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ESTÁGIO SUPERVISIONADO
BEM-VINDO(A) À DISCIPLINA ONLINE: ESTÁGIO I (SUPERVISIONADO)
A formação profissional faz parte de um contexto, no qual já é lugar-comum a afirmação sobre a importância da educação, em seus múltiplos enfoques e/ou dimensões, enquanto componente do desenvolvimento socioeconômico do país. É neste contexto que o Estágio Supervisionado assume importância, na medida em que traz elementos de formação profissional que se coadunam aos ensinamentos acadêmicos e suas práticas.
Se antes o Estágio era apenas visto como prática profissional, atualmente passa a ser, também, um amplo campo de observação de problemas reais, vividos pelas organizações. Nessa perspectiva, funciona como espaço da indagação e do questionamento, para buscar e experimentar as soluções reais, simples e eficazes, para o desenvolvimento de habilidades investigativas, técnicas e comportamentais para os estudantes dos cursos de gestão realizarem a observação de situações-problema e buscar soluções inovadoras, de forma a exercitar a preparação profissional.
O Estágio não é apenas uma experiência prática vivenciada pelos estudantes, mas também consiste na oportunidade de refletir, sistematizar e testar conhecimentos teóricos e instrumentais aprendidos no curso superior. Essa testagem está relacionada diretamente ao conjunto de habilidades e conhecimentos que permitem resolver problemas encontrados no dia a dia das organizações. Assim, como se percebe, a aproximação entre a teoria e a prática deve ocorrer em função de meios científicos que tragam resultados satisfatórios para solução de problemas empíricos, de acordo com as especificidades de cada empresa e do todo organizacional.
Por sua vez, o Estágio Supervisionado se integra à disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso, disciplina em sequência. Por isso, em Estágio, além da produção dos relatórios legais de acompanhamento das atividades profissionais, também serão realizados Relatório de Observação Empresarial de Estágio e TCC, assim como um projeto para execução do trabalho final.
AULA 01: A profissão de Administrador: ética e técnica profissional
Serão tratadas as normas profissionais do Conselho Federal de Administração, bem como a visão do Administrador, a ciência da Administração e o novo Código Civil, determinando responsabilidades, assim como os direitos e as obrigações. Serão estudadas as legislações pertinentes ao Conselho e às normas que regem as atividades profissionais do Administrador. Serão vistos aspectos da atuação do profissional, como mercado de trabalho e histórico da profissão.
AULA 02: A Ética e o ambiente profissional do Administrador: o Código de Ética e a Lei de Responsabilidade Fiscal
Nesta aula, será visto o Código de Ética do Administrador, bem como as práticas e as ações éticas necessárias no ambiente profissional. Com isso, serão analisadas situações contextualizadas nas práticas profissionais, relacionando aos conteúdos teóricos propostos pelo Código de Ética da profissão. Serão tratadas, também, as exigências de atuação no mercado de trabalho, bem como as competências, as habilidades e as atitudes exigidas para estar bem preparado ao exercício da profissão de Administrador. Ainda nesta aula, será vista a normativa que regula a atividade profissional do gestor na área pública.
AULA 03: O Estágio Supervisionado Curricular
Nesta aula, será visto o Estágio, em seus objetivos e finalidades, com suas distinções e sua forma de realização. Serão abordados os aspectos mais importantes da Lei de Estágio (Lei nº 11.788/2008) e as formas de realização do Estágio. Serão vistos aspectos que abrangem o Contrato e termos de compromisso, os Programas de Estágio: estagiário, instituição concedente, instituição de ensino e agentes de integração, bem como os Direitos e Deveres dos contratantes e estagiários, assim como as Habilidades e as competências do estagiário.
AULA 04: Aspectos legais do estágio em nível superior e a legislação aplicada ao Estágio
Nesta aula, serão tratados os aspectos do Estágio Supervisionado, como atividade de formação e preparação profissional obrigatória àqueles que pretendem alcançar o diploma de nível superior. Como objetivo desta aula, será a vista a metodologia que vincula o Estágio Supervisionado à disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso, demonstrando como o Estágio é um campo eficaz para a observação de problemas reais vividos pelas empresas.
AULA 05: Estágio em Ação: articulação entre conceitos teóricos e a problemática relacionada às experiências de estágio e a produção do relatório de observação empresarial
Nesta aula, será detalhada a forma de produção do relato de observação empresarial, em que o estudante não só registra aspectos profissionais e da empresa, mas também observa um problema percebido e de necessária solução, com vistas à inovação. Serão vistos aspectos relacionados às atividades grupais e individuais, bem como à autoavaliação.
AULA 06: Experiências profissionais significativas e iniciação científica à pesquisa
Nesta aula, serão vistos experiências e vivências do Estágio válidas e significativas para serem problemas de estudo no projeto acadêmico a ser formulado.
AULA 07: Aspectos metodológicos e técnicos da produção do projeto de pesquisa aplicada
Nesta aula, serão estudados os elementos básicos de metodologia da pesquisa: argumentação científica, tipos de pesquisa, quanto aos objetivos e aos procedimentos, citações, referências.
AULA 08: Projeto de Pesquisa – modalidades de TCC
Nesta aula, serão vistas modalidades de Trabalho de Conclusão de Curso, relacionados à pesquisa aplicada. Como é finalidade da disciplina flexibilizar a observação de problemas no ambiente profissional e as formas de relatos acadêmicos, têm-se algumas modalidades possíveis para a formatação do trabalho final, para o conhecimento prévio do aluno: artigo, relatório de estudo de caso e monografia. Nesta aula, serão vistos, também, os modelos, de forma que o aluno já faça a sua escolha e produza o projeto.
AULA 09: Projeto de Pesquisa – Estrutura
Nesta aula, serão vistos e estudados os itens que compõem a estrutura de um projeto acadêmico, tendo como foco o trabalho final. Serão estudados: o problema, os objetivos, as justificativas, a metodologia, o referencial teórico, o cronograma.
AULA 10: Projeto de Pesquisa
Modelo de Projeto e suas etapas - Nesta aula, será apresentado um projeto de pesquisa aplicada, cuja observação foi realizada em uma empresa, na qual o aluno realizava Estágio. Os conteúdos da aula se revertem da prática da montagem do projeto, segundo atividade experiencial vivida no Estágio.
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
FRANÇA, Ana Shirley. Estágio curricular e Trabalho de Conclusão de Curso na área de gestão e negócios - união teoria e prática pela pesquisa. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2011.
MARROQUIN, Jose Antonio Cardenas. Ética nas empresas. São Paulo: McGraw Hill, 2009.
MATOS, Francisco Gomes. Ética na gestão empresarial. São Paulo: Saraiva, 2008.
Ao final do curso o aluno será capaz de:
· Relacionar e integrar as teorias da Administração às práticas adotadas nos diversos segmentos organizacionais;
· Estabelecer ligação entre os programas de Graduação e de Pós-Graduação em gestão com as expectativas do mercado;
· Proporcionar a melhoria constante da qualificação dos graduandos e graduados em Administração;
· Elaborar projeto de pesquisa aplicada, na busca de desenvolvimento do pensamento crítico e científico, visando ao TCC;
· Analisar criticamente as atividades desenvolvidas pelo Administrador em seus diversos segmentos e abordagens;
· Construir atitudes éticas em relação ao ambiente profissional, reconhecendo os aspectos legais do Estágio Curricular;
· Desenvolver a capacidade crítica e autoavaliativa na vivência profissional;
· Elaborar relatório analítico-crítico das experiências vivenciadas no mundo do trabalho.
Aula 01 - ESTÁGIO I (SUPERVISIONADO) - A PROFISSÃO DE ADMINISTRADOR: ÉTICA E TÉCNICA PROFISSIONAL
OLÁ!
Ao final desta aula, você será capaz de:
1- Reconhecer o histórico da profissãodo Administrador;
2- Identificar o mercado de atuação do profissional da Administração;
3- Verificar e conhecer as legislações propostas pelo Conselho Federal de Administração, órgão representativo da categoria, sobre as exigências técnicas, éticas e responsáveis, para o exercício da profissão;
4- Apresentar a nova visão legal da gestão e o novo Código Civil Brasileiro.
1 Breve história da Administração
Vamos iniciar a nossa aula conhecendo brevemente a história da Administração.
A história da atividade da Administração é antiga e surgiu 5.000 anos a.C.  Historiadores afirmam que os antigos habitantes da Suméria já buscavam formas de resolver problemas práticos. Isso demonstra que a arte e o exercício de administrar são antigos e remonta ao início da civilização.
Ainda antes de Cristo, Ptolomeu, no Egito, idealizou um sistema econômico que não se poderia ser operado sem uma Administração Pública organizada e sistematizada.
Na China, em 500 a.C., Confúcio, percebendo a necessidade de se ter um sistema organizado de governo para o império, criou oito Regras de Administração Pública, por meio da Constituição de Crow, que indica regras e princípios de Administração. São elas:
· o Alimento;
· o Mercado;
· os Ritos;
· o Ministério do Emprego;
· o Ministério da Educação;
· a administração da Justiça;
· a Recepção dos Hóspedes;
· o Exército.
Ainda se torna importante no transcurso da história da Administração, fazer menção a duas importantes instituições. As instituições otomanas e os Prelados Católicos. As instituições otomanas eram administradas em forma de grandes feudos. Já Prelado é a autoridade eclesiástica que, na Igreja Católica, tem o encargo de governar ou dirigir uma prelatura ou prelazia. O Prelado funcionava como prefeituras dirigidas por autoridade eclesiástica, com a finalidade de cumprir os objetivos da Igreja.
