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1 | P a g e Psicopatologia da Criança e do Adolescente PERTURBAÇÕES DO NEURODESENVOLVIMENTO- DSM 5 Início no período de desenvolvimento (antes da escola primária) Défices de desenvolvimento que condicionam dificuldades no funcionamento (pessoal, social, global, académico e social) A abrangência dos défices de desenvolvimento varia desde limitações muito específicas na aprendizagem ou controlo de funções executivas, até défices globais de inteligência ou das capacidades sociais Existência de comorbilidade entre as PN Incapacidades Intelectuais Perturbações da Comunicação Perturbação do Espectro do Autismo Perturbação de Hiperatividade/défice de atenção Perturbação da Aprendizagem Específica Perturbações Motoras Perturbações de Tiques DSM 5: PERTURBAÇÃO DO ESPECTRO DO AUTISMO Consenso científico que as quatro perturbações diferentes que eram previamente identificadas (DSM-IV), são na verdade uma única condição com diferentes níveis de gravidade dos sintomas em dois domínios centrais Engloba: perturbação anterior autista (autismo) perturbação de Asperger perturbação desintegrativa da infância perturbação pervasiva do desenvolvimento sem outra especificação 2 | P a g e A PEA é caracterizada por: 1. déficits na comunicação social e interação social 2. comportamentos repetitivos, interesses e atividades restritos (CRIARs) a. Porque ambos os componentes são necessários para o diagnóstico de PEA, se não estiverem presentes CRIARs é diagnosticado o distúrbio de comunicação social A. Défices persistentes na comunicação social e interação social transversais a múltiplos contextos, manifestados pelos seguintes, atualmente ou no passado: 1. Défices na reciprocidade social-emocional, variando de uma aproximação social anormal e fracasso na conversação normal; a uma partilha reduzida de interesses, emoções ou afetos; a fracasso em iniciar ou responder a interacções sociais 2. Défices nos comportamentos comunicativos não verbais usados para a interacção social, variando de uma comunicação verbal e não verbal pobremente integrada, a anomalias no contato visual e linguagem corporal ou défices na compreensão e uso de gestos, a uma total falta de expressões faciais e comunicação não verbal 3. Défices em desenvolver, manter e compreender relacionamentos, variando de dificuldades em ajustar o comportamento de forma a adequar-se aos vários contextos sociais; a dificuldades em partilhar jogos imaginativos ou fazer amigos; a ausência de interesse nos pares Especificar a gravidade atual: A gravidade é baseada nos défices da comunicação social e nos padrões de comportamento restritos e repetitivos B. Padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades, manifestados por, pelo menos dois dos seguintes, atualmente ou no passado: 1. Movimentos motores, uso de objetos ou fala estereotipados ou repetitivos (e.g, frases idiossincráticas, ecolália, estereotipas motoras simples, alinhar brinquedos ou sacudir objetos) 2. Insistência na monotonia, aderência inflexível a rotinas ou padrões ritualizados de comportamento verbal ou não verbal (e.g, padrões de pensamento rígidos, angústia extrema com pequenas mudanças, dificuldades com transições, rituais de cumprimento, necessidade de fazer o mesmo percurso ou comer a mesma comida todos os dias) 3 | P a g e 3. Interesses altamente restritos e fixos, que são anormais na intensidade ou foco (ligação forte ou preocupação com objetos incomuns, interesses excessivamente circunscritos ou perseverantes) 4. Hiper ou hiporreatividade a estímulos sensoriais ou interesse incomum por aspetos sensoriais do ambiente (indiferença aparente à dor/temperatura, respostas adversas a sons ou texturas específicas, tocar ou cheirar objetos excessivamente, fascinação visual com luzes ou movimento) Especificar gravidade atual: A gravidade é baseada nas deficiências na comunicação social e nos padrões de comportamento restritos e repetitivos C. Os sintomas têm de estar presentes no início do período de desenvolvimento D. Os sintomas causam prejuízo clinicamente significativo no funcionamento social, ocupacional ou noutras áreas importantes do funcionamento atual E. Estas perturbações não são melhor explicadas por incapacidade intelectual ou atraso global do desenvolvimento (embora estas duas perturbações coocorram frequente) ESPECIFICADORES DE GRAVIDADE A gravidade pode varia em função do contexto e flutuar ao longo do tempo Dever ser indicada separadamente para as dificuldades na comunicação social e para os comportamentos restritos e repetitivos Níveis de gravidade: Nível 3: requerendo suporte muito substancial Nível 2: requerendo suporte substancial Nível 1: requerendo suporte 4 | P a g e PERTURBAÇÃO DE ASPERGER (DSM-IV) Os sujeitos com esta perturbação preenchem os critérios A e B abaixo indicados, mas não apresentam qualquer atraso clinicamente significativo da linguagem ou do desenvolvimento cognitivo A. Défice qualitativo da interação social manifestado pelo menos por duas das seguintes características: 1. acentuado défice no uso de múltiplos comportamentos não verbais, tais como: contacto olhos nos olhos, postura corporal e gestos reguladores da interação social 2. incapacidade para desenvolver relações com os companheiros, adequadas ao nível de desenvolvimento 3. ausência da tendência espontânea para partilhar com os outros prazeres, interesses ou objetivos (por exemplo, não mostrar, trazer ou indicar objetos