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Controladores Programaveis

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Escola SENAI “Prof. Dr. Euryclides de Jesus Zerbini” 
Campinas – S.P. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2002 
 
 
 
 
 
Controladores 
Programáveis 
Controladores Programáveis 
 
 SENAI-SP, 2001 
 
Trabalho elaborado pela 
Escola Senai “Prof. Dr. Euryclides de Jesus Zerbini” 
 
 
 
 
 Coordenação Geral Magno Diaz Gomes 
 
 
Equipe responsável 
 
 
 Coordenação Luíz Zambon Neto 
 
 
 Elaboração Edson Carretoni Júnior 
 
 
 Conteúdo técnico Sérgio Luiz Risso 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Versão Preliminar 
 
 
 
 
 
 
 
 
SENAI - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial 
Escola SENAI “Prof. Dr. Euryclides de Jesus Zerbini” 
Avenida da Saudade, 125, Bairro Ponte Preta 
CEP 13041-670 - Campinas, SP 
senaizer@sp.senai.br 
 
Controladores Programáveis 
SENAI 
 
 
Sumário 
 
 
 
 
 
 
 
 
Controladores Programáveis 5 
 
Estrutura Básica 9 
 
Princípio de Funcionamento do CP 21 
 
Programação 25 
 
 
Anexos 
Sistemas Automáticos de Controle 31 
 
Computadores 45 
 
Memórias 51 
 
Microprocessador 57 
 
Lógica Digital 61 
 
Referências Bibliográficas 79 
 
 
 
 
 
Controladores Programáveis 
SENAI 5 
 
 
Controladores programáveis 
 
 
 
 
 
 
Informações gerais 
 
O primeiro CP surgiu na indústria automobilística, até então um usuário em potencial 
dos relés eletromagnéticos utilizados para controlar operações seqüenciadas e 
repetitivas numa linha de montagem. A primeira geração de CP’s utilizou 
componentes discretos, como transistores e Circuitos Integrados (CI’s) com baixa 
escala de integração. 
 
Este equipamento foi batizado nos Estados Unidos como PLC (Programable Logic 
Control ), em português CLP (Controlador Lógico Programável ) e este termo é 
registrado pela Allen Bradley (fabricante de CP’s). Por esta razão usaremos o termo 
CP, Controlador Programável. 
 
Definição segundo a ABNT 
É um equipamento eletrônico digital com hardware e software compatíveis com 
aplicações industriais. 
 
Definição segundo a NEMA 
Aparelho eletrônico digital que utiliza uma memória programável para armazenamento 
interno de instruções para implementações específicas, como lógica, 
seqüenciamento, temporização, contagem e aritmética, para controlar, através de 
módulos de entradas e saídas, vários tipos de máquinas ou processos. 
 
 
Características 
 
Basicamente, um controlador programável apresenta as seguintes características: 
• hardware e/ou dispositivo de controle de fácil e rápida programação ou 
reprogramação, com a mínima interrupção da produção; 
Controladores Programáveis 
SENAI 6 
• capacidade de operação em ambiente industrial; 
• sinalizadores de estado e módulos tipo plug-in de fácil manutenção e substituição; 
• hardware ocupando espaço reduzido e apresentando baixo consumo de energia; 
• possibilidade de monitoração do estado e operação do processo ou sistema, 
através da comunicação com computadores; 
• compatibilidade com diferentes tipos de sinais de entrada e saída; 
• capacidade de alimentar, de forma contínua ou chaveada, cargas que consomem 
correntes de até 2 A; 
• hardware de controle que permite a expansão dos diversos tipos de módulos, de 
acordo com a necessidade; 
• custo de compra e instalação competitivo em relação aos sistemas de controle 
convencionais; 
• possibilidade de expansão da capacidade de memória; 
• conexão com outros CP’s através de rede de comunicação. 
 
 
Histórico 
 
O controlador programável nasceu praticamente dentro da indústria 
automobilística americana, especificamente na Hydromic Division da General 
Motors, em 1968, devido a grande dificuldade de se mudar a lógica de controle de 
painéis de comando a cada mudança na linha de montagem. Estas mudanças 
implicavam altos gastos de tempo e dinheiro. 
 
Sob a liderança do engenheiro Richard Morley, foi preparada uma 
especificação que refletia os sentimentos de muitos usuários de relés, não só da 
indústria automobilística como de toda a indústria manufatureira. 
 
Nascia, assim, a indústria de controladores programáveis, hoje com um mercado 
mundial estimado em 4 bilhões de dólares anuais, que no Brasil é estimado em 50 
milhões de dólares anuais. 
 
 
Evolução 
 
Desde o seu aparecimento até hoje, muita coisa evoluiu nos controladores lógicos. 
Esta evolução está ligada diretamente ao desenvolvimento tecnológico da 
informática em suas características de software e de hardware. 
 
Controladores Programáveis 
SENAI 7 
O que no seu surgimento era executado com componentes discretos, hoje se utiliza 
de microprocessadores e microcontroladores de última geração, usando técnicas de 
processamento paralelo, inteligência artificial, redes de comunicação, fieldbus, etc. 
 
Até recentemente não havia nenhuma padronização entre fabricantes, apesar da 
maioria utilizar as mesmas normas construtivas. Porém, pelo menos no nível de 
software aplicativo, os controladores programáveis podem se tornar compatíveis com 
a adoção da norma IEC 1131-3, que prevê a padronização da linguagem de 
programação e sua portabilidade. 
 
Outra novidade que está sendo incorporada pelos controladores programáveis é o 
fieldbus (barramento de campo), que surge como uma proposta de padronização 
de sinais em nível de chão-de-fábrica. Este barramento diminui sensivelmente o 
número de condutores usados para interligar os sistemas de controle aos sensores 
e atuadores, além de propiciar a distribuição da inteligência por todo o processo. 
 
Hoje os CP’s oferecem um considerável número de benefícios para aplicações 
industriais, que podem resultar em economia que excede o custo do CP e devem ser 
considerados na seleção de um dispositivo de controle industrial. 
 
Vantagens 
As vantagens da utilização dos CP's, comparados a outros dispositivos de controle 
industrial, são: 
• menor espaço ocupado; 
• menor potência elétrica requerida; 
• reutilização; 
• programável: 
• maior confiabilidade; 
• fácil manutenção; 
• maior flexibilidade; 
• permite interface através de rede de comunicação com outros CP’s e 
microcomputadores; 
• projeto mais rápido. 
Todos estes aspectos mostram a evolução de tecnologia, tanto de hardware quanto 
de software, o que permite acesso a um maior número de pessoas nos projetos de 
aplicação de controladores programáveis e na sua programação. 
 
 
Controladores Programáveis 
SENAI 8 
Aplicações 
 
O controlador programável automatiza processos industriais, de seqüenciamento, 
intertravamento, controle de processos, batelada, etc. Este equipamento tem seu uso 
na área de automação da manufatura e de processos contínuos. 
 
Praticamente não existem ramos de aplicações industriais onde não se possa aplicar 
os CP’s. Por exemplo: 
• máquinas industriais (operatrizes, injetoras de plástico, têxteis, calçados); 
• equipamentos industriais para processos (siderurgia, papel e celulose, 
petroquímica, química, alimentação, mineração, etc); 
• equipamentos para controle de energia (demanda, fator de carga); 
• controle de processos com realização de sinalização, intertravamento e controle 
PID; 
• aquisição de dados de supervisão em: fábricas, prédios inteligentes, etc; 
• bancadas de teste automático de componentes industriais. 
 
Com a tendência dos CP’s terem baixo custo, muita inteligência, facilidade de uso e 
massificação das aplicações, este equipamento pode ser utilizado nos processos e 
nos produtos. Poderemos encontrá-lo em produtos eletrodomésticos, eletrônicos, 
residências e veículos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Controladores Programáveis 
SENAI 9 
 
 
Estrutura básica do CP 
 
 
 
 
 
 
 
Estrutura básica 
 
O controlador programável tem sua estrutura baseada no hardware de um 
computador, dispondo de uma unidade central de processamento (UCP), interfaces 
de entrada e saída e memórias. 
 
As principais diferenças em relação a um computador comum estão relacionadas à 
qualidade da fonte de alimentação que possui boascondições de filtragem e 
estabilização, interfaces de E/S imune a ruídos e invólucro específico para aplicações 
industriais. 
 
O diagrama de blocos, a seguir, ilustra a estrutura básica de um controlador 
programável: 
 
 
 
 
Processador 
Fonte de 
Alimentação Interna 
Terminal 
de 
Programação Memória de programa 
Memória de dados Entradas 
Saídas 
E / S
Fonte de 
Alimentação 
Externa 
UCP 
Controladores Programáveis 
SENAI 10 
 
Dentre as partes integrantes desta estrutura temos: 
• UCP; 
• Memória; 
• E/S (Entradas e Saídas); 
• Terminal de Programação. 
 
 
Unidade central de processamento (UCP) 
 
A Unidade Central de Processamento (UCP) é responsável pelo processamento 
do programa, isto é, coleta os dados dos cartões de entrada, efetua o processamento 
segundo o programa do usuário, armazenado na memória, e envia o sinal para 
os cartões de saída como resposta ao processamento. 
 
Este processamento poderá ter estruturas diferentes para a execução de um 
programa: 
• processamento cíclico; 
• processamento por interrupção; 
• processamento comandado por tempo; 
• processamento por evento. 
 
Processamento cíclico 
É a forma mais comum de execução que predomina em todas as UCP’s conhecidas. 
Delas advém o conceito de varredura, ou seja, as instruções de programa, contidas 
na memória, são lidas uma após a outra, seqüencialmente, do início ao fim, daí 
retornando ao início, ciclicamente. 
 
Início
Fim
 
 
Controladores Programáveis 
SENAI 11 
Um dado importante de uma UCP é o seu tempo de ciclo, ou seja, o tempo gasto para 
a execução de uma varredura. Este tempo está relacionado com o tamanho do 
programa do usuário (em média 1ms a cada 1.000 instruções). 
 
Processamento por interrupção 
Certas ocorrências no processo controlado não podem, algumas vezes, aguardar o 
ciclo completo de execução do programa. Neste caso, ao reconhecer uma ocorrência 
deste tipo, a UCP interrompe o ciclo normal de programa e executa outro programa 
chamado rotina de interrupção. 
 
