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PEDRO SANTOS – MEDICINA 2020.2 Tutoria 1 – Problema 1 Objetivos: 1) Analisar o pré-natal, considerando as informações da caderneta da gestante e o funcionamento do Sis-Pré-Natal. 2) Descrever os exames e imunização/suplementação necessários em uma gestação. 3) Citas as orientações gerais para gestante. 4) Descrever as alterações fisiológicas e diagnóstico da gravidez (identificação da gravidez de risco). 5) Explicar o sigilo médico/paciente (gravidez). ANALISAR O PRÉ-NATAL, CONSIDERANDO AS INFORMAÇÕES DA CADERNETA DA GESTANTE E O FUNCIONAMENTO DO SIS-PRÉ-NATAL Introdução: A realização do pré-natal representa papel fundamental na prevenção e/ou detecção precoce de patologias tanto maternas como fetais, permitindo um desenvolvimento saudável do bebê e reduzindo os riscos da gestante. Deverão ser fornecidos pelo serviço de saúde: O cartão da gestante com a identificação preenchida e orientação sobre o mesmo; O calendário de vacinas e suas orientações; A solicitação de exames de rotina; As orientações sobre a sua participação nas atividades educativas – reuniões em grupo e visitas domiciliares; O agendamento de consulta médica para pesquisa de fatores de risco. Vantagens do pré-natal: Permite identificar doenças que já estavam presentes no organismo, porém, evoluindo de forma silenciosa, como a hipertensão arterial, diabetes, doenças do coração, anemias, sífilis, etc. Seu diagnóstico permite medidas de tratamento que evitam maior prejuízo à mulher, não só durante a gestação, mas por toda sua vida; Detecta problemas fetais, como más formações. Algumas delas, em fases iniciais, permitem o tratamento intraútero que proporciona ao recém-nascido uma vida normal; Avalia aspectos relativos à placenta, possibilitando tratamento adequado. Sua localização inadequada pode provocar graves hemorragias com sérios riscos maternos; Identifica precocemente a pré-eclâmpsia, que se caracteriza por elevação da pressão arterial, comprometimento da função renal e cerebral, ocasionando convulsões e coma. Esta patologia constitui uma das principais causas de mortalidade no Brasil. Consultas: Na primeira consulta de pré-natal, deve ser realizada anamnese, abordando aspectos epidemiológicos, além dos antecedentes familiares, pessoais, ginecológicos e obstétricos e a situação da gravidez atual. O exame físico deverá ser completo, constando avaliação de cabeça e pescoço, tórax, abdômen, membros e inspeção de pele e mucosas, seguido por exame ginecológico e obstétrico. Nas consultas seguintes, a anamnese deverá ser sucinta, abordando aspectos do bem- estar materno e fetal. Inicialmente, deverão ser ouvidas dúvidas e ansiedades da mulher, além de perguntas sobre alimentação, hábito intestinal e urinário, movimentação fetal e interrogatório sobre a presença de corrimentos ou outras perdas vaginais. PEDRO SANTOS – MEDICINA 2020.2 A primeira consulta deve ser realizada o mais precocemente possível, ou até o final do 3º mês de gestação, garantindo no mínimo 07 (sete) consultas durante a gravidez e 01 (uma) no puerpério, resultando no mínimo em 08 consultas para o atendimento da gestante/puérpera, na seguinte proporção: 02 no 1º Trimestre 02 no 2º Trimestre 03 no 3º Trimestre 01 no Puerpério A primeira consulta corresponde ao cadastro, onde o médico ou a enfermeira que atender a gestante deve solicitar os primeiros exames de rotina. Componentes da Consulta: Anamnese: história clínica (geral e obstétrica), condições e hábitos de vida; Exame Físico (geral e ginecológico/obstétrico); Preenchimento completo e legível do prontuário e da Carteira da Gestante; Preenchimento da Ficha de Identificação e Clínica do SISPRENATAL; Solicitação de exames da rotina pré-natal; Orientação, avaliação dietética e prescrição, de acordo com a necessidade. Caderneta da Gestante: O preenchimento da Caderneta da Gestante deve ser iniciado na pré-consulta por um técnico de enfermagem e/ou enfermeiro. Devendo conter: Identificação, Dados pessoais, Peso, estatura, Data da última menstruação [DUM]) Durante a primeira consulta, por