de interesse) 4. falta de reciprocidade social ou emocional B. Padrões de comportamento, interesses e atividades restritos, repetitivos e estereotipados, que se manifestam pelo menos por uma das seguintes características: 1. preocupação absorvente por um ou mais padrões estereotipados e restritivos de interesses que resultam anormais, quer na intensidade quer no objetivo 2. adesão, aparentemente inflexível, a rotinas ou rituais específicos, não funcionais 3. maneirismos motores estereotipados e repetitivos (por exemplo, sacudir ou rodar as mãos ou dedos, ou movimentos complexos de todo o corpo) 4. preocupação persistente com partes de objetos Perturbação neurodesenvolvimental (Pervasive Developmental Disorders- PDD) Problemas do desenvolvimento: interação social, uso da linguagem e características repetitivas do comportamento Prevalência: 20 a 25 por 10.000 crianças Mais frequente nos rapazes 5 | P a g e PERTURBAÇÃO DE HIPERATIVIDADE E DÉFICE DE ATENÇÃO O QUE É A PHDA? Perturbação do neurodesenvolvimento crónica caracterizada por: Falta de atenção (20 a 30%) Hiperatividade/impulsividade (Menos de 15%) Ambos (50 a 75%) Ocorre em cerca de 5% das crianças Ratio por género: 3 rapazes por 1 rapariga Tem consequências psicológicas, sociais, riscos e persiste na vida adulta em 50% dos casos TIPOS DE PHDA Apresentação predominante/ de desatenção: frequente entre as raparigas com PHDA; não é disruptivo Apresentação predominante/ de Hiperatividade/impulsividade (mantêm a atenção) Apresentação combinada: hiperatividade/impulsividade e falta de atenção: mais comum SINTOMAS DE FALTA DE ATENÇÃO Deixa de prestar atenção a detalhes e comete erros por descuido Dificuldade em manter a atenção em tarefas ou atividades lúdicas Parece não escutar quando lhe dirigem a palavra Não segue instruções e não termina deveres de casa, trabalhos, etc. Dificuldade para organizar tarefas Evita tarefas que exijam esforço mental constante Perde e esquece objetos Distrai-se facilmente por estímulos alheios à tarefa SINTOMAS DE HIPERATIVIDADE Agita as mãos ou os pés e remexe-se na carteira Abandona a carteira na sala de aula ou em outras situações nas quais se espera que permaneça sentado Corre ou trepa de maneira inapropriada Está frequentemente “a mil” Fala em demasia, interrompe a aula e distrai os colegas 6 | P a g e Desmonta, quebra objetos e muda rapidamente de atividade SINTOMAS DE IMPULSIVIDADE Não aceita as regras de jogos. Necessidade de comandar, chegando a agredir colegas e provocando isolamento social. Dificuldade em aguardar a sua vez. Interrompe ou intromete-se em assuntos dos outros. Dá respostas precipitadas antes das perguntas terem sido completadas. Provoca colegas e irmãos, resultando em brigas frequentes. OUTROS CRITÉRIOS IMPORTANTES Alguns sintomas ocorriam antes dos 7 anos de idade. O défice ou prejuízo causado pelos sintomas manifesta-se em dois ou mais contextos Deve haver provas claras de um défice clinicamente significativo do funcionamento social, escolar ou ocupacional Os sintomas não ocorrem exclusivamente durante o curso de perturbações psiquiátricas mais graves AVALIAÇÃO - Informação de múltiplas fontes - História familiar - Listagem de comportamentos e questionários COMORBILIDADES Perturbações ansiosas (25%) Perturbações do humor (18%) Abuso ou dependência de drogas Perturbações de personalidade Tiques Síndrome de Gilles de la Tourette Perturbação de oposição e de desafio (35%) Perturbações de aprendizagem (discalculia, dislexia, disgrafia) Perturbação de conduta (roubos, mentiras, agressões, maus-tratos a animais, sexualidade exagerada e precoce, etc.) 7 | P a g e CONSEQUÊNCIAS E RISCOS Acidentes e ferimentos graves Prejuízo escolar Isolamento social Ansiedade e depressão Maior risco de uso excessivo de drogas lícitas ou ilícitas na adolescência e vida adulta Baixo rendimento profissional e dificuldade de manter emprego Relações afetivas instáveis Agravamento das dificuldades de relacionamento dos pais O QUE CAUSA A PHDA? A PHDA é uma perturbação biológica; existem problemas ao nível dos neurotransmissores que enviam mensagens para o cérebro; problemas no controlo inibitório (Barkley, 1997); A PHDA está associada a um nível mais baixo de atividade nas partes do cérebro que controlam o nível de atenção e atividade A PHDA desenvolve-se nas famílias (pais, tios, irmãos) A PHDA, em casos raros, pode ser provocada por toxinas presentes no ambiente A PHDA pode, em alguns casos, ser devida a lesões cerebrais graves ETIOLOGIA E FATORES DE RISCO Hereditabilidade (7-8%) Factor de risco biológico (mas não genético): baixo peso à nascença (menos de 2500gr); complicações à nascença, comportamento da mãe durante a gravidez (consumo de álcool, tabaco ou substâncias psicoactivas) PAPEL DA FAMÍLIA NO DESENVOLVIMENTO DA PHDA Não existem provas claras que os padrões de interação familiar modelem os sintomas nucleares da PHDA Atitudes e práticas parentais estão relacionadas com a interferência ou dificuldades manifestadas pelas crianças Negatividade maternal: facilita o desenvolvimento de comportamentos antisociais nos rapazes com PHDA Autoritarismo maternal: aceitação dos pares da PHDA 8 | P a g e CONCLUSÃO Não obstante as bases biológicas claras da sintomatologia relacionada com a PHDA, a socialização da família parece desempenhar um papel importante relativamente ao tipo de comorbilidade agressiva e antisocial versus aceitação dos pares, que é crucial nos resultados a longo-prazo. “SE