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Fernando Pessoa e o Anticapitalismo

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Fundação Centro de Ciências e Educação a Distância do Estado do Rio de
Janeiro
Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro
Universidade Federal Fluminense
Curso de Licenciatura em Letras- UFF / CEDERJ
Disciplina: Literatura Portuguesa II
Coordenador: Prof. Luis Maffei
Avaliação a distância 2 - 2021/ 1
Questão única valendo 10 pontos, sendo consideradas também a objetividade, clareza, coerência, coesão e correção dos textos.
1 – Fernando Pessoa, como você sabe, foi um “indisciplinador de almas”. Tendo em conta esse epíteto e, sobretudo, o que você conhece da obra pessoana, você considera que algo nela é um gesto anticapitalista? Sim? Não? Por quê?
Resposta:
 Distinguir e rotular o porta Fernando Pessoa politicamente é muito difícil, com sua vasta obra que temos disponibilizada aos nossos olhares, seus heterônimos e personalidades que dividiam e caracterizaram suas obras em diversos aspectos e movimentos literários. Seus poemas e prosas são um quebra-cabeça e uni-los em um só movimento e pensamento seria incoerente. Mas visando sua fama de "disciplinador de almas" e as características do sistema anticapitalista, que envolvem artistas dependentes da Lei Rouanet, pessoas frustradas por não atingirem seus objetivos e conseguirem uma cadeira importante nas organizações e até os intelectuais que, por exemplo, consideram um absurdo um jogador de futebol ganhar um salário exorbitante enquanto ele que estudou sua vida toda é assalariado, consideraríamos sim, um tanto anticapitalista sua obra.
Não por se enquadrar em nenhum desses grupos, mas por tê-lo como um homem reservado demais, já que temos poucos registros de sua vida pessoal, podendo exemplificar isso em um prêmio que ganhou pela publicação de "A mensagem" e não foi receber. Pessoa era exilado, intelectual, elitista, contrário a qualquer intromissão do Estado na ecônomia, também não o vejo muito como defensor do povo.
"Ai que prazer
Não cumprir um dever
Ter um livro pra ler
E não fazer!
Ler é maçada,
Estudar é nada...
Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma...
O mais do que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças
Nem consta que tivesse biblioteca."
Temos aqui um Pessoa que relata a vida fácil e boa de "não cumprir um dever", um personagem que pode ser interpretado por um colarinho branco, nascido em berço de ouro, não necessitando de trabalho duro para conseguir algo na vida. 		
Ainda no mesmo poema, vemos sua visão que não acredita que o esforço e o conhecimento podem mudar a vida financeira de alguém "estudar é uma coisa em que está indistinta. A distinção entre nada e coisa nenhuma." 
E por fim, ironicamente, Fernando coloca uma figura religiosa e histórica como Jesus no lugar de leigo em finanças, que é mais uma característica do movimento anticapitalista. Portanto, Fernando Pessoa tem nuances do movimento anticapitalista nas entrelinhas de várias obras escritas.

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