enfermeiro ou médico, devem ser anotados os dados da história obstétrica, antecedentes pessoais, antecedentes familiares e exames realizados. A Caderneta da Gestante deve ser preenchida a cada consulta e/ou procedimento. É responsabilidade do profissional assistente (médico e enfermeiro) o devido preenchimento desse instrumento no que se refere aos: Exames, Acompanhamento das consultas, Gráficos de curva da altura uterina/idade gestacional Acompanhamento do peso da gestante. A cada consulta deverá ser aferida a pressão arterial da gestante e o peso, procedimento que deverá ser realizado pelo técnico de enfermagem ou outro profissional habilitado. É importante informar à mulher que a Caderneta da Gestante é o seu documento de identificação durante todo o período pré-natal, sendo fundamental orientá-la acerca das informações que estão contidas e a necessidade de apresentá-la em todas as consultas durante a gestação, parto e puerpério. Nesse documento deverá ser registrado o número do Cartão Nacional de Saúde (Cartão SUS) e o nome da maternidade de referência para o parto. A Caderneta constitui-se também em um instrumento de informação, esclarecimento de dúvidas e empoderamento das mulheres acerca de seus direitos durante o pré-natal, parto e puerpério, desse modo, deve ser utilizado também durante as reuniões educativas. A Caderneta da Gestante é o principal instrumento educacional para a gestante, contendo uma síntese do desenvolvimento da gravidez nos vários aspectos acompanhados. A gestante e sua família devem conhecer as informações registradas, sendo proativos no monitoramento das ações de cuidado no pré- natal, bem como das situações de risco identificadas. É um documento da gestante, que deve apresentá-lo em todas as ocasiões para preenchimento. Os profissionais devem registrar os dados requeridos de maneira fiel e completa, em todos os atendimentos do pré-natal, e orientar a gestante sobre seu significado. Nas visitas domiciliares, o ACS sempre deve solicitar a caderneta, verificar sua atualização e monitorar as situações registradas. O conteúdo dos atendimentos e atividades em grupo PEDRO SANTOS – MEDICINA 2020.2 também deve ser relacionado à proposta da caderneta. SisPréNatal O SisPreNatal é um software desenvolvido para acompanhamento adequado das gestantes inseridas no Programa de Humanização no Pré- Natal e Nascimento (PHPN), do Sistema Único de Saúde. Apresenta o elenco mínimo de procedimentos para uma assistência pré-natal adequada, ampliando esforços no sentido de reduzir as altas taxas de morbi-mortalidade materna, perinatal e neonatal. O SisPreNatal já atendeu mais de 3.000.000 de gestantes em todo o Brasil e está presente em mais de 5.000 municípios. Benefícios: Fornece informações fundamentais para planejamento, acompanhamento e avaliação das ações desenvolvidas, através do Programa de Humanização no Pré-Natal e Nascimento; Melhora o acesso, cobertura e qualidade do acompanhamento pré-natal; Permite o repasse do incentivo financeiro aos municípios. Funcionalidades: Monitora e avalia as ações programáticas; Cadastra dados diversos sobre os procedimentos envolvidos na assistência pré- natal, desde a primeira consulta, exames, vacina anti-tetânica, acompanhamentos e consulta de puerpério; Permite acompanhamento de gestação de alto- risco; Gera relatório de indicadores, e cerca de 40 relatórios de acompanhamento; Disponibiliza registro diário dos atendimentos às gestantes; Gera fatura para o SIA-SUS, para posteriorpagamento extra-teto (Cadastro e Conclusão); Disponibiliza numeração para acompanhamento da gestação e geração de incentivo de parto no SIH- SUS. DESCREVER EXAMES E IMUNIZAÇÃO/SUPLEMENTAÇÃO NECESSÁRIOS EM UMA GESTAÇÃO Exames necessários: Hemograma (um do primeiro trimestre e outro no terceiro); Tipagem sanguínea e fator RH; Coombs indireto, repetido com 28, 32, 36 e 40 semanas se a paciente for Rh negativo; Glicemia em jejum (um no primeiro e outro no terceiro); Urinocultura e urina tipo I (ambos na primeira consulta e repetidos no 3º trimestre); Testes rápidos para sífilis e VdrL Teste rápido anti-HIV Sorologia para toxoplasmose IGG e IGM repetido a cada 2-3 meses caso o paciente seja suscetível; Sorologia para a hepatite B, sendo na primeira consulta e terceiro trimestre; Teste de tolerância para glicose com 75 g entre 24 e 28 semanas, se a glicemia estiver acima de 85 mg/dl ou se houver fator de risco; Parasitológico de fezes; Creatinina serica, em caso de suspeita de HAS; Rastreio por streptococos do grupo B; Citopatologico do colo de útero; Exame da excreção vaginal (se indicado) Eletroforese de hemoglobina (se a gestante for negra e tiver antecedentes familiares de anemia falciforme PEDRO SANTOS – MEDICINA 2020.2 Exames Complementares: Avaliação da saúde bucal: preferencialmente no 1º trimestre; Ultrassonografia obstétrica(US): realizar US preferencialmente no 1º trimestre (período mais adequado para precisar a idade gestacional) ou até a 24ª semana de gestação, e repetir na presença de intercorrências (a critério médico); Recomenda-se a realização mínima de seis ou mais consultas durante o pré-natal; A periodicidade destes atendimentos deve ser: o Mensal para até 28 semanas de idade gestacional (IG); o Quinzenal da 28ª a 36ª semana e semanal da 36ª até o parto. Exame para detecção de Tuberculose, para gestante HIV positivo. Nutrição A dieta durante a gestação deve ser hiperproteica, hipoglicidica e hipolipidica Comer principalmente alimentos não industrializados; Distribuir a alimentação de forma que 80- 85% dos alimentos ingeridos num dia sejam vegetais e somente 15-20% sejam de origem animal; Procurar variar o cardápio de um dia para o outro evitando a monotonia alimentar; Evitar o excesso de açúcar, de sal, e de bebidas alcoólicas; Para as gravidas de peso adequado, indica ganho de 11 a 16 kg na gestação. O ganho de peso no primeiro trimestre deve ser entre 0,5 e 2 kg para todas as gestantes. No segundo e no terceiro trimestres, recomenda-se um ganho de peso semanal de 0,5 kg para gestantes com baixo peso, 0,4 kg para mulheres com peso adequado, 0,3 kg para pacientes com sobrepeso e 0,2 kg nos casos gestantes com obesidade. Suplementação: Ferro em forma de sulfato ferroso mantida por toda a gestação. Acido fólico, para evitar defeitos no fechamento de partes neurais. Não deve se prescrever vitamina A; Alimentação rica em cálcio. Vacinas: Tétano: Recomendada a partir de 20 semanas para a profilaxia do tétano neonatal, e duas doses tem intervalo de 60 dias) Influenza: MS recomenda em todas as gestantes em qualquer período gestacional. Hepatite B: Evitar contaminação da gestante e transmissão vertical. Raiva: em caso de exposição do vírus. PEDRO SANTOS – MEDICINA 2020.2 Rubéola: recomendável antes de planejar a gestação. Febre amarela: contraindicada, porem se estiver em fases de surto ou a gestante veio de viagem ou mora em uma área endêmica, o uso pode ser liberado. Coqueluche: Como reforço ou complementação do esquema da vacina dupla adulta (difteria e tétano). O objetivo é diminuir a incidência e mortalidade por coqueluche nos recém- nascidos através de passagem de anticorpos maternos por via transplacentária. Considerações importantes: O Ministério da Saúde, em seu Manual de Pré- natal, recomenda a vacinação para todas as gestantes após o primeiro trimestre. No entanto, o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Prevenção de Transmissão Vertical (2015) autoriza a administração em qualquer idade gestacional. Deve haver um intervalo de 30 dias entre a primeira e a segunda dose e de 180 dias entre a primeira e a terceira. Tem que ser aplicada em cada gravidez. CITAR AS ORIENTAÇÕES GERAIS PARA A GESTANTE Durante o pré-natal e no atendimento após o parto, a mulher, ou a família, devem receber informações sobre os seguintes temas: Importância do pré-natal; Cuidados de higiene; A realização de atividade física, de acordo com os princípios fisiológicos e metodológicos específicos para gestantes, pode proporcionar benefícios por meio do ajuste corporal à nova situação. Orientações sobre exercícios físicos básicos devem ser fornecidas na assistência pré-natal e puerperal. Uma boa preparação corporal e