Esta interrupção pode ocorrer a qualquer instante da execução do ciclo de programa. 
Ao finalizar esta situação o programa voltará a ser executado do ponto onde ocorreu 
a interrupção. Uma interrupção pode ser necessária, por exemplo, numa situação de 
emergência. 
 
Início
Fim
Interrupção
Ciclo normal de programa
Rotina de interrupção
 
 
Processamento comandado por tempo 
Da mesma forma que determinadas execuções não podem ser dependentes do ciclo 
normal de programa, algumas devem ocorrer com certos intervalos de tempo, as 
vezes muito curto, na ordem de milisegundos. 
 
Esse tipo de processamento também pode ser encarado como um tipo de 
interrupção, porém, ocorre com intervalos regulares de tempo dentro do ciclo normal 
de programa. 
 
 
 
 
Controladores Programáveis 
SENAI 12 
Processamento por evento 
Trata-se de processamento em eventos específicos como no retorno de energia, falha 
na bateria e estouro do tempo de supervisão do ciclo da UCP. 
 
Neste último caso temos o chamado Watch Dog Time (WD), que normalmente ocorre 
ao se detectar condição de estouro de tempo de ciclo da UCP, parando o 
processamento numa condição de falha, indicando-a ao operador através de sinal 
visual e às vezes, sonoro. 
 
 
Memória 
 
O sistema de memória é uma parte de vital importância no processador de um 
controlador programável. Armazena todas as instruções e dados necessários para 
executá-las. 
 
Existem diferentes tipos de sistemas de memória. A escolha de um determinado tipo 
depende: 
• Tipo de informação armazenada; 
• Forma como a informação será processada pela UCP. 
 
As informações armazenadas num sistema de memória são chamadas palavras de 
memória, formadas sempre com o mesmo número de bits. 
 
A capacidade de memória de um CP é definida em função do número de palavras de 
memória, previstas para o sistema. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Controladores Programáveis 
SENAI 13 
Mapa de memória 
A capacidade de memória de um CP pode ser representada por um mapa, chamado 
mapa de memória. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8, 16, ou 32 bits
25
51
Decimal Octal Hexadecimal 
ENDEREÇO DAS PALAVRAS DE MEMÓRIA 
377 FF 
777 1FF 
1023 1777 3FF 
2047 
4095 
3777 7FF 
7777 FFF 
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SENAI 14 
Tipos de memória de um CP 
A arquitetura de memória de um controlador programável pode ser constituída por 
diferentes tipos de memória. 
Quadro: Tipos de memória 
Tipo de 
Memória 
Descrição Observação 
RAM 
 
Memória de acesso aleatório - Volátil 
- Gravada pelo usuário 
ROM Memória somente de leitura - Não Volátil 
- Não permite apagamento 
- Gravada pelo fabricante 
PROM Memória programável somente de 
leitura 
- Não volátil 
- Não permite apagamento 
- Gravada pelo usuário 
EPROM Memória programável/ 
apagável somente de leitura 
- Não Volátil 
- Apagamento por 
ultravioleta 
- Gravada pelo usuário 
EPROM 
EEPROM 
FLASH EPROM 
Memória programável/ 
apagável somente de leitura 
- Não Volátil 
- Apagável eletricamente 
- Gravada pelo usuário 
 
Estrutura 
Independente dos tipos de memórias utilizadas, o mapa de memória de um 
controlador programável pode ser dividido em cinco áreas principais: 
• memória executiva; 
• memória do sistema; 
• memória de status dos cartões de E/S; 
• memória de dados; 
• memória do usuário. 
 
Memória Executiva - É formada por memórias do tipo ROM ou PROM e em seu 
conteúdo está armazenado o sistema operacional responsável por todas as 
operações que são realizadas no CP. O usuário não tem acesso a esta área de 
memória. 
 
Memória do Sistema - Esta área é formada por memórias tipo RAM, pois terá o seu 
conteúdo constantemente alterado pelo sistema operacional. 
Controladores Programáveis 
SENAI 15 
Armazena resultados e/ou operações intermediárias, geradas pelo sistema, quando 
necessário. Pode ser considerada como um tipo de rascunho. Não pode ser acessada 
nem alterada pelo usuário. 
 
Memória de Status de E/S - A memória de status dos módulos de E/S são do tipo 
RAM. A UCP, após efetuar a leitura dos estados de todas as entradas, armazena 
essas informações na área denominada status das entradas ou imagem das 
entradas. 
 
Após o processamento dessas informações, os resultados serão armazenados na 
área denominada status das saídas ou imagem das saídas. 
 
Memória de Dados - As memórias de dados são do tipo RAM, e armazenam valores 
do processamento das instruções utilizadas pelo programa do usuário. 
 
Funções de temporização, contagem, aritméticas e especiais, necessitam de uma 
área de memória para armazenamento de dados. Estes dados podem ser: 
• Valores pré-selecionados ou acumulados de contagem e temporização; 
• Resultados ou variáveis de operações aritméticas; 
• Resultados ou dados diversificados a serem utilizados por funções de 
manipulação de dados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Controladores Programáveis 
SENAI 16 
Memória do Usuário - A UCP lê as instruções contidas nesta área a fim de executar 
o programa do usuário, de acordo com os procedimentos do sistema operacional. 
As memórias destinadas ao usuário podem ser do tipo: 
• RAM; 
• RAM/EPROM; 
• RAM/EEPROM. 
 
Quadro: Tipos de memória de usuário 
Tipo de Memória Descrição 
 
RAM 
A maioria do CP’s utiliza memórias RAM para armazenar 
o programa do usuário assim como os dados internos 
do sistema. 
 
RAM/EPROM 
O usuário desenvolve o programa e efetua testes em 
RAM. Uma vez checado o programa, este é transferido 
para EPROM. 
 
 
RAM/EEPROM 
Esta configuração de memória do usuário permite que, 
uma vez definido o programa, este seja copiado em 
EEPROM. Uma vez efetuada a cópia, o CP poderá 
operar tanto em RAM como em EEPROM. Para 
qualquer modificação bastará um comando via software, 
e este tipo de memória será apagada e gravada 
eletricamente. 
 
 
Módulos de entrada 
 
Os módulos de entrada são interfaces entre ossensores, localizados no campo, e a 
lógica de controle de um controlador programável. Esses módulos são constituídos de 
cartões eletrônicos, cada qual com capacidade para receber certo número de 
variáveis. Pode ser encontrada uma variedade muito grande de tipos de cartões, para 
atender as mais variadas aplicações nos ambientes industriais. 
 
 
 
 
 
 
 
Controladores Programáveis 
SENAI 17 
Elementos discretos 
Este tipo de entrada trabalha com dois níveis definidos: ligado e desligado (0 ou 1). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Elementos analógicos 
Este tipo de entrada trabalha numa faixa de valores conhecidos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Módulos de saída 
 
Os módulos de saída são elementos que fazem interface entre o processador e os 
elementos atuadores. Esses módulos são constituídos de cartões com capacidade de 
enviar sinal para atuadores, conforme a lógica de controle. 
 
 
 
 
BOTÃO 
CHAVE 
PRESSOSTATO 
FLUXOSTATO 
TERMOSTATO 
FIM DE CURSO 
TECLADO 
CHAVE BCD 
FOTOCÉLULA 
OUTROS 
 
 
 
 
CARTÕES 
 
DISCRETOS 
 
 
 
 
 
 
UCP 
TRANSMISSORES 
 
 
 
 
 
UCP 
C.A. 
C.A. 
C.A. 
C.A. 
C.A. 
C.A. 
TACO GERADOR 
TERMOPAR 
TERMO RESISTÊNCIA 
SENSOR DE POSIÇÃO 
OUTROS 
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SENAI 18 
Atuadores discretos 
Este tipo de saída pode assumir dois estados definidos: ligado e desligado (0 ou 1). 
São usados para acionar atuadores, como solenóides, sinalizadores, etc. 
 
Atuadores analógicos 
Este tipo de saída atua numa faixa de valores conhecidos. São usados para acionar 
dispositivos, como posicionadores, atuadores, indicadores, etc. 
 
 
Terminal de programação 
 
O terminal de programação é um dispositivo (periférico) que, conectado 
temporariamente ao CP permitindo introduzir o programa do usuário e a configuração 
do sistema. Pode ser um equipamento dedicado, ou seja, um terminal que só tem 
esta utilidade e específico de um fabricante, ou um software que transforma um 
computador pessoal em um programador. 
 
Por meio de linguagem de fácil entendimento e utilização, será feita a codificação das 
informações vindas do usuário numa informação que possa ser entendida pelo 
processador de um CP. 
 
No terminal de programação (TP), poderão ser realizadas funções tais como: 
• elaboração do programa do usuário; 
• análise do conteúdo dos endereços de memória; 
• introdução e modificação de instruções; 
• monitoração do programa do usuário; 
• cópia do programa do usuário em disco ou impressora. 
 
Terminal portátil dedicado 
Geralmente compostos por um teclado dedicado que é utilizado para introduzir o 
programa do usuário. Os dados e instruções são apresentados num display que 
fornece sua indicação, e a posição da memória endereçada. 
 
A maioria dos programadores portáteis é conectada diretamente ao CP através de 
uma interface de comunicação (serial). Pode-se utilizar a fonte interna do CP ou obter 
alimentação própria através de bateria. 
 
Com o advento dos computadores pessoais portáteis (Lap-Top), esses terminais 
estão perdendo sua função, já que se pode executar todas as funções de 
Controladores Programáveis 
SENAI 19 
programação em ambiente mais amigável, com todas as vantagens de equipamento 
portátil. 
 
Terminal dedicado TRC 
Tem como desvantagens seu custo elevado e sua baixa taxa de utilização, já que sua 
maior utilização se dá na fase de projeto e implantação da lógica de controle. 
Esses terminais são compostos por um teclado para introdução de dados/instruções e 
um monitor (TRC - tubos de raios catódicos). O monitor tem a função de apresentar 
as informações e condições do processo a ser controlado. 
 
Como no caso dos terminais portáteis, com o advento da utilização de computadores 
pessoais, este tipo está caindo em desuso. 
 
Terminal não dedicado - PC 
Pode-se utilizar um computador pessoal (PC) como terminal de programação. Isto é 
possível através da utilização de um software aplicativo dedicado a esta função. 
O custo do hardware (PC) e software é bem menor do que o de um terminal 
dedicado. Além da grande vantagem de ter, após o período de implantação e 
eventuais manutenções, o PC disponível para outras aplicações comuns a um 
computador pessoal. 
 
