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Kaliane Oliveira Escherichia coli Família: Enterobacteriaceae; Bacilos anaeróbios facultativos; Não formam esporos; Apresentam flagelo (com exceção das cepas EIEC); Hábitat primário o trato intestinal de animais de sangue quente e de homens; Pode fermentar glicose com produção de ácido e gás, algumas fermentam também a lactose; E. coli no alimento indica que o alimento tem uma contaminação microbiana de origem fecal e, portanto, está em condições higiênicas insatisfatórias; Apresentam antígenos somáticos O (+170 tipos), antígenos flagelares H (46 tipos) e antígenos capsulares K (100 tipos); DTA infecciosa. Linhagens patogênicas ao homem: EPEC - Eschericha coli Enteropatogênica Clássica: Importante microrganismo causador de gastrenterite em crianças abaixo de 1 ano; Recém-nascidos e as lactentes jovens são mais susceptíveis à infecção; Sintomas: a diarreia aquosa que contém muco e não sangue, causada pelo EPEC é, clinicamente, mais grave, estando, geralmente, acompanhada de dores abdominais, vômitos e febre, durando de 6h a 3 dias (média de 24h), com período de incubação variando entre 17 e 72h (média de 36h); O mecanismo de patogenicidade é a adesão às células intestinais (mediada por plasmídeo através do fator de enteroaderência – EAF- e promove uma adesão localizada). Ocorre também destruição das microvilosidades provocada por uma proteína (de origem cromossomal) chamada intimina; A virulência está associada à capacidade de adesão à mucosa do intestino e à destruição das microvilosidades das células intestinais. EIEC – E. coli enteroinvasiva: Importante causador de gastrenterite em crianças mais velhas e adultos; Não apresenta flagelos; Realiza fermentação tardia da lactose ou não realiza; Semelhante a infecção causada pela Shiegella; Dose infectante: 106 a 108 células; Sintomas: disenteria (eliminação de muco e sangue nas fezes), cólicas abdominais, febre e mal estar geral. Com período de incubação entre 8 e 24h; O seu mecanismo de patogenicidade ocorre com a adesão e invasão do enterócito, multiplicação e destruição da célula com invasão das vizinhas. Essa invasão celular é mediada por uma proteína; Disenteria: eliminação de sangue e muco nas fezes Diarreia: fezes aquosas que podem ou não conter muco. ETEC – E. coli enterotoxigênica: Kaliane Oliveira Atinge pessoas de todas as faixas etárias, principalmente em países ou regiões subdesenvolvidas; É o principal agente etiológico da “diarreia do viajante”; As cepas são capazes de produzir enterotoxinas (citotônicas) que causam a doença; Dose infectante: 106 a 108 células; Sintomas: diarreia aquosa que lembra um caso de cólera, febre baixa, dores abdominais e náuseas. Com período de incubação entre 8 a 44h; As fezes são tão aquosas que chegam a lembrar da “água de arroz”. O mecanismo de patogenicidade é a adesão aos enterócitos onde produzem toxinas que causam a doença. EHEC- E coli entero-Hemorrágica: Atinge todas as faixas etárias; O gado é o reservatório natural de EHEC, por isso, é comum o envolvimento de alimentos dessa natureza; As principais cepas pertencem aos sorotipos O157:H7 e O26:H11; Dificuldade de multiplicação em temperatura de 44,5 a 45,5°C; Sintomas: colite hemorrágica (dores abdominais severas, ausência de febre, diarreia aguda e sanguinolenta – muito sangue). O período de incubação é entre 3 e 9 dias; O mecanismo utilizado de patogenicidade é a produção de citotoxinas denominadas verotoxinas (VTs), ou Shiga-like (SLTs) – semelhante a toxina produzida pela Shigella. Ela destrói as microvilosidades. EAggEC – E. coli enteroagregativa: Crescem aderindo umas as outras, como tijolos empilhados (por isso o nome); Capazes de produzir enterotoxinas LT e ST que são diferentes das produzidas pela ETEC; Parece estar associada com casos crônicos de diarreia, sendo a segunda causa da diarreia do viajante; O mecanismo de patogenicidade é a adesão à mucosa intestinal, a nível de cólon, invasão, resultando em inflamação, febre e algumas vezes disenteria semelhante à da Shigella; Salmonella Pertence à família Enterobacteriaceae; Não produz esporos; Bacilos anaeróbio facultativo; Produz gás a partir de glicose (exceto S. typhi) e é capaz de utilizar o citrato como única fonte de carbono; Provoca DTA infecciosa; A maioria é móvel, através de flagelos pritríquios (exceto S. pullorum e S. gallinarum que são imóveis); pH