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Sumário do Livro de Juízes

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Sumário: 
 
Juízes 1 1 
Juízes 2 9 
Juízes 3 23 
Juízes 4 32 
Juízes 5 38 
Juízes 6 48 
Juízes 7 57 
Juízes 8 64 
Juízes 9 70 
Juízes 10 79 
Juízes 11 81 
Juízes 12 90 
Juízes 13 95 
Juízes 14 106 
Juízes 15 111 
Juízes 16 120 
Juízes 17 132 
Juízes 18 139 
Juízes 19 147 
Juízes 20 152 
Juízes 21 159 
Juízes 22 133 
 
 
 
 
 
 
 
 
Juízes 1 1 
 
“1 Depois da morte de Josué os filhos de Israel consultaram ao 
Senhor, dizendo: Quem dentre nós subirá primeiro aos cananeus, 
para pelejar contra eles? 
2 Respondeu o Senhor: Judá subirá; eis que entreguei a terra na sua 
mão. 
3 Então disse Judá a Simeão, seu irmão: sobe comigo à sorte que me 
coube, e pelejemos contra os cananeus, e eu também subirei 
contigo à tua sorte. E Simeão foi com ele. 
4 Subiu, pois, Judá; e o Senhor lhes entregou nas mãos os cananeus 
e os perizeus; e bateram deles em Bezeque dez mil homens. 
5 Acharam em Bezeque a Adoni-Bezeque, e pelejaram contra ele; e 
bateram os cananeus e os perizeus. 
6 Mas Adoni-Bezeque fugiu; porém eles o perseguiram e, 
prendendo-o, cortaram-lhe os dedos polegares das mãos e dos pés. 
7 Então disse Adoni-Bezeque: Setenta reis, com os dedos polegares 
das mãos e dos pés cortados, apanhavam as migalhas debaixo da 
minha mesa; assim como eu fiz, assim Deus me pagou. E o 
trouxeram a Jerusalém, e ali morreu. 
8 Ora, os filhos de Judá pelejaram contra Jerusalém e, tomando-a, 
passaram-na ao fio da espada e puseram fogo à cidade. 
9 Depois os filhos de Judá desceram a pelejar contra os cananeus 
que habitavam na região montanhosa, e no Negebe, e na baixada. 
10 Então partiu Judá contra os cananeus que habitavam em 
Hebrom, cujo nome era outrora Quiriate-Arba; e bateu Sesai, Aimã 
e Talmai. 
11 Dali partiu contra os moradores de Debir, que se chamava 
outrora Quiriate-Sefer. 
12 Disse então Calebe: A quem atacar Quiriate-Sefer e a tomar, 
darei a minha filha Acsa por mulher. 
13 E tomou-a Otniel, filho de Quenaz, o irmão de Calebe; mais novo 
do que ele; e Calebe lhe deu sua filha Acsa por mulher. 
 
 
 
