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Pré-natal de baixo e alto risco · Importância · A qualidade do pré-natal vai refletir na qualidade do nascituro; · Os óbitos neonatais apresentam uma velocidade aquém do desejado; · Grande parte dessas mortes reflete a realidade social e sanitária do nosso país; · A maioria são de causas evitáveis, principalmente no que diz respeito às ações dos serviços de saúde (atenção pré-natal, ao parto e ao recém-nascido); · Mesmo com a ampliação da cobertura pré-natal, ainda mantém-se elevada a incidência de sífilis congênita e HAS (causa mais frequente de morbimortalidade materna e perinatal no BR) · Rede Cegonha · Conjunto de iniciativas que envolvem mudanças: · Processo de cuidado à gravidez, ao parto e ao nascimento; · Articulação dos pontos de atenção em rede e regulação obstétrica no momento do parto; · Qualificação técnica das equipes de atenção primária e no âmbito das maternidades; · Ampliação de serviços e profissionais para estimular a prática do parto fisiológico; · Humanização do parto e do nascimento. · Princípios · Humanização do parto e do nascimento baseada em evidências; · Organização dos serviços de saúde enquanto uma rede de atenção à saúde(RAS); · Acolhimento da gestante e do bebê, classificação do risco em todos os pontos de atenção; · Veiculação da gestante à maternidade; · Realização de exames de rotina com resultados em tempo oportuno. · Avaliação pré-concepcional · Consulta que o casal faz antes de uma gravidez, para identificar fatores de riscos ou doenças que possam alterar a evolução de uma gestação. Assim, melhora os índices de morbidade e mortalidade materna e infantil; · Menos da metade das gestações são inicialmente planejadas, muitas vezes devendo-se à falta de orientação ou oportunidade para aquisição de um método anticoncepcional. · As atividades incluídas na avaliação devem incluir anamnese e exame físico (com exame ginecológico), exames laboratoriais; · A avaliação é importante para saber o risco gestacional: · Prever possível diabetes pré-gestacional, HAS, cardiopatias, distúrbios da tireoide e processos infecciosos (incluindo ISTs); · Verificar os de medicamento, fumar, uso de álcool e drogas ilícitas, e orientar quanto os efeitos adversos; · Verificar história familiar de doenças hereditárias, pré-eclâmpsia, hipertensão e diabetes; · História obstétrica saber o número de gestações anteriores e da partos pré-termo, intervalo entre os partos, tipo, peso ao nascimento e complicações, como abortamento, hemorragias e malformações; · Verificar a pressão arterial, IMC; · Exame clínico das mamas e exame citológico para CA do colo ( 2 exames seguidos normais para CA só precisar realizar outro após três anos. Faixa de risco: 24 a 64 anos); · Realizar orientação nutricional visando um estado nutricional adequado para mãe como do recém-nascido, além de práticas alimentares saudáveis; · Possíveis substituições medicamentos quando necessário para drogas com menores efeitos sobre o feto; · Avaliar condições de trabalho; · Administra ác. Fólico no período pré-gestacional para prevenir anormalidades congênitas do tubo neural (5mg VO/dia durante 60 a 90 dias antes da concepção) · Orientar para o registro das datas das menstruações e estimular que o intervalo entre as gestações seja de no mínimo 2 anos; · Prevenção de infecções e doenças crônicas: · Hepatite B se der negativo deve-se providenciar a imunização caso a paciente não seja vacinada; · Toxoplasmose deve-se oferecer o teste no pré-natal; · HIV/Aids: realização do teste anti-HIV com aconselhamento pré e pós teste. Se der negativo orienta quanto a prevenção e positivos esclarecer sobre tratamentos e controle da infecção vertical do HIV. Encaminhar a paciente para o serviço de referência; · Sífilis nos casos positivos deve-se tratar a s mulheres e parceiros além de fazer acompanhamento da cura e orientar sobre cuidados preventivos e sífilis congênita; · Para as demais ISTs, nos casos positivos, instituir diagnóstico e tratamento na consulta e orientar prevenção; · Sugerir a realização de exame eletroforese de hemoglobina se gestante for negra e tiver antecedentes de anemia falciforme ou histórico de anemia carencial; · Avaliação pré-concepcional dos parceiros sexuais, testando para sífilis, hepatite B e HIV/Aids. · Diabetes mellitus: controle da glicemia prévio a gestação e durante, substituição do hipoglicemiante oral por insulina, associado ao acompanhamento nutricional e dietético, diminui o risco de macrossomia e malformações fetal, abortamentos e mortes perinatais; VR = 92 e não precisa comprovar com TOTG. · Hipertensão arterial crônica: adequação das drogas, acompanhamento nutricional e avaliação do comprometimento cardíaco e renal; (ex: alfametildopa 750mg – 2g) · Epilepsia: usar de preferência monoterapia e droga com o menor efeito teratogênico (ex: carbamazepina); essas drogas aumentam o consumo de folato; · Infecção pela hepatite B ou C: devem ser observadas · HIV: A orientação para casal portador de HIV é a recuperação dos níveis de linfócitos TCD4+, redução da carga viral no sangue e ausência de ISTs e infecções no trato genital. A prevenção da transmissão vertical deve ser feita com uso de antirretrovirais na gestação, uso de AZT no parto e para o recém-nascido exposto a inibição da lactação, deve-se disponibilizar a fórmula láctea; · Anemia falciforme: a gravidez pode agravar a doença, com piora da anemia e o aumento de frequência e da gravidade das crises álgicas e das infecções; · Objetivos do pré-natal · Assegurar