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ELETRICIDADE BÁSICA EDIÇÃO Nº 1 - 2008 SOLANGE ALVES COSTA ANDRADE DE OLIVEIRA SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletricidade Básica e Eletrônica Geral 2 Apresentação Este livro didático contém fundamentos para as disciplinas de Eletro- eletrônica e Eletricidade Básica e Eletrônica Geral. Este material irá disponibilizar aos alunos do EAD conhecimentos indispensáveis para quem lida com equipamentos elétrico/eletrônicos – máquinas industriais modernas, controles, instrumentação, computadores, comunicações, radar, laser, etc. O objetivo principal é fazer o aluno se familiarizar gradualmente com a eletrônica analógica, ou seja, eletricidade e eletrônica em geral. Para sua melhor compreensão, o livro está estruturado em duas partes. Na primeira parte, são apresentados os conceitos básicos de eletricidade. Na segunda parte, estão relacionados o funcionamento e aplicações dos principais componentes da eletrônica analógica. Lembre-se de que a sua passagem por esta disciplina será também acompanhada pelo Sistema de Ensino Tupy Virtual, seja por correio postal, fax, telefone, e-mail ou Ambiente Virtual de Aprendizagem. Entre sempre em contato conosco, quando surgir alguma dúvida ou dificuldade. Participe dos bate-papos (chats) marcados e envie suas dúvidas pelo Tira-Dúvidas. Toda a equipe está à disposição para atendê-lo(a). Queremos que você adquira o máximo de conhecimento, pois o seu crescimento intelectual é o nosso maior objetivo. Acredite no seu sucesso e tenha bons momentos de estudo! Equipe Tupy Virtual SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletricidade Básica e Eletrônica Geral 3 SUMÁRIO Carta da Professora Cronograma de Estudos Plano de Estudos Aula 1 – Estudo sobre os Conceitos Básicos de Eletricidade........................7 Aula 2 – Associação de Resistores.................................................................14 Aula 3 – Lei de OHM...........................................................................................21 Aula 4 – Leis de Kirchhoff.................................................................................29 Aula 5 – Estudo do Capacitor em Corrente Contínua....................................41 Aula 6 – Estudo do Indutor em Corrente Contínua........................................45 Aula 7 – Teoria dos Semicondutores...............................................................65 Aula 8 – Diodo Semicondutor...........................................................................72 Aula 9 – Circuitos Retificadores ......................................................................89 Aula 10 – Diodo Zener.....................................................................................103 Aula 11 – Estudo do Transistor Bipolar.........................................................115 Aula 12 – Transistor Bipolar como Chave.....................................................118 Aula 13 – Transistor Bipolar como Amplificador..........................................118 Aula 14 – Estudo do Amplificador Operacional............................................118 SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletricidade Básica e Eletrônica Geral 4 Carta da Professora Caro(a) aluno(a), Nos capítulos que sucedem você irá conhecer sobre “Eletricidade Básica e Eletrônica Geral”, disciplina com a qual desenvolverá uma série de saberes necessários a sua qualificação profissional e pessoal. Energia, comunicação, tratamento, controle: a eletrônica é um dos alicerces do mundo contemporâneo. Vamos explorar este fascinante universo com muitas explicações, fórmulas e com palavras simples (mas corretas) para os que começam e um pouco mais profundamente para quem deseja aumentar os seus conhecimentos. Com isso, é possível torná-lo mais autoconfiante e crítico de sua atuação nas práticas do cotidiano capacitando-o para futuras e promissoras oportunidades de mercado. Sendo assim, convido você para juntos, agora virtualmente, vencer este novo desafio! Bons estudos! Professora Solange Alves Costa A. de Oliveira SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletricidade Básica e Eletrônica Geral 5 Cronograma de Estudos Acompanhe no cronograma abaixo os conteúdos das unidades e atualize as possíveis datas de realização de aprendizagem e avaliações. Semana Carga horária Aula Data/ Avaliação 1 5 Estudo sobre os Conceitos Básicos de Eletricidade _/_ a _/_ 3 Associação de Resistores _/_ a _/_ 3 Lei de OHM _/_ a _/_ 5 Leis de Kirchhoff _/_ a _/_ 3 Estudo do Capacitor em Corrente Contínua _/_ a _/_ 2 3 Estudo do Indutor em Corrente Contínua _/_ a _/_ 2 Teoria dos Semicondutores _/_ a _/_ 4 Diodo Semicondutor _/_ a _/_ 8 Circuitos Retificadores _/_ a _/_ 4 Diodo Zener _/_ 4 Estudo do Transistor Bipolar _/_ 6 Transistor Bipolar como Chave _/_ 3 5 Transistor Bipolar como Amplificador _/_ 5 Estudo do Amplificador Operacional _/_ SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletricidade Básica e Eletrônica Geral 6 Plano de Estudos Bases Tecnológicas Conceitos Básicos de Eletricidade; Associação de resistores; Leis de Ohm; Leis de Kirchhoff; Estudo do capacitor em corrente contínua; Estudo do indutor em corrente contínua; Teoria dos semicondutores; Diodo semicondutor; Estudo do transformador; Circuitos retificadores com filtragem e com estabilização; Estudo do transistor de junção bipolar; Transistor como chave e como amplificador e Estudo do amplificador operacional. Competências Compreender e interpretar as leis de corrente e tensão elétrica descritas nas equações de OHM e Kirchhoff. Conhecer e entender os principais componentes utilizados em circuitos eletrônicos empregados na indústria e suas aplicações. Habilidades Descrever os fenômenos que regem a eletricidade; Descrever os efeitos produzidos por dispositivos eletrônicos quando introduzidos em circuitos eletrônicos. Carga Horária: 60 horas SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletricidade Básica e Eletrônica Geral 7 Aula 1___________________________________________ CONCEITOS BÁSICOS DE ELETRICIDADE Olá! Seja bem-vindo(a) à nossa primeira aula! Iniciaremos estudando alguns conceitos como tensão, corrente e resistência elétrica e aprenderá como calcular o consumo de energia de aparelhos eletroeletrônicos. Bons Estudos! Objetivos da aula Ao final desta aula, você deverá ser capaz de: Definir o que é tensão, corrente e resistência elétrica; Efetuar cálculos de potência elétrica; Efetuar cálculos de consumo elétrico. Conteúdos da aula Acompanhe os conteúdos desta aula. Se você preferir, assinale os conteúdos à medida que for estudando. Estudo da Eletricidade; Tensão elétrica; Corrente elétrica; Resistência elétrica Potência elétrica; Consumo elétrico. SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletricidade Básica e Eletrônica Geral 8 1 ESTUDO DA ELETRICIDADE É difícil imaginar o mundo sem eletricidade, ela afeta nossas vidas de diversos modos. Vemos o uso da eletricidade diretamente em nossos lares, para iluminação, funcionamento de aparelhos eletrodomésticos, telefone, televisão, rádio, equipamento de som, aquecimento, etc. A eletricidade tem sido usada na fabricação da maioria das coisas que utilizamos diretamente ou para operar máquinas que fazem ou processam os produtos de que necessitamos. Sem a eletricidade, amaior parte dos instrumentos que usamos e equipamentos de que desfrutamos atualmente, não seria possível. Veja na figura 1 alguns desses instrumentos e equipamentos. Figura 1- Eletricidade & Aplicações A palavra eletricidade tem sua origem na antiga palavra grega usada para designar o âmbar – elektron. Os gregos primitivos observaram que o âmbar (uma resina fossilizada) adquiria a propriedade de atrair pequenos pedaços de materiais, quando esfregado com um tecido, tais como folhas secas. Posteriormente, os cientistas verificaram que essa propriedade de atração ocorria em outros materiais como a borracha e o vidro, porém não em materiais como o cobre ou o SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletricidade Básica e Eletrônica Geral 9 ferro. Os que apresentavam a propriedade de atração, quando friccionados com um tecido, eram descritos como sendo carregados com uma força elétrica, notou-se que alguns dos materiais carregados eram atraídos por um pedaço de vidro também carregado, e que outros eram repelidos. Benjamin Franklin chamou as duas espécies de carga (ou eletricidade) de positiva e negativa. Sabemos agora que, na realidade, o que se observava nos materiais era o excesso ou deficiência de partículas chamadas elétrons. Ao estudar as regras ou leis que se relacionam com o comportamento da eletricidade, e os seus métodos de produção, controle e uso, você terá respostas para muitas questões curiosas sobre eletricidade. Na figura 2 mostramos uma dessas curiosidades. Figura 2 – O fenômeno chamado de eletricidade estática ou eletrostática 2 TENSÃO ELÉTRICA Para que uma carga se movimente, isto é, para que haja condução de eletricidade, é necessário que ela esteja submetida a uma diferença de potencial, mais conhecida pela abreviatura