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Carimo Gorges Armando Alberto Fisiologia do aparelho reprodutor Masculino e Feminino Licenciatura Em Agropecuária 1º Ano Universidade Licungo Quelimane 2021 Carimo Gorges Armando Alberto Fisiologia do aparelho reprodutor Masculino e Feminino Trabalho de caracter avaliativo a ser apresentado na Faculdade de Ciências Agrárias, Departamento de Ciências Agronómicas, na Cadeira de Fisiologia Animal, leccionada pelo Dra. Hermenegilda Petersburgo e Professora Dra. Brígida Singo. Universidade Licungo Quelimane 2021 Índice 1. Introdução ............................................................................................................................ 3 2. Objectivos ............................................................................................................................ 3 2.1. Objectivo Geral .................................................................................................................... 3 2.2. Objectivos específicos ......................................................................................................... 3 3. Metodologia ........................................................................................................................ 3 4. Sistema Genital Masculino .................................................................................................. 4 4.1. Escroto ............................................................................................................................. 5 4.2. Testículos ......................................................................................................................... 5 4.2.1. Epidídimo ........................................................................................................................ 6 4.2.2. Ductos Genitais................................................................................................................ 7 4.3. Vesícula seminal .............................................................................................................. 7 4.4. A próstata ......................................................................................................................... 8 4.5. Uretra ............................................................................................................................... 8 4.6. Pénis................................................................................................................................. 9 5. Efeitos colaterais do uso esteroides .................................................................................. 9 6. Controle espermatogênico .............................................................................................. 10 7. Cronologia do Desenvolvimento sexual ........................................................................ 11 8. Diferenciação sexual ...................................................................................................... 11 9. Sistema reprodutor feminino .......................................................................................... 12 9.1. Ovários........................................................................................................................... 13 9.2. Útero .............................................................................................................................. 14 9.3. Vagina ............................................................................................................................ 14 9.3.1. Clitóris ........................................................................................................................... 16 10. Controle hipofisário e hipotalámico da função testicular e ovariana ............................ 17 10.1. Alteração uterina durante o ciclo menstrual .................................................................. 17 11. Alteração uterina durante a Gravidez ............................................................................ 18 12. Meios possíveis para evitar fertilidades no homem e na mulher ................................... 18 13. Conclusão ...................................................................................................................... 