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DÉBITO CARDÍACO, RETORNO VENOSO E SUAS REGULAÇÕES

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DÉBITO CARDÍACO, RETORNO VENOSO E SUAS REGULAÇÕES
O débito cardíaco é definido pela quantidade de sangue que sai do coração em um determinado período de tempo e pela soma do fluxo de todos os tecidos, de todo o metabolismo tecidual. No adulto, em média, o débito cardíaco é de 5L/min, havendo diferenças entre homem e mulher(4,9 L/min).
Fatores que afetam o débito cardíaco:
1.Nível basal do metabolismo corporal: quanto maior o metabolismo tecidual, maior o fluxo do local e com isso o débito cardíaco aumenta.
2.Exercício físico: tende a aumentar o metabolismo tecidual, principalmente dos músculos, de forma que o coração aumente seu débito. 
3. Idade: até os 10, 15 anos de idade, o débito é alto devido ao alto metabolismo necessário para o desenvolvimento.
4. Diâmetro do corpo: quanto maior uma pessoa, maior o débito. 
Índice cardíaco = o débito por metro quadrado da área de superfície corporal. 
Homem normal – 70kg – área corporal de cerca de 1,7m² (Índice cardíaco = 3l/min/m²)
CONTROLE DO DÉBITO PELO RETORNO VENOSO
O débito tende a se alterar, toda vez que o retorno venoso se alterar porque eles são proporcionais, ou seja, a mesma quantidade que chega no coração, tem que sair. O retorno venoso aumenta, a partir do momento que os mecanismos periféricos se ativam, o principal é o sistema simpático que faz a contração dos vasos sanguíneos, principalmente do sistema venoso, quando for necessário aumentar o fluxo em um tecido, as veias são vasocontraidas e o sangue retorna ao coração, ele então tem que bombear o sangue que retornou: 
1.Lei de Frank-Starling: O coração é capaz de bombear tudo que a ele retorna, dentro dos seus níveis fisiológicos normais. Ele usa a força de distensão das câmaras cardíacas para criar uma força de contração, para que o liquido seja ejetado. Ou seja, a quantidade de sangue que retorna ao coração, gera uma distensão das câmeras cardíacas, então ele utiliza dessa distensão e gera uma contração na mesma proporção. Ao mesmo momento, como há um retorno venoso, ocorre um aumento do volume atrial, que leva a dois mecanismos (distensão do nodo sinusal e reflexo de bainbridge). 
2.Distensão do Nodo Sinusal: quando o volume aumenta, o atrio direito se distende e isso provoca a distensão do nodo sinusal, aumentando a função dele já que isso faz com que haja abertura mecânica e direta de canais de cálcio do tipo lento, aumentando a formação de estímulos elétricos.
3. Reflexo de Bainbridge: estiramento do átrio ativa receptores sensoriais que levam estímulos ao centro vaso motor, este ativam o simpático, que retorna até o coração, atuando tanto no nó sinusal, quanto nas fibras musculares, de modo que o coração bata mais rápido e mais forte devido a liberação de norepinefrina. 
 Esses três mecanismo fazem com que o débito cardíaco se adequem ao retorno venoso, e esse aumento de retorno se dá principalmente pela vasoconstrição das veias, pela estimulação simpática. Isso ocorre, toda vez que é necessário aumentar o débito cardíaco. 
 Resumindo: no local onde o metabolismo aumenta, ocorre vasodilatação, nos outros locais do corpo onde o metabolismo permanece normal, ocorre vasoconstrição, para que o sangue que estava indo para o órgão que não aumentou seu metabolismo, consiga voltar ao coração (retorno venoso) e ser bombeado para o local de vasodilatação, onde está o órgão que aumentou. 
 Se esses mecanismos não estiverem funcionando, o aumento do débito não é suficiente, então há um aumento do metabolismo mas o coração não consegue aumentar o débito para suprir a necessidade do tecido. 
 “Na maioria das condições não estressantes usais, o débito cardíaco é controlado de forma quase que total pelos fatores periféricos que determinam o retorno venoso.”
RESISTÊNCIA PERIFÉRICA TOTAL E DÉBITO CARDÍACO 
Toda vez que a resistência aumentar, o débito cardíaco diminui e vice-versa. Resistência é o contato do liquido contra a parede do vaso e toda vez que essa resistência aumentar, o débito vai diminuir, pois não está acontecendo retorno venoso, se o sangue não volta para o coração, ele não tem como bombeá-lo. 
Ex: Hipertireoidismo – aumento dos hormônios tireoidianos, faz com que o metabolismo celular aumente, ocorrendo uma vasodilatação, que diminui a resistência periférica e isso faz com que ocorra mais retorno e o débito cardíaco aumenta. 
Hipotireoidismo – diminuição dos hormônios tireoidianos, o metabolismo celular diminui, não há vasodilatação e sim vasoconstrição, o que aumenta a resistência e diminui o débito cardíaco. 
 