ddp. 2.1 Conceito de Tensão Elétrica Comecemos este tópico com uma analogia... SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletricidade Básica e Eletrônica Geral 10 No sistema hidráulico (figura 3), a água se desloca da caixa d’água 1 para a caixa d’água 2 por causa da diferença de altura. Figura 3 – Sistema Hidráulico Portanto, a corrente de água existe por causa da diferença de potencial gravitacional entre as caixas d’água. A corrente elétrica existe por causa da diferença de potencial elétrico entre dois pontos. A diferença de potencial elétrico entre dois pontos é denominada tensão elétrica, simbolizada pelas letras V, U ou E, cuja unidade de medida é volt [V]. Tensão elétrica é a força necessária para movimentar elétrons. Como a tensão elétrica é uma grandeza que faz parte dos circuitos elétricos, é necessário saber medi-la. Voltímetro é o instrumento que serve par medir a diferença de potencial ou tensão. Sua unidade no Sistema Internacional é volt (V). Símbolo do voltímetro: SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletricidade Básica e Eletrônica Geral 11 2.2 Tipos de tensões: Há dois tipos de tensões: a) Tensão Contínua, Constante ou DC (do inglês, "direct current", corrente direta) É a tensão que não varia de valor e sentido com o tempo. Simbologia: Exemplos de tensão constante: pilha, bateria, etc... Por convenção, na fonte de alimentação, o ponto de maior potencial é denominado potencial positivo (pólo +) e o de menor potencial é denominado potencial negativo (pólo - ). Representação Gráfica da Tensão Contínua: b) Tensão Alternada ou AC (do inglês, "alternating current“, corrente alternada) É a tensão que varia de valor e sentido com o tempo. Simbologia: A tensão disponível nas tomadas é um exemplo de tensão AC Representação Gráfica da Tensão Alternada: SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletricidade Básica e Eletrônica Geral 12 A partir de uma tensão AC, pode-se determinar: A tensão de pico da onda em volts, representada por Vp A tensão de pico a pico da onda em volts, representada por Vpp A tensão eficaz ou rms, representada por Vrms. A tensão Vrms é calculada utilizando a fórmula : 2 Vp Vrms O período da onda em segundos O período representa o tempo que o sinal leva para completar um ciclo completo. É representado pela letra T. A freqüência da onda em Hertz (HZ) A freqüência representa o número de ciclos por segundos, e é calculada a partir da fórmula: Período freqüência 1 Observe que a freqüência é calculada através do inverso do período CURIOSIDADE – História SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletricidade Básica e Eletrônica Geral 13 Alessandro Volta (1745 – 1827) Alessandro Giuseppe Antonio Anastasio Volta nasceu em 18 de fevereiro de 1745, na cidade de Como, na Lombardia. Educado em escola jesuítica, sua família esperava que ele seguisse a carreira religiosa. Mas seu interesse pelos fenômenos elétricos o levou a estudar os relatos sobre as experiências com eletricidade dos especialistas da época e os conceitos sobre cargas elétricas e suas manifestações. Após realizar muitas experiências Volta inventou o eletróforo, um dispositivo usado para gerar eletricidade estática através do atrito. Além de inventar vários Instrumentos para medir a eletricidade, Volta foi considerado o pioneiro da eletroquímica e um dos cientistas que mais contribuiu para a expansão do eletromagnetismo e da eletrofisiologia. Ele morreu em 3 de março de 1827, em sua residência de campo. 3 CORRENTE ELÉTRICA O fenômeno da corrente elétrica ocorre quando uma fonte externa de energia é aplicada sobre um corpo (geralmente metálico), cujos elétrons passam a mover-se de maneira ordenada, com direção e intensidade ditados por essa fonte. Corrente elétrica é o movimento ordenado de elétrons dentro de um corpo. SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletricidade Básica e Eletrônica Geral 14 3.1 Definição de Corrente Elétrica É interessante lembrar que, para muitas pessoas, não existe diferença entre tensão e corrente. Essa confusão é comum porque a eletricidade é uma grandeza que não pode ser vista, ouvida ou tocada, embora seus efeitos possam ser facilmente percebidos. Mas a diferença entre as duas grandezas pode ser facilmente definida com uma única frase: Tensão é a causa - Corrente é o efeito. Você sabia? Os passarinhos não tomam choque porque não ficam sujeitos a uma diferença de potencial (todo o fio está no mesmo potencial elétrico), ou seja, não há corrente elétrica passando por seus corpos. A tensão sempre tenta fazer com que a corrente circule, mas a corrente somente fluirá quando receber a "força" de uma fonte de tensão e encontrar um circuito completo através do qual possa circular. É possível que exista tensão em um circuito sem que apareça uma corrente, mas a corrente não pode fluir se não houver uma fonte de tensão. Observação Nós tomamos choques quando ficamos sujeitos a uma diferença de potencial ou ddp, fazendo com que uma corrente elétrica circule por nosso corpo. Essa diferença de potencial ou ddp surge, por exemplo, quando estamos com os pés no chão (potencial da terra é nulo) e colocamos uma mão num ponto metálico de uma geladeira mal aterrada (com potencial elétrico). A figura 4 mostra a seção de um condutor, parte de uma espira condutora, em que uma corrente foi estabelecida. SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletricidade Básica e Eletrônica Geral 15 Figura 4 – Seção transversal de um condutor A intensidade da corrente elétrica I é a quantidade de cargas elétricas q que atravessa aseção transversal de um condutor, num intervalo de tempo t, ou seja: t q I Onde: I é a corrente elétrica, dada em Ampère ( A ); q é a variação da carga elétrica pela seção transversal do condutor, dado em Coulomb ( C ); t é a variação do tempo pelo qual a carga passa pelo condutor, dado em segundos (s); Suponha que na figura abaixo passe 12,5x1018 elétrons pela seção transversal do condutor em um intervalo de tempo de 0 a 10 segundos, qual será a corrente que passa pelo condutor nesse intervalo de tempo? Dados: Nº. de elétrons: 12,5x1018 elétrons Para calcular a variação do tempo temos que fazer o tempo final menos o inicial t = ( tf – ti ) t = ( 10 – 0 ) t = 10 s Para calcularmos a variação de carga, temos que transformar a carga dada em número de elétrons em Coulomb, então: 1 Coulomb = 6,25 x 1018 elétrons onde; x = 2 C SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletricidade Básica e Eletrônica Geral 16 x Coulomb = 12,5 x 1018 elétrons Logo: q = 2 C A corrente elétrica que passa por esse condutor é igual a: 10 2 t q I logo: 3.2 Sentido Convencional da Corrente Elétrica Os primeiros estudos sobre a corrente elétrica foram feitos nos gases e nos líquidos, por isso o sentido adotado convencionalmente baseia-se neles. Como nos condutores gasosos e líquidos, o movimento de cargas elétricas livres ocorre, por convenção, nos dois sentidos, adotou-se que o sentido da corrente elétrica deve ser o mesmo do deslocamento das cargas positivas, ou seja, o mesmo sentido do campo elétrico que deu origem e mantém o movimento. Porém, nos condutores sólidos metálicos, só há movimento de cargas negativas num único sentido (figura 5). Assim, adaptando-se a convenção: Figura 5 – Sentido Convencional e Real da Corrente Elétrica A corrente elétrica convencional tem o sentido oposto ao do deslocamento dos elétrons livres, ou seja, o mesmo sentido do campo elétrico, indo do potencial maior para o menor. q = 2 C I = 0,2 A SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletricidade Básica e Eletrônica Geral 17 A vantagem dessa convenção está no fato de que, tanto no cálculo da intensidade da corrente elétrica como na resolução de circuitos, salvo algumas condições específicas, os valores numéricos serão positivos. Não é necessário lembrar o número de elétrons por segundo em um ampère, entretanto, é importante lembrar que elétrons em movimento constituem uma corrente e que o ampère é a unidade de medida da intensidade dessa corrente. Usaremos esse conceito em todo o nosso estudo de eletricidade, que corresponde ao estudo dos efeitos e do controle da corrente. O símbolo I é usado em cálculos e nos diagramas esquemáticos para designar a intensidade da corrente. É apenas uma maneira simplificada de dizer que há corrente. A corrente é representada pela letra “ I ” Unidade da Corrente Elétrica: A (Ampère) Simbologia: O amperímetro é o instrumento utilizado para fazer a medida da intensidade da corrente elétrica. 