É importante destacar a influência das duas instituições na evolução da história da atividade da Administração: a Igreja Católica Romana e as Organizações Militares. A Igreja pode ser considerada uma organização mais formal e mais eficiente da civilização Ocidental, segundo os historiadores. Por séculos, demonstrou a consolidação de seus objetivos, a eficácia de suas técnicas organizacionais e administrativas, irradiando-se por todo mundo, inclusive influenciando o comportamento pessoal de seus fiéis. As Organizações Militares evoluíram da Ordem dos Cavaleiros Medievais e dos exércitos mercenários dos séculos XVII e XVIII. Evoluindo aos tempos modernos, mantém uma hierarquia rígida e adota princípios e práticas administrativas básicas.
A Revolução Industrial foi um marco na evolução da Administração, pois trouxe rápidas e profundas mudanças econômicas, sociais e políticas. Esse fenômeno que provocou o aparecimento da empresa moderna e da forma atual de administrar ocorreu no final do século XVIII, mas se estendeu por todo século XIX, até o início do século XX. A Revolução Industrial se iniciou na Inglaterra, em 1776, com a invenção da máquina a vapor, por James Watt. A utilização e a implantação da máquina ao processo de produção provocaram um grande movimento de industrialização por toda Europa e Estados Unidos.
A Revolução Industrial possuiu duas fases: a primeira fase de 1780 a 1860 foi a revolução do carvão, como principal fonte de energia; e do ferro, como principal matéria-prima.  A segunda fase de 1860 a 1914, a revolução da eletricidade e derivados de petróleo, como as novas fontes de energia, e do aço, como matéria-prima. A moderna forma de administrar surgiu como consequência da Revolução Industrial, pois houve o crescimento acelerado e desorganizado das empresas, e passaram a exigir uma administração capaz de substituir a improvisação. Também a necessidade de maior eficiência e produtividade das empresas, em decorrência ao aumento acelerado da concorrência e da competição no mercado.
A história da Administração envolve, não só as empresas, mas também as pessoas que fazem parte delas, o meio ambiente e, ainda, as pessoas que pensam como agir para melhorar a Ciência da Administração. Agora vamos conhecer as contribuições de alguns teóricos.
FREDERICK W. TAYLOR: Frederick W. Taylor, no início do Século XX, trouxe resposta aos anseios das empresas. O engenheiro americano apresentou seus estudos sobre os princípios da Administração Científica e passou a tratar a Administração como Ciência. Em 1911, Taylor publicou o livro Princípios da Administração Científica, onde propôs as cinco funções essenciais da Gerência Administrativa, base da atividade da Administração até a atualidade:
1) Planejar;
2) Comandar;
3) Organizar;
4) Controlar;
5) Coordenar.
JULES HENRI FAYOL: Fayol participou da Administração Clássica e contribuiu significativamente. Propôs a ênfase na estrutura formal da empresa. Fayol estudava a empresa, privilegiando as tarefas da organização.
ELTON MAYO: Na história da evolução da atividade da Administração não se pode deixar de mencionar a contribuição de Elton Mayo, criador da Teoria das Relações Humanas, desenvolvida a partir de 1940, nos Estados Unidos. A partir de sua teoria, novas ideias foram desenvolvidas, gerando novas como a Teoria do Comportamento Organizacional. A Teoria das Relações Humanas foi um movimento de reação e oposição à Teoria da Clássica da Administração, pois deu ênfase às pessoas.
MAX WEBER: A partir de 1950 foi desenvolvida a Teoria Estruturalista, preocupando-se em integrar todas as Teorias das escolas, dando origem à Teoria da Burocracia, de Max Weber, que se baseou na racionalidade, na adequação dos meios aos objetivos, para o máximo de eficiência.
Ainda convém mencionar a Teoria de Sistemas, desenvolvida a partir de 1970, que passou a abordar a empresa como um sistema aberto em contínua interação com o meio ambiente. Ainda na década de 1970, a Teoria da Contingência foi criada, afirmando que a empresa e sua administração são variáveis dependentes do ambiente externo; se o meio ambiente muda, também ocorrem mudanças na empresa e na sua Administração.
2 O Profissional de Administração: o seu perfil atual e suas áreas de atuação
Com as transformações pelas quais passou a humanidade, do ponto de vista tecnológico, econômico e cultural, a Administração veio, ao longo do tempo, ajustando-se às realidades as quais se apresentavam no contexto de suas competências. No eixo central desta adequação, está a figura do Administrador.
DICA: Você sabe o que é Administrar e quais as funções do Administrador? Assista agora ao vídeo Administrar é tudo!, disponível 
em: https://www.youtube.com/watch?v=wlFT6VEpQgI&feature=related.
No início de século XXI, o mundo passou por uma grande revolução, advinda do grande avanço tecnológico. Por isso, cada vez mais, a sociedade viveu uma grande revolução por conta do advento da “Era da Informação”, exigindo dos profissionais maior conhecimento e maior qualificação. Com um mundo cada vez em rede, a demanda tornou-se muito menor que a oferta, e o mercado, por sua vez, mais seletivo, exigindo do profissional as habilidades que extrapolam as anteriormente requeridas nesta profissão.
2.1 Os campos de atuação do administrador
O Conselho Federal de Administração propõe campos de atuação do administrador:
· Administração e Seleção de Pessoal/Recursos Humanos;
· Organização e Métodos/Análise de Sistemas;
· Orçamento;
· Administração de Material/Logística;
· Administração Financeira;
· Administração Mercadológica/Marketing;
· Administração de Produção;
· Relações Industriais/Benefícios/Segurança do Trabalho;
· Campos considerados como Desdobramentos ou Conexos.
Veja a seguir as atividades de cada área.
Conheça o Decreto que regulamenta a profissão de Administrador e determina as áreas de atuação do profissional da Administração em: ../docs/A1_T5_1.pdf. Antes de prosseguirmos, vamos também ler o texto O Papel dos Administradores: seu posicionamento no mercado e perspectivas, disponível em: ../docs/A1_T5_3.pdf.
Você sabe o que é Administrar e quais as funções do Administrador? Assista agora ao vídeo Administraré tudo!, disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=wlFT6VEpQgI&feature=related.
O artigo 3 do Decreto que regulamenta a profissão de Administrador (61934/67) determina as áreas de atuação do profissional da Administração: 
Art 3º A atividade profissional do Técnico de Administração, como profissão, liberal ou não, compreende: 
a) elaboração de pareceres, relatórios, planos, projetos, arbitragens e laudos, em que se exija a aplicação de conhecimentos inerentes às técnicas de organização; 
b) pesquisas, estudos, análises, interpretação, planejamento, implantação, coordenação e controle dos trabalhos nos campos de administração geral, como administração e seleção de pessoal, organização, análise métodos e programas de trabalho, orçamento, administração de matéria e financeira, relações públicas, administração mercadológica, administração de produção, relações industriais bem como outros campos em que estes se desdobrem ou com os quais sejam conexos; 
c) o exercício de funções e cargos de Técnicos de Administração do Serviço Público Federal, estadual, municipal, autárquico, sociedades de economia mista, empresas estatais, paraestatais e privadas, em que fique expresso e declarado o título do cargo abrangido; 
d) o exercício de funções de chefia ou direção, intermediária ou superior assessoramento e consultoria em órgãos, ou seus compartimentos, de Administração Pública ou de entidades privadas, cujas atribuições envolvam principalmente, aplicação de conhecimentos inerentes às técnicas de administração; 
e) o magistério em matéria técnicas do campo da administração e organização. 
Na área de ensino, o administrador poderá desenvolver, ainda, as seguintes atividades: 
Professor: cursos técnicos, cursos especiais (“in company”, concursos públicos...) carreira acadêmica (mestre, doutor...); 
- Pesquisador: pesquisas autônomas (recursos FAPES, CNPq, empresas...), Fundação de Pesquisas (Fipecafi, FIA, FIPE...), pesquisas para sindicatos, instituição de ensino, órgãos de classe; 
- Escritor: de revistas/boletins que remuneram os escassos escritores. Livros didáticos e técnicos, articulista, revisão de livros; 
- Parecerista: docente e pesquisador com currículo notável; 
- Conferencista: palestra em universidades, empresas, convenções, congressos.
Atividade do administrador
"Embora antiga, a atividade de Administrador, é recente a oficialidade da profissão no Brasil. Foram necessários ainda 25 anos desde a criação do primeiro curso no país, em 1941, até a promulgação da Lei nº 4769, em 9 de setembro de 1965, que criou a profissão de nível superior, pois, até então, seus profissionais eram Técnicos em Administração, denominação que transmitia conotação de formação escolar de nível médio. Ainda assim, as reivindicações dos administradores só foram totalmente atendidas depois de 2 anos após a publicação da Lei, por meio da edição do Decreto nº. 61.934, de 22 de dezembro de 1967, que a regulamentou. (CRA-SP)."
3 A formação profissional nas escolas da Administração
A profissão de administrador regulamentada é recente, data da década 1960, mas o primeiro curso de Administração no Brasil foi criado em 1941. É importante conhecer um breve histórico da formação profissional do administrador no país e as características de sua preparação.
Saiba Mais: Veja um breve histórico da formação profissional do administrador no Brasil em: ../docs/A1_T6_1.pdf.
Breve histórico da formação profissional do administrador no Brasil 
Em 1941, o ensino de Administração ganhava identidade, com a criação do primeiro curso, na Escola Superior de Administração de Negócios – ESAN/SP, inspirado no modelo do curso da Graduate School of Business Administration da Universidade de Harvard. 
Em 1946, foi criada a Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA/USP, que ministrava cursos de Ciências Econômicas e de Ciências Contábeis, onde eram apresentadas algumas matérias ligadas à Administração. 
Foi criada no Rio de Janeiro, a Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas, da Fundação Getúlio Vargas – EBAPE/FGV. A primeira turma se formou em 1954. 