ótimo próximo de 7,0, valores superiores a 9,0 e inferiores a 4,0 são bactericidas; Não tolera concentrações de sal superiores a 9%; Temperatura ideal entre 35-37°C, sendo a mínima de 5°C e a mínima de 47°C; Dose infectante: 103 UFC/g de alimento; Período de incubação: S. typhi (10 a 14 dias), demais salmoneloses (12 a 36h); TGI do homem e de animais consiste no principal reservatório natural. Entre os animais, as aves (galinhas, perus, patos, gansos) são o reservatório mais importante, podendo ser assintomáticas, excretando continuamente Kaliane Oliveira salmonelas nas fezes, podendo causar contaminação cruzada nos abatedouros de aves. Os animais domésticos (cães, gatos, pássaros) podem ser portadores, representando um grande risco; S. typhi é encontrada apenas em humanos Os alimentos mais perigosos são carne, leite cru ou inadequadamente pasteurizado, queijos, ovos; O calor é uma forma eficiente para a destruição das salmonelas nos alimentos. A composição do alimento é muito importante, a presença de sacarose, pode dobrar a resistência térmica de S. typhimurium, a presença de água, em ambiente úmido a resistência é muito inferior àquela em ambiente seco. Patologias: Febre tifóide: causada por Salmonella typhi, acomete somente homens, sendo normalmente transmitida pela água e alimentos contaminados com material fecal humano. Os sintomas (graves) incluem: septicemia (multiplicação no sangue), febre alta, diarreia, cefaleia e vômitos que podem durar até 8 semanas. Pode acontecer perfurações e ulcerações na parede intestinal e sepse. O reservatório de S. typhi é o homem, algumas pessoas se tornam portadores durante muito tempo após a eliminação dos sintomas, eles costumam ser a principal fonte de contaminação de água e alimentos e se alojam, principalmente, no baço e no fígado; Febre entérica: causada por Salmonella paratyphi (A,B,C): semelhante à febre tifóide, mas os sintomas clínicos são mais brandos, septicemia, febre, vômitos e diarréia, durando, no máximo 3 semanas Febre entérica e tifóide podem ser causadas por consumo de leite cru, vegetais crus e marisco. A entérica ainda pode ser causada ovos. Enterocolite ou Salmonelose: causada por demais salmonelas, os sintomas incluem: diarreia, febre moderada, dores abdominais e náuseas às vezes acompanhadas por vômitos, esses sintomas aparecem, em média, 12 a 36h após o contato com o MO, durante 1 a 4 dias. Em crianças pequenas e recém-nascidos, pode ser bastante grave, já que a Salmonella pode atingir a corrente circulatória e provocar lesões em outros órgãos. No adulto, algumas patologias, quando presentes, podem agravar a doença. Nos animais, as manifestações clínicas são semelhantes, os animais infectados, podem excretar números elevados de Salmonella nas fezes, no leite e no sangue. Nos bovinos, a doença é caracterizada por febre, fezes diarréicas, anorexia, depressão e redução da produção de leite. Nos suínos, pode haver contaminação por S. choleraesuis e S. typhimurium, com sintomas como enterocolite, que frequentemente evolui para septicemia, com elevados índices de mortalidade. As aves, principalmente as jovens, também são susceptíveis, causando grande perda de animaisem granjas. Campylocacter jejuni/ coli/ lari São bacilos curvos, espiralados, muitos finos e compridos; Flagelo único polar que tem 2 a 3x o comprimento da célula – movimento em saca-rolha ou vaivém; Não forma esporos; Não fermenta e nem oxida açúcares; Kaliane Oliveira Obtém energia de aminoácidos e ácidos tricarboxílicos; Oxidase positivo e redutor de nitrato; Micoaerofilia, requerendo tensão baixa de oxigênio para a sua multiplicação (5% de O2 ideal) – crescimento é interrompido quando a concentração de O2 é menor que 3% e maior que 15%; São capnofólicos, requerendo cerca de 10 % de CO2 para a sua multiplicação; Temperatura 30 – 47°C; Sensíveis a sal (não se multiplicam em meios contendo 2% de NaCl, se mantidos a 30°C ou 35°C, já a 44°C, são sensíveis a 1% de NaCl), pH ácido e desidratação; Ocasionam enterocolite similar as outras com vômito raro e tempo de incubação de 2-5 dias até 10 dias; O mecanismo de patogenicidade não é totalmente esclarecido, a sua patogenicidade é multifatorial; C. jejuni e C. coli são MO comensais do TGI de uma grande variedade de animais domésticos e silvestres, sendo isolados em bovinos, suínos, gatos, roedores e, principalmente, de aves (pombos, frangos, patos, perus), além