Marcos-Ottaviano-Guitarra-Blues-do-Tradicional-ao-Moderno

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do Tradicional ao Moderno
·f par MARCOS OTIAVIANO
Apresenta~ao, transcriQoes e textos de Wesley "Lely" Caesar
GUITARRA BLUES - doJraciclona' ao Moderno
MARCOS OTIAVIANO
2011 por Melody Edtora - 2a eccao
[cdas as cornposcoes inclufdas nesta obra SaGde autoria exclusiva de Marcas Ottaviano, Todos as
direitos estao reservados Nenhuma parte deste livra pode ser repraduzida ou transmitida par qualquer
forma e/ou quaisquer meios (eletronico, mecarlco, incluindo totocopla e grava~aa) ou arquivada em
,Qualquer sistema ou banco de dadas sem perrnissao par escrito do editor. Publicado por Melody
Editora - Rua Baluarte, 363 - CEP: 04549-010 - Sao Paulo (SP)
Textos e transcrlcoes: WESLEY CAESAR
.\~£cordenaQao Didatica: MARCOS OTIAVIANO E WESLEY CAESAR
e e Design da Capa: GUSTAVO SAZES
- a: DAVID HEPNER
ramacao: RENATO CANONICO
, oouGaa Executiva: TERESA MELO
da capa e galeria: CATARINA CASTRO
~essao: GRAFICA PARMA
, , , - FICHA TECNICA
- e Engenharia de Audio: AMLETO BARBONI
,.ical: MARCOS OTIAVIANO
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IIVANOVIC
~DMONTANO
Z&O Estudlos, Sa~ Paulo, em junho de 2010
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GUITARRA BLUES - do "Tradicional ao Moderno
MARCOS OTIAVIANO
2011 por Melody Editora - 2a edi~ao
Todas as cornposlcoes inclufdas nesta obra SaGde autoria exclusiva de Marcos Ottaviano. Todos os
direitos estao reservados. Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida ou transmitida par qualquer
forma e/ou quaisquer meios (eletronico, mecanico, incluindo Iotocopia e gravaQao) ou arquivada em
qualquer sistema ou banco de dados sem permissao por escrito do editor. Publicado por Melody
Editora - Rua Baluarte, 363 - CEP: 04549-010 - Sao Paulo (SP)
Impresso no Brasil
Textos e transcncoes: WESLEY CAESAR
Coordenacao Didatica: MARCOS OTIAVIANO E WESLEY CAESAR
Arte e Design da Capa: GUSTAVO SAZES
Edlcao: DAVID HEPNER
Diaqramacao: RENATO CANONICO
Producao Executiva: TERESA MELO
Fotos da capa e galeria: CATARINA CASTRO
nnoressao: GRAFICA PARMA
CD - FICHA TECNICA
Producao e Engenharia de Audio: AMLETO BARBONI
Dire~ao Musical: MARCOS OTIAVIANO
Guitarra: MARCOS OTIAVIANO
Baixo: ANDREIIVANOVIC
Bateria: RICHARD MONTANO
Gravado no Z&O Estudios, Sao Paulo, em junho de 2010
melody
editors
fDEPOIMENTOS
"0 blues e a rail. do rock and roll. Musicos como Eric Clapton, Jimmy Page, [imi Hendrix,
entre tantos outros mestres da guitarra, foram influenciados por rmisicos como Buddy Guy,
John Lee Hooker e, principalmente, 0 mestre Robert Johnson. 0 blues e urn estilo livre,
honesto e vibrante, no qual os improvisos sao tocados com a alma e 0 coracao. Cada nota
soa como uma novidade e nos leva a lugares imprevisfveis. Marcos Ottaviano e urn dos
maiores representantes brasileiros da guitarra blues. Ele toea com maestria e estilo. Como
professor, esta passando essa magia as futuras geracoes.' - Andreas Kisser
;
, t.
"Conheci 0 Marcos Ottaviano no palco, vendo-o tocar com a banda Blue Jeans, e sempre tive
a bOf sensacao de estar em frente a urn grande guitarrista, daqueles que sabem muito bem que
menos e mais e que virtuosi smo nem sempre e sinonimo de qualidade. 0 que me chama aten-
<;3.0 'e a discricao, a elegancia e a intimidade com a guitarra, caracterfsticas dos grandes musicos
quepermeiarn 0 modo de ser de Marcos Ottaviano. Tocar blues muitos tocam. Tocar 0 coracao
com 0 blues e coisa para poucos. Marcos esta nesse time!" - Edgard Scandurra
"Conheco a Marcos ja faz urn born tempo e sempre admirei a maneira como ele toea
blues. Parece urn veterano americano. E urn estudioso do estilo e 0 conhece como nin-
guern. Desde 0 som da guitarra ate a forma como aplica as frases na hora certa, sem exa-
geros, timbre perfeito e muito feeling. Isso sem falar no slide, que nao e para qualquer urn.
Esse livro e pioneiro no Brasil. Quem quiser aprender blues nao tern como errar. 56 nao vai
aprender quem nao estudar." - Faiska
"Quando soube que esse livro estava sendo preparado por Marcos Ottaviano, fiquei muito
feliz e empolgado, pOl'que 0 blues e urn estilo que, aos poucos, esta me conquistando.
Aprendendo urn pouco desse estilo, muitas possibilidades se abrirao dentro do meu uni-
verso musical. Conheci Marcos gracas a uma materia na revista Guitar Player, que falava de
seu recente disco gravado junto com 0 excelente guitarrista Kiko Moura. Entrei em contato
com Marcos e adquiri esse CD, que ja e primeiro lugar nas 'paradas de sucesso' do meu
carro. Ouvindo Marcos tocar, percebo que cada nota conta uma hist6ria. Com a oportuni-
dadede conhecer urn pouco mais desse estilo, por meio desse Iivro, acho que vou 'bluesear'
. urn pouco a minha bossa nova." - Roberto MenescaI.,
AGRADECIMENTOS
D edico esta obra a todos que, durante todos esses anos, contribuiram direta ouindiretamente para 0 meu crescimento musical. Agrade~o a meus alunos que, ao. longo de 20 anos, estiveram comigo, pois seus questionamentos me ajudaram a
compor 0 material didatico que utilizo nas aulas e serviu de base para este livro.
Ao amigo, guitarrista e grande mestre Wesley "Lely" Caesar, que tive 0 privilegio de conhecer em
1986. quando procurava meu primeiro professor de guitarra. Seu profissionalisrno, respeito e com-
prometimento com 0 instrumento, a music a e seus alunos fizeram-me ter a certeza de que guitarra
era coisa seria. Esse primeiro contato foi definitive para eu seguir em frente. Seu vasto conheci-
mento musical e experiencia didatica foram de extrema importancia para a realizacao desta obra.
Ao produtor, guitarrista e amigo Amleto Barboni pelo fantastico trabalho durante as gravacoes
do CD que acompanha 0 livro. Ele capturou todos os detalhes que coloriram e completaram este
projeto. S6 mesrno urn dedicado pesquisador das diversas sonoridades e estilos do blues poderia
realizar de forma irnpecavel esse trabalho.
Ao baixista Andrei Ivanovic e ao baterista Richard Montano, grandes rmisicos que participaram
do CD e deram mais personalidade as faixas, com muita ernocao, tecnica e conhecimento.
Ao amigo e colaborador Fabio Corazza, pela primeira transcricao do meu material didatico para
tablatura (que serviu de base para a elaboracao desta obra). E aos amigos Claudio Camargo (Gui-
tar Place), pelo grande apoio, e Marcio Tucunduva e Fabio Corazza pelos incrfveis instrumentos
cedidos gentilmente para as gravacoes.
Obrigado a Teresa Melo, pelo respeito e visao Impar que sempre acompanharam as reunioes e
fizeram com que esta obra Fosse publicada, e a toda equipe da Editora Melody e Guitar Player,
pelo excelente trabalho.
Sou grato ainda aos seguintes grandes musicos, por concederem valiosas consideracoes a res-
peito deste livro: Roberto Menescal, Edgard Scandurra, Andreas Kisser e Faiska, pelos quais tenho
muito respeito e admiracao.
Ao amigo, guitarrista e professor Kiko Moura, que foi meu professor em 1988 e me deu a chance
de atuar pela primeira vez como professor.
Obrigado tambern aos meus pais, por terem me dado minha primeira guitarra e pelo grande
incentivo, juntamente com meus irmaos, para que eu pudesse seguir em frente. E a minha esposa
Fatima, por incentivar e apoiar os meus trabalhos e projetos desde 0 infcio da minha carreira.