OUVIU HISTÓRIAS SOBRE A PHDA..." Mito: "a PHDA é apenas um diagnóstico utilizado por médicos americanos para crianças americanas." Facto: a PHDA tem sido reconhecida como um problema desde há 50 anos. Contudo, como hoje em dia os médicos reconhecem e compreendem mais facilmente a doença, os diagnósticos de PHDA são agora mais numerosos que no passado. Nos Estados Unidos, a PHDA é diagnosticada em 3 a 5 por cento da população. Mito: "A minha filha tímida e sonhadora não pode ter PHDA! Pensava que só envolvia rapazes pequenos e hiperativos." Facto: a PHDA afeta tanto os rapazes como as raparigas. Aos rapazes a doença é diagnosticada 2 a 3 vezes mais que às raparigas. As raparigas podem ter comportamentos menos impulsivos ou hiperativos. Mito: "É provavelmente toda aquela comida de plástico que o meu filho come, ou outro problema ambiental, que causa a PDAH". Facto: Dietas especiais e evitar os aditivos alimentares não previnem a PDAH. Contudo, prestar atenção à nossa saúde em geral, incluindo fazer exercício, descansar, e boa nutrição, podem ajudar a sua criança a controlar os seus sintomas. Mito: "Se os pais disciplinassem os seus filhos como nos velhos tempos, os miúdos não teriam estes comportamentos". Facto: Pesquisas têm demonstrado que os estilos de disciplina não causam a PDAH. Contudo, tal como na diabetes e noutras doenças, o envolvimento parental no tratamento (estratégias, controlo de comportamento e/ou medicação) podem ajudar a controlar os sintomas da doença. 9 | P a g e Mito: "Ela não pode ter PHDA! Afinal, ela não tem problemas em concentrar-se nas coisas que quer fazer, como jogar computador". Facto: Às vezes, as pessoas que se conseguem concentrar podem ter à mesma PHDA. As pessoas com PHDA têm dificuldades em cumprir tarefas durante algumas alturas; mas, como muitas pessoas, conseguem concentrar-se em coisas que as interessam e que são estimulantes, como jogos de computador. Mito: "Como as pessoas com PHDA não são tão espertas como os seus pares, são geralmente colocadas em turmas especiais". Facto: a PHDA não afeta as capacidades intelectuais. Os indivíduos com PHDA são tão inteligentes como os outros; todavia, muitas crianças com PHDA podem não funcionar tão bem academicamente como aquelas sem a doença. Muitas daquelas com PHDA têm problemas de aprendizagem, que são resolvidas com estratégias especificamente orientadas. A maior parte das crianças com PDAH pode ser bem sucedida em turmas regulares com a ajuda dos pais e professores que usam técnicas, como ajuda positiva, ao nível das capacidades de estudo e de organização, e materiais didáticos estimulantes. Mito: "É simples: uma vez que comece a tomar os medicamentos, tudo corre bem." Facto: Enquanto não existe nenhum tratamento que atualmente cure a PHDA, programas de tratamento que incluem medicação e/ou técnicas de modificação de comportamento ajudam a controlar os sintomas. Várias décadas de pesquisa dizem-nos que medicação estimulante melhora muitos dos sintomas da PHDA em cerca de 70 por cento da população que padece da doença. A medicação estimulante não "torna o cérebro mais lento", antes estimula as partes do cérebro que ajudam a melhorar a concentração e a capacidade de controlar o comportamento. Outros tratamentos eficazes que podem ser combinados com a medicação, ou usados independentemente, incluem técnicas de controlo do comportamento e intervenções na sala de aula. Mito: "É apenas uma fase, quando crescer passa-lhe." Facto: As crianças com PHDA podem ou não superar a doença quando crescerem. Cerca de 70 por cento das crianças com o problema continuarão a ter sintomas de PHDA na adolescência, e algumas sofrerão de sintomas que afetam as suas funções na idade adulta. Para os jovens, os sintomas de hiperatividade parecem decrescer. Contudo, problemas de atenção permanecem muitas vezes na vida adulta. Adultos com PHDA costumam sentir os seus sintomas a diminuir gradualmente à medida que envelhecem ou são menos incomodados quando aprendem estratégias eficazes de lidar com o problema. 10 | P a g e Mito: "Não posso ter PDAH; não sou hiperativo." Facto: A hiperatividade é um sintoma de que só alguns doentes de PHDA sofrem. Há três tipos de PHDA TRATAMENTO Medicamentos Psicoterapia da criança Orientação ou terapia familiar REPERCUSSÕES NO AMBIENTE FAMILIAR Pais desgastados/fragilizadose desorientados pela monitorização frequente do comportamento da criança (desgaste maior da relação/ divórcio) Crianças hiperactivas podem provocar “falência emocional” de uma família. A criança não se ajusta às expectativas dos pais, dos irmãos e da comunidade Pais separados também devem ter as mesmas orientações para lidar com as crianças, visando sempre atingir o seu desenvolvimento satisfatório A PHDA não tem cura, mas pode ser controlada, existindo diversos tipos de tratamento Pais informados, com orientações adequadas alcançam sucesso com a criança hiperativa ALGUNS EXEMPLOS DE COMO PERCEBEMOS A CRIANÇA COM PHDA EM CASA REPERCUSSÕES NO AMBIENTE FAMILIAR Ao brincar não consegue fixar-se por muito tempo. Troca muito de brinquedos/atividades Apresenta espírito de destruição Não permanece sentada durante as refeições Come com muita voracidade e ansiedade, engole sem mastigar Fica pouco tempo parada na frente da TV- incomoda os demais Fala muito e em ritmo acelerado. É ansiosa, a “mil por hora” Mostra-se desorganizada com brinquedos, roupas e material escolar Dificuldades em acatar ordens Quer