20 14. Bibliografia .................................................................................................................... 21 3 1. Introdução O presente trabalho ira abordar sobre o sistema reprodutor humano. O ser humano apresenta a reprodução sexuada e é por meio dela que existe uma troca de material genético entre indivíduos da mesma espécie. Através da fecundação pode-se criar um novo ser humano. O aparelho reprodutor masculino é constituído por algumas estruturas, sendo elas: testículos, ductos genitais, glândulas acessórias e pênis. Nesse sentido, vale ressaltar que uma das estruturas, o testículo, possui uma função dupla, ou seja, produção de hormônios sexuais e de espermatozoides. Dessa forma, sabe-se que a testosterona e seu metabólito, produzidos no testículo, possuem uma importante função na fisiologia masculina, pois têm papel essencial na espermatogênese e na diferenciação sexual quanto ao sistema genital feminino é formado por órgãos genitais internos situados no interior da pelve - ovários, tubas uterinas, útero e vagina e órgãos genitais externos - lábios menores do pudendo, lábios maiores do pudendo, clitóris, bulbo do vestíbulo e glândulas vestibulares. 2. Objectivos 2.1. Objectivo Geral Compreender a fisiologia do aparelho reprodutor humano 2.2. Objectivos específicos Descrever a localização, a estrutura e as funções dos órgãos genitais Masculinos e femininos; Mencionar os feitos dos esteroides sexuais; Diferenciar estruturas dos sistema reprodutor. 3. Metodologia A metodologia opcionada para a realização deste trabalho foi o método descritivo, esta opção justifica o facto do método escolhido permitir uma descrição clara e flexível em relação as ideias que foram reunidas e analisadas neste trabalho. Enquanto procedimento, o trabalho realizou-se por meio da observação directa e indirecta. 4 4. Sistema Genital Masculino Segundo JUNIOR & VISCONTI, (2010), sistema reprodutivo masculino é constituído por vários órgãos individuais que agem em conjunto para produzir espermatozoides e depositá-los no trato reprodutivo feminino. Os órgãos genitais são constituídos de: a) Dois testículos, cada qual dentro do escroto (pele e túnica dartos), bem como envolto pelos outros envoltórios testiculares, os quais a túnica vaginal e túnica albugínea. b) Dois epidídimos. c) Dois ductos deferentes d) Glândulas sexuais acessórias - as glândulas sexuais acessórias incluem um par de ampolas, um par de vesículas seminais, bem desenvolvidas em ruminantes (glândulas vesiculares), a próstata e um par de glândulas bulbouretrais. Os cães possuem apenas próstata. e) Pênis (órgão copulador) - possui glande, revestido de prepúcio (pele e mucosa), corpo cavernoso (preenchimento de sangue para ereção, exceto em animais com pênis fibrelástico) corpo esponjoso e músculo retrator. Figura 1. Estrutura do sistema reprodutor masculino. Fonte: (JUNIOR & VISCONTI, 2010). 5 4.1. Escroto A bolsa escrotal é uma seculação pendente da junção entre o períneo e a região abdominal inferior. Sua função é conter o testículo fora da cavidade corporal, cuja temperatura é superior à ótima para a manutenção dos espermatozóides. No escroto há uma camada muscular lisa, os dartos, que o corruga quando contraída. A bolsa escrotal é dividida, por septo, em compartimentos para cada testículo e uma serosa vaginal, derivada da cavidade abdominal. Esta túnica vaginal, levantada por trás pelo testículo e pelo epidídimo, reveste-oscomo folheto visceral e reflete-se como folheto perital, profunda, da bolsa escrotal. A cavidade virtual da serosa é úmida, pra movimento suave do testículo dentro de sua bolsa (JUNIOR & VISCONTI, 2010), Figura 2. Estrutura do escroto e testículos. Fonte: Fonte: (JUNIOR & VISCONTI, 2010). 