Marcos Ottaviano
FAIXAS DO CD
1 . ApresentaQ8.o & AfinaQ8.o
2 . Guitarra Base - Shuffle Blues 1
3 . Guitarra Base - Shuffle Blues 1 (Playback)
4 . Guitarra Base - Shuffle Blues 2
5 . Guitarra Base - Shuffle Blues 2 (Playback)
6 . Blues 12 compassos - Acorde-Melodia (E)
7 . Blues 12 compassos - Acorde-Melodia (A)
8 . Blues Britanico Shuffle (G)
9 . Blues Britanico Shuffle (G) - (Playback)
10 . Chicago Blues Base (E)
11 . Chicago Blues Base (B)
12 . Chicago Blues Base (B) - (Playback)
13 . Hooker Boogie
14 . Hooker Boogie (Playback)
15 . Shuffle Blues Menor 16 compassos
16 . Shuffle Blues Menor 16 compassos - (Playback)
17 . Shuffle Blues (A) Chorus 1
18 . Shuffle Blues (A) Chorus 1 - (Playback)
19 . Shuffle Blues (A) Chorus 2 -
20 . Shuffle Blues (A) Chorus 2 - (Playback)
21 . Turnaround Lick 01
22 . Turnaround Lick 02
23 . Turnaround Lick 03
24 . Turnaround Lick 04
25 . TurnaroundLick 05
26 . Turnaround Lick 06
27 . Turnaround Lick 07
28 . Turnaround Lick 08
29 . Turnaround Lick 09
30· Turnaround Lick 10
31 . Blues 8 compassos
32 . Blues 8 compassos - (Playback)
33 . Slow Blues Britanico (E)
34 . Slow Blues Britanico (E) - (Playback)
35 . Texas Shuffle (E)
. 36· Texas Shuffle (E) - (Playback)
37 . Slow Blues (A)
38· Slow Blues (A) - (Playback)
39 . Funk Blues
40 . Funk Blues - (Playback)
41 . Tradicional Blues 8 compassos
42 . Tradicional Blues 8 compassos - (Playback)
43 . Tradicional Solo Freddie King
44 . Tradicional Solo Freddie King - (Playback)
45 . R&B (Rhythm and Blues)
46 . R&B (Rhythm and Blues) - (Playback)
47· Slow Blues Licks (comegando no V)
48 . Slow Blues Licks (comegando no V) - (playback)
49 . Shuffle Blues Moderno
50 . Shuffle Blues Moderno - (Playback)
51 - Rumba Blues (E)
52 . Rumba Blues (E) - (Playback)
53 . Gospel Blues - Estilo Ray Charles
54 . Gospel Blues - Estilo Ray Charles (Playback)
55 . Blues C13
56 . Blues C13 - (Playback)
57 . Slide Licks 01
58· Slide Licks 02
59 . Slide Licks 03
60 . Slide Licks 04
61 . Slide Licks 05
62 - Slide Licks 06
63 . Slide Licks 07
64 . Slide Licks 08
65 . Slide Licks 09
66 . Slide Licks 10
67 . Slow Blues estilo Muddy Waters
68 . Slow Blues estilo Muddy Waters - (Playback)
69 . Blues 12 compassos estilo Duane Allman
70 . Blues 12 compassos estilo Duane Allman - (Playback)
71 . Country Blues 12 compassos
72 . Country Blues 12 compassos - (Playback)
73 . Blues 12 compassos estilo Mick Taylor
74 . Blues 12 compassos estilo Mick Taylor - (Playback)
(NDICE
SOBRE 0 AUTOR 12
APRESENTAGAo 14
o BLUES " 16
INTRODUGAO
(InformaQoes Te6ricas Gerais)
Ritmo, Escalas, Iecnica e Harmonla 18
Forma Padrao do Twelve Bar (12 compassos) Blues 21
Tabela de Acordes 23
Tabela dos Elementos da Iecnlca 25
Tabela dos 12 Centros Tonais 27
PARTE 1
(Estudos em Pentatonlca Menor)
Guitarra Base - Shuffle Blues 1 30
Guitarra Base - Shuffle Blues 2 31
Blues 12 Compassos - Acorde Melodia em Mi (E) 32
Blues 12 Compassos - Acorde Melodia em La (A) 34
Blues Britanico Shuffle (G) 36
Chicago Blues Base (E) 38
Chicago Blues Base _ Slow (B) 40
Hooker Boogie 42
Shuffle Blues Menor - 16 compassos 44
PARTE 2
(Estudos em Pentatonlcas Maior e Menor)
Shuffle Blues (AY'Chorus 1 : 47
ShuryJeBlues.·(A)Chorus 2 48
Jl:lrn.ar~unds (A) 49
Blues 8 compassos 53
Slow Blues Britanico (E) 54
,J'exas''Shuffle (E) :.:' 56
',,' \',' \;32\:
PARTE 3
(Estudos em Pentatonica Maior, Pentatonica Menor, ModulaQ30 e Pentatonica 6 )
Slow Blues (A) · 60
Funk Blues 61
Tradicional Blues 8'compassos 63
Tradicional Solo Freddie King 64
R&B 66
Slow Blues Licks (cornecando no V) 68
Shuffle Blues Moderno 71
Rumba Blues (E) 73
Gospel Blues - Estilo Ray Charles 74
Blues C13 76
PARTE 4
(Estudos em Slide - Bottleneck)
Slide Licks - AfinaQ30 Standard 80
Slow Blues - Estilo Muddy Waters 81
Blues 12 compassos - Estilo Duane Allman 83
Country Blues 8 Compassos 85
Blues 12 compassos (E) - Estilo Mick Taylor 86
PARTE 5
f Roteiro da Procucao Musical orientada por Amleto Barboni 90
Galeria de Fotos 102
Referencias Dlscoqraticas 106
SOBRE 0 AUTOR
MARCOS OTIAVIANO
EJogiado pela critica especializada e por music os como B.B. King, Ron Wood, John Pizza-
relli, Magic Slim e Scott Henderson, 0 guitarrista Marcos Ottaviano teve sell primeiro con-
tato com 0 blues na decada de 1980 e tornou-se especialista na linguagem de mestres como
B.B. King, Eric Clapton, Freddie King e na tecnica de slide de Duane Allman e Mid: Taylor.
Em 1991, foi urn dos fundadores da Companhia Paulista de Blues, uma das ban-
das responsaveis pelo crescimento do genero em Sao Paulo. Foi nessa epo-
ca que comecou a atuar como professor de guitarra blues, tendo registrado dais
videos didaticos. Hoje, Marcos Ottaviano e referencia no ensino desse estilo no Brasil.
Em 1992, participou da banda de Celso Blues Boy e, em 1994, [oi convidado por Paulo Zinner
para assumir 0 lugar de Andre Christovam no grupo Fickle Pickle. Durante 13 anos, foi inte-
grante do Blue Jeans, urn trio de blues que ganhou a reconhecimento da cntica especializada.
Ottaviano e tambern frequentemente requisitado para gravacoes em estudio, ten-
do registrado mais de 20 CDs de artistas dos mais variados estilos, como Mona
Gadelha, Robson Fernandes, Nasi, Sergio Duarte, Ari Borger e Clara Ghime!.
Em 2000, Ottaviano lancou seu primeiro album-solo produzido por Alexandre Fontanetti,
November 12 Sessions, no qual apresenta composicoes pr6prias e releituras para classicos
do blues, como Ain't No Swnshine, Rarnblin' on My Mind e Going Down.
o guitarrista participou de grandes festivais de blues no Brasil e tocou em
shows com grandes nomes, como Magic Slim, Buddy Guy, Big Time Sarah, John
Pizzarelli, Peter Tork (The Monkees) e Bobby Keys (Rolling Stones, Eric Clapton).
Em 9 de janeiro de 2002, durante apresentacao na casa Bourbon Street, em Sao
Paulo, 0 Blue Jeans recebeu no palco Ron Wood, guitarrista dos Rolling Sto-
nes, para uma jam. Irnpressionado com 0 que ouviu, Wood pediu 0 mime-
ro de telefone para Ottaviano e 0 apelidou de The Teacher (0 Professor).
Em 2003, 0 Blue Jeans lancou 0 disco Come Back Home, recebido com entusiasmo pel a
crftica especializada do Brasil e exterior. Com esse trabalho, a banda ernplacou sete musi-
cas no Top 10 da maior radio norte-americana de blues na internet, a Bandit Blues Radio,
em votacao de ouvintes do mundo inteiro. Em 2004, 0 grupo foi convidado a abrir os tres
shows de B.B. King em Sao Paulo, e foi surpreendido quando 0 Rei do Blues, ao final do seu
show, chamou a banda novamente ao palco e comentou "que a sua missao estava cumprida,
porque havia no mundo uma banda como 0 Blue Jeans, que representa tao bem 0 blues".