sempre ser atendida nas suas solicitações Impõe as suas vontades (mandões) Pede as coisas e logo se desinteressa 11 | P a g e Distrai-se com facilidade com coisas à sua volta e com seus próprios pensamentos Parece “sonhar acordada” ou “está no mundo da lua” Dificuldade em se concentrar Presta pouca atenção a detalhes ORIENTAÇÕES AOS PAIS SEGURANÇA: TER ESPEC IAL ATENÇÃO A… Tráfego/trânsito Armas de fogo Piscinas Instrumentos ou ferramentas perigosas Químicos venenosos, produtos de limpeza e medicamentos COMO AJUDAR SEU FILHO EM CASA As orientações aos pais vão facilitar o convívio familiar e prevenir problemas futuros Crianças estáveis e felizes são criadas por pais firmes, claros, determinados e bastante confiantes Pais devem saber o que é a PHDA e as suas causas O importante é saberem que não são causadores da PHDA, mas podem contribuir para acentuar os comportamentos inadequados da criança COMO? Quando os pais não determinam as regras claras e definidas Quando os pais discordam muito entre si dobre o modo de educar a criança, tornando as regras familiares confusas Pais permissivos toleram os comportamentos da criança Pais extremamente exigentes- não sabem dosear a liberdade para pequenos erros Pais agressivos- usam o ataque com palavras ou atitudes físicas (batem) 12 | P a g e QUAIS AS MELHORES ATITUDES DOS PAIS EM RLEAÇÃO À CRIANÇA COM PHDA? ORIENTAÇÕES AOS FAMILIARES - Devem ser pacientes, compreensivos e apoiantes - Ver o mundo através dos olhos da criança, sabendo diferenciar entre incapacidade e desobediência natural da criança - Ouvir (dificuldade quanto às regras e em seguir instruções) - Lembrá-la das atividades diárias - Dar reforço positivo nunca menosprezar a criança - Apontar sempre a atividade que deve ser feita, evitar que abandone a atividade (correr/caminhar) - Praticar desportos, principalmente coletivos que desenvolvem a auto-estima e a interação social - Ajudá-la a desenvolver os seus talentos: dança, música, atletismo, escotismo, coleção de selos, carros, etc... - Passear com o seu filho- divirta-se com o seu filho, faça o que ele gosta - As regras devem ser dadas de forma clara e firme: a) Pare: olhe bem nos olhos da criança e dê as instruções olhando para ela b) Repita as ordens, se ela não entender c) Seja persistente nas ordens d) Use uma voz firme, clara e uma postura séria - Mantenha sempre boa comunicação e diálogo frequente com a criança - Aponte sempre os pontos positivos e fortes da criança - Ofereça contactos físicos - deixa o ambiente mais acolhedor - Evite situações que causem ansiedade no ambiente familiar - Ajude a criança a organizar-se em casa, nas lições com horas certas e disciplina - Identifique as áreas de dificuldade de atenção e atitudes inadequadas - Acompanhe como a criança está na escola trabalhe juntamente com o professor - Ajudá-la a criar e manter amizades - Participar em comunidades sociais (clubes, desportos coletivos, religiões) 13 | P a g e - Auxiliá-la no relacionamento com irmãos - Faça sempre elogios à criança- pois promovem a auto-estima - Punições ou castigos devem ser utilizados só quando a criança for desobediente pois estimula sentimentos inadequados FUNDAMENTAL PARA O TRATAMENTO DA PHDA Médico- medicação Necessidade de orientação profissional para os pais Psicoterapia para a criança TERAPIA COMPORTAMENTAL APLICADA À PDAH O que é terapia comportamental e cognitiva Aplicações na PHDA RESULTADOS DA TERAPIA COMPORTAMENTAL E COGNITIVA (TCC) NO TRATAMENTO DA PHDA O tamanho do efeito da TCC é menor que o tamanho do efeito da medicação A associação de TCC + medicação não é superior ao uso apenas da medicação Porém… - Em cerca de 70% dos casos a melhoria é tão grande com a medicação que sobra pouco espaço para o uso da TCC - A TCC trata as comorbilidades: Ansiedade, Depressão, Perturbação de Conduta, Perturbação de Desafio e Oposição, Abuso ou Dependência de Drogas, Tiques E A TCC ABORDA: Educação sobre a PHDA Auto-controlo Comportamento governado por regras Tolerância à frustração Concentração/Atenção Organização espacial e temporal Motivação Estratégias para solução de problemas 14 | P a g e EDUCAÇÃO SOBRE A PERTURBAÇÃO - Informações à criança sobre o que ocorre com ela - Informações aos pais e professores CARATERÍSTICAS DA CRIANÇA COM PHDA QUE DIFICULTAM O RELACIONAMENTO SOCIAL - Fala em demasia, interrompe ou não deixa o outro falar - Intromete-se em conversas ou brincadeiras - Discute com adultos - Desafia ou recusa- se a seguir regras - Dificuldade de aguardar pela sua vez - Faz coisas que incomodam os outros de propósito - Culpa os outros pelos seus erros ou má conduta - É sensível ou facilmente incomodado pelos outros - É raivoso e ressentido - É “malvado” ou vingativo - Faz comentários ásperos, excessivamente sinceros ou cruéis - Só vive o “agora”. Não tem noção de futuro COMO MELHORAR O RELACIONAMNETO SOCIAL 1. Trabalhar boas habilidades sociais com a criança 2. Ajudar a criança a lidar com a provocação 3. Planear contactos positivos com amigos em casa 4. Estabelecer contactos positivos com amigos na comunidade 5. Buscar ajuda para problemas com colegas na escola PDAH E A ESCOLA 1/3 ou mais de todas as crianças com PHDA ficarão para trás na escola, no mínimo um ano 15 a 25% das crianças com PHDA serão suspensas ou expulsas por problemas de conduta Os professores geralmente tornam-se mais controladores e autoritários com crianças com PHDA. Com o tempo, tornam-se frustrados com os poucos progressos