4.2. Testículos São as gônadas masculinas. Cada testículo é composto por um emaranhado de tubos, os ductos seminíferos Esses ductos são formados pelas células de Sértoli (ou de sustento) e pelo epitélio germinativo, onde ocorrerá a formação dos espermatozóides. Em meio aos ductos seminíferos, as células intersticiais ou de Leydig (nomenclatura antiga) produzem os hormônios sexuais masculinos, sobretudo a testosterona, responsáveis pelo desenvolvimento dos órgãos genitais masculinos e dos caracteres sexuais secundários É envolvido por uma cápsula de tecido conjuntivo denso, a túnica albugínea, que é espessada no dorso do testículo 6 onde forma o mediastino, de onde partem os septos fibrosos. Esses septos penetram o testículo, dividindo-o em 250 compartimentos piramidais, conhecidos como lóbulos testiculares, mas esses septos, no geral, são incompletos, havendo comunicação entre os lóbulos (TORTORA, 2000). Os túbulos seminíferos são dispostos em alças e suas extremidades se continuam com os túbulos retos, responsáveis por conectar os seminíferos com a rede testicular no mediastino do testículo.10 a 20 ductos eferentes conectam a rede testicular ao início da porção seguinte, o ducto epididimário (idem). 4.2.1. Epidídimo Estruturas com formato de vírgulas situadas sobre os testículos. São formados pela reunião dos pequenos tubos testiculares. No seu interior acaba de amadurecer os espermatozóides. É a região em forma de “C” ou vírgula onde ocorre a maturação dos espermatozoides, além disso, este canal também armazena os espermatozoides e os conduz ao canal deferente através de movimentos peristálticos (contração muscular). Os espermatozoides permanecem por pelo menos 3 dias para receberem as caudas e os nutrientes dentro dos canais enrolados do epidídimo (TORTORA, 2000). Figura 3. Estrutura do aparelho reprodutor masculino. Fonte: (SILVERTHORN, 2010) 7 4.2.2. Ductos Genitais São os ductos responsáveis por transportarem os espermatozoides do testículo para o meato do pênis, sedo eles: ducto ependidimário, ducto deferente e a uretra. O ducto do epidídimo é um tubo único, altamente enrolado, que mede de 4 a 6 metros de comprimento e, junto com o tecido conjuntivo circunvizinho e vasos sanguíneos, forma o corpo e a cauda do epidídimo, uma estrutura anatômica com cápsula própria, formada por epitélio colunar pseudoestratificado, composto por células basais arredondadas e células colunares (com sua superfície coberta de microvilos, os estereocílios). A extremidade do ducto do epidídimo origina o ducto deferente, que termina na uretra prostática. Esse ducto possui um lúmen estreito e uma espessa camada de músculo liso, sua mucosa forma dobras longitudinais e, ao longo da maior parte de seu trajeto, é coberta de um epitélio colunar pseudoestratificado com estereocílios. Vale destacar que, o músculo liso desse ducto sofre contrações peristálticas que participam da expulsão do sêmen durante a ejaculação (BARBOSA, 2010). O canal deferente tem a função armazenar e de transportar os espermatozoides em direção à uretra no momento do ato sexual. Além disso, ela ainda é responsável por reabsorver aqueles espermatozoides que não foram expelidos (idem). 4.3. Vesícula seminal As vesículas seminais são duas glândulas que produzem um líquido viscoso alcalino (o líquido seminal), elas localizam-se abaixo da bexiga. O líquido seminal vai se misturar ao líquido produzido pela próstata e aos espermatozoides vindos do canal deferente, para formar o sêmen. É o local onde se produz a maior quantidade (60%) do líquido seminal. Esse líquido nutre os espermatozoides e facilita sua mobilidade (BARBOSA, 2010). São líquidos alcalinos, portanto que fazem com que o sêmen seja também seja alcalino. Isto é muito importante, pois o trato vaginal é ligeiramente ácido. Dessa forma, quando o sêmen é depositado na vagina a alcalinidade ajudam a neutralizar a acidez do trato vaginal. Quando isso acontece os espermatozoides têm uma chance melhor de sobreviver e alcançar o óvulo para fertilização (idem). 8 4.4. A próstata Estrutura única situada perto das vesículas seminais e por debaixo da bexiga. No interior da próstata os canais deferentes desembocam na uretra. A próstata produz também um líquido que protege, alimenta e facilita a mobilidade dos espermatozóides (GINGOLANI & HOUSSAY, 2004). Chama-se líquido prostático. O conjunto formado pelo líquido seminal e prostático e pelos espermatozóides constitui o sêmen ou o esperma, líquido branco e espesso que sai durante a ejaculação através da uretra. A próstata, situada sob a bexiga, rodeia a porção inicial da uretra, de cujas paredes se originou; sua múltipla glândula, que secretam a maior parte do líquido seminal, abre-se na uretra prostática. Seu estroma é rico em musculatura lisa que, na eminência da ejaculação, contrai e expulsa a secreção. Os ductos ejaculadores convergem e abre-se na parede posterior da uretra prostática (GINGOLANI & HOUSSAY, 2004). 