3.3 Corrente Elétrica no Circuito Eletrônico A corrente elétrica, que é a movimentação de cargas elétricas, só pode existir se tivermos um circuito. Um circuito deve ter no mínimo uma bateria para fornecer energia elétrica, e um receptor para consumir (transformar) essa energia elétrica. No exemplo (figura 6), o receptor é a lâmpada que transforma a energia elétrica em energia luminosa. Considere uma lâmpada ligada a uma pilha comum (V = 9V), conforme o esquema: SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletricidade Básica e Eletrônica Geral 18 Figura 6 - Circuito eletrônico de uma ligação de lâmpada Não há corrente elétrica no circuito enquanto a chave estiver aberta, pois os elétrons não se movimentam ordenadamente. E se fecharmos a chave? A tensão (V= 9 V), que é a força necessária para movimentar os elétrons, irá gerar a corrente elétrica necessária para acender a lâmpada. Conclusões: Para haver corrente elétrica, é necessário: circuito fechado e tensão elétrica; A tensão DC gera corrente DC e a tensão AC gera corrente AC. CURIOSIDADE - História André Marie Ampère (1775-1836) Nasceu em Lyon, França. Seu pai, homem culto, decidiu dedicar-se à educação do filho. Os resultados foram positivos. André foi professor de física, química e matemática em Lyon e em Bourg. Sua reputação como investigador e professor foi tanta, que lhe foram abertas as portas da Escola Politécnica de Paris, onde lecionou mecânica e matemática, trabalhando em equações diferenciais, teoria dos jogos e geometria analítica. Em 1820, foi anunciada a descoberta de Orsted – a agulha de uma bússola era desviada por um fio atravessado por corrente elétrica. Ampère, idealizando novas experiências com correntes e campos magnéticos, avançou mais na explicação do fenômeno, mostrando que forças magnéticas atuam entre fios atravessados por corrente elétrica. SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletricidade Básica e Eletrônica Geral 19 4 RESISTÊNCIA ELÉTRICA Comecemos esse tópico com uma analogia... Ligando-se uma mangueira a uma torneira, certa quantidade de água escorre pelo seu interior. Substituindo-se a mangueira por outra de diâmetro bem menor, a água continua escorrendo, porém, com maior dificuldade. Conclui-se, portanto, que: a segunda mangueira oferece maior resistência à passagem da água; essa resistência é uma característica da mangueira, pois depende de suas dimensões físicas (diâmetro e comprimento), do material com que é feita (rugosidade interna causa atrito) e até da temperatura (a dilatação modifica tanto o diâmetro quanto o comprimento da mangueira). 4.1 Conceito de Resistência Elétrica Em eletricidade, ocorre um fenômeno análogo, alguns materiais oferecem resistência à passagem da corrente elétrica, conseqüência do choque dos elétrons livres com os átomos da estrutura do material. A resistência elétrica é a medida da oposição que os átomos de um material oferecem à passagem da corrente elétrica, que depende da natureza do material, de suas dimensões e da sua temperatura. Embora todos os condutores ofereçam resistência, em muitas ocasiões desejamos que haja um determinado valor de resistência em um circuito. Os dispositivos com valores conhecidos de resistência são chamados resistores, designados com a letra R e representados nos circuitos com um dos símbolos abaixo: A resistência é representada pela letra “R ” SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletricidade Básica e Eletrônica Geral 20 Unidade de Resistência: Ω (Ohm) A unidade de resistência elétrica é dada em Ohm em homenagem ao físico e matemático George Simon Ohm, que descobriu os efeitos da resistência. Alguns fabricantes de resistores adotaram uma codificação especial para informar valores nos resistores de filme. Na figura 7, os resistores apresentam três faixas de cores para leitura do valor ôhmico, e mais uma para indicar a tolerância. A 1º Dígito B 2º Dígito C 3º Dígito D Multiplicador () E Tolerância (%) PRATA - - - x 0,01 ou x10-2 ±10 DOURADO - - - x 0,1 ou x10-1 ±5 PRETO 0 0 0 x 1 ou x10-0 - MARROM 1 1 1 x 10 ou x101 ±1 VERMELHO 2 2 2 x100 ou x102 ±2 LARANJA 3 3 3 x1000 ou x103 - AMARELO 4 4 4 x10000 ou x104 - VERDE 5 5 5 x100000 ou x105 - AZUL 6 6 6 x1000000 ou x106 - VIOLETA 7 7 7 x10000000 ou x107 - CINZA 8 8 8 - - BRANCO 9 9 9 - - Figura 7 – Leitura de Resistores deleitura: SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletricidade Básica e Eletrônica Geral 21 Para um resistor = vermelho, violeta, laranja, dourado vermelho Violeta Laranja dourado 2 7 3 5% O valor direto da primeira faixa + segunda faixa 27 Somado ao número de zeros dado pela terceira faixa: 27 000 ou 27 K Ohms Tolerância: Devido ao modo de fabricação dos resistores, os mesmos podem variar de valor dentro de uma faixa pré-estabelecida, é a chamada tolerância, indicada através da quarta faixa. Para um resistor de 1000 por 10% temos uma variação no seu valor nominal de fabricação. O mesmo pode ter uma variação de 10% para baixo ou 10% para cima desse valor. Então ele pode ser de 900 até 1100 ohms. 4.2 Fatores que influenciam no valor de uma resistência: A resistência de um condutor é tanto maior quanto maior for seu comprimento. A resistência de um condutor é tanto maior quanto menor for a área de sua seção reta, isto é, quanto mais fino for o condutor. A resistência de um condutor depende do material de que é feito. CURIOSIDADE - História George Simon Ohm (1787-1854) Físico alemão, nascido em Erlangen em 1787, foi Professor de Matemática e de Física. Em 1826 e 1827 determinou a relação matemática entre o "fluxo elétrico" (intensidade da corrente elétrica) num circuito voltaico e a "potência condutora" da pilha, estabelecendo assim a chamada lei de SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletricidade Básica e Eletrônica Geral 22 Ohm, lei básica da Eletricidade, que relaciona a tensão elétrica, a intensidade de corrente elétrica e a resistência elétrica. Morreu em 1854, em Munique, com 67 anos. 5 POTÊNCIA ELÉTRICA Sempre que uma força de qualquer tipo produz movimento, ocorre um trabalho. Quando uma força mecânica, por exemplo, é usada para levantar um corpo, realiza um trabalho. Uma força exercida sem produzir movimento, como a força de uma mola mantida sob tensão entre dois objetos que não se movem, não produz trabalho. Uma diferença de potencial entre dois pontos quaisquer de um circuito elétrico é uma tensão que (quando os dois pontos são ligados) causa movimento dos elétrons, portanto, uma corrente. Esse é um caso evidente de força produzindo movimento e, em conseqüência, trabalho. Sempre que uma tensão faz com que elétrons se movam, realiza-se um trabalho. A razão com que se realiza trabalho, ao deslocar elétrons de um ponto para outro, é chamada potência elétrica (representada pelo símbolo P). A unidade básica de potência é o watt, pode ser definido como a rapidez com que se realiza trabalho em um circuito em que flui uma corrente de 1 ampère, quando a f.e.m. (força eletro-motriz) ou tensão aplicada é de 1 volt. O conceito de potência elétrica (P) está associado à quantidade de energia elétrica desenvolvida num intervalo de tempo por um dispositivo elétrico. A potência elétrica é representada pela letra “P” Unidade de potência elétrica: W (Watt), em homenagem ao cientista James Watt SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletricidade Básica e Eletrônica Geral 23 A potência elétrica fornecida por uma fonte de alimentação a um circuito qualquer, é dada pelo produto da sua tensão pela corrente gerada, ou seja: P = V x I Onde: P é a potência em Watt (W) V é a tensão em Volts (V) I é a corrente em Ampère (A) Analisemos o circuito que segue: A fonte de tensão fornece ao resistor uma corrente I e, portanto, uma potência: P=V x I No resistor, a tensão é a mesma da fonte, a potência dissipada pelo resistor é: P=V x I Isso significa que toda potência da fonte foi dissipada (absorvida) pelo resistor. O que está ocorrendo é que, a todo instante, a energia elétrica fornecida pela fonte está sendo transformada pela resistência em energia térmica (calor) por efeito Joule. Efeito Joule é o nome dado ao fenômeno do aquecimento de um material devido à passagem de uma corrente elétrica. Como o calor gerado pelo condutor ou pela resistência nem sempre é aproveitado, é muito comum dizer que eles gastam a energia recebida ou, simplesmente, a dissipam. Portanto, em eletricidade, a transformação de energia está relacionada tanto com a tensão, que produz o movimento dos elétrons, como também com a corrente, que gera o calor. SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletricidade Básica e Eletrônica Geral 24 Para se transportar a corrente elétrica de um lugar para outro, devem-se utilizar condutores que oferecem o mínimo de resistência, para que não haja perdas de energia por efeito Joule. Por isso os fios condutores são feitos principalmente de cobre ou alumínio. Mas existem situações nas quais a resistência à passagem da corrente elétrica é uma necessidade, tanto pelo aquecimento que gera (chuveiros, ferros de passar roupas, aquecedores etc.), como pela capacidade de limitar a corrente elétrica em dispositivos elétricos e eletrônicos. 