Em 1954, inaugurou-se a Escola Brasileira de Administração de Empresas de São Paulo – EAESP -, vinculada à FGV, com a graduação da primeira turma em 1959, surgindo o primeiro currículo especializado em Administração, com o objetivo de formar especialistas em técnicas modernas de Administração. Este currículo foi uma referência para os outros cursos que surgiram no país. A partir da década de 1960, a FGV passou a ministrar cursos de pós-graduação nas áreas de Economia, Administração Pública e de Empresas. 
A FEA/USP passou a oferecer os cursos de Administração de Empresas e de Administração Pública, em 1963.
 Em 1965, foi regulamentada a profissão de Administrador, com a promulgação da Lei nº 4.769, de 9 de setembro daquele ano.
Atualmente, a Administração é o curso com o maior número de matrículas do país. O resultado está no Censo da Educação Superior, divulgado em 2011 pelo Ministério da Educação. O curso concentra 1.102.579 do total de matrículas, que chegam a 5,95 milhões. Em 2008 e 2007, Administração também liderava o ranking. Completam a relação Direito, Pedagogia, Engenharia e Enfermagem.
Na atualidade, em face do mercado de trabalho tão dinâmico e competitivo, o profissional da Administração se vê obrigado a dividir seu espaço com profissionais do Direito, Economia e Engenharia, que disputam vagas no campo da gestão. Cabe, por isso, ao administrador ter uma ótima formação técnica e científica, para desenvolver atividades específicas da prática profissional.
Assim, deve buscar uma boa base educacional, por meio de constante atualização do conhecimento, desenvolver pesquisas, realizar estágios, participar de eventos que lhe sirvam de aprimoramento profissional e pessoal. Em suma: ser proativo e usufruir intensamente a academia e o espaço profissional, desenvolvendo competências, habilidades e atitudes que serão requeridas no mercado de trabalho e de ocupações na área da Administração.
Por esse motivo, os cursos de formação superior devem oferecer formação polivalente, para que o profissional esteja preparado, a fim de enfrentar esta nova demanda latente. Como exemplo, no curso de graduação em Administração, há várias áreas do conhecimento que interagem na formação do Administrador, são elas: Ciências Contábeis, Economia, Direito, Filosofia, Psicologia, Sociologia, Matemática, História, Língua Estrangeira, e outras. Assim, há de se desenvolver competências que congreguem esses vários saberes, de forma interdisciplinar.
Não basta apenas saber fazer e atuar tecnicamente, é preciso postura comportamental e ética que conduza para o saber ser e para o saber conviver.
Assista agora a um vídeo sobre Cursos de Administração, o administrador e Conselho de Representação da Categoria –  CFA /CRAs, disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=MgAlEtuh9LY&feature=related. 
4 O Administrador e sua representação pelos Conselhos Federal e Regional – CFA e CRAs
O Sistema CFA/CRAs foi fundado em 1965, com apenas 10 Conselhos Regionais na época. Atualmente é composto por 27 CRAs, nos estados do Brasil, cuja administração central é do Conselho Federal, em Brasília.
Os Conselhos de Representação têm como missão “Promover a Ciência da Administração valorizando as competências profissionais, a sustentabilidade das organizações e o desenvolvimento do país”. (CFA)
Saiba Mais: Assista agora aos vídeos: Entrevista do Presidente do CFA e Institucional do CFA / CRAs, disponíveis em: https://www.youtube.com/watch?v=LdYa-lVb6yY e https://www.youtube.com/watch?v=nq39CHS2IHs.
O Sistema CFA/CRAs atua com enfoque na sua missão primordial de valorizar o Administrador e a Ciência da Administração. Foi regulamentado como autarquia federal pela Lei 4.769 de 9 de setembro de 1965. Com 45 anos de atuação no Brasil, o CFA se consolidou como Instituição a serviço do Administrador.
5 O patrono dos administradores do Brasil
Belmiro Siqueira, mineirode Ubá, nascido em 22 de outubro de 1921, é o Patrono dos Administradores no Brasil, título que lhe foi outorgado post-mortem.
Atuou na área federal, como funcionário de carreira, aprovado sempre em primeiro lugar em seleções a que se submeteu, inicialmente, como assistente administrativo e técnico de administração, denominação primeira do que é hoje o administrador.
No Departamento Administrativo do Serviço Público - DASP ocupou vários cargos, dentre eles o de Diretor Geral nos anos de 1967 e 1968; na área estadual, foi assessor/consultor de vários governos, com destaque para o Rio de Janeiro, onde exerceu o cargo de diretor da escola de serviço público do então Estado da Guanabara (1966).
Foi colunista de vários jornais, sempre escrevendo sobre assuntos ligados à sua área de atuação. Autor de vários trabalhos sobre Administração foi professor de várias faculdades.
No Conselho Federal de Administração (CFA) foi eleito Conselheiro Federal em 1977 e, assim que assumiu, foi levado pelos seus pares a vice-presidente, permanecendo até 1986, ano de seu falecimento, em Porto Velho/RO. Na ocasião, encontrava-se no exercício do cargo de Presidente do CFA.”
Fonte: https://www2.cfa.org.br/administrador/destaques/conteudo-1/patrono-da-administracao.
Saiba Mais:Leia a Resenha sobre o relatório que deu origem aos quatro pilares da educação para o século XXI, UNESCO, 2005, disponível em: ../docs/A1_T9.pdf.
Resenha sobre o relatório que deu origem aos quatro pilares da educação para o século XXI, UNESCO, 2005 
Para Jacques Delors, político francês responsável pelo Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre a Educação para o Século XXI “a educação surge como um trunfo indispensável à humanidade na sua construção dos ideais da paz, da liberdade e da justiça social.” (Delors, 1998, p. 11). 
Assim, todos devem pensar na educação ao longo da vida como modo de lidar com um mundo que está se transformando rapidamente, além de ajudar a discernir quais informações são relevantes entre tantas “ondas” de que surgem de todos os cantos do planeta. 
A fim de estar à altura dessa missão, a educação deve apoiar-se em quatro princípios que funcionarão de base para a construção do conhecimento ao longo da vida: 
 aprender a conhecer, 
 aprender a fazer, 
 aprender a conviver e 
 aprender a ser. 
Esses quatro aspectos devem receber igual atenção para a educação global – cognitiva e prática – do indivíduo. 
1 Aprender a conhecer
 Para Jacques Delors (1998, p. 92) “aprender a conhecer supõe, antes de tudo, aprender a aprender, exercitando a atenção, a memória e o pensamento.” O domínio dos instrumentos de conhecimento é considerado um meio de compreender o mundo, desenvolver capacidades e se comunicar, e tem por finalidade o prazer de conhecer e descobrir. As crianças e os adultos devem ser apresentados ao método científico, estimulando sua capacidade de observação e atenção, exercitando a memória associativa e firmando os alicerces para a aprendizagem bem sucedida ao longo da vida. 
Este pilar terá suas bases fortalecidas quando: 
 uma criança é estimulada a observar seu entorno e a estabelecer relações entre os seres que a rodeiam; 
 é estimulada a memorizar fatos relevantes (seu endereço, a sequência dos dias da semana etc.); 
 é estimulada a questionar sobre o que não conhece, a buscar novas informações e aprender a selecionar o que é relevante e o que não ajuda a responder seus questionamentos. 
Diante da avalanche de informações que chegam aos indivíduos por diversos canais midiáticos, aprender a conhecer é imprescindível para não se perder diante de informações inúteis, tendenciosas ou mesmo equivocadas. Para Costa (2000) “mais do que acumular uma carga cada vez mais pesada de conhecimentos, o importante agora é estar apto para aproveitar, do começo ao fim da vida, as oportunidades de aprofundar e enriquecer esses primeiros conhecimentos num mundo em permanente e acelerada mudança”.
 2 Aprender a fazer 
Esse pilar tenta responder à questão proposta por Delors (1998, p. 93) “como adaptar a educação ao trabalho futuro quando não se pode prever qual será sua evolução?” Um caminho será transformar o conhecimento em inovações que possam fazer surgir novos empreendimentos e novos empregos. Para Silva e Cunha (2002) “Aprender a fazer significa que a educação não pode aceitar a imposição de opção entre a teoria e a técnica, o saber e o fazer.” A educação tem obrigação de educar pra a prática e a competência produtiva. 
A noção de qualificação está sendo substituída pela noção de competência pessoal, que inclui formação profissional, comportamento social, capacidade de trabalhar em equipe e iniciativa. É preciso aprender a se comunicar, a trabalhar com os outros e resolver conflitos. O conceito de emprego está sendo substituído pelo de trabalho, e o trabalhador deverá ser um sujeito criativo, crítico e pensante, preparado para agir e se adaptar rapidamente às mudanças (Silva e Cunha, 2002) 
3 Aprender a conviver 
Esse pilar envolve duas vias complementares: descobrir o outro e participar de projetos comuns. A primeira via envolve educar para a diversidade da espécie humana, bem como de suas semelhanças. Passa pela descoberta de si, pois só conhecendo a si próprio pode um ser humano colocar-se no lugar do outro, buscar compreender suas atitudes (Delors, 1998). 
O respeito aos diversos pontos de vista pode evitar desentendimentos que geram tantos conflitos causados pela intolerância. Aprender a conviver também é aprender a fomentar a paz. “É aí que a paz começa, na disponibilidade para sentir, para escutar e para aprender com modos de ser e de viver diferentes” relata Baptista (2002). No mundo moderno deve-se ressaltar a interdependência e a importância das relações: na teia da vida o que afeta a um afetará a todos. 
A segunda via é através de “projetos que fazem com que se ultrapassem as rotinas individuais, que valorizam aquilo que é comum e não as diferenças” (Delors, 1998, p. 98). Projetos cooperativos, atividades esportivas e culturais: “olimpíadas” escolares, saraus, exposições; e atividades sociais, como ações humanitárias e serviços de solidariedade são exemplos de ocasiões cooperativas. 
