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Análise do Livro de Ester

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Prévia do material em texto

Ester 
 
 
 
 
 
 
 
 
Silvio Dutra 
 
 
 
 
 
NOV/2015 
 
 
 
 
2 
 
 
 
 
 
 
Sumário 
 
 
Ester 1 
 
 3 
 
Ester 2 
 
12 
 
Ester 3 
 
22 
 
Ester 4 
 
31 
 
Ester 5 
 
37 
 
Ester 6 
 
44 
 
Ester 7 
 
53 
 
Ester 8 
 
59 
 
Ester 9 
 
66 
 
Ester 10 
 
79 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
Ester 1 
Pela descrição que nós vemos no primeiro 
capítulo de Ester, o reino da Pérsia havia 
atingido grande poder, e por isso, havia 
subjugado o reino de Babilônia. 
Entretanto, com todo o seu poder e glória, o 
reino da Pérsia viria a ser também por sua vez 
dominado em dias posteriores, pelos gregos, 
sob Alexandre Magno. 
Assim, a glória do reino da Pérsia está registrada 
neste primeiro capítulo para que ninguém se 
glorie no poder dos homens, porque este é 
passageiro, e além disso está cheio de corrupção 
e orgulho carnal, como podemos ver no relato 
deste capítulo. 
4 
 
Toda aquela glória e pompa de Assuero eram 
vãs e passageiras, como são a de tudo o que se 
considere glorioso neste mundo. 
Se houver alguma glória em algum reino secular 
deste mundo, é que eles governem segundo a 
justiça do evangelho, mas isto se viu e 
tem sido visto muito raramente na história da 
humanidade, um tal reino só será possível 
quando Jesus estiver reinando sobre toda a 
terra no milênio. 
A recusa da rainha Vasti em comparecer à 
presença do rei Assuero não pode ser 
considerada, em princípio, como um ato de 
rebelião, porque afinal não somente o rei, como 
todos os seus convivas estavam embriagados, e 
ele havia convocado a presença dela para ser 
apenas um objeto de exposição do seu orgulho, 
para mostrar a todos o quanto ela era bela. 
5 
 
Não é a beleza exterior de uma pessoa que deve 
ser objeto de ser recomendada a outros, mas as 
virtudes do seu caráter. 
No entanto, nenhuma ordem real poderia ser 
recusada, nem mesmo pela própria rainha. 
Tendo consultado seus conselheiros, o rei 
Assuero foi instruído por eles a banir Vasti do 
reino para que nenhuma mulher da Pérsia e das 
nações dominadas por ela, soubesse do fato, e 
que o rei não havia tomado nenhuma 
providência severa, para desestimular possíveis 
atos de rebelião e de insubmissão feminina das 
esposas a seus maridos. 
E quando as esposas menosprezam e desonram 
aos seus maridos, aos quais por determinação 
divina devem honrar (Ef 5.33) cria-se não 
somente uma desestabilização na instituição do 
matrimônio como em toda a sociedade, porque 
6 
 
a família é de fato célula básica de toda 
sociedade organizada. Onde a honra da família 
estiver em baixa a iniquidade se expandirá com 
muito maior facilidade. 
“ E Sucedeu nos dias de Assuero, o Assuero que 
reinou desde a Índia até Etiópia, sobre cento e 
vinte e sete províncias, 
2 Que, assentando-se o rei Assuero no trono do 
seu reino, que estava na fortaleza de Susã, 
3 No terceiro ano do seu reinado, fez um 
banquete a todos os seus príncipes e seus 
servos, estando assim perante ele o poder da 
Pérsia e Média e os nobres e príncipes das 
províncias, 
4 Para mostrar as riquezas da glória do seu 
reino, e o esplendor da sua excelente grandeza, 
por muitos dias, a saber: cento e oitenta dias. 
7 
 
5 E, acabados aqueles dias, fez o rei um 
banquete a todo o povo que se achava na 
fortaleza de Susã, desde o maior até ao menor, 
por sete dias, no pátio do jardim do palácio real. 
6 As tapeçarias eram de pano branco, verde, e 
azul celeste, pendentes de cordões de linho fino 
e púrpura, e argolas de prata, e colunas de 
mármore; os leitos de ouro e de prata, sobre um 
pavimento de mármore vermelho, e azul, e 
branco e preto. 
7 E dava-se de beber em copos de ouro, e os 
copos eram diferentes uns dos outros; e havia 
muito vinho real, segundo a generosidade do 
rei. 
8 E o beber era por lei, sem constrangimento; 
porque assim tinha ordenado o rei 
expressamente a todos os oficiais da sua casa, 
que fizessem conforme a vontade de cada um. 
8 
 
9 Também a rainha Vasti deu um banquete às 
mulheres, na casa real, do rei Assuero. 
10 E ao sétimo dia, estando já o coração do rei 
alegre do vinho, mandou a Meumã, Bizta, 
Harbona, Bigtá, Abagta, Zetar e Carcas, os sete 
camareiros que serviam na presença do rei 
Assuero, 
11 Que introduzissem na presença do rei a 
rainha Vasti, com a coroa real, para mostrar aos 
povos e aos príncipes a sua beleza, porque era 
formosa à vista. 
12 Porém a rainha Vasti recusou vir conforme a 
palavra do rei, por meio dos camareiros; assim o 
rei muito se enfureceu, e acendeu nele a sua ira. 
13 Então perguntou o rei aos sábios que 
entendiam dos tempos (porque assim se 
tratavam os negócios do rei na presença de 
todos os que sabiam a lei e o direito; 
9 
 
14 E os mais chegados a ele eram: Carsena, 
Setar, Admata, Társis, Meres, Marsena, e 
Memucã, os sete príncipes dos persas e dos 
medos, que viam a face do rei, e se assentavam 
como principais no reino), 
15 o que, segundo a lei, se devia fazer à rainha 
Vasti, por não ter obedecido ao mandado do rei 
Assuero, por meio dos camareiros. 
16 Então disse Memucã na presença do rei e 
dos príncipes: Não somente contra o rei pecou a 
rainha Vasti, porém também contra todos os 
príncipes, e contra todos os povos que há em 
todas as províncias do rei Assuero. 
17 Porque a notícia do que fez a rainha chegará 
a todas as mulheres, de modo que aos seus 
olhos desprezarão a seus maridos quando 
ouvirem dizer: Mandou o rei Assuero que 
10 
 
introduzissem à sua presença a rainha Vasti, 
porém ela não veio. 
18 E neste mesmo dia as senhoras da Pérsia e da 
Média ouvindo o que fez a rainha, dirão o 
mesmo a todos os príncipes do rei; e assim 
haverá muito desprezo e indignação. 
19 Se bem parecer ao rei, saia da sua parte um 
edito real, e escreva-se nas leis dos persas e dos 
medos, e não se revogue, a saber: que Vasti não 
entre mais na presença do rei Assuero, e o rei dê 
o reino dela a outra que seja melhor do que ela. 
20 E, ouvindo-se o mandado, que o rei decretara 
em todo o seu reino (porque é grande), todas as 
mulheres darão honra a seus maridos, desde a 
maior até à menor. 
 
 
11 
 
21 E pareceram bem estas palavras aos olhos do 
rei e dos príncipes; e fez o rei conforme a palavra 
de Memucã. 
22 Então enviou cartas a todas as províncias do 
rei, a cada província segundo a sua escrita, e a 
cada povo segundo a sua língua; que cada 
homem fosse senhor em sua casa, e que se 
falasse conforme a língua do seu povo.” (Et 1.1-
22). 
 