4.5. Uretra Nos homens, a uretra é o dueto terminal compartilhado dos sistemas urinário e genital; serve como via de passagem para o sêmen e a urina. Medindo aproximadamente 20 cm de comprimento, passa pela próstata, músculos transversos profundos do períneo e pênis, e é subdividida em três partes. A parte prostática da uretra mede 2 a 3 cm de comprimento e passa pela próstata, possui a função de conduzir e expedir o esperma durante o processo de ejaculação. Também é responsável por expelir a urina (GINGOLANI & HOUSSAY, 2004). Figura 4. Estruturas internas do aparelho reprodutor masculino. 9 Fonte: (GUYTON e HALL, 2011). 4.6. Pénis O pénis corresponde ao órgão copulador masculino, isto é, faz a transferência dos espermatozoides para o interior do sistema genital feminino. É formado por massas de tecido esponjoso eréctil, denominadas corpos cavernosos, que promovem a ereção masculina durante o ato sexual por ficarem cheios de sangue. A parte anterior do pénis é chamada de glande, na qual existe a abertura do canal da uretra, por onde são eliminadas a urina e o sémen ou esperma. O prepúcio é uma dobra de pele que recobre a glande. Em muitos homens, o prepúcio é retirado por uma cirurgia denominada operação de fimose, em razão de favorecer o acumulo de secreções e, consequentemente, provocar infeções na região da glande. Abaixo do pénis e, em sua região posterior encontra-se a bolsa ou saco escrotal, que aloja e protege os testículos em seu interior. Os testículos correspondem a gonadas masculinas, nas quais ocorre a produção das gametas masculinos (espermatozoides), processo esse denominado espermatogénese. No saco escrotal, os testículos permanecem numa temperatura cercas de 2 °C inferior a temperatura abdominal. A migração dos testículos, da cavidade abdominal, onde surge, ate o saco escrotal, dá-se no final da gestação ou nos primeiros meses de vida. É através do pênis (uretra) que o sêmen é expelido. Além de servir de canal para ejaculação, é através deste órgão que a urina também é expelida. O prepúcio é uma dobra de duas camadas da pele e mucosa que cobre a glande do pênis e protege o meato urinário, quando o pênis não está ereto. 5. Efeitos colaterais do uso esteroides Embora o uso de esteróides anabolizantes possa ser benéfico para determinados casos e até mesmo em alguns tipos de desempenho atlético, vários problemas importantes, a respeitos de seus efeitos colaterais, devem ser analisados. Um dos efeitos do consumo de esteróides é, a atrofia dos testículos. Quando se consome a testosterona sintética,o organismo suspende o comando de liberação de gonadotrofina pela hipófise e, consequentemente, as funções dos testículos, onde se fabrica a testosterona e os espermatozóides. A partir daí, pode vir a ocorrer também a esterilidade masculina e feminina. 10 O número de espermatozóides é reduzido (são necessários de seis a 30 meses para que o homem volte a produzir espermatozóides) e pode causar também a impotência. No homem: os testículos diminuem de tamanho, a contagem de espermatozóides é reduzida, impotência, infertilidade, calvície, desenvolvimento de mamas, dificuldade ou dor para urinar e aumento da próstata. Na mulher: crescimento de pêlos faciais, alterações ou ausência de ciclo menstrual, aumento do clítoris, voz grossa, diminuição de seios. No adolescente: maturação esquelética prematura, puberdade acelerada levando a um crescimento raquítico. 