O professor também deve empenhar-se em seu papel de convivência e respeito. O envolvimento entre educadores e educandos em projetos comuns enriquece sua relação e ajuda a aprender como resolver conflitos (Delors, 1998). Para Costa (2000) “os valores devem ser, mais do que transmitidos, vividos, através de práticas educativas [...]. Como educadores, precisamos nos fazer presentes na vida dos educandos, de forma construtiva, emancipadora e solidária”. 
4 Aprender a ser 
Para aprender a ser, de acordo com o Relatório Delors (1998, p. 102), é preciso “não negligenciar na educação nenhuma das potencialidades de cada indivíduo: memória, raciocínio, sentido estético, capacidades físicas, aptidão para comunicarse.” De acordo com essa visão, a pessoa pode desenvolver-se totalmente através da educação, aprendendo a pensar autônoma e criticamente, elaborando juízos de valor para decidir como agir diante dos fatos da vida. É fornecer referenciais para compreender o mundo e se comportar de modo responsável e justo. (Delors, 1998). 
A inovação social e econômica deste mundo constantemente cambiante necessita de imaginação e criatividade, descoberta e experimentação. A arte e a poesia, a revalorização da cultura oral e dos saberes prévios do aprendiz estimulam a diversidade de talentos e personalidades, que são manifestações da liberdade humana. (Delors, 1998).
Imbert apud Matos (2008) lembra que "efeitos devastadores, na escola, de situações repetidas de insucesso acabam por gerar uma renúncia ao ser e consequentemente ao conhecer". O educador deve buscar seu bem-estar pessoal, equilíbrio emocional e confiança profissional a fim de estabelecer uma relação de mediador da construção do conhecimento pelo educando. (Matos, 2008). A formação continuada e as boas condições de trabalho são indispensáveis para que professores ealunos possam criar espaços para construírem seu ser, para realizarem suas potencialidades pessoais e sociais. (Costa, 2000) 
Considerações Finais 
Através dessa breve análise percebe-se que a UNESCO preocupou-se em analisar as perspectivas da educação segundo o paradigma social apresentado nesse milênio 5 que se inicia. Os quatro pilares são as aprendizagens básicas para possibilitar ao ser humano total desenvolvimento de suas faculdades mentais, físicas e espirituais. Tais objetivos mostram inspiração humanista e não são novos, visto que o relatório Aprender a ser de 1972, também um estudo anterior sobre a educação para a UNESCO, já levantava as mesmas bases que aparecem no quarto pilar. 
Os quatro pilares lançam a base para a educação ao longo de toda a vida, abrindo o espírito para uma vida melhor e, segundo Suhr (1998, p. 252) “vivermos juntos em harmonia deve ser o fim último da educação no século XXI”. Conhecer o mundo e o processo de aquisição do conhecimento, ter oportunidade de aprender e testar diversos ofícios, conviver e aprender a administrar conflitos e sucessos e se realizar como pessoa são objetivos que a sociedade do terceiro milênio almeja e que a educação pode ajudar a concretizar. Para tanto é preciso preparar os professores e apoiá-los em sua prática, valorizando sua busca pelas competências que terá que gerir para auxiliar os aprendizes a se realizarem como pessoas através da aprendizagem. 
Referências bibliográficas 
COSTA, A. C. G. Educação: Tendências e desafios no século XXI. In: Protagonismo Juvenil: adolescência, educação e participação democrática. Salvador: Fundação Odebrecht, 2000. p. 46-57. 
Disponível em: . Acesso em: 03 fev. 2009. 
DELORS, J. Educação: um tesouro a descobrir. São Paulo: Cortez; Brasília. DF: MEC: UNESCO, 1998. 
MATOS, M. Aprender a ser. Jornal A Página. Porto, dez. 2008. n. 184, p. 8. Disponível em: . Acesso em: 03 fev. 2009. 
SILVA, Edna Lúcia da; CUNHA, Miriam Vieira da. A formação profissional no século 
XXI: desafios e dilemas. Ci. Inf., Brasília, v. 31, n. 3, set. 2002. Disponível em: . Acesso em: 03 fev. 2009.
O que vem na próxima aula
Na próxima aula, você vai estudar:
· O Código de Ética do administrador;
· As mudanças no Código de Ética;
· A Lei de Responsabilidade Fiscal e a atividade profissional do administrador na área pública;
· Competências, habilidades e atitudes do administrador.
CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
· Compreendeu a história da Administração e da profissão de administrador;
· Identificou as possíveis formas de atuação do administrador no mercado de trabalho;
· Aprendeu sobre o que determinam as normativas e legislações do CFA e os CRAs sobre a atuação profissional na área da Administração.
AULA 02 - A ÉTICA E O AMBIENTE PROFISSIONAL DO ADMINISTRADOR: O CÓDIGO DE ÉTICA E A LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL
OLÁ!
Ao final desta aula, você será capaz de:
1- Conhecer a postura ética do administrador no ambiente profissional;
2- Identificar as recomendações do código de ética do administrador para o exercício da profissão;
3- Conhecer a Lei de Responsabilidade Fiscal e suas proposições em relação à profissão;
4- Reconhecer as competências necessárias aos Administradores, traduzidas pelos seus conhecimentos, suas habilidades e atitudes na atuação profissional.
1 Introdução
O que define qualquer profissão é o campo de sua atuação, que se caracteriza pelo conjunto de funções e atividades desempenhadas por um profissional. Este, por sua vez, deve apresentar para tal exercício conhecimentos, habilidades e atitudes compatíveis com a natureza da atuação profissional.
Os conhecimentos do Administrador devem ser adquiridos de forma teórica (através da formação Universitária) e prática (que começa no estágio supervisionado). A associação do conhecimento teórico com o prático habilitará o aluno de Administração a diplomação na profissão, de forma reconhecida junto ao mercado.
Já as relações existentes entre a moral traçada e os vários campos de atuação da conduta humana buscam seguir objetivos de relacionamento social e profissional, com a intenção de estabelecer linhas ideais e valorativas da ética profissional a ser respeitada no meio organizacional.
2 Código de Ética dos Profissionais da Administração
O novo Código de Ética dos Profissionais da Administração (CEPA) e o Regulamento do Processo Ético do Sistema CFA/CRAs é uma Resolução Normativa - especialmente a Resolução Normativa CFA nº 353 - que entrou em vigor na data da sua publicação, revogadas as disposições em contrário, no dia 9 de abril de 2008, quando era Presidente do CFA o Adm. Roberto Carvalho Cardoso. Trouxe adequação ao novo Código Civil, atribuindo mais responsabilidades aos administradores na sua atividade profissional.
Conheça o Código de Ética do Administrador. O objetivo é o estabelecimento de um Código de Ética para os profissionais da Administração, de forma a regular a conduta moral e profissional e indicar normas que devam inspirar o exercício das atividades profissionais, como matéria de alta relevância para o exercício profissional, e cabe aos Conselhos Federal e Regional de Administração operacionalizar e zelar pela fiel execução do Código de Ética dos Profissionais de Administração.
O Código de Ética do Profissional da Administração engloba deveres e direitos do administrador, não só na sua atuação individual, bem como em relação à sua categoria e ao conselho representativo da classe. É o guia orientador e estimulador de novos comportamentos e está fundamentado em um conceito de ética direcionado ao desenvolvimento do indivíduo e da coletividade, servindo simultaneamente de estímulo e parâmetro para que o administrador amplie sua capacidade de pensar, visualize seu papel e torne sua ação mais eficaz diante da sociedade.
O exercício da atividade dos Profissionais de Administração implica em compromisso moral com o indivíduo, cliente, empregador, organização e com a sociedade, impondo deveres e responsabilidades indelegáveis.
3 Lei de Responsabilidade Fiscal
A Lei de Responsabilidade Fiscal aprovada em 04 de maio de 2000 veio suprir uma lacuna da Lei 4.320/64, pois estabelece normas orientadoras das finanças públicas, e cria, também, severas punições para aqueles governantes que não souberem administrar os recursos públicos durante o seu mandato, deixando dívidas para seus sucessores.
A Lei de Responsabilidade Fiscal traz mudanças institucionais e culturais no que se refere ao dinheiro público, estabelecendo normas orientadoras das finanças públicas no país e rígidas punições aos administradores que não mantiverem o equilíbrio de suas contas. Com a aprovação da Lei de Responsabilidade Fiscal, as informações a respeito da situação financeira de um organismo público ou privado se tornam de fundamental importância.
É por meio da utilização de dados da contabilidade e do orçamento que deve ser elaborado um relatório gerencial, que possibilite ao administrador, em qualquer época, ter conhecimento da situação financeira no final do exercício de uma gestão para outra, possibilitando a tomada de decisões administrativas quanto à consecução de gastos.
3.1 Estudo de caso: um caso experiencial da atividade profissional de Administração e o Código de Ética
Como parte de seus serviços de Administração, você fornece ações de planejamento financeiro para seus clientes. Um de seus novos clientes (um casal de meia idade) pede-lhe para rever seu portfólio e fazer recomendações para investir mais R$ 100 mil que atualmente têm em dinheiro. Ao rever sua carteira você nota que o cliente diversificou o investimento entre renda fixa e renda variável.
A parcela de capital da sua carteira é fortemente ponderada (cerca de 35%), em um investimento com um gerente de dinheiro particular chamado Bernardo Vadof.  Esses valores superaram todos os outros investimentos de 3 a 4% ao ano. Quando você pergunta ao cliente sobre o investimento, o casal diz que se sente com sorte, pois eles foram capazes de obter do Sr. Vadof a aceitação de sua conta. Eles também lhe disseram que oSr. Vadof foi presidente da NASDQ e tem um histórico de mais de 25 anos de experiência. 