 
 
 
 
12 
 
Ester 2 
Quando o Inimigo estiver preparando planos de 
destruição do povo de Deus, o Senhor se 
antecipa e provê os meios necessários para que 
possam resistir aos ataques de Satanás, tal 
como fizera com Ester. 
Porque antes de ser entronizada como rainha, 
ela ficou sendo preparada por doze meses na 
casa real. 
E além disso, algum tempo ainda se passaria até 
que Hamã surgisse em cena, com o seu plano 
infernal de destruição do povo judeu. 
Ester nada pediu ao rei, como as demais 
candidatas, que haviam sido selecionadas para 
ocupar o lugar de Vasti, provavelmente tenham 
13 
 
pedido, e isto fez com que caísse em graça aos 
seus olhos e ele a amou. 
De igual modo o rei Jesus quando nos noivamos, 
fará com que achemos graças a seus olhos se 
não cobiçarmos nada dEle a não ser nos 
compromissarmos em amor a Ele para servi-lO. 
Deus procura pessoas assim desinteressadas 
para que possa usá-las em grande testemunho 
de amor ao Seu nome, não pelo que tenham 
recebido dEle (e que certamente lhes dará por 
causa da Sua infinita bondade e amor), mas pela 
necessidade de ter conquistado não as nossas 
cobiças, mas o nosso coração. 
Mardoqueu também viria a achar favor diante 
do rei, porque denunciou a conspiração de dois 
homens que intentavam contra a vida de 
Assuero, e tendo avisado a Ester, esta pôde 
14alertar o rei a tempo, e ambos traidores foram 
enforcados. 
Tudo isto estava sendo conduzido pela graça do 
Senhor, de maneira que no momento oportuno 
eles pudessem ser usados como instrumentos 
para livrar os judeus do extermínio. 
Muito do que o Senhor está fazendo agora em 
preparo de oração e humilhações do Seu povo, 
que antecede as grandes assolações, que o 
Inimigo intenta trazer sobre o mundo, tem em 
vista produzir os avivamentos do Espírito, que 
trazem vida a muitos, antes da chegada destas 
assolações. 
Como ocorreu por exemplo na Coréia, que 
experimentou um grande avivamento antes de 
ser dividida pelo comunismo, e das grandes 
perseguições que foram empreendidas contra a 
Igreja naquele país. 
15 
 
Não é Satanás o senhor da história, mas Deus, 
de maneira que tudo se encontra previsto e 
debaixo do Seu governo divino, até mesmo 
todas as ações do diabo. 
As aflições que permite que venham sobre o Seu 
povo têm principalmente em vista trazer grande 
glória ao Seu nome, quando lhes provê grande 
livramento das investidas do inferno. 
Mas para operar tais livramentos para o Seu 
povo Deus precisa de pessoas obedientes, assim 
como Ester, cujo caráter ficou evidenciado na 
obediência que ela devotava a seu tio 
Mardoqueu, conforme se vê neste 2º capitulo. 
De igual forma, todos aqueles que não 
pretenderem viver para fazer a própria vontade 
deles, senão a de Deus, também serão bem-
sucedidos. 
 
16 
 
 
Nós temos neste capítulo o relato da coroação 
de Ester e o banquete que o rei deu em honra da 
nova rainha da Pérsia, a qual ele não sabia até 
então que era uma judia, porque Mardoqueu 
havia pedido a Ester que a ninguém revelasse a 
sua nacionalidade, e isto certamente estava 
atendendo ao plano de Deus. 
“1 Passadas estas coisas, e apaziguado já o furor 
do rei Assuero, lembrou-se de Vasti, e do que 
fizera, e do que se tinha decretado a seu 
respeito. 
2 Então disseram os servos do rei, que lhe 
serviam: Busquem-se para o rei moças virgens e 
formosas. 
3 E ponha o rei oficiais em todas as províncias do 
seu reino, que ajuntem a todas as moças virgens 
e formosas, na fortaleza de Susã, na casa das 
17 
 
mulheres, aos cuidados de Hegai, camareiro do 
rei, guarda das mulheres, e dêem-se-lhes os 
seus enfeites. 
4 E a moça que parecer bem aos olhos do rei, 
reine em lugar de Vasti. E isto pareceu bem aos 
olhos do rei, e ele assim fez. 
5 Havia então um homem judeu na fortaleza de 
Susã, cujo nome era Mardoqueu, filho de Jair, 
filho de Simei, filho de Quis, homem benjamita, 
6 Que fora transportado de Jerusalém, com os 
cativos que foram levados com Jeconias, rei de 
Judá, o qual transportara Nabucodonosor, rei de 
Babilônia. 
7 Este criara a Hadassa (que é Ester, filha de seu 
tio), porque não tinha pai nem mãe; e era jovem 
bela de presença e formosa; e, morrendo seu pai 
e sua mãe, Mardoqueu a tomara por sua filha. 
18 
 
8 Sucedeu que, divulgando-se o mandado do rei 
e a sua lei, e ajuntando-se muitas moças na 
fortaleza de Susã, aos cuidados de Hegai, 
também levaram Ester à casa do rei, sob a 
custódia de Hegai, guarda das mulheres. 
9 E a moça pareceu formosa aos seus olhos, e 
alcançou graça perante ele; por isso se apressou 
a dar-lhe os seus enfeites, e os seus quinhões, 
como também em lhe dar sete moças de 
respeito da casa do rei; e a fez passar com as 
suas moças ao melhor lugar da casa das 
mulheres. 
10 Ester, porém, não declarou o seu povo e a sua 
parentela, porque Mardoqueu lhe tinha 
ordenado que o não declarasse. 
11 E passeava Mardoqueu cada dia diante do 
pátio da casa das mulheres, para se informar de 
como Ester passava, e do que lhe sucederia. 
19 
 
12 E, chegando a vez de cada moça, para vir ao 
rei Assuero, depois que fora feito a ela segundo 
a lei das mulheres, por doze meses (porque 
assim se cumpriam os dias das suas purificações, 
seis meses com óleo de mirra, e seis meses com 
especiarias, e com as coisas para a purificação 
das mulheres), 
13 Desta maneira, pois, vinha a moça ao rei; 
dava-se-lhe tudo quanto ela desejava, para 
levar consigo da casa das mulheres à casa do rei; 
14 À tarde entrava, e pela manhã tornava à 
segunda casa das mulheres, sob os cuidados de 
Saasgaz, camareiro do rei, guarda das 
concubinas; não tornava mais ao rei, salvo se o 
rei a desejasse, e fosse chamada pelo nome. 
15 Chegando, pois, a vez de Ester, filha de Abiail, 
tio de Mardoqueu (que a tomara por sua filha), 
 
20 
 
para ir ao rei, coisa nenhuma pediu, senão o que 
disse Hegai, camareiro do rei, guarda das 
mulheres; e alcançava Ester graça aos olhos de 
todos quantos a viam. 
16 Assim foi levada Ester ao rei Assuero, à sua 
casa real, no décimo mês, que é o mês de tebete, 
no sétimo ano do seu reinado. 
17 E o rei amou a Ester mais do que a todas as 
mulheres, e alcançou perante ele graça e 
benevolência mais do que todas as virgens; e 
pôs a coroa real na sua cabeça, e a fez rainha em 
lugar de Vasti. 
18 Então o rei deu um grande banquete a todos 
os seus príncipes e aos seus servos; era o 
banquete de Ester; e deu alívio às províncias, e 
fez presentes segundo a generosidade do rei. 
19 E reunindo-se segunda vez as virgens, 
Mardoqueu estava assentado à porta do rei. 
21 
 
20 Ester, porém, não declarava a sua parentela 
e o seu povo, como Mardoqueu lhe ordenara; 
porque Ester cumpria o mandado de 
Mardoqueu, como quando a criara. 
21 Naqueles dias, assentando-se Mardoqueu à 
porta do rei, dois camareiros do rei, dos guardas 
da porta, Bigtã e Teres, grandemente se 
indignaram, e procuraram atentar contra o rei 
Assuero. 
22 E veio isto ao conhecimento de Mardoqueu, 
e ele fez saber à rainha Ester; e Ester o disse ao 
rei, em nome de Mardoqueu. 
23 E inquiriu-se o negócio, e se descobriu, e 
ambos foram pendurados numa forca; e foi 
escrito nas crônicas perante o rei.”. 
 