 
Juízes 1 2 
 
14 Estando ela em caminho para a casa de Otniel, persuadiu-o que 
pedisse um campo ao pai dela. E quando ela saltou do jumento, 
Calebe lhe perguntou: Que é que tens? 
15 Ela lhe respondeu: Dá-me um presente; porquanto me deste 
uma terra no Negebe, dá-me também fontes d'água. Deu-lhe, pois, 
Calebe as fontes superiores e as fontes inferiores. 
16 Também os filhos do queneu, sogro de Moisés, subiram da 
cidade das palmeiras com os filhos de Judá ao deserto de Judá, que 
está ao sul de Arade; e foram habitar com o povo. 
17 E Judá foi com Simeão, seu irmão, e derrotaram os cananeus que 
habitavam em Zefate, e a destruíram totalmente. E chamou-se o 
nome desta cidade Horma. 
18 Judá tomou também a Gaza, a Asquelom e a Ecrom, com os seus 
respectivos territórios. 
19 Assim estava o Senhor com Judá, o qual se apoderou da região 
montanhosa; mas não pôde desapossar os habitantes do vale, 
porquanto tinham carros de ferro. 
20 E como Moisés dissera, deram Hebrom a Calebe, que dali 
expulsou os três filhos de Anaque. 
21 Mas os filhos de Benjamim não expulsaram aos jebuseus que 
habitavam em Jerusalém; pelo que estes ficaram habitando com os 
filhos de Benjamim em Jerusalém até o dia de hoje. 
22 Também os da casa de José subiram contra Betel; e o Senhor 
estava com eles. 
23 E a casa de José fez espiar a Betel (e fora outrora o nome desta 
cidade Luz); 
24 e, vendo os espias a um homem que saía da cidade, disseram-
lhe: Mostra-nos a entrada da cidade, e usaremos de bondade para 
contigo. 
25 Mostrou-lhes, pois, a entrada da cidade, a qual eles feriram ao 
fio da espada; porém deixaram livre aquele homem e toda a sua 
família. 
26 Então o homem se foi para a terra dos heteus, edificou uma 
cidade, e pôs-lhe o nome de Luz; este é o seu nome até o dia de 
hoje. 
Juízes 1 3 
 
27 Manassés não expulsou os habitantes de Bete-Seã, nem os de 
Taanaque, nem os de Dor, nem os de Ibleã, nem os de Megido, 
todas com suas respectivas vilas; pelo que os cananeus lograram 
permanecer na mesma terra. 
28 Mas quando Israel se tornou forte, sujeitou os cananeus a 
trabalhos forçados, porém não os expulsou de todo. 
29 Também Efraim não expulsou os cananeus que habitavam em 
Gezer; mas os cananeus ficaram habitando no meio dele, em Gezer. 
30 Também Zebulom não expulsou os habitantes de Quitrom, nem 
os de Naalol; porém os cananeus ficaram habitando no meio dele, 
e foram sujeitos a trabalhos forçados. 
31 Também Aser não expulsou os habitantes de Aco, nem de Sidom, 
nem de Alabe, nem de Aczibe, nem de Helba, nem de Afeca, nem de 
Reobe; 
32 porém os aseritas ficaram habitando no meio dos cananeus, os 
habitantes da terra, porquanto não os expulsaram. 
33 Também Naftali não expulsou os habitantes de Bete-Semes, nem 
os de Bete-Anate; mas, habitou no meio dos cananeus, os 
habitantes da terra; todavia os habitantes de Bete-Semes e os de 
Bete-Anate foram sujeitos a trabalhos forçados. 
34 Os amorreus impeliram os filhos de Dã até a região montanhosa; 
pois não lhes permitiram descer ao vale. 
35 Os amorreus quiseram também habitar no monte Heres, em 
Aijalom e em Saalabim; contudo prevaleceu a mão da casa de José, 
de modo que eles ficaram sujeitos a trabalhos forçados. 
36 E foi o termo dos amorreus desde a subida de Acrabim, desde 
Sela, e dali para cima.” (Jz 1.1-36). 
 
Lido fora de seu contexto, o início deste capítulo pode dar a 
entender que o autor sagrado poderia estar sugerindo que a 
conquista de Canaã somente começou efetivamente depois da 
morte de Josué, mas não é exatamente isto que ele está afirmando, 
pois o que está em foco é o avanço das conquistas, que eles 
 