LIMITES PARA O DÉBITO CARDÍACO 
1. Normal: coração é capaz de bombear de 3 a 4 vezes a quantidade normal de sangue que retorna. 
2. Hipereficácia do coração:
- Excitação Nervosa – Estimulação simpática e parassimpática. 
- Hipertrofia Cardíaca – aumento da massa contrátil cardíaca a longo prazo, o que facilita o mecanismo de contração. Ex: corações de atletas, débito cardíaco é alto, pois o metabolismo é alto. Ele consome mais oxigênio, por isso o coração se torna hipereficaz.
Essa hipertrofia pode ser benéfica, como nos atletas, porém em outras situações é consequência de patologias, como o caso da estenose aórtica, que leva hipertrofia do ventrículo esquerdo em decorrência do aumento da força que aquele ventrículo terá que realizar para ejetar o sangue. 
3. Hipoeficácia do coração:
- Aumento da pressão arterial: aumenta resistência 
- Inibição simpática: estimulo dos cardiomiócitos e bainbridge não funcionam.
- Arritmia cardíaca: descontrole da frequência cardíaca
- Obstrução da artéria coronária: má nutrição ao tecido cardíaco. 
- Miocardite: dano no tecido cardíaco. 
- Valvulopatia: alteração do fluxo nas câmaras cardíacas. 
SISTEMA NERVOSO E DÉBITO CARDÍACO
Outra condição essencial para que o débito cardíaco seja mantido de maneira ideal, é o funcionamento do sistema nervoso. Para que o débito cardíaco consiga se alterar de acordo com as necessidades, o controle pressórico periférico tem que se manter ideal, para que se haja então um débito cardíaco satisfatório. 
 O mecanismo compensatório fisiológico ocorre da seguinte forma: Quando o metabolismo de um tecido aumenta, as células liberam substancias vasodilatadoras, como mecanismo compensatório, nos outros tecidos ocorrem vasoconstrição, isso para que a pressão se mantenha equilibrada, aumente o retorno venoso, e o coração aumente o débito para preencher o espaço do vaso que foi dilatado. Ou seja, a manutenção da pressão, é essencial para o desempenho correto do débito cardíaco. 
DEBITO CARDÍACO BAIXO 
Toda vez que a resistência e o diâmetro não conseguirem se modular ou forem alterados de maneira não fisiológica há um descontrole do débito cardíaco. Ex: hipertensão crônica: resistência periférica é aumentada, dando uma leve diminuída do débito. Outras patologias podem aumentar o débito cardíaco, mas isso não é benéfico. Ex: pessoas anêmicas, aumentam o débito porém não há células vermelhas para transportar oxigênio, então o aumento é invalido.
DIMINUIÇÃO DO DÉBITO CARDÍACO POR FATORES CARDÍACOS E PERIFÉRICOS
- Cardíacos: bloqueio vaso sanguíneo coronário; infarto do miocárdio; cardiopatia; miocardite; tamponamento cardíaco; distúrbios metabólicos cardíacos. Levam a danos no coração, causando a diminuição do debito cardíaco. 
- Periféricos: volume sanguíneo diminuído (hemorragia); dilatação venosa aguda; obstrução das veias maiores; massa tecidual diminuída; diminuição da atividade metabólica. 
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA 
Doenças que acometem diretamente o coração, de maneira danosa no tecido ou em falhas de condução de estímulo. Mesmo lesionado, alguns corações conseguem ainda ter uma modulação de débito, graças ao estimulo simpático que estimula os cardiomiócitos e o nodo sinusal. Após a lesão, o débito cardíaco tende a retornar sua função, porém não da mesma forma que era antes. 
VALVULOPATIAS 
Diminuem o débito cardíaco; tanto as alterações por estenose quanto as de regurgitação tendem a modificar o débito. A estenose aórtica tende a diminuir o débito pois aumenta-se a resistência e aregurgitação pois ocorre um refluxo de sangue. 
CHOQUE CIRCULATÓRIO 
Diminuem o débito, de forma que causa um ciclo de feedbacks positivos que causam cada vez mais danos ao tecido. Ex: choques neurogênicos: sistema simpático é interrompido por lesões medulares, anestesias, o que causa uma vasodilatação sistêmica a pressão cai muito e o fluxo é diminuído. O sangue ficando parado nos vasos, pela queda de pressão ou pela diminuição do volume, diminui o retorno venoso, o débito e a pressão, que diminuída gera a queda do fluxo sistêmica, diminuindo a nutrição dos tecidos, podendo levar a uma lesão generalizada.

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