 
22 
 
Ester 3 
Pelo desígnio de Deus, o rei Assuero fez de 
Ester sua rainha, e agora pelo propósito de 
Satanás, Hamã foi colocado como o segundo 
homem em importância no reino, depois dele. 
Diz-se deste Hamã, que era um agagita, isto é, 
um dos descendentes de Agague, rei dos 
amalequitas que havia sido poupado por Saul, 
que havia desobedecido ao mandado de Deus 
de destruir totalmente os amalequitas. 
A desobediência de Saul trouxe várias 
dificuldades para os judeus em dias posteriores 
ao dele, e agora também nos dias de Ester, com 
a subida a uma posição elevada no reino da 
Pérsia de um dos descendentes daquele povo, 
que desde a saída dos israelitas do Egito com 
23 
 
Moisés, havia demonstrado um ódio mortal e 
gratuito pelos judeus. 
Como o rei havia ordenado ao povo que se 
inclinasse e se prostrasse diante de Hamã toda 
vez que passasse por eles, o único que se 
recusou a fazê-lo foi Mardoqueu, porque 
não era costume dos judeus, que temiam 
verdadeiramente a Deus, adorarem a qualquer 
homem ou ídolo. 
Ele não se recusou a reverenciá-lo pelo poder 
legal do qual estava constituído, mas pelo ato de 
adoração que importava aquele gesto, na 
maneira como fora formulado. 
Tendo a recusa de Mardoqueu despertado 
grande fúria em Hamã, ele intentou não apenas 
matá-lo por causa da simples recusa, mas por 
saber que era um judeu. 
24 
 
Então conseguiu convencer ao rei, quando 
lançavam Pur no último mês do ano, para 
fazerem previsões para cada mês do ano 
seguinte, como era o costume deles, caiu no 
décimo terceiro dia do décimo segundo mês, do 
ano seguinte, a data em que todas as províncias 
da Pérsia deveriam se levantar em perseguição 
a todos os judeus para exterminá-los, fossem 
velhos ou mesmo crianças, tanto mulheres 
quanto homens. 
O motivo alegado por Hamã foi o de que os 
judeus eram o único povo das demais nações 
dominadas pela Pérsia que seguiam as suas 
próprias leis, e que de modo algum se deixariam 
dobrarpara cumprir os decretos reais da Pérsia. 
A sorte já estava lançada (Pur), e é daí que se 
passou a usar tal expressão quando alguém se 
encontra numa situação de crise que necessite 
ser vencida com o auxílio de Deus, porque 
25 
 
percebe que o Inimigo tem se levantado com 
seus planos infernais para desviar o povo do 
Senhor da fidelidade que é devida a Ele. 
Enquanto estivermos neste mundo devemos 
estar convictos de que Satanás sempre usará 
seus Hamãs para tentar destruir os servos de 
Deus. 
Mas, o Senhor se antecipa para proteger o Seu 
povo e a história tem sido sempre a mesma, 
porque no final da história os Hamãs e o diabo 
saem derrotados, como veremos adiante em 
nosso comentário. 
A transação da morte dos judeus seria feita com 
uma grande soma de dinheiro (dez mil talentos 
de prata) que foi prometida por Hamâ ao rei, o 
que certamente aguçou a cobiça do rei e revelou 
qual era de fato seu caráter, porque 
estava trocando milhares de vidas inocentes por 
26 
 
dinheiro; e com isto deu o seu anel de selar os 
decretos reais, como símbolo da transferência 
da sua autoridade para Hamã, para que agisse 
conforme tinha lhe falado. 
Deus permitiu que tudo isto sucedesse ao seu 
povo para aprendermos que teremos que lutar 
para vencer o Inimigo. 
Porque além de sermos aperfeiçoados nas 
batalhas da fé, isto traz grande glória ao Seu 
nome, a saber, ver o Inimigo sendo derrotado 
por Ele através do Seu povo. 
“1 Depois destas coisas o rei Assuero 
engrandeceu a Hamã, filho de Hamedata, 
agagita, e o exaltou, e pôs o seu assento acima 
de todos os príncipes que estavam com ele. 
2 E todos os servos do rei, que estavam à porta 
do rei, se inclinavam e se prostravam perante 
Hamã; porque assim tinha ordenado o rei acerca 
27 
 
dele; porém Mardoqueu não se inclinava nem se 
prostrava. 
3 Então os servos do rei, que estavam à porta do 
rei, disseram a Mardoqueu: Por que transgride 
o mandado do rei? 
4 Sucedeu, pois, que, dizendo-lhe eles isto, dia 
após dia, e não lhes dando ouvidos, o fizeram 
saber a Hamã, para verem se as palavras de 
Mardoqueu se sustentariam, porque ele lhes 
tinha declarado que era judeu. 
5 Vendo, pois, Hamã que Mardoqueu não se 
inclinava nem se prostrava diante dele, Hamã se 
encheu de furor. 
6 Porém teve como pouco, nos seus propósitos, 
o pôr as mãos só em Mardoqueu (porque lhe 
haviam declarado de que povo era Mardoqueu); 
Hamã, pois, procurou destruir a todos os judeus, 
28 
 
o povo de Mardoqueu, que havia em todo o 
reino de Assuero. 
7 No primeiro mês (que é o mês de Nisã), no ano 
duodécimo do rei Assuero, se lançou Pur, isto é, 
a sorte, perante Hamã, para cada dia, e para 
cada mês, até ao duodécimo mês, que é o mês 
de Adar. 
8 E Hamã disse ao rei Assuero: Existe espalhado 
e dividido entre os povos em todas as províncias 
do teu reino um povo, cujas leis são diferentes 
das leis de todos os povos, e que não cumpre as 
leis do rei; por isso não convém ao rei deixá-lo 
ficar. 
9 Se bem parecer ao rei, decrete-se que os 
matem; e eu porei nas mãos dos que fizerem a 
obra dez mil talentos de prata, para que entrem 
nos tesouros do rei. 
29 
 
10 Então tirou o rei o anel da sua mão, e o deu a 
Hamã, filho de Hamedata, agagita, adversário 
dos judeus. 
11 E disse o rei a Hamã: Essa prata te é dada 
como também esse povo, para fazeres dele o 
que bem parecer aos teus olhos. 
12 Então chamaram os escrivães do rei no 
primeiro mês, no dia treze do mesmo e, 
conforme a tudo quanto Hamã mandou, se 
escreveu aos príncipes do rei, e aos 
governadores que havia sobre cada província, e 
aos líderes, de cada povo; a cada província 
segundo a sua escrita, e a cada povo segundo a 
sua língua; em nome do rei Assuero se escreveu, 
e com o anel do rei se selou. 
13 E enviaram-se as cartas por intermédio dos 
correios a todas as províncias do rei, para que 
 
30 
 
destruíssem, matassem, e fizessem perecer a 
todos os judeus, desde o jovem até ao velho, 
crianças e mulheres, em um mesmo dia, a treze 
do duodécimo mês (que é o mês de Adar), e que 
saqueassem os seus bens. 
14 Uma cópia do despacho que determinou a 
divulgação da lei em cada província, foi enviada 
a todos os povos, para que estivessem 
preparados para aquele dia. 
15 Os correios, pois, impelidos pela palavra do 
rei, saíram, e a lei se proclamou na fortaleza de 
Susã. E o rei e Hamã se assentaram a beber, 
porém a cidade de Susã estava confusa.” 
 