6 CONSUMO ELÉTRICO E CUSTO ENERGÉTICO Vimos que a potência dissipada é a energia consumida num intervalo de tempo, mas toda energia tem um preço, portanto, nunca é demais aprender a quantificá-la. Fórmula do consumo de energia elétrica: Consumo[Wh] = Potência [W] x Tempo[h] : Uma pilha comum pode fornecer energia de aproximadamente 10 Wh. Sabendo-se que um aparelho Walkman consome 2W em média, por quanto tempo você poderá ouvir suas músicas prediletas com uma única pilha? No quadro de distribuição de energia elétrica de uma residência, prédio ou indústria, existe um medidor de energia indicando constantemente a quantidade de energia consumida. Porém, como a ordem de grandeza do consumo de energia elétrica em residências e indústrias é muito elevada, a unidade de medida utilizada é em quilowatt.hora [KWh]. Consumo[KWh] = Potência [KW] x Tempo[h] Dessa forma, é possível calcularmos o quanto gastamos diariamente com energia elétrica, para desfrutarmos dos bens que a eletricidade nos oferece e o quanto desperdiçamos com luzes acesas indevidamente. Fórmula do Custo Energético: h P E ttPE 5 2 10 . SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletricidade Básica e Eletrônica Geral 25 Custo[R$] = Consumo[KWh] x tarifa Obs: O valor da tarifa cobrada por cada KWh é estipulada pela fornecedora de energia elétrica : Uma pessoa que demora duas horas no banho duas vezes ao dia, quanto gasta mensalmente com energia elétrica só no chuveiro? Obs: Considerando a tarifa de R$0,09 por KWh Os chuveiros mais comuns consomem, em média, 4800W (na posição inverno) t= tempo de banho x dias = 4 (2 banhos de 2h) x 30 = 120h A energia elétrica consumida pelo chuveiro em um mês será: KWhWhxtPE 5765760001204800. Custo[R$] = Consumo[KWh] x tarifa Custo[R$] = 576[KWh] x 0,09 = R$ 51,84 DICA Aprenda a ler o medidor de energia elétrica (relógio de luz), acessando o site abaixo: http://www.celesc.com.br/atendimento/auto_leitura.php Síntese da Aula Nesta aula, estudamos os conceitos de tensão, corrente e resistência elétricas. Aprendemos ainda a determinar a potência elétrica, o consumo e o custo energético de aparelhos eletroeletrônicos. http://www.celesc.com.br/atendimento/auto_leitura.php SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletricidade Básica e Eletrônica Geral 26 Exercícios Propostos 1) Assinale com ( F ) se a afirmativa for Falsa ou ( V ) se for Verdadeira: a) A unidade de intensidade de corrente elétrica é o Ampére ( ) b) A unidade de tensão é o Volt.( ) c) A unidade de carga elétrica é o Coulomb ( )2) Uma lâmpada residencial está especificada para 110V/100W. Determine: a) A energia elétrica consumida por essa lâmpada num período de 5 horas diárias num mês de 30 dias. b) O valor a ser pago por esse consumo, sabendo que a empresa de energia elétrica cobra a tarifa de R$0,13267 por KWh. 3) Com relação ao circuito a seguir podemos afirmar que, para acender a lâmpada, devemos ligar: a) O ponto A ao ponto B b) O ponto A ao ponto C c) O ponto B ao ponto C d) Todas estão corretas 4) Assinale Falso (F) ou Verdadeiro (V) para cada afirmativa em relação ao circuito a seguir: SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletricidade Básica e Eletrônica Geral 27 a) A lâmpada acenderá se a chave for fechada, e a corrente (convencional) circulará de A para B entrando na lâmpada que acenderá ( ). b) Se os pontos A e B forem ligados por um fio, com o interruptor aberto, a lâmpada acenderá também ( ). c) Se os pontos A e B forem ligados por um fio, com o interruptor aberto, a lâmpada queimará ( ). 5) Com relação ao circuito a seguir, para que a lâmpada acenda será necessário que: SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletricidade Básica e Eletrônica Geral 28 a) Os três interruptores sejam ligados b) Que os interruptores 1 e 2 sejam ligados c) Que o interruptor 1 seja ligado d) A lâmpada queimará se forem colocados 3 interruptores como no circuito. 6) No circuito, considerando que cada pilha gera 1,5V, podemos afirmar que a lâmpada é alimentada por: a) 0V b) 3V c) 4V d) 6V 7) Assinale com ( F ) se a afirmativa for Falsa ou ( V ) se for Verdadeira: a) A unidade de intensidade de corrente elétrica é o Ampére ( ). b) A unidade de tensão é o Volt ( ). c) Um corpo positivo tem excesso de elétrons ( ). a) d) A unidade de carga elétrica é o Coulomb ( ). SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletricidade Básica e Eletrônica Geral 29 Aula 2___________________________________________ ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES Olá! Seja bem-vindo(a) à nossa segunda aula para estudarmos como associar resistores. Bons Estudos! Objetivos da aula Ao final desta aula, você deverá ser capaz de associar resistores, com o propósito de: Dividir tensões; Dividir correntes; Obter uma resistência com valor diferente dos valores encontrados comercialmente. Conteúdos da aula Acompanhe os conteúdos desta aula. Se preferir, assinale os conteúdos à medida que for estudando. Associação Série; Associação Paralela; Associação Mista; Exercícios propostos. SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletricidade Básica e Eletrônica Geral 30 1 ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES Num circuito elétrico, os resistores podem estar ligados em série ou em paralelo, em função da necessidade de dividir uma tensão ou corrente, ou de obter uma resistência com valor diferente dos valores encontrados comercialmente. 1.1 Associação Série Na associação série, os resistores estão ligados de forma que a corrente que passa por eles seja a mesma. A resistência equivalente ou total na associação em serie é calculada pela seguinte expressão: Rtotal = Requivalente = R eq = R1 + R2 + R3 Na associação série, a resistência equivalente é calculada pela soma dos resistores. Na associação em série os resistores têm a mesma corrente 1.2 Associação Paralela Na associação paralela, os resistores estão ligados de forma que a tensão total aplicada ao circuito seja a mesma em todos os resistores e a corrente total do circuito esteja subdividida entre eles de forma inversamente proporcional aos seus valores. A resistência equivalente ou total na associação em paralela é calculada pela seguinte expressão: SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletricidade Básica e Eletrônica Geral 31 Outras formas de se determinar a resistência equivalente na associação paralela: a) Resistências iguais: b) No caso específico de dois resistores ligados em paralelo, a resistência equivalente pode ser calculada por uma equação mais simples: Observação: SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletricidade Básica e Eletrônica Geral 32 - Num texto, podemos representar dois resistores em paralelo por: R1// R2 Na associação em paralelo os resistores têm a mesma tensão. 1.3 Associação Mista A associação mista é formada por resistores ligados em série e em paralelo, não existindo uma equação geral para a resistência equivalente, pois depende da configuração do circuito. Assim, o cálculo deve ser feito por etapas, conforme as ligações entre os resistores. a) SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletricidade Básica e Eletrônica Geral 33 b) 1.4 Conceito de Curto-circuito Quando estudamos a associação em paralelo, vimos que pela maior resistência passa menor corrente e pela menor resistência passa maior corrente. A resistência oferece oposição à passagem da corrente elétrica, por isso, quanto maior a resistência menor a corrente elétrica e vice-versa. Suponha que uma associação em paralelo seja constituída de dois resistores e um deles muito menor do que o outro. SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletricidade Básica e Eletrônica Geral 34 Nesses circuitos, a intensidade da corrente elétrica que passa pelo menor é muito maior do que a outra (i1 >> i2). Isso significa que, da corrente total i, que entra pelo ponto A, uma parcela mínima passa por R2 e praticamente toda corrente circula por R1. Imagine agora que R1 se torne tão pequeno que tenda a zero (R1 = 0), conforme mostra o esquema a seguir: Como a corrente elétrica procura sempre o caminho mais fácil para fluir, a corrente irá circular por aquele caminho no qual a resistência é praticamente nula. Concluímos então que toda corrente que entra por A passa por R1 para sair em B. Nesse caso, a resistência R2 passa a não ter função elétrica e pode ser eliminada. A resistência total do circuito vale zero e os pontos A e B se dizem em curto-circuito, pois estão ligados por fios sem resistência. Note que a ddp (diferença de potencial) entre A e B, nesse caso, também é zero, pois não existe uma diferença de potencial, já que A e B coincidem. : Cálculos da resistência equivalente entre A e B. a) SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletricidade Básica e Eletrônica Geral 35 Solução: Quando se apresenta uma associação de resistores, a primeira providência a tomar é verificar a presença de fios sem resistência. Como fio sem resistência liga pontos que eletricamente são coincidentes, podemos, no circuito original, batizar "os pontos" que esse fio liga com o mesmo nome. Assim, no nosso esquema, temos: Note que dois caminhos saem de A e que, depois de 4 e 6, chegam ao mesmo ponto: Do ponto X saem dois caminhos e depois de 6 e 4 chegam a B: A próxima etapa do cálculo reduz o circuito a: Finalmente temos a resistência equivalente do circuito: SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletricidade Básica e Eletrônica Geral 36 b) Solução: Para chegar ao esquema simplificado, temos as seguintes passagens: Síntese da Aula Nesta aula, estudamos associação série, paralela e mista de resistores, objetivando