Você, ao fazer a sua diligência, confirma as declarações de seu cliente sobre o Sr. Vadof. Ele de fato tem um histórico de longo tempo na área e foi um dos fundadores da NASDQ. Ele é considerado uma espécie de guru, mas com uma ênfase diferente. Contudo, percebe que a rentabilidade é alta devido à sonegação ao fisco. Por sua vez, ao assumir o planejamento, passará a ser responsável pelo não recolhimento dos valores devidos.
Ao refletirmos sobre o Código de Ética Profissional do Administrador, em relação aos clientes, deve haver de sua parte um tipo de conduta ética. Quanto ao Sr. Bernardo Vadof, seu colega, também. Para nos posicionar sobre o caso apresentado, precisaremos recorrer aos deveres do Administrador e demais artigos do Código de Ética do Administrador. Conheça esses artigos!
4 Competências do administrador
O novo milênio requisita profissionais cada vez mais capacitados para competir no meio profissional. O atual mercado de trabalho está cada vez mais exigente e requer, de qualquer que seja o profissional, qualificação. No caso particular do administrador, o perfil atual é de um profissional autêntico, criativo, prudente, atualizado, correto, e possuidor de conhecimentos em várias áreas, procurando sempre estar em contanto com as diversas áreas da empresa e, sobretudo, ser um profissional ético.
Para que se crie esse perfil, é preciso estudar, se aperfeiçoar cada vez mais, adquirindo conhecimentos. Contudo, saber e deter a técnica não basta. É necessário desenvolver um conjunto de habilidades e atitudes que promovam um perfil de profissional competente, empreendedor, criativo e preparado às mudanças que ocorrem no dia a dia da profissão.
Competência é a associação de conhecimentos, habilidades e atitudes do administrador.
4.1 Educação continuada na formação do administrador
O ato de educar traz de “dentro para fora” as potencialidades do indivíduo. Essa tarefa é iniciada quase sempre no centro da família, com os exemplos dos pais, com os ensinamentos religiosos, sendo aperfeiçoada na escola, onde o indivíduo apreenderá conhecimentos e habilidades científicos, técnicos e humanos. Desse ponto de vista, não há dúvidas de que o processo de ensino-aprendizagem é contínuo, em virtude, principalmente, dos avanços tecnológicos e científicos no atual modelo de sociedade do conhecimento, em um mundo em rede e intermediado pela tecnologia.
Saiba Mais: Leia o texto Espírito empreendedor, disponível em: ../docs/A2_T8.pdf.
Espírito empreendedor 
Paulo Goskes – 15.05.2004 
Amadeu sempre se destacou como o melhor aluno de todas as turmas pelas quais passou. Durante toda sua formação era garantido obter conceito A. Além disso, simpático, amigo, esportista, resumindo um sonho de filho para quase todas as outras mães. Durante a faculdade, por pertencer ao grupo com CR acima de 9,5, as melhores ofertas de estágio passavam por suas mãos. 
Quando ia começar o oitavo período, Amadeu procedeu a um rigoroso critério de análise e foi estagiar na Peanuts do Brasil, multinacional com 1.300 funcionários no País, atuando em vários segmentos de mercado e uma lucratividade invejável. E o óbvio logo aconteceu. Amadeu destacou-se e foi efetivado antes do término da sua graduação. No segundo ano de companhia, entrou para o quadro dos “high potencials”, composto por 25 funcionários com chances de chegarem a cargo de diretoria ou presidência. No quarto ano, um estágio de 36 meses na matriz mundial com direito a MBA na Harvard Bus School. 
Ao retornar ao Brasil já com 2 filhos, a recém criada Diretoria de Planejamento foilhe entregue por ordem expressa do presidente mundial da Peanuts, com direito à participação nos lucros, cartão de crédito empresarial, carro e motorista inclusive para a esposa, dentre outros benefícios não permitidos aos simples mortais. 
O sucesso não desgrudava de Amadeu que, quando iria completar 2 anos no cargo, já especulava-se que seria designado para a presidência da subsidiária francesa. Planos não faltavam, até que, naquela quarta feira, 28 de maio, foi convocada uma reunião extraordinária. Os batimentos cardíacos de Amadeu saltaram para 120 por minuto e já se imaginava na Cidade Luz, jantando com a esposa, a bordo do Bateau Mouche, subindo com os filhos na Torre Eiffel, percorrendo as galerias do Louvre duas vezes por mês, escritório no topo de um prédio em La Defense, formação dos filhos no estuário da cultura. 
Quando começou o encontro, batimentos a 140, todos aguardando o anúncio da nomeação, o presidente, em tom solene, inicia sua fala: “Senhores, esta é uma data muito marcante para as nossas vidas. A Peanuts Corporation acaba de ser vendida para a Bulshit Incorporation por 4 bilhões de dólares e na próxima sexta-feira, uma equipe deles chegará ao Brasil para assumir nossa empresa, que com o esforço, a inteligência e a dedicação de todos nós, transformou-se na mais lucrativa de toda a organização. Tenho muito orgulho de vocês. Está encerrada a reunião. Muito obrigado.” 
Naquele instante um clima de crise tomou conta da maioria dos diretores. Heitor, amigo de Amadeu desde a época da faculdade, teve uma crise de choro convulsivo. Pereira não sabia o que fazer para manter os dois filhos, estudando no exterior. Ingrid, ao tentar acalmar os seus pares, acabou ouvindo grosserias machistas do tipo: “Você está calma, porque teu marido pode te sustentar”. A sala foi invadida pelo pânico, o desespero e o pavor.
Amadeu voltou para casa chocado, nem conversou com a esposa Heloisa e foi dormir. Era o fim de um sonho, a destruição de uma carreira, a perda um sobrenome jurídico de peso. 
Perdi o contato com Amadeu e só o reencontrei na semana passada, esbanjando alegria e felicidade em plena Avenida Rio Branco no Rio. 
- Amadeu, meu querido! Por onde você tem andado? O que tem feito? 
- Paulo. Estou muito bem. Você acompanhou todo o desmantelamento da equipe da Peanuts. Não dava mesmo para aguentar aqueles imbecis que a Bulshit mandou para cá, impondo regras que não funcionam no Brasil. O negócio deles é enxugar a equipe da Peanuts ao máximo e obter o maior lucro possível. Mas foi ótimo, porque passado o susto inicial, conversei com o Heitor e criamos a nossa própria empresa. Fizemos o Plano de Negócios (santas aulas de Empreendedorismo) e hoje, já aproveitamos quase todos os que foram demitidos da Peanuts. Recuperamos todo o capital intelectual que eles desprezaram. Todas aquelas ideias inovadoras que a matriz não autorizava que implementássemos aqui no Brasil, nós estamos produzindo e vendendo para o Mercosul e o México. Nos próximos dois meses, embarcaremos para a Europa, porque já nos descobriram e querem comprar nossos produtos. 
E finalizou: 
- E nós achávamos que o melhor era ter um bom emprego. Pena que a venda da Peanuts não ocorreu antes. Hoje, com a globalização que está aí, com a morte anunciada da empregabilidade, na minha visão, uma grande sacada para os jovens é estudar as disciplinas que compõem o Empreendedorismo e incorporar essa cultura mesmo que eles ainda queiram ser empregados. As empresas, no seu processo seletivo, estão considerando, além de todos os quesitos tradicionais, a capacidade de adaptação a qualquer função e o espírito empreendedor. E ai do jovem que não se preparar para isso. 
Na despedida, arrematou:
 - Passe isso para todos os teus alunos. Se precisar, me chama que vou dar meu testemunho. Agora deixa eu ir. Preciso visitar um cliente novo que vai fechar um senhor contrato conosco. Um abraço. Tchau.
É imprescindível que o profissional da Administração, mesmo tendo concluído sua graduação, atualize constantemente seus conhecimentos por meio da educação continuada, para que não perca sua competitividade e capacidade de acompanhar a evolução da técnica e dos conhecimentos que influenciam a profissão. Portanto, durante a graduação, os futuros egressos dos cursos de Administração devem adquirir o espírito do aprender a aprender, percebendo que o saber não se esgota nemse invalida, mas necessita de constante e rápida atualização.
Assim, já foi o tempo em que terminar o curso de graduação em Administração bastava para se tornar apto ao mercado. Hoje é preciso uma capacitação contínua e diversificada, pois a nova realidade de trabalho implica formação polivalente e empreendedora.
4.2 Competências a desenvolver na formação do Administrador
A noção de competência remete às situações para as quais é necessário tomar decisões e resolver problemas. Assim, cada competência reunirá um conjunto de habilidades que, articuladas e em ação, reverterão em atitudes para buscar resultados. Perrenoud (2002) afirma que possuir conhecimentos ou capacidades não significa ser competente. Diariamente, pessoas que possuem conhecimentos ou capacidades não sabem utilizá-los convenientemente em uma situação de trabalho.
Na atualidade, sabe-se que não há transferência automática de conhecimentos, mas que o conhecimento é adquirido pela pessoa que se submete ao aprendizado através da realização de exercício e pela prática reflexiva sobre o que lhe é informado. Desta forma, só a experimentação é capaz da mobilização de saberes, combinados para criar uma estratégia pessoal.
O papel da escola é fornecer os saberes e as habilidades básicas; contudo, cabe ao exercício da vida profissional a tarefa de desenvolver competências. Muitos conhecimentos adquiridos na vida escolar permanecem inúteis no dia a dia, pois os alunos não foram preparados para utilizá-los em situações concretas. A formação da competência é conseguida por meio da escolaridade básica e a outra parte é conseguida por outros meios.
A questão, conforme ensina Perrenoud (2002), é saber quais são as competências mais importantes a serem desenvolvidas. Assim, cada área de formação encaminha ao desenvolvimento de um conjunto de habilidades, de forma a alcançar as competências requeridas, mas também demanda um conjunto básico de habilidades necessárias à vida, à cidadania e ao bem-viver.