Em 2007 foi lancado 0 DVD em cornemoracao aos 20 anos de carreira do Blue Jeans. A
gravac;ao teve como convidado Magic Slim, grande bluesman de Chicago, que veio ao Brasil
especialmerite para a ocasiao.
Em 2009 e 2010, Ottaviano passou a dedicar-se aos shows de lancamento do CD Mar-
cos Ottaviano & Kiko Moura Project, alern de realizar workshops, produzir CDs de outros
artistas, compor trilhas e dar continuidade ao ensino de guitarra blues no Brasil. Site: www.
marcosottaviano .com. br.
WESLEY "LELY" CAESAR
Lely teve seu primeiro contato com a guitarra em 1966. Iniciou carreira profissional em
1972, atuando em bandas de rock. Fez parte do Made in Brazil, um dos maiores represen-
tantes do rock paulistano. Com formacao ecletica, Lely cornecou sua trajetoria no ensino
de guitarra em 1981. E autor de varies rnetodos e videoaulas. Foi fundador, coordenador e
professor do primeiro IG&T (Instituto de Guitarra e Tecnologia), em 1987. E professor do
Conservatorio Musical Souza Lima-Berklee desde 1997. Sites: www.wesleycaesar.mus.br,
www.wesleycaesar.com e www.myspace.com/wesleycaesarrioronha.
AMLETO BARBONI (Producao Musical)
Como guitarrista, apresentou-se ao lado dos maiores expoentes do blues brasileiro. Seu pri-
meiro album, Amleto Barboni's Thing, foi lancado pela gravadora Delira. Trabalhou corno
engenheiro de audio em discos de blues reconhecidos internacionalmente e produziu dois
trabalhos da banda Blues Etilicos. Participou e rnixou a serie especial Blues no Pais do
Samba, da TV Cultura. Site: www.zoestudio.com.br
f'V\4PRESENTACAO
oi uma honra ter sido escolhido por Marcos Ottaviano para fazer as transcricoes
e textos desta preciosa obra, inedita na literatura brasileira da guitarra. Ela inau-
gura urn novo conceito dentro da metodologia do instrumento, porque, alern
de associar 0 material didatico dirigido a estudantes, profissionais e diletantes,
tarnbem inclui urn portentoso guia de producao musical. 0 guia descrito pelo engenheiro
de som e guitarrista Amleto Barboni e fundamental ao aprendizado, desde ° iniciante ate 0
profissional. Conheci Ottaviano por volta de 1986 e logo percebi sua seriedade e dedicacao
ao blues. Hoje, constato que ele e urn dos maiores bluesmen do Brasil. E impressionante
como ele encarnou 0 estilo, tanto a fraseologiacomo os divers os elementos da tecnica desse
genero musical, os quais ele emprega com maestria. Sua pegada na guitarra e timbre sao
perfeitos. Ele toea as diversas vertentes do blues com muita naturalidade. Nao por acaso,
tornou-se uma das principais referencias nacionais no ensino da guitarra blues, e seu nome
e reconhecido internacionalmente. Basta lembrar que nomes lendarios de territories tao
distintos dentro do mundo da guitarra, como Ron Wood (Rolling Stones) e 0 fenomenal
John Pizzarelli, tornaram-se seus admiradores.
o conteudo deste livro e urn atestado do talento de Marcos Ottaviano. Fruto de urn am-
plo estudo realizado pelo guitarrista ao longo dos ultimos 25 anos, a obra contern uma S1n-
tese das principais vertentes do blues e e dirigida a estudantes dos mais diversos nfveis - de
iniciantes ate musicos profissionais. 0 livro e estruturado em quatro partes, alern de uma
introducao que esclarece aspectos basicos que envolvem os princfpios teoricos de escalas,
acordes e tecnicas do blues. Aborda ainda a forma principal do estilo, que e 0 Twelve Bar
em Fast Change e Slow Change, tendo como base a shuffle, cuja celula rftmica e visceral
no blues. A introducao conta tarnbern com uma sinopse histories.
A primeira parte do livro focaliza basicamente a aplicacao da escala pentat6nica menor,
que, na linguagem guitarrfstica, tratamos como escala hom6nima. A segunda parte e dedi-
cada a aplicacao das pentat6nicas maior e menor, incluindo exemplos na forma Eight Bar
Blues (oito cornpassos).
A terceira parte e uma extensao cia segunda acrescida de mais duas modalidades de apli-
cacao: a mcdulacao e a pentatonica 6 (sexta maior). A quarta parte trata exclusivamente
cia tecnica de bottleneck (slide). A parte final-inclui urn util Roteiro cia Producao Musical,
alem de uma Galeria de fotos e Referencias Discograficas,
Todos os exemplos sac de autoria de Marcos Ottaviano. Os solos foram inspirados em
frases dos principais bluesmen, desde as mais antigos ate os modernos, como Robert
Johnson, T-Bone Walker, John Lee Hooker, Buddy Guy, Magic Sam, Freddie King, B.B.
King, Muddy Waters, Albert King, Albert Collins, Eric Clapton, Jimmie e Stevie Ray
Vaughan, Robert Cray, Mick Taylor, Duane Allman, Robben Ford e Larry Carlton. Ha tam-
bern exemplos baseados em artistas como Ray Charles, entre outros.
Tenho plena conviccao de que esta obra sera muito uti] ao mundo da seis-cordas, particu-
larmente aos futuros profissionais da guitarra blues.
Wesley "Lely" Caesar
;0 BLUES
ao se sabe quando a rnusica surgiu, mas supoe-se que a pratica musical
com participacao coletiva, tal como nos primordios do blues, deve perten-
eer a mais longfnqua tradicao hurnana. Certos indicios, com aval cientifico,
sugerem que tudo tenha aparecido primeiramente na Africa. A raca negra
seria, entao, a mais antiga da humanidade e a principal provedora da musica do planeta.
Quando os negros chegaram a America do Norte, no comeco do seculo 17, apesar de
encontrarem U1Tl mundo hostil, criaram uma forma de expressao musical portadora de ele-
mentos de suas vidas pregressas. Mas essa musics ja nao mais podia ser pura, devido a
aculturacao sofrida em virtude da evangelizacao dos colonizadores brancos.
Os escravos negros produziram tres tipos de manifestacao _musical: a religiosa, que rcpre-
sentava 0 extase, a de trabalho, que manifestava a tristeza causada pel a inferioridade social
(as trabalhadores das plantacoes de algodao e trigo desenvolveram cancoes sincronizadas
com a cadencia ritrnica do trabalho), e a de Iesta, que expressava a exuberancia (a Festa e a
danca eram mais Intimas a musica original da Africa). No final do seculo 19, a negro, jc1 li-
berto da escravidao, migrou de uma regiao para outra e carregou traces des sa cultura antiga.
A arte do blues e oriunda de uma das mais viscerais forrnas de expressao musical, na qual 0
improviso possui uma dialetica (cantor-instrurnento) propria que deu origem a muitas outras
formas musicais. As irnprovisacocs no rock ou mesmo no jazz denotam essa influencia.
A guitarra eletrica surgiu nos EUA na decada de 1930 e foi adotada pelos blueseiros
que migravam de uma cidade para outra. Esse instrumento tern caracterfsticas proprius,
principalmente em relacao as suas propriedades tirnbrfsticas, bem como aos seus aspectos
tecnicos, como as ligaduras (hammer-ens e pull-offs), arqueamentos (bends e reverses),
deslizamentos (slides), entre outros. Embora as origens desses recursos tecnicos sejam
muito antigas, eles permeiam a Iinguagem fraseologica da guitarra blues, que foi deter-
minante no caminho do instrurnento, culminando com 0 surgimento do rock and roll, na
decada de 1950. 0 rock tem como base 0 rhythm and blues, um tipo de blues urbano mais
agressivo, surgido por volta de 1946, com 0 guitarrista Muddy Waters, em Chicago. 0 R&B
foi antecedido pelo jump blues do saxofonista Louis Jordan, no final da decada de 1930, em
Nova York, um estilo que contribuiu para a mudanca do carater do blues.
M uitos guitarristas, de ]imi Hendrix, Jeff Beck e Eric Clapton a Joe Satriani, Eric Johnson
e Steve Vai, foram ou ainda sao adeptos da linguagem da guitarra blues, Fazendo uso cons-
1 •
tante de sse amplo material melodico que desenhou a hist6ria da musica norte-americana.
E evidente a presenca de elementos do blues - como sua forma, discurso harrnonico, es-
cala pentatonica e blue notes - na rnusica pop e nos mais diversos estilos musicais. Outro
aspecto contundente da importancia do blues na formacao da musica arnericana moderna
sao os standards de jazz que se utilizam da forma padrao Twelve Bar, como e 0 caso de Blues
for Alice, do saxofonista Charlie Parker. Na obra do lendario John Coltrane, encontrarn-
-se temas na forma de blues menor, como Mr. Pc. Um dos mais fa11'10S0Strompetistas da
historia do jazz, Miles Davis tambern se serviu da forma Twelve Bar, como comprovam 0
terna Solar e pec;as do album Kind of Blue (1959). Poderfamos citar uma enorme lista de
standards de jazz que se baseiarn na forma e harmonia do blues.
Varios setores da rmisica do seculo 20 se inspiraram em nomes como Big Bill Broonzy,
Blind Lemon Jefferson, as cantoras Mamie Smith e Ma Rainey (considerada a mae do
blues), Lonnie Johnson (conhecido como "0 poeta do blues"), Robert Johnson, Lightnin'
Hopkins, Howlin' Wolf, Willie Dixon (0 maestro do blues) e muitos outros, ate as represen-
tantes mais modernos do genera.
Nos anos 1960, a movimento conhecido como "Invasao Britanica", formado por Cream,
Rolling Stones, Led Zeppelin, The Who e outras bandas, decretou definitivarnente a grau
de importancia do blues na musica atual. 0 genera criado par trabalhadores rurais negros
nos EUA chegou ate nossos dias mantendo seu teor estilfstico, fundindo-se naturalmente
a vertentes musicais as quais precedeu, 0 blues e, certamente, uma das mais autenticas
formas de expressao musical existentes.
Wesley "Lely" Caesar
I"J
INTRODUQAO
INFORMACOES TEDRICAS GE~IS
(RITMO, FORMA, ESCALAS, TECNICA E HARMONIA)
1. Os dais padr6es citados ao longo deste livro - fast e slow change em blues tradicional
de 12 compassos (twelve bar) - correspondem as formas de blues mais comuns. Porem,
as formas eight bar (8 compassos) e sixteen bar (16 compassos) sac tambern ocorrentes,
conforme veremos.
2. 0 ritmo no blues atende, em geral, a formula de compasso composto 12/8. No entanto,
pode-se tarnbem escreve-lo em compasso simples 4/4, mas adotando imprescindivelmente
o grupo rftmico de tercina de colcheia como quialtera (grupo rftmico alterado), isto e, a Ii-
gura colcheia passa a valer 1/3 de tempo, tal como no compasso composto. Apresenta ainda
a formula 4/4 simples, em casos como 0 rhythm and blues, rumba blues e blues gospel. A
celula rftmica shuffle e, na verdade, a principal no discurso musical do blues: m
J J>
3. A escala mais usada no blues e a pentatonica (escala de cinco sons - veja diagrama abaixo),
mas normalmente acrescentada de uma nota cromatica chamada de blue note (BN).Observe
que, ao tocarmos uma escala em uma regiao qualquer do brace da guitarra, estamos digitando
urn tipo de desenho geometrico que caracteriza urn desenho chamado shape, ou seja, uma po-
sicao padrao. No caso da escala pentatonica, ha cinco posicoes diferentes (inversoes).
Estas cinco invers6es determinam a extensao da escala que pode ser tocada, desde a pri-
meira inversao (penta 1) ate a ultima (penta 5). A penta 2 (segunda inversao) e denominada
de penta maior por coincidir com a digitacao da escala maior. [a a penta 1 (prirneira inver-
sao) e conhecida como penta menor, tambern chamada na linguagem didatica de penta
hornonima, por ser esta a escala da tonalidade.
Penta 1 com BN Penta 4 com BNPenta 2 com BN Penta 3 com BN Penta 5 com BN
•• ~ . •
•
•• ~ .
~ '. •
•• ~ ..'.. ~
••• t •• •
••
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• t• o .
'I
4 •• ••,
• = BN (Blue Note)
I,.
Por exernplo, se urn blues estiver ern C (d6 maior), a penta hornonima sere'! a penta 1 ern
Cm (do menor), au seja, a penta menor. Assim como a penta maior (penta 2) e a penta
da relativa tonal, a penta 1, sua inversao anterior, estara sempre a 1Y2 (urn tom e meio)
abaixo da penta maior (penta 2), No exemplo do blues em C,a penta relativa sera Am (Ia
menor). Na tabela dos 12 centros tonais, a coluna a esquerda refere-se as pentatonicas
hornonimas e a coluna a direita mostra as pentatonicas relativas. Toma-se a penta 1 como
referencia da digita<;ao da penta homonima e da relativa, pois SaG exatarnente a mesma
escala, mas recebem nomes diferentes devido a aplicacao. Portanto, basta desloca-Ias
para a tonalidade desejada, conforrne indicado na tabela. A compreensao dessas relacoes
entre escalas, acordes e tonalidades e fundamental para 0 dominie no desenvolvimento
dos solos, arranjos eimprovisos no blues.
A pentatonica aqui abordada e LIma escala com uma unica estrutura intervalar. Iniciando pela
penta 1: tonica, terca menor, quarta justa, quinta justa e setima rnenor (T, b3, 4, 5, 7). Quando
ha presenc;a da blue note, acrescenta-se a quarta aumentada (quinta bemol) - veja 0 quadro.
Existe, no entanto, outras estruturas intervalares para escalas pentatonicas. Como de-
monstra a tabela dos 12 centros tonais, a escala peritatonica pode ser tocada ern 12 to-
nalidades e cada urna delas possui cinco invers6es. Portanto, deve-se prestar atencao ao
fato de que as tonalidades da escaJa mudam de acordo com 0 grau tonal, mas a digitacao
da escala sera sernpre a me sma, bastanda deslocar a digitacao de uma regiao do brace da
guitarra para outra. A conexao entre as inversces das pentatonicas permitem 0 desenvol-
vimento de solos.
o dicionario geral de escalas apresenta tambern a escala blues de sete sons, com tercas e
setimas bemolizadas, que era entendida como a escala oficial do blues, porern, esta e urna
interpretacao que pode ter urn vies jazzistico. Portanto, a escala pentatonica com blue note
exernplificada acima e a encontrada na maior parte dos solos de classic os do blues e rock.
Outra escala abordada neste livro e a pentatonica 6, que possui a seguinte estrutura inter-
valar: tonica, terca menor, quarta justa, quinta justa e sexta maior (T, b3, 4, 5, 6).
4. Nesta obra, usamos a terminologia "lick", que, na linguagem guitarnstica norte-ame-
ricana, refere-se a cada parte de urn solo. Porern, pode-se adotar tambem 0 termo "frase"
(melodic» ou musical), que tambern indica cada trecho de urn solo. Quando nos referimos
a uma frase, estamos colocando a ideia de uma sentenca musical que normalmente encon-i
r
tra-se entre um respiro e outro dentro da melodia (solo). Sendo assim, uma sequencia de
licks Oll Erases e 0 que geralmente forma um solo.
5. Os acordes no blues SaG normalmente baseados na cadencia harmonica I (tonica), IV ;
lsubdominQntQ) eV (Gom\nante), que forma 0 centro tonal- consulte a tabela dos 12 centros
tonais. Essa terminologia refere-se aos graus das respectivas funcoes de acordes no campo
harmonico. 0 campo harmonica maior tern sete graus: I, Ilm, IIIm, IV, V,VIm, VllmbS. Os
graus mais importantes, nesse caso, sao os citados acima (1, IV e V). Veja tambern a tabela
dos acordes usados neste livro.
6. Executar um chorus complete corresponde a cad a giro da forma inteira, seja na forma
de 8, 12 au 16 compassos. Geralmente, tocam-se dois chorus (24 compassos, na forma
twelve) para cada linha de tema ou improviso.
7.0 turnaround corresponde a introducao (quando esta precede 0 chorus) e a final, que
no padrao twelve bar encontra-se nos compassos 11 e 12, indican do a retorno ao corneco
do chorus.
8. 0 sinal Yo, que aparece dentro da barra de compasso, indica repeticao do compasso
anterior.
9. Os elementos tecnicos principais no blues sao ligaduras, (hammer-on e pull-off), ar-
queamentos (bends e reverses) e deslizamentos (slides). Veja a tabela dos elementos de
tecnica utilizados nesta obra.
10. Neste livro, adotamos a forma padrao de escrita musical: pauta com tablatura e cifra-
gem dos acordes acima da pauta.
I ,I
h
FORMA TRADICIONAL BLUES (12 COMPASSOS) • I-IV-V
Fast Change
Ex. 1
~-:A1(!lL~4 :mw==t Al19}
1
~i~~D7~(9~)~~~y.~~E§~7(9~)~E~Y~. ~
~5
~t@9~~Ei~(-g:~)~~E~~O~7(~9)~~~,--~_ ~_~_-(9~)~~~_t_-_E7_(9_1 -_?J---l
Turnaround
EX.2
_.
07(9) .3 ., E A7(9}
5
t~@9~-'-~E~7(~91§..~._~~F' 3Rlm--=t?n9) - .e-$8Wt9> --E7(9TJ
Turnaround
COP,(RlliIIfS ,; 10111 fonORl1 MflOOY' GUITAR PlAYER BrASil, MARCUS llTlAVIANIJ
Slow Change
EX.1
~
A7(9F+=E2~y.~322*=-==t_:/.-.-d
Turnaround
Ex.2
1
~~~5~~D~7(~9)~E~~~~~J~~A7~(9)~~E~Y.~~2J
i~E~E7(~9)~b._.D1{!ij.----=l~~A7~(9)~·-~=+#4I
Turnaround
TABELA DE ACORDES
C(omi!.1)13r..
• -tI- t
- • _. --- :f :1- 1tp----
-- 3 3 4c ---r 3 z-------3- 3 3 4
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4 -? .J
3 3 _.-
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11-
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! -----s-·--------q3------<5;--·-------t-l---~z7-------~'1<t-----fr-----·-+__I-------t------z 5 3 5 Z
_ ~___4__-----~'1<t------~'1-----~O~---~Jl------·---~-----~~r------~~.J~~
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E(0I11it3)
Ii
E+
Ii
E7(#9) F7
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:JL-=-=it-= • L. - II fl.-==-=--= -- -- •----n~- --===I 1 I 1==..- - • • .,:-..- I T-.- T T T
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COf'IAtGlilS 21110 flJilOHA hlllUUl'i GUllAH I'lAnH HtH\SII! MMCOS UlIAVIII~IO
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_____ 0 •• __ full j ou ~,5 J 2,0 j
1 1/2
full t ou 1,5 t 2,0 t
./ /' /
-' -' J
Bend (3) = 0 arqucarnento aqui aringe urn
tom inrciro (reprcscnrado pelo rermo
"full"), portanto, a nota C alcanca urna nota
D (urn tom acima). 0 bend pode atingir urn
tom c rneio (1 1/2 ou 1,5), dois tons (2)ou
mais, ,-\ altura do bend estara sempre
indicada acima da nota, como nos exernplos
ao lado.
TABELA DOS ELEMENTOS DE TECNICA
s
s
Slide = e urn deslizamcnto cxecutado por um ou
mais dedos da mao esquerda (destros). Arrasta-se
na corda de uma nota ate outra, No caso do
exernplo ao lado, 0 deslizamento vai da nota C da
casa 5 ate a nota D na casa 7 - 0 slide pode
envolvcr rnais dedos, portanto, rnais noms
simulraneas.J
p
H
J I
. - .r<.
~
p
,..-..., --
.J --
,,-
Pull-off = e uma ligadura descendente
(ao contrario do hammer-on). POI' meio
da acao de puxar a corda, liga-se uma
nota ate outra rnais grave - No exemplo
ao lado rernos urna nota D ligada a uma
nota C.
1/2 i
Bend = Indica urn
arquearnento da corda que
atinge uma nota mais aguda.
No caso do cxcmplo ao lado 0
1/4 t arquearnento se chi em 1/4 de
/ tom, isto e, a nota C sobc.---r----..cr..•'------------1apenas a rnetade de rneio tom.
r----------------I Este controle e adquirido pelo
sense auditive.
/
Bend (2) = Aqui 0 arqueamento e de 1/2 tom, portanro, a nota C atinge um C#.
f--
I
1/2 t
J I I/?
COPYRIGHTS 1'1110 UJllililA iMIDOY I;UI1AR I'[WH BRASil :.iAIiCOS fJllAVIANO
tr
-----
---
- I --
tr
..J
Tr (Trinado) = I-U mais de urn tipo de trinado ou trilo, porem
aqui consideramos a seguinte definicao. 0 trinado indica que duas
notas devern ser tocadas consccutivamente obdecendo 0 seu valor
respective, mas em grupos de noms que subdividern 0 valor da
figura em questao. Enrao, entende-se que 0 trinado e a execucao
de duas noms conjunras (ascendenre ou descendenre)que soarn
alternada e repetidamente por meio de ligaduras (Hammers e
PlIlls.
Vibrato = 0 sinal acima da nota
indica que esta deve ser Vibrada de
preferencia vcrricalmenrc. Este efcito e
produzido pOl' meio de urn movirncnto
oscilatorio do dedo, tlue pressiona a
corda em senrido vertical.
-- --
-
I
._--
1--
:J
..J
Double Stop = Quando se toea duas notas simultaneamcntc.
s
~-~~~--~-"~-~-j--j'-~~---~~~~~--BDouble Stop com Slide
I
s -
-
5 -- 7 --
J
H
I
H
._- -,
~ 7
..J
Double Stop com Hammer -on
/\ figura ao lado mosrra um bend com
reverse. Primcirarnente, arqucia-sc a nota
e, em seguida, rcrorna-se ao ponto de
partida sem palhetar, Podc ocorrer
tambern com palhetada ou ainda com
Reverse inicial.
r\
1--
--
I I
t-.
f \
;) \ ;} J
COI'VRIGHIS 20lU lDllURA MllUIlY GUllAH i'iA'itllliRi,S!l ru\l\iWiS :1111','111.111)
TABELA DOS 12 CENTROS TONAIS
HOMONIMO CENTRO TONAL RELATIVA
1m 1(7) VimV(7)IV(7)
Cm F C G Am
.......................................................................................................................................
Gm C G 0 Em
.......................................................................................................................................
Om G 0 A Bm
.......................................................................................................................................
Am 0 A E F#m
.......................................................................................................................................
Em A E B C#m........................... . ~.............. . .
Bm E B F# G#m
(Cb)m (Fb) (Cb) (Gb) (Abm)
.......................................................................................................................................
F#m B F# C# D#m
(Gbm) (Cb) (Gb) (Db) (Eb)
.......................................................................................................................................
C#m F#' C# G# A#m
(Ob)m (Gb) (Db) (Ab) (Bbm)
.......................................................................................................................................
Abm Db Ab Eb Fm
.......................................................................................................................................
Ebm Ab Eb Bb Cm
.......................................................................................................................................
Bbm Eb Bb F Gm
.......................................................................................................................................
Fm Bb F C Om
.......................................................................................................................................
ESTUDOS EM PENTATONICA MENOR
> GUITARRA BASE • SHUFFLE BLUES 1
> GUITARRA BASE • SHUFFLE BLUES 2
> BLUES 12 COMPASSOS • ACORDE MELODIA EM MI (E)
> BLUES 12 COMPASSOS • ACORDE MELODIA EM LA (A)
> BLUES BRITANICO SHUFFLE (G)
> CHICAGO BLUES BASE (E)
> CHICAGO BLUES BASE • SLOW (B)
> HOOKER BOOGIE
> SHUFFLE BLUES MENOR • 16 COMPASSOS
a parte 1, estudaremos apenas a aplicacao da escala pentatonica menor (ou
penta homonima), relacionada na tabela dos 12 centros tonais. Os dois te-
mas de 12 compassos em chord melody - fast change em E e slow change
em A - demonstram 0 recurso estilistico de agregar 0 acorde a melodia, uma
caracterfstica marcante do blues instrumental.
o Shuffle Blues Britanico em G foi desenvolvido com enfase nos licks, que; interligados,
formam a Iinha da melodia. 0 solo que exemplifica 0 blues de Chicago e urn tipico 12/8
em E. 0 exernplo de guitarra-base (shuffle de 12 compassos, em B) e urn padrao com in-
troducao em turnaround. Hooker Boogie e uma alusao ao autor do estilo. Este exernplo e
o seguinte, Shuffle Blues Menor, estao divididos em groove e licks, para facilitar 0 estudo.
Os dois exemplos de "Guitarra Base '.:< Shuffle Blues 1 e 2" sao sugestoes de aplicacao
dentro da forma blues 12 compassos (twelve bar).
No Shuffle Blues J, a utilizacao dos acordes e comum a obra de T-Bone Walker, que foi
tambern 0 pai do swing blues. Influenciou fortemente muitos guitarristas, principalmente
o lendario B.B. King.
Outro aspecto e que 0 acorde do primeiro compasso no Shuffle Blues 1, em bora
seja um (Ctimh5h7 meio-diminuto), esta no casu cumprindo a funcao harmonica do
primeiro grall, A79 (A9).
o acorde no quarto compasso, que e urn A9/G, esta invertido, ou seja, a setima esta
no baixo. Este tipo de inversao foi usada na musica Hideaway do guitarrista Freddie King.
Observe as inversoes do acorde A79, que surgem nos exemplos Shuffle Blues 1 e 2 e estao
resumidas na pauta.
GUITARRA BASE SHUFFLE BLUES 1 (SUGESTAO PARA APLICACAO)
Om:-.~ • ••• I-,11'1
i------------------t--<r-.---«------l-----------+-s--------s----y--.-----++--....-;. -----~;-----<;---- -2--7-----_1
4 4--------1--s---- -..::-_--_.-_-._-.""4-_-:_-_-._..~4-_-~~-_-_-.::..-1--.._-~======== __ .J..---<t--.--4-.-.:_--_-.-_~~_='.===_=__=__.===.===.-. --
OBS (I) : As notas com 0 sinal X. que estao na pauta, dcvem ser percutidas, isto C.a mao nas cordas do brace da guitarra devc estar
relaxada para que as sons das notas soem abafados.
08S (2) : Os numeros que cncontram-se dcntro da pcqucna caixa, il csqucrda, acima da clave na paura. correspondcm aos compasses.
09
H--~---1f----+-_ffi_--f_fl_-----I-_H
.-~----. 9
----1-tJ-·--te------
1·----·_----
~~,---~------
4""---""4"-----.-
-S----5--.- ..--
----_._------'
Inversoes do Acorde A7/9
GUITARRA BASE - SHUFFLE BLUES 2 (SUGESTAO PARA APLICACAO)
"/. "/."/.
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I-=---------<;-----':J;------------!-s-----------<sr------+-------l----I
~- _~6-----i~~----~---~1~i-y~--~-----~--~
-B------------------------ - -----'- J L... -'--- __
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BLUES 12 COMPASSOS - ACORDE MELODIA EM MI (E)
Este chord melody de blues, na tonalidade de E, e um exernplo proximo do blues acustico
das decadas de 1930 e 40, no qual eram usados fragmentos de acordes com altemancia de
baixo. A introducao (turnaround) e no estilo do guitarrista Muddy Waters.
Toque sem palheta, com os dedos seguindo a digitacao padrao P-I-M-A (polegar, indica-
dor, medio, anelar) da rnao direita (destros). Veja sugestao de digitacao na partitura.
o cornpasso do blues e norrnalrnente 12/8. A celula ntmica mais cornurn e 0 shuffle.
Nesse caso, ha algumas passagens de tercinas dobradas em sernicolcheia e fusa, que cor-
respondern as ligaduras ligeiras.
Pode-se notar a linha melodies baseada em pentatonica menor dentro da linha de acordes
que preenchem os compassos, seguindo 0 padrao da cadencia harmonica I-lV-V.
Os aspectos tecnicos, nesse exemplo, estao restritos as ligaduras. Oeve-seobservar, tam-
bern, os arpejos de fragmentos de acordes (em inversao .ou nao), como nos tres primeiros
compasses do chorus e nos compass os 6, 7, 9 e 12.
Fast Change E
1/4~ !I .
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(p= polegar, i= indicador, m=medio, a=anular)
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BLUES 12 COMPASSOS - ACORDE MELODIA EM LA (A)
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Este padrao na tonalidade de A contern um riff que abrange os quatro primeiros cornpas-
sos. Trata-se de uma passagem tfpica do estilo do guitarrista Magic Sam. A formula de
compasso e 12/8, portanto, as duas celulas rftmicas envolvidas neste estudo sao a tercina
de colcheia e 0 shuffle.
Este solo em chord melody utiliza os respectivos graus do campo harrnonico que formam
a centro tonal I-lV-V. Como no exemplo anterior, e recornendavel a execucao seguindo 0
padrao da digitacao P-I-M-A. Note os fragmentos de acordes em praticarnente todos os
compassos.
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· " J '1 5 6J U " "K -{}----{) '\, Y
Slow Change
S 1/4 il q~ ~ ~ ~1\ lO 1+ -i,. r'lJ - .- ..- .. •
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COPYRIGHTS @ 1010 [DITORA MElODY! GUITAR PlAYfR BRASil! MARCOS OTlAVIANO
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COPYRIGHTS / 2010 fOIlORA MIlOOY! GUIIAR PlAYER RRASll. MARCOS OTTAVIMJO
BLUES BRITANICO SHUFFLE (G)
Este solo tern caracterfsticas do estilo de Eric Clapton, da Ease em que ele tocou com John
Mayall e os Bluesbreakers.
o groove esta escrito na primeira linha. Corresponde a guitarra que mantern a conducao
ritmica e harmonica durante os 12 compassos, enquanto a guitarra principal executa 0 solo,
aqui dividido em seis licks.
Neste blues, pode-se notar que 0 primeiro compasso e anacrusico, ou seja, e urn frag-
mento de compasso, algo que ocorre em outros exemplos deste livre. Os 12 compassos se
completam, se considerarmos que 0 compasso 12 esta no retorno do primeiro.
A celula ntmica deste exemplo e 0 shuffle. Observe que os bends de 1 tom e os de 1,4 de
tom ocorrem em varies compassos, sempre dentro da pentatonica menor e suas inversoes.
Note como os vibratos ao longo dos compassos contribuem definitivamente para a expressao
sonora, delineando 0 estilo de interpretacao de Eric Clapton e determinando 0 carater da
performance tecnica e musical do guitarrista. A omissao dos vibratos descaracterizaria 0 solo.
GROOVE
~
-
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I LICK 3 I LICK 4 I
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I LICK 5 I LICK 6
COPYHIGH1S c' 1010[OITORA M[LODYI GUIT/IR HAnH BRASil' MARCOS OTlAVIANO
)7,J !
CHICAGO BLUES BASE (E)
Este exemplo e comum no blues de Chicago. 0 padrao de frase melodica ascendente dos
dois compassos da introducao (turnaround) e caractenstico no estilo do guitarrista Muddy
Waters, pois trata-se da inversao do padrao comum.
Este tipo de blues pode ser tocado sem palheta ou com dedo e palheta simultaneamente.
Este exemplo traz a situacao de arpejo de acorde em intervalos de sexta, como no primeiro
compasso. Trata-se de urn blues do tipo chord melody, cujos acordes J-JV-V do campo
harrnonico delineiam 0 tema. A celula rftmica basica aqui e 0 shuffle, intercalada com a
celula padrao de tercina de colcheia.
Intro
.Il. ~ I -.
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u r q.•. .. ;.. • ~. q=iJ:' ~ ~~ T Q -t -t \-1)
or u r:.....•.
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CHICAGO BLUES BASE - SLOW (B)
Este blues baseia-se no estilo do guitarrista Magic Sam e apresenta a tradicional introducao
(turnaround) de dois compassos que antecede a forma padrao dos 12 compassos.
Embora este slow change possLia Lima estrutura padrao, 0 compasso 10 rnantern 0 acorde
do compasso anterior (FII7), contrariando a forma comum. 0 turnaround de finalizacao (com-
passos lie 12) e ao estilo de Robert Johnson. 0 compasso 12 contern urn acorde do grau Vlb
do campo harrnonico, ou seja, 0 G7 que antecede a dorninante (V), que, neste caso, e F#7.
A celula ritrnica e a tercina de colcheia, intercalada com a celula shuffle. Preste atencao
nos bends do primeiro compasso da introducao, nos hammer-ens presentes nos quatro
primeiros compassos e no slide do compasso 9.
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Este padrao inspira-se no estilo do lendario John Lee Hooker, que influenciou diversos gui-
tarristas. A execucao do groove deve ser quase percussiva, em staccato. Hooker tocava esse
padrao com os dedos indicador e polegar da mao direita, mas pode ser Eeito com palheta.
Ouca com atencao e voce percebera que esse tipo de base e executado arrastando a palheta
sabre as cordas, ou seja, deslizando-a em "pancad as" para baixo e para cima.
Mais uma vez, a celula ritrnica e 0 shuffle, com algumas variacoes, como a tercina de
seminirna, por exemplo. Estes licks sao recorrentes no blues. Observe 0 uso de open strings
(cordas soltas) nas Erases 1, 2 e 6 e double-stops nos licks 3 e 4.
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SHUFFLE BLUES MENOR - 16 COMPASSOS
Este terna tern influcncias do guitarrista Otis Rush. Esta estrutura harmonica de blues
menor de 16 compassos tern a tonica men or e os graus IV e V maiores da cadencia. Na
verdade, a sequencia Im7-IV7-V7 origina-se do campo menor rnelodico. 0 tema Help the
Poor, interpretado por B.B. King, e urn 6timo exemplo desse padrao menor. Observe 0 re-
pouso nas notas tonicas nos compassos 3, 7, 11 e 16. Note tambern arpejos de acordes na
passagem do compasso 13 para 0 14 e no compasso 15 .
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ESTUDOS EM PENTATONICA
> SHUFFLE BLUES (A) • CHORUS 1
> SHUFFLE BLUES (A) • CHORUS 2
> TURNAROUNDS (A)
> BLUES 8 COMPASSOS
> SLOW BLUES BRITANICO (E)
> TEXAS SHUFFLE (E)
a parte 2, veremos a aplicacao das escalas pentatonicas maior e menor
(relativa e homonirna, respectivamente). Para melhor assimilacao, os solos
dos t6picos Shuffle Blues, Blues de 8 compassos e Slow Glues em (A) estao
divididos em licks. 0 item Turnarounds em (A) traz urna serie de licks que
podem ser transportados para outras tonalidades e demonstram maneiras de desenvolver
Erases para finalizacoes e introducoes de solos. Slow Blues em (E) e urn tfpico exemplo uti-
lizado como linha de conducao. Texas Shuffle (E), em 12/8, corneca no grau IV (subdomi-
nante) - consulte a analise do lema.
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SHUFFLE BLUES (A) CHORUS 1
'Iernos aqui mais uma vez 0 twelve bar blues, agora na tonalidade de A, em slow change. A
cadencia harmonica I-IV-V ocorre novamente, mas com variacao no turnaround (cornpas-
sos 11 e 12). Observe que 0 tema comeca em compasso anacnisico.
As celulas rftmicas principais deste exemplo sao recorrentes neste livro, em particular,
a celula shuffle. 0 lick 1 e um padrao tradicional usado normalmente para introducao.
o lick 2 tern um "downstroke".
o lick 3, tambern presente no estilo de Clapton, e executado sobre a terceira inversao
da pentatonica. 0 lick 4 corneca com double-stop, seguido de blue note. Essa frase possui
bend de 1,4 de tom. Note ainda a presenc;a de ligadura descendente (pull-off). Mesmo em
slow change, esse padrao de ligadura em final de frase e executado de maneira ligeira.
o lick 5 e uma variacao da introducao com utilizacao de bend de um tom inteiro, alern da
presenca dos tradicionais pull-off e hammer-on. 0 lick 6 apresenta slide de curta duracao e
fecha com trinado.
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SHUFFLE BLUES (A) CHORUS 2
o groove, isto e, a conducao rftrnica e a harmonia deste solo sao os mesmos do anterior, pois
este tema e, na verdade, uma variacao do Shuffle Blues (A) Chorus 1.
Observe que este solo inicia em compasso anacrusico.
Aqui temos a aplicacao da pentatonica maior, diferentemente da aplicacao do Chorus I,
que foi a pentatonica menor.
Atencao no double-stop no compasso 6.
Note tarnbern que este solo se serve das inversoes das pentat6nicas 1 e 2, ou seja, em F#
e A (veja introducao).
Este tema apresenta uma linha rnelodica inspirada no estilo 13.8. King, embora utilize
com mais Frequencia a inversao da pcntatonica 4. Alias, urna sugestao e transportar as
Erases para a penta 4, em carater de experiencia.
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TURNAROUNDS (A)
OS proximos exemplos referem-se ao turnaround (finalizacao e introducao) do chorus. Na
Forma twelve bar, 0 turnaround corresponde aos compassos 11 e 12 e, as vezes, a introducao
o trecho - tanto para introducao como finalizacao - esta demonstrado na primeira Iinha.
Depois, os licks sao apresentados a cada linha de dois compasses.
o lick 1 acontece sobre 0 acorde tonico, Note 0 arpejo da trfade maior logo no inicio da
frase, seguido da escala pentatonica homonima em linha descendente com blue note. 0
lick 2 traz double-stops em intervalos crornaticos. Apresenta tonica pedal com ascendente
na tonica dorninante. 0 lick 3 e uma variacao do lick 1. 0 lick 4 corneca em double-stop
com intervalos de nona e decima, alern da blue note de passagem.
o lick 5 baseia-se em trfades (fragmentos de acordes). 0 lick 6 possui a tonica como nota
pedal na ponta, com intervalos crornaticos descendentes. 0 lick 7 e outra variacao do lick:
1, a la T-Bone Walker. 0 lick 8 e uma Frase classica inspirada em Muddy Waters, assirn
como 0 lick 9. Ja a lick 10 baseia-se no estilo de Robert Johnson.
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Lick 9 - Faixa 29
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BLUES 8 COMPASSOS
Esta estrutura em oito compassos e tradicional. Por exemplo, a cancao Key to the Highway,
gravada por muitos blueseiros, possui essa rnesma estrutura.
o blues abaixo mescla a pentatonica maior com a menor, mais especificarnente as pentas
3 e 4. Apresenta licks ao estilo de B.B. King. 0 lick 1 inicia em compasso anacrusico, com
a primeira nota em slide. 0 primeiro compasso do chorus tern urn bend de urn tom com
reverse. 0 lick 2 tarnbern apresenta bend de urn tom. ja 0 lick 3 inicia com bend de urn
tom e meio. Atencao ao levantar a corda - voce deve atingir com exatidao a nota desejada.
o calculo do quanta levantar a corda e necessario, mas trata-se tambern de um movimento
instintivo. 0 lick 4 corneca com slide e, em seguida, aparecem bend e reverse. Note a bend
de dais tons, a la Albert King. 0 lick 5 inicia com hammer-on. A Frase acontece dentro da
digitac;:ao da pentatonica menor, porern, a segunda nota, que intercala com a prirneira, e
exatarnente 0 rneio tom (no caso, a terca rnaior), que cria 0 colorido da blue note.
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SLOW BLUES BRITANICO (E)
A linha do solo lernbra Eric Clapton cia cpoca dos Bluesbreakers. Esses licks ocorrem den-
tro da escala pcntatonica, nos modos maior e menor. 0 solo corncca em lercina de colcheia,
a celula ritmica principal do blues.
Note os slides no compasso anacrusico que precede 0 chorus. Depois, nos compassos 1, 2,
3, 4, 8, 10 e 11, execute bends de 1, Y2 e lA de tom. Observe os trinados (tr) nos compassos
4 e 12, feitos com Iigaduras (hammer-oris e pull-offs) em sequencia. 0 compasso 6 traz tres
bends de um tom seguidos. Os compassos 3 e 10 contem arpejos. Preste atencao no longo
bend e reverse do compasso 7.
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TEXAS SHUFFLE (E)
Esta forma twelve bar, com inicio no grau IV (subdorninante) do centro tonal, e comum
no estilo do bluesman Jimmy Reed, que influenciou guitarristas como Jimmie Vaughan e
Stevie Ray Vaughan.
o tema corneca em compasso anacrusico, com double-stop em slide que se repete nos
compassos 2 e 4. Logo no prirneiro compasso do chorus, temos urn bend de IA de tom.
A celula shuffle e a principal aqui, mas ocorre tarnbern a sua celula original, a tercina de
colcheia.
Note os bends de I,~ de tom nos compassos 1, 5 e 6, os hammer-ems nos compassos 2, 3 e
11 e os slides no compasso anacrusico que antecede 0 chorus e nos cornpassos 2, 3,4, 7 e
10. Tecnica de open string (corda solta) aparece aqui em varies compassos.
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ESTUDOS SOBRE A PENTATGNICA MAIOR) PENTATONlCt\l' :~.'.
MENOR) MODULA~AO E PENTATGNICA 6
, SLOW BLUES (A)
, FUNK BLUES
, TRADICIONAL BLUES 8 COMPASSOS
, TRADICIONAL SOLO FREDDIE KING
,R&B
, SLOW BLUES LICKS • COMECANDO NO V
, SHUFFLE BLUES MODERNO
, RUMBA BLUES (E)
, GOSPEL BLUES • ESTILO RAY CHARLES
, BLUES C13
parte 3 traz uma requintada serie de solos. Os exemplos abrangem desde funk
blues ate slow blues. Sao divididos em licks para facilitar 0 estudo e ressaltar
a importancia de cada frase melodies. 0 solo tradicional de Freddie K.ing e
o blues de 8 compassos tradicional s50 cxpressivos c prazerosos de tocar. 0
H&B de 16 compassos e um exernplo da bela forma de executar 0 blues do pas-Guerra.
o shuffle blues moderno e 0 blues em C 13 s50 estudos da linguagem das decadas
mais recentes. Embora mantenham elementos tradicionais do blues, mesclam nuancas
fraseologicas do jazz, evidenciando 0 LIsa de sofisticados recursos modulat6rios da relacaq
escala-acordc. A rumba blues demonstra a influencia latina no SuI dos EUA. ]e1 0 blues
gospel de nota a representativiclacle cia religiao na eultura negra norte-americana.
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SLOW BLUES (A)
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Esta estrutura em Twelve Bar Blues tern uma variacao nos compassos 3 e 7 que trata-se de
uma passagem classica no estilo de T. Bone Walker,
Temos aqui tambern, 0 Acorde Tonica com as extensoes de setirna e decima terceira
(b 713) e no 12°. compasso temos 0 acorde dominante com quinta aurnentada (+5).
o Solo mescla as Pentatonicas Maier e Menor (Relativa e Hornonima respectivamente),
surgindo tarnbern a presenca da Pentatornca 6.
Lick 1 - Pentatonica Maior e Menor
Lick 2 - Hammer-on e Pull-off
Lick 3 - Rend de 1/<1 de tom e Vibrato na ultima nota
Lick 4 - Double Stop com Vibrato em duas cordas na casa 7 e Slide na easCi B
Lick 5 - Double Stop, Slide, Vibrato e Bend de 1/<1 de tom
Lick 6 - Note a expressao ritardando, que indica dirninuir 0 andarnento.
Lick 7 - Alern de modular para Mi (E), temos Bend em full e I/<i de tom -
Lick 8 - E uma passagem na Penta 6 com Bend em full e I/<i de tom
Lick 9 - Bend em full e Vibrato
Lick 10 - Arpejo na Peruatonica em Am (La menor), Bend em full e 1;4 de tom e Vibrato
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Pentatonica 4 (posicao 4) com Bend na casa 10. 0 lick 2 tern infcio na penta 4 e, em se-
guida, vai para a penta 1 com blue note. 0 lick 3 encontra-se na penta 2. Trata-se de urna
lima Frase tipica do guitarrista Albert Collins.
o lick 4 utiliza rnodulacao no grau V do campo harrnonico. Ha ainda bend de \14 de tom.
Esta Frase ocorre na penta 4. 0 lick 5 baseia-se na penta 2 maior, cuja primeira nota e 0
sexto grau da tonica. 0 lick 6 e uma Frase de conclusao au resolucao em turnaround nas
pentatonicas 3 e 2 com blue note. Observe a salta de oitava. A Frase hnaliza no intervalo de
quinta justa da escala (nota D).
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TRADICIONAL BLUES 8 COMPASSOS
A Forma padrao de oito compassos (eight bar) aparece aqui corn urna variacao de cadencia
harmonica usada no classico blues Ain't Nobody's Bussines, registrada par muitos guitarris-
tas, enlre eles, Freddie King.
o segundo compasso mostra urna cadencia recorrente para 0 grau III do campo. Preste
atencao na linha modulat6ria da melodia que acornpanha 0 acorde, assim como nas Erases
que contornam os acordes (compassos 3 e 4).
As cadencias harmonicas dos compassos 7 e 8 (turnaround) sao classic as e estao pre-
sentes em cancoes antol6gicas. A primeira Frase deste solo e frequentemente encontrada
como introducao nesse lipo de blues e caracteriza 0 pr6prio tema.
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TRADICIONAL SOLO FREDDIE KING
Este solo inspirado no mestre Freddie King envolve Frases em tercas e apresenta cordas
soltas em algumas passagens. A forma e twelve bar em slow change. Guitarristas como Eric
Clap ton, Johnny Winter e Stevie Hay Vaughan exploraram bastante esse tipo de fraseologia.
Observe os slides nos compassos ] e 3 eo double-stop com bend de Y2tom nos compassos 2
e 4. Note ainda as arpejos de trfade maior nos compassos 9 e 10 e, neste ultimo compasso, urn
double-stop com hammer-on logo depois da tnade - um movimento frequentc no blues e rock.
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R&B
Esta forma padrao de 16 compassos e a linha do solo sao caracteristicas do estilo de Robert Cray
Este terna-solo corneca com hammer-on em compasso anacrusico. 0 primeiro compas-
so do chorus inicia com bend de urn tom. Outros elementos importantes sao bend com
reverse (cornpasso 3), slide (cornpasso 4), double-stop com hammer-on (compasso 6) e
double-stops sem hammer-on (compasses 13 e 14).
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SLOW BLUES LICKS - COMECANDO NO V
Este padrao e um twelve bar coni introducao de quatro compassos, tendo como caracterfs-
rica principal 0 infcio no grau V do campo harrnonico. Como na maior parte dos exernplos,
encontrarn-se aqui muitos bends (de UIl1 e dais tons) e slides ao longo dos compasses.
Este solo mistura os estilos de diversos guitarristas que influenciararn Ottaviano.
o lick 1 contern lima frase muita expressiva que rnescla as pentas 4 e 3 em A e pentas
1 e 5 em E, executada sabre 0 acorde de E9. Os licks 3, 4, 5, 7 e 10 sao frases dentro de
padroes que rnesclam pentat6nicas maiores e menores dos respectivos acordes.
o lick II repere 0 padrao de pentat6nica menor, mas em E. No lick 12 surgem intervalos
de sexta dcsccndentes dentro da escala de A, passando par urn double-stop que segue a
mesma linha em sextas, agora modulada dcntro dos acorcles de A9 e D9. 0 exernplo hnalizn
no lick 13, em A.
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SHUFFLE BLUES MODERNO
Esta linha de blues foi inspirada no estilo de Robben Ford. Apresenta algumas das carac-
terfsticas principais do blues moderno, como 0 ernprestimo da Fraseologia do saxofone, as
rnodulacocs constantes tfpicas do jazz e ritrnos sincopaclos presentes na obra de diversos
jazzistas, como 0 lendario saxofonista John Coltrane.
Note tarnbern elementos contunclentes da tecnica do blues, como os slides nos compas-
50S 1, 2, 6, 7, 8, 9 e 10, os bends de \4 de tom nos cornpassos 1 e 6 e as bends de urn tom
nos compassos 5 e 6. Observe ainda os hammer-oris nos compassos 3, 4, 6, 10, 11 e 12 e
as pull-offs nos compassos 6, 7, 10 e 11.
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RUMBA BLUES (E)
Este padrao rftmico de rumba blues po de ser encontrado em varies ternas, como All Your
Love (gravado por Eric Clapton e Stevie Ray Vaughan) e Who's Been Talking (registrado
par Howlin' \Nolf e Robert Cray). Traz um tipo de modulacao e fraseologia presentes em
musicas de Robben Ford.
o lick 1 corneca com um arpejo diminuto. No lick 3, ha urna passagem no modo mixoli-
dio, encontrado no tradicional sistema ocidental de escala. 0 lick 4 traz uma modulacao
de pentat6nica rnaior para menor. 0 lick 6 repete a mesma ideia da penta maior e menor.
No turnaround (lick 8), surge urna execucao de palhetada intercalada com 0 dedo medio,
no cst ilo r-ingt>rpicking.
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NOTA: rn = dedo medic ~ = palhetada para baixo
GOSPEL BLUES - ESTILO RAY CHARLES
Esta linha de blues e uma mescla de generos da musica americana, como gospel, R&B, country,
entre outras, e caracteriza 0 estilo de Ray Charles, grande nome que influenciou diversas geracoes.
Este blues na forma eight bar (8 compassos) acontece na f6rmula de compasso quater-
naria (4/4). A celula semicolcheia (quatro notas por tempo) e predominante, ernbora no
compasso 3 apareca a tercina de colcheia.
As cadencias harmonicas deste tema seguem 0 padrao I-IV-V,mas com muitas variacoes. 0 com-
passo 2 acontece a aparicao do grau V7. No compasso 3 surge 0 grau TIm7 (que substitui 0 IV),
antecedendo 0 V7 e resolvendo no 17 do compasso 4. A cadencia llm-Vl E'prcpondcrante no jazz.
o cornpasso II (turnaround) tern urn acorde par tempo, numa cadencia harmonica rnuito
conhecida: 17-VI7-[[m7-V7. 0 exernplo finaliza com a cadencia 17-IV7-17, no cornpasso 12.
Note a presen<;a de diversos elementos de tecnica, como bends de um tom (cornpasso
1, 5 e 7), bends de Y<I de tom (compassos l .e 3), bends de Y2 tom (compasses 5, 6 e 7),
pull-off's (compasses 2, 4 e 8) e trinado (cornpasso 2).
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BLUES C13
Esta linha de Blues e inspirada em Larry Carlton.
Este slow blues caracteriza-se por notas de longa duracao intercaladas pOl' pausas (silen-
cio) e modulacao que acontece