Outra vantagem é a utilização de softwares com mais interação com o usuário, 
utilizando todo o potencial e recursos de software e hardware, disponíveis nos 
computadores pessoais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Controladores Programáveis 
SENAI 21 
 
 
Princípio de funcionamento 
de um CP 
 
 
 
 
 
 
Um controlador programável tem seu funcionamento baseado num sistema de 
microcomputador onde se tem uma estrutura de software que realiza continuamente 
ciclos de varredura. 
 
 
Estados de operação 
 
Basicamente, a UCP de um controlador programável possui dois estados de 
operação : 
• programação 
• execução 
 
A UCP pode assumir, também, o estado de erro, que aponta falhas de operação e 
execução do programa. 
 
Programação 
 
Neste estado o CP não executa programa, não assumindo nenhuma lógica de 
controle. Ficando preparado para ser configurado, receber novos programas ou 
modificações de programas já instalados. Este tipo de programação é chamado off-
line (fora de linha). 
 
Execução 
Estado em que o CP assume a função de execução do programa do usuário. Neste 
estado, alguns controladores podem sofrer modificações de programa. Este tipo de 
programação é chamado on-line (em linha). 
Controladores Programáveis 
SENAI 22 
Funcionamento 
 
Ao ser energizado, o CP, no estado de execução, cumpre uma rotina de inicialização 
gravada em seu sistema operacional. Esta rotina realiza as seguintes tarefas : 
• limpeza da memória imagem, para operandos não retentivos; 
• teste de memória RAM; 
• teste de executabilidade do programa. 
 
Após a execução desta rotina, a UCP passa a fazer uma varredura (ciclo) constante, 
isto é, uma leitura seqüencial das instruções em loop (laço). 
 
Entrando no loop, o primeiro passo a ser executado é a leitura dos pontos de entrada. 
Com a leitura do último ponto ocorre a transferência de todos os valores para a 
chamada memória ou tabela imagem das entradas. 
 
Após a gravação dos valores na tabela imagem, o processador inicia a execução do 
programa do usuário de acordo com as instruções armazenadas na memória. 
Terminando o processamento do programa, os valores obtidos serão transferidos para 
a chamada memória ou tabela imagem das saídas. Ocorre também, a transferência 
de valores de outros operandos, como resultados aritméticos, contagens, etc. 
 
Ao término da atualização da tabela imagem, será feita a transferência dos valores 
desta tabela de saídas para os cartões de saída, fechando o loop. Neste momento, é 
iniciado um novo ciclo (loop). 
 
Para a verificação do funcionamento da UCP, é estipulado um tempo de 
processamento, cabendo a um circuito, chamado Watch Dog Time, supervisioná-lo. 
Ocorrendo a ultrapassagem deste tempo máximo, o funcionamento da UCP será 
interrompido, sendo assumido um estado de erro (WD). 
 
O termo varredura ou scan, é usado para dar nome a um ciclo completo de operação 
(loop). 
 
O tempo gasto para a execução do ciclo completo é chamado Tempo de Varredura e 
depende do tamanho do programa do usuário e da quantidade de pontos de entrada 
e saída. 
 
 
 
Controladores Programáveis 
SENAI 23 
Através do fluxograma a seguir e da figura na próxima página, este funcionamento é 
demonstrado graficamente. 
 
PARTIDA
START
Limpeza de memória
Teste de RAM
Teste de execução
OK?
Não
Sim
Leitura das
entradas
tabela imagem
Atualização da
das entradas
usuário
programa do
Execução do
das saídas
tabela imagem
Atualização da
Transferência da
tabela para
a saída
Tempo
de varredura
OK?
Sim
Não
PARADA
STOP
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Controladores Programáveis 
SENAI 24 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 o - 00 
 o - 01 
 o - 02 
 o - 03 
 o - 04 
 o - 05 
 o - 06 
 o - 07 
 
IN 
 o - 00 
 o - 01o - 02 
 o - 03 
 o - 04 
 o - 05 
 o - 06 
 o - 07 
 
OUT 
 1 0 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1
Memória 
Imagem 
 
E 
N 
T 
R 
A 
D 
A 
S 
 
 
S 
A 
Í 
D 
A 
S 
IN 00 IN 04 
OUT 04 
Cartão de Saída 
Cartão de Entrada 
Controladores Programáveis 
SENAI 25 
 
 
Programação 
 
 
 
 
 
 
 
Linguagem de programação 
 
Na execução de tarefas ou resolução de problemas com dispositivos 
microprocessados, é necessária a utilização de uma linguagem de programação, para 
o usuário se comunicar com a máquina. 
 
A linguagem de programação é uma ferramenta necessária para gerar o programa 
que vai coordenar e seqüenciar as operações que o microprocessador deve executar. 
 
Classificação 
• linguagem de baixo nível 
• linguagem de alto nível 
 
Linguagem de baixo nível 
Conhecida por linguagem de máquina, é a linguagem corrente de um 
microprocessador ou microcontrolador, onde as instruções são escritas em código 
binário (bits 0 e 1). Para minimizar as dificuldades de programação usando este 
código, pode-se utilizar também o código hexadecimal. 
 
Cada microprocessador ou microcontrolador possui estruturas internas diferentes. 
Portanto, seus conjuntos de registros e instruções também são diferentes. 
 
Linguagem de alto nível 
É uma linguagem próxima da linguagem corrente, utilizada na comunicação de 
pessoas. 
 
Controladores Programáveis 
SENAI 26 
Quando um microcomputador trabalha com uma linguagem de alto nível, é necessária 
a utilização de compiladores e interpretadores para traduzir este programa em 
linguagem de máquina. 
 
 
 
 
 
 
Vantagem - Elaboração de programa em tempo menor, não necessitando de 
conhecimento da arquitetura do microprocessador. 
Desvantagem - Tempo de processamento maior do que o despendido em sistemas 
desenvolvidos em linguagens de baixo nível. 
 
Programação de controladores programáveis 
 
Podemos programar um controlador através de um software que possibilita 
usualmente quatro formas de apresentação da lógica do usuário: 
• diagrama de contatos; 
• diagrama de blocos lógicos; 
• lista de instruções; 
• texto estruturado. 
 
Alguns tipos de software de programação possibilitam a programação em mais de 
uma forma. É o caso do STEP 5 da Siemens, como também os baseados na norma 
IEC 1331-3 
 
Diagrama de contatos 
Também conhecida como: 
• diagrama de relés; 
• diagrama escada; 
• diagrama Ladder. 
 
Esta forma gráfica de apresentação está muito próxima à forma normalmente usada 
em diagramas elétricos. 
 
 
 
COMPILADORES 
OU 
INTERPRETADORES 
 
PROGRAMA 
1111 
0000 
0101 
0100 
Controladores Programáveis 
SENAI 27 
Diagrama de blocos lógicos 
Mesma linguagem utilizada em lógica digital, onde sua representação gráfica é feita 
através das chamadas portas lógicas. 
 
Lista de instrução 
Linguagem semelhante à utilizada na elaboração de programas para computadores. 
 
 
Análise das linguagens de programação 
 
Com o objetivo de ajudar na escolha de um sistema que melhor se adapte às 
necessidades de cada usuário, pode-se analisar as características das linguagens de 
programação disponíveis em CP’s. 
 
Esta análise se deterá nos seguintes pontos: 
• forma de programação; 
• forma de representação; 
• documentação; 
• conjunto de instruções. 
 
Forma de programação 
 
É a maneira pela qual o programa se estrutura. Esta forma pode ser linear ou 
estruturada. 
 
Programação Linear - Programa escrito em um único bloco. 
 
Programação Estruturada - Estrutura de programação que 
permite: 
• organização; 
• desenvolvimento de bibliotecas de rotinas utilitárias para uso em vários 
programas; 
• facilidade de manutenção; 
• simplicidade de documentação e fácil entendimento por outras pessoas, além do 
autor do software. 
 
Permite também dividir o programa segundo critérios funcionais, operacionais ou 
geográficos. 
 
Controladores Programáveis 
SENAI 28 
Forma de representação 
 
Pode-se analisar também quanto à forma de representação: 
• diagrama de Contatos; 
• diagrama de Blocos; 
• lista de Instruções. 
 
Estas três formas são mais usuais e permitem que o usuário se adapte a uma forma 
de programar mais próxima do ambiente de projeto usado para desenvolver projetos 
de diagramas elétricos. 
 
Documentação 
A documentação é mais um recurso de editor de programa que de linguagem de 
programação. De qualquer forma, uma abordagem neste sentido torna-se cada vez 
mais importante, tendo em vista que um grande número de profissionais está 
envolvido no projeto de um sistema de automação que se utiliza de CP’s, desde sua 
concepção até a manutenção. 
 
Quanto mais rica em comentários, melhor a documentação que normalmente se 
divide em vários níveis. 
 
Conjunto de instruções 
É o conjunto de funções que definem o funcionamento e aplicações de um CP. 
 
Podem servir para mera substituição de comandos a relés: 
• funções lógicas; 
• memorização; 
• temporização; 
• contagem. 
 
Serve também, para manipulação de variáveis analógicas: 
• movimentação de dados; 
• funções aritméticas. 
 
Podem ter funções mais complexas como comunicação de dados, conexão com 
interfaces homem-máquina (IHM), controle analógico, seqüênciamento, etc: 
• saltos controlados; 
• indexação de instruções; 
• conversão de dados; 
Controladores Programáveis 
SENAI 29 
• PID; 
• seqüenciadores; 
• aritmética com ponto flutuante. 
 
 
Normalização 
 
Existe a tendência de utilizar um padrão de linguagem de programação em que é 
possível a intercambiabilidade de programas entre modelos de CP’s e até de 
fabricantes diferentes. 
 
Essa padronização está de acordo com a norma IEC 1131-3. Este tipo de 
padronização é viável, utilizando-se o conceito de linguagem de alto nível. Através de 
um chamado compilador pode-se adaptar um programa à linguagem de máquina de 
qualquer tipo de microprocessador. Isto é, um programa padrão pode servir tanto para 
o CP de um fabricante A como de um fabricante B. 
 
A norma IEC 1131-3 prevê três linguagens de programação e duas formas de 
apresentação. 
 
