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UFPE – DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS - CURSO DE GRADUÇÃO – FINANÇAS E PLANEJAMENTO PÚBLICO Curso de Graduação em EAD - UFPE FINANÇAS E PLANEJAMENTO PÚBLICO ORÇAMENTO PÚBLICO Orientador: Joaquim Liberalquino https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=2ahUKEwipv92tltvcAhUBjpAKHXXzDP0QjRx6BAgBEAU&url=https://blog.mobills.com.br/economizar-atraves-metas-e-orcamentos/&psig=AOvVaw3oGONedNgwjRk2iUuWUxgH&ust=1533738985641747 UFPE – DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS - CURSO DE GRADUÇÃO – FINANÇAS E PLANEJAMENTO PÚBLICO SUMÁRIO ➢ ORÇAMENTO PÚBLICO - Histórico - Conceito - Normas legais aplicaveis - Instrumentos de planejamento da administração pública - Plano Plurianual – PPA - Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO; - Lei Orçamentária Anual – LOA ➢ REFERENCIAS UFPE – DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS - CURSO DE GRADUÇÃO – FINANÇAS E PLANEJAMENTO PÚBLICO Histórico: O orçamento na Administração Pública representa um dos mais antigos instrumentos de planejamento e execução das finanças públicas. Mesmo que de forma rudimentar, o planejamento sempre se fez presente na história da humanidade a partir do momento em que o homem passou a viver em sociedade. A Administração Pública brasileira, em seu processo histórico, acompanhou a tendência mundial, prevendo em suas normas a elaboração de planejamentos ou orçamentos. Analisando as legislações passadas e atuais, podemos verificar que o processo orçamentário esteve em constante evolução. Não é o propósito deste estudo mencionar as diversas normas brasileiras a respeito de orçamento. Entretanto, passaremos a estudá-las a partir de estágios mais avançados de sua evolução. No Brasil, poderíamos fazer uma análise histórica do orçamento público a partir da Lei nº 4.320/64. Essa lei representou um marco decisivo e norteador dos orçamentos e planejamentos públicos, porém, ainda incompleto. Em 4 de maio de 2000, foi elaborada a Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF -, Lei Complementar nº 101/00. A LRF e a Lei nº 4.320/64 se complementam a respeito das normas gerais de direito financeiro para Orçamento Público UFPE – DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS - CURSO DE GRADUÇÃO – FINANÇAS E PLANEJAMENTO PÚBLICO elaboração e controle dos orçamentos e balanços das administrações públicas federal, estadual, municipal e distrital. Tendo como parâmetro a Lei nº 4.320/64, o estudo do orçamento público brasileiro pode ser realizado em três momentos distintos: Antes da edição da Lei nº 4.320/64; Após a elaboração da Lei nº 4.320/64; e Após a aprovação da LRF. A partir de 1964, com a edição da Lei nº 4.320/64 - marco divisor entre os orçamentos tradicionais ou clássicos e os orçamentos de desempenho ou realizações -, o governo brasileiro começa a utilizar o orçamento-programa, que tem como característica principal o sistema de planejamento com base nas necessidades de cada órgão ou unidade orçamentária. O orçamento-programa caracteriza-se pelo fato da elaboração orçamentária ser feita em função daquilo que se pretende realizar no futuro, ou seja, é um moderno instrumento de planejamento que permite identificar os programas de trabalho dos governos, seus projetos e atividades a serem realizados e ainda estabelecer os objetivos, as metas objetivadas, os custos e os resultados alcançados, avaliando-os e divulgando seus resultados com a maior transparência possível. Esse tipo de orçamento contrasta-se com o tradicional ou clássico, o qual se baseava naquilo que já fora realizado, e também por representar um instrumento de operacionalização das ações futuras de governo. O orçamento-programa, planejado para um determinado exercício, pormenoriza as etapas do plano plurianual para o exercício subsequente, ou seja, é o cumprimento ano a ano das diretrizes, objetivos e metas estabelecidas no plano plurianual. No período compreendido entre o orçamento tradicional e o orçamento-programa, surgiu o orçamento de desempenho ou de realizações, onde a ênfase era as coisas que o governo fazia, ou seja, o foco era basicamente nos resulta- dos, com desvinculação entre orçamento e planejamento. Uma das características marcantes do atual orçamento-programa é a sua vinculação e integração com o planejamento governamental, dando ênfase aos