observados 15 | P a g e PERTURBAÇÕES DE TIQUES – DSM-5: PERTURBAÇÕES DO NEURODESENVOLVIMENTO - Perturbação de Gilles de la Tourette - Perturbação de Tiques Motores ou Vocais Persistente (crónica) - Perturbação de Tiques Transitória - Perturbação de Tiques com Outra Especificação - Perturbação de Tiques Não Especificada TIQUES Tique é uma vocalização ou um movimento motor súbito, rápido, recorrente, não rítmico e estereotipado Tiques motores ou vocais simples: envolvem apenas alguns músculos ou sons simples; são de curta duração Tiques motores ou vocais complexos: envolvem vários músculos, são mais prolongados TIQUES MOTORES: EXEMPLOS Motores simples: piscar de olhos, torcer o nariz, mexer o pescoço, encolher os ombros, fazer caretas e contrair o abdómen Motores complexos: gestos com as mãos, saltar, tocar, comprimir, pancadas ritmadas, contorções do rosto, cheirar repetidamente um objeto, torcer-se ao andar,assumir e manter posturas invulgares o Copropraxia: gesto súbito de tipo tique, de conteúdo sexual ou obsceno o Ecopraxia: imitação involuntária e espontânea dos movimentos de outras pessoas TIQUES VOCAIS: EXEMPLO Simples: sons sem significado (aclarar a garganta, grunhir, resfolegar, ladrar) Complexos: envolvem o discurso e a linguagem e incluem a emissão súbita e espontânea de palavras isoladas ou frases; alteração do tom ou volume do discurso TIQUES VOCAIS COMPLEXOS: EXEMPLO Ecolalia: repetição do último som, palavra ou frase ouvida Coprolalia: emissão súbita e inapropriada de palavras ou frases socialmente inaceitáveis, que podem incluir obscenidades e expressões insultuosas de cariz étnico, racial ou religioso 16 | P a g e Tique pode se transitório (duração inferior a 12 meses) ou crónico Tique transitório: frequente em crianças em idade escolar e não requer tratamento Entre 4-12% de todas as crianças apresentam tiques em alguma fase do seu desenvolvimento 3-4% terão uma perturbação de Tique Crónica (PTC) e cerca 1% uma ST C/A têm uma probabilidade 10 vezes superior à dos adultos de apresentarem tiques (elevada taxa de remissão espontânea nos mais novos) Tiques variam na sua localização, complexidade, tipo, intensidade e frequência (flutuações em intervalos entre 6 a 12 semanas) PERTURBAÇÃO DE TOURETTE Critérios de Diagnóstico: A. Estão presentes em algum momento durante a doença múltiplos tiques motores e um ou mais tiques vocais, ainda que não necessariamente de forma simultânea B. Os tiques podem aumentar ou diminuir de frequência, mas persistiram por mais de um ano desde o aparecimento do 1.º tique C. O início acontece antes dos 18 anos. D. A perturbação não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância (e.g., cocaína) ou a outra condição médica (e.g., doença de Huntington, encefalite pós- viral) PERTURBAÇÃO DE TIQUES MOTORES VOCAIS OU MOTORES CRÓNICA (PTC) Critérios de Diagnóstico: A. Estão presentes durante a doença tiques motores ou vocais, únicos ou múltiplos, mas não motores ou vocais em simultâneo B. Os tiques podem aumentar ou diminuir de frequência, mas persistiram por mais de um ano desde o aparecimento do 1.º tique C. O início acontece antes dos 18 anos D. A perturbação não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância (e.g., cocaína) ou a outra condição médica (e.g., doença de Huntington, encefalite pósviral) E. Os critérios para a perturbação de Tourette nunca estiveram preenchidos Especificar - se: - Apenas com tiques motores - Apenas com tiques vocais 17 | P a g e PERTURBAÇÃO DE TIQUES TRANSITÓRIA CRITÉRIOS DE DIAGNÓSTICO A. Tiques motores ou vocais, únicos ou múltiplos B. Os tiques estão presentes à menos de um ano desde o aparecimento do 1.º tique C. O início acontece antes dos 18 anos D. A perturbação não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância (e.g., cocaína) ou a outra condição médica (e.g., doença de Huntington, encefalite pós- viral) E. Os critérios para a perturbação de Tourette ou Perturbação de tiques motores ou vocais persistente (crónica) nunca estiveram preenchidos CARATERÍSTICAS DE DIAGNÓSTICO Incluem 4 categorias O diagnóstico de qualquer PT é baseado na presença de tiques motores e/ou vocais (Critério A), duração dos sintomas de tiques (Critério B), idade de início (Critério C) e ausência de qualquer causa conhecida, como outra condição médica ou uso de substâncias (Critério D) AS PT são hierárquicas na ordem: uma vez feito o diagnóstico de uma PT num nível de hierarquia, um diagnóstico abaixo na hierarquia não pode ser feito (Critério E) Os tiques são em geral involuntários, mas podem ser suprimidos voluntariamente por períodos de tempo variáveis DESENVOLVIMENTO E CURSO DAS PT Início dos tiques: tipicamente entre os 4 e 6 anos Pico de gravidade: entre os 10 e os 12 anos com um declínio de gravidade durante a adolescência Os sintomas de tiques manifestam-se de forma semelhante em todos os grupos etários e ao longo da vida ETIOLOGIA DAS PT As PT resultam da interação entre fatores genéticos, neurobiológicos, psicológicos e ambientais (stress psicossocial agrava os tiques) Predisposição familiar: fator de risco Parto prematuro, hipoxia perinatal, baixo peso à nascença, e consumo excessivo de cafeína e nicotina pela mãe durante a gravidez: fatores de risco potenciais 18 | P a g e ASPETOS DE DIAGNÓSTICO Diagnóstico: deve basear-se na história e observação clínicas Avaliação neurológica (EEG- exame complementar) Diagnostico diferencial: outras perturbações hipercinéticas do