6. Controle espermatogênico Existem uma série de interações complexas locais entre as células de Sertoli e células germinativas; as células germinativas e peritubulares e; células de Sertoli e de Leydig. Essas interações servem para dois propósitos: coordenar as funções dos três compartimentos testiculares (túbulos seminíferos, interstício e vasos) e controle de uma complexa, mas ordenada, sequência de eventos que constituem o ciclo espermatogênico (SHARPEL, 1986). A regulação da espermatogênese envolve tanto mecanismos endócrinos como parácrinos. Conforme será descrito posteriormente, a estimulação endócrina envolve o hormônio folículo estimulante (FSH) e hormônio luteinizante (LH), e uma ação através da testosterona, produzida pelas células de Leydig. A espermatogénese e produção de hormônios sexuais é regulada pelo hipotálamo- hipófise- testicular (HHT), pela liberação do GnRH, LH e FSH, como também os produtos dos testiculos (testosterona, diidrostestosterona-DHT, estradiol e inibina). O LH estimula a síntese de testosterona pelas células de Leydig, que, na forma de DHT e estradiol, atuam em diferentes estágios de espermatogénese nas células de Sertoli. O FSH atua nas células de Sertoli, ambiente celular necessário para a nutrição e manutenção dos gametas em diferenciação (TORTORA, 2010). O controlo da reprodução nos homens é feito pelos produtos dos testículos. Os andrógenos (testosterona) controlam por retroalimentação negativa a liberação de LH e GnRH, enquanto o hormônio inibina produzido pelas células de Sertoli regula os níveis circulantes de FSH (idem). 11 7. Cronologia do Desenvolvimento sexual POTTER e PERRY (2004) escrevem que crescimento, desenvolvimento, maturação e diferenciação dependem de uma sequência de influências endócrinas, genéticas, constitucionais e nutricionais. Os estágios do crescimento e desenvolvimento – períodos etários – seriam: I – Período pré-natal: da concepção ao nascimento. a) Período germinativo: da concepção até aproximadamente duas semanas de gestação. b) Período embrionário: da segunda à oitava semanas. c) Período fetal: da oitava semana ao nascimento. II – Período de lactente: do nascimento até os 12 / 18 meses de vida. a) Neonatal: do nascimento até o 28º dia de vida. b) Lactente: do 1º até o 12º mês de vida. III – Primeira infância: do primeiro ao sexto ano de vida. a) Criança: de um a três anos. b) Pré-escolar: de três a seis anos. Esse período é marcado por intensa atividade e descobertas. IV – A Fase média da infância: 6 a 11 ou 12 anos. Idade escolar: nesse período, a criança identifica-se mais com seus pares do que com sua família. Ocorre progressão nos desenvolvimentos físicos, mental e social, com ênfase sobre o desenvolvimento das capacidades e das competências. V – Fase final da infância: 11 até os 19 anos. a) Pré-puberal: 10 a 13 anos. b) Adolescência: 13 até aproximadamente 18 anos. 8. Diferenciação sexual Em embriões com sexo genético XY, o processo de diferenciação sexual se inicia entre a 6 a e 7 a semana de gravidez. O cromossomo Y apresenta o gene SRY, que decodifica o fator determinante testicular (TDF), que da inicio à determinação do sexo gonadal pela formação 12 dos testículos. Nesse momento, começa a formação dos túbulos seminíferos e neles estão presentes as células de Sertoli, que são importantes para a maturação das células germinativas masculinas, as espermatogónias. Em torno dos túbulos surgem as células de Leydig, responsáveis pela síntese de hormônios sexuais, os andrógenos. Ate esse estagio, a diferenciação ocorre na ausência da acção hormonal (TORTORA, 2010). Os estágios seguintes são influenciados por andrógenos, particularmente a testosterona e a diidrostestosterona (DHT). Eles actuam localmente nos ductos de Wolff, promovendo a diferenciação da genitália interna, que inclui as vesiculas seminais, o epidídimo e o canal diferente. Todavia, a testosterona também tem acção sistémica, mas para tal é convertida em diidrostestosterona (DHT) pela enzima 5-alfa-redutasse no interior das células alvo, Esse hormônio promove a diferenciação da genitália externa, que caracteriza o sexo genital (TORTORA, 2010). No caso dos embriões femininos (sexo genético XÓ), essse processo comeca apos a 9 a semana de vida é influenciado pelos genes AHC e Wnt, presentes no cromossomo X, que determinam o desenvolvimento dos ovários e dutos de Muller, na ausência do hormônio antimulleriano (AMH). Os dutos de Muller, darão origem as trompas de Falópio, ao útero e a vagina superior. Os dutos de Wolff, regridem na ausência do hormônio testosterona. As estruturas primordiais que originarão a genitália externa sofrem feminilização no terceiro mês de gestação, adquirindo aspectos correspondentes ao sexo feminino. São formados o clitóris (tubérculo genital), vagina inferior (seio urogenital), os pequenos lábios (prega urogenital) e os grandes lábios (intumescência genital). A definição do padrão feminino da genitália externa, no que diz respeito à forma e ao tamanho, depende da acção de estrógenos produzidos pelos ovários, que é estimulada pelo hormônio luteinizante (LH) e folículo estimulante (FSH) da hipófise do feto (idem). 