As linguagens são: 
• Ladder Diagram - programação como esquemas de relés; 
• Boolean Blocks - blocos lógicos representando portas “E”, “OU”, “Negação”, “Ou 
exclusivo”, etc; 
• Structured Control Language (SCL) - vem a substituir todas as linguagens 
declarativas como linguagem de instruções, BASIC estruturado e inglês estruturado. 
Esta linguagem, novidade no mercado internacional, é baseada no Pascal. 
 
As formas de representação são : 
• programação convencional; 
• Sequencial Function Chart (SFC) - evolução do graphcet francês. 
 
A grande vantagem de se ter o software normalizado é que ao se conhecer um, 
conhece-se todos, economizando em treinamento e garantindo que, por mais que um 
fornecedor deixe o mercado, nunca se fique sem condições de crescer ou de repor 
equipamentos. 
 
 
 
 
Controladores Programáveis 
SENAI 31 
 
 
Sistemas automáticos de 
controle 
 
 
 
 
 
 
A cada dia que passa, os sistemas manuais de controle, ou seja, aqueles comandados 
por um operário, vem sendo mais e mais substituídos por sistemas de controle 
automáticos. 
 
Estes, por sua vez, vêm apresentando um desenvolvimento que torna necessário seu 
estudo pormenorizado, pois são encontrados nos mais diversos setores da indústria 
como por exemplo, em controle de máquinas operatrizes, linhas de montagem 
automáticas, controle de temperatura e qualidade, robótica e até mesmo em controle 
de tráfico urbano. 
 
Estudaremos o sistema de controle automático no que se refere ao subsistema 
eletrônico. 
 
 
Sistema 
 
Sistema é um conjunto de elementos (ou subsistemas) reunidos de forma a executar 
uma determinada tarefa, como por exemplo, o comando de uma máquina. 
 
Um sistema comporta vários subsistemas que podem ser, por exemplo mecânico, 
hidráulico, pneumático, eletrônico. 
 
 
Subsistema eletrônico 
 
Um sistema eletrônico é composto por blocos funcionais que, por sua vez, são 
formados por agrupamentos de componentes eletrônicos. Ele pode ser analógico, 
digital ou híbrido.Controladores Programáveis 
SENAI 32 
O subsistema eletrônico analógico é um sistema de controle que trabalha com 
circuitos não-lineares ou com tensão analógica e é, na maioria das vezes, construído 
com amplificadores operacionais. 
 
O subsistema eletrônico digital é um sistema de controle que opera com portas 
lógicas, níveis lógicos definidos e números digitais. 
 
O subsistema eletrônico híbrico é formado por conjuntos lógicos e digitais. 
 
Os sistemas de controle atuais têm no microcomputador seu elemento principal. 
 
 
Microcomputador como elemento de controle 
 
A utilização do microcomputador como elemento de controle, exige circuitos de 
interface para que ele se comunique com o processo controlado. A maioria dos 
circuitos interfaceados são analógicos, de forma que os circuitos controlados por 
microcomputador são sempre híbricos. A figura a seguir mostra um diagrama de 
blocos de um subsistema eletrônico comandado por um microcomputador. 
 
Computador 
(micro/mini) ↔ Interface Conversores AD/DA ↔ Controle do Processo 
 
 
Bloco funcional 
 
Bloco funcional é uma das subdivisões do subsistema eletrônico. Ele representa uma 
função a ser executada por conjuntos de componentes discretos e pode ser uma porta 
lógica, um temporizador, um multivibrador, um oscilador etc. 
 
 
Diagrama funcional de processo 
 
O diagrama funcional de processo tem com objetivo transmitir informações sobre o 
funcionamento do sistema. Ele apresenta o processo de acordo com a função de cada 
etapa e as relações existentes entre elas. 
 
 
Pode ser representado de duas maneiras: 
• Por fluxograma 
• Por blocos 
Controladores Programáveis 
SENAI 33 
A figura a seguir ilustra as etapas do diagrama funcional de processo. 
 
 Apresentação 
do 
Problema 
 
 ↓ 
 Esclarecimento 
e 
análise 
 
 ↓ 
 Descrição do 
funcionamento 
desejado 
“algoritmo” 
 
 
 ↓ 
 
 
Diagrama 
de blocos 
lógicos 
 Fluxograma 
de controle 
de processos 
 
• Apresentação do problema - Esta etapa consiste na descrição do processo ou 
sistema que se deseja automatizar. Esta descrição deve ser feita pelo especialista 
do processo automatizado. A apresentação deve ser feita numa linguagem 
compreensível e objetiva através da qual devem ser observados todos os detalhes 
necessários a um bom desempenho do processo. 
• Esclarecimento e análise do problema - Nesta etapa, um especialista em 
automação faza análise do problema observado e de todos os detalhes citados na 
etapa anterior. Dessa análise pode surgir uma melhoria no processo a medida em 
que são eliminados passos dispensáveis e acrescentados outros necessários. 
 
• Descrição do funcionamento (algoritmo) - Nesta etapa, faz-se uma descrição 
passo a passo do processo e na seqüência correta de execução. A descrição é 
basicamente o que foi abordado na primeira etapa, porém os eventos são 
seqüenciados e hierarquizados com detalhamento técnico do sistema a ser 
automatizado. 
Controladores Programáveis 
SENAI 34 
• Diagrama funcional por blocos - É constituído pelos mesmos blocos utilizados 
em eletrônica digital. A seguir são detalhadas as regras dessa representação e, em 
seguida, dois exemplos de aplicação 
 
 
 
 
⇒ O formato básico é um quadrado com tamanho arbitrário (como uma 
porta lógica) 
 
 
⇒ As entradas e saídas de uma função são colocadas em 
lados opostos de modo que as entradas fiquem à esquerda 
ou em cima e as saídas à direita ou embaixo. 
 
 
⇒ Um sinal de entrada ou de saída é negado por um pequeno 
círculo entre o fio do sinal e o quadrado da função. 
 
 
⇒ O estágio de memória é representado dividindo-se um 
retângulo ao meio por meio de uma linha tracejada no 
sentido das entradas para as saídas o que caracteriza o 
comportamento biestável. 
 
 
⇒ Uma variável de entrada pode ser representada na forma de 
palavras ou números, porém, sempre representa a situação 
equivalente a um estado, como por exemplo, tanque cheio, 
válvula aberta. 
 
 
 
⇒A natureza do sinal de saída correspondente deve ser 
escrita dentro de um retângulo. No retângulo menor (x), 
coloca-se de forma abreviada a natureza da saída: 
S - ação memorizada (set); 
NS - não - memorizada; 
DY - ação dinâmica (impulso); 
tc - tempo de controle; 
tw - tempo de espera em vista do evento seguinte a ser 
executado. 
 
Controladores Programáveis 
SENAI 35 
 
⇒ No retângulo maior é colocado a ordem a ser executada, 
como por exemplo, abrir válvula, tanque cheio. 
 
 
⇒ O tempo de duração definido (impulso) em que a saída 
permanece no nível lógico 1 é indicado por um sinal de 
impulso sobre o qual se escreve a duração (tL) 
 
 
 
⇒ A função de temporização é representada por uma barra 
indicando à esquerda o retardo na ligação e à direita o 
retardo no desligamento. 
 
Exemplo 1: Acionamento de reversão de um motor - Um motor elétrico deve operar 
com reversão de sentido de rotação. Cada um dos sentidos é determinado por 
comando manual. O desligamento deve desativar o motor em qualquer um dos 
sentidos de rotação. Deseja-se evitar que, ao ser desligado quando se encontra em um 
sentido de rotação, o motor possa ser religado, principalmente em sentido contrário. 
Para isso, o intervalo de tempo entre o desligamento não deve ser inferior a 10s. 
 
O motor não deverá entrar em funcionamento se pelo menos uma dessas condições 
estiver presente: 
• O desligamento de emergência foi acionado; 
• A pressão do óleo lubrificante nos mancais do motor for igual a zero; 
• A temperatura da carcaça for superior a 70ºC. 
 
Observação 
A ocorrência de uma dessas condições deve levar o motor a se desligar, se ele estiver 
em funcionamento. 
 
Solução 
O problema pode ser representado em diagrama funcional de blocos dividido em duas 
partes: comando e proteção. 
 
Operações de comando: 
• Ligar o motor para girar em sentido horário. 
• Ligar o motor para girar no sentido anti-horário. 
Controladores Programáveis 
SENAI 36 
• Desligar o motor. 
A ação de ligar o motor deve se dar através de sinal momentâneo que, adequado ao 
estágio memorizador, transforma-se em sinal contínuo. Da mesma forma, o 
desligamento deve provocar a desmemorização da ordem de ligação. 
 
Entre o funcionamento do motor em sentido horário e o seu funcionamento em sentido 
anti- horário deve existir um bloqueio mútuo, obtido pela associação adequada de 
saídas e entradas dos memorizadores. 
 
A proteção requerida implica no desligamento do motor e na inibição de sua ligação. 
 
Todas as funções que executam a proteção devem atuar na desmemorização e 
bloqueio das ordens de ligar o motor. 
 
Finalmente, a temporização exigida deve ser de 10s. 
 
O diagrama funcional por blocos resultante é: 
 
 
 
Exemplo 2: Iluminação de escadaria - Deseja-se um sistema de iluminação para a 
escada de um edifício de três andares. No pavimento térreo e em cada patamar haverá 
uma lâmpada e um interruptor ao ser acionado, o interruptor do pavimento térreo ou de 
Controladores Programáveis 
SENAI 37 
qualquer dos três patamares, todas as lâmpadas devem se acender e permanecer 
acesas por três minutos ao fim desse tempo, o desligamento se fará automaticamente. 
 
Restrições: 
• Acionada por um dos interruptores, a iluminação não deverá ter seu tempo de 
permanência prolongado pelo acionamento do próprio interruptor ou por outro, 
antes de esgotado o tempo de três minutos, decorrentes do primeiro acionamento. 
• A iluminação só deverá funcionar à noite ou no caso de a iluminação natural cair a 
um nível compatível ao da noite. 
 
