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1 2 SUMÁRIO 1 EDUCAÇÃO EM SAÚDE: O PAPEL DO ENFERMEIRO EDUCADOR ........................................................................................................... 3 2 O ENSINO E A APRENDIZAGEM OU AÇÕES EDUCATIVAS ......... 8 3 A PRONTIDÃO PARA APRENDER ................................................. 10 4 A PRONTIDÃO FÍSICA E EMOCIONAL .......................................... 11 5 ATMOSFERA DO ENSINO .............................................................. 13 6 TÉCNICAS DE ENSINO .................................................................. 14 7 DEFINIÇÃO DE PROMOÇÃO DA SAÚDE ...................................... 17 8 Ações de promoção da saúde segundo a Política Nacional de Promoção da saúde 3ª edição. ........................................................................ 22 8.1 Prevenção e controle do tabagismo .......................................... 22 8.2 Redução da morbimortalidade em decorrência do uso abusivo de álcool e outras drogas .................................................................................. 23 8.3 Prevenção da violência e estímulo à cultura de paz ................. 24 8.4 Promoção do desenvolvimento sustentável .............................. 24 9 SAÚDE E BEM-ESTAR ................................................................... 25 10 EDUCAÇÃO PROFISSIONAL EM ENFERMAGEM ..................... 28 11 NECESSIDADE DE STATUS E ESTIMA ..................................... 33 12 NECESSIDADE DE AUTORREALIZAÇÃO .................................. 35 13 PROCESSO DE TRABALHO NA ENFERMAGEM ....................... 40 14 A FORMAÇÃO PROFISSIONAL DO ENFERMEIRO ................... 53 15 BIBLIOGRAFIA ............................................................................. 60 3 1 EDUCAÇÃO EM SAÚDE: O PAPEL DO ENFERMEIRO EDUCADOR Fonte: www.isaudebahia.com.br A equipe de enfermagem desenvolve o seu fazer profissional centrado no cuidado ao ser humano em seu processo de viver, sendo que suas ações não se referem somente ao desenvolvimento de técnicas, mas no conjunto de saberes que se articulam para que o cuidado seja efetivo, incluindo atitudes de preocupação, responsabilidade, envolvimento, liderança, autonomia, educação em saúde, cooperação e trabalho em equipe Para que o cuidar seja congruente com as demandas sociais e realizado com qualidade é imprescindível que a educação profissional proporcione a formação de profissionais com conhecimento científico, habilidades técnicas e raciocínio crítico-reflexivo que satisfaçam tais exigências. A ênfase na educação para saúde origina-se, em parte, do direito do público a uma atenção à saúde compreensiva, também reflete o surgimento de um público informado que questiona mais significativamente sobre saúde e sobre os serviços de atenção à saúde que recebem (Silva). E os enfermeiros (as) como professores (as) são desafiados não só a fornecer educação específica para o paciente e família, como também a enfocar as necessidades 4 educacionais da sociedade. É grande a demanda dos usuários em obter informações compreensivas sobre seus problemas de saúde ao longo de seu ciclo vital, é um processo que envolve interação entre educadores e educandos e, não uma simples transmissão de conhecimentos, como refere Freire (1999). Sabendo que o cuidado de enfermagem é dirigido à promoção, manutenção e restauração da saúde; contribuindo para a reinserção do indivíduo na vida social, temos a educação para saúde como um propósito de levar a informação necessária ao paciente conduzindo-o ao auto- cuidado. Fonte: www.google.com.br O papel do enfermeiro em educação em saúde pode ajudar aos indivíduos a se adaptarem à doença, e a prevenir complicações, e atender à terapia prescrita e resolver problemas quando confrontados com novas situações. Essa é uma tarefa que depende, no caso da saúde, de profissionais com habilidades e competências para orientar as pessoas a: Promover a saúde; Evitar riscos à saúde; Prevenir doenças; A meta da educação em saúde é ensinar as pessoas a viverem a vida da maneira mais saudável? ou seja, lutar para atingir seu potencial de saúde máximo, e avaliar a responsabilidade que cada um tem de manter e promover sua própria saúde se é obrigação dos membros de equipe de saúde, mais 5 especificamente dos enfermeiros de tornar a educação nessa área consistente disponível. Além do direito do público e do seu desejo à educação em saúde, a educação do paciente também é uma estratégia para reduzir os custos da atenção à saúde prevenindo doenças, evitando tratamentos médico caro, diminuindo o tempo de hospitalização e facilitando uma alta mais cedo. Fonte: cdn.secad.com.br Desafios de trazer o sujeito para a reaproximação da natureza e das coisas naturais, de orientar as pessoas para a tomada de decisões em suas vidas e conseguir, por meio da educação em saúde, a ter uma melhor qualidade de vida. A educação do paciente também é uma estratégia para evitar custos àqueles que acreditam que um relacionamento positivo equipe-cliente evita processo de erro no atendimento ao cliente. Educar demanda habilidade do educador, pois nem sempre quando se diz algo, tem-se a garantia de que ocorreu "o aprendizado". Para que isso aconteça é necessário haver uma resposta ao estímulo oferecido. Este processo educativo é individual que ocorre na pessoa, modificando-a e fazendo com que assimile as experiências que vai vivendo. 6 Fonte:www.tiabeth.com A conscientização é definida por FREIRE (1995, p.112) apud Gastaldi XVIII Terra e Cultura o aprofundamento da tomada de consciência, pois, a simples tomada de consciência, sem a reflexão crítica, fica no nível do senso comum. Exemplificando: "todos" sabem que o cigarro faz mal à saúde, e nem por isso "todos" deixam de fumar. Está em falta, além da tomada de consciência de que o cigarro faz mal, a reflexão crítica sobre "o que realmente o cigarro faz com a minha saúde em particular." É neste sentido que o enfermeiro pode e deve atuar junto ao cliente, seja no hospital, na unidade básica de saúde, na formação de grupos de convivência, ou em qualquer tempo e lugar em que se faça necessário. Jamais poderemos conceber cuidado sem este aspecto educador Freire 1995 apud GASTALDI, et al. A aderência a um regime terapêutico requer que a pessoa faça uma ou mais mudanças no seu estilo de vida para realizar atividades específicas que promovam e mantenham a saúde. Os profissionais envolvidos na promoção à saúde do trabalhador devem ter requisitos, estratégias e cuidados para uma maior efetividade das ações adotadas, não devem ser meros assistentes, mas necessitam ter uma visão ampla e abrangente a todos os segmentos que definem saúde. 7 Todo cuidado de enfermagem é dirigido à promoção, manutenção e restauração da saúde; prevenção de doenças; assistência às pessoas no sentido de se adaptarem aos efeitos residuais da doença. Espera-se que todo contato que a enfermeira tem com o usuário do serviço de saúde, estando à pessoa doente ou não, deveria ser considerado uma oportunidade de ensino de saúde. Apesar de a pessoa ter o direito de decidir se aprende ou não, a enfermeira tem a responsabilidade de apresentar a informação que irá motivar a pessoa quanto à necessidade de aprender. Os ambientes educacionais podem incluir domicílios, hospitais, centros de saúde comunitários, locais de trabalho, organizações de serviços, abrigos, ação do usuário ou grupos de apoio. Espera-se que a enfermeira funcione como "professora" para os outros membros da equipe, assim como para os pacientes. Em muitos casos, em muitas de suas funções, o profissional em enfermagem atua orientando o paciente, promovendo a saúde bem como a prevenção e a recuperação da mesma, por meiode palestras, programas dinâmicos e educando diretamente o paciente. (Oliveira, et.al). Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar a possibilidade para a sua produção ou sua construção e quem ensina aprende ao ensinar e quem prende ensina a aprender. A educação em enfermagem deve oferecer caminhos que visem à construção do saber e que possibilitem a formação de pessoas críticas, criativas e preparadas para atuarem de forma efetiva nas diferentes comunidades, pautando-se na busca de soluções efetivas para os problemas de saúde da população. Além disso, deve oferecer subsídios para que o futuro profissional possa atuar na educação permanente da equipe de enfermagem. O profissional de Saúde precisa compreender a educação como um processo social, histórico e que se dá ao longo da vida, os processos educativos que permeiam as práticas sociais de saúde, institucionalizadas ou não, considerar as especificidades dos diferentes grupos sociais, dos distintos processos de vida, trabalho e adoecimento e colocar-se de forma ética e humanizada na relação educativa, buscando a troca de saberes e práticas; Assim também utilizar metodologias participativas que propiciem a autonomia e cidadania das pessoas, compreender a educação em saúde como parte integrante do processo de cuidar, e atuar no processo de qualificação dos 8 trabalhadores da saúde em atividades de educação permanente, assim, entende-se que o processo educativo envolve respeito à individualidade dos sujeitos envolvidos e mútua colaboração. O enfermeiro, como educador para a saúde, atua no intuito de preparar o indivíduo para o autocuidado e não para a dependência, sendo, portanto, um facilitador nas tomadas de decisões. 