9. Sistema reprodutor feminino O sistema genital feminino é formado por órgãos genitais internos situados no interior da pelve - ovários, tubas uterinas, útero e vagina e órgãos genitais externos - lábios menores do pudendo, lábios maiores do pudendo, clitóris, bulbo do vestíbulo e glândulas vestibulares. Figura 5. Estruturas internas do sistema reprodutor feminino 13 Fonte: (TORTORA, 2010). 9.1. Ovários Os ovários são órgãos homólogos aos testículos que produzem óvulos após a puberdade e secretam hormônios: estrógeno, ou hormônio folicular, e progesterona, ou hormônio do corpo lúteo. Antes da primeira ovulação, o ovário é liso e róseo. Os ovários possuem duas funções básicas: produção células reprodutivas e também produção de hormônios sexuais, como o estrógeno e a progesterona. São esses dois hormônios os responsáveis pelo funcionamento adequado do ciclo ovulatório, além de atuar no surgimento de caracteres sexuais secundários (COSTANZO, 2005). Figura 6. Estrutura do ovário Fonte: (GUYTON e HALL, 2011). 14 As tubas uterinas são dois órgãos tubulares, medindo aproximadamente 10 cm de comprimento, que comunicam o ovário com o útero. O canal (luz da tuba uterina) é contínuo, ligando-se à vagina, o que permite comunicação no organismo feminino do meio externo com a cavidade peritoneal (COSTANZO, 2005). São funções da tuba uterina: a) Captar e transportar o óvulo em direção ao útero; b) Transportar o espermatozoide do útero ao ovário; c) Sediar a fecundação. 9.2. Útero É um órgão oco situado na cavidade pélvica anteriormente à bexiga e posteriormente ao reto, de parede muscular espessa e com formato de pêra. É revestido internamente por um tecido vascularizado rico em glândulas - o endométrio (COSTANZO, 2005). O endométrioé a camada que reveste internamente o útero, essa camada fica mais espessa para receber o embrião. É o endométrio que permite o alojamento do embrião na parede do útero, esse processo de fixação do embrião na parede do útero chama-se nidação (idem). É o endométrio que, durante os primeiros meses de gravidez, permite a formação da placenta, que vai proporcionar, ao longo de toda a gestação, nutrientes, oxigênio, anticorpos, e outros elementos, bem como eliminar todos os produtos tóxicos resultantes do metabolismo, essencial à sobrevivência, saúde e desenvolvimento do novo ser. O espessamento do endométrio é estimulado pelos hormônios ovarianos: estrogênio e progesterona (idem). 9.3. Vagina A vagina é um canal com cerca de 7,5 a 10 centímetros que se estende do útero, órgão interno, à vulva, estrutura genital externa. Suas paredes normalmente se tocam e no exame clínico o médico utiliza um aparelho para afastá-las. O canal vaginal é responsável por receber o pênis durante a relação sexual e serve de canal de saída tanto para o fluxo menstrual quanto para o bebê no momento de parto normal. No vestíbulo da vagina, encontramos geralmente, nas virgens, o hímen, uma fina membrana que recobre parcialmente o óstio vaginal. Com a roptura do hímen, as membranas que sobraram são chamados de carúnculas himenais (COSTANZO, 2005). Figura: vista frontal da estrutura do sistema genital feminino. 15 Fonte: (COSTANZO,2004). Os órgãos genitais externos femininos localizam-se Antero inferiormente à pelve e compreendem o monte do púbis (monte de Vênus), os lábios maiores e menores do pudendo, o vestíbulo da vagina, o clitóris, o bulbo do vestíbulo e as glândulas vestibulares. O termo pudendo feminino ou vulva inclui todas essas partes (TORTORA, 2010). O monte de Vênus é uma elevação arredondada que apresenta revestimento cutâneo de 2 cm a 8 cm de espessura sobre um tecido adiposo (TORTORA, 2010). Os lábios maiores ou grandes lábios são duas pregas cutâneas alongadas na direção inferior e posterior, a partir do monte de Vênus até o períneo. A pele é mais escura do que a das regiões vizinhas e coberta por pelos após a puberdade. Os grandes lábios maiores são homólogos da bolsa testicular (TORTORA, 2010). Os lábios menores ou pequenos lábios são duas pregas cutâneas localizadas entre os grandes lábios, com 3 cm a 3,5 cm de comprimento, limitando o vestíbulo da vagina. A pele é lisa e de cor rosa. O vestíbulo da vagina é o espaço entre os lábios menores do pudendo e apresenta, da parte anterior para a posterior, o óstio externo da uretra, o óstio da vagina e os óstios dos ductos das glândulas vestibulares maiores em cada lado da entrada da vagina (idem). Figura 8. Estruturas Externas do aparelho reprodutor femenino. 16 Fonte: (TORTORA, 2000). 9.3.1. Clitóris O clitóris, órgão homólogo ao pênis, consiste de tecido erétil e está situado na parte anterior e superior da vulva. Ele é coberto por músculos isquiocavernosos. Os corpos cavernosos do clitóris, continuação dos ramos do clitóris, formam o corpo clitóris, que termina com a glande do clitóris. O clitóris apresenta normalmente comprimento de 3 cm a 4 cm na raiz e 1cm no corpo. Durante a excitação sexual, esse órgão se preenche de sangue, é um dos pontos mais sensíveis do corpo da mulher, fato explicado pela grande quantidade de terminações nervosas (GINGOLANI & HOUSSAY, 2004). O bulbo do vestíbulo consiste de duas partes (massas) de tecido erétil com 30 mm de comprimento localizadas lateralmente ao óstio da vagina e cobertas pelos músculos bulboesponjosos. É homólogo ao bulbo do pênis. Trata-se de uma massa larga com 15 mm de largura (GINGOLANI & HOUSSAY, 2004). 17 10. Controle hipofisário e hipotalámico da função testicular e ovariana As funções das gônadas masculinas e femininas (testículos e ovários) são reguladas por hormônios hipofisário. Eles estimulam os ovários e testículos a secretarem seus hormônios esteroides sexuais. De acordo com Fox (2007), a hipófise está localizada na face inferior do encéfalo, na região do diencéfalo, e mede aproximadamente 1,3 centímetros de diâmetro. Está localizada abaixo do hipotálamo, sendo ligada a esse órgão por um pedúnculo (chamado de infundíbulo). LH (hormônio luteinizante ou luteotropina): estimula a secreção de hormônios sexuais, a ovulação e a formação do corpo lúteo nas mulheres. Estimula ainda a síntese de estrogênio e de progesterona (hormônios ovarianos) e a secreção de testosterona nos homens. O LH e o FSH são chamados de hormônios gonadotrópicos. 10.1. Alteração uterina durante o ciclo menstrual a) Hipertrofia e hiperplasia das células musculares. b) Aumento do tecido conjuntivo e elástico. c) Aumento no tamanho e número de vasos sanguíneos (ao final da gestação, podem pesar um qui lo). d) Terceiro trimestre distensão mecânica com diminuição da espessura da parede uterina. e) Contrações muscular indolores/perceptíveis Braxton-Hicks. f) Ligamentos sustentadores (redondo e largo) ficam estirados. g) Colo uterino amolecido (tecido conjuntivo aumenta) proliferação das glândulas (tampão mucoso ou rolha de Schröder). A menopausa, episódio exclusivamente feminino, é definida como a ausência da menstruação devido a falência ovariana, ou seja, os ovários deixam de exercer sua função: a produção adequada de seus hormônios. A menopausa é um evento com dia, mês e ano definido. Já o climatério é um período oposto ao que ocorre na puberdade, trazendo profundas transformações no organismo das mulheres. 18 Berek, Adashi e Hillard (1998) afirmam que mais importante que o episódio da menopausa é o período que circunda o evento, antes, durante e após, chamado de perimenopausa. Durante essa fase, os sintomas estão impressos no organismo e em muitos casos demandam cuidados específicos. 11. Alteração uterina durante a Gravidez De acordo com POTTER & PERRY, (2004), a gravidez é caracterizada pelo aumento constante dos níveis de estrogênio e de progesterona, que conservam o endométrio para o feto, suprimem a função folicular ovariana (ao inibir a secreção de FSH e LH) e estimulam o desenvolvimento das mamas a) Interna ou endométrio: sofre modificações com a fase do ciclo menstrual ou na gravidez b) Ao longo da gravidez, o nível de progesterona eleva o limiar de contração uterino. c) Perto do parto, a relação estrogênio-progesterona eleva-se, tornando o útero mais sensível aos estímulos contráteis. d) Há secreção de ocitocina, potente estimulante das contrações uterinas. 