emocional capacita a mulher a vivenciar a gravidez com prazer, permitindo-lhe desfrutar plenamente seu parto; Nutrição: promoção da alimentação saudável (enfoque na prevenção dos distúrbios nutricionais e das doenças associadas à alimentação e nutrição – baixo peso, sobrepeso, obesidade, hipertensão e diabetes; e suplementação de ferro, ácido fólico e vitamina A – para as áreas e regiões endêmicas); Desenvolvimento da gestação; Modificações corporais e emocionais; Medos e fantasias referentes à gestação e ao parto; Atividade sexual, incluindo prevenção das DST/Aids e aconselhamento para o teste anti- HIV; Sintomas comuns na gravidez e orientações para as queixas mais frequentes; Sinais de alerta e o que fazer nessas situações (sangramento vaginal, dor de cabeça, transtornos visuais, dor abdominal, febre, perdas vaginais, dificuldade respiratória e cansaço); Preparo para o parto: planejamento individual considerando local, transporte, recursos necessários para o parto e para o recém- nascido, apoio familiar e social; Orientações e incentivo para o parto normal, resgatando-se a gestação, o parto, o puerpério e o aleitamento materno como processos fisiológicos; Incentivar o protagonismo da mulher, potencializando sua capacidade inata de dar à luz; PEDRO SANTOS – MEDICINA 2020.2 Orientação e incentivo para o aleitamento materno e orientação específica para as mulheres que não poderão amamentar; Importância do planejamento familiar num contexto de escolha informada, com incentivo à dupla proteção; Sinais e sintomas do parto; Cuidados após o parto com a mulher e o recém- nascido, estimulando o retorno ao serviço de saúde; Saúde mental e violência doméstica e sexual; Benefícios legais a que a mulher tem direito, incluindo a Lei do Acompanhante; Impacto e agravos das condições de trabalho sobre a gestação, o parto e o puerpério; Importância da participação do pai durante a gestação e o parto, para o desenvolvimento do vínculo entre pai e filho, fundamental para o desenvolvimento saudável da criança; O direito a acompanhante de sua escolha durante o trabalho de parto, no parto e no pós- parto, garantido pelo Lei nº 11.108, de 7/4/2005, regulamentada pela Portaria GM 2.418, de 2/12/2005; Gravidez na adolescência e dificuldades sociais e familiares; Importância das consultas puerperais; Cuidados com o recém-nascido; Importância da realização da triagem neonatal (teste do pezinho) na primeira semana de vida do recém-nascido; Importância do acompanhamento do crescimento e desenvolvimento da criança, e das medidas preventivas (vacinação, higiene e saneamento do meio ambiente). DESCREVER AS ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS E DIAGNOSTICOSDA GRAVIDEZ (IDENTIFICAÇÃO DA GRAVIDEZ DE RISCO) O diagnóstico da gravidez pode ser feito pelo médico ou pelo enfermeiro da unidade básica. Diagnóstico Clínico: Sinais de Presunção: Alterações que sugerem gestação, sentidas pela mulher; Amenorreia: (4 semanas); Náusea com ou sem vômito: em geral no período da manhã no 1º trimestre da gestação (4-14 semanas); Alterações mamárias: apresenta-se congestas e doloridas (3-4semana), hiperpigmentação, tubérculos de Montgomery, colostro (16 semanas); Polaciúria (6-12 semanas); Sialorréia; Alterações no apetite, aumento, anorexia ou extravagância. Sinais de Probabilidade: Modificações que indicam fortemente a gestação, observadas por quem examina Aumento do volume abdominal e uterino (10sem); Sinal de Hegar: amolecimento do istmo uterino, consistência cística, elástico-pastosa (6-12sem); Sinal de Goodell: amolecimento da cérvix (5sem) Sinal de Chadwick ou Jacquemier: coloração azulada ou arroxeada da vulva e da mucosa vaginal (sinal de Kluge) (6-8sem); Sinal de Piskacek: abaulamento no pólo de nidação; Sinal de Nobile-Budin: útero em forma globosa, fundos-de saco ocupado pelo corpo uterino (12- 14sem); Sinal de Osiander: percepção dos batimentos do pulso vaginal nos fundos-de-saco Teste de gravidez. PEDRO SANTOS – MEDICINA 2020.2 Sinais de Certeza: Modificações que evidenciam a gestação, atribuídas somente à presença do feto. BCF: mais