2 O ENSINO E A APRENDIZAGEM OU AÇÕES EDUCATIVAS Fonte: www.itiquira.mt.gov.br/secretaria-de-saude A aprendizagem pode ser definida como: aquisição de conhecimento, atitudes ou habilidades. A atuação do enfermeiro, nesta estratégia, deve englobar atividades preventivas e curativas no âmbito individual e coletivo. (Ribeiro, 2009). O ensino é definido como: a ajuda a outra pessoa a aprender. Essas definições indicam que o processo ensino-aprendizagem é uma atividade única, requerendo o envolvimento do educador e do aprendiz no esforço de alcançar o resultado desejado: a mudança do comportamento. O educador não dá simplesmente o conhecimento para o aprendiz, mas, ao contrário, serve como um facilitador da aprendizagem. Entendemos por ações educativas as práticas de ensino? aprendizagem desenvolvidas junto à população com a finalidade de debater e promover a 9 tomada de decisão em relação a atitudes e práticas de saúde, através da reflexão crítica de ambos os atores. Fonte: www.google.com.br Segundo MIZUKAMI (1986), há várias formas de conceber o fenômeno educativo. É um fenômeno humano, histórico e multidimensional, nele, está presente, tanto a dimensão humana quanto a técnica, a cognitiva, a emocional, a sócio-política e cultural. Privilegiar qualquer dessas dimensões é reduzir a compreensão do fenômeno. Para DELORS (1998, p.90) a educação deve organizar-se em torno de quatro aprendizagens fundamentais que, ao longo de toda a vida, promoverá de algum modo, para cada indivíduo, os pilares do conhecimento: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver juntos e aprender a ser. 10 3 A PRONTIDÃO PARA APRENDER Fonte: www.google.com.br Adultos, a prontidão para aprender está baseada na cultura, valores pessoais, status emocional e físico e nas experiências de aprendizagem passadas. Cultura compreende valores, ideais e comportamentos. As tradições dentro de cada cultura são o arcabouço para resolver os problemas e preocupações do dia-a-dia. Uma vez que as pessoas com passados culturais diferentes têm diferentes valores, os estilos de vida e escolhas sobre atenção a saúde variam. A cultura é a principal variável que influencia a prontidão para aprender, porque ela afeta o modo como a pessoa aprende e que informação é aprendida. Antes de começar a ensinar saúde, é necessário que o (a) enfermeiro (a) promova uma avaliação cultural individual, em vez de simplesmente se apoiar em suposições generalizadas sobre uma cultura em particular. Os padrões culturais e sociais do cliente devem estar incorporados adequadamente na interação ensino-aprendizagem. Os valores são as percepções do indivíduo sobre o que é um comportamento desejável e indesejável. A enfermeira precisa saber que valor o cliente dá na saúde e na 11 atenção à saúde. Nas situações clínicas, os valores são expressos através de ações realizadas e pelo nível de conhecimento que o cliente possui (Andrew & Boyle,1995). Quando o (a) enfermeiro (a) não tem conhecimento sobre os valores culturais do cliente que está sendo instruído, podem ocorrer mal entendidos, falta de cooperação e resultados negativos de saúde (Leininger,1991). Cada consciência de valores e comportamento das pessoas é tanto uma habilidade como uma deficiência para a prontidão em aprender. Dessa forma, nenhuma quantidade de educação em saúde será aceita pelos pacientes sem que seus valores e crenças sobre saúde e doença sejam respeitados (Giger & Davidhizar,1991). Para que haja compreensão de outras culturas, faz-se necessário que o enfermeiro aprofunde em outras culturas sem preconceitos, de mente aberta para entender o valor que cada cultura tem. 4 A PRONTIDÃO FÍSICA E EMOCIONAL Fonte: www.google.com.br A prontidão física é de vital importância porque, até a pessoa estar fisicamente capaz de aprender, a tentativa tanto do ensino como da aprendizagem podem ser fútil e frustrante, alguém que experimenta uma dor 12 aguda não pode ser capaz de manter a atenção longe da dor por tempo suficiente para se concentrar na aprendizagem. A prontidão emocional tem um impacto na motivação para aprender. A pessoa que não aceita uma doença existente ou o fato de que a doença é uma ameaça possível não estará motivada a aprender, a pessoa que não aceita um esquema terapêutico, ou vê como um conflito com seu estilo de vida, poderá conscientemente, evitar aprender. Até que a pessoa reconheça a necessidade de aprender e admita uma habilidade de aprender, os esforços de ensino são inúteis, entretanto, não é sempre prudente esperar até que o paciente se torne emocionalmente pronto para aprender, já que essa hora nunca pode chegar sem que a enfermeira empreenda esforços para estimular a motivação do indivíduo. Fonte: www.tupacity.com Quando os aprendizes alcançam o sucesso e a sensação de realização, eles experimentarão mais motivações para participar das oportunidades de aprendizagem emocionais, a verificação do progresso também serve para motivar a aprendizagem, a prontidão experimental refere-se a experiências passadas que influenciam a capacidade da pessoa de aprender, experiências educativas anteriores e experiências de vida em geral são determinantes significativos do acesso do indivíduo para o aprendizado, a pessoa que teve pouca ou nenhuma educação formal pode não ser capaz de entender o material instrucional apresentado, e a pessoa que experimentou dificuldade na aprendizagem no passado, pode estar hesitante diante de novas tentativas. 13 Antes de iniciar o programa de ensino aprendizagem, é importante avaliar a prontidão física e emocional do aprendiz, assim como a sua habilidade para aprender o que está sendo ensinado, essa informação, então, torna-se básica para as metas a serem estabelecidas, metas estas que podem motivar as pessoas a aprenderem. 5 ATMOSFERA DO ENSINO Fonte: www.google.com.br Aprender pode ser otimizado, minimizando-se as variáveis externas que interferem com o processo de aprendizagem, por exemplo: a temperatura do quarto, sala deaula, a luz, os níveis de barulho e outras condições ambientais devem estar apropriada para a situação de aprendizagem, também o tempo selecionado para o ensino deveria estar de acordo com as necessidades do indivíduo. "Quando há um excelente ambiente físico é que se pode dar melhor atenção as necessidades emocionais do cliente e prevenir as doenças" (Figueiredo, 2005). 14 6 TÉCNICAS DE ENSINO Fonte: www.google.com.br A interação interpessoal envolvendo o aprendiz e a enfermeira que está tentando aprender às necessidades de aprendizagem do indivíduo pode ser formal ou informal, dependendo dos métodos e técnicas de ensinos, considerados mais apropriados, numerosas técnicas de ensino estão disponíveis, incluindo palestras, ensino em grupo e demonstrações, todas elas podendo ser realçadas com materiais de ensino especialmente preparados assim como diz (Guimarães 2001), A palestra ou explanação como método de ensino é comumente usado, mas deveria sempre ser acompanhada de uma discussão. A discussão é importante porque oferece ao aprendiz à oportunidade de expressar seus sentimentos e preocupações, fazer perguntas e receber esclarecimentos. O ensino em grupo é apropriado para algumas pessoas que lhes permite não somente receber a informação necessária, mas também se sentirem seguras como membros do grupo, aqueles com problemas ou necessidades de ensino similares tem a oportunidade de se identificarem com cada membro do grupo, ganhando assim, suporte moral e coragem. Demonstração e prática são os ingredientes essenciais de um programa de ensino, sobretudo quando as habilidades devem ser aprendidas, é melhor 15 demonstrar habilidade e, depois, permitir ao aprendiz ampla oportunidade para praticá-la. O educador deve ter domínio de novas tecnologias da informação e da comunicação como importantes recursos para a educação. Recursos didáticos disponíveis: Para realçar o ensino incluem materiais como: livros, panfletos, fotos, filmes, slides, áudio e multimídia, videoteipes, modelos, instrução programada e, módulos de aprendizagem assistida por computador. Fonte: www.google.com.br O educador deve ter domínio de novas tecnologias da informação e da comunicação como importantes recursos para a educação. Recursos didáticos disponíveis: Para realçar o ensino incluem materiais como: livros, panfletos, fotos, filmes, slides, áudio e multimídia, videoteipes, modelos, instrução programada e, módulos de aprendizagem assistida por computador. Recursos didáticos disponíveis: Para realçar o ensino incluem materiais como: livros, panfletos, fotos, filmes, slides, áudio e multimídia, videoteipes, modelos, instrução programada e, módulos de aprendizagem assistida por computador. Reforço e acompanhamento: São importantes porque a aprendizagem exige tempo. Permitir um amplo período de tempo para aprender e reforçar o que se aprendeu é uma estratégia de ensino importante. Uma vez que uma única sessão de ensino nunca é adequada, as sessões de acompanhamento são 16 imperativas a fim de promover a confiança na habilidade da pessoa para planejar sessões de ensino adicionais, para o paciente hospitalizado que pode não ser capaz de transferir o que foi aprendido no hospital para casa, o acompanhamento após a alta é essencial para garantir que todos os benefícios do programa de ensino sejam realizados. Promoção da saúde: homem e a mulher modernos têm hábitos que causam mais danos que benefícios à sua saúde: vida sedentária, irritação no trânsito, perigo e inalação do ar poluído, superalimentação de carboidratos e gorduras saturadas, automedicação, componentes de cafeína e nicotina, falta de atividades de lazer, aquisição de produtos anti-higiênicos e nocivos à saúde, ansiedade provocada pela mídia, repleta de notícias desagradáveis e falta de tempo para cuidar da saúde - comer, dormir e se divertir. O hábito de fumar, o consumo de álcool e a obesidade, estes últimos por meio da elevação dos níveis de pressão arterial, são preditores da mortalidade por todas as causas (Simão), as pessoas vivem tensas, excessivamente preocupadas e não se sentem motivadas a cuidar devidamente de sua própria saúde assim o ensino da saúde e a promoção da saúde estão ligados pela mesma meta comum ? encorajar as pessoas a alcançar o maior nível possível de bem-estar de tal forma que elas possam viver uma vida saudável prevenindo doenças evitáveis esta educação pode ser feita por meio da visita domiciliária como o objetivo de prevenir, promover a prevenção das doenças e melhorar a qualidade vida (Bartimann ET.al). 17 7 DEFINIÇÃO DE PROMOÇÃO DA SAÚDE Fonte: siteantigo.saude.al.gov.br Promoção da saúde pode ser definida como atividades que ajudam a pessoa a desenvolver os recursos que irão manter ou aumentar seu bem-estar e melhorar sua qualidade de vida. A razão da promoção da saúde é enfocar o potencial da pessoa para o bem-estar e, encorajá-la a modificar hábitos pessoais, estilo de vida e ambiente de modo a reduzir os riscos e aumentar a saúde e o bem-estar. A promoção da saúde é um processo ativo, isto é, não é algo que pode ser prescrito ou forçado, ficando a cargo do indivíduo, o decidir se deseja fazer ou não as mudanças que irão ajudar a promover um alto nível de bem-estar. obs: Escolhas devem ser feitas, e somente o indivíduo pode ser capaz de fazê-las. Os conceitos de saúde, bem estar, promoção da saúde e prevenção da doença têm sido extensivamente vistos na literatura leiga e na mídia, assim como nas revistas dos profissionais e os resultados tem sido uma demanda do público por informações de saúde e uma resposta extraordinária dos profissionais de saúde e agências para fornecer informações, e os programas de promoção de saúde que eram limitados ao hospital agora se estendem às comunidades, como: consultórios, escolas, igrejas, escritórios e indústrias, e até o local de trabalho está se tornando rapidamente um importante local para programas de 18 promoção da saúde, enquanto os empregadores lutam para reduzir gastos associados com absenteísmo, hospitalização, incapacidade, excessiva troca de pessoal e morte prematura. Nahas (2001, p. 22) descreve que, quanto a um estilo de vida saudável, o ser humano ainda está "desinformado ou desinteressado nos efeitos a médio ou longo prazo da prática de atividade física regular, de uma nutrição equilibrada e de outros comportamentos relacionados à saúde". Pitanga e Lessa (2005) afirmam que o sedentarismo é cada vez maior na população e está associado a agravos cardiovasculares, câncer, diabetes, hipertensão arterial e saúde mental. O sedentarismo no lazer pode ser identificado como a não participação em atividades físicas nos momentos de lazer. Neste sentido, destaca-se a importância da prevenção da saúde e da qualidade, como um estímulo para a seleção de um estilo de vida. Nesta direção, Nahas (2001, p. 224) aponta que "o estilo de vida representa o conjunto de ações cotidianas que reflete as atitudes e valores das pessoas. Estes hábitos e ações conscientes estão associados à percepção de qualidade de vida" (Simão...). Ao discorrer sobre promoção de saúde provou-se que o enfermeiro pode e deve atuar através de atividades de educação para a saúde e de práticas educativas, em diferentes espaços, mas principalmente em escolas. Portanto, tem-se a educação para saúde como um processo que visa à promoção de saúde de escolares. Fonte: www.semprevida.com.br 19 Os princípios da promoção da saúde ressaltam o conceito como um processo ativo: Auto- responsabilidade, consciência da nutrição, redução e gerenciamento do estresse e preparo físico, Ter responsabilidade por si mesmo é a chave do sucesso da promoção da saúde, esse conceito é baseado no entendimento de que os indivíduoscontrolam suas próprias Vidas, cada um de nós, podemos fazer escolhas que determinam o quanto nosso estilo de vida é saudável, à medida que mais pessoas reconhecem o efeito significativo que o estilo de vida e o comportamento exercem sobre a saúde, elas podem assumir responsabilidade no sentido de evitar comportamentos de alto risco, como o uso do fumo, o uso de álcool e drogas, um grande consumo de alimentos, o de dirigir embriagado ou intoxicado, práticas sexuais de risco e outras práticas não saudáveis, elas também assumem a responsabilidade de desenvolvimentos de práticas que têm influenciado positivamente a promoção da saúde, de como aderir a exercícios regulares, bem como usar cinto de segurança nos veículos e seguir uma dieta balanceada. (Gastaldi & Hayashi). Fonte: crisarcangeli.com A nutrição como um componente da promoção da saúde, tem se tornado centro de considerável atenção e de publicidade. Numerosos livros e artigos de revistas existentes consagram tópicos exclusivos sobre dietas especiais, alimentos naturais, alertando para o perigo de certas substâncias, como açúcar, 20 sal, corantes alimentares, colesterol e aditivos nos alimentos, uma boa nutrição tem sido sugerida como o fator mais simples e significativo na determinação do status de saúde e longevidade, a consciência da nutrição envolve um entendimento da importância de seguir uma dieta adequadamente balanceada que forneça todos os nutrientes essenciais, entender a relação entre dieta e doença é uma importante faceta do auto- cuidado da pessoa, é necessário reduzir a ingestão de açúcar, sal, gordura, colesterol, cafeína, álcool e aditivos e preservativos alimentares, muitas vezes, essas mudanças são muito difíceis de se realizar. Como profissional você deve procurar conhecer os hábitos de vida do doente e de sua família, para incentivá-los a tomar as medidas necessárias para controlar a doença e, consequentemente, melhorar a qualidade de vida (Figueiredo, 2005). Fonte: www.google.com.br E sem falar no estresse: A administração do estresse e a sua redução são aspectos importantes da promoção de saúde. O aumento do estresse interfere na qualidade de vida. O progresso das cidades acarreta aumento competitivo no trabalho, causando ansiedade, depressão, distúrbios no sono, consumo excessivo de drogas e álcool, acarretando diminuição da produtividade pessoal, social e profissional (Simão, apud Freire,1983). Os livros, revistas e periódicos tem mostrado os efeitos negativos do estresse sobre a saúde, bem como a relação causa e efeito entre o estresse e as doenças infecciosas, os acidentes 21 traumáticos (acidentes de carro) e algumas doenças crônicas, o estresse tem se tornado inevitável na sociedade urbana contemporânea, na qual as demandas por produtividade tornaram-se excessivas. Mais e mais ênfase é dada encorajando as pessoas a lidar com seu estresse contraproducente, técnicas como treinamento de relaxamento, exercícios e modificações das situações estressantes em geral vem incluídas nos programas de promoção da saúde que lidam com o estresse. (Figueiredo, 2005). Fonte: www.google.com.br A importância do exercício físico: O preparo físico é um importante componente da promoção da saúde. Os estudos que examinam a relação existente entre saúde e preparo físico concluíram que um programa regular de exercícios pode promover a saúde melhorando o funcionamento do sistema circulatório e dos pulmões, diminuindo o colesterol e as lipoproteínas de baixa densidade, assim como o peso pelo aumento da queima de calorias retardando as mudanças degenerativas, como a osteoporose, e aumentando a flexibilidade e, de forma geral, a força muscular e a resistência. Por outro lado, o exercício pode ser danoso, se não for iniciado aos poucos e aumentando gradualmente, de acordo com a resposta do indivíduo. 22 Um programa de exercícios deveria ser elaborado especificamente para o indivíduo, considerando a idade, a condição física e qualquer problema cardiovascular ou outro fator conhecido, um programa apropriado de exercício físico pode ter um efeito significativo na capacidade de desempenho do indivíduo, na sua aparência e estado geral de saúde física e emocional. (Gastaldi & Hayashi). 8 AÇÕES DE PROMOÇÃO DA SAÚDE SEGUNDO A POLÍTICA NACIONAL DE PROMOÇÃO DA SAÚDE 3ª EDIÇÃO. 8.1 Prevenção e controle do tabagismo I – Sistematizar ações educativas e mobilizar ações legislativas e econômicas, de forma a criar um contexto que: a) reduza a aceitação social do tabagismo; b) reduza os estímulos para que os jovens comecem a fumar e os que dificultam os fumantes a deixarem de fumar; c) proteja a população dos riscos da exposição à poluição tabagística ambiental; d) reduza o acesso aos derivados do tabaco; e) aumente o acesso dos fumantes ao apoio para cessação de fumar; f) controle e monitore todos os aspectos relacionados aos produtos de tabaco comercializados, desde seus conteúdos e emissões até as estratégias de comercialização e de divulgação de suas características para o consumidor. II – Realizar ações educativas de sensibilização da população para a promoção de “comunidades livres de tabaco”, divulgando ações relacionadas ao tabagismo e seus diferentes aspectos: a) Dia a Mundial sem Tabaco (31 de maio); b) Dia Nacional de Combate ao Fumo (29 de agosto); III – Fazer articulações com a mídia para divulgação de ações e de fatos que contribuam para o controle do tabagismo em todo o território nacional; 23 IV – Mobilizar e incentivar as ações contínuas por meio de canais comunitários (unidades de saúde, escolas e ambientes de trabalho) capazes de manter um fluxo contínuo de informações sobre o tabagismo, seus riscos para quem fuma e os riscos da poluição tabagística ambiental para todos que convivem com ela; V – Investir na promoção de ambientes de trabalho livres de tabaco: a) realizando ações educativas, normativas e organizacionais que visem estimular mudanças na cultura organizacional que levem à redução do tabagismo entre trabalhadores; b) atuando junto a profissionais da área de saúde ocupacional e outros atores-chave das organizações/instituições para a disseminação contínua de informações sobre os riscos do tabagismo e do tabagismo passivo, a implementação de normas para restringir o fumo nas dependências dos ambientes de trabalho, a sinalização relativa às restrições ao consumo nas mesmas e a capacitação de profissionais de saúde ocupacional para apoiar a cessação de fumar de funcionários. VI – Articular com o MEC/secretarias estaduais e municipais de educação o estímulo à iniciativa de promoção da saúde no ambiente escolar; VII – Aumentar o acesso do fumante aos métodos eficazes para cessação de fumar, e assim atender a uma crescente demanda de fumantes que buscam algum tipo de apoio para esse fim. 8.2 Redução da morbimortalidade em decorrência do uso abusivo de álcool e outras drogas I – Investimento em ações educativas e sensibilizadoras para crianças e adolescentes quanto ao uso abusivo de álcool e suas consequências; II – Produzir e distribuir material educativo para orientar e sensibilizar a população sobre os malefícios do uso abusivo do álcool. III – Promover campanhas municipais em interação com as agências de trânsito no alerta quanto às consequências da “direção alcoolizada”; 24 IV – Desenvolvimento de iniciativas de redução de danos pelo consumo de álcool e outras drogas que envolvam a corresponsabilização e autonomia da população; V – Investimento no aumento de informações veiculadas pela mídia quanto aos riscos e danos envolvidos na associação entre o uso abusivo de álcool e outras drogas e acidentes/violências; VI – Apoio à restrição de acesso a bebidas alcoólicas de acordocom o perfil epidemiológico de dado território, protegendo segmentos vulneráveis e priorizando situações de violência e danos sociais. 8.3 Prevenção da violência e estímulo à cultura de paz I – Ampliação e fortalecimento da Rede Nacional de Prevenção da Violência e Promoção da Saúde; II – Investimento na sensibilização e capacitação dos gestores e profissionais de saúde na identificação e encaminhamento adequado de situações de violência intrafamiliar e sexual; III – Estímulo à articulação intersetorial que envolva a redução e o controle de situações de abuso, exploração e turismo sexual; IV – Implementação da ficha de notificação de violência interpessoal; V – Incentivo ao desenvolvimento de Planos Estaduais e Municipais de Prevenção da Violência; VI – Monitoramento e avaliação do desenvolvimento dos Planos Estaduais e Municipais de Prevenção da Violência mediante a realização de coleta, sistematização, análise e disseminação de informações; VII – Implantação de Serviços Sentinela, que serão responsáveis pela notificação dos casos de violências. 8.4 Promoção do desenvolvimento sustentável I – Apoio aos diversos centros colaboradores existentes no País que desenvolvem iniciativas promotoras do desenvolvimento sustentável; 25 II – Apoio à elaboração de planos de ação estaduais e locais, incorporados aos Planos Diretores das Cidades; III – Fortalecimento de instâncias decisórias intersetoriais com o objetivo de formular políticas públicas integradas voltadas ao desenvolvimento sustentável; IV – Apoio ao envolvimento da esfera não-governamental (empresas, escolas, igrejas e associações várias) no desenvolvimento de políticas públicas de promoção da saúde, em especial no que se refere ao movimento por ambientes saudáveis; V – Reorientação das práticas de saúde de modo a permitir a interação saúde, meio ambiente e desenvolvimento sustentável; VI – Estímulo à produção de conhecimento e desenvolvimento de capacidades em desenvolvimento sustentável; VII – Promoção do uso de metodologias de reconhecimento do território, em todas as suas dimensões – demográfica, epidemiológica, administrativa, política, tecnológica, social e cultural, como instrumento de organização dos serviços de saúde. 9 SAÚDE E BEM-ESTAR Fonte: www.google.com.br 26 A saúde é entendida como uma possibilidade que o indivíduo tem de aproveitar a vida de forma positiva, no sentido do uso de recursos pessoais e sociais, além da capacidade física, não significando, tornar-se ou manter-se saudável seja um objetivo central e único na vida das pessoas, mais sim um recurso para se fornecer qualidade à vida cotidiana, (Freire, 1983) apud.... O fenômeno qualidade de vida tem múltiplas dimensões, como, por exemplo, a física, a psicológica e a social, cada uma comportando vários aspectos. Entre eles, a saúde percebida e a capacidade funcional são variáveis importantes que devem ser avaliadas, assim como o em estar sujeito, indicado por satisfação (FREITAS, 2006). Ou seja, a qualidade de vida envolve aspectos que se referem às condições gerais da vida individual e coletiva: habitação, saúde, educação, cultura, lazer, alimentação e outros sendo que o conceito se refere, principalmente, aos aspectos de bem-estar social. O conceito de promoção da saúde evoluiu devido a uma alteração da definição de saúde e a uma conscientização de que bem? Estar existem em muitos níveis de funcionamento, assim a definição de saúde como mera ausência de doença não é mais aceita. Hoje, a saúde é vista como dinâmica, uma condição sempre cabiante que torna a pessoa capaz de funcionar em um potencial ótimo a qualquer tempo, o status de saúde ideal é aquele no qual as pessoas têm sucesso no alcance do seu potencial máximo a despeito de qualquer incapacidade que possam ter. Fonte: www.webartigos.com 27 Bem - estar, como reflexo da saúde, envolve uma tentativa consciente e deliberada de maximizar a saúde de alguém, o bem-estar não é o mesmo para todas as pessoas, uma pessoa portadora de doença crônica ou incapacidade pode ainda alcançar um nível de bem-estar desejável, a chave para o bem-estar consiste em funcionar no seu potencial mais alto dentro das limitações sobre as quais não se têm controle. (Freire, 1983). O fortalecimento emocional e profissional, garante melhores possibilidades em sua atuação diária. Educação em saúde nada mais é que o exercício de construção da cidadania. As ações simples como dialogar com os pacientes tornam-se momentos de transformação e construção de saberes, constituindo uma troca entre o profissional e o paciente, que "passa a conhecer um mundo que muitas vezes lhe é ocultado". O enfermeiro (a) consegue se aproximar do outro não com um olhar superior, de quem detém um saber, mas sim com um olhar retilíneo, pois neste processo de educação ele não é apenas educador, ele também é aprendiz, pois aprende a realidade de cada indivíduo, com suas características sociais e culturais (XAVIER, 2001, p. 12) apud (Freire, 1983). É de suma importância esclarecer que o enfermeiro, pertencente a uma equipe multidisciplinar responsável por esta atividade, deve assegurar uma abordagem unificada e coerente com as vivências do indivíduo/grupo. Para tanto estes devem se sentirem respeitados e participativos nas ações de melhoria da sua qualidade de vida. (Silva 2004, apud Oliveira, ET AL, 2009). A influência de educação em saúde constitui fatores desencadeantes de modificações. WATSON (1988), "ser humano é sentir- e a maior parte das vezes as pessoas permitem-se pensar os seus sentimentos, mas não sentir os seus sentimentos e quem não é sensível aos seus próprios sentimentos dificilmente será sensível aos sentimentos dos outros". 28 10 EDUCAÇÃO PROFISSIONAL EM ENFERMAGEM Fonte: www.google.com.br No âmbito da educação profissional em enfermagem, os docentes devem percorrer o processo pedagógico de forma crítica e reflexiva, possibilitando o encontro entre as percepções de estudantes e docentes, repercutindo em melhor qualidade da formação e atuação de ambos, na busca pela transformação da realidade. Compreendendo que o ato do cuidar vai além do atendimento na área da Saúde, pois perpassa o âmbito do relacionamento humano, é mister o fator motivador do cuidar; ainda que para alguns essa motivação seja clara desde o início, o fato é que esse desejo de cuidar do outro se atualiza a cada instante. A palavra motivação tem suas raízes no latim movere (mover) e designa em Psicologia, em Etologia e em outras ciências humanas a condição do organismo que influencia a direção do comportamento e a orientação para um objetivo. Em outras palavras, é o impulso que promove a ação, justificando o comportamento do indivíduo. http://pt.wikipedia.org/wiki/Organismo http://pt.wikipedia.org/wiki/A%C3%A7%C3%A3o_(psicologia) 29 Fonte: www.google.com.br A motivação se refere ao direcionamento momentâneo do pensamento, da atenção, da ação para um objetivo, percebido pelo indivíduo como algo positivo. Esse direcionamento ativa o comportamento e mobiliza anseio, desejo, vontade, esforço, sonho, esperança, diferenciando, então, a motivação intrínseca e extrínseca. A motivação intrínseca é aquela gerada por necessidades e motivos pessoais, enquanto a extrínseca refere-se à motivação gerada por processos de reforço e punição. Nesse contexto, o estudo da motivação nos convida à busca de princípios gerais que auxiliam na compreensão sobre as escolhas e as ações dos seres humanos em determinadas situações, pois é sempre fruto da interação entre a pessoa e o ambiente. Ela pode ser analisada de dois modos distintos, como impulso e como atração. http://pt.wikipedia.org/wiki/Necessidade_(psicologia) http://pt.wikipedia.org/wiki/Motivo_(psicologia) 30Fonte: www.google.com.br Conceber o processo motivacional como impulso significa dizer que instintos e pulsões são a força propulsora da ação, de forma que as necessidades internas geram no indivíduo uma tensão que exige ser resolvida. Já a compreensão da motivação como atração leva em conta as preferências individuais, de maneira que um mesmo objetivo pode ser almejado por diferentes pessoas e diferentes razões, seja pelo desempenho ou pelo poder. Podemos considerar essas preferências relativamente estáveis como motivos. Dentre as várias teorias existentes sobre a motivação, uma das mais aplicadas é a Teoria de Motivação Humana, de Maslow. Segundo essa teoria, o ser humano possui diversas necessidades que podem ser separadas em categorias hierarquizadas. Para motivar uma pessoa é necessário identificar qual é a categoria mais baixa na qual ela tem uma necessidade e suprir essa necessidade, antes de pensar em outras categorias mais altas. Essa classificação permitiu uma nova visão sobre o comportamento humano, que não busca apenas saciar necessidades físicas, mas crescer e se desenvolver. http://pt.wikipedia.org/wiki/Necessidade_(psicologia) 31 Fonte: www.google.com.br Maslow afirma que estabelecer limites, regras e padrões são fundamentais para satisfazer as necessidades e descreve cinco tipos de necessidades: Necessidades Fisiológicas: são relacionadas às necessidades do organismo, reconhecida como a principal prioridade do ser humano (respiração, alimentação, entre outras). O estado de doença advém destas necessidades não supridas. Necessidades de Segurança: envolvem a estabilidade básica que o ser humano deseja como segurança física (contra a violência), segurança de recursos financeiros, segurança da família e de saúde. Necessidades Sociais: com as duas primeiras categorias supridas, passa-se a ter necessidades relacionadas à atividade social, como amizades, aceitação social, suporte familiar e amor. Necessidades de Status e Estima: todos gostam de ser respeitados e bem vistos. Esse é o passo seguinte na hierarquia de necessidades para ser reconhecido como uma pessoa competente e respeitada. Em alguns casos leva a exageros como arrogância e complexo de superioridade. 32 Fonte: www.google.com.br Necessidade de Autorrealização: é uma necessidade instintiva do ser humano. Todos gostam de sentir que estão fazendo o melhor com suas habilidades e superando desafios. Nesse nível de necessidades, as pessoas procuram resolver problemas, possuem um senso de moralidade e gostam de ajudar os outros. Suprir essa necessidade equivale a atingir o mais alto potencial do ser. Atuando na educação profissional em enfermagem em nível técnico, verificamos os prazeres e sofrimentos dos alunos que já atuam como trabalhadores, na busca de qualificação e objetivando promover uma reflexão sobre o papel do enfermeiro educador como elemento motivador na educação profissional em enfermagem, centramos as duas últimas necessidades apresentadas, como eixos norteadores nesse processo reflexivo. 33 11 NECESSIDADE DE STATUS E ESTIMA Fonte: estudenacalifornia.com.br No processo evolutivo, o ser humano busca ser competente, alcançar objetivos, obter aprovação e reconhecimento, fortalecendo dois tipos de estima, a autoestima e a heteroestima. A autoestima é derivada da proficiência e competência em ser a pessoa que se é, em gostar de si, em acreditar em si e dar valor a si próprio. Já a heteroestima é o reconhecimento e a atenção que se recebe das outras pessoas. Almejar o respeito e ser bem visto, ser reconhecido como uma pessoa competente e respeitada, na medida em que os aspectos básicos que formam a qualidade de vida são preenchidos, podem deslocar o desejo para aspirações cada vez mais elevadas. Maslow explica que as necessidades do nível mais baixo devem ser satisfeitas antes das necessidades de nível mais alto. Assim, se considerarmos o nível mais baixo, pagar um salário justo e dar os benefícios tais como cesta básica, satisfaria as necessidades de comida, água e teto. As necessidades da segunda camada - segurança e proteção - exigiriam um ambiente de trabalho seguro, juntamente com o fornecimento de limites e o estabelecimento de regras 34 e padrões. Uma vez atendidos os níveis básicos de necessidades, facilitamos que o ser humano adquira confiança e autoestima para se inserir de modo mais presente na sociedade ao seu redor. E, a partir desse movimento, o educador pode colaborar como elemento motivador na formação do aluno trabalhador por meio de ações includentes e acolhedoras, pois a humanização, atualmente tão difundida no âmbito assistencial, assume sua posição no âmbito educacional. Os sentimentos de pertencer a algo e a algum lugar tornam-se um fator motivador. A necessidade de fazer parte de um grupo social com relacionamentos acolhedores e saudáveis é inerente à raça humana desde que formamos nossas primeiras sociedades. Fonte: www.google.com.br O estímulo para que isso aconteça provém da autoestima, propicia a heteroestima, que inclui a necessidade de sentir-se valorizado, tratado com respeito, apreciado, encorajado, tendo seu trabalho reconhecido e assim por diante. A importância da autoestima é considerável, permite nos identificarmos com o eu interior e com outras pessoas com as quais nos relacionamos. Existe uma forte tendência em nos valorizarmos para o outro e não para nós mesmos, em razão do preconceito quanto ao ato de valorizar-se, visto na maioria das vezes como egoísmo e por isso acabamos por nos proibir de gostar de nós 35 mesmos. Entretanto, se colocar em primeiro lugar significa apenas que seus sentimentos, suas necessidades e vontades são importantes e devem ser satisfeitas. Quando o enfermeiro educador tem um olhar sensível e eleva a autoestima dos alunos, por vezes inseridos em ambientes hostis, promove a valorização do ser que transforma a si, ao outro, atuando de forma motivada, proporcionando melhor qualidade na atuação profissional. 12 NECESSIDADE DE AUTORREALIZAÇÃO Fonte: www.google.com.br Uma vez satisfeita a autoestima, a necessidade passa a ser de autorrealização. Autorrealizar- se é tornar-se o melhor que você pode ser ou é capaz de ser. As pessoas nesse nível de necessidades são motivadas na resolução de problemas, possuem um senso de moralidade e gostam de ajudar os outros. Suprir essa necessidade equivale a atingir o mais alto potencial da pessoa. Horta adaptou a teoria das necessidades humanas básicas para a Enfermagem, aplicando as ideias de Maslow ao processo de cuidar, definindo o enfermeiro como agente responsável pelo planejamento, organização, 36 implementação da assistência, utilizando a observação, interação e intervenção junto ao cliente para satisfazer as necessidades do indivíduo. Para a assistência e o ensino de enfermagem, a contribuição significa um amplo redirecionamento para a retomada de princípios e valores da Enfermagem, revisão, educação, atuação e avaliação da assistência e do ensino. O enfermeiro educador que incentiva e propicia condições de aprendizagem adequadas, colabora para que seus alunos se tornem o melhor que podem ser. É uma necessidade instintiva do ser humano gostar de sentir que está fazendo o melhor com suas habilidades, superando desafios. Nessa busca, verificamos que muitos alunos iniciam a formação profissional movidos pelo altruísmo. Fonte: www.google.com.br Aos poucos, percebemos que essa energia se desvanece para a maioria, devido às frustrações diárias, ao ambiente e ao sentimento de desvalorização enquanto profissionais. As demandas imensas geram dores de toda ordem, físicas, emocionais e existenciais, provocando uma inversão do desejo de cuidar pela necessidade de cuidar, com risco iminentede essa direção modificar o interesse desse profissional, mais centrado nos resultados obtidos em detrimento da própria pessoa que está sendo assistida. 37 E, em sua maioria, o educador vê-se frente a uma classe de alunos com alto grau de dependência nas necessidades fisiológicas e de segurança, que interferem nas suas necessidades sociais, de status e estima e consequentemente na autorrealização. Oferecer ao próximo aquilo que, por vezes, não tem para si mesmo, é tarefa árdua. Desenvolver a motivação depende dos alunos, porém, mostrar os caminhos onde possam buscá-la é papel do docente ou do profissional líder da equipe onde o aluno está inserido. Fonte: www.google.com.br Muito além da facilidade aparente em compreender o valor dessa abordagem, não raramente nos deparamos com eventuais dificuldades em manter esse posicionamento, residindo aí um grande desafio para o exercício diário. Nesse cenário, as empresas/instituições buscam profissionais motivados e investem nesse campo, visando à obtenção de metas, principalmente as organizações privadas. Nos dias atuais, o atendimento ao cliente tornou-se uma importante ferramenta como um diferencial altamente competitivo e a boa qualificação profissional favorece a elevação do nível da assistência prestada, a conscientização do aluno quanto à própria imagem associada à https://www.google.com.br/search?q=EDUCAÇÃO+PROFISSIONAL+EM+ENFERMAGEM&espv=2&biw=1366&bih 38 empresa/instituição, estimulando o comprometimento com os resultados da organização. Fonte: www.google.com.br Enquanto docentes, a intencionalidade da ação educativa nos mobiliza no preparo do aluno para que possa manter-se motivado e qualificado para atuar profissionalmente, em todos os segmentos, no mercado de trabalho. Acreditamos que um profissional interessado em concretizar o projeto pessoal de vida, escolher uma carreira, aprimorar as habilidades precisa seguir algumas premissas: é necessário sentir que precisa mudar, que é vantajoso mudar, que é possível mudar e que chegou a hora de mudar. Ao assumir as novas mudanças, buscar apreender o sistema de crenças pessoais, as verdades subjetivas, influenciando na nova forma de sentir e agir. E essa lógica é uma via de mão dupla, agora sob a ótica do educador. É necessário abrir-se a si mesmo para, então, abrir-se para o outro e favorecer a abertura do mesmo para o mundo. 39 Fonte: www.google.com.br Não existem pessoas sem sistemas de crenças, entretanto, algumas delas podem ser limitadoras do sujeito ou agir contra o próprio. Assim, a questão é qual crença nos impulsionam, pois mudar crenças é mudar a forma de pensar. É preciso ter dedicação e perseverança para desenvolver um sistema de crenças que façam mais sentido para a forma como se quer viver. As necessidades fundamentais são em grande parte inconscientes e, por outro lado, os fatores sócio- culturais também influenciam na forma ou objetos nos quais os homens buscam satisfazer suas necessidades. 40 13 PROCESSO DE TRABALHO NA ENFERMAGEM Fonte: www.google.com.br As transformações ocorridas no processo de trabalho da enfermagem iniciaram-se antes da era cristã, quando sacerdotes, feiticeiros e mulheres prestavam cuidados aos doentes, não sendo evidenciado, naquele período, nenhum grupo organizado de mulheres enfermeiras. O cristianismo propagou os ideais de fraternidade, serviço, caridade e autosacrifício. Organizaram-se grupos de trabalho, com diáconos e diaconisas, cuja função principal era cuidar dos doentes e necessitados, em atividades que consistiam em alimentá-los, vesti-los e higienizá-los, dar abrigo a eles e até sepultar os mortos. Contudo, os grupos agiam em causa própria, visando a obter o perdão dos seus pecados e a salvação da alma, em troca dessas ações. Esse modelo religioso de prestação de cuidados permaneceu durante a Idade Média, sendo também chamado de modelo cristão-histórico do enfermeiro. Existiu um período de transição da enfermagem, entre a queda do feudalismo e a instalação do capitalismo, quando as mudanças na estrutura social, o Renascimento e a Reforma Protestante transformaram o trabalho da 41 enfermagem. Esse período ficou conhecido como período decadente da enfermagem, devido ao fechamento dos hospitais e à expulsão das religiosas que neles atuavam. O serviço passou a ser remunerado e executado por leigos. Assim, mulheres marginalizadas prestavam serviço de enfermagem em troca de baixos salários e as atividades desenvolvidas nos hospitais caracterizavam trabalho doméstico, atribuído ao sexo feminino, refletindo a dominação do sexo masculino e o papel de subordinação da mulher. O período dito negro da enfermagem, conhecido como período de ‘caça às bruxas’, foi marcado pela perseguição às mulheres curandeiras por parte da Santa Inquisição, em que a luta da igreja contra elas devia-se principalmente ao seu conhecimento sobre a arte de curar, que era monopólio da igreja (MELO, 1986). Fonte: www.google.com.br A institucionalização da enfermagem como profissão deu-se na Inglaterra, no século XIX, por Florence Nightingale, que introduziu o modelo vocacional ou a arte de enfermagem, ao legitimizar a hierarquia e a disciplina no trabalho de enfermagem, trazidas da sua alta classe social, da organização religiosa e 42 militar. Dessa forma, reproduziram-se na enfermagem as relações de classe social, quando nela materializaram-se as relações de dominação-subordinação. A fim de apresentar mais explanações sobre o sistema Nightingale de formação de enfermeiros, recorro aos escritos de Daher (2000), a precursora da ‘enfermagem profissional’ e mito de origem da categoria. Segundo a autora, esse sistema baseia-se no aprendizado técnico-científico, no treinamento prático e na formação moral do enfermeiro. Florence estabeleceu princípios constitutivos que determinam a construção da identidade do enfermeiro, e, mesmo não estando esses princípios formalmente instituídos nas escolas, por meio de conteúdos, os enfermeiros ainda recorrem a eles para justificar sua prática profissional. Os princípios apregoados por Florence representam coletivamente o enfermeiro como um profissional dedicado, solidário, fraterno, compreensivo e, acima de tudo, caridoso. A autora refere que, para Florence, o enfermeiro era o profissional que devia ter conhecimento e preparo específicos, mas devia assumir a profissão como ‘missão’, com total dedicação aos doentes, com o espírito religioso de servir. Fonte: www.google.com.br As nurses, provenientes de classes sociais de baixa renda, tinham preparo bastante simples e realizavam os trabalhos manuais, sendo responsáveis pelo ‘fazer’. Já as ladies-nurses pertenciam às classes mais 43 elevadas, com preparo técnico e científico, o que lhes conferia ‘saber’, e esse saber, algum poder, mesmo que apenas no interior da categoria de enfermagem. Fonte: www.google.com.br Sobre isso, Daher (2000) relata que esse tipo de formação ganhou os continentes por meio das primeiras enfermeiras formadas pelo sistema nightingaliano e, ainda hoje, os enfermeiros são preparados para o cuidado direto ao paciente, mas desenvolvem, na grande maioria das vezes, atividades administrativas (saber/poder), de forma que o cuidado direto fica com aqueles que têm menor preparo, os auxiliares e técnicos em enfermagem (fazer/submissão). Nesse sentido, a versão passada pela história da enfermagem é a de que os enfermeiros adotaram como princípio norteador da profissão, durante séculos, o trabalho caritativo realizado exclusivamente por mulheres e controlado pela igreja. Todavia, a enfermagem pós-nightingaliana ou enfermagem profissional tenta ultrapassar o estigma social que recai sobre a profissão, adotando princípioscientíficos e recrutando jovens mulheres de classes sociais reconhecidas. Apesar disso, o modelo cristão-histórico-feminino e o modelo vocacional continuam presentes, não cedendo espaço para o modelo profissional. Dessa forma, até este período histórico, não houve elaboração de 44 meios de trabalho voltados ao cuidado de enfermagem, mas sim às práticas ideológicas, técnicas disciplinares, o que atribui ao trabalho de enfermagem uma hierarquia de poder, objetivando auxiliar o trabalho médico na cura dos doentes (DAHER, 2000). Fonte: www.google.com.br O desenvolvimento da dimensão intelectual ocasionou a divisão do trabalho de enfermagem em intelectual e manual, sofrendo também a influência das relações de produção de trabalho capitalista. Dessa maneira, o trabalho intelectual volta-se ao planejamento do cuidado, à administração da unidade e à supervisão do trabalho auxiliar. O trabalho manual são os procedimentos ligados diretamente ao cuidado do paciente. Essa dicotomia do trabalho contribuiu para a divisão de classe na enfermagem, determinando que o enfermeiro responsabiliza-se pelo trabalho intelectual e os técnicos e auxiliares pelo trabalho manual. No tocante a isso, segundo Melo (1986, p.54), “fica claro que a divisão social do trabalho na enfermagem não surgiu por acaso e nem permanece pela tradição, mas como forma de adaptação da estrutura ocupacional ao modo de produção dominante”. O processo de trabalho na enfermagem apresenta essa característica de divisão técnica, na qual a prática é parcelada em tarefas, procedimentos e 45 responsabilidades entre seus agentes. Por conseguinte, a prática de enfermagem não tem sido exercida em sua totalidade pelo enfermeiro, que perdeu esse espaço ou ainda não o conquistou, identificando-se, dessa maneira, uma crise na enfermagem, caracterizada pelo afastamento do enfermeiro de seu objeto de trabalho, o cuidado de enfermagem. O enfermeiro passou a gerenciar o processo de trabalho, que foi subdividido entre o pessoal auxiliar, representado geralmente por trabalhadores alienados ao processo de trabalho (ALMEIDA e ROCHA, 1997). Fonte: www.google.com.br Mediante essa exposição, identificamos alguns determinantes históricos da organização do processo de trabalho da enfermagem. Entendo que essa profissão não pode ser considerada apenas arte e vocação ou manifestação prática da caridade, pois seu desenvolvimento deve ser estudado como resultado da relação econômica, política e ideológica do setor saúde com a sociedade, e não como resultado de esforços individuais. A partir dessas considerações e compreendendo a complexidade do trabalho na enfermagem – uma vez que nele estão envolvidas ações gerenciais, assistenciais e educativas –, de acordo com Almeida e Rocha (1997), cabe ao 46 enfermeiro prestar assistência ao indivíduo sadio ou doente, à família ou comunidade, no desempenho de atividades de prevenção, promoção, recuperação e reabilitação. Fonte: www.google.com.br Também, a função gerencial do enfermeiro caracteriza-se pela organização do meio ambiente onde são desenvolvidas as ações assistenciais e educativas, tanto no nível individual como no coletivo. Conforme propõe Motta (1995), competência gerencial é definida como a arte de pensar, de decidir e de agir – é a arte de fazer acontecer, de obter resultados. O gerenciamento em saúde compreende diferentes níveis de gestão, indo desde a gestão do cuidado, passando pela gestão da organização, até a gestão de riscos à saúde da população. No processo gerencial, é importante que informações de todas as áreas da organização sejam agregadas e analisadas, para apoiar as resoluções organizacionais e seu planejamento. Para que haja a tomada de decisão e a intervenção adequada, há necessidade de informações que sustentem a atitude e a intervenção, aqui entendida como o conjunto dos meios físicos, humanos, financeiros e organizacionais que, juntos, têm por objetivo modificar uma situação na qual se evidenciou um problema. 