Sabe-se que uma parcela dos saberes disciplinares será útil ao aprofundamento de certas formações profissionais. O acúmulo de saberes somente será benéfico se estes estiverem em consonância com a formação profissional, contextualizando-os e exercitando-os, com vistas à solução de problemas e na tomada de decisões nas organizações e na própria vida.
As habilidades de ler, escrever e contar, trilogia que fundou a escolaridade obrigatória no século XIX, não está mais à altura das exigências destes tempos modernos. A abordagem por competências busca demonstrar como a escola deve mudar para aqueles que saem, ainda hoje, desprovidos das numerosas competências indispensáveis para viver melhor no século XXI.
As atitudes são ações resultantes das habilidades. Pressupõem agir sobre a realidade, por isso, devem ser muito bem pensadas e planejadas. Para que seus resultados sejam satisfatórios para quem promove a ação, bem como ao grupo em que está inserido.
4.3 As competências requeridas na formação dos profissionais da Administração
Há um conjunto de competências que agregam habilidades para se desenvolver. Assim, serão vistas as principais competências e suas relacionais habilidades.
COMPETÊNCIAS TÉCNICAS
- Domínio conceitual, funcional e operacional dos sistemas contábeis, aplicando consistente, integrada e adequadamente princípios, normas e políticas referentes às atividades desenvolvidas por entidades públicas e privadas;
- Compreender as questões técnicas da atividade contábil, suas relações e repercussões socioeconômicas e financeiras, no âmbito nacional e internacional, nos diferentes modelos de organização;
- Capacidade de planejar, implementar e manter sistemas contábeis de informações;
- Visão estratégica, crítica, reflexiva e holística da atividade contábil e suas inter-relações;
- Percepção da necessidade de se manter informado e atualizado em virtude das constantes mudanças na sociedade e na tecnologia;
- Desenvolver atributos motivadores de liderança e de negociação, nas relações interpessoais e nas equipes multidisciplinares de trabalho.
COMPETÊNCIAS COMUNICATIVAS
- Realizar comunicação, e produzir opiniões, pareceres e arbitragens de forma lógica, fidedigna, clara e objetiva;
- Coletar, registrar, controlar e analisar dados contábeis e de produzir relatórios, agregando valor ao processo decisório;
- Dominar os códigos de várias linguagens: idiomas, informática, gestual, trânsito, entre outras.
COMPETÊNCIAS SOCIAIS E ÉTICAS
- Agregar valor à sociedade, guardando sintonia com a realidade política, econômica e social;
- Ser solidário e responsável com assuntos da comunidade e do grupo.
- Atuar, profissionalmente, na preservação da moral e dos bons costumes em sociedade;
- Realizar as atividades profissionais com respeito e postura ética;
- Exercer com ética e proficiência as atribuições e as prerrogativas que lhes são inerentes.
COMPETÊNCIAS QUANTITATIVAS
- Utilizar com desembaraço o raciocínio lógico-matemático, ferramental quantitativo e a tecnologia da informação;
- Compreender o significado dos números em relação à realidade social e profissional.
COMPETÊNCIAS COMPORTAMENTAIS
- Ser criativo, proativo, empreendedor e comprometido;
- Saber se relacionar com pessoas, tanto no nível pessoal como profissional;
- Compreender e ouvir as pessoas;
- Saber trabalhar em equipe;
- Buscar ser feliz na profissão exercida;
- Saber se relacionar e possuir uma rede de contatos – network.
4.4 Estudo de caso - Caso experiencial de um profissional da Administração que atua em uma empresa particular multinacional
Fernanda é funcionária da empresa Larius do Brasil. Como administradora, ocupa a gerência e é responsável pela gestão da informação tecnológica da empresa, desde a implantação até o controle dos sistemas e tecnologias. Ela precisa contratar um administrador júnior, por meio de uma empresa de Recursos Humanos.
A empresa de RH solicita informações sobre as habilidades necessárias que o novo profissional deva possuir. Agora Fernanda precisa apresentar o perfil do candidato a empresa de RH. Fernanda precisa de sua ajuda! Pense nas competências desejadas para esse cargo e reflita.
Para auxiliar Fernanda, devemos apresentar algumas habilidades que o novo administrador júnior necessita ter:
· Competência Técnica: dominar de forma conceitual, funcional e operacional os sistemas tecnológicos; compreender as questões técnicas da atividade.
· Competência Social ou Ética: exercer com ética e proficiência as atribuições profissionais.
· Competência Quantitativa: utilizar com desembaraço o raciocínio lógico-matemático.
· Competência Comportamental e Comunicativa: saber se relacionar com pessoas, tanto no nível pessoal como profissional.
· Competência Comportamental: ser criativo, proativo, empreendedor e comprometido.
· Competência Comunicativa: coletar, registrar, controlar e analisar dados tecnológicos e de produzir relatórios; dominar os códigos de várias linguagens: línguas e informática.
O que vem na próxima aula
Na próxima aula, você vai estudar:
· O Estágio, suas definições e realizações;
· Estágio: um elo forte entre as instituições universitárias e o mercado de trabalho;
· O Estágio como preparação profissional e campo de observação dos problemas das empresas.
CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
· Compreendeu a importância do Código de Ética do Administrador e seus elementos;
· Identificou as mudanças ocorridas no Código de Ética, dando maior responsabilidade ao administrador;
· Conheceu a Lei de Responsabilidade Fiscal sob a ótica da participação gestora para sua realização e a responsabilidade do administrador;
· Reconheceu os conhecimentos, as competências, as habilidades e as atitudes exigidas pelo mercado de trabalho e de ocupações do administrador.
AULA 03 – O ESTÁGIO COMO ATIVIDADE DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL
OLÁ!
Ao final desta aula, você será capaz de:
1- Conhecer as diferentes formas do Estágio e sua relação com a formação profissional;
2- Identificar as novas regras da Lei de Estágio (Lei Nº 11.788/2008);
3- Compreender as prerrogativas dalei para a prática da atividade de estágio supervisionado;
4- Verificar as formas de realização do Estágio Curricular em curso de Administração.
1 Estágio Supervisionado Acadêmico
O Estágio Supervisionado Acadêmico é alvo de estudo; contudo, cabe inicialmente distinguir os tipos de Estágio que facilmente se substituem sem o valor de sentido que realmente possuem.
Estágio
Estágio é diferente de Estágio Supervisionado ou Estágio Curricular. Distinguem-se um do outro termo por um fácil referencial: a obrigatoriedade.
O Estágio, como atividade remunerada, sem vinculação acadêmica em cursos de graduação, não é o termo que se trata aqui especificamente, apesar de seu envolvimento legal.
Estágio Supervisionado ou Estágio Curricular
O objetivo aqui considerado é do Estágio Curricular, atividade obrigatória ao cumprimento das horas de estudo na matriz curricular de cursos de bacharelado na área de Administração.
Não importa o nome ou a denominação, Estágio Curricular, Estágio Supervisionado ou Prática de Capacitação Profissional, o Estágio, legalmente, viria para suprir o distanciamento entre o saber teórico e o prático; contudo, tornou-se uma atividade lucrativa para as empresas, ao recrutar mão de obra barata ou para cumprir meramente um relacionamento ao mundo profissional. Na tentativa de minimizar o problema, foi criada a nova Lei nº 11.788, de 26/09/2008, com a finalidade de legislar sobre Estágio de estudantes, tanto em nível superior, como no ensino médio.
A Lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008 - que dispõe sobre o Estágio de estudantes; altera a redação do art. 428 da Consolidação das Leis do Trabalho, com suas análises e resumos, de forma a instruir todos os envolvidos nesta atividade. Com a finalidade de esclarecer dúvidas sobre o tema, o Ministério do Trabalho criou uma cartilha, em forma de questões, que dirimem sobre a prática do Estágio por empresas, instituições de ensino e estudantes na realização do Estágio.
1.1 O Objetivo do Estágio
Segundo a Lei nº 11.788, em seu artigo 1º:
O Estágio é ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa à preparação para o trabalho produtivo de educandos que estejam frequentando o ensino regular em instituições de educação superior, de educação profissional, de ensino médio, da educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e adultos.
Saiba mais: Assista ao vídeo Nova lei de estágio CIEE para complementar seus estudos, disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=DcpjYeT2lGE&feature=related.
O citado artigo da lei ainda complementa o objetivo da atividade de estágio ao considerar que:
· Faz parte do projeto pedagógico do curso, além de integrar o itinerário formativo do educando.
· Visa ao aprendizado de competências próprias da atividade profissional e à contextualização curricular, objetivando o desenvolvimento do educando para a vida cidadã e para o trabalho.
No artigo 2º, a lei propõe algumas determinações ao Estágio Obrigatório, atividade que constitui disciplina obrigatória do curso de Ciências Contábeis em seu Projeto Pedagógico que, no caso, possui carga horária de 300 horas, com 48 horas desenvolvidas em aulas teóricas.
· “Estágio obrigatório é aquele definido como tal no projeto do curso, cuja carga horária é requisito para aprovação e obtenção de diploma”.
1.2 Estágio não cria vínculo empregatício
O Estágio não cria vínculo empregatício de qualquer natureza, observados os seguintes requisitos:
Assim, se percebe a importância da documentação a ser entregue e assinada, pelo aluno, ao coordenador de Estágio presencial.
1.3 A relação entre estudante, local de estágio e Universidade
Ressalte-se, agora, o que diz a lei sobre a relação do estudante X local de estágio X Universidade:
O estágio, como ato educativo escolar supervisionado, deverá ter acompanhamento efetivo pelo professor orientador da instituição de ensino e por supervisor da parte concedente, comprovado por vistos nos relatórios referidos no inciso IV do caput do art. 7o desta Lei e por menção de aprovação final.