12. Meios possíveis para evitar fertilidades no homem e na mulher Os métodos contraceptivos, como seu nome sugere, impedem o encontro entre os gametas masculinos e femininos, ou seja, a fertilização do oócito pelo espermatozoide. Os métodos mais conhecidos são a camisinha, a tabela, o muco cervical, a pilula, o diafragma, o DIU e a ligadura das trompas (TORTORA, 2010). a) Camisinha: é um método que possa ser usado por ambos sexos, é uma capa fina de borracha (latex), que deve ser colocada no pénis para impedir o seu contacto e de suas secreções (presença de espermatozoides) co a vagina durante a relação sexual, como forma de evitar a ocorrência da gravidez. No caso da camisinha femenina, é uma bolsa de plástico fino, transparente, macia e resistente, que possui dois anéis em suas extremidades, sendo um preso na borda e outro móvel dentro da bolsa, que não deve ser removido. Semelhante a masculina, impede o contacto da vagina com o pénis nas relações sexuais, servindo de barreira física contra a disposição dos espermatozoides no canal vaginal. Ela pode ser colocada 8 horas antes da relação sexual. 19 b) No homem, procede-se á vasectomia, secção dos vasos deferentes, que impede a saída dos espermatozoides. A atividades sexual é preservada, já que a produção de testosterona não é interrompida e o líquido ejaculado contem apenasas secreções prostáticas e seminais (POTTER e PERRY, 2004). c) Na mulher o uso da pilula anticoncepcional ou anovulatório oral é constituída pelos hormônios estrógeno e progesterona, que permite o desenvolvimento do endométrio e, por retroalimentação negativa, impede a produção de FSH pela hipófise. Assim, não há maturação do folículo nem ovulação (POTTER e PERRY, 2004). d) Diafragma: é uma barreira física que impede que os espermatozoides cheguem ao útero e ocorra a fecundação. Ele pode ser colocado antes da relação sexual ou usado o tempo todo (mesmo fora das relações), desde que seja higienizado 1 vez ao dia. Apos a relação sexual, deve-se esperar pelo menos 6 horas para retira-lo, tempo necessário para a morte dos espermatozoides. Pode ser usado junto com o espermicida, que deve ser colocado dentro do diafragma antes da sua colocação oque aumenta a sua eficácia. e) DIU: é um dispositivo em forma de “T” , feito de plástico recoberto por um fio de cobre fino, que é colocado no útero. Ele impede o encontro dos espermatozoides com o ovulo, pois o cobre mata os espermatozoides ou diminui a mobilidade dentro do útero, impedindo a fecundação. 20 13. Conclusão Terminado este trabalho, conclui-se que as estruturas masculinas de reprodução incluem os testículos, epidídimo, dueto deferente, dueto ejaculatório, uretra, glândulas seminais, próstata, glândulas bulbouretrais (de Cowper) e pênis e os órgãos da reprodução são agrupados como gônadas (produzem gametas), duetos (transportam e armazenam os gametas), glândulas sexuais acessórias (produzem material que sustenta os gametas) e estruturas de suporte (possuem várias funções na reprodução) e, os órgãos genitais femininos incluem os ovários (gônadas), as tubas uterinas (trompas de falópio), o útero, a vagina e a vulva (pudendo feminino). 21 14. Bibliografia BARBOSA, Carlos A. G. Reprodução humana. 2ª ed. Natal: EDURFN, 2010. COSTANZO, Linda, S. Fisiologia. 3ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. GINGOLANI, Horácio E.; HOUSSAY, Alberto B. Fisiologia humana. 7ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2004. GUYTON e HALL, Tratado de fisiologia Medica, 12 ed, Editora Elsevier, rio de janeiro, 2011 JUNIOR, H Hamilton & VISCONTI A. Maria. Anatomia e fisiologia do sistema reprodutor masculino, sd, CEPA USP, São Paulo, 2010 POTTER, Patricia A.& PERRY, Anne G. Fundamentos de enfermagem. 5ª Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004. SILVERTHORN, D, Dee. Fisiologia humana: uma abordagem integrada, 5 a Edição, Editora Sénior, Rio de janeiro, 2010. TORTORA, Gerard, J. Princípios da Anatomia e Fisiologia Humana. 12 a Ed. Guanabara Koogan Ltda, 2010.
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