Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Western Blot Western Blot A precipitação automatizada é considerada uma técnica híbrida em razão de mesclar características do método marcado e do método não marcado: a mesma não faz uso de reagentes marcados, mas a automatização da leitura permite que apresente uma elevada sensibilidade. Testes sorológicos ouTestes sorológicos ou Imunoensaios (IE)Imunoensaios (IE) Técnicas utilizadas para detectar e quantificar antígenos e anticorpos, ou outras substâncias que desempenhem o papel de antígeno no ensaio, tais como fármacos, hormônios, ácidos nucleicos, citocinas, receptores de células etc. Os reagentes dos imunoensaios podem ser de duas naturezas: Reagentes marcados: Os reagentes marcados são utilizados para que seja evitada a possibilidade de um resultado falso negativo, pois os mesmos amplificam o sinal da amostra, o que facilita a leitura/identificação da molécula de interesse. Além de amplificar o sinal, os reagentes marcados também conferem maior sensibilidade ao método, fazendo com que ele seja capaz de detectar como positivas concentrações muito baixas da substância de interesse. Basicamente, os reagentes podem ser marcados por meio de substâncias radioativas (radioimuno-ensaio), quimioluminescentes (quimioluminescência), fluorescentes (imunofluorescência) e enzimáticas. Reagentes não marcados: haverá uma menor sensibilidade no método efetuado com o uso de um reagente não marcado, sendo necessário, nesse caso, que haja uma formação de imunocomplexos em grande quantidade para que seja possível visualizar a reação. Em outras palavras, é necessário que a amostra contenha um grande número de antígenos ou de anticorpos para que seja formada uma quantidade de imunocomplexos grande o bastante para que seja possível identificar a positividade da reação. Um exemplo de reação de imunoensaio com reagente não marcado consiste no método de precipitação não automatizada. Técnicas imunoenzimáticasTécnicas imunoenzimáticas ou enzimaimunoensaio (EIA):ou enzimaimunoensaio (EIA): São efetuadas por meio da utilização de antígenos ou anticorpos marcados com enzimas para amplificar o sinal da reação. Essas técnicas podem ser utilizadas para três finalidades: Detecção: a detecção consiste em um método qualitativo que visa verificar se a presença do material de interesse é positiva ou negativa. Nesse caso a leitura normalmente é realizada de forma visual. Titulação: consiste em um método quantitativo que, através de diluições seriadas da amostra de interesse, permite que seja verificado até qual grau de diluição mantém-se o resultado positivo. Quantificação: refere-se à detecção quantitativa em relação à presença ou ausência do antígeno ou anticorpo, sendo essa análise realizada por meio do espectrofotômetro. Cabe apontar que a enzima utilizada no enzimaimunoensaio formará com seu substrato o que se denomina como “conjugado”. Para que se possa garantir a eficiência do conjugado é necessário analisar alguns aspectos importantes, como o processo empregado para a realização da conjugação, a qualidade/especificidade do anticorpo ou antígeno a ser pesquisado e da enzima utilizada. Obs.: o enzimaimunoensaio homogêneo é utilizado principalmente em relação a moléculas menores, denominadas haptenos. Obs.: o enzimaimunoensaio heterogêneo é utilizado em relação a moléculas maiores, como antígenos, anticorpos e proteínas. Os métodos imunoenzimáticos têm grande destaque no laboratório clínico, pois permitem que haja uma elevada sensibilidade, comparável à do radioimunoensaio. Ademais, apresentam as vantagens de utilizarem reagentes estáveis, não exigem o trabalho com radioisótopos e podem ser adaptados tanto a testes simples (como a leitura qualitativa visual) quanto à automação (como a leitura quantitativa). Ainda no que se refere às técnicas imunoenzimáticas, é importante destacar que estas podem ser divididas em dois subgrupos: Homogêneas: não há necessidade de separação (lavagem) dos imunocomplexos formados e dos não formados, pois é a interação Ag-Ac que modula a atividade da enzima. Heterogêneas: há a necessidade de separação (lavagem) dos imunocomplexos formados e dos não formados, pois a atividade da enzima não é alterada pela interação Ag-Ac. Western BlotWestern Blot O método Western Blot, também denominado como Immunoblotting ou Western Blotting, é utilizado, basicamente, para a pesquisa de proteínas e glicoproteínas, diferente do Southern e Northern Blotting, que se referem, respectivamente, � identiFIcação de DNA e RNA (ácidos nucleicos). É realizada uma eletroforese em gel de poliacrilamida do material a ser pesquisado, isto é, da amostra das proteínas e glicoproteínas; Obs.: cabe lembrar que para a realização da eletroforese de proteínas é necessária a utilização de um tampão. No caso do método Western Blot, deve-se utilizar um tampão de sDs, que possui a característica de carregar as moléculas de forma negativa. Nesse sentido, as proteínas e glicoproteínas ficarão carregadas negativamente e, posteriormente, migrarão do polo negativo para o polo positivo. Havendo enzimas solúveis na reação estaremos diante de uma vertente em que se enquadra o método ELISA. Por outro lado, o método Western Blot faz uso de enzimas insolúveis, de modo que perante a utilização desse tipo de técnica não haverá apresentação