A jornada de atividade em estágio será definida de comum acordo entre a instituição de ensino, a parte concedente e o aluno estagiário ou seu representante legal, devendo constar do termo de compromisso ser compatível com as atividades escolares, observado as determinações. Para conhecê-las, acesse o link: ../docs/A3_T6.pdf.
Jornada de atividade em estágio 
 4 horas diárias e 20 horas semanais, no caso de estudantes de educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional de educação de jovens e adultos; 
 6 horas diárias e 30 horas semanais, no caso de estudantes do ensino superior, da educação profissional de nível médio e do ensino médio regular. 
 O estágio relativo a cursos que alternam teoria e prática, nos períodos em que não estão programadas aulas presenciais, poderá ter jornada de até 40 horas semanais, desde que isso esteja previsto no projeto pedagógico do curso e da instituição de ensino. 
 Se a instituição de ensino adotar verificações de aprendizagem periódicas ou finais, nos períodos de avaliação, a carga horária do estágio será reduzida pelo menos à metade, segundo estipulado no termo de compromisso, para garantir o bom desempenho do estudante. 
 A duração do estágio, na mesma parte concedente, não poderá exceder 2 anos. 
 O estagiário poderá receber bolsa ou outra forma de contraprestação que venha a ser acordada, sendo compulsória a sua concessão, bem como a do auxíliotransporte, na hipótese de estágio não obrigatório. 
 A eventual concessão de benefícios relacionados a transporte, alimentação e saúde, entre outros, não caracteriza vínculo empregatício. 
 Poderá o educando inscrever-se e contribuir como segurado facultativo do Regime Geral de Previdência Social. 
 É assegurado ao estagiário, sempre que o estágio tenha duração igual ou superior a 1 ano, período de recesso de 30 dias, a ser gozado preferencialmente durante suas férias escolares. 
 O recesso deverá ser remunerado, quando o estagiário receber bolsa ou outra forma de contraprestação.
1.4 A Nova Lei de Estágio e os portadores de deficiência
A Nova Lei de Estágio registra compromisso social e legal com os portadores de deficiência.
· Fica assegurado às pessoas portadoras de deficiência o percentual de 10% das vagas oferecidas pela parte concedente do estágio.
· A duração do estágio, na mesma parte concedente, não poderá exceder 2 anos, exceto quando se tratar de estagiário portador de deficiência.
1.5 Outras legislações importantes
O art. 428 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1º de maio de 1943, passa a vigorar com as seguintes alterações:
2 MODALIDADES DE ESTÁGIO
Existem várias modalidades de estágio previstas para o curso de graduação: o Estágio Profissional, o Estágio em Pesquisa Aplicada (Iniciação científica) e o Estágio em Atividades de Prática Profissional (Laboratórios, Empresa Júnior, Escritórios Profissionais, entre outros) quando constarem do Projeto Pedagógico do Curso.
O Estágio Profissional é definido como aquele em que o aluno aplica, diretamente, o que foi aprendido na universidade, em uma empresa, concedente da atividade, pública ou privada. Lá o estudante poderá observar como são realizados todos os atos e os fatos administrativos de uma empresa, como ela se destaca em relação ao grande mercado e como se comporta diante de acontecimentos econômicos e impostos, geridos pelo governo (federal, estadual, municipal etc.). A referida empresa precisa demonstrar atitudes éticas e transparentes e, ao mesmo tempo, funcionar no mercado competitivo.
O profissional da Administração deve demonstrar habilidades que mantenham a empresa saudável e dando lucros, resultados esperados não só pelo mercado de trabalho, mas também pelos proprietários que participam direta ou indiretamente da gestão da empresa. O domínio dessas habilidades, pelo trabalhador organizacional, é cada vez mais cobrado nas atividadesde trabalho na área de gestão e negócios.
3 Seleção para o Estágio: postura profissional, apresentação e habilidades de gestão
O currículo é o cartão de visita de quem deseja conseguir um estágio. Para tanto, ele deve ser focado no objetivo desejado e conter todas as informações indispensáveis.
Saiba Mais: Conheça as habilidades a serem desenvolvidas nos estudantes em Estágio Supervisionado de cursos da área de Administração em: ../docs/A3_T10_1.pdf.
Habilidades a serem desenvolvidas nos estudantes em Estágio Supervisionado de cursos da área de Administração 
O Estágio, como atividade estudantil que relaciona o mundo do trabalho ao acadêmico, busca desenvolver algumas habilidades básicas que todo estudante deve alcançar, são elas: 
• Comunicar-se bem, de forma interpessoal, intercultural, expressando-se corretamente nos documentos técnicos específicos; 
• Interpretar a realidade das organizações; 
• Exercer tarefas com criatividade, iniciativa, autonomia na tomada de decisões em contextos e situações profissionais; 
• Ter domínio lógico e quantitativo das atividades relacionadas à gestão; 
• Utilizar adequadamente as ferramentas de Administração e outros recursos tecnológicos; 
• Atuar em equipes; 
• Desenvolver o espírito empreendedor e proativo; 
• Realizar a busca de soluções organizacionais por meio da pesquisa; 
• Realizar atitudes embasadas em princípios éticos, direitos e deveres de cidadania, solidariedade e humanismo. 
http://www.youtube.com/watch?v=XmlUzijN9Vs - Perfil do Administrador do Milênio
Você sabe elaborar um currículo? Veja um modelo a seguir!
Assista alguns vídeos para complementar seus estudos:
· Especial Estágio/Trainee (1/4): como preparar o currículo: https://www.youtube.com/watch?v=BLPDQJmMqNw&feature=relmfu;
· Especial Estágio/Trainee (2/4): prepare-se para a entrevista: https://www.youtube.com/watch?v=YwULlP-UEZE&feature=relmfu;
· Especial Estágio/Trainee (3/4): roupa e maquiagem: https://www.youtube.com/watch?v=O9rYJci-efk&feature=endscreen&NR=1;
· Especial Estágio/Trainee (4/4): atitudes vencedoras: https://www.youtube.com/watch?v=yxnhXNvslyU&feature=relmfu.
Assista agora ao vídeo que ensina a elaborar um bom currículo, disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=cuF0EV4HUeM&feature=related.
4 Áreas de atuação do Estágio Supervisionado em cursos de gestão e negócios
A atuação do estudante na disciplina de Estágio Supervisionado, com atividades práticas e teóricas, pode ser realizada em vários ambientes, tanto empresarial ou organizacional, como no próprio contexto acadêmico que demande a prática profissional.
Institucional: No ambiente institucional, o aluno poderá atuar em algumas áreas da organização (a critério do colegiado do curso, em que se leciona a disciplina de Estágio), como a Administração Financeira, Recursos Humanos, Administração de Recursos Materiais e Patrimoniais, Organização, Sistema e Métodos, Logística, Sistema de Informações Gerenciais e outras.
Magistério: No ambiente do magistério, o estudante poderá atuar como assistente ou monitor de docentes em aulas-laboratórios em cursos de graduação; ministrar aulas em cursos livres e cursos técnicos profissionalizantes, nas disciplinas específicas do curso, limitando-se no máximo a um total de 50 de estágio supervisionado.
Acadêmico de práticas profissionais: No ambiente acadêmico de práticas profissionais, o discente poderá atuar em Empresa Júnior, nos Laboratórios práticos ou Escritórios de Práticas Profissionais, realizando as seguintes tarefas: elaboração de projetos, plano de negócio, que se aprovado com viabilidade de implantação, será de propriedade da própria instância de prática profissional, não caracterizando impedimento da aplicabilidade do mesmo pelo aluno.
Acadêmico-científico da iniciação científica: No ambiente acadêmico-científico da iniciação científica, o estudante poderá atuar, junto ao professor, com sua orientação e acompanhamento, atividades de pesquisa aplicada que relacione as práticas profissionais às teorias aprendidas no curso de formação, como a elaboração de Projeto de Pesquisa Aplicada ao Mercado de sua área, e sua realização, por meio da orientação e entrega de relatório de pesquisa.
5 Modelagens acadêmicas de prática profissional
As modelagens acadêmicas de prática profissional são várias, contudo, as mais usuais são Empresa Júnior, Escritório de Prática Profissional ou Escritório Modelo e Núcleo de Práticas Administrativas.
5.1 Empresa Júnior
Intercursos - abrangem todos os cursos de gestão e negócios.
É uma associação civil sem fins lucrativos, constituída e gerida exclusivamente por alunos de instituições de ensino superior. Presta serviços à comunidade tanto acadêmica como aquela em seu entorno, e desenvolve projetos para empresas e entidades, sob a orientação de professores e profissionais especializados. Pela finalidade da Empresa Júnior ser educacional, por ser uma associação civil sem fins econômicos e, ainda, pela estrutura de baixos custos fixos, os preços praticados são consideravelmente abaixo do preço de mercado. No entanto, a Empresa Júnior deve-se localizar no ambiente da universidade, e todos os projetos e serviços seguem orientação obrigatória de professores ou profissionais da área, com o objetivo de sempre garantir um padrão elevado de qualidade.
O conceito nasceu na França, com o MEJ (Movimento Empresa Júnior), em 1967, e se difundiu no meio acadêmico do Brasil. Em 1969, houve a criação da Confederação Nacional das Empresas Juniores fato consequente à coirmã francesa. Na década de 1980, o modelo francês começou a se desenvolver e se disseminar por todo país. No Brasil, uma das primeiras empresas juniores foi fundada em São Paulo, em 1989, na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP). Na sequência, surgiram empresas na Fundação Getúlio Vargas e na Universidade Federal da Bahia. O movimento Júnior brasileiro expandiu-se tanto, de sorte que, entre 1988 e 1995, criaram-se 100 empresas, número que a França só veio a atingir em 19 anos. Assim, no Brasil, em 2003, foi criada a Confederação Brasileira de Empresas Juniores - a Brasil Júnior, hoje formada por 9 federações espalhadas pelo país. 