movimento, perturbações psicogénicas do movimento Tiques distinguem-se de outras perturbações do movimento e das perturbações psicogénicas do movimento: capacidade de os suprimir durante um período de tempo e a sensação do doente de que os tiques são um movimento em parte voluntário para aliviar uma tensão interna ou uma sensação sensorial premonitória focalizada ALTERAÇÕES NOS SINTOMAS DE TIQUES Estados emocionais (medo, alegria ou tensão): aumento de sintomas Distrações atividades que requerem elevada concentração, consumo de álcool e de canabinóides: associados á sua redução DIFERENÇAS ENTRE TIQUES E ESTEREOTIPIAS Tiques: Idade início: 6-7 anos Padrão: variável Ritmo: rápido, subito, não- rítmico Duração: intermitente, curta Supressibilidade: autodirigida; curta História Familiar: frequente Tratamento: neurolépticos Estereotipias: Idade Início: < 2 anos Padrão: fixo, previsível Ritmo: rítmico Duração: intermitente, repetida, prolongada Supersensibilidade: por distração externa História Familiar: possível Tratamento: não responde a fármacos 19 | P a g e PERTURBAÇÕES E CARATERÍSTICAS ASSOCIADAS Sintomas frequentemente associados: As obsessões e compulsões Hiperatividade, distractibilidade e impulsividade Mal-estar social, vergonha, excessiva auto-observação e baixa moral e tristeza Funcionamento social, escolar e laboral diminuído por rejeição dos outros ou por ansiedade causada pela existência de tiques PREVALÊNCIA Está relacionada com a idade: Crianças: 5-30 por 10000 Adultos: 1-2 por 10000 Mais frequente no sexo masculino: 2:1 na população da comunidade 3 a 5:1 na população clínica 5% de c/a POC apresentam ST e 20% PTC MEDOS E PERTURBAÇÕES DE ANSIEDADE MEDO É uma emoção básica, central, específica e presente em todas as idades, culturas, raças ou espécies ANSIEDADE Conceptualizada como uma mistura de emoções na qual predomina o medo (Baptista, 2000; Barlow, 2002) Fenomenologia mais variável que a do medo Varia ao longo do tempo ou de acordo com as situações desencadeadoras Mais vaga, imprecisa e difícil de definir Estruturas neurológicas que estão na sua base parecem ser diferentes (Damasio, Adolphs, & Damasio, 2003) Têm sido desenvolvidas teorias que procuram integrar ambos os conceitos, como é exemplo a perspectiva bio-informacional das emoções (Lang, 1993) 20 | P a g e EVOLUÇÃO DOS MEDOS Mudanças, quer quantitativas quer qualitativas Diminuição (não linear) do número de medos com a idade Diferenças na distribuição por sexo: maior prevalência de medos nas raparigas Medos evoluem de conteúdos globais, imaginários e incontroláveis (por exemplo, monstros, escuro), para conteúdos mais específicos, diferenciados e realistas (por exemplo, rejeição social, insucesso escolar) DADOS DO DESENVOLVIMENTO E A SUA RELAÇÃO COM AS PA FENOMENOLOGIA DAS PA Todas as perturbações de ansiedade são caracterizadas por uma ansiedade excessiva ou inapropriada que causa dificuldades significativas no funcionamento individual A distinção entre estas perturbações é primeiramente, em relação à natureza do estímulo receado e à resposta deansiedade provocada 21 | P a g e Para receber um diagnóstico de PA no DSM-IV, os sintomas não podem ser melhor explicados por qualquer outra perturbação mental, condição médica ou como resultado do uso de substâncias (APA, 1994) PERTURBAÇÕES DE ANSIEDADE As perturbações de ansiedade são dos problemas mentais mais frequentes entre as crianças e adolescentes, com taxas de prevalência entre os 12 e os 20% estimadas em diferentes estudos americanos e europeus (Costello, Mustillo, Erkanli, Keeler, & Angold, 2003; Verhulst, 2001) DSM-5: PA Apresentação das perturbações de ansiedade segundo as fases de desenvolvimento do indivíduo, sequenciadas de acordo com as suas idades típicas de início Perturbação de ansiedade de separação Mutismo seletivo Fobia específica Perturbação de ansiedade social Perturbação de pânico Agorafobia Perturbação de ansiedade induzida por substância/medicamento PERTURBAÇÃO DE ANSIEDADE DE SEPARAÇÃO (I) Ansiedade excessiva e recorrente que a criança sente quando é separada ou antecipa ser separada das figuras de vinculação Na altura da separação, a ansiedade pode aproximar-se do nível de pânico, ultrapassando a que seria de esperar em relação ao desenvolvimento normal da criança Alguns dos aspetos que frequentemente se associam a esta perturbação são: relutância em ir para a escola, ficar sozinho(a), ir para a cama sozinho(a) sem a companhia de um dos pais, assim como a ocorrência de pesadelos que envolvem temas de separação e a expressão de um número de queixas físicas quando a separação ocorre ou é antecipada (American Psychiatric Association, 1994) Prevalência: Amostras de crianças da população geral: varia entre 3% e 5% (Anderson, Williams, McGee, & Silva, 1987; Bird et al., 1988) 22 | P a g e Amostras de adolescentes: varia entre .01% e 2.4% (Bowen, Offord, & Boyle, 1990; McGee, Feehan, Williams, & Anderson, 1992) PERTURBAÇÃO DE ANSIEDADE GENERALIZADA Preocupação excessiva e irrealista acerca de uma variedade de situações (e.g. assuntos da escola, desempenho, impressão que provoca nos outros, saúde da própria criança ou das pessoas importantes para ela, família, acontecimentos relevantes) Sintomas mais frequentemente associados a esta perturbação: inquietação, fadiga, dificuldade de concentração, irritabilidade, tensão muscular e perturbação do sono Adultos: três de seis sintomas são necessários; Crianças: apenas um dos seis sintomas é