 
 
 
31 
 
Ester 4 
Ao tomar conhecimento do decreto de 
extermínio real para ser publicado em todas as 
províncias da Pérsia, Mardoqueu se vestiu de 
saco e se cobriu de cinza e foi se prostrar com 
grande pranto junto ao portão real. 
Quando soube de sua atitude Ester ordenou a 
um mensageiro que fosse levar trajes para 
Mardoqueu, mas ele se recusou em usá-los e 
pediu que se dissesse a Ester acerca do decreto 
que havia sido promulgado para destruir todos 
os judeus. 
Ao saber do fato ela se dispôs a ir ter com o rei, 
sabendo que a lei determinava a morte de 
qualquer pessoa que entrasse na sua presença 
sem ser convocada, até mesmo a rainha. 
32 
 
E já por trinta dias ele não a convocava à sua 
presença. 
Então Ester pediu que orassem e jejuassem por 
ela por três dias, e ela estaria fazendo o mesmo, 
e assim se arriscaria pela vida de seu 
povo, porque entraria na presença do rei com a 
determinação de que se fosse morta, então que 
o fosse, mas não deixaria de agir para o bem de 
Israel. 
Em tempos de crise a melhor coisa a fazer é 
jejuar e orar a Deus para que nos dê livramento. 
Um cristão deve estar disposto a morrer por 
seus irmãos. Ele deve dar a sua vida por amor, 
ao serviço de Deus e a eles. 
O exemplo de Ester deve ser seguido por todos 
os cristãos porque a lei do amor do evangelho 
lhes impõe tal dever. 
33 
 
 
“1 Quando Mardoqueu soube tudo quanto se 
havia passado, rasgou as suas vestes, e vestiu-se 
de saco e de cinza, e saiu pelo meio da cidade, e 
clamou com grande e amargo clamor; 
2 E chegou até diante da porta do rei, porque 
ninguém vestido de saco podia entrar pelas 
portas do rei. 
3 E em todas as províncias aonde a palavra do 
rei e a sua lei chegava, havia entre os judeus 
grande luto, com jejum, e choro, e lamentação; 
e muitos estavam deitados em saco e em cinza. 
4 Então vieram as servas de Ester, e os seus 
camareiros, e fizeram-na saber, do que a rainha 
muito se doeu; e mandou roupas para vestir a 
Mardoqueu, e tirar-lhe o pano de saco; porém 
ele não as aceitou. 
34 
 
5 Então Ester chamou a Hatá (um dos 
camareiros do rei, que este tinha posto para 
servi-la), e deu-lhe ordem para ir a Mardoqueu, 
para saber que era aquilo, e porquê. 
6 E, saindo Hatá a Mardoqueu, à praça da 
cidade, que estava diante da porta do rei, 
7 Mardoqueu lhe fez saber tudo quanto lhe 
tinha sucedido; como também a soma exata do 
dinheiro, que Hamã dissera que daria para os 
tesouros do rei, pelos judeus, para destruí-los. 
8 Também lhe deu a cópia da lei escrita, que se 
publicara em Susã, para os destruir, para que a 
mostrasse a Ester, e a fizesse saber; e para lhe 
ordenar que fosse ter com o rei, e lhe pedisse e 
suplicasse na sua presença pelo seu povo. 
 
 
35 
 
9 Veio, pois, Hatá, e fez saber a Ester as palavras 
de Mardoqueu. 
10 Então falou Ester a Hatá, mandando-o dizer a 
Mardoqueu: 
11 Todos os servos do rei, e o povo das 
províncias do rei, bem sabem que todo o 
homem ou mulher que chegar ao rei no pátio 
interior, sem ser chamado, não há senão uma 
sentença, a de morte, salvo se o rei estender 
para ele o cetro de ouro, para que viva; e eu 
nestes trinta dias não tenho sido chamada para 
ir ao rei. 
12 E fizeram saber a Mardoqueu as palavras de 
Ester. 
13 Então Mardoqueu mandou que 
respondessem a Ester: Não imagines no teu 
íntimo que por estares na casa do rei, escaparássó tu entre todos os judeus. 
36 
 
14 Porque, se de todo te calares neste tempo, 
socorro e livramento de outra parte sairá para 
os judeus, mas tu e a casa de teu pai perecereis; 
e quem sabe se para tal tempo como este 
chegaste a este reino? 
15 Então disse Ester que tornassem a dizer a 
Mardoqueu: 
16 Vai, ajunta a todos os judeus que se acharem 
em Susã, e jejuai por mim, e não comais nem 
bebais por três dias, nem de dia nem de noite, e 
eu e as minhas servas também assim 
jejuaremos. E assim irei ter com o rei, ainda que 
não seja segundo a lei; e se perecer, pereci. 
17 Então Mardoqueu foi, e fez conforme a tudo 
quanto Ester lhe ordenou.”. 
 
 
37 
 
Ester 5 
Depois de cumpridos os três dias de jejum e 
oração, Ester veio ao trono do rei, e é dito que 
achou graça diante dele, porque lhe estendeu o 
cetro de ouro, e tendo ela tocado na ponta do 
cetro, como sinal de que havia alcançado 
misericórdia, ele lhe concedeu além do favor de 
ser recebida, a promessa que lhe daria o que lhe 
pedisse, ainda que fosse a metade do reino. 
Deus nos tem estendido o Seu cetro, desde o 
Seu trono de graça, prometendo-nos muito mais 
do que a metade do Seu reino, porque por meio 
de Jesus nos tem tornado herdeiros de todas as 
coisas, em sinal de Sua bondade e misericórdia 
para conosco. 
Mas a prudência de Ester e o seu amor pelo povo 
de Deus não lhe permitiam ter nenhuma cobiça 
38 
 
senão simplesmente agir para o bem dos seus, e 
por isso pediu ao rei que desse a Hamã a honra 
de ir ter junto com o rei, e somente eles, num 
banquete que lhes prepararia. 
Hamã não sabia que Ester era judia, e por 
isso ficou eufórico, a ponto de ter reunido seus 
amigos, mulher e filhos para se gloriar de suas 
riquezas e da grande honra que estava 
alcançando no reino, a ponto de somente ele ter 
sido convidado para o banquete real. 
Ester soube portanto mexer com o extremo 
orgulho daquele homem pequeno e rancoroso. 
As coisas em que Hamã se gloriava eram vãs, e 
na verdade ele deveria se envergonhar por sua 
vanglória, uma vez que chegou a ponto de dizer 
que tudo o que possuía de bens e honra não lhe 
satisfariam, enquanto não visse morto a 
Mardoqueu, porque quando se dirigia para sua 
39 
 
casa, mais uma vez este se recusou a se prostrar 
diante dele. 
Hamã era tolo demais para aprender da história 
do que havia sucedido aos reis que Deus havia 
submetido a juízo nos dias do Velho 
Testamento, por causa da atitude arrogante 
deles em desejarem serem adorados. 
Então os seus agravaram ainda mais a sua ruína 
quando lhe sugeriram que mandasse construir 
uma forca para matar Mardoqueu, 
aproveitando-se da oportunidade que teria para 
estar reservadamente com o rei e a rainha, uma 
vez que já havia sido demonstrado o quanto ele 
era honrado e estimado por eles, tanto pelo 
convite da rainha, quanto no fato de o rei ter 
consentido com o pedido dela. 
Quando o Inimigo pensa que já triunfou, pelas 
circunstâncias que lhe parecem favoráveis, o 
40 
 
Senhor lhe prepara uma armadilha para que 
seja destruído pelas próprias armas que ele 
forjou para destruir os cristãos, tal como se deu 
com Hamã que viria a ser enforcado por 
mandado do rei na própria forca que ele 
mandou construir para enforcar Mardoqueu. 
“1 Sucedeu, pois, que ao terceiro dia Ester se 
vestiu com trajes reais, e se pôs no pátio interior 
da casa do rei, defronte do aposento do rei; e o 
rei estava assentado sobre o seu trono real, na 
casa real, defronte da porta do aposento. 
2 E sucedeu que, vendo o rei à rainha Ester, que 
estava no pátio, alcançou graça aos seus olhos; 
e o rei estendeu para Ester o cetro de ouro, que 
tinha na sua mão, e Ester chegou, e tocou a 
ponta do cetro. 
 
41 
 
3 Então o rei lhe disse: Que é que queres, rainha 
Ester, ou qual é a tua petição? Até metade do 
reino se te dará. 
4 E disse Ester: Se parecer bem ao rei, venha 
hoje com Hamã ao banquete que lhe tenho 
preparado. 
5 Então disse o rei: Fazei apressar a Hamã, para 
que se atenda ao desejo de Ester. Vindo, pois, o 
rei e Hamã ao banquete, que Ester tinha 
preparado, 
6 Disse o rei a Ester, no banquete do vinho: Qual 
é a tua petição? E ser-te-á concedida, e qual é o 
teu desejo? E se fará ainda até metade do reino. 
7 Então respondeu Ester, e disse: Minha petição 
e desejo é: 
8 Se achei graça aos olhos do rei, e se bem 
parecer ao rei conceder-me a minha petição, e 
42 
 
cumprir o meu desejo, venha o rei com Hamã ao 
banquete que lhes hei de preparar, e amanhã 
farei conforme a palavra do rei. 
9 Então saiu Hamã naquele dia alegre e de bom 
ânimo; porém, vendo Mardoqueu à porta do 
rei, e que ele não se levantara nem se movera 
diante dele, então Hamã se encheu de furor 
contra Mardoqueu. 
10 Hamã, porém, se refreou, e foi para sua casa; 
e enviou, e mandou vir os seus amigos, e Zeres, 
sua mulher. 
11 E contou-lhes Hamã a glória das suas 
riquezas, a multidão de seus filhos, e tudo em 
que o rei o tinha engrandecido, e como o tinha 
exaltado sobre os príncipes e servos do rei. 
12 Disse mais Hamã: Tampouco a rainha Ester a 
ninguém fez vir com o rei ao banquete que tinha 
preparado, senão a mim; e também para 
43 
 
amanhã estou convidado por ela juntamente 
com o rei. 
13 Porém tudo isto não me satisfaz, enquanto 
eu vir o judeu Mardoqueu assentado à porta do 
rei. 
14 Então lhe disseram Zeres, sua mulher, e todos 
os seus amigos: Faça-se uma forca de cinquenta 
côvados de altura, e amanhã dize ao rei que nela 
seja enforcado Mardoqueu; e então entra alegre 
com o rei ao banquete. E este conselho bem 
pareceu a Hamã, que mandou fazer a forca.”. 
 
 
 
 
 
44 
 
Ester 6 
Naquela mesma noite do dia em que Hamã 
mandou construir a forca para que nela 
executasse Mardoqueu, ele não se contendo de 
ódio, não pôde adiar o pedido da sua morte para 
o dia do banquete e se dirigiu ao palácio real. 
Mas como o livramento é do Senhor, por mais 
rápido que queira agir o Inimigo, Deus não 
permitiu que o rei tivesse sono naquela noite, e 
então ele pediu que lhe trouxessem o livro de 
crônicas do reino para lerem-no perante ele, e 
como ele próprio havia mandado que se 
registrasse no livro das crônicas real a lealdade 
de Mardoqueu para com ele, quando havia 
denunciado uma conspiração de dois homens 
que pretendiam matá-lo, ele indagou qual foi a 
distinção honrosa que havia sido feita ao judeu 
Mardoqueu. 
45 
 
Quando lhe disseram, nenhuma, o seu coração 
foi disposto para corrigir aquela falta, de 
maneira, que ainda que tardiamente, fosse dada 
a devida demonstração de gratidão e honra a 
quem havia livrado a sua vida da morte. 
Nesse comenos Hamã chegou ao palácio e 
sendo admitido à presença do rei não teve 
nenhum tempo para expor o seu pedido, porque 
o rei lhe perguntou o que achava que se devia 
fazer ao homem a quem o rei queria honrar. 
Diante de tudo o que vinha acontecendo ele 
pensou em seu coração que tal pessoa poderia 
ser somente ele próprio, e então abusou na 
sugestão, pensando que seria aplicado a ele o 
que havia sugerido ao rei quanto ao que ele 
deveria fazer à pessoa que quisesse honrar. 
Para sua grande surpresa e horror o rei disse 
então que ele mesmo se apressasse a fazer tudo 
46 
 
aquilo que havia sugerido, com o judeu 
Mardoqueu, e não lhe restou nenhuma 
alternativa senão obedecer a vontade do rei, 
porque a desobediência implicaria na sua 
própria morte. 
Foi então com grande constrangimento, 
vergonha e raiva disfarçada que ele percorria as 
ruas da cidade puxando o cavalo do rei no qual 
Mardoqueu se encontrava assentado com as 
vestes reais, proclamando em voz alta a todos 
por onde passava que era aquilo que se deveria 
fazer à pessoa à qual o rei pretendesse honrar. 
E o pior de tudo é que tudo foi feito em 
conformidade com o conselho do próprio Hamã. 
Depois do feito, tendo chegado arrasadoem sua 
casa, sua mulher Zeres, filhos e amigos, lhe 
disseram que se Mardoqueu era judeu, e havia 
acontecido tal coisa, então aquilo era um 
47 
 
presságio de que Hamã cairia em desgraça total 
diante dele, porque era apenas o começo da sua 
tragédia. 
O mal que alguém desejar aos seus inimigos 
acabará se voltando contra si próprio, e ainda 
que isto não ocorra neste mundo, ocorrerá no 
futuro quando o Justo Juiz julgar todas as ações 
de todos os homens. 
A luta de Hamã não era contra os judeus, mas 
contra Deus que é o rei deste povo. Quem se 
levanta contra os cristãos e contra uma obra que 
eles estejam fazendo para o Senhor, não é 
contra o homem e contra a obra que eles se 
levantam, mas contra o próprio Deus; e é uma 
coisa lamentável quando isto é feito pelos 
próprios cristãos, por viverem deliberadamente 
de modo carnal. Certamente o Senhor não os 
deixará sem a devida correção, ainda que sejam 
Seus filhos, tal como havia corrigido e castigado 
48 
 
os israelitas de várias formas nos dias do Velho 
Testamento, quando andavam contrariamente 
à Sua vontade, e conforme vemos no relato das 
Escrituras. 
De Deus não se zomba, e Ele dará o pago a cada 
um segundo as suas obras. 
Por isso podemos estar convictos de que se o 
Inimigo se levanta para desonrar o nosso 
ministério, Deus mesmo se levantará também 
em nosso favor e não somente nos honrará 
como sujeitará à vergonha e desonra os nossos 
inimigos. 
Se alguém se levanta contra Cristo e a verdade 
do Seu evangelho, seja cristão ou não cristão, 
terá que arcar com as consequências do seu 
procedimento insano junto do próprio Deus. 
 
49 
 
“1 Naquela mesma noite fugiu o sono do rei; 
então mandou trazer o livro de registro das 
crônicas, as quais se leram diante do rei. 
2 E achou-se escrito que Mardoqueu tinha 
denunciado Bigtã e Teres, dois dos camareiros 
 
do rei, da guarda da porta, que tinham 
procurado lançar mão do rei Assuero. 
3 Então disse o rei: Que honra e distinção se deu 
por isso a Mardoqueu? E os servos do rei, que 
ministravam junto a ele, disseram: Coisa 
nenhuma se lhe fez. 
4 Então disse o rei: Quem está no pátio? E Hamã 
tinha entrado no pátio exterior da casa do rei, 
para dizer ao rei que enforcassem a Mardoqueu 
na forca que lhe tinha preparado. 
50 
 
5 E os servos do rei lhe disseram: Eis que Hamã 
está no pátio. E disse o rei que entrasse. 
6 E, entrando Hamã, o rei lhe disse: Que se fará 
ao homem de cuja honra o rei se agrada? Então 
Hamã disse no seu coração: De quem se 
agradaria o rei para lhe fazer honra mais do que 
a mim? 
7 Assim disse Hamã ao rei: Para o homem, de 
cuja honra o rei se agrada, 
8 Tragam a veste real que o rei costuma vestir, 
como também o cavalo em que o rei costuma 
andar montado, e ponha-se-lhe a coroa real na 
sua cabeça. 
 
9 E entregue-se a veste e o cavalo à mão de um 
dos príncipes mais nobres do rei, e vistam delas 
aquele homem a quem o rei deseja honrar; e 
51 
 
levem-no a cavalo pelas ruas da cidade, e 
apregoe-se diante dele: Assim se fará ao homem 
a quem o rei deseja honrar! 
10 Então disse o rei a Hamã: Apressa-te, toma a 
veste e o cavalo, como disseste, e faze assim 
para com o judeu Mardoqueu, que está 
assentado à porta do rei; e coisa nenhuma 
omitas de tudo quanto disseste. 
11 E Hamã tomou a veste e o cavalo, e vestiu a 
Mardoqueu, e o levou a cavalo pelas ruas da 
cidade, e apregoou diante dele: Assim se fará ao 
homem a quem o rei deseja honrar! 
12 Depois disto Mardoqueu voltou para a porta 
do rei; porém Hamã se retirou correndo à sua 
casa, triste, e de cabeça coberta. 
13 E contou Hamã a Zeres, sua mulher, e a todos 
os seus amigos, tudo quanto lhe tinha sucedido. 
Então os seus sábios e Zeres, sua mulher, lhe 
52 
 
disseram: Se Mardoqueu, diante de quem já 
começaste a cair, é da descendência dos judeus, 
não prevalecerás contra ele, antes certamente 
cairás diante dele. 
14 E estando eles ainda falando com ele, 
chegaram os camareiros do rei, e se apressaram 
a levar Hamã ao banquete que Ester preparara.” 
 
 
 
 
 
 
 
 
53 
 
Ester 7 
Hamã colheria o fruto semeado pela sua 
própria perversidade, e assim se dará com todos 
os homens no dia do Grande Juízo de Deus 
porque cada um colherá exatamente aquilo que 
plantou: se foi perversidade o fruto que colherá 
no final será o da sua própria perversidade. 
Deus o retribuirá conforme o que plantou, 
conforme tem prometido. 
Mas poucos aprendem sobre esta lição que nos 
é dada pelo próprio mundo natural. 
Chegado o dia do banquete em que estariam 
presentes somente o rei, Ester e Hamã, o rei 
perguntou novamente a Ester qual era o pedido 
que ela pretendia lhe fazer, e ela lhe declarou 
que era a sua própria vida e a do seu povo. 
54 
 
Ela teve sabedoria suficiente para não declarar 
ainda de que povo se tratava e quem havia 
tomado tal decisão sem a permissão real. 
Então quando ela declarou que era o perverso 
Hamã, o rei muito se enfureceu e deixou 
o salão real e se dirigiu ao jardim, e Hamã soube 
naquela hora que estava perdido e se humilhou 
diante de Ester pedindo que rogasse por sua 
vida junto ao rei. 
Como ele foi achado prostrado na cama onde 
Ester se encontrava, para agravar ainda mais a 
sua situação, o rei, tomou aquilo como uma 
tentativa de abusar da rainha em sua própria 
presença, e os servos do rei imediatamente 
cobriram a cabeça de Hamã, em sinal de que não 
era digno sequer de ser visto mais o seu rosto, e 
quando o rei soube por seus servos que ele 
havia mandado construir uma forca para nela 
matar Mardoqueu, mais ainda o rei se 
55 
 
enfureceu, porque havia honrado por ele 
próprio ao tio de Ester, e então ordenou que 
Hamã fosse enforcado na própria forca que ele 
mandara construir. 
O que usar de injustiça pela injustiça será 
alcançado. 
O que matar injustamente pela espada, pela 
espada será morto. 
Não se trata de lei de carma, mas da lei da justa 
retribuição divina pelas más ações dos homens, 
não será o destino que os julgará, mas o Justo 
Deus. 
Por isso nos convém andar em temor durante 
toda a nossa peregrinação terrena sabendo que 
Ele tudo vê, e todos os nossos pensamentos e 
ações têm sido registrados por Ele. 
 
56 
 
“1 Vindo, pois, o rei com Hamã, para beber com 
a rainha Ester, 
2 Disse outra vez o rei a Ester, no segundo dia, 
no banquete do vinho: Qual é a tua petição, 
rainha Ester? E se te dará. E qual é o teu desejo? 
Até metade do reino, se te dará. 
3 Então respondeu a rainha Ester, e disse: Se, ó 
rei, achei graça aos teus olhos, e se bem parecer 
ao rei, dê-se-me a minha vida como minha 
petição, e o meu povo como meu desejo. 
4 Porque fomos vendidos, eu e o meu povo, para 
nos destruírem, matarem, e aniquilarem de vez; 
se ainda por servos e por servas nos vendessem, 
calar-me-ia; ainda que o opressor não poderia 
ter compensado a perda do rei. 
 
57 
 
5 Então falou o rei Assuero, e disse à rainha 
Ester: Quem é esse e onde está esse, cujo 
coração o instigou a assim fazer? 
6 E disse Ester: O homem, o opressor, e o 
inimigo, é este mau Hamã. Então Hamã se 
perturbou perante o rei e a rainha. 
7 E o rei no seu furor se levantou do banquete 
do vinho e passou para o jardim do palácio; e 
Hamã se pôs em pé, para rogar à rainha Ester 
pela sua vida; porque viu que já o mal lhe estava 
determinado pelo rei. 
8 Tornando, pois, o rei do jardim do palácio à 
casa do banquete do vinho, Hamã tinha caído 
prostrado sobre o leito em que estava Ester. 
Então disse o rei: Porventura quereria ele 
também forçar a rainha perante mim nesta 
casa? Saindo esta palavra da boca do rei, 
cobriram o rosto de Hamã. 
58 
 
9 Então disse Harbona, um dos camareiros que 
serviam diante do rei: Eis que também a forca 
de cinquenta côvados de altura que Hamã fizera 
para Mardoqueu, que falara em defesa do rei, 
estájunto à casa de Hamã. Então disse o rei: 
Enforcai-o nela. 
10 Enforcaram, pois, a Hamã na forca, que ele 
tinha preparado para Mardoqueu. Então o furor 
do rei se aplacou.” 
 
 
 
 
 
 
59 
 
Ester 8 
Deus não somente subjuga o Inimigo por amor 
do Seu povo, como também lhe despoja dos 
bens que ele tinha sob domínio e os dá para 
aqueles que O amam, tal como fizera com 
Hamã, do qual, depois de tê-lo levado à forca, 
deu para Ester a casa que lhe pertencia. 
E a Mardoqueu o rei deu o seu anel de selar que 
havia tomado de Hamã, fazendo dele então o 
seu homem de confiança com autoridade para 
expedir decretos em seu nome. Mardoqueu, 
ficou a pedido de Ester como administrador da 
casa que era de Hamâ, e que o rei lhe dera. 
Ester pediu ao rei que revogasse o decreto de 
extermínio que Hamã havia selado com o anel 
real, mas como a lei dos reis persas não podia 
ser revogada, ele permitiu que Mardoqueu 
60 
 
expedisse um outro decreto dando aos judeus o 
direito de se defenderem do ataque que seria 
desferido contra eles no décimo terceiro dia do 
décimo segundo mês. 
Era ainda o terceiro mês e então eles teriam 
tempo suficiente para espalhar cópias do novo 
decreto por todas as 127 províncias persas. 
E tal foi a euforia que tomou conta dos judeus 
quando tomaram conhecimento do que havia 
sucedido a Hamâ, e como Mardoqueu havia sido 
colocado no lugar dele com uma maior honra do 
que a que fora dada pelo rei a Hamã no passado, 
a ponto de ter-lhe vestido com trajes reais e lhe 
dado uma coroa, muitos dos que eram dos 
povos das províncias se fizeram prosélitos 
judeus, para ajudá-los na luta que seria travada 
no décimo segundo mês, porque queriam estar 
ao lado deles, uma vez que lhes sobreveio temor 
da parte de Deus, especialmente pelo modo 
61 
 
como viram como Ele estava sendo favorável 
aos judeus, e como havia humilhado aquele que 
havia expedido o decreto para exterminar o Seu 
povo. 
“1 Naquele mesmo dia deu o rei Assuero à 
rainha Ester a casa de Hamã, inimigo dos judeus; 
e Mardoqueu veio perante o rei, porque Ester 
tinha declarado quem ele era. 
2 E tirou o rei o seu anel, que tinha tomado de 
Hamã e o deu a Mardoqueu. E Ester encarregou 
Mardoqueu da casa de Hamã. 
3 Falou mais Ester perante o rei, e se lhe lançou 
aos seus pés; e chorou, e lhe suplicou que 
revogasse a maldade de Hamã, o agagita, e o 
intento que tinha projetado contra os judeus. 
4 E estendeu o rei para Ester o cetro de ouro. 
Então Ester se levantou, e pôs-se em pé perante 
o rei, 
62 
 