dividir tensões, dividir correntes ou obter uma resistência com valor diferente dos valores encontrados comercialmente. SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina EletricidadeBásica e Eletrônica Geral 37 Exercícios Propostos 1) Nas associações abaixo, calcule a resistência equivalente: SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletricidade Básica e Eletrônica Geral 38 SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletricidade Básica e Eletrônica Geral 39 2) Se no circuito anterior o fio se romper no ponto X, qual será a nova resistência equivalente? SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletricidade Básica e Eletrônica Geral 40 Aula 03_____________________________________________ LEI DE OHM Olá! Seja bem-vindo(a) à terceira aula, momento em que estudaremos a lei que relaciona tensão, corrente e resistência. Bons Estudos! Objetivos da Aula Ao final desta aula, você deverá ser capaz de: Estabelecer a relação existente entre a tensão, corrente e resistência elétrica nos circuitos eletrônicos; Aplicar a Lei de Ohm para fazer análise de circuitos Eletrônicos. Conteúdos da aula Acompanhe os conteúdos desta aula. Se você preferir, assinale os conteúdos à medida que for estudando. Primeira Lei de Ohm; Segunda Lei de Ohm; Exercícios propostos. SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletricidade Básica e Eletrônica Geral 41 1 INTRODUÇÃO Alguns materiais oferecem resistência à passagem da corrente elétrica, conseqüência do choque dos elétrons livres com os átomos da estrutura do material. A resistência elétrica, portanto, depende da natureza do material, de suas dimensões e da sua temperatura. 2 PRIMEIRA LEI DE OHM A resistência elétrica é um bipolo, isto é, consome a energia elétrica fornecida por uma fonte de alimentação, provocando queda de potencial no circuito, quando uma corrente passa por ela. A intensidade dessa corrente I depende do valor da tensão V aplicada e da própria resistência R. Em 1829, o físico George Simon Ohm realizou uma experiência (figura 08) demonstrando que, num resistor, é constante a razão entre a diferença de potencial nos seus terminais e a corrente elétrica que o atravessa, isso é, ao utilizar uma fonte de tensão variável, um valor de resistência fixa e um amperímetro para monitoramento do valor da corrente, concluiu que: R = 4 4 3 3 2 2 1 1 I V I V I V I V Figura 8 – Experiência realizada por Ohm Ou seja: Ao variar o valor da tensão, o valor da corrente também variava, mas o valor da resistência não variava, se manteve constante. SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletricidade Básica e Eletrônica Geral 42 Enunciado da Lei de OHM: A intensidade da corrente elétrica que percorre um condutor é diretamente proporcional à diferença de potencial e inversamente proporcional à resistência do circuito. Se, nesse resistor, o gráfico V x I for uma reta (figura 9), dizemos que o resistor obedece à 1a Lei de Ohm e podemos calcular sua resistência, através da tangente do ângulo de inclinação da reta. Dizemos, nesse caso, que a tangente do ângulo é numericamente igual à resistência. Figura 9 – Representação Gráfica da Primeira Lei de Ohm Aplicando a Lei de Ohm ao circuito abaixo: Se considerarmos uma tensão de 12V e uma resistência de 560, então determinamos a corrente facilmente pela equação de Ohm. Desta maneira temos: mAII R V I I V R 43,21 560 12 Para resistência elétrica, é muito comum o uso dos seguintes submúltiplos de sua unidade de medida: SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletricidade Básica e Eletrônica Geral 43 Submúltiplos Unidade Valor miliohm m 10-3 Múltiplos Unidade Valor quiloohm k 103 Megaohm M 106 Gigaohm G 109 No resistor, a potência dissipada em função de R pode ser calculada pelas expressões: É importante saber que: a) A corrente é sempre dada em Ampères; b) A tensão é sempre dada em Volts; c) A resistência é sempre dada em Ohms. : a) Numa resistência elétrica, aplica-se uma tensão de 90V. Qual o seu valor, sabendo-se que a corrente que passa por ela é de 30 mA? R = V/I = 90/30m = 90/30x10-3 = 90/0,03 = 3000 = 3k ohm b) Por uma resistência de 1,5 M, passa uma corrente de 350 nA. Qual o valor da tensão aplicada? V= R x I = 1,5M x 350n = 1,5.106 x 350.10-9 = 0,525V = 525mV c) Conectando-se uma pilha de 1,5V em uma lâmpada, cuja resistência de filamento é de 100, qual a corrente que passa por ela? SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletricidade Básica e Eletrônica Geral 44 I= V / R = 1,5 /100 = 0,015 = 15 mA 3 SEGUNDA LEI DE OHM A segunda lei de Ohm estabelece a relação que existe entre os parâmetros construtivos de um dado condutor, um fio, por exemplo, e a resistência que esse apresenta. A partir de certas constatações apresentadas por Ohm, é possível perceber que a resistência de um fio depende do material com que é feito, do seu comprimento e da sua espessura. A segunda lei de Ohm mostra como a resistência elétrica está relacionada com suas dimensões e com a natureza do material com que é feita. Usando materiais de mesma natureza, George Ohm analisou a relação entre a resistência R, o comprimento L e a área A da seção transversal, e chegou às seguintes conclusões: a) Quanto maior o comprimento de um material, maior é a sua resistência elétrica; b) Quanto maior a área da seção transversal de um material, menor é a sua resistência elétrica. A figura 10 mostra esquematicamente essas relações: Figura 10 – Relação entre Resistência, Comprimento e Área SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletricidade Básica e Eletrônica Geral 45 Em seguida, ele analisou a relação entre a resistência R de materiais de naturezas diferentes, mas com as mesmas dimensões, chegando às seguintes conclusões: a) Cada tipo de material tem uma característica própria que determina sua resistência, independente de sua geometria; b) A característica dos materiais é a resistividade elétrica, representada pela letra grega , cuja unidade de medida é .m Assim George Ohm enunciou a sua segunda lei: A resistência elétrica R de um material é diretamente proporcional ao produto de sua resistividade elétrica pelo seu comprimento L e inversamente proporcional à área A de sua seção transversal. Matematicamente, essa relação é escrita por: .L R d Onde: L representa o comprimento do fio em metros (m); d representa o diâmetro em (mm2) e representa a resistividade do material. A tabela que segue mostra a resistividade elétrica de alguns materiais usados na fabricação de condutores, isolantes e resistências elétricas: Classificação Material Resistividade (.m) Metais Prata 1,6 x 10-8 Cobre 1,7 x 10-8 Alumínio 2,8 x 10-8 Tungstênio 5,0 x 10-8 Platina 10,8 x 10-8 Ferro 12 x 10-8 Ligas Latão 8,0 x 10-8 SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletricidade Básica e Eletrônica Geral 46 Constantã 50 x 10-8 Níquel-Cromo 110 x 10-8 Grafite 4.000 a 8.0000 x 10-8 Isolantes Água Pura 2,5 x 103 Vidro 1010 a 1013 Porcelana 3,0 x 1012 Mica 1013 a 1015 Baquelite 2,0 x 1014 Borracha 1015 a 1016 Âmbar 1016 a 1017 (valores médios a 20 oC) 1 : Dois fios de cobre têm as seguintes dimensões: Fio 1 comprimento = 30m , diâmetro = 2mm Fio 2 comprimento = 15m, diâmetro = 2mm Qual deles apresenta maior resistência elétrica? A= 2r 2 )(ddiâmetro r Fio 1: m r L R 34.16216234.0 2 10.2 . 30 .10.7,1 . 1 .1 2 3 82 Fio 2: m r L R 17.8108117.0 2 10.2 . 15 .10.7,1 . 2 .2 2 3 8 2 Portanto, o fio 1 apresenta o dobro da resistência elétrica do fio 2, pois seu comprimento é duas vezes maior. 2 : Calcular o comprimento de um fio de níquel-cromo de 2 mm de diâmetro, cuja resistência elétrica é de 100. SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletricidade Básica e Eletrônica Geral 47 m x AR L A L R 9,90 10110 2 10.2 ..100 . . 8 2 3 A resistividade é um parâmetro ligado à natureza do material que compõe o condutor. Assim, essa lei deve esclarecer alguns fatos, por exemplo, porque os fios condutores são feitos de metal e não de materiais como plástico, madeira ou tecido? Porque a resistividade do fio metálico é muito mais baixa que a encontrada nos materiais citados. Outra conclusão a respeito desta lei está relacionada com a bitola dos condutores que encontramos nos mais diversos lugares: por que alguns fios são mais "grossos" que outros? Porque sempre que se deseja permitir a condução de uma corrente de grande intensidade, devem-se utilizar condutores de maior bitola, que apresentam menor resistência. CURIOSIDADE - História Georg Simon Ohm (1789-1854) O físico e matemático alemão, Georg Simon Ohm, foi professor de matemática. Entre 1825 e 1827 desenvolveu a primeira teoria matemática da condução elétrica nos circuitos, baseando-se no estudo da condução do calor de Fourier e fabricando os fios metálicos de diferentes comprimentos e diâmetros usados nos seus estudos da condução elétrica. Seu trabalho permaneceu desconhecido até 1841, quando recebeu a medalha Copley da Royal britânica. Síntese da Aula Nesta aula estudamos: as leis de Ohm; resistência elétrica - propriedade que depende do material, da temperatura e de sua geometria; resistor de valor R que, ao ser percorrido por uma corrente i, apresenta uma diferença de potencial V = R i entre seus terminais. SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletricidade Básica e Eletrônica Geral 48 Exercícios Propostos 1) Calcule a diferença de potencial que deve ser aplicada nos terminais de um condutor de resistência de 100, para que ele seja percorrido por uma corrente elétrica de intensidade de 0,5 ampère. Resp: V=20V 2) Calcule a queda de potencial em um resistor de 22 ao ser percorrido por 10A. Resp: V=220V 3) Calcule a intensidade de corrente elétrica que passa por um fio de cobre de resistência de 20 ao ser submetido a uma ddp de 5V. Resp: I=250mA 4) Qual a resistência elétrica de um condutor que é percorrido por uma corrente de 1/2A quando fica sujeita a 110V? Resp: R=220 5) Calcule a potência dissipada por um resistor de 50 quando sujeito a uma diferença de potencial de 200V. Resp: P=800W 6) Qual é a potência elétrica consumida por um resistor de 100 a ser percorrido por 1/2A? Resp: P=25W 7) Um ferro elétrico consome uma potência de 500 watts quando submetido a uma tensão de 100 volts. Calcule a resistência elétrica. Resp: R=20 8) Determine a potência elétrica dissipada no resistor do circuito abaixo: Resp: P=180watts 9)Qual a intensidade da corrente em um condutor que tem resistência de 1000 se a tensão aplicada for de: a) 2V b) 100V c) 50mV Resp: a) I = 2mA SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletricidade Básica e Eletrônica Geral 49 b) I =100mA c) I = 50mA 10) Qual deve ser a tensão em um condutor de 10K de resistência para a corrente tenha intensidade de : a) 2mA b) 0,05A d) 20mA a) V = 20V b) V = 500V c) V = 0,2V 11) Determine a grandeza desconhecida em cada item: 12) Na base de um dos bulbos dos faróis do seu carro estão indicados os seguintes valores: 12 volts e 4 ampères. Qual o valor da resistência? 13) Um eletroímã requer uma corrente de 1,5A para funcionar corretamente e a medição de resistência de sua bobina acusou 24ohms. Que tensão deve ser aplicada para fazê-lo funcionar? SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletricidade Básica e Eletrônica Geral 50 14) Um ferro de soldar elétrico solicita 2,5A de uma fonte de 240V quando está funcionando. Qual a resistência do seu enrolamento aquecedor? 15) Qual a corrente através de um resistor de 68k quando a queda de tensão medida no mesmo é de 1,36V? 16) Que resistência é necessária para limitar a apenas 5mA a corrente produzida por uma f.e.m. de 10V? 17) Para um determinado resistor, qual o efeito na resistência elétrica ao duplicarmos a tensão aplicada? E se triplicarmos? E ao dividi-la pela metade? 18) Para um determinado valor de tensão entre os terminais de um resistor, qual o efeito sobre a corrente ao duplicarmos sua resistência? E se triplicarmos? 19) Se variarmos a tensão aplicada a um resistor, o que acontece com sua resistência? SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletricidade Básica e Eletrônica Geral 51 Aula 04__________________________________________ LEIS DE KIRCHHOFF Olá! Seja bem-vindo(a) à quarta aula para estudarmos as leis de Kirchoff para circuitos eletrônicos, baseadas no Princípio da Conservação de Energia. Bons Estudos! Objetivos da Aula Ao final desta aula você deverá ter condições de: Analisar circuitos eletrônicos utilizando a lei das correntes; Analisar circuitos eletrônicos utilizando a lei das tensões. Conteúdos da aula Acompanhe os conteúdos desta aula. Se preferir, assinale os conteúdos à medida que for estudando. Primeira Lei de Kirchhoff; Segunda Lei de Kirchhoff; Análise de Malhas Exercícios propostos. SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletricidade Básica e Eletrônica Geral 52 1 LEI DE KIRCHHOFF PARA TENSÃO (LKT) A lei de Kirchhoff para tensão, ou leis das malhas, afirma que: A tensão aplicada a um circuito fechado é igual à soma das quedas de tensão naquele circuito. Isto é: Tensão aplicada no circuito = soma de quedas de tensão VA = V1 + V2 + V3 Onde VA é a tensão aplicada e V1, V2 e V3 são as quedas de tensão. Ou VA – (V1 + V2 + V3) = 0 Introduzindo um símbolo novo, (sigma - letra grega) que significa “somatório de”, temos: V = VA - V1 - V2 - V3 = 0 V é a soma algébrica de todas as tensões ao longo de qualquer circuito fechado, e essa soma é igual a zero. Atribuímos um sinal positivo (+) para o pólo maior da representação de tensão e um sinal negativo (-) para o pólo menor da representação de tensão. Observe o esquema seguinte: Se começarmos pelo ponto a do esquema, e se percorrermos o circuito no sentido abcda, atravessamos VA do – para o + logo, teremos – VA = -100V. A queda de tensão através de qualquer resistência será positiva (+) pois percorremos no sentido do + para o -. O equacionamento das tensões no sentido abcda do esquema ficará: V = 0 -VA + V1 + V2 + V3 = 0 -100 + 50 + 30 +20 = 0 0 = 0 SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletricidade Básica e Eletrônica Geral 53 : a) Escreva a expressão para as tensões ao longo do circuito abaixo: Solução: -VA +VR1 +VR2 +VB +VR3 = 0 b) Determine a tensão VB no circuito abaixo: O sentido do fluxo da corrente está indicado através da seta. Marque a polaridade das quedas de tensão através dos resistores. Percorra o circuito no sentido do fluxo da corrente partindo do ponto a. Escreva a equação do circuito: V = 0 -VA + V1 + V2 +VB + V3 = 0 Podemos agora determinar o valor de VB. VB =+VA - V1 - V2 - V3 = 15 – 3 – 6 – 2 = 4 V 2 LEI DE KIRCHHOFF PARA CORRENTE (LKC)A lei de Kirchhoff para corrente, ou lei dos nós, afirma que: A soma das correntes que entram numa junção ou nó é igual à soma das correntes que saem dessa junção ou desse nó. Ou seja: Entram = Saem SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletricidade Básica e Eletrônica Geral 54 Nó é o nome dado ao ponto de junção ou interligação entre os componentes ou dispositivos eletrônicos. Suponha que tenhamos seis correntes saindo e entrando numa junção comum ou num ponto, por exemplo, o ponto P, como mostra o esquema a seguir. O ponto comum é também chamado de nó. Substituindo por letras: I1 + I3 + I4 + I6 = I2 + I5 Se considerarmos as correntes que entram numa junção como positivas (+) e as que saem da mesma junção como negativas (-), então a lei afirma também que a soma algébrica de todas as correntes que se encontram numa junção comum é zero. Utilizando o símbolo de somatório, , temos: I = 0 Onde I, a soma algébrica de todas as correntes num ponto comum é zero. I1 - I2 + I3 + I4 - I5+ I6 = 0 Se transpusermos os termos negativos para o lado direito do sinal de igual, teremos a mesma forma da equação original. SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletricidade Básica e Eletrônica Geral 55 : a) Escrever a equação para a corrente I1 na parte (a) e na parte (b) do esquema abaixo: A soma algébrica de todas as correntes em um nó é zero. As correntes que entram são + (positivas) e as correntes que saem são – (negativas). Logo: a) + I1 – I2 – I3 = 0 I1 = I2 + I3 b) +I1 – I2 – I3 – I4 = 0 I1 = I2 + I3 + I4 3 ANÁLISE DE MALHAS Ao se resolver um circuito utilizando as correntes nas malhas, precisamos escolher previamente quais os percursos que formarão as malhas. A seguir, designamos para cada malha a sua respectiva corrente. Por conveniência, as correntes de malha são geralmente indicadas no sentido horário. Esse sentido é arbitrário, mas é o mais usado. Aplica-se então a lei de Kirchhoff para a tensão ao longo dos percursos de cada malha. As equações resultantes determinam as correntes de malha desconhecidas. A partir dessas correntes, pode-se calcular a corrente ou a tensão de qualquer resistor (Figura 11). SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletricidade Básica e Eletrônica Geral 56 Figura 11- Circuito para análise de duas malhas Observe na figura um circuito com duas malhas, chamadas malha 1 e malha 2. A malha 1 é formada pelo percurso abcda, e a malha 2 é formada pelo trajeto adefa. São conhecidas todas as resistências e todas as fontes de tensão. O procedimento para se determinar as correntes das malhas I1 e I2 é o seguinte: 1º passo: Depois de escolher as malhas, deveremos indicar as correntes das malhas I1 e I2 no sentido horário. Indique a polaridade da tensão através de cada resistor, de acordo com o sentido adotado para a corrente. Lembre-se de que o fluxo convencional de corrente num resistor produz uma polaridade positiva, é a polaridade por onde entra a corrente. 2º passo: Aplique a lei de Kirchhoff para a tensão, V = 0, ao longo de cada malha. Percorra cada malha no sentido da corrente da malha. Observe que há duas correntes diferentes (I1 e I2) fluindo em sentidos opostos no mesmo resistor, R2, que é comum a ambas as malhas. Por esse motivo aparecem dois conjuntos de polaridades para R2. Análise da malha 1: (sentido abcda) A A A VRIRRI IRIRRIV IIRRIV 22211 221211 21211 0 0)( Obs1: No resistor R2 circulam duas correntes em sentidos contrários, por esse motivo deveremos fazer a diferença entre I1 e I2. Obs2: Como estamos analisando a malha 1, a corrente I1 vem primeiro. Análise da malha 2: (sentido adefa) SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletricidade Básica e Eletrônica Geral 57 B B B B VRRIRI VRRIRI VRIRIRI VIRIIR 32221 32221 322122 23122 0 0)( Obs1: No resistor R2 circulam duas correntes em sentidos contrários, por esse motivo deveremos fazer a diferença entre I1 e I2. Obs2: Como estamos analisando a malha 2, a corrente I2 vem primeiro. 3º passo: Calcule I1 e I2 resolvendo as equações (1) e (2) simultaneamente. 4º passo: Quando as correntes das malhas forem conhecidas, calcule todas as quedas de tensão através dos resistores utilizados da lei de Ohm. : Dados VA = 58V, VB =10V, R1= 2, R2 = 3, e R3 = 4, calcule todas as correntes das malhas e as quedas de tensão no circuito. 1º passo: Escolha as duas malhas conforme a indicação da figura. Mostre a corrente da malha no sentido horário. Indique as polaridades através de cada resistor 2º passo: Aplique V=0 à malha 1 e à malha 2 e percorra a malha no sentido da corrente da malha. Malha 1, abcda: 5835 0)(3258 21 211 II III SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletricidade Básica e Eletrônica Geral 58 Malha 2, adefa: 1073 0104)(3 21 212 II III Observe que as correntes das malhas I1 e I2 passam através de R2, resistor comum às duas malhas. 3º passo: Calcule I1 e I2 resolvendo as duas equações simultaneamente. 5 I1 – 3I2 = 58 - 3I1 + 7I2 = - 10 Multiplicando a primeira por 3 e a segunda por 5, obtêm-se as equações abaixo, a seguir, subtraem-se as equações: AI I II II 76,4 12426 503515 174915 2 2 21 21 Substituindo I2= 4,76A em uma das equações, iremos encontrar I1 : AI I I II 46,14 5 31,72 31,14585 58)76,4(35 5835 1 1 1 21 Obs: Quando os sentidos adotados para as correntes das malhas estiverem corretos, ou seja, estiverem de acordo com o que acontece no circuito real (na prática), os valores das correntes serão positivas, caso contrário, os valores das correntes serão negativos. 4º passo: Calcule todas as quedas de tensão. VRIV VRIIV VRIV 04,19)4(76,4. 1,293).76,446,14().( 92,28)2(46,14. 323 2212 111 SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletricidade Básica e Eletrônica Geral 59 CURIOSIDADE - História Gustav Robert Kirchhoff (1824-1887) Nascido em Kaliningrad – Rússia - colaborou no desenvolvimento da técnica de espectroscopia, que permite analisar a composição química de uma substância a partir da luz que emite. Em 1854, publicou as chamadas leis de Kirchhoff como resultado do desenvolvimento do trabalho de Ohm sobre a teoria de circuitos. Síntese da Aula Nesta aula estudamos as duas leis de Kirchhoff: lei das correntes e lei das tensões, cujas equações resultantes são necessárias para, em conjunto com as características de cada componente eletrônico, determinar o conjunto das diferentes tensões e correntes presentes num circuito. Exercícios propostos 1) Calcule as correntes desconhecidas na parte a e na parte b do esquema abaixo: 2) Determine o sentido da tensão ao longo do circuito abcd, abaixo, e a seguir escreva as expressões para as tensões ao longo do circuito. SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletricidade Básica e Eletrônica Geral 60 3) Determine a tensão VA no circuito a seguir: 4) Escreva a equação para a corrente I2 na parte (a) e na parte (b) do circuito a seguir: 5) Calcule as correntes desconhecidas na parte a e na parte b da figura abaixo. 6) Calcule todas as correntes e as quedas de tensão para o circuito de duas malhas do esquema a seguir: SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletricidade Básica e Eletrônica Geral 61 7) Observe o esquema elétrico abaixo: a) Aplicandoas Leis de Kirchhoff, deduza o sistema de equações que permite calcular os valores da intensidade da corrente elétrica. b) Calcule o valor de cada corrente sabendo que: E1 = 24V r1 = 0,6Ω E2 = 12V r2 = 0,5Ω E3 = 6V r3 = 0,4Ω R1 = 1,4Ω R2 = 2,6Ω 8) Utilize no circuito a seguir a 2ª Lei de Kirchhoff . SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletricidade Básica e Eletrônica Geral 62 a) Apresente a equação. b) Calcule a intensidade de corrente elétrica considerando que o circuito tem os seguintes valores: E1 = 10V, E2 = 8V, E3 = 4V, E4 = 2V, E5 = 3V, R1 = 3Ω, R2 = 2Ω, R3 = 6Ω, R4 = 2Ω. 9) O esquema elétrico representado a seguir, apresenta os seguintes valores: E1 = 18V r1 = 0,1Ω E2 = 12V r2 = 0,08Ω R1 = 4Ω R2 = 5Ω R3 = 3Ω a) Indique o(s) método(s) estudado(s) até aqui que permite(m) calcular as correntes I1, I2 e I3. b) Calcule as correntes, utilizando o(s) método(s) indicado(s) em a. SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletricidade Básica e Eletrônica Geral 63 Aula 5___________________________________________ ESTUDO DO CAPACITOR EM CORRENTE CONTÍNUA (CC) Olá! Seja bem-vindo(a) à quinta aula, momento em que iremos estudar conceitos, características e comportamento do componente eletrônico chamado capacitor. Bons Estudos! Objetivos da Aula Ao final desta aula você deverá ter condições de: Enumerar as principais características do capacitor em Corrente contínua; Representar graficamente o comportamento do capacitor em corrente contínua; Utilizar as equações matemáticas envolvidas. Conteúdos da aula Acompanhe os conteúdos desta aula. Se preferir, assinale os conteúdos à medida que for estudando. Definição de capacitor; Características Construtivas do Capacitor; Comportamento em Corrente Contínua (CC); Representação Gráfica da Corrente e Tensão no capacitor; Análise matemática; Exercícios propostos. SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletricidade Básica e Eletrônica Geral 64 1 CONCEITO DE CAPACITÂNCIA Primeiramente, cabe aqui uma rápida explicação sobre a diferença entre dispositivos resistivos e reativos. Um dispositivo resistivo é aquele que resiste à passagem de corrente, mantendo seu valor ôhmico constante, tanto para corrente contínua como para a corrente alternada, como é o caso do resistor. O dispositivo reativo reage às variações de corrente, o valor ôhmico muda conforme a variação de corrente nele aplicada. Essa reação às variações de corrente é denominada reatância capacitiva (Xc) e sua unidade de medida é dada em ohm (). O capacitor (figura 12) é formado por duas placas condutoras paralelas A e B, denominadas armaduras, separadas por um material isolante denominado dielétrico. Figura 12 - Aspectos construtivos e Simbologia do capacitor Aplicando uma diferença de potencial (tensão) entre as placas, com potencial positivo na placa A e potencial negativo na placa B, a placa A começa a ceder elétrons para o pólo positivo da fonte, carregando-se positivamente, e a placa B, começa a atrair elétrons do pólo negativo da fonte, carregando-se negativamente (figura 13) formando, desse modo, um fluxo de elétrons (corrente i ). SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletricidade Básica e Eletrônica Geral 65 Figura 13 – Capacitor energizado gerando um fluxo de elétrons O fluxo de elétrons não consegue atravessar as placas por causa do material isolante existente entre ambas, fazendo com que as cargas fiquem armazenadas nas placas. Conforme aumenta a carga armazenada nas placas, aumenta a diferença de potencial entre elas, fazendo com que o fluxo de elétrons diminua. Após um determinado tempo, a carga armazenada atinge seu valor máximo, isso ocorre quando a diferença de potencial entre as placas se iguala à tensão da fonte. O Capacitor ou condensador é um dispositivo com capacidade de armazenar cargas elétricas. Simbologias para o capacitor: 2 CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DO CAPACITOR Conforme descrevemos no item1, o capacitor é um dispositivo usado para armazenar energia elétrica na forma de campo elétrico. É constituído de duas placas metálicas planas de áreas S separadas por um isolante (dielétrico) de espessura d. A capacitância depende da área das placas e da espessura do dielétrico. A capacitância do capacitor é dada por: SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletricidade Básica e Eletrônica Geral 66 d S C . onde: C é a capacitância do capacitor Unidade: F (Faraday) ε é a permissividade do dielétrico Unidade: F/m S a área da placas Unidade: m2 d é a distância entre as placas Unidade: m A constante ε, característica do isolante existente entre as armaduras, é denominada permissividade do meio. A tabela a seguir apresenta os valores de permissividade dos principais materiais utilizados como isolante. DIELÉTRICO PERMISSIVIDADE ar 8,90 x 10-12 polietileno 20,47 x 10-12 Papel 31,15 x 10-12 baquelite 42,72 x 10-12 mica 53,40 x 10-12 porcelana 57,85 x 10-12 3 ASSOCIAÇÃO DE CAPACITORES Num circuito, os capacitores podem estar ligados em série e/ou paralelo, em função da necessidade de dividir a tensão ou obter uma capacitância diferente dos valores comerciais. 3.1 ASSOCIAÇÃO SÉRIE CnCCCCeq 1 ... 3 1 2 1 1 11 SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletricidade Básica e Eletrônica Geral 67 No caso de n capacitores iguais, teremos: n C Ceq Para dois capacitores em série, temos: 21 2.1 CC CC Ceq 3.2 ASSOCIAÇÃO PARALELA Ceq = C1 + C2 + .... + Cn No caso de n capacitores iguais a C em paralelo, temos: Ceq = n . C Podemos representar dois capacitores em paralelo por: C1 // C2. O cálculo de associação de capacitores é o inverso do cálculo de associação de resistores. 4 COMPORTAMENTO ELÉTRICO DO CAPACITOR EM CC No circuito RC, a tensão sobre o capacitor tende ao valor máximo (tensão da fonte) conforme o tempo passa, enquanto a tensão sobre o resistor tende a zero. Isso acontece porque o capacitor estará se carregando pela fonte de tensão SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletricidade Básica e Eletrônica Geral 68 conforme o tempo passa, formando assim um circuito aberto quando estiver totalmente carregado. 4.1 CIRCUITO DE CARGA DO CAPACITOR Considere o circuito que segue: Com a chave S aberta e com o capacitor inicialmente descarregado, a tensão no capacitor é zero, isto é: Vc=0V Fechando a chave no instante t=0s, a tensão entre as placas do capacitor cresce, exponencialmente, até atingir o valor máximo, ou seja, a tensão no capacitor se torna igual a tensão da fonte (Vc = E). Conforme mostra o gráfico seguinte: Com a corrente acontece o contrário. Inicialmente, com as placas do capacitor descarregadas, a corrente não encontra qualquer resistência para fluir, tendo um valor máximo i = I, caindo, exponencialmente, até o valor zero (i = 0 A). Como mostra o gráfico: SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletricidade Básica e Eletrônica Geral 69 O período entre o fechamento da chave e a estabilização da tensão é rápido, mas não instantâneo, a tensão cresce exponencialmente, por isso esse período de tempo é denominado transitório. O capacitor totalmente descarregado comporta-se como um curto-circuito, por isso, Vc= 0V (tensão nula) e i =I (corrente máxima). O capacitor totalmente carregado comporta-se como um circuito aberto, por isso, Vc = E (tensão máxima) e i = 0 A (corrente nula). O circuito RCestabelece uma relação entre níveis de tensão e um intervalo de tempo definido pelos valores do resistor e do capacitor. Ou seja, ligando um resistor em série com o capacitor, pode-se retardar o tempo de carga, fazendo com que a tensão entre os seus terminais cresça mais lentamente. O produto RC resulta SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletricidade Básica e Eletrônica Geral 70 na grandeza tempo [segundo]. Esse produto é denominado constante de tempo, representada pela letra grega (tau). Matematicamente: = R. C Agora, podemos representar matematicamente a carga do capacitor : )1.()( tal t eEtVc Expressa a tensão de carga no capacitor ).()( tal t eItIc Expressa a corrente de carga no capacitor Onde: E é a tensão da fonte dada em volts (V) t é o tempo de carga em segundos (s) tal ou = R. C é a constante de tempo dada em segundos (s) I = Corrente máxima no circuito, ou seja, I = E/R : Considere o circuito: Onde: E = 6V C = 2 μF R = 100 Ω. Após o fechamento da chave, determine: (a) a corrente inicial; (b) a tensão no capacitor após t=460 μs SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletricidade Básica e Eletrônica Geral 71 Solução: (a) i(0)= E / R = 6 / 100 = 0,06 A (b) )1.()( tal t eEtVc Onde: t=460 μs = 0,00046 s e = R. C = 100 x 2μ = 0,0002 Vc(t) = 6.(1 - e-0.00046/0,0002 ) Vc(t) = 6.(1 - e-2,3 ) Vc(t) = 6.(1 – 0,100258 ) Vc(t) = 6.(0,89974) = 5,3984V 4.2 CIRCUITO DE DESCARGA DO CAPACITOR Considere um circuito RC série ligado a uma fonte E e a uma chave S inicialmente na posição 1, com o capacitor já completamente carregado. Dessa forma, a corrente inicial é nula (i = 0 A) e a tensão no capacitor é o valor máximo ( Vc = E). Ao mudar a chave S para a posição 2 no instante t = 0s, a fonte de alimentação é desconectada do circuito, assim, o capacitor se descarrega sobre o resistor, de forma que sua tensão descreve uma curva exponencial decrescente, conforme mostra o gráfico: SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletricidade Básica e Eletrônica Geral 72 Nesse caso, o capacitor comporta-se como uma fonte de tensão, cuja capacidade de fornecimento de corrente é limitada pelo tempo de descarga. A corrente i flui no sentido contrário, decrescendo exponencialmente, desde -I = - E/R até zero, devido à descarga do capacitor. Agora podemos representar matematicamente a descarga do capacitor : ).()( tal t eEtVc Expressa a tensão de descarga no capacitor ).()( tal t eItIc Expressa a corrente de descarga no capacitor Onde: E é a tensão inicial de descarga do capacitor dada em volts (V) t é o tempo de descarga em segundos (s) tal ou = R. C é a constante de tempo dada em segundos (s) I = Corrente inicial de descarga CURIOSIDADE – História SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletricidade Básica e Eletrônica Geral 73 Michael Faraday (1791-1867) O londrino Michael Faraday introduziu os conceitos de campo e de linhas de campo e descobriu a indução eletromagnética e o diamagnetismo, além de construir o primeiro gerador de corrente. Seguindo o trabalho de Davy, estudou a eletrólise estabelecendo as bases da eletroquímica, realizou estudos dos condensadores ou capacitores e dos dielétricos. Síntese da Aula Nesta aula, ao estudarmos o componente eletrônico chamado capacitor, observamos como ele afeta a corrente nos circuitos elétricos de Corrente Contínua. Exercícios Propostos 1) Dois capacitores C1=0.1F e C2=0.4F são ligados em paralelo. Calcule o valor do capacitor equivalente. Resp: 0,5F 2) Que fator limita a tensão que pode ser aplicada a um capacitor? 3) Calcule a capacitância equivalente do circuito: SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletricidade Básica e Eletrônica Geral 74 4) As placas de um capacitor plano a vácuo apresentam área S = 0,20 m2 e estão situadas a uma distância d = 2,0 cm. Esse capacitor é carregado sob ddp de 1000 V. Determine a capacitância do capacitor. (Obs.: K = 1 para o vácuo). 5) Considere o circuito: Condições iniciais após o fechamento da chave: Vc = 0 V para t = 0s Determine: a) A corrente no capacitor (Ic) após o tempo de 40 segundos (t=40s); b) A tensão no capacitor (Vc) após o tempo de 30 milisegundos (t = 30 ms); 6) No circuito a seguir, para a chave na posição 1 em t = 0s, calcule: a) A tensão no capacitor (Vc) para t = 0.5s b) A corrente no circuito (Ic) para t = 0.5s SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletricidade Básica e Eletrônica Geral 75 Aula 6___________________________________________ ESTUDO DO INDUTOR EM CORRENTE CONTÍNUA (CC) Olá! Seja bem-vindo(a) à sexta aula, momento em que iremos estudar conceitos, características e comportamento do componente eletrônico chamado indutor. Bons Estudos! Objetivos da Aula Ao final desta aula você deverá ter condições de: Enumerar as principais características do indutor em Corrente contínua; Representar graficamente o comportamento do indutor em corrente contínua; Utilizar as equações matemáticas envolvidas. Conteúdos da aula Acompanhe os conteúdos desta aula. Se preferir, assinale os conteúdos à medida que for estudando. Definição de Indutor; Características Construtivas do Indutor; Comportamento em CC; Representação Gráfica da Corrente e Tensão no Indutor; Análise matemática; Exercícios propostos. SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletricidade Básica e Eletrônica Geral 76 1 CONCEITO DE INDUTÂNCIA Outro dispositivo reativo é o indutor, cuja reatância indutiva (XL) e sua unidade de medida é dada em ohm (). O indutor, ou bobina, é um dispositivo formado por um fio esmaltado enrolado em torno de um núcleo. O símbolo do indutor depende do material usado como núcleo (figura14). Figura 14 - Simbologia do indutor de acordo com o núcleo Ao passar uma corrente pelas espiras (número de voltas), cada uma delas cria ao seu redor um campo magnético, o indutor fica então polarizado magneticamente. A indutância é a capacidade do indutor em armazenar energia magnética. 2 CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS DO INDUTOR O indutor é um dispositivo usado para armazenar energia elétrica na forma de campo magnético. A indutância de um indutor depende, basicamente, de suas dimensões físicas, do número de espiras e do material empregado no núcleo (figura 15). A fórmula abaixo é utilizada para o cálculo aproximado de indutâncias com espiras enroladas em uma única camada: c dN L 22 ...785,0 SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletricidade Básica e Eletrônica Geral 77 Figura 15 – Aspectos Construtivos do Indutor onde: L é a indutância do indutor Unidade: H (Henry) é a permeabilidade magnética do núcleo Unidade: T.m/A (Tesla.metro/ampère) N é o número de espiras ou voltas d é o diâmetro das espiras Unidade: m (metros) c é o comprimento da bobina ou indutor Unidade: m (metros) A permeabilidade magnética do vácuo vale: o =4. x 10-7 T.m/A. Para os demais materiais, essa característica pode ser dada em relação à permeabilidade magnética do vácuo, conforme a tabela seguinte: Núcleo Permeabilidade () ar o Materiais diversos o Ferro 10.o a 8000. o Ferrite 10.o a 5000. o 3 ASSOCIAÇÃO DE INDUTORES Num circuito, os indutores podem estar ligados em série e/ou paralelo, em função da necessidade de dividir a tensão ou obter uma capacitância diferente dos valores comerciais.
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