o desenvolvimento da gestação, permitindo o parto de um recém-nascido saudável, sem impacto para a saúde materna, abordando também aspectos psicossociais e as atividades educativas e preventivas; · Os cuidados assistenciais no primeiro trimestre são utilizados como um indicador maior de qualidade dos cuidados maternos; · OMS considera 6 ou mais consultas pré-natais o número ideal; · As consultas deverão ser mensais até a 28° semana, quinzenais entre 28 e 36 semanas e semanais no termo; · Quando o parto não ocorre até a 41° semana a paciente deve ser encaminhada para unidade terciária para avaliação do líquido amniótico, monitoramento cardíaco fetal, fluxo do útero para a placenta e placenta- bebê. Além de decidir se vai induzir o trabalho de parto. · A UBS deve ser a porta de entrada preferencial para a gestante no sistema de saúde o acesso à outras redes devem ser garantidas às gestantes, vinculadas à UBS; · 10 passos para o pré-natal de qualidade na atenção básica 1. Iniciar o pré-natal na Atenção Primária de saúde até a 12° semana; 2. Garantir os recursos humanos, físicos, materiais e técnicos necessários à atenção pré-natal; 3. Toda gestante deve ter assegurado a solicitação, realização e avaliação em termo oportuno do resultado dos exames preconizados; 4. Promover a escuta ativa da gestante e de seus acompanhantes considerando aspectos intelectuais, emocionais, sociais e culturais; 5. Garantir o transporte público gratuito da gestante para o atendimento pré-natal; 6. É direito do(a) parceiro(a) ser cuidado antes, durante e depois da gestação: “pré-natal do parceiro(a)”; 7. Garantir o acesso à unidade de referência especializada; 8. Estimular e informar sobre os benefícios do parto fisiológico, incluindo a elaboração do “Plano do parto”; 9. Toda gestante tem direito de conhecer e visitar previamente o serviço de saúde no qual irá dar à luz; 10. As mulheres devem conhecer e exercer os direitos garantidos por lei no período gravídico-puerperal. · O acolhimento à gestante · O acolhimento da gestante na atenção básica implica a responsabilização pela integridade do cuidado a partir da recepção da usuária com escuta qualificada e a partir do favorecimento do vínculo e da avaliação de vulnerabilidade de acordo com seu contexto social; · O profissional deve garantir que a gestante expresse suas preocupações e suas angústias; · Os profissionais de saúde devem: · Se apresentar; chamar o usuário pelo nome; prestar informações sobre condutas e procedimentos que devem ser realizados; escutar e valorizaro que é dito pelas pessoas; garantir a privacidade e a confidencialidade das informações; incentivar a presença do(a) acompanhante; · Condições básicas para a assistência pré-natal · Realização de práticas educativas: · Incentivar o aleitamento materno, ao parto normal e aos hábitos de vida; · A identificação de sinais de alarme na gravidez e o reconhecimento do trabalho de parto; · Cuidados com o recém-nascido. A importância do acompanhamento pré-natal, da consulta de puerpério e do planejamento familiar; · Direitos da gestante e do pai; · Riscos do tabagismo, álcool, drogas; · Riscos de abandono da amamentação e encaminhar para grupos de apoio; · Oferta de atendimento clínico e psicológico à gestante vítima de violência e àquela em risco de depressão pós-parto, referenciando-a para equipes especializadas; · Busca ativa das gestantes faltosas ao pré-natal e à consulta na primeira semana após o parto; · Visita domiciliar às gestantes · Para que tais práticas sejam desenvolvidas, faz-se necessário haver: · Recursos humanos; · Área física adequada para o atendimento; · Equipamento e instrumental mínimo; · Medicamentos básicos e vacinas (tétano e hepatite B, DTPa. Atualmente referenciamento para COVID 19); · Exames solicitados no pré-natal · Teste rápido de gravidez; · Teste rápido de triagem para sífilis e sorologia para sífilis (VDRL/FTA-ABS); · Teste rápido diagnóstico para HIV e sorologia para HIV I e II; · Proteinúria (teste rápido); · Dosagem de hemoglobina (Hb) e hematócrito (Ht); · Grupo sanguíneo e fator Rh; · Teste de Coombs indireto mãe Rh negativo, esposo Rh positivo; · Glicemia em jejum; · TOTG; · Sumário de urina (tipo I); · Urocultura com antibiograma; · Parasitológico de fezes; · Colpocitologia oncótica; · Bacterioscopia do conteúdo vaginal; · Eletroforese de hemoglobina; · Fatores de risco para pré-natal de alto risco · Cardiopatias; · Pneumopatias graves (incluindo asma brônquica); · Nefropatias graves; · Endocrinopatias; · Doenças hematológicas; · HAS crônica ou uso de anti-hipertensivo (PA >140/90mmHg antes de 20 sem de IG) surgiu após a 20° é HAS gestacional; · Doenças neurológicas; · Doenças psiquiátricas; · Doenças autoimunes; · Alterações genéticas materna; · Antecedente de trombose venosa profunda ou embolia pulmonar; · Ginecopatias; · Portadoras de doenças infecciosas ou ISTs; · Hanseníase. · Tuberculose; · Dependente de drogas ilícitas ou lícitas; · Patologias que precisem de acompanhamento especializado; · Morte intrauterina ou perinatal; · História prévia de doença hipertensiva; · Abortamento habitual; · Esterilidade/infertilidade; · Fatores relacionados à gravidez atual: · Restrição do crescimento intrauterino; · Polidrâmnio ou oligodrâmnio; · Gemelaridade; · Malformações fetais ou arritmia fetal; · Distúrbios hipertensivos da gestação; · Desnutrição materna; · Obesidade móbida ou baixo peso; · NIC III (encaminhar oncologista); · Suspeita clínica de CA de mama · Caderneta da gestante
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