5 E disse: Se bem parecer ao rei, e se eu achei 
graça perante ele, e se este negócio é reto 
diante do rei, e se eu lhe agrado aos seus olhos, 
escreva-se que se revoguem as cartas 
concebidas por Hamã filho de Hamedata, o 
agagita, as quais ele escreveu para aniquilar os 
judeus, que estão em todas as províncias do rei. 
6 Pois como poderei ver o mal que sobrevirá ao 
meu povo? E como poderei ver a destruição da 
minha parentela? 
7 Então disse o rei Assuero à rainha Ester e ao 
judeu Mardoqueu: Eis que dei a Ester a casa de 
Hamã, e a ele penduraram numa forca, 
porquanto estendera as mãos contra os judeus. 
8 Escrevei, pois, aos judeus, como parecer bem 
aos vossos olhos, em nome do rei, e selai-o com 
o anel do rei; porque o documento que se 
63 
 
escreve em nome do rei, e que se sela com o 
anel do rei, não se pode revogar. 
9 Então foram chamados os escrivães do rei, 
naquele mesmo tempo, no terceiro mês (que é 
o mês de Sivã), aos vinte e três dias; e se 
escreveu conforme a tudo quanto ordenou 
Mardoqueu aos judeus, como também aos 
sátrapas, e aos governadores, e aos líderes das 
províncias, que se estendem da Índia até 
Etiópia, cento e vinte e sete províncias, a cada 
província segundo o seu modo de escrever, e a 
cada povo conforme a sua língua; como também 
aos judeus segundo o seu modo de escrever, e 
conforme a sua língua. 
10 E escreveu-se em nome do rei Assuero e, 
selando-as com o anel do rei, enviaram as cartas 
pela mão de correios a cavalo, que cavalgavam 
sobre ginetes, que eram das cavalariças do rei. 
64 
 
11 Nelas o rei concedia aos judeus, que havia em 
cada cidade, que se reunissem, e se dispusessem 
para defenderem as suas vidas, e para 
destruírem, matarem e aniquilarem todas as 
forças do povo e da província que viessem 
contra eles, crianças e mulheres, e que se 
saqueassem os seus bens, 
12 Num mesmo dia, em todas as províncias do 
rei Assuero, no dia treze do duodécimo mês, que 
é o mês de Adar; 
13 E uma cópia da carta seria divulgada como 
decreto em todas as províncias, e publicada 
entre todos os povos, para que os judeus 
estivessem preparados para aquele dia, para se 
vingarem dos seus inimigos. 
14 Os correios, sobre ginetes velozes, saíram 
apressuradamente, impelidos pela palavra do 
65 
 
rei; e esta ordem foi publicada na fortaleza de 
Susã. 
15 Então Mardoqueu saiu da presença do rei 
com veste real azul-celeste e branco, como 
também com uma grande coroa de ouro, e com 
uma capa de linho fino e púrpura, e a cidade de 
Susã exultou e se alegrou. 
16 E para os judeus houve luz, e alegria, e gozo, 
e honra. 
17 Também em toda a província, e em toda a 
cidade, aonde chegava a palavra do rei e a sua 
ordem, havia entre os judeus alegria e gozo, 
banquetes e dias de folguedo; e muitos, dos 
povos da terra, se fizeram judeus, porque o 
temor dos judeus tinha caído sobre eles.” 
 
 
66 
 
Ester 9 
Deus abençoou o Seu povo e proveu meios de 
livramento para ele, mas não os livrou da luta, e 
nisto há um ensinamento para os cristãos na 
Igreja de Cristo, a saber, que eles receberão da 
parte de Deus os meios necessários para 
vencerem seus inimigos espirituais, mas o 
Senhor não os livrará da luta propriamente dita 
que eles terão que travar com os poderes das 
trevas todos os dias, enquanto estiverem neste 
mundo. 
Assim, quando chegou o décimo terceiro dia do 
décimo segundo mês, a mão do Senhor foi de tal 
forma com os judeus, que em vez de serem 
dominados pelos seus inimigos eles é que os 
dominaram. 
67 
 
Muitos das províncias passaram para o lado 
deles, porque temiam muito a Mardoqueu, 
quanto ao que lhes poderia fazer depois da 
guerra daquele único dia, porque era grande e 
honrado perante o rei, e a cada dia crescia mais 
ainda a sua honra e poder perante ele. 
Então o decreto de Hamã funcionou ao 
contrário, porque em vez dos judeus serem 
exterminados, eles é que prevaleceram contra 
todos os inimigos que se levantaram contra eles, 
e até mesmo os dez filhos de Hamã foram 
mortos por eles naquele dia décimo terceiro. 
Na própria fortaleza de Susã onde estava o 
palácio real os judeus mataram 500 homens. 
Os dez filhos de Hamâ foram enforcados a 
pedido de Ester. 
68 
 
A guerra se estendeu ao décimo quarto dia e os 
judeus mataram mais 300 homens na fortaleza 
de Susã. 
E em todas as províncias o número de inimigos 
dos judeus que foram mortos chegou a 75.000. 
E de nenhum deles eles tomaram despojos, para 
mostrar a diferença que havia entre o decreto 
de Mardoqueu que lhes deu o direito de se 
defenderem, do decreto de Hamã que não 
somente mandou exterminar os judeus como 
também tomarem posse dos despojos deles. 
Nos dias 13 e 14, os judeus que se achavam em 
Susã se reuniram, e fizeram do dia 15 um dia de 
banquetes e de alegria. 
Mas os judeus que habitavam nas aldeias 
fizeram o mesmo no dia 14 e enviaram 
presentes uns aos outros. 
69 
 
Os amigos de Cristo devem viver e lutar juntos 
tal como os judeus, pela fé evangélica, contra os 
principados e potestades, e suas vitórias devem 
ser para eles motivo de alegria, e para 
fortalecimento de seus laços de fraternidade e 
de amizade. 
Por isso foi decretado por Mardoqueu que todos 
os judeus em todas as províncias da Pérsia 
deveriam guardar anualmente os dias 14 e 15 do 
décimo segundo mês, porquenestes dias eles 
acharam repouso de seus inimigos, quando a 
sua tristeza foi mudada em alegria, e o luto em 
dia de festa, de maneira que estes dois dias 
deveriam ser dias de banquetes e de alegria, e 
além de troca de presentes deveriam ser feitas 
dádivas aos pobres, e estes dias passaram a ser 
chamados de Purim, que vem do nome Pur, 
porque foi por causa do Pur lançado por Hamã 
 
70 
 
que tiveram que lutar naquele décimo terceiro 
dia do mês de Adar. 
Ester, confirmou a carta de Purim, escrevendo 
uma segunda vez para que se guardasse a festa 
de Purim, em todas as 127 províncias da 
Pérsia. 
Certamente houve um propósito de Deus 
naquela tribulação que os judeus tiveram que 
enfrentar, mas na qual foram bem-sucedidos, 
porque tinham muitos inimigos por todas as 
partes, e haviam retornado recentemente de 
Babilônia para a Palestina, e eles teriam que 
lutar muito e se esforçar para que 
consolidassem a permanência deles no seu 
retorno à terra prometida. 
O povo do Senhor é um povo de guerra porque 
tem muitos inimigos, e a melhor maneira de 
aprender a vencê-los é sendo continuamente 
71 
 
exercitado em batalhas, e é este o motivo pelo 
qual o Senhor permite que eles tenham aflições 
neste mundo. 
Nós vemos que muitas coisas precisavam ser 
ainda consertadas em Israel quanto 
à restauração do culto devido ao Senhor, e 
mesmo para a reorganização da nação. E isto 
nós podemos ver de modo muito claro nos livros 
de Esdras e Neemias que desceram também de 
Susã para a Palestina, não muito tempo depois 
dos eventos narrados no livro de Ester. 
Assim, Deus permitiu o mal intentado por 
Hamã, para que os judeus fossem despertados, 
encorajados, incentivados a lutarem como 
uma só alma, para preservarem a identidade e 
nacionalidade deles, porque o que está 
envolvido na vida de Israel é a glória do Senhor. 
Israel vive porque o Senhor vive. A Igreja é o 
verdadeiro Israel de Deus, e ela permanecerá 
72 
 
até o fim para que se veja a glória e o poder do 
Senhor que peleja pelo Seu povo, e o torna forte 
para as batalhas que tem que travar contra o 
Inimigo. 
“1 E, no duodécimo mês, que é o mês de Adar, 
no dia treze do mesmo mês em que chegou a 
palavra do rei e a sua ordem para se executar, 
no dia em que os inimigos dos judeus 
esperavam assenhorear-se deles, sucedeu o 
contrário, porque os judeus foram os que se 
asenhorearam dos que os odiavam. 
2 Porque os judeus nas suas cidades, em todas 
as províncias do rei Assuero, se ajuntaram para 
pôr as mãos naqueles que procuravam o seu 
mal; e ninguém podia resistir-lhes, porque o 
medo deles caíra sobre todos aqueles povos. 
3 E todos os líderes das províncias, e os sátrapas, 
e os governadores, e os que faziam a obra do rei, 
73 
 
auxiliavam os judeus porque tinha caído sobre 
eles o temor de Mardoqueu. 
4 Porque Mardoqueu era grande na casa do rei, 
e a sua fama crescia por todas as províncias, 
porque o homem Mardoqueu ia sendo 
engrandecido. 
5 Feriram, pois, os judeus a todos os seus 
inimigos, a golpes de espada, com matança e 
com destruição; e fizeram dos seus inimigos o 
que quiseram. 
6 E na fortaleza de Susã os judeus mataram e 
destruíram quinhentos homens; 
7 Como também a Parsandata, e a Dalfom e a 
Aspata, 
8 E a Porata, e a Adalia, e a Aridata, 
 
74 
 
9 E a Farmasta, e a Arisai, e a Aridai, e a Vaisata; 
10 Os dez filhos de Hamã, filho de Hamedata, o 
inimigo dos judeus, mataram, porém ao despojo 
não estenderam a sua mão. 
11 No mesmo dia foi comunicado ao rei o 
número dos mortos na fortaleza de Susã. 
12 E disse o rei à rainha Ester: Na fortaleza de 
Susã os judeus mataram e destruíram 
quinhentos homens, e os dez filhos de Hamã; 
nas mais províncias do rei que teriam feito? 
Qual é, pois, a tua petição? E dar-se-te-á. Ou 
qual é ainda o teu requerimento? E far-se-á. 
13 Então disse Ester: Se bem parecer ao rei, 
conceda-se aos judeus que se acham em Susã 
que também façam amanhã conforme ao 
mandado de hoje; e pendurem numa forca os 
dez filhos de Hamã. 
75 
 
14 Então disse o rei que assim se fizesse; e 
publicou-se um edito em Susã, e enforcaram os 
dez filhos de Hamã. 
15 E reuniram-se os judeus que se achavam em 
Susã também no dia catorze do mês de Adar, e 
mataram em Susã trezentos homens; porém ao 
despojo não estenderam a sua mão. 
16 Também os demais judeus que se achavam 
nas províncias do rei se reuniram e se 
dispuseram em defesa das suas vidas, e tiveram 
descanso dos seus inimigos; e mataram dos seus 
inimigos setenta e cinco mil; porém ao despojo 
não estenderam a sua mão. 
17 Sucedeu isto no dia treze do mês de Adar; e 
descansaram no dia catorze, e fizeram, daquele 
dia, dia de banquetes e de alegria. 
18 Também os judeus, que se achavam em Susã 
se ajuntaram nos dias treze e catorze do mesmo; 
76 
 
e descansaram no dia quinze, e fizeram, daquele 
dia, dia de banquetes e de alegria. 
19 Os judeus, porém, das aldeias, que 
habitavam nas vilas, fizeram do dia catorze do 
mês de Adar dia de alegria e de banquetes, e dia 
de folguedo, e de mandarem presentes uns aos 
outros. 
20 E Mardoqueu escreveu estas coisas, e enviou 
cartas a todos os judeus que se achavam em 
todas as províncias do rei Assuero, aos de perto, 
e aos de longe, 
21 Ordenando-lhes que guardassem o dia 
catorze do mês de Adar, e o dia quinze do 
mesmo, todos os anos, 
22 Como os dias em que os judeus tiveram 
repouso dos seus inimigos, e o mês que se lhes 
mudou de tristeza em alegria, e de luto em dia 
de festa, para que os fizessem dias de banquetes 
77 
 
e de alegria, e de mandarem presentes uns aos 
outros, e dádivas aos pobres. 
23 E os judeus encarregaram-se de fazer o que 
já tinham começado, como também o que 
Mardoqueu lhes tinha escrito. 
24 Porque Hamã, filho de Hamedata, o agagita, 
inimigo de todos os judeus, tinha intentado 
destruir os judeus, e tinha lançado Pur, isto é, a 
sorte, para os assolar e destruir. 
25 Mas, vindo isto perante o rei, mandou ele por 
cartas que o mau intento que Hamã formara 
contra os judeus, se tornasse sobre a sua 
cabeça; pelo que penduraram a ele e a seus 
filhos numa forca. 
26 Por isso aqueles dias chamam Purim, do 
nome Pur; assim também por causa de todas as 
palavras daquela carta, e do que viram sobre 
isso, e do que lhes tinha sucedido, 
27 Confirmaram os judeus, e tomaram sobre si, 
e sobre a sua descendência, e sobre todos os 
78 
 
que se achegassem a eles, que não se deixaria 
de guardar estes dois dias conforme ao que se 
escrevera deles, e segundo o seu tempo 
determinado, todos os anos. 
28 E que estes dias seriam lembrados e 
guardados em cada geração, família, província e 
cidade, e que esses dias de Purim não fossem 
revogados entre os judeus, e que a memória 
deles nunca teria fim entre os de sua 
descendência. 
29 Então a rainha Ester, filha de Abiail, e 
Mardoqueu, o judeu, escreveram com toda 
autoridade uma segunda vez, para confirmar a 
carta a respeito de Purim. 
30 E mandaram cartas a todos os judeus, às 
cento e vinte e sete províncias do reino de 
Assuero, com palavras de paz e verdade. 
31 Para confirmarem estes dias de Purim nos 
seus tempos determinados, como Mardoqueu, 
79 
 
o judeu, e a rainha Ester lhes tinham 
estabelecido, e como eles mesmos já o tinham 
estabelecido sobre si e sobre a sua 
descendência, acerca do jejum e do seu clamor. 
32 E o mandado de Ester estabeleceu os 
sucessos daquele Purim; e escreveu-se no livro.” 
 
 
 
 
 
 
 
 
80 
 
Ester 10 
Deus conduziu Mardoqueu ao poder na Pérsia, 
para ser o segundo depois do rei Assuero, tal 
como fizera com José no Egito junto a faraó, 
para que por eles, pudesse guardar o Seu povo 
da destruição dos muitos inimigos que sempre 
se levantam contra ele, com a intenção de 
exterminá-lo, pela influência de Satanás. 
Por isso édito no verso 3 deste capítulo o 
seguinte: 
“Porque o judeu Mardoqueu foi o segundo 
depois do rei Assuero, e grande entre os judeus, 
e estimado pela multidão de seus irmãos, 
procurando o bem do seu povo, e proclamando 
a prosperidade de toda a sua descendência.”. 
81 
 
Deus sempre levantará os Seus ministros 
verdadeiros para apascentar o Seu rebanho. 
Ele mesmo engrandece estes homens na Igreja, 
não mais com poder político, como no passado, 
mas com o poder do Espírito, porque Cristo já se 
manifestou, e a luta que temos que travar agora 
não é contra carne e sangue, mas contra os 
principados e potestades das trevas. 
“1 Depois disto impôs o rei Assuero tributo 
sobre a terra, e sobre as ilhas do mar. 
2 E todos os atos do seu poder e do seu valor, e 
o relato da grandeza de Mardoqueu, a quem o 
rei exaltou, porventura não estão escritos no 
livro das crônicas dos reis da Média e da Pérsia? 
3 Porque o judeu Mardoqueu foi o segundo 
depois do rei Assuero, e grande entre os judeus, 
e estimado pela multidão de seus irmãos, 
82 
 
procurando o bem do seu povo, e proclamando 
a prosperidade de toda a sua descendência.”.

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