Solução 
O processo proposto é relativamente simples e pode ser representado 
satisfatoriamente pelo seguinte diagrama funcional de blocos: 
 
 
 
 
Fluxograma de processo 
 
Controladores Programáveis 
SENAI 38 
O fluxograma de processo permite representar as condições do processo. Ele 
apresenta os eventos na seqüência definida pelo processo que se deseja controlar e 
utiliza a simbologia que é mostrada a seguir. 
Nessa representação, “n” indicaa posição do evento (1,2,3...n) e no retângulo “x” 
indica-se a função do evento, como por exemplo: misturar, esvaziar etc. 
 
As condições de liberação do passo (ou entradas) são indicadas textualmente e de 
forma resumida. Exemplo: Válvula V aberta, Válvula S fechada, Bomba B acionada. 
 
 
 
As ordens de saída da etapa que são emitidas para os “operadores” (válvulas, 
contatores, motores etc.) são colocadas em retângulos à direita do passo. Exemplo: 
Desligar transportador ML, Zerar contador T2, Tempo de espera t2. 
 
À esquerda da ordem de saída é colocada a natureza dessa mesma ordem. 
 
À direita estão numeradas as ordens de saída que serão solicitadas pelo passo 
seguinte. 
 
A figura a seguir mostra os exemplos citados acima. 
 
 
 
Na figura a seguir, as entradas com identificação 1 e 2 no passo 5 indicam que esse 
passo depende da execução das ordens de saída do passo 4, identificadas com os 
mesmos números. Essa regra só é válida para as ordens usadas nos passos 
Controladores Programáveis 
SENAI 39 
subsequentes. Quando se quer utilizar a mesma ordem em outro passo qualquer, 
deve-se acrescentar a esse número de ordem o número do passo ao qual pertence. 
 
Exemplo: 1.5, ou seja, ordem 1, passo 5. 
 
 
 
Quando essas ordens não são numeradas, é porque elas não condicionam a liberação 
de outros passos. Portanto, na figura acima, a realização do passo 5 independe da 
realização da operação zerar contador T2 do passo 4. 
 
Caso seja necessário colocar alguma condição adicional às entradas dos passos da 
seqüência, pode-se usar os mesmos símbolos usados em diagramas de blocos 
lógicos. 
 
A solução de um comando seqüencial pode sofrer ramificações conforme indicado. A 
natureza ou as condições dos eventos são colocadas ao lado da interserção: 
 
⇒ & - todos os ramos são percorridos 
⇒ >1 - pelo menos um dos ramos é percorrido 
⇒ =1 - exclusivamente um dos ramos é percorrido 
Controladores Programáveis 
SENAI 40 
⇒ ( )
m
n
 
- dos “n” ramos, “m” são percorridos 
 
Passos de funções como memórias, temporizadores, contadores etc, são 
representados como na simbologia dos diagramas de blocos lógicos. 
 
Observação 
Esse tipo de representação gráfica apresentada se aplica bem para comandos 
seqüenciais ou em situações em que o número de variáveis e de etapas do processo é 
elevado. 
 
Exemplo: Preparação de solução salina 
A figura a seguir mostra o esquema do processo. 
 
 
 
Descrição do funcionamento desejado: 
a) processo pode ser iniciado manual ou automaticamente. 
 
Controladores Programáveis 
SENAI 41 
b) No início do processo, a válvula VA se abre, admitindo água no tanque. O volume 
QA de água é previamente fixado para a operação e medido por um medidor de 
fluxo. O volume QA deve ser superior ao necessário para atingir a nível Nmin do 
tanque e igual ou inferior ao necessário para o nível Nmax do tanque. 
 
c) Quando a água atingir o nível Nmin, o motor M1 do agitador deve ser ligado. O 
tempo entre a ordem de iniciar o processo e a ligação do motor M1 não deve ser 
superior a quinze minutos. 
 
d) Quando o volume pré-fixado da água for atingido, a válvula VA deve ser fechada. O 
tempo tQA é necessário para se alcançar o volume Q. Caso ele seja ultrapassado, 
deve ser dado alarme. 
 
e) Volume QA de água admitido no tanque determina o volume QS de sal a ser 
dissolvido. A proporção QA/QS deve ser constante para qualquer volume de água. 
O volume QS é medido por uma balança fotoelétrica de conversão massa-volume, 
colocada na saída da válvula VS. 
 
f) A correia transportadora acionada pelo motor M2 é ligada ao se fechar a válvula 
VA. Dez segundos após a ligação de M2, a válvula VS deve abrir para a admissão 
de sal. 
 
g) Quando o valor QS é atingido, a válvula VS deve ser fechada e o motor M2 
desligado 30s após. 
 
h) A partir desse instante, deve transcorrer o tempo tK de agitação (variável conforme 
o volume QA de água e QS de sal. 
 
i) Ao final do tempo tK, a correlação entre a condutividade da solução e sua 
temperatura deve apresentar um valor K. Caso esse valor não seja alcançado, 
deve ser dado aviso de tempo tK ultrapassado. 
 
j) Quando o valor K é atingido, ou através de comando manual, inicia-se a descarga 
do tanque de mistura, se o nível do tanque de eletrólise for ND. A descarga do 
tanque de mistura é iniciada com a abertura da válvula S. Vinte segundos após a 
abertura da válvula S, a bomba B é ligada. O motor M1 deve ser desligado ao ser 
atingido o nível Nmin. O tanque deve ser esvaziado até que seja dada a indicação 
de tanque vazio No. Nesse instante, deve-se desligar a bomba B e 10s após, a 
válvula S deve ser fechada. 
 
Controladores Programáveis 
SENAI 42 
k) Desligada a bomba B e fechada a válvula S, o sistema deve se manter em repouso 
durante 30s. Não ocorrendo ordem manual de desligar, o processo pode ser 
automaticamente reiniciado. Antes que isso aconteça, os contadores QA e QS 
devem ser levados a zero. Esta deve ser a condição inicial do processo. 
 
 
Solução 
O exemplo apresentado é complexo e sua solução corresponde ao diagrama funcional 
por fluxograma de processo mostrado a seguir. 
 
Controladores Programáveis 
SENAI 43 
 
 
 
 
 
Controladores Programáveis 
SENAI 44 
Localização de defeitos em sistemas de controle 
 
O processo de operação de uma máquina é controlado por um sistema principal e 
diversos subsistemas. Na maioria dos processos, o sistema eletroeletrônico é o 
sistema principal cuja função é receber informações, processá-las e tomar decisões 
que são enviadas ao subsistemas. 
 
Em virtude do sistema ser quase sempre controlado elétrica ou eletronicamente, o 
operador tem a tendência de associar qualquer defeito do sistema a uma falha elétrica 
ou eletrônica. Isso o leva a requisitar o técnico em manutenção eletroeletrônica para a 
correção do defeito. 
 
Por isso, o técnico deve ter uma visão geral do sistema e ser capaz de identificar qual 
subsistema está danificado. Para isso, é necessário que ele conheça o funcionamento 
da máquina e analise o sistema como um todo. O fluxograma a seguir mostra as 
etapas que devem ser seguidas pelo profissional para detectação e eliminação do 
defeito. 
 
 
Controladores Programáveis 
SENAI 45 
 
 
Controladores Programáveis 
SENAI 45 
 
 
Computadores 
 
 
 
 
 
 
 
Este capítulo tem por objetivo apresentar os blocos componentes de um computador, 
como eles funcionam e como se relacionam entre si. 
 
 
O que é um computador 
 
O computador é um equipamento que executa automaticamente uma seqüência de 
operações para as quais foi anteriormente programado. Essas operações podem 
apresentar a solução de problemas matemáticos ou controle de certas funções como, 
por exemplo, o comando de uma máquina. 
 
Os computadores têm a fama de processar muitos dados de uma só vez. Contudo, na 
verdade, eles processam apenas um dado de cada vez. O que dá a impressão de que 
ele executa muitas funções ao mesmo tempo é alta a velocidade com que essas 
operações são realizadas. 
 
O computador é composto basicamente pelo “hardware” e pelo “software”. 
 
“Hardware” é o termo utilizado para designar a parte física do computador, ou seja, 
todos os componentes eletrônicos, mecânicos, magnéticos, fios e conexões que são 
utilizados na sua fabricação. 
 
O “hardware” se divide em três blocos principais: 
• O processador, 
• A memória, 
• Os dispositivos de entrada e saída. 
O processador é o “cérebro” do computador. Ele tem a capacidade de executar as 
instruções (programa) enviadas ao computador pelo usuário. Tem também a função de 
somar, subtrair e executar operações lógicas. 
 
Controladores Programáveis 
SENAI 46 
Em um computador de grande porte, o processador é chamado de UCP ou unidade 
central de processamento. Em um mini ou microcomputador, o processador é 
chamado de microprocessador. 
 
A memória é a área de trabalho do computador e sua capacidade determina o que ele 
pode fazer ou não. Por isso, a capacidade de um computadoré determinada pela 
quantidade de memória que ele possui. 
 
Os dispositivos de entrada e saída (ou I/O do inglês “input/output”) são todas as 
formas usadas pelo computador para receber ou enviar dados. Esses dispositivos 
incluem a entrada que digitamos pelo teclado e a saída que o computador apresenta 
na tela do monitor, imprime na impressora e os conteúdos dos discos de 
armazenamento. Esses dispositivos são também chamados de periféricos. 
 
Dentre todos os dispositivos citados, o mais importante e é o “hard disk”, ou disco de 
armazenamento, pois é nele que o computador guarda seus dados quando não estão 
em uso na memória principal. 
 
“Software” é o termo utilizado para designar o programa dos computadores, ou seja, 
uma série de instruções que informam ao computador como ele deve operar. 
 
É o programa que traz o computador “a vida” e o transforma numa poderosa 
ferramenta de trabalho. 
 
O computador, portanto, nunca pode ser considerado isoladamente, como estrutura 
física (circuitos, componentes, interconexões), mas sim como um conjunto de dois 
blocos interdependentes: o “hardware” e o “software”. 
 
 
Origens do computador 
 
Os computadores começaram a ser usados comercialmente na década de 50. O 
avanço da tecnologia empregada na construção dos componentes fez com que estes 
ficassem cada vez menores, mais rápidos e econômicos, já que consomem menos 
energia. 
O desenvolvimento dos computadores aconteceu rapidamente a ponto de se 
distinguirem claramente até agora quatro gerações: 
 
Controladores Programáveis 
SENAI 47 
Primeira geração: os computadores da primeira geração funcionavam totalmente a 
válvula, portanto seu tamanho físico era muito grande, o consumo de energia era 
excessivo e quilômetros de fios eram usados na conexão de seus componentes. 
 