necessário (APA, 1994) Prevalência: entre .04% e 4.2% em amostras da comunidade (Essau et al., 2000; Fergusson, Horwood, & Lynskey, 1993) FOBIA Medo excessivo e irrazoável de determinados objetos ou situações específicas responsáveis por um elevado desconforto sentido nessas situações ou por um evitamento das mesmas, o que provoca limitações funcionais Ao contrário dos adultos, as crianças podem não perceber que os seus medos são excessivos ou irrazoáveis e manifestam os seus medos através de choro, birras, ou comportamentos de imobilidade ou de procura de contacto físico Para distinguir uma fobia específica dos medos considerados normais, (os quais têm tendência a dissiparem-se com o tempo), é incluído o parâmetro de duração de seis meses para o diagnóstico de fobia específica para crianças com idade inferior a 18 anos A fobia específica representa um dos diagnósticos mais frequentes entre as perturbações de ansiedade na infância e adolescência, variando os valores da sua prevalência entre 1.9% e 12.7% FOBIA SOCIAL OU PERTURBAÇÃO DE ANSIEDADE SOCIAL Descrita por um medo marcado e persistente de situações sociais ou de desempenho nas quais a pessoa é exposta a pessoas não familiares ou ao escrutínio O indivíduo receia agir de forma humilhante ou embaraçosa Início frequente na adolescência 23 | P a g e As taxas de prevalência indicadas para este quadro clínico têm variado entre 1% e 13.1% em amostras da população geral (Kessler et al., 1994; Lewinsohn, Zinbarg, Seeley, Lewinsohn, & Sack, 1997) PERTURBAÇÃO DE PÂNICO Caracterizada por episódios espontâneos e recorrentes de pânico seguidos da preocupação persistente, durante pelo menos 1 mês, de poder vir a ter outro ataque, ou acerca das consequências do ataque, ou de uma mudança no comportamento relacionada com o ataque (APA, 1994) Esta perturbação de ansiedade é pouco conhecida na infância, sendo considerada uma das perturbações raras neste período de vida (Ollendick et al., 2001) Os estudos realizados com amostras de adolescentes da comunidade apontam para uma prevalência da ordem de 1% (Hayward & Essau, 2001) PERTURBAÇÃO DE PÂNICO/AGORAFOBIA Com agorafobia Sem agorafobia Agorafobia com história de pânico Agorafobia sem história de pânico AGORAFOBIA Ansiedade ou o evitamento de lugares ou situações nos quais a fuga pode ser difícil (ou embaraçosa) ou nos quais possa não ter ajuda no caso de ter um Ataque de Pânico ou sintomas semelhantes ao pânico PERTURBAÇÃO DE ANSIEDADE DE SEPARAÇÃO CARATERÍSTICAS Ansiedade inapropriada ou excessiva relativamente à separação de casa ou daqueles a quem a criança está vinculada, evidenciada por, pelo menos, três dos seguintes aspetos, pelo menos durante 4 semanas: 1. Mal-estar excessivo e recorrente quando ocorre ou é antecipada a separação da casa ou de figuras de maior vinculação 2. Uma preocupação excessiva e persistente pela possível perda das principais figuras de vinculação ou por possíveis males que possam acontecer a essas pessoas 3. Uma preocupação persistente e excessiva pela possibilidade de que um acontecimento adverso possa levar à separação de uma importante figura de vinculação (e.g., perder-se ou ser raptado) 24 | P a g e 4. Uma relutância persistente ou recusa em ir à escola ou a outro local por medo de separação 5. Uma relutância ou medo persistente e excessivo de estar em casa sozinho ou sem as principais figuras de vinculação, ou noutros locais, sem adultos significativos 6. Uma relutância persistente ou recusa em adormecer sem estar próximo de uma importante figura de vinculação ou em adormecer fora de casa 7. Pesadelos repetidos que envolvem o tema da separação 8. Queixas repetidas de sintomas físicos (como dores de cabeça, dores de estômago, náuseas ou vómito) quando ocorre ou se antecipa a separação em relação a figuras importantes de vinculação - Sintomas causam Interferência significativa no funcionamento social e académico Duração de pelo menos 1 mês (crianças/adolescentes); 6 meses (adultos) - Início antes dos 18 anos PREVALÊNCIA Amostras de crianças da população geral (Anderson, Williams, McGee, & Silva, 1987; Bird et al., 1988) 3% e 5% (entre 6 e 12 meses) Amostras de adolescentes (Bowen, Offord, & Boyle, 1990; McGee, Feehan, Williams, & Anderson, 1992) 0.01% e 2.4% Adultos (DSM-5): 0,9%- 1,9% (prevalência a 12 meses) Amostras clínicas: 33% (Last et al., 1987) Uma das perturbações de ansiedade mais frequentes na infância Mais frequente nas raparigas do que nos rapazes (na comunidade) Diferenças na sintomatologia: mais em função da idade do que em função do sexo COMORBILIDADE Elevada taxa de comorbilidade (79%: uma outra perturbação; 54%: dois ou mais diagnósticos adicionais) 25 | P a g e Perturbações ansiosas comórbidas mais frequentes: PAG (P. Hiperansiedade), FS (8.3%) e FE (12.5%) Perturbações depressivas Perturbações do comportamento CURSO E RESULTADOS Pode ter uma natureza crónica, mas é mais frequentemente desencadeada por transições na vida Acontecimentos típicos: integração em ambientes novos (escola, vizinhança) ou lidar com fatores de stress major (divórcio, doença de um familiar) Segue uma progressão Desenvolvimental PAS é um fator de risco para outras perturbações de ansiedade no adulto? FATORES RISCO E PROGNÓSTICO Ambientais: AV stressantes (perda- divórciodos pais, mudança de casa, morte de um familiar, animal de estimação; doença, separação). Adultos: saída da casa dos pais; inicio de uma relação amorosa, tornar-se pai Genéticos e Fisiológicos: - Hereditariedade cerca de 73% (amostra comunitária) e mais frequente nas raparigas - Sensibilidade aumentada à estimulação respiratória com ar enriquecido com CO2 ETIOLOGIA: FATORES DE DESENVOLVIMENTO E DE MANUTENÇÃO Influências familiares/genéticas Influências neurobiológicas (reatividade emocional, neuroticismo, inibição comportamental) Influências cognitivas (distorções cognitivas, processamento de informação, atenção seletiva; estilo de processamento familiar) Influências psicossociais (estilos de vinculação, estilos parentais, relações com os pares) FATORES PROTETORES - Gerais: Bom nível de intelectual Qualidade de socialização Aptidões de confronto (coping) adequadas Apoio emocional (dentro e fora de casa) 26 | P a g e - Específicos da PA: Vinculação segura Aptidões sociais Negociação da experiência de ans. Separação AVALIAÇÃO Entrevistas estruturadas: ADIS, DISC, DICA Medidas de auto-resposta: STAIC, FSCC, RCMAS, CASI Medidas para os pais: CBL Medidas para a família: FES; FACES-III Medidas para os professores: TRF Medidas de observação Medidas fisiológicas (batimento cardíaco, sudação) INTERVENÇÃO Tratamento cognitivo-comportamental: - Técnicas operantes - Dessensibilização sistemática - Exposição - Reestruturação cognitiva Tratamento baseado na família: - Programas de gestão familiar Tratamento farmacológico: - Antidepressivos - Ansiolíticos EFICÁCIA DE TRATAMENTO: INVESTIGAÇÕES Intervenções farmacológicas: apoio inconsistente quanto à sua eficácia e utilidade, quer sozinha, quer em combinação com outras intervenções psicológicas Bons resultados quanto à eficácia da TCC 27 | P a g e Tendência: reconhecimento da importância das variáveis familiares (etiologia e manutenção) PREVENÇÃO QEIPAP-Queensland Early Intervention and Prevention of Anxiety Project (Dadds et al., 1997) FRIENDS- (Barrett et al., 2004) MUTISMO SELETIVO – PERTURBAÇÕES DE ANSIEDADE (DSM-5) MUTISMO SELETIVO São incapazes de falar em situações específicas, nas quais se espera que falem (e.g., na escola), apesar de falarem em outras situações (e.g., casa) A incapacidade de falar não é devida à falta de conhecimentos ou de familiaridade com a língua requerida E dura pelo menos um mês CRITÉRIOS DE DIAGNÓSTICO Incapacidade persistente em falar em situações sociais específicas (situações em que se espere que fale, como por exemplo na escola) apesar de o fazer noutras situações A alteração interfere no rendimento escolar ou laboral ou na comunicação social A duração da perturbação é, de pelo menos, um mês (não limitado ao 1º mês de escola) A incapacidade de falar não é devida à falta de conhecimentos ou de familiaridade com a língua requerida na situação social A perturbação não é melhor explicada pela presença de uma Perturbação de Comunicação (por exemplo, Gaguez) e não ocorre exclusivamente no decurso de uma Perturbação Global do Desenvolvimento, Esquizofrenia ou Outra Perturbação Psicótica CARATERÍSTICAS ASSOCIADAS Timidez excessiva, medo do embaraço social, isolamento e retraimento sociais Traços compulsivos Negativismo, birras ou outros comportamentos de oposição ou de controlo, especialmente em casa Défice na atividade social ou escolar 28 | P a g e Pode estar associada a: perturbações da Ansiedade (particularmente Fobia social) CARATERÍSTICAS ESPECÍFICAS DA CULTURA E GÉNERO As crianças emigrantes, pouco familiarizadas com a língua oficial do seu novo país: não devem ser diagnosticadas com Mutismo Seletivo Prevalência semelhante em função do sexo e etnia (DSM-5) Prevalência: menos de 1% dos sujeitos vistos em consultas de saúde mental EVOLUÇÃO Início antes dos cinco anos de idade (embora muitas vezes só é detetada clinicamente na entrada para a escola O grau de persistência é variável: meses ou anos FATORES DE RISCO E DE PROGNÓSTICO Temperamentais (inibição comportamental elevada, neuroticíssimo) Ambientais. Pais com ansiedade social elevada que funcionam como modelos de retraimento, sobre protetores e controladores Fatores genéticos e fisiológicos. Grande sobreposição entre o MS e a PAS o que sugeres a existência de fatores genéticos comuns DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Perturbação da Comunicação (e.g., Perturbação da Linguagem Expressiva, Perturbação Mista da Linguagem Expressiva-recetiva ou Gaguez): nestas patologias, a alteração da fala não está limitada a uma situação social específica Perturbação Global do Desenvolvimento, Esquizofrenia ou Outras Perturbações Psicóticas ou Deficiência Mental Grave ETIOLOGIA Multifactorial Hayden (1980) descreveu cinco subtipos: Mutismo biológico: consequência secundária de uma outra perturbação Mutismo simbiótico: natureza da relação entre a criança e a mãe enredada; forma de controlar e manipular o seu meio ambiente Mutismo passivo-agressivo: comportamento de desafio como manifestação da sua hostilidade 29 | P a g e Mutismo reativo: consequência de um acontecimento traumático Mutismo fóbico a falar: medo de ouvir a sua própria voz AVALIAÇÃO História médica e exame físico (exame auditivo) História do desenvolvimento motor cognitivo, da linguagem e social Avaliação de diagnósticos comórbidos Temperamento (qualidade da interação e inibição social) Avaliação de acontecimentos “traumáticos” TRATAMENTO Terapia comportamental Técnicas de exposição Manuseamento de contingências Auto-modelamento Intervenção psicossociais: Utilização dos pares Intervenções psicodinâmicas
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