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As doenças neurodegenerativas caracterizam-se pela perda progressiva e irreversível dos neurônios localizados em regiões específicas do cérebro. Formas de perder neurônios: ● Excitotoxicidade: Lesão neural resultante da presença de quantidades excessivas de glutamato no cérebro. ● Estresse oxidativo: A fosforilação oxidativa é necessária para geração de ATP, mas pode ocorrer a formação de espécies reativas de oxigênio (ROS - radicais livres de oxigênio e peróxido de hidrogênio). Se esses compostos não forem anulados podem causar danos ao DNA, provocar a peroxidação de lipídeos da membrana e causar morte neuronial. A enzima superóxido dismutase e substâncias antioxidantes (glutationa e α-tocoferol), mantém essas espécies reativas sob controle agindo como mecanismo de defesa. ● Anormalidades do metabolismo ligadas à idade ou deficiências hereditárias podem predispor a neurodegeneração. Síndrome com alteração progressiva do movimento pela perda gradual dos neurônios dopaminérgicos da substância negra com os sintomas aparecendo quando o conteúdo de dopamina diminui cerca de 20-40% Sinais e Sintomas: ● tríade parkinsoniana: ➔ tremor de repouso ➔ rigidez muscular ➔ bradicinesia ● desequilíbrio postural; ● alterações do olfato; ● distúrbios do sono; ● hipotensão postural; ● constipação; ● mudanças emocionais: depressão, ansiedade; ● sintomas psicóticos; ● prejuízos cognitivos e demência. O tratamento da doença leva em consideração alguns fatores, como o estágio da doença, os sintomas, a idade do paciente, os efeitos colaterais do medicamento e também seu custo. ● Pacientes em fase inicial: ➔ Sintomas leves e sem prejuízo funcional: inibidores da MAO-B e amantadina ➔ Sintomas com prejuízo funcional: levodopa e agonistas dopaminérgicos ➔ Prevenção de flutuações motoras e discinesias: agonistas dopaminérgicos ● Pacientes em fase avançada: levodopa Os fármacos utilizados no tratamento do Parkinson são: ● Levodopa: é geralmente administrado em conjunto com Carbidopa ou Benserazida por serem capazes de inibir a dopa-decarboxylase intestinal. É um 1 Farmacologia II 2020.2 Considerações Iniciais Parkinson fármaco rapidamente absorvido por transportadores de aminoácidos intestinais quando é administrado por via oral, portanto possui a meia vida curta (1-3 horas), é capaz de atravessar a barreira hematoencefálica com auxílio de transportadores de membrana, e é convertida em dopamina nas terminações pré-sinápticas dos neurônios dopaminérgicos. É um precursor metabólico da dopamina que possui efeitos terapêuticos que vem da descarboxilação do composto original em dopamina. ● Prolopa é uma ótima escolha, mas com o tempo de uso a sua efetividade vai diminuindo de forma gradativa. Efeitos adversos: discinesia e rápidas flutuações do estado clínico. ● Agonistas da dopamina (Bromocriptina, Pramipexol e Ropinirol): agem diretamente nos receptores dopaminérgicos estriatais D2 sem precisar depender de conversão enzimática para sua atividade. ➔ Bromocriptina: menos seletiva para receptores D2, mas também é agonista parcial D1, o que facilita o aparecimento de efeitos adversos como hipotensão, náuseas, vômitos e sonolência ➔ Pramipexol e Ropinirol: mais seletivos para D2 e tem pouca ou nenhuma atividade sobre receptores D1. ● Inibidor seletivo da MAO-B (Selegilina e Rasagilina): Seu mecanismo de ação é retardar a degradação de dopamina no corpo estriado (núcleo da base). Cuidado com doses altas. ● Anticolinérgicos (Biperideno): já foi bastante utilizado, mas pelo seus efeitos antimuscarínicos (boca seca, constipação, comprometimento da visão, retenção urinária) são utilizados apenas em casos específicos. Seu mecanismo de ação é a supressão dos receptores muscarínicos centrais de acetilcolina compensando a falta de dopamina ● Amantadina (Mantidan): é útil no início do tratamento tratando efeitos brandos da doença. Seu mecanismo de ação é a inibição do receptor NMDA é o fenômeno mais evidente, mas aparentemente também inibe a recaptação de dopamina a ainda apresenta atividades anticolinérgicas. É uma doença caracterizada pela deterioração cognitiva e da memória havendo um comprometimento progressivo das atividades de vida diária e uma variedade de sintomas neuropsiquiátricos e de alterações comportamentais. Está associada a uma acentuada atrofia do córtex cerebral e a perda localizada de neurônios no hipocampo e na parte basal do prosencéfalo. 2 Caso clínico Paciente do sexo feminino, 58 anos de idade, aposentada, com doença de Parkinson e depressão há 3 anos. Estava em uso de amantadina, pramipexol, paroxetina e lorazepam. Ela relata que nos últimos 2 anos notou descolorações avermelhadas em forma de “renda” quando exposta ao frio, especialmente na face, parte “de dentro” dos membros superiores, seios e pernas. Ela nega problemas articulares, hipertensão, episódios tromboembólicos, ou mesmo casos parecidos na família. Qual o problema? R: Livedo reticular causado por um efeito adverso causado pelo fármaco amantadina. Alzheimer Imagens de tomografia: Tratamento ● Anticolinesterásicos (Donepezila e Rivastigmina): é usado quando a doença ainda está em sua fase inicial, são os mais utilizados pela perda de neurônios colinérgicos ser característica da doença. Efeitos adversos: náuseas e vômitos. ● Memantina: usado quando a doença está entre a fase moderada e grave, é um antagonista dos receptores NMDA. Seu mecanismo de ação é pela inibição seletiva da ativação excessiva e patológica do receptor de NMDA. 3
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