fidedigno dos sinais de gravidez, sendo audíveis com sonar a partir da 10º semana e com estetoscópio de Pinnard a partir da 18º-20º sem; Movimentos fetais percebidos ao exame (19- 22sem); USG: < 5 semanas: sugestivo de Saco Gestacional (transvaginal); 5 – 6 semanas: Saco Gestacional – SG (transabdominal) e SG e vesícula vitelina (transvaginal); 7 semanas: embrião (transabdominal), mantendo mesmas referências abdominais, com atividade cardíaca (transvaginal). Sinal de puzos (rechaço fetal). Gravidez de Risco A gravidez de alto-risco é aquela que existe um distúrbio que ameaça a saúde da mãe e/ou do feto. Pode ser em decorrência exclusiva da gravidez ou pode ser uma alteração que já existia antes da mulher engravidar. A avaliação de risco começa na primeira consulta de pré- natal e se mantém nas consultas seguintes; Marcadores e fatores de risco gestacionais presentes antes da gestação se divide em: 1. Características individuais e condições sociodemográficas desfavoráveis: Idade maior que 35 anos; Idade menor que 15 anos ou menarca há menos de 2 anos; Altura menor que 1,45m; Peso pré-gestacional menor que 45kg e maior que 75kg (IMC30); Anormalidades estruturais nos órgãos reprodutivos; Situação conjugal insegura; Conflitos familiares; Baixa escolaridade; Condições ambientais desfavoráveis; Dependência de drogas lícitas ou ilícitas; Hábitos de vida – fumo e álcool; Exposição a riscos ocupacionais: esforço físico, carga horária, rotatividade de horário, exposição a agentes físicos, químicos e biológicos nocivos, estresse. Adendo: A Adolescência, em si, não é fator de risco para a gestação. Há, todavia, possibilidade de risco psicossocial, associado à aceitação ou não da gravidez (tentou interrompê-la?), com reflexos sobre a vida da gestante adolescente que podem se traduzir na adesão (ou não) ao preconizado durante o acompanhamento pré- natal. O profissional deve atentar para as peculiaridades desta fase e considerar a possível imaturidade emocional, providenciando o acompanhamento psicológico quando lhe parecer indicado. Apenas o fator idade não indica procedimentos como cesariana ou episiotomia sem indicação clínica. Cabe salientar que, por força do Estatuto da Criança e do Adolescente, além da Lei nº 11.108/2005, toda gestante adolescente tem direito a acompanhante durante o trabalho de parto, no parto e no pós parto, e deve ser informada desse direito durante o acompanhamento pré-natal. 2. História reprodutiva anterior: Abortamento habitual; Morte perinatal explicada e inexplicada; História de recém-nascido com crescimento restrito ou malformado; Parto pré-termo anterior; PEDRO SANTOS – MEDICINA 2020.2 Esterilidade/infertilidade; Intervalo interpartal menor que dois anos ou maior que cinco anos; Nuliparidade e grande multiparidade; Síndrome hemorrágica ou hipertensiva; Diabetes gestacional; Cirurgia uterina anterior (incluindo duas ou mais cesáreas anteriores). 3. Condições clínicas preexistentes: Hipertensão arterial; Cardiopatias; Pneumopatias; Nefropatias; Endocrinopatias (principalmente diabetes e tireoidopatias); Hemopatias; Epilepsia; Doenças infecciosas (considerar a situação epidemiológica local); Doenças autoimunes; Ginecopatias; Neoplasias. Os outros grupos de fatores de risco referem-se a condições ou complicações que podem surgir no decorrer da gestação transformando-a em uma gestação de alto risco: 1. Exposição indevida ou acidental a fatores teratogênicos. 2. Doença obstétrica na gravidez atual: Desvio quanto ao crescimento uterino, número de fetos e volume de líquido amniótico; Trabalho de parto prematuro e gravidez prolongada; Ganho ponderal inadequado; Pré-eclâmpsia e eclâmpsia; Diabetes gestacional; Amniorrexe prematura; Hemorragias da gestação; Insuficiência istmo-cervical; Aloimunização; Óbito fetal. 3. Intercorrências clínicas: Doenças infectocontagiosas vividas durante a presente gestação (ITU, doenças do trato respiratório, rubéola, toxoplasmose etc.); Doenças clínicas diagnosticadas pela primeira vez nessa gestação (cardiopatias, endocrinopatias).
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