 
Juízes 1 4 
 
deveriam prosseguir conforme o mandado de Deus, e que haviam 
sido iniciadas nos dias de Josué. 
Muitos territórios, que haviam sido previamente distribuídos pelas 
tribos, por sortes, enquanto Josué ainda vivia, deveriam ser 
conquistados quando as tribos se instalassem nas áreas, que lhes 
foram respectivamente designadas, conforme vimos em nosso 
estudo no livro de Josué. 
Entretanto, por temor dos inimigos e por terem se acomodado ao 
que havia sido conquistado inicialmente, as novas gerações não 
haviam avançado no trabalho de conquistar a terra, e isto está 
claramente revelado logo no início da escrita deste livro de Juízes. 
Depois da morte de Josué os israelitas consultaram ao Senhor para 
saber qual das tribos deveria empreender a primeira ação de 
combate, para avançar na conquista do território de Canaã, para 
animar as demais a combaterem também nos respectivos 
territórios. 
Enquanto Josué vivia, as batalhas contra os cananeus eram 
realizadas pela ação conjunta de todas as tribos, mas agora, cada 
uma, respectivamente, com a eventual ajuda das tribos que lhes 
estavam associadas, deveria lutar para conquistar os territórios que 
lhes foram designados previamente por sortes, como foi o caso de 
Simeão, que lutou ao lado de Judá, porque teria herança no 
território que havia sido designado para esta tribo. 
Enquanto estavam lutando juntos, realizaram a conquista de muita 
terra e de muitas cidades, conforme descrito no livro de Josué, mas 
agora, tendo cada qual que lutar para estender suas respectivas 
fronteiras, nós vemos que não houve fé suficiente neles para 
crerem no Senhor, de modo a terem a Sua forte mão trabalhando 
em seu favor. 
E disto nos dá conta todo o relato do livro de Juízes, que revela a 
incredulidade e idolatria de sucessivas gerações de Israel, 
confirmando que tinha de fato a sua razão de ser o cuidado de Deus 
em ter determinado que não se permitissem conviver com os 
cananeus, para não se contaminarem com as suas práticas 
idolátricas. 
Juízes 1 5 
 
Este esfriamento para com Deus ocorreu à medida que o tempo 
passava, pois nós não vemos isto logo no início, porque ainda havia 
muito daquela fé, que as tribos demonstravam enquanto vivia 
Josué, nesta designação inicial feita pelo Senhor para que a tribode 
Judá subisse primeiro à batalha, prometendo-lhes que teriam 
sucesso no empreendimento, e Deus jamais teria feito tal 
promessa, se não vislumbrasse qualquer fé e santidade neles. 
Judá era o primeiro em dignidade, e então deveria ser o primeiro no 
cumprimento do dever. 
O fardo da honra deve ir junto com o fardo do trabalho. 
Deus prometeu ajudar a tribo de Judá, mas não lhe daria sucesso a 
menos que se aplicassem vigorosamente ao serviço que deveriam 
realizar. 
De igual modo, nenhum ministério florescerá pela ajuda das mãos 
do Senhor, sem que haja a mesma disposição de empenho nos 
ministros. 
 O exército de Judá realizou diversas conquistas, mas não tiveram 
fé suficientemente forte para empreender guerra contra os 
cananeus, que habitavam no vale, porque tinham carros de ferro (v 
19), tendo se apossado somente da região montanhosa. 
Mesmo para aqueles que têm fé em Deus há desafios à fé, que 
exigirão uma fé grande para que possam ser enfrentados, e daí a 
necessidade de se aumentar a fé no Senhor, por uma aplicação mais 
diligente nos deveres e uso dos meios da graça (oração, meditação 
na Palavra, consagração, santificação) para que a nossa fé seja 
aumentada pelo Senhor, de modo que possamos realizar maiores 
obras para a Sua glória através de uma fé robustecida. 
A fé de Judá foi suficiente para realizar por exemplo o grande 
empreendimento de derrota dos cananeus e perizeus em Bezeque, 
onde dez mil homens foram batidos pelas forças de Judá coligadas 
com as de Simeão. 
Eles submeteram também ao rei de Bezeque, denominado Adoni-
Bezeque, que significa Senhor de Bezeque. E antes de ser morto, 
cortaram os seus dedos polegares das mãos e dos pés, e o próprio 
Adoni-Bezeque reconheceu que estava sendo castigado por Deus, 
Juízes 1 6 
 