disso, portadores com infecções ativas podem transmitir diretamente e os alimentos e água contaminada indiretamente. C. lari faz parte da flora intestinal de gaivotas e de outras aves e ambientes aquáticos e, menos frequentemente, de mamíferos. Shigella Similar a E.coli (mas a E.coli não causa disenteria); Não forma esporos; Temperatura de 10-40°C; Toleram 5-6% de sal; A doença por ela causada é de transmissão fecal-oral que tem um período de incubação 1-7 dias. Causa diarreia sanguinolenta e com muco e, em casos graves, tenesmo (faz força, mas não sai fezes), toxemia, até convulsões em <4°C; Em relação ao mecanismo de patogenicidade, além de aderir às células epiteliais do intestino grosso, mais especificamente, do íleo terminal e do cólon, atuam invadindo e multiplicando-se no interior dessas células, destruindo-as no processo, mas muito raramente atingem a lâmina própria; A contaminação de alimentos ou água com Shigella indica contaminação recente com fezes humanas, devido a fragilidade do MO. Yersinia enterocolitica Família: Enterobacteriaceae; Psicrotrófica (alimentos refrigerados de origem animal são importantes fatores de risco); Doença: causada por via oral, com incubação de 1-7 dias, a área afetada ileocecal: com febre, dores abdominais, diarreia sanguinolenta (as vezes), náuseas e vômitos; infecções extra- intestinais: septicemia, artrite, lúpus eritematoso, glomerulonefrite, endocardite, eritema nodoso, síndrome de Reiter; Suínos são considerados a principal fonte de sorotipos patogênicos de Y. enterocolitica para o homem; A patogenicidades das cepas virulentas ocorre através da invasão da mucosa intestinal provocando os sintomas característicos de gastrenterite. Kaliane Oliveira Vibrio cholerae/ parahaemolyticus/ vulnificus Família: Vibrionaceae Bacilos curvos ou retos; Flagelo único polar; Fermenta glicose sem produzir gás, produz oxidase e catalase; O Vibrio cholerae causa a cólera: diarreia aquosa profusa que em casos graves pode causar desidratação intensa, colapso e morte. O tempo de incubação é de 6h a 5 dias. Muito comum na água O Vibrio parahaemolyticus: é um bacilo curvo ou reto, de flagelo único, pode ter flagelos laterais em meios sólidos, é anaeróbio facultativo, não forma esporos, é sensível ao calor, desidratação pelo frio (controvérsias) e halófila facultativa. Comum em peixes, crustáceos e moluscos contaminado. Causa gastroenterite branda: diarreia, câimbras abdominais, náuseas, vômitos, desinteria (incubação de 4-96h) e infecções extra-intestinais: feridas, olhos, ouvido e sangue. O Vibrio vulnificus: é um bastonete, algumas formas em forma de vírgula, é halófila. Está presente em peixes, crustáceos, moluscos contaminados e ostras cruas. Esse microrganismo tem um alto poder de invasão, mortalidade e de infectar lesões. Aeromonas hydrophila Tolerante ao sal – desenvolve-se na presença de 4% de NaCl quando a temperatura é de 28°C, em concentrações de NaCl superiores a 1,5% a velocidade de crescimento é menor e a tolerância ao sal é diminuída quando a temperatura é de 5°C; Mesófila – temperatura ótima de crescimento 28°C e máxima de 42°C; Faixa de pH para o crescimento é de 4,0 – 10,0, sendo mais tolerantes a ácidos na temperatura de 28°C do que a de 4°C; Anaeróbios facultativos; Flagelo polar; Heterotróficos, produtoras de oxidase e catalase e fermentadoras de carboidratos, com produção de ácido e de gás; Contamina principalmente imunodeprimidos; Está presente em fezes de pessoas com diarreia; A doença, normalmente, é branda, diarreia aquosa e febre branda (semelhante a cólera), disenteria (muco e sangue), é capaz de causar septicemia, meningite, infecções de feridas e no trato respiratório e urinário; Presente em alimentos de origem animal, como peixes, camarão, ostra, caranguejos, carnesm frangos e leite, além de carne de porco e de vaca embaladas a vácuo, carnes cozidas, saladas pré- preparadas e água mineral engarrafada; Produzem dois tipos de enterotoxina: uma citotônica, semelhante à da cólera, e uma citotoxina. Plesiomonas shigelloides Bacilos; Anaeróbio facultativo; Catalase e oxidase positivos e fermentadora de açúcares; A doença é semelhante a outras infecções e tem incubação de 1-2 dias; Os surtos de enterite com bactérias desse gênero estão relacionados a alimentos, como: peixe salgado, caranguejos, ostras cruas ou assadas.
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