e/ou tratando o aluno como ser ativo, atento, aquele que cria hipótese sobre seu ambiente, mesmo que haja semelhança e diferença entre eles. 
Diante a afirmativa que, o professor deve fazer da escola uma extensão de lar, com suas especializações e conhecimentos sistematizados caminhar na mesma direção que a família, na qual vale afirmar que é imprescindível a participação da família na escola. Assim, referente essa relação, os professores apontaram suas opiniões: 
A parceria família e escola é fundamental no processo ensino e aprendizagem, busco envolver todas as famílias no cotidiano escolar das crianças, por ser importante o envolvimento e a contribuição de cada uma (PEI1);
Nesse tempo que eu tenho de experiência com educação sempre penso que família e escola têm que andar junto, mas penso que a família tem deveres a ser cumpridos e escola também, e são deveres totalmente diferentes uns dos outros, mas que estão totalmente ligados e precisam caminhar juntos [...] (PEI2);
Acredito que fraca. Deveria haver mais parceria nessa relação, com mais encontro, palestra e reuniões. O pouco contato que tenho é no momento da saída e os alunos que utilizam transporte de van, não tenho contato com a família. Muitos não comparecem a escola durante o ano para conversar e saber sobre o aluno (a) (PEI3);
Essa parceria é um dos principais elementos para uma educação bem sucedida. E preciso que os pais envolvam mais na vida escolar. Alguns acham que a escola é um “depósito para crianças”. É preciso que haja maior envolvimento de estar presente e vivenciando (PEI4);
A parceria família escola e de suma importância para desenvolvimento integral do aluno. Quanto escola procuramos envolver as famílias em tudo que acontece dentro da escola. (PEI5).
No entanto, os autores afirmam que a família e escola precisam ser modificados para cumprir seu papel, pelo fato dos pais, responsabilizarem a escolas pela educação de seus filhos. “O problema é que ele não está sendo capaz de se construírem como autoridades para seus filhos. E, mesmo que a escola e tempos religiosos, não estão também sendo autoridades [...] (SILVA, 2013, p.149). No entanto, compreende-se que é preciso modificar aquele excesso de proteção e cuidado, e também os limites que devem ser estabelecidos. 
Para concluir o questionário, PEI2, PEI3 e PEI5, se manifestaram na observação sobre a indisciplina em sua sala de aula. A entrevista do PEI2, aponta que a indisciplina é frequente, e que o professor não tem a obrigação de educar a criança, responsabilizando os pais e os familiares, e que muitas as vezes os casos são fora dos padrões que foi aprendido e complementa com sua visão dos professores de hoje: “[...] eu vejo que muitas coisas vêm acontecendo dentro da sala de aula também por falta de pulso, por falta de comprometimento, por falta de amor e principalmente por falta de compromisso com o seu trabalho (PEI2)”.
Os professores PEI3 e PEI5, descreveram as situações que ocorre na sala de aula, como os seus alunos indisciplinados agem:
Quando o aluno é contrariado, ele enfia o dedo na boca, cadarço de short, ou tênis, além de outros objetos como forma de chamar a atenção (PEI3);
A indisciplina é um transtorno eminente em sala. Ela desentoa todo contexto de um trabalho pedagógico. É preciso diálogo e estratégias para lidar com ela (PEI5).
Diante essas situações apresentadas pelos professores, cabe um desafio para a escola e professores seguirem com seu papel diante a indisciplina. “Todo professor deve estar capacitado para atender e ajudar os alunos para que eles transitem pelas diferentes etapas de sua vida” (PARRAT-DAYAN, 2008, p.10). E, por meio dessa afirmação, compreende-se que a escola e os professores, possuem um papel importante na fase da vida da criança, e para formá-los em seres capazes de pensar e atuar com critério próprio, conforme ressalta a autora, formar os alunos com a “capacidade de auto controle e auto regulação na prática educativa”, é necessário “potencializar a responsabilidade, auto estima e o esforço” (PARRAT-DAYAN, 2008 p.15). 
3.4 O papel da escola e professores diante a indisciplina escolar
O professor deve fazer da escola uma extensão de lar, com suas especializações e conhecimentos sistematizados caminhar na mesma direção que a família. Portanto, considera-se que a escola é o principal ambiente para o disciplinamento, em que fica responsável para solucionar os problemas que serão enfrentados no dia-a-dia. O professor deve estabelecerdiálogo com o aluno para impedir o ato de indisciplina dele. Além disso, é interessante ressaltar que é necessário esclarecer, refletir e buscar como lidar com os alunos indisciplinado na sala de aula nessa geração. 
 Conforme Barbosa (2017), o professor é um sujeito concreto e não abstratos, na qual vão lidar com alunos concretos numa realidade concreta. “, se não fosse isto, tirando a concretude do real, seria super fácil ser professor, mas também não haveria necessidade de sua existência” (p.13). Dessa maneira, a autora demonstra a importância figura do professor, a reflexão e estudos para ampliar seu conhecimento e compreender o contexto escolar. 
Quanto ao professor, ele possui um papel importante de compreender seu aluno, e qual o nível de desenvolvimento do mesmo. Não deve humilhá-los, diminuir, desclassifica-los com valores e culpa-los. Dessa maneira, o professor deve se preocupar com a relação que os professores estabelecem com seus alunos, agindo com amor e não tratar com indiferença. E, referente a escola: “deve servir a formação de cidadãos. Para isso, ela necessariamente tem que frustrar, que dizer, pode até partir das motivações dos alunos, mas sua preocupação principal é a de contribuir para formação desses civilizados” (SILVA, 2013, p.139).
Porém, o professor precisa de seu lazer e descanso, pois é necessário a tolerância para lidar com os pequenos. Pois, sem o lazer, contribui para problema de saúde psíquicas, em consequência as atitudes indisciplinares do aluno. “Quando estamos cansados, estamos indispostos e culpamos os alunos por tudo de ruim que ocorre no cotidiano escolar” (SILVA, 2013, p.68). No entanto, referencia que não adianta culpabilizar outras pessoas, alunos e familiares. O professor deve refletir maneiras que contribuirão para sua prática, através de uma união entre a equipe escolar. 
Para reflexão do professor e conhecimento sobre o comportamento humano, destaca-se as teorias de Piaget e Vygotsky. Nesse sentido, Ronco et al. (2012), cita Piaget (1955), em que na concepção do pensador, o conhecimento deve ser construído com o aluno, por meio da compreensão que todo indivíduo possui sua cultura e intelecto, e possibilita ser moldado no ambiente escolar. Assim, “o aluno apropria-se do conhecimento segundo a sua visão de mundo, e consegue com o professor, por meio da interação, construir o conhecimento”. (ROCO et al., 2012, p.36). Sendo assim, segundo os autores, Jean Piaget não oferece uma didática para os professores, como desenvolver a inteligência do aluno. Através da fase de desenvolvimento, são apresentados as características e possibilidade de crescimento do indivíduo. 
Assim, o conhecimento dessas possibilidades faz com que os professores possam oferecer estímulos adequados a um maior desenvolvimento do aluno, levando-o a se perceber como parte integrante desse processo, e não um mero receptáculo de um saber cristalizado, o que consequentemente minimizará os fatores que ocasionam a indisciplina escolar. (ROCO, et al., 2012, p.36)
No que se refere a concepção de Vygostky, o desenvolvimento do ser humano ocorre por meio de relações sociais. E, assim como Piaget, na concepção de Vygotsky, por meio da interação que a aprendizagem se constitui, e, ocorre nos diversos contextos sociais, juntamente com a mediação de um adulto. Assim, Roco et al. (2012, p.32), apresenta que o pensador “aponta a necessidade do professor, enquanto mediador do conhecimento, perceber que o aluno é um ser social, provido de um saber contextualizado, que ao interagir com o outro construirá novos saberes e possibilitará aos seus pares a mesma dinâmica”. 
Assim, segundo os autores, no momento que se enquadra os alunos em carteiras enfileiradas, atribuindo a função de ser ouvintes, causará frustração, e, consequentemente o efeito dessa situação, levará o aluno ao ato de indisciplina. “A sala de aula deve ser considerada um lugar privilegiado de sistematização do conhecimento e o professor um articulador na construção desse saber” (ROCO, et al.,2012, p.32). Sendo assim, na concepção dos autores, esse é um dos fatores das atitudes indisciplinares dos alunos. 
Dessa maneira, Aquino (1996), aponta que o papel da escola é cuidar da experiência do aluno, para construção e reconstrução dos conhecimentos da maneira que ocorre em nossa realidade. Trata-se da importância de sempre reinventar os conteúdos, metodologias, e as relações. 
Contudo, é necessário o professor ser como mediador, deve oferecer um espaço sistematizado ao aluno, promovendo diálogo e interação para que o processo de desenvolvimento ocorra e que o mesmo se adequa em normas e regras de instituição, promovendo o respeito mútuo entre si. A escola deve ser um ambiente onde forma os cidadãos, através de conhecimentos e aprendizagem. Não deve se esquecer de que a família precisa cumprir seu papel, capaz de contribuir como autoridade de seus filhos. 
4. Considerações finais
Conclui que a indisciplina ocorre quando o aluno não segue e desconhece as regras de organização, não respeita os professores e seus colegas, isto é, não sabe conviver no coletivo. Dessa maneira, a disciplina é excelente para o aluno reconhecer seus limites e seu espaço, compreendendo que o diálogo é a imprescindível para possibilitar um ambiente organizado. 
Entretanto, considera-se um assunto complexo e difícil de ser abordado, pois é imprescindível ser tratado em todo planejamento pedagógico, junto com a equipe pedagógica para refletir quais ações e medidas que devem ser tomadas para minimizar situações indisciplinares no ambiente escolar. A escola deve se adequar de uma maneira que corresponde atende todos e todas os alunos. Na Educação Infantil, são seres que estão em fase de desenvolvimento e adaptação para viver em sociedade. 
Para tanto, foi constado que a indisciplina ocorre por múltiplos fatores: descasos dos pais, família desestruturadas, desmotivação do aluno, influência da sociedade, condição social, falta de autoridade por parte dos pais, falta de limites, sem controle de suas emoções, auto estima baixa, incompetência dos professores, entre outros. Dessa maneira, quando se ocorre uma situação de indisciplina em sala de aula, é necessário o professor refletir e analisar as condições do aluno, compreendê-los e buscar ações que minimize tais atos indisciplinares. 
A escola deve ser exigente, buscando preparar um ambiente onde o aluno aprende a viver em sociedade, e, possibilitar a construção de seu conhecimento. O professor tem um papel importante de ser paciente e provido no diálogo para a sua intervenção, com seu planejamento pedagógico que visa o crescimento e o conhecimento do aluno. Além disso, para o sucesso na disciplina, a participação da família é essencial para formar o aluno civilizado e sujeito de diálogo. No entanto, a união entre escola e família, visa uma contribuição na formação do aluno. Os pais, responsáveis e professores devem ser seres autoritários, exemplos morais e ético dos alunos. 
5. Referências bibliográficas
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