porque ele havia cortado também os dedos polegares das mãos e 
pés de setenta reis que se alimentavam das migalhas da sua mesa. 
Ele fizera aquilo para que não pudessem mais lutar empunhando 
espadas, e nem também terem facilidade de fugir, pela dificuldade 
de correr sem os polegares dos pés. 
Naquela dispensação da morte e condenação, onde imperava a lei 
do olho por olho, para que aprendêssemos o temor devido aos 
juízos de Deus contra o pecado, nós podemos entender que aquele 
juízo era de fato procedente do Senhor como paga pelas suas más 
obras, demonstrando que realmente, com a medida com que 
tivermos medido, nós também seremos medidos, quer seja para o 
bem, quer seja para o mal. 
Isto decorre de que enquanto houver pecado no mundo, ao lado da 
bondade, amor e misericórdia de Deus, também correrá 
paralelamente a isto os seus necessários juízos, de modo que os 
homens sejam desencorajados da prática do mal, pelo temor que 
lhes venha a suceder o mesmo mal, que fizerem ao seu próximo, 
ainda que neste período da dispensação da graça, desde que Jesus 
morreu para o perdão dos pecadores, estes juízos têm sido muito 
abrandados, por conta da longanimidade de Deus. 
Nós vimos em nosso estudo do livro de Josué (cap 10), que um rei 
também chamado Adoni-Bezeque levantou uma coligação de reis 
para lutar contra os israelitas. 
Certamente, se tratava de um outro rei de Jerusalém, que foi batido 
nos dias de Josué. 
Tudo indica que este nome Adoni-Bezeque, era um título dos reis 
daquelas terras, tal como nós temos o título de faraó para os reis do 
Egito, e o de Abimeleque, para os reis dos filisteus. 
A conquista dos dias de Josué foi realizada mediante ação 
conjugada de todas as tribos de Israel, mas neste capítulo, nós 
temos apenas Judá e Simeão em ação. 
Trata-se portanto de uma ocasião diferente da narrada no livro de 
Josué. 
 
 
Juízes 1 7 
 
A passagem relativa a Calebe e à conquista de Quiriate-Sefer por 
seu sobrinho Otiniel, a quem deu por esposa sua filha Acsa, está 
amplamente comentada em Josué 15.16-19. 
No verso 18 é citado que Judá tomou também a Gaza, a Asquelom 
e a Ecrom, três das cidades confederadas dos filisteus com os seus 
respectivos territórios, mas não tendo expulsado os seus habitantes 
conforme mandado do Senhor, os filisteus viriam a se fortalecer 
mais tarde, e tomaram de volta as suas possessões e passaram a ser 
um grande espinho na carne de Israel, até aos dias do rei Davi, e 
foram eles que oprimiram a Israel nos dias de Sansão. 
Os versos 21 a 36 narram a mistura dos israelitas com os cananeus 
que permaneceram em seus territórios, porque não os expulsaram 
segundo o mandado de Deus. 
Os jebuseus permaneceram na posse de Jerusalém porque a tribo 
de Benjamim não os expulsou (v 21). 
A tribo de Efraim conquistou Betel porque o Senhor era com eles (v. 
22), mas não expulsaram os cananeus de Gezer, que ficaram 
habitando no meio deles (v. 29). 
E todas as demais tribos, também não expulsaram os cananeus de 
seus territórios, de modo que conviviam com eles, e isto se lhes 
tornou laço, conforme havia sido predito desde os dias de Moisés. 
Os carros de ferro dos cananeus, que habitavam o vale, e que tanto 
amedrontaram os israelitas são ainda os mesmos carros de ferro do 
diabo, que impedem a Igreja de avançar conquistando almas para 
Cristo em todo o mundo, e especialmente nos países onde 
predomina o islamismo. 
São na verdade carros de ferro que não podem ser dominados sem 
uma ação direta e poderosa de Deus, e para isto é necessário fé, 
jejum e oração, por parte da Igreja, para que assim como Ele 
destruiu tais carros nos dias de Débora e Sísera, como veremos nos 
capítulos quarto e quinto deste livro, Ele possa abrir à evangelização 
tais portas, que se encontram ainda hermeticamente fechadas, 
impedindo uma livre pregação do evangelho. 
Todavia, estes carros de ferro não se limitam apenas aos países de 
tradição muçulmana, como também se referem aos grandes 
Juízes 1 8 
 