Outra característica dessa geração de computadores era a falta de confiabilidade e o 
tempo excessivo para processar as informações. 
 
Nessa geração, a programação era feita em linguagem de máquina, e os programas 
eram executados de forma estritamente seqüencial. 
 
Segunda geração: nos computadores da segunda geração, as válvulas foram 
substituídas por transistores. Essa inovação levou a uma grande redução no tamanho 
físico e no consumo. Além disso, os fios de ligação foram substituídos por placas de 
circuito impresso. Desta maneira, os computadores tornaram-se menores, mais 
rápidos e mais confiáveis. 
 
A linguagem de programação foi simplificada consideravelmente. Ao invés de se 
utilizar linguagem de máquina, podiam ser utilizados comandos alfabéticos abreviados 
(linguagem “assembler”). 
 
Terceira geração: os computadores da terceira geração foram marcados pela 
utilização de circuito integrados. Essa utilização permitiu um novo e apreciável 
aumento da capacidade de trabalho dos computadores, pois aumentou a confiabilidade 
e diminuiu o tempo de processamento das informações. A utilização de CLs também 
reduziu consideravelmente o tamanho físico dos computadores. 
 
A programação dos computadores é agora realizada com o auxílio de linguagens de 
programação orientadas para o problema a ser resolvido. São linguagens de natureza 
universal que se assemelham cada vez mais à linguagem humana. As mais 
importantes dessa categoria são “fortran” (para problemas científicos) e “cobol” (para 
tarefas comerciais e industriais). 
 
Quarta geração: A quarta geração de computadores foi marcada pela larga 
integração de componentes em um único circuito integrado que resultou no 
microprocessador. 
 
O microprocessador, apesar de seu tamanho (que justifica seu prefixo micro), é muito 
mais rápido e possante que os mais populares computadores da geração anterior. 
 
Controladores Programáveis 
SENAI 48 
A linguagem usada pelos computadores dessa geração é “basic”, especialmente 
desenvolvida para os microcomputadores. 
 
Estamos caminhando para a quinta geração de computadores que será provavelmente 
caracterizada pela linguagem de programação ainda mais próxima da natural, 
processamento paralelo de dados, inteligência artificial, reconhecimento de imagens. 
 
 
Tipos de computadores 
 
Os computadores podem ser classificados segundo sua capacidade de 
armazenamento de dados e a velocidade com que manipulam esses dados. De acordo 
com essa classificação, eles se dividem em três grupos: 
• Computadores pequenos ou microcomputadores; 
• Computadores médios ou microcomputadores; 
• Computadores de grande porte ou “mainframes”. 
 
Microcomputadores 
Os microcomputadores são capazes de resolver problemas similares aos que os 
computadores de grande porte resolvem, porém os problemas devem ser menos 
complexos, com menor quantidade de dados e com velocidade maior de 
processamento. 
 
 
 
Os microcomputadores podem ser classificados de acordo com seu emprego: os de 
uso dedicado em aplicações comerciais e os de uso geral, ou microcomputadores 
pessoais. 
 
Computadores de médio porte 
Controladores Programáveis 
SENAI 49 
Esses computadores estão numa posição intermediária entre os micros e os 
computadores de grande porte. São computadores que possuem uma razoável 
quantidade de memória e são capazes, por exemplo, de controlar o processo de 
produção de uma indústria. 
 
Computadores de grande porte 
Os computadores de grande porte são aqueles empregados para resolver problemas 
complexos de ordem técnica e científica, em situações onde exista uma grande 
quantidade de dados a serem processados em tarefas que envolvem usualmente um 
número extremamente grande de cálculos e dados. 
 
Os computadores de grande porte normalmente trabalham com número elevado de 
periféricos que muitas vezes se encontram espalhados geograficamente. O 
processamento das informações é extremamente rápido. Um exemplo desse tipo de 
computador é o computador usado pelo sistema bancário. 
 
 
Características dos computadores 
 
Os computadores são caracterizados de uma maneira geral por três aspectos: 
• Capacidade de memória, ou seja, o total de memória residente que o computador 
possui. É expressa em bytes (kilobytes) ou mbytes (megabytes) 
• Tamanho da palavra, ou seja, o número de bits de dados que o computador pode 
manusear de uma só vez. Existem computadores de oito, dezesseis, trinta e dois e 
sessenta e quatro bits. 
• Velocidade de processamento, ou seja, o tempo que o computador leva para 
processar as informações. 
 
Acima vimos que para apresentar as características dos computadores, precisamos 
empregar algumas palavras novas como “Kbytes e bits”. Vamos, então ver o 
significado delas e de mais algumas outras importantes para entender o funcionamento 
dos computadores. 
 
Bit, do inglês “binary digit”, é a menor unidade de informação que um computador 
pode processar. Os bites são expressos em números binários e podem assumir os 
valores zero e um. 
 
Controladores Programáveis 
SENAI 50 
Palavra - Binária, ou simplesmente palavra é um conjunto de números binários. 
Essas palavras têm nomes especiais dependendo do número de bits que ela contenha, 
ou seja: 
• Byte é uma palavra de oito bits. 
• Nibble corresponde a meio byte, isto é, quatro bits. 
• Word é uma palavra de dezesseis bits. 
• Doubleword (palavra dupla) é uma palavra de trinta e dois bits. 
 
Kylobyte, ou simplesmente Kbyte ou ainda Kb, é múltiplo de byte e corresponde a 
1024 bytes. Quando ouvimos falar em 64Kb, isso significa 64 vezes 1024, ou 65 536 
bytes. 
 
Megabyte corresponde a 1Kb de 1Kb (1024 x 1024), ou mais exatamente, 1048 576 
bytes. 
 
 
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SENAI 51 
 
 
Memórias 
 
 
 
 
 
 
 
Em qualquer computador, tanto as instruções quanto os dados do programa devem ser 
armazenados a fim de que possam estar disponíveis sempre que o usuário do 
equipamento necessitar deles. Essa função imprescindível no sistema é realizada 
pelas memórias. 
 
Neste capítulo, estudaremos as operações que as memórias realizam, como essas 
operações são realizadas e quais os tipos de memórias que existem para realizá-las. 
 
 
Armazenamentode dados 
 
Os circuitos integrados de memória têm uma capacidade de armazenamento de um 
determinado número de palavras com um determinado número de bits. Assim, um 
circuito de memória muito usado tem capacidade de armazenamento de 1 kbyte, ou 
seja, 1024 palavras de 8 bits. 
 
Cada unidade de armazenamento da memória pode ser comparada a um registrador 
capaz de guardar uma palavra de dados. O número de palavras que pode ser 
armazenado é igual ao número de registradores que a memória possui. A “largura” de 
cada registrador corresponde ao número de bits que a palavra possui. Observe a figura 
a seguir. 
 
 
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SENAI 52 
O conteúdo de cada registrador está sujeito a duas operações possíveis leitura e 
escrita. 
 
A leitura é o processo de retirar a palavra armazenada do registrador e enviá-la para 
algum outro lugar. Por isso, quando se efetua a leitura de um dado (palavra) na 
memória, seu conteúdo se modifica. 
 
A escrita é o processo de colocar uma nova palavra em um determinado registrador. 
 
A operação de escrita apaga a palavra memorizada anteriormente e grava a nova 
palavra. 
 
Obsevação 
Não são todos os tipos de memória que permitem a escrita de novas palavras como 
veremos mais adiante 
 
 
Endereçamento 
 
Para que o dado que está sendo lido seja encontrado, é preciso que ele tenha um 
endereço. Esse endereço tem a forma de um número e cada registrador recebe um 
número. Esse número especifica a exata localização do registrador e, 
conseqüentemente, da palavra armazenada. 
 
A figura ao lado mostra 
a representação 
esquemática da 
organização interna de 
uma memória que 
armazena 64 palavras 
de 4 bits cada. 
 
 
 
 
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SENAI 53 
Seleção da memória 
 
A maioria das memórias têm uma entrada chamada “chip-select” (CS)que é utilizada 
para habilitar ou desabilitar as entradas e saídas do CI. 
 
Quando a entrada CS está no modo desabilitado todas as entradas e saídas de dados 
do CI estarão desabilitadas. Isso impossibilita qualquer operação de escrita ou leitura. 
 
 
Operação de leitura ou escrita 
 
A operação de leitura ou escrita é selecionada pela entrada de leitura/escrita (R / W, do 
inglês “read/write”). Quando está em nível alto, esta entrada habilita os amplificadores 
de saída e faz a leitura do registrador endereçado. 
 
Quando esta entrada está em nível baixo, habilita os amplificadores de entrada e 
coloca níveis lógicos no registrador endereçado. 
 
Observação 
Para economizar pinos nos CIs, os fabricantes combinam as funções de entrada e 
saída de dados em pinos de entrada e saída comuns. 
 
Observe a figura a seguir que mostra os pinos sendo usados como entrada/saída (I/O, 
do inglês “input/output”). 
 
 
 
 
 
 
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SENAI 54 
Tipos de memória 
 
Os CIs de memória se dividem em duas grandes classificações de acordo com as 
funções de leitura ou escrita que desempenham. 
 
As memórias em que se pode ler ou escrever dados são chamadas de memórias de 
leitura e escrita (RWM, do inglês “read/write memory”). O termo usual para identificar 
esse tipo de memória é RAM (do inglês “random access memory” e que quer dizer 
memória de acesso aleatório). 
 
Na verdade, o termo RAM define qualquer memória capaz de ter qualquer de seus 
registradores acessados sem ter que passar antes por outros registradores. 
 
As RAMs são utilizadas em computadores para o armazenamento temporário de 
programas e dados. 
 
A principal característica e desvantagem desse tipo de memória é o fato de serem 
“voláteis”, ou seja, elas perdem a informação armazenada ao serem desenergizadas. 
 
Existem dois tipos de memórias RAM: a estática e a dinâmica . 
 
A RAM estática usa flip-flops internos para armazenar os dados. Cada flip-flop 
corresponde a um bit de dado, o que limita a capacidade de armazenamento a 64 
kbytes por CI. 
 
A vantagem da RAM estática é que a informação armazenada fica no biestável que 
permanece travado enquanto a alimentação for mantida constante. 
 
A RAM dinâmica não utiliza flip-flops para o armazenamento de dados, mas 
minúsculos capacitores. Essa técnica permite que apenas alguns componentes sejam 
utilizados por dado armazenado. Isso aumenta a capacidade de armazenamento do CI 
para 64 kbytes. 
 
A RAM dinâmica é assim chamada porque os capacitores tendem a se descarregar e 
precisam ser periodicamente recarregados. Essa recarga periódica é chamada de 
refrescamento (“refreshing”) da memória. Esse refrescamento é feito a cada 2ms 
(milissegundos). 
 
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SENAI 55 
Além de maior capacidade de armazenamento, as RAMs dinâmicas têm menor 
consumo. Da mesma forma como as RAMs estáticas, as RAMs dinâmicas também 
perdem os dados armazenados quando são desenergizadas. 
 
Além das RAMs, existem também as ROMs (do inglês “read only memory”) que são 
memórias utilizadas apenas para terem seus dados lidos. Sua principal característica é 
ser não-volátil, isto é, ela não perde o dado armazenado mesmo depois de 
desenergizada. 
 
Em operação normal, nenhum dado pode ser escrito em uma ROM. O processo de 
escrita não é simples e dependendo do tipo de ROM usado, os dados podem ser 
escritos apenas uma vez ou quantas vezes for necessário. 
 
Devido à sua característica principal (memória não-volátil), as ROMs são utilizadas 
para armazenar dados que não mudam como por exemplo, programas monitores de 
computadores ou de controladores lógicos programáveis. 
 
As ROMs podem ser classificadas de acordo com o processo de escrita de dados que 
é empregado: 
• ROM programável por máscara - a escrita é feita pelo fabricante sob encomenda 
do usuário. Durante o processo de fabricação, o fabricante confecciona uma 
máscara (ou gabarito fotográfico do circuito) que permite a produção das 
memórias. Esse processo, porém tem custo elevado e sua produção só se torna 
economicamente viável quando feito em larga escala. Essas ROMs estão 
disponíveis pré-programadas com dados que são utilizados comumente como 
tabelas matemáticas e códigos geradores de caracteres. 
• ROM programável - (PROM do inglês “programmable read only memory” ) permite 
que o próprio usuário armazene os dados ou programas desejados. Isso é feito 
com o auxílio do programador PROM. A memória contém elos fusíveis que se 
queimam à medida que os bits são gravados com os níveis lógicos desejados. Uma 
vez completada a gravação, esta não pode mais ser alterada. 
• ROM apagável -(EPROM, do inglês “erasable programmable read only memory”) 
pode ser apagada e reprogramada um número indefinido de vezes. Uma vez 
programada, ela é uma memória não volátil e mantém os dados armazenados 
indefinidamente. 
 
Existem dois tipos de EPROMs que são diferenciadas pelo processo de apagamento. 
 
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O primeiro processo é o que usa exposição à luz ultravioleta através de um janela de 
quartzo na face superior do CI. 
 
O segundo processo é utilizado na EEPROM (do inglês “electrically erasable 
programmable read only memory”, ou seja, PROM eletricamente apagável). O CI 
possui um pino ao qual se aplica determinada tensão que apaga os dados 
armazenados. 
 
 
 
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Microprocessador 
 
 
 
 
 
 
 
A UCP controla todas as funções realizadas pelo sistema de um microcomputador. 
Nessa tarefa, ela chama as instruções da memória, decodifica-se e executa-as. Além 
disso, ela alimenta a memória e as portas de entrada e saída para executar as 
diversas instruções recebidas. 
 
Dentro desse sistema, o CI que comanda todas essas funções é o microprocessador 
que corresponde à unidade central de processamento. Esse microprocessador possui 
algumas características que serão estudadas neste capítulo. 
 
 
Blocos funcionais do microprocessador 
 
O microprocessador executa um grande número de funções: 
• Gera sinais de controle e temporização; 
• Busca instruções e dados na memória; 
• Transfere dados para dispositivos de entrada/saída; 
• Executa operaçõeslógicas e aritméticas; 
• Responde a sinais de controle gerados pelos dispositivos de entrada/saída. 
 
Para executar essas funções, o microprocessador possui um circuito lógico completo 
que pode ser dividido em três blocos: 
1.registradores; 
2.temporização e controle; 
3.unidade lógica e aritmética. 
 
Os registradores são unidades funcionais usadas para armazenamento temporário 
dos bits do microprocessador. Eles também transferem os dados ali armazenados para 
a memória ou dispositivo de entrada e saída. 
 
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SENAI 58 
A unidade de temporização e controle tem a função de controlar as operações de 
todas as unidades do sistema de modo que funcionem numa seqüência lógica e 
sincronizada para que cada dispositivo opere no momento correto. 
 
A unidade lógica e aritmética (ULA) executa as operações lógicas e aritméticas do 
sistema. 
 
 
 
 
Barramentos 
 
Para que o microprocessador possa se comunicar com as outras unidades do sistema, 
ele necessita de vias que transportem as informações e os sinais envolvidos na 
operação do sistema. Essas vias são chamadas de barramentos. 
 
Os barramentos têm a função de interligar os blocos funcionais do sistema e cada um 
deles tem uma função específica. 
 
 
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SENAI 59 
O barramento de endereço leva as informações para a memória ou para os 
dispositivos de entrada e saída. É uma via unidirecional pois os dados só fluem da 
UCP para as memórias ou para os dispositivos de entrada e saída. 
 
O barramento de dados é uma via bidirecional pela qual os dados podem entrar ou 
sair, dependendo da operação que está sendo realizada (leitura ou escrita). Ele envia 
ou recebe informações das posições de memória ou dos dispositivos de entrada e 
saída que são selecionados pelas informações geradas pela UCP e enviadas pelo 
barramento de endereços. 
 
O número de bits do barramento de dados determina o tamanho da palavra que o 
computador manipula. 
 
O barramento de controle também é uma via bidirecional e tem a função de controlar 
e coordenar as operações da UCP. Praticamente, o barramento se divide em duas 
partes, pois tem algumas vias que recebem sinais e algumas enviam sinais. 
 
Através do barramento de controle, o microprocessador é informado sobre qual a 
operação que deve ser efetuada. Em seguida, a UCP gera os sinais de controle e 
informa aos blocos funcionais qual é a operação que deve ser efetuada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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SENAI 61 
 
 
Lógica Digital 
 
 
 
 
 
 
 
Sistemas de Numeração 
 
Através dos tempos foram criados vários sistemas de numeração para atender 
variadas aplicações, dentre os quais se destacam : 
• Sistema Decimal; 
• Sistema Binário; 
• Sistema Octal; 
• Sistema Hexadecimal. 
 
Sistema Decimal 
O sistema decimal é o mais conhecido e utilizado em nosso dia-a-dia. É formado por 
dez símbolos (0,1,2,3,4,5,6,7,8 e 9) que através de suas posições terão um 
determinado valor. Por possuir dez símbolos possíveis, é chamado sistema de 
numeração na base 10. 
 
Representação 
Algarismos: 0,1,2,3,4,5,6,7,8 e 9 
Base: 10 
Posição do algarismo no número: potências de 10 ( 10n ) 
Símbolo: dec 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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SENAI 62 
Exemplo: 1.99510 
 
Milhar Centena Dezena Unidade 
1 9 9 5 
1 x 103 9 x 102 9 x 101 5 x 100 
 
1.000 
 900 + 
 90 
 5 
1.995 
 
Sistema Binário 
O sistema binário representado por apenas dois símbolos (0 e 1), que representam 
dois estados possíveis em um sistema: aberto/fechado, ligado/desligado, sim/não, etc. 
 
Os números binários são usados para representar o sistema de funcionamento de um 
computador, já que este utiliza a característica de chaves elétricas que abrem e 
fecham. Aos dois estados possíveis da chave (aberta ou fechada) associam-se os 
valores binários (0 e 1). 
 
É um sistema de numeração posicional, isto é, os símbolos têm valores diferentes de 
acordo com a posição que ocupam. Como possui dois símbolos é chamado de sistema 
de base 2. 
 
Representação 
Algarismos: 0 e 1 
Base: 2 
Posição do algarismo no número: potências de 2 ( 2n ) 
Símbolo: bin 
Exemplo: 11012 
 
23 22 21 20 
1 1 0 1 
1 x 8 1 x 4 0 x 2 1 x 1 
 
 (1 x 8) + (1 x 4) + (0 x 2) + (1 x 1) = 8 + 4 + 1 = 13 
 Logo : 11012 = 1310 
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SENAI 63 
Sistema Octal 
O sistema octal é representado por oito símbolos ( 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7 ) e é chamado 
de sistema na base 8. 
 
Este sistema é uma boa forma de simplificar a representação de números binários. 
Representação 
Algarismos: 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7 
Base: 8 
Posição do algarismo no número: potências de 8 ( 8n ) 
Símbolo: oct 
Exemplo: 50278 
 
83 82 81 80 
5 0 2 7 
5 x 512 0 x 64 2 x 8 7 x 1 
 
 (5 x 512 ) + ( 0 x 64 ) + ( 2 x 8 ) + ( 7 x 1 ) = 2.560 + 16 + 7 = 2.583 
 Logo : 50278 = 2.58310 
 
Sistema hexadecimal 
O sistema hexadecimal é representado por dezesseis símbolos ( 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 
8, 9, A, B, C, D, E e F ) e é chamado de sistema na base 16. 
 
Este sistema também é uma boa forma de simplificar a representação de números 
binários. 
 
Representação 
Algarismos: 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, A, B, C, D, E e F 
Base: 16 
Posição do algarismo no número: potências de 16 ( 16n ) 
Símbolo: hex 
 
 
 
 
 
 
 
Controladores Programáveis 
SENAI 64 
Exemplo: 19FA16 
 
163 162 161 160 
1 9 F A 
1 x 4096 9 x 256 F(15) x 16 A(10) x 1 
 
( 1 x 4096 ) + ( 9 x 256 ) + ( 15 x 16 ) + ( 10 x 1 ) = 4096 + 2304 + 240 + 10 = 6650 
 
 Logo : 19FA16 = 6.65010 
 
Equivalentes entre sistemas numéricos 
 
DEC BIN OCT HEX 
0 0000 0 0 
1 0001 1 1 
2 0010 2 2 
3 0011 3 3 
4 0100 4 4 
5 0101 5 5 
6 0110 6 6 
7 0111 7 7 
8 1000 10 8 
9 1001 11 9 
10 1010 12 A 
11 1011 13 B 
12 1100 14 C 
13 1101 15 D 
14 1110 16 E 
15 1111 17 F 
 
 
 
 
 
 
 
 
* *
Controladores Programáveis 
SENAI 65 
Conversão entre os sistemas de numeração 
 
Binário para Decimal 
Exemplo: 10102 
 
23 22 21 20 
1 0 1 0 
1 x 8 0 x 4 1 x 2 0 x 1 
 
 (1 x 8) + (0 x 4) + (1 x 2) + (0 x 1) = 8 + 2 = 10 
 Logo : 10102 = 1010 
 
Octal para Decimal 
Exemplo: 17508 
 
83 82 81 80 
1 7 5 0 
1 x 512 7 x 64 5 x 8 0 x 1 
 
 ( 1 x 512 ) + ( 7 x 64 ) + ( 5 x 8 ) + ( 0 x 1 ) = 512 + 448 + 40 = 1.000 
 Logo : 17508 = 1.00010 
 
Hexadecimal para Decimal 
Exemplo: 0AFE16 
 
163 162 161 160 
0 A F E 
 0 x 4096 A(10) x 256 F(15) x 16 E(14) x 1 
 
( 0 x 4096 ) + ( 10 x 256 ) + ( 15 x 16 ) + ( 14 x 1 ) = 0 + 2560 + 240 + 14 = 2.814 
 Logo : 0AFE16 = 2.81410 
 
 
 
 
 
 
Controladores Programáveis 
SENAI 66 
Decimal para Binário 
Dividir o número sucessivamente por 2 até que o quociente seja 0. A leitura do número 
em binário é feita do último resto para o primeiro (vide seta). 
 Exemplo: 1210 = ?2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Logo : 1210 = 11002 
 
Decimal para Octal 
Dividir o número sucessivamente por 8 até que o quociente seja 0. A leitura do número 
em octal é feita do último resto para o primeiro (vide seta). 
 Exemplo: 10010 = ?8 
 
 
 
 
 
 
 
 Logo : 10010 = 1448 
 
Decimal para Hexadecimal 
 
Dividir o número sucessivamente por 16 até que o quociente seja 0. A leitura do 
número em hexadecimal é feita do último resto para o primeiro (vide seta). 
 Exemplo: 25410 = ?16 
 
 
 
 
 
16
16254 
1
01
14 
8
8
8
100 
1
14
4
1 0
2
2 
2
1
6
30
0
1
1
21
0
Controladores Programáveis 
SENAI 67 
 15 = F 
 
 14 = E 
 
 Logo : 25410 = FE16 
 
Representação binária 
 
Os números binários são representados por dígitos que recebem denominações 
específicas em função de sua utilização. 
 
Os números binários podem receber as seguintes representações: 
• Bit; 
• Byte; 
• Nibble ou Tétrada. 
 
Bit 
É o nome dado a um dígito binário, e pode assumir o valor 0 ou 1. 
A palavra Bit vem do inglês Binary digit (dígito binário). 
Exemplo: 
 
1 0 1 
é um número binário formado por três bits 
 
Nibble ou TétradaÉ um número binário formado pela combinação de 4 bits consecutivos. 
Exemplo : 
 
1 0 1 0 
 
Byte 
Byte a palavra utilizada para denominar a combinação de 8 bits consecutivos. 
Exemplo : 
 
 
1 1 0 1 1 0 0 1 
 
 
BYTE
NIBBLE NIBBLE
Controladores Programáveis 
SENAI 68 
Obs.: um byte é composto por dois nibbles. 
 
Palavra (Word ) 
Uma palavra é um conjunto de 2 bytes consecutivos, isto é, 16 bits. 
 
 
 
1 1 0 1 1 0 1 1 0 0 1 1 1 0 1 1 
 
 
 
 
Números BCD - Decimal Codificado em Binário 
 
É um código que utiliza números binários para representar os dígitos de um número 
decimal. 
Cada grupo de 4 dígitos binários representa um dígito de um número decimal. 
 
Números 
Decimais 
Números 
Binários 
0 0000 
1 0001 
2 0010 
3 0011 
4 0100 
5 0101 
6 0110 
7 0111 
8 1000 
9 1001 
 
Exemplo : 
 
0010 0101 0001 0011 
2 x 103 
2000 
Milhar 
5 x 102 
500 
Centena 
1 x 101 
10 
Dezena 
3 x 100 
3 
Unidade 
 
PALAVRA 
BYTE BYTE
Controladores Programáveis 
SENAI 69 
 2000 + 500 + 10 + 3 = 2.513 
 
 
Fundamentos da lógica digital 
 
O sistema binário tem uma grande aplicação em técnicas digitais e computação, sendo 
a base de operações de dispositivos digitais. 
 
No sistema binário só existem duas possibilidades de operação. Esse conceito de dois 
estados 1 ou 0, se encaixa no que se conhece como lógica binária. 
 
Dependendo do contexto que for usado, um sinal designado com um valor de 1 ou 0, 
também pode ser descrito conforme mostrado abaixo: 
 
Estado 1 Estado 0 Elemento 
Ligado Desligado Motor 
Avançado Recuado Cilindro 
Pneumático 
Aberta Fechada Porta 
Ligado Desligado Circuito Elétrico 
Tocando Muda Buzina 
Acesa Apagada Lâmpada 
+5V 0V Sinal Digital 
+12V 0V Sinal Digital 
Aberta Fechada Chave 
 
Obs.: Deve-se notar que a definição de 1 como sendo a condição de ligado e 0 como 
desligado, é arbitrária. Em algumas aplicações pode ser conveniente definir 1 como 
desligado e 0 como ligado. 
 
 
Operações lógicas 
 
A relação entre duas variáveis que representam estados binários é estabelecida 
através de operações lógicas que são realizadas conforme os princípios da álgebra 
booleana. 
 
Controladores Programáveis 
SENAI 70 
Para realizar uma operação lógica é necessário um arranjo físico que é chamado de 
porta lógica. 
 
Dentro da lógica digital pode se fazer arranjos para se obter as seguintes funções: 
 
Portas Lógicas 
Básicas 
Portas Lógicas 
Derivadas 
“E” “NÃO E” 
“OU” “NÃO OU” 
“NÃO” “OU EXCLUSIVO” 
“SIM” “EQUIVALÊNCIA” 
 
Todos os arranjos para se conseguir as funções, terão sempre duas ou mais entradas 
e uma saída, com exceção das funções “NÃO” e “SIM” que sempre terão apenas 
uma entrada. 
 
Tabela verdade 
Para uma melhor análise e compreensão de uma função lógica, se utiliza a tabela 
verdade, onde são retratadas as possíveis condições dos elementos de entrada, e 
como conseqüência a condição de cada elemento de saída. 
Exemplo: 
Tabela Verdade da função lógica “E” de duas entradas. 
 
Convenção: 
 1 - Botão acionado 
 0 - Botão desacionado 
 1- Lâmpada acesa 
 0 - Lâmpada apagada 
 
 Tabela Verdade 
 
 
A B Y 
0 0 0 
0 1 0 
1 0 0 
1 1 1 
 
Entradas Saída
Controladores Programáveis 
SENAI 71 
O número de combinações possíveis entre os elementos de entrada pode ser obtido 
através da seguinte fórmula: 
 
 
 
2n = X 
 
 
 
Exemplo: 
 
22 = 4 
As entradas podem assumir 4 combinações possíveis entre elas. 
 
 
Simbologia 
 
Porta Lógica “E” 
Equação: Y = A . B 
 
SÍMBOLO 
Norma ASA 
 
 
 
 
 
 
 
Norma ABNT 
 
 
 
 
 
 
 
 
N° de entradas 
N° de combinações possíveis para a(s) entrada(s) 
N° de estados que assumem os elementos de entrada 
A
B
Y
A
B
Y
& 
Controladores Programáveis 
SENAI 72 
Equivalente Elétrico 
 
 
 
 
 
 
 
Porta Lógica “OU” 
Equação : Y = A + B 
SÍMBOLO 
Norma ASA 
 
 
 
 
 
 
 
Norma ABNT 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Equivalente Elétrico 
 
 
 
 
 
 
 
 
A B
A
B
Y
A
B
Y
> 
=
A
B
Controladores Programáveis 
SENAI 73 
Porta Lógica “NÃO E” 
 
Equação : Y = A . B 
SÍMBOLO 
Norma ASA 
 
 
 
 
 
 
 
Norma ABNT 
 
 
 
 
 
 
 
 
Equivalente Elétrico 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A
B
Y
A
B
Y
& 
A
B
Controladores Programáveis 
SENAI 74 
Porta Lógica “NÃO OU” 
Equação : Y = A + B 
SÍMBOLO 
 
Norma ASA 
 
 
 
 
 
 
 
Norma ABNT 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Equivalente Elétrico 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A
B
Y
A
B
Y
> 
=
A B
Controladores Programáveis 
SENAI 75 
Porta Lógica “OU Exclusivo” 
Equação : Y = A + B 
SÍMBOLO 
Norma ASA 
 
 
 
 
 
 
 
Norma ABNT 
 
 
 
 
 
 
 
 
Equivalente Elétrico 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A
B
Y
A
B
Y
=1 
A B
BA
Controladores Programáveis 
SENAI 76 
Porta Lógica “NÃO” 
Equação : Y = A 
SÍMBOLO 
 
Norma ASA 
 
 
 
 
 
 
 
Norma ABNT 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Equivalente Elétrico 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Y
A Y
 1 
A
Controladores Programáveis 
SENAI 77 
Porta Lógica “SIM” 
Equação : Y = A 
SÍMBOLO 
 
Norma ASA 
 
 
 
 
 
 
 
Norma ABNT 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Equivalente Elétrico 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Y
A Y
 1 
A
 
 
 
Controladores Programáveis 
SENAI 79 
 
 
Referências Bibliográficas 
 
 
 
 
 
 
 
SENAI-SP. Controladores Programáveis - Teoria. São Paulo, 1998. 
 
SENAI-SP. Eletricista de Manutenção IV – Acionamentos – Teoria. São Paulo, 
1997. 
 
SILVEIRA, Paulo R. e SANTOS, Winderson E. Automação – Controle Discreto. Ed. 
Érica, São Paulo, 2000.

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