5.2 Escritório de Prática Profissional ou Escritório Modelo
O Escritório Modelo é o local onde o estudante irá vivenciar situações e aplicações dos conhecimentos e habilidades desenvolvidas ao longo do curso. Com as atividades práticas que oferecem aos alunos a construção de conhecimento adequado ao exercício profissional, contemplando o programa definido em regulamento próprio.
Com a finalidade de realizar atividades práticas reais ou simuladas, o Escritório Modelo ou de Prática Profissional, não constitui empresa, mas sim um local em que se cria infraestrutura similar à prática profissional. Criado especificamente para a realização do Estágio Supervisionado ou para atividades práticas do curso, desenvolvido durante os 2 anos do curso, geralmente os últimos.
As normas de realização são criadas pela instituição de ensino, e como os estagiários e participantes deverão desenvolver o conteúdo programático do Estágio e demais atividades, como a supervisão e a atuação direta de professores e de especialistas da área, responsáveis pela definição das atividades a serem empreendidas.
A vantagem do Escritório de Prática Profissional é a facilidade de sua implantação, cujo espaço físico e o material humano adequados são seus objetivos principais.
5.3 Núcleo de Práticas Administrativas
O Grupo de Trabalho de Administração instituído pela da Portaria Ministerial nº 4.034/2004 recomendou uma interessante inovação pedagógica, ou seja, a organização do equivalente a um “Núcleo de Práticas Administrativas” que tivesse por objetivo incentivar a adoção de novos modos de integração entre a teoria e a prática da Ciência da Administração, incorporados ao Projeto Pedagógico do curso de Administração.
São exemplos dessas práticas, a Incubadora de Empresas, Incubadora de Ideias, Agência de Projetos, Banco de Projetos ou equivalentes, Simuladores de Jogos Empresariais,além de convênios com entidades ou associações para a realização de atividades que estejam em sintonia com o objetivo do curso e com o perfil do formando desejado.
O que vem na próxima aula
Na próxima aula, você vai estudar:
· O Estágio Supervisionado e sua integração com o Trabalho de Conclusão de Curso;
· Os procedimentos para a integração;
· O Estágio como campo de observação e inovação;
· Alguns relatos de problemas verificados no ambiente de Estágio.
CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
· Compreendeu as distinções entre tipos de estágio e a vinculação acadêmica ou não da atividade;
· Conheceu a Nova Lei de Estágio e seus pressupostos legais;
· Verificou como o Estágio se realiza tanto no mercado de trabalho, em empresas, como no ambiente universitário.
AULA 04 - O ESTÁGIO SUPERVISIONADO E SUA INTEGRAÇÃO COM O TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO (TCC)
OLÁ!
Ao final desta aula, você será capaz de:
1- Verificar como o Estágio é um excelente local para apreensão de problemas de estudo para o TCC;
2- Identificar quais são os processos para que a integração entre Estágio e TCC se realize, por meio da pesquisa aplicada;
3- Compreender como observar problemas de estudo no ambiente de Estágio e de trabalho, com vistas à inovação de resultados;
4- Verificar exemplos de observação de problemas no ambiente de Estágio e de Trabalho.
1 Teoria da Aprendizagem Vivencial
A Teoria da Aprendizagem Vivencial de Kolb (1983) constitui a base teórica de reflexão, para se delinear uma proposta prática para a atividade de Estágio Curricular Supervisionado, vendo-se na pesquisa aplicada o grande elo entre a teoria e a prática para o estudante universitário.
Kolb afirma que é na prática e nas situações experienciais que o indivíduo se desenvolve, reflete e consegue realizar aquilo que aprende em instituições de conhecimento formal. É a pesquisa, com o reconhecimento de um problema bem percebido e definido, que se fixa a possibilidade de solução, onde as experiências do aprendizado se consolidam.  Contudo, inicialmente, deve-se atentar para a integração do Estágio na estrutura curricular e, consequentemente, nos procedimentos para a realização da pesquisa, como forma de integração entre a teoria, aprendida ao longo do curso de graduação e a prática, vivenciada nas disciplinas práticas de formação profissional, como é o caso do Estágio.
Saiba mais: Assista agora ao vídeo Aprender com a vida, disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=7bwAVAQr5TI&feature=related.
RELATÓRIO ACADÊMICO-CIENTÍFICO-PROFISSIONAL
O Estágio, nesta concepção, possui como objetivo a solução de um problema percebido e verificado na realidade da empresa, com vistas à formação profissional. Nesta análise, é absolutamente passível de se transformar essa atividade desenvolvida em relatório acadêmico-científico-profissional que resulte em uma monografia, um artigo, um relatório de campo, como estudo de caso, entre outras possibilidades.
RELATÓRIO DE OBSERVAÇÃO EMPRESARIAL
A lógica apresentada determina que a atividade de produção acadêmica de prática científica para conclusão do curso seja decorrente da disciplina Estágio, pois desde lá, o problema foi detectado e se buscou uma solução e resultados em TCC. Assim, a disciplina de Estágio assume a responsabilidade de pensar sobre o problema real da empresa ou local de estágio ou de trabalho, por meio de um relatório de observação empresarial e, a partir daí, a produção de um projeto para o Trabalho de Conclusão de Curso – TCC.
Subsequente ao Estágio, independente de se chamar Estágio II, TTC ou TCC, virá a disciplina, em que se executará o projeto de trabalho de conclusão do curso, constituindo-se, Estágio e TCC em disciplinas de supervisão à prática profissional e à produção do trabalho acadêmico-científico final.
Em termos acadêmicos, o estudante ficará mais bem orientado e terá mais tempo para a elaboração de seu trabalho, posto que haverá quase um ano para elaborá-lo, já que a atividade de Estágio se localiza, no 7º período, na matriz do curso de Administração.
2 Estágio Curricular
Servindo como base para a conclusão do Curso de Administração, e sendo obrigatório ao aluno, o Estágio Curricular deve se relacionar a, pelo menos, duas disciplinas que fazem parte do Currículo, identificando-se com a área de pesquisa pretendida pelo estudante.
Assim, o tema a ser investigado e sua devida problematização, também, devem estar relacionados. Com essa atitude, o Estágio passa a referendar as linhas de pesquisa e de maior vocação do curso em que se insere.
Diferente do que se pratica na realização do Trabalho de Conclusão de Curso, como relato geralmente teórico, em que o aluno fica a imaginar problemas que “ouviu falar” ou “lhe contaram”, sem qualquer vínculo com a sua realidade e a vivência, a nova proposta de atividade de pesquisa, em cumprimento às disciplinas práticas, exigirá uma nova mentalidade na vinculação empresa x ensino superior.
Isso levará o aluno a realizar pesquisa social aplicada, cuja empresa ou local de estágio será o ponto de partida para a constatação do problema real a ser resolvido, por meio do instrumental de conhecimentos e habilidades aprendidas pelo estudante, através de método científico, ao longo da sua graduação.
3 Estágio Curricular Supervisionado
O estágio curricular supervisionado será realizado nas seguintes etapas:
4 O Método Científico e sua forma simplificada de conhecer a realidade
O Método Científico é um conjunto de processos para conhecer a realidade do mundo, dentro de representações precisas, confiáveis, consistentes, levando a resultados úteis e mais ou menos exatos de forma a dar solução a alguns problemas do homem e da sociedade. Alguns simples passos do Método Científico:
· Perceba um problema no universo: Ele pode estar próximo a você. Represente esse problema por meio de uma pergunta.
· Pesquise sobre o problema: Tente responder a estes questionamentos: O que preciso para resolver o meu problema? O que sei e preciso saber sobre o meu problema? Assim, conheça sobre o problema.
· Formule uma possível solução para o problema: A hipótese geralmente é a resposta mais simples e evidente que lhe vem à mente.
· Teste a possível solução (hipótese): Teste por meio de elementos que possam comprová-la, apresentando evidências da prova.
· Tire conclusões: Suas percepções sobre as provas alcançadas.
5 Profissionais envolvidos na atividade de Estágio Supervisionado
Na perspectiva dos profissionais envolvidos na atividade de Estágio Supervisionado, serão importantes algumas condições, para viabilizá-lo.
Universidade ou IES
· A Universidade ou IES, responsável acadêmica pela realização do estágio curricular, necessita criar alguns suportes para a melhor realização da atividade:
· Dedicação de Orientadores-Supervisores (professores e tutores do curso) que   garantam a qualidade da proposta do aluno (projeto) e seu resultado;
· garantia de confiabilidade e confidencialidade dos dados levantados;
· disponibilidade de tempo, prevista na carga horária do aluno, nos períodos em que as disciplinas são alocadas;
· qualidade de ensino e busca de identidade e reconhecimento com a área de pesquisa aplicada;
· integração entre as disciplinas de fundamentação acadêmico-científica como, Metodologia Científica, Análise e Avaliação de Projetos e as disciplinas práticas de Estágio e TCC.
Empresa
· A empresa, concedente da atividade, deve criar elementos de ambientação e infraestrutura para que tudo se realize da melhor forma, de modo a usufruir dos resultados alcançados:
· Criação de um setor de supervisão de estágio, que conte com profissionais preparados para receber o aluno, facilitar a coleta de dados e sua permanência  na empresa;
· O orientador/supervisor na empresa deve possibilitar ao estudante o conhecimento da organização e as informações sobre a mesma (profissional que acompanha ao aluno em suas atividades);
· Confiabilidade no trabalho do estagiário, como formação profissional;
· Permanente contato dos orientadores/supervisores das universidades e das empresas.
As atividades

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