fins e não aos meios. O orçamento-programa, em nossa sistemática atual, é autorizativo, ou seja, o Poder Legislativo autoriza a sua execução, em especial, ao Executivo. Digo em especial porque todos os Poderes executam o orçamento. Entretanto, é o Poder Executivo que realiza a sua maior parte. Em 2004/2005, houve propostas de Emenda à Constituição para substituição do orçamento autorizativo para o orçamento impositivo. Significa dizer que, por essa sistemática, o Poder Executivo, durante a execução orçamentária, dentro do exercício financeiro, pode alterar o orçamento através de créditos adicionais e "cortes" de dotação dos Ministérios e das emendas parlamentares. Com o orçamento impositivo, o Poder Executivo ficará impedido UFPE – DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS - CURSO DE GRADUÇÃO – FINANÇAS E PLANEJAMENTO PÚBLICO de alterar o orçamento aprovado, devendo executá-lo conforme votado pelo Legislativo. Qualquer alteração durante o exercício financeiro deverá ser autorizada pelo Legislativo. Entendemos que o orçamento-programa deve conter como elementos essenciais: ✓ Os objetivos propostos; ✓ Os programas de trabalho, instrumentos de integração entre planejamento e orçamento; ✓ Os custos dos programas; ✓ As medidas de desempenho; ✓ A avaliação dos resultados; e ✓ O controle. No orçamento-programa, o controle visa a avaliar a eficiência e a eficácia das atividades governamentais e a alocação de recursos. As unidades orçamentárias visam à consecução dos objetivos e metas estabelecidos no âmbito de cada órgão. A elaboração do orçamento-programa como instrumento da ação governamental está prevista em norma cogente, art. 16, do Decreto-Lei nº 200/67, onde se determina que em cada ano será elaborado um UFPE – DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS - CURSO DE GRADUÇÃO – FINANÇAS E PLANEJAMENTO PÚBLICO orçamento-programa, que pormenorizará a etapa do programa plurianual a ser realizada no exercício seguinte e que servirá de roteiro à execução coordenada do programa anual. Diante do exposto, pode-se concluir que o orçamento-programa deve estabelecer: • AS DIRETRIZES: conjunto de critérios técnicos de ação e decisão que deverá disciplinar e orientar a execução do planejamento; • OS OBJETIVOS: indicam os resultados a serem alcançados pela administração pública quando da execução orçamentária; • AS METAS: especificar e quantificar fisicamente os objetivos estabelecidos; • OS PROGRAMAS: são as ações que resultam em bens e serviços ofertados diretamente à sociedade. Conceito: Orçamento público é um Instrumento de planejamento adotado pela Administração Pública - União, Estados, Distrito Federal e Municípios -, realizado nas três esferas de poder - Executivo, Legislativo e Judiciário -, o qual prevê ou estima todas as receitas a serem arrecadadas e fixa as despesas a serem realizadas no exercício financeiro seguinte, objetivando a continuidade, eficácia, eficiência, efetividade e economicidade na qualidade dos serviços prestados à sociedade. AS DIRETRIZES OS OBJETIVOS AS METAS OS PROGRAMAS UFPE – DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS - CURSO DE GRADUÇÃO – FINANÇAS E PLANEJAMENTO PÚBLICO Normas legais aplicáveis: Em um breve estudo das constituições brasileiras, pode-se verificar uma insipiente menção e aceitação dos orçamentos públicos. Todavia, foi a Constituição da República de 1988 que apresentou um dos maiores avanços a respeito do orçamento públicobrasileiro. Foi através dela que se sedimentou a ideia de que é inconcebível a elaboração de um orçamento desvinculado de um sistema de planejamento, ou seja, planejamento e orçamento devem estar em estrita consonância. Na Constituição Federal (CF) de 1988, um capítulo inteiro foi dedicado às finanças públicas - CAPÍTULO II, DAS FINANÇAS PÚBLICAS - arts. 163 a 169. Nesse capítulo estão disciplinadas as normas gerais acerca do processo orçamentário a serem observadas por todas as unidades da Federação - União, Estados, Distrito Federal e Municípios. A Lei n.º. 4.320/64 estabelece normas gerais de direito financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. O art. 24 da CF/88 estabelece que compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre direito financeiro. O art. 30 da CF/88 estabelece que compete aos Municípios suplementar a legislação federal e estadual no que couber. Portanto, atualmente temos a Lei n.º. 4.320/64, que estabelece normas gerais de direito financeiro com abrangência nacional, mas Estados e Municípios podem ter suas próprias leis estabelecendo normas específicas acerca de direito financeiro. O parágrafo 9º, inciso I, do art. 165 da Constituição Federal estabelece que cabe à Lei complementar dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do plano plurianual, da Lei de Diretrizes Orçamentárias e da Lei Orçamentária Anual. Em função desse comando constitucional é que a Lei n.º. 4.320/64 foi recepcionada como lei complementar, que estabelece normas gerais de direito financeiro. O art. 169 da CF prevê também a elaboração de uma lei complementar para estabelecer limites de despesa com pessoal, ativo e inativo, da União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Felizmente essa lei já foi elaborada em 2000. É a Lei de Responsabilidade Fiscal- LRF, Lei Complementar nº 101/2000. Além das normas acima citadas, existem outras esparsas, as quais podemos mencionar: Decreto-Lei nº 200/67; Decreto nº 93.872/86 e suas alterações, Decreto nº 95.804/88; Portaria nº 492/93, do Ministério da Fazenda; Manual Técnico de Orçamento; Portaria Interministerial nº 163/01 da Secretaria do Tesouro Nacional STN/ Secretaria de Orçamento Federal- SOF; Instrução Normativa nº 2/99 - STN; Portaria nº 42/99 - Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão. UFPE – DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS - CURSO DE GRADUÇÃO – FINANÇAS E PLANEJAMENTO PÚBLICO Instrumentos de planejamento da administração pública A CF/88 menciona em seu art. 165 que leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão os seguintes instrumentos legais de planejamento: O Plano Plurianual - PPA; A Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO; e A Lei de Orçamento Anual - LOA. Entendemos que a Constituição Federal, em seu art. 165, § 4º, estabeleceu mais um instrumento de planejamento que ainda não se tem notícia de seu implemento. Esse parágrafo prevê planos e programas nacionais, regionais e setoriais a serem elaborados em consonância com o plano plurianual e apreciados pelo Congresso Nacional. A Constituição de 1988, em seu art. 165, determina que a lei orçamentária anual compreenderá: • o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público; • o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital com direito a voto; • o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculadas, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público. O PPA, a LDO e a LOA, instrumentos já implementados, representam os pilares básicos do planejamento na Administração Pública brasileira dos entes da federação e seus respectivos poderes. Atualmente, esses instrumentos de planejamento devem estar plenamente integrados e coordenados entre si. A responsabilidade para elaboração e execução dos instrumentos supracitados é de todos os órgãos e Poderes públicos, ou seja, é competência exclusiva do Poder Executivo para apresentar ao Congresso Nacional os instrumentos de planejamento, entretanto, todos os entes, seus órgãos e Poderes elaboram sua proposta e encaminham ao Executivo, para fins de consolidação e envio ao Legislativo. O orçamento viabiliza a realização anual dos programas mediante a quantificação das metas e a alocação de recursos para as ações orçamentárias (projetos, atividades e operações especiais). Em tese, a elaboração dos orçamentos da União é de responsabilidade conjunta do órgão central, dos órgãos setoriais e das unidades orçamentárias. A elaboração orçamentária inicia-se com o levantamento de informações para definição do rol de programas, ações e localizações de gasto, validadas no cadastro de programas e ações. UFPE – DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS - CURSO DE GRADUÇÃO – FINANÇAS E PLANEJAMENTO PÚBLICO REFERENCIAS Carvalho, Deusvaldo. Orçamento e contabilidade pública: teoria e questões – Rio de Janeiro. Elsevier, 2005. CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 - Seção II - DOS ORÇAMENTOS, Artigos 165 a 169 Lei nº 4320, de 17 de março de 1964 - Estatui Normas Gerais de Direito Financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do DF. Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000 - Lei de Responsabilidade Fiscal - Estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências.
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