47 Sob essa ótica, é necessário que o enfermeiro desenvolva habilidades gerenciais e incorpore velhos e novos instrumentos que possibilitem uma melhor performance na tomada de decisão. Nesse rumo, é desejável que o profissional tenha formação geral, técnica e política e desenvolva o pensamento crítico, reconhecendo os sujeitos como indivíduos e atores sociais, o mundo tecnológico e o mundo sociocultural que circundam os seres humanos. Fonte: www.google.com.br Ao abordar esse assunto, entendo que, na função gerencial do enfermeiro, o objeto de trabalho é a organização do trabalho, assim como os recursos humanos em enfermagem, com o objetivo de criar e implementar condições adequadas ao cuidado do paciente, da família, da comunidade e ao eficiente desempenho da equipe multiprofissional. Para que isso ocorra, são utilizados os instrumentos básicos da gerência, que são: o planejamento, a comunicação e o trabalho em equipe. A função assistencial, segundo Leopardi, Gelbcke e Ramos (2001), é considerada como identificação profissional, em que o cuidado é entendido como sua essência, mas essa função permeia também as ações gerenciais e educativas. O cuidado faz parte do ser humano desde sua gênese, é uma característica humana, quando se cuida, adquire-se uma forma de viver plenamente. Esse cuidado é percebido nos aspectos científicos, técnicos, administrativos, afetivos e éticos, revelando o modo de ser de cada enfermeiro, 48 que o exerce em concomitância com um poder sociopolítico de transformação, de auto- estima forte e positiva da profissão. Partindo-se do princípio de que o ser humano existe nos níveis físico, mental, emocional, espiritual e social e considerando-se que todos esses níveis são de imensurável valor, então, nenhum pode ser desprezado. Na busca da harmonização, todos eles devem ser relevados, para que esse cuidado seja integral e completo. O cuidado insere-se na assistência direta ao cliente, na prevenção, recuperação e reabilitação, ajudando o indivíduo a crescer e autocuidar-se, indo além do físico e da mente, numa relação transpessoal. Ainda, cuidar é estar com o outro mantendo sua unicidade, autenticidade e individualidade. Evidencia-se que a prática profissional é a aplicação dos conhecimentos técnico, científico e comportamental adquirida na formação, na prevenção, promoção, recuperação, reabilitação e manutenção da vida. Essa prática é comprometida com o atendimento das necessidades do paciente e de sua família, da comunidade, da equipe de enfermagem e multiprofissional e das instituições onde é desenvolvida. Assim, é preciso envolvimento, motivação, compromisso, responsabilidade autonomia e colaboração de todos os envolvidos na sua produção. Fonte: www.google.com.br 49 As atividades profissionais no campo da prática devem ser entendidas como eixo integrador para onde convergem os conteúdos teóricos e onde se concretizam as situações reais, havendo uma retroalimentação dinâmica. Os desafios do cotidiano, que geram tensão, impulsionam para a busca, a criatividade e a tomada de decisão no que tange ao alcance de soluções, em que as experiências anteriores servem de respaldo teórico-prático (PEREIRA e GALPERIM, 1995). Esse processo retrata a reflexão-ação-reflexão que constitui a práxis profissional, por meio da interligação do pensar e do fazer. No exercício da profissão, o enfermeiro enfrenta vários dilemas, como o modelo que a instituição quer que ele assuma – determinando a ele espaços administrativos que, muitas vezes, não contemplam a coordenação da assistência ao paciente – ou o acúmulo de atividades burocráticas, que o distância do paciente, dificultando, dessa forma, o seu desempenho técnico. Assim, entende-se que a competênciado enfermeiro está centrada no cuidado, na complexidade de saberes, e não na quantidade de atividades desenvolvidas por ele. Fonte: www.google.com.br Outro fator importante para o afastamento do enfermeiro do cuidado direto com o paciente pode estar relacionado à insegurança em prestar cuidados, como consequência de uma formação deficiente, em que ensino e prática, muitas vezes, são vistos separadamente, sem que se faça uma conexão entre ambos. Sobre a função educativa do enfermeiro, Dilly e Jesus (1995, p.108) dizem que 50 “o enfermeiro é um educador em assuntos de saúde. Não tem como desenvolver suas funções sem realizar atividades educativas junto ao paciente, seus familiares e ao pessoal de enfermagem”. Nesse horizonte, o ensino na enfermagem está contido em todas as atividades de assistência, nas orientações a cliente/paciente/família, à equipe e comunidade, nas atualizações e reciclagens, por meio da educação permanente. Ainda, Dilly e Jesus (1995) indicam que a função de educar é conduzir o indivíduo sem prejuízo de sua iniciativa e liberdade. É valorizar as pessoas como seres humanos. Desse modo, para que o enfermeiro desenvolva essa função educativa, há necessidade de aprender sobre o processo de comunicação, que é fundamental para que ocorra a integração entre educador e educandos. É preciso que o enfermeiro aprenda a ouvir as pessoas com quem lida e a responder às situações que lhe são apresentadas no seu ambiente de trabalho. A maneira como se mostra esse profissional, sua expressão facial, sua verbalização, pode ser decisiva para o sucesso ou fracasso das ações educativas. Fonte: www.google.com.br Outro fator importante para o desenvolvimento das ações educativas é considerar a cultura do cliente e da equipe, seus valores, suas virtudes, crenças, sua história de vida. Os educadores não podem desprezar esse saber relativo 51 que todos têm nem a atividade criadora. Deve-se dar oportunidade para que todos se manifestem e sejam autênticos, e não simplesmente repitam o que lhes foi transmitido. Para Freire (2001, p.28), a educação implica uma busca contínua do homem em ser mais, portanto, “o homem deve ser sujeito de sua própria educação, não pode ser objeto dela”. Isso significa que ele é um ser ativo na construção do seu saber, devendo recusar as posições passivas. Nesse sentido, a educação em enfermagem deve garantir o conhecimento essencial para a prática terapêutica em todos os seus níveis, promovendo as capacidades intelectuais e as competências para a investigação e avaliação crítica do exercício profissional e dos planos de ação política, bem como a valorização dos princípios humanos e da cidadania. Assim, é de suma importância, para o processo de ensino-aprendizagem, que a prática se realize, confirmando a teoria, e não a contradizendo, como se tem percebido, por diversas vezes, nas experiências no ensino de enfermagem (DILLY e JESUS, 1995). Nesse contexto, entendo que a teoria vem da prática e fundamenta essa prática, assim como, a prática é fundamentada pela teoria. Fonte: www.google.com.br Sabe-se que existe uma dicotomia entre a escola, a formação formal e a prática, que é reforçada pela dificuldade de integrar o conhecimento teórico e as situações vivenciadas, para o que se exige a aplicação rápida do conhecimento teórico, acrescido do conhecimento prático ou pessoal. Para Siqueira (1998), a habilidade de integrar a teoria às situações do cotidiano exige aproximação entre 52 o conhecimento teórico e as experiências de vida, bem como comunicação e compreensão desse processo de integração, por parte do enfermeiro. Essas talvez sejam as maiores dificuldades que enfrenta ao trabalhar com a educação em serviço, pois, como visto, ele mantém-se afastado das ações do cuidado, desenvolvendo atividades administrativas burocráticas, não interagindo com a realidade do cuidado. Outro fator que dificulta a ação educativa é a própria formação do enfermeiro, que se dá com base em currículos caracterizados pelo modelo biomédico e fundamentados nas concepções cartesianas e no biologicismo. Fonte: www.google.com.br Desse modo, existe a necessidade de buscar a participação de todos os envolvidos no processo educativo em enfermagem: educadores, educandos, instituições, contexto sociopolítico-econômico e outros que, em sua relação de troca, indispensável à prática profissional, contribuem para que se alcance o desenvolvimento pessoal e profissional. A partir disso, cabe reforçar que a questão educativa, no contexto da prática e do desenvolvimento profissional, pode ser percebida em diferentes vertentes, tais como: educação permanente, educação continuada e educação em serviço. 53 14 A FORMAÇÃO PROFISSIONAL DO ENFERMEIRO Fonte: www.google.com.br Para explanar sobre a formação profissional, é necessário buscar nas concepções de sua história subsídios para as ações presentes e para as propostas futuras de sua prática. Reconhece-se que a formação profissional está intimamente ligada à história da enfermagem e é consequência dela, na qual foi fundamentada sob a caridade, a religiosidade, a intuição e a submissão ao saber médico, constituindo uma prática rotineira e mecanicista. O ensino da enfermagem tradicional tem suas origens no sistema Nightingale, com a criação da primeira escola de enfermagem no hospital St. Thomas, na Inglaterra. A aprendizagem era fundamentada na experiência prática, nos conhecimentos de biologia, patologia, microbiologia, higiene e moral. A formação do enfermeiro baseava-se na rigidez disciplinar corporal, moral e ambiental, que se sobrepunha à construção do conhecimento na enfermagem. Apesar da evolução e modernização do ensino, o modelo atual está muito próximo daquele. Ainda hoje, a enfermagem é fortemente influenciada pela visão cartesiana do homem, caracterizada pela separação entre corpo e alma, e pelo modelo biologicista, no qual se combatem os sintomas e as causas das doenças, sem se preocupar com outros determinantes, como os emocionais, psicológicos 54 e sociais, que interferem no estado de saúde e doença das pessoas. Muitas críticas são feitas ao exercício dessa prática delimitada por velhos paradigmas, condicionada ao biologismo e à fragmentação do indivíduo, mas ainda é a prática dominante. Fonte: www.google.com.br No Brasil, o ensino da enfermagem acompanhou as políticas de educação e saúde, que eram atreladas aos interesses políticos e econômicos do sistema capitalista. Contudo, havia alguns aspectos contraditórios, pois os modelos implantados, por serem oriundos de outros países, geralmente, não condiziam com a realidade histórica que o País atravessava. O início da profissionalização ocorreu com a implantação de um currículo sob o modelo sanitarista, mas dentro do sistema nightingaliano, importado dos Estados Unidos, criando um impasse, pois o objetivo era atender aos 25 problemas imediatos de saúde pública do País, os quais não correspondiam ao modelo implantado, posto que ele enfatizava as práticas hospitalares, em que os estágios hospitalares ocupavam a maior parte do tempo dos alunos. Depois, com a industrialização, as políticas de saúde voltaram-se para as necessidades dos setores produtivos, buscando a criação de um modelo de assistência à saúde individual, priorizando o atendimento hospitalar. 55 Fonte: www.google.com.br Nessa época, ocorreu uma importante reforma no ensino da enfermagem, mediante a Lei 775/49 e o Decreto 27.426/49, que regulamentaram o ensino no País, que se desenvolveria em duas modalidades: curso de enfermagem e curso de auxiliar de enfermagem. Assim, definiram-se apenas as necessidades do ensino das ciências biológicas e disciplinas profissionalizantes. O modelo de ensino de enfermagemestabelecido em 1949 orientou-se pelo “currículo guide” americano, de 1937, até mesmo quanto à obrigatoriedade da escola de oferecer residência às alunas, o que se tornou uma tradição na enfermagem, até a reforma universitária, em 1968 (SAUPE, 1998). A Lei de Diretrizes e Bases de 1961 reconheceu na enfermagem os três níveis de ensino: superior, técnico e auxiliar. Já o Parecer 271/62-CFE fixou o currículo mínimo do curso de enfermagem, com ênfase na assistência hospitalar, voltado para atender às necessidades do mercado de trabalho e não às reais necessidades de saúde da população, privilegiando as especializações e com enfoque na atenção à saúde individual e curativa. 56 Fonte: www.google.com.br Ao analisar os currículos de enfermagem de 1949 e de 1962, Germano (1985) demonstra uma considerável mudança de um para o outro. O primeiro surgiu numa fase em que prevalecia um espírito político supostamente liberal, com um capitalismo que ainda não comportava a privatização da saúde de forma empresarial, privilegiando, por conseguinte, o estudo das doenças em massas, por meio das disciplinas ditas da área preventiva. O segundo emergiu num momento em que a economia brasileira tendia para um processo excludente e concentrador da renda e, dessa forma, coincidentemente, a preocupação primordial do currículo de enfermagem incidia sobre as clínicas especializadas, de caráter curativo. Então, a saúde pública, antes considerada tão básica, já não aparecia como disciplina obrigatória do currículo mínimo, mas como especialização. O Parecer 271/62-CFE demonstrou muitas contradições, pois, ao mesmo tempo em que confirmava o ensino da enfermagem como superior, excluía importantes áreas do conhecimento, como a saúde pública. Ainda, enquanto centrava a formação nas disciplinas práticas orientadas para a ação, diminuía a carga horária destinada ao desenvolvimento das habilidades técnicas. Dessa forma, os rumos da enfermagem foram alterados, pois, nos anos anteriores, seu desenvolvimento era evidenciado para a saúde da totalidade da população, 57 passando, por intermédio desse parecer, a se concentrar na assistência prestada aos pacientes hospitalizados. Fonte: www.google.com.br Em decorrência das falhas dessa proposta curricular e das críticas a ela, originou-se um movimento de mudança, que foi apoiado pela reforma universitária. Por meio do Parecer 163/72-CFE, fixou-se o currículo mínimo para os cursos de graduação em enfermagem e obstetrícia, o qual incorporava mais conhecimentos científicos, porém com pouca contribuição para a resolução dos problemas básicos de saúde pública. Dessa maneira, privilegiava-se a formação do enfermeiro sob o modelo biomédico de assistência hospitalar. O currículo foi dividido em ciclo básico e profissionalizante, formação geral e habilitações nas áreas de saúde pública, obstetrícia e médico-cirúrgica. Esse modelo também possibilitou a licenciatura. Nessa época, instituiu-se a pós-graduação em enfermagem, propiciando a capacitação dos docentes, intensificando cursos de especialização e mestrado, preparando os docentes e pesquisadores para especialidades voltadas à área hospitalar, com consequente desenvolvimento de pesquisas, produções técnicocientíficas e publicações, desencadeando, assim, os aspectos científicos da enfermagem. 58 No período em que vigorou o Parecer 163/72-CFE, iniciou-se uma crise de identidade na enfermagem, evidenciada pela reflexão crítica sobre seu papel social, face às necessidades reais da sociedade, como consequência do intenso debate sobre o modelo de atenção à saúde. Essa situação resultou no movimento da Reforma Sanitária e na construção do Sistema Único de Saúde (SUS). Assim, começou a discussão sobre o trabalho da enfermagem como prática social e sobre a formação de seus profissionais. A partir disso, o currículo mínimo começou a ser criticado, principalmente, por causa da duração mínima do curso, da fragmentação no eixo de formação e da ênfase em conteúdos que privilegiavam a prática hospitalar, curativa, em detrimento da saúde coletiva. Fonte: www.google.com.br A formação profissional além de promover mudanças no educando, no educador, e na escola, repercutirá significativamente no mundo do trabalho. Atualmente, a saúde aparece como principal problema, com 52% de indicações, pela população brasileira. Assim, a educação profissional tornou-se um ponto de grande relevância para o contexto profissional e social, tendo em vista sua estreita relação com a realização do cuidado com maior segurança, qualidade, eficácia e resolutividade em menor tempo e com o menor custo, bem como para a promoção do cuidado humanizado e integral. 59 Algumas publicações revelam o profissional de enfermagem imerso no contexto mundial e vivenciando as necessidades de transformação, porém mostram os enfrentamentos necessários à utilização das metodologias ativas de ensino junto a esta realidade.5,29,30 Mostram o desejo da integração entre o saber e o fazer com a aproximação da ciência, das aptidões práticas e das vivências empíricas pessoais de cada trabalhador, onde a educação torna-se cotidiana durante a atuação profissional. Fonte: www.google.com.br Alguns autores enfatizam a participação da academia neste processo, por meio da estruturação curricular que favoreça a comunicação com a prática profissional durante as atividades de ensino, extensão e pesquisa. Estes comentam que o contato com a realidade da comunidade e suas características econômicas, culturais e sociais proporciona o despertar do senso crítico, bem como a formação científica visando às necessidades do contexto onde exercerão suas atividades. Tal fato promove a formação de profissionais mais preparados para o mercado de trabalho e ao mesmo tempo já adaptados às demandas que este possui. A educação profissional em Enfermagem, como processo é capaz de oferecer subsídios para o desenvolvimento de ações interdisciplinares e humanizadas de cuidado. É nítido que frente aos avanços tecnológicos e às 60 exigências do mundo do trabalho é essencial que o profissional se aproprie do conhecimento e de atitudes para alicerçar sua prática. O profissional imbuído nesse processo necessita, entretanto, ampliar e aprofundar continuamente os saberes específicos de sua área de atuação, sem esquecer do enfoque interdisciplinar e multidimensional. 15 BIBLIOGRAFIA Amestoy SC, Schveitzer MC, Meirelles BHS, Backes VMS, Erdmann AL. Paralelo entre educação permanente em saúde e administração complexa. Rev Gaúcha Enferm. 2010;31(2):383-7. BEZERRA, A. L. Q. O contexto da educação continuada em enfermagem. São Paulo: Leomar e Martinari, 2003. COSTENARO RGS, Lacerda MR. Quem cuida de quem? Quem cuida do cuidador? 2ª ed. Santa Maria: Centro Universitário Franciscano; 2010. DEMO, P. Desafios modernos da educação. 3. ed. Petrópolis: RJ, Vozes, 1995. FIGUEIREDO, N. M. A. Ensinando a cuidar em saúde Pública. São Caetano do Sul, 2005. FUNGUETTO. ET. al O CUIDADO DA ENFERMAGEM EXTRA-HOSPITALAR: PROJETO "ATIVIDADE NA MELHOR IDADE"? AMI ARTIGO ORIGINAL, 2008. HERDMAN, Heather T.; KARMITSURU, Shigemi. 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