bolsões de resistência satânica, no mundo ocidental, quer através 
de um forte secularismo e desinteresse pelas coisas celestiais, como 
também ao grande e crescente aumento da iniquidade em todas as 
suas formas de expressão, e isto faz com que a Igreja fique 
imobilizada, porque são carros de ferro que não podem ser 
destruídos sem uma ação direta e poderosa de Deus, e por isso 
necessitamos urgentemente de um novo e grande avivamento do 
Espírito Santo, para que tais resistências possam ser rompidas. 
Todavia, sem oração incessante e sem retidão de vida, não haverá 
nenhum avivamento. 
Deus tem feito à Igreja a mesma promessa que fez a Josué de pelejar 
pelo Seu povo, desde que este se mantenha fiel à Sua vontade. 
"Porém a região montanhosa será tua. Ainda que é bosque, cortá-
los-á, e até às suas extremidades será todo teu; porque expulsarás 
os cananeus, ainda que possuem carros de ferro e são fortes" (Josué 
17.18). 
 
Juízes 2 
 
“1 O anjo do Senhor subiu de Gilgal a Boquim, e disse: Do Egito vos 
fiz subir, e vos trouxe para a terra que, com juramento, prometi a 
vossos pais, e vos disse: Nunca violarei e meu pacto convosco; 
2 e, quanto a vós, não fareis pacto com os habitantes desta terra, 
antes derrubareis os seus altares. Mas vós não obedecestes à minha 
voz. Por que fizestes isso? 
3 Pelo que também eu disse: Não os expulsarei de diante de vós; 
antes estarão quais espinhos nas vossas ilhargas, e os seus deuses 
vos serão por laço. 
4 Tendo o anjo do Senhor falado estas palavras a todos os filhos de 
Israel, o povo levantou a sua voz e chorou. 
5 Pelo que chamaram àquele lugar Boquim; e ali sacrificaram ao 
Senhor. 
6 Havendo Josué despedido o povo, foram-se os filhos de Israel, 
cada um para a sua herança, a fim de possuírem a terra. 
 
Juízes 2 10 
 
7 O povo serviu ao Senhor todos os dias de Josué, e todos os dias 
dos anciãos que sobreviveram a Josué e que tinham visto toda 
aquela grande obra do Senhor, a qual ele fizera a favor de Israel. 
8 Morreu, porém, Josué, filho de Num, servo do Senhor, com a 
idade de cento e dez anos; 
9 e o sepultaram no território da sua herança, em Timnate-Heres, 
na região montanhosa de Efraim, para o norte do monte Gaás. 
10 Foi também congregadatoda aquela geração a seus pais, e após 
ela levantou-se outra geração que não conhecia ao Senhor, nem 
tampouco a obra que ele fizera a Israel. 
11 Então os filhos de Israel fizeram o que era mau aos olhos do 
Senhor, servindo aos baalins; 
12 abandonaram o Senhor Deus de seus pais, que os tirara da terra 
do Egito, e foram-se após outros deuses, dentre os deuses dos 
povos que havia ao redor deles, e os adoraram; e provocaram o 
Senhor à ira, 
13 abandonando-o, e servindo a baalins e astarotes. 
14 Pelo que a ira do Senhor se acendeu contra Israel, e ele os 
entregou na mão dos espoliadores, que os despojaram; e os vendeu 
na mão dos seus inimigos ao redor, de modo que não puderam mais 
resistir diante deles. 
15 Por onde quer que saíam, a mão do Senhor era contra eles para 
o mal, como o Senhor tinha dito, e como lho tinha jurado; e estavam 
em grande aflição. 
16 Mas o Senhor suscitou juízes, que os livraram da mão dos que os 
espojavam. 
17 Contudo, não deram ouvidos nem aos seus juízes, pois se 
prostituíram após outros deuses, e os adoraram; depressa se 
desviaram do caminho, por onde andaram seus pais em obediência 
aos mandamentos do Senhor; não fizeram como eles. 
18 Quando o Senhor lhes suscitava juízes, ele era com o juiz, e os 
livrava da mão dos seus inimigos todos os dias daquele juiz; 
porquanto o Senhor se compadecia deles em razão do seu gemido 
por causa dos que os oprimiam e afligiam. 
 