de uma solução corada após a conclusão da reação, e sim de uma banda corada Vale destacar que o polo positivo para o qual as moléculas negativamente carregadas (ânions) desejam se deslocar também é denominado como “anodo”. Por sua vez, o polo negativo também é chamado de “cátodo”. A mistura de antígenos proteicos, ou seja, a amostra a ser analisada, é aplicada no polo negativo do tampão; A mistura migrará em direção ao polo positivo, se separando por peso molecular. Assim, quanto maior o peso molecular ou o tamanho da molécula, menor será sua migração, mantendo-se próxima ao ponto de aplicação; A etapa de transferência do gel para uma membrana de nitrocelulose é realizada; Realizada a transferência, a membrana de nitrocelulose é imersa em solução que contenha os anticorpos (Ac) específicos para as frações; A reação antígeno-anticorpo acontece; Uma solução contendo anti-imunoglobutina marcada com enzima é adicionada, bem como o substrato; Ocorre a oxidação do cromógeno pela reação entre a enzima e o substrato; Como resultado é apresentado um precipitado (INsolúvel) colorido É importante destacar que por meio do método Western Blot é possível que tanto proteínas individuais como misturas complexas de proteínas que se separam e se transformam em proteínas individuais sejam detectadas e analisadas. Além disso, cabe ressaltar que o Western Blot é, via de regra, um método qualitativo: o aparecimento de uma banda em um blot indica a presença de um antígeno na mistura que foi submetida à eletroforese ou de um anticorpo na amostra ensaiada na membrana. Lembre-se que o imunoensaio é considerado uma técnica específica devido ao fato de apresentar a especificidade própria de uma reação entre antígeno e anticorpo. Quanto � sua sensibilidade, esta dependerá de algumas características específicas, como o uso de reagentes marcados ou não marcados, o que tornará a técnica mais ou menos sensível. Perceba que a técnica Western Blot permite que duas espécies de pesquisa sejam realizadas: a de antígenos (Ag), submetendo-se o antígeno da amostra à eletroforese de proteínas; e a de anticorpos (Ac), submetendo-se a mistura de antígenos conhecidos à eletroforese de proteínas e, no passo de imersão da membrana de nitrocelulose na solução com os anticorpos, devendo-se utilizar os anticorpos presentes na amostra em questão. Em suma, são duas as formas existentes para se trabalhar com o Western Blot: a amostra pode se referir àquela que foi submetida à separação de proteínasou à solução contendo os anticorpos a serem pesquisados na qual a membrana de nitrocelulose será imersa. Assim como ocorre em relação ao ELISA, a peroxidase é a enzima mais utilizada no método Western Blot, podendo esta ser substituída pela fosfatase alcalina quando a amostra apresentar natureza/ação de peroxidase. Ademais, podem ser utilizadas também a β-galactosidase e a glicose oxidase. Uma das principais vantagens em relação ao Western Blot refere-se ao fato de este ser um método que mescla a seletividade da Eletroforese de proteína, que permite uma separação efetiva das bandas das proteínas presentes em determinado material, com a especificidade do imunoensaio. Por fim, cabe apontar que o Western Blot é um método muito utilizado para o diagnóstico confirmatório do HIV, sendo realizado após o resultado positivo em um ELISA. Basicamente, a confirmação é realizada da seguinte maneira: as proteínas e glicoproteínas do vírus HIV são adicionadas à membrana de nitrocelulose, submetendo-se esse material à eletroforese. Como resultado haverá a formação de uma amostra padronizada/controle, representada pela segunda tira da ilustração apresentada abaixo: Em seguida é inserida a amostra do paciente a fim de se verificar se esta possui anticorpos contra as proteínas ou glicoproteínas presentes na amostra- controle. O resultado do teste será positivo quando o paciente apresentar a produção de anticorpos para as glicoproteínas GP160 ou GP120, para a GP14 e para a proteína P4. Obs.: conforme indica a imagem, o número apresentado após a sigla que indica o material como proteína (P) ou glicoproteína (GP), refere-se ao seu peso molecular. Vale destacar, ainda, que com os conjugados enzimáticos podem-se empregar vários sistemas de amplificação do sinal da reação, como a avidina- biotina. Quanto � detecção da amostra, além dos substratos que dão produtos coloridos, podem-se utilizar outros sistemas, com substratos fluorescentes ou luminescentes, que permitem a quantificação das bandas. Devido ao fato de poder ser empregado na pesquisa de Ag ou de Ac, o Western Blot vem sendo um importante auxiliar no diagnóstico de doenças infecciosas. Abaixo, é apresentada uma figura que esquematiza o funcionamento do Western Blot: Conforme o esquema, cada banda presente na membrana de nitrocelulose em que foi realizada a eletroforese das proteínas pode ser considerada uma proteína-alvo. Ao se realizar a pesquisa de anticorpos no soro do paciente, por exemplo, a membrana de nitrocelulose contendo os antígenos e proteínas será imersa no soro do paciente, que fará as vias do anticorpo primário, ligando-se à proteína-alvo. Posteriormente, será inserido o anticorpo secundário, marcado com o conjugado (enzima + substrato), a partir do qual será obtido um sinal colorimétrico ou quiminulescente, a depender do tipo de ensaio.
Compartilhar