PREPARATÓRIO PARA OAB Professor: Dr. Marcel Leonardi DISCIPLINA: DIREITO CIVIL Capítulo 2 Aula 3 DOS BENS Coordenação: Dr. Flávio Tartuce 01 Dos Bens "Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).” www.r2direito.com.br Bens são as coisas materiais ou imateriais que têm valor econômico e que podem servir de objeto a uma relação jurídica. Eles se dividem em duas categorias básicas: bens móveis e bens imóveis. Essa divisão entre bens móveis e imóveis se estende também aos direitos, que podem ser divididos em imobiliários e mobiliários, conforme a natureza da coisa, o objeto do direito, ou mesmo o critério do legislador. Por exemplo, são direitos imobiliários os direitos reais de servidão, uso e habitação, porque eles só têm aplicação sobre imóveis; já o usufruto pode existir sobre bem móvel ou imóvel, e assim será mobiliário ou imobiliário, conforme o caso. O Código Civil inicia este assunto no artigo 79, que diz o seguinte: São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente. Os bens imóveis são aqueles que não se pode transportar, sem destruição, de um lugar para outro, ou seja, são os que não podem ser removidos sem alteração de sua substância. Em contrapartida, os bens móveis permitem que isso seja feito. O artigo 80 do Código Civil diz que consideram-se imóveis para os efeitos legais: 1) os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram; 2) o direito à sucessão aberta. O objetivo da lei, aqui, é garantir a segurança das relações jurídicas, pois a transferência de bens imóveis exige formalidades maiores do que a transferência de bens móveis, como, por exemplo, a lavratura de escritura pública. Assim, o artigo 80 considera como um bem imóvel o direito real sobre imóveis e as ações que o asseguram e o direito à sucessão aberta. Esses direitos, que são incorpóreos, são considerados pela lei como bens imóveis para que possam receber uma maior proteção jurídica. O artigo 81 do Código Civil diz o seguinte: Não perdem o caráter de imóveis: 1) as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem removidas para outro local; 2) os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reempregarem. A lei é bem clara neste ponto. Uma edificação, mesmo separada do solo, que conserve a sua unidade e que for removida para outro local, não deixa de ser considerada um bem imóvel. Também se considera imóvel qualquer material que for retirado provisoriamente de uma construção, como um tijolo, uma telha, pedaços de madeira, etc., para ser reutilizado nessa construção. Assim, qualquer bem que se tira de um prédio para ser novamente nele incorporado, pertencerá ao imóvel e será considerado um bem imóvel. Porém, se esse bem for utilizado em um outro prédio, ele continuará sendo considerado como imóvel enquanto não for utilizado na nova construção. É por isso que, se um prédio for demolido, o material de construção passa a ser considerado como bem móvel se não voltar a ser utilizado em construção. Em caso contrário, não deixam de ser considerados como bens imóveis. Pelo artigo 82 do Código Civil: São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social. Bens móveis são os bens que podem ser transportados de um lugar para outro, por força própria, como os animais, ou externa, como as coisas inanimadas, desde que isto seja feito sem deteriorar sua substância ou sua forma. Os animais são conhecidos como bens móveis e, por terem movimento próprio, são chamados de semoventes. Aula 3 02 O Código Civil também considera certos direitos como bens móveis. O artigo 83 do Código Civil estabelece o seguinte: Consideram-se móveis para os efeitos legais: 1) as energias que tenham valor econômico; 2) os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes; 3) os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações. Os bens móveis se dividem em três categorias: bens móveis por natureza, bens móveis por antecipação e bens móveis por determinação legal. Art. 84. Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem empregados, conservam sua qualidade de móveis; readquirem essa qualidade os provenientes da demolição de algum prédio. Isto significa que os materiais empregados numa construção, como madeiras, telhas, azulejos, tijolos, enquanto não forem incorporados ao prédio, constituindo parte integrante do imóvel, conservam a natureza de bens móveis por natureza. Se alguma edificação for demolida, os materiais de construção readquirirão a qualidade de móveis, porque não mais participarão da natureza do principal. Porém, como nós já vimos, se o material de construção é separado temporariamente de um prédio que, por exemplo, está sendo reformado, esse material continuará sendo considerado como um bem imóvel, pois o seu destino é continuar a fazer parte do mesmo edifício. O artigo 85 do Código Civil diz que são fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da mesma espécie, quantidade e qualidade. Os bens fungíveis são os bens que podem ser substituídos por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade. Por exemplo, dinheiro, café, arroz, etc. A fungibilidade, ou seja, a característica de fungível, é própria dos bens móveis. Em contrapartida, os bens infungíveis são os bens que, pela sua qualidade individual, têm um valor especial, não podendo, por este motivo, ser substituídos sem que isso acarrete a alteração de seu conteúdo. Um quadro de um pintor famoso, por exemplo, é um bem infungível. A infungibilidade, ou seja, a característica de infungível, ocorre tanto com bens móveis como com bens imóveis. O artigo 86 do Código Civil diz que são consumíveis os bens móveis cujo uso importa destruição imediata da própria substância, sendo também considerados tais os destinados a alienação. Os bens consumíveis são os bens que terminam logo com o primeiro uso, havendo imediata destruição de sua substância. Por exemplo, os alimentos. Já os bens inconsumíveis são os bens que podem ser usados de modo contínuo, sem que isso atinja a sua integridade, como, por exemplo, um computador ou um carro. Notem bem: o que torna algo consumível ou inconsumível não é apenas a natureza da coisa, mas também a sua destinação econômica. Assim, se alguém, por exemplo, entrega um bem consumível para exibição, devendo a coisa ser devolvida posteriormente, esse bem é considerado inconsumível até que seja devolvido, pois sua destinação era apenas a exibição, e não o consumo. O Código também menciona uma outra classificação no artigo 87, que diz o seguinte: Bens divisíveis são os que se podem fracionar sem alteração na sua substância, diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam. Assim, são divisíveis os bens que puderem ser fracionados em partes homogêneas e distintas, sem alteração das qualidades essenciais do todo, sem desvalorização e sem prejuízo ao uso a que se destinam, formando um todo perfeito. Do outro lado, nós temos os bens indivisíveis, que são os bens que não podem ser fracionados sem alteração de sua substância, porque se isso ocorrer eles sofrerão um dano, perdendo sua identidade e seu valor econômico. "Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A violação do direito