Juízes 2 11 
 
19 Mas depois da morte do juiz, reincidiam e se corrompiam mais 
do que seus pais, andando após outros deuses, servindo-os e 
adorando-os; não abandonavam nenhuma das suas práticas, nem a 
sua obstinação. 
20 Pelo que se acendeu contra Israel a ira do Senhor, e ele disse: 
Porquanto esta nação violou o meu pacto, que estabeleci com seus 
pais, não dando ouvidos à minha voz, 
21 eu não expulsarei mais de diante deles nenhuma das nações que 
Josué deixou quando morreu; 
22 a fim de que, por elas, ponha a prova Israel, se há de guardar, ou 
não, o caminho do Senhor, como seus pais o guardaram, para nele 
andar. 
23 Assim o Senhor deixou ficar aquelas nações, e não as desterrou 
logo, nem as entregou na mão de Josué.” (Jz 2.1-23). 
 
Este capítulo é uma síntese de tudo o que é narrado neste livro de 
Juízes. 
Ele é uma preparação para tudo o que será dito daqui em diante. 
Ele cita o que aconteceu, e estes fatos serão narrados 
detalhadamente nos capítulos posteriores, com exceção dos cinco 
últimos capítulos que se referem a um período anterior ao dos 
juízes. 
A narrativa se inicia com o anjo do Senhor repreendendo 
duramente os israelitas, pelo fato de não terem conquistado os 
territórios que lhes foram designados por sortes, nos dias de Josué, 
e pelo fato de terem se acomodado e se misturado aos cananeus. 
Nos versos 11 a 13 é citado que a geração que se seguiu à de Josué 
não conhecia ao Senhor, e fez o que era mau aos seus olhos, 
misturando-se aos cananeus e fazendo as mesmas práticas 
abomináveis deles. 
O que havia ocorrido com o povo de Israel é o mesmo que ocorre 
com a Igreja dos nossos dias. 
A condição de todo o período coberto pela narrativa do livro de 
Juízes, o qual durou aproximadamente trezentos anos, está 
declarada de forma resumida nos versos 14 a 23. 
Juízes 2 12 
 
Nestes versos está revelado claramente que o motivo de estarmos 
enfraquecidos diante de nossos inimigos espirituais e sujeitados a 
sermos pisados pelos homens, como sal que perdeu o sabor, está 
relacionado ao abandono do Senhor, e da prática da Sua Palavra. 
A comunhão com Deus, garantida por um andar no Espírito Santo, 
fazendo aquilo que Ele nos tem ordenado na Bíblia e em relação à 
Sua vontade específica, no que se relaciona ao viver diário, 
especialmente o que diz respeito às coisas pertinentes ao 
ministério, que recebemos dEle para cumprir, é o modo de se ter 
uma vida verdadeiramente próspera e sermos mais do que 
vencedores, por meio de Jesus, sobre a carne, o mundo e o diabo. 
Quando nos desviamos dos caminhos do Senhor ficamos sujeitados 
à disciplina da aliança, que temos com Ele, por iniciativa e 
autoridade dEle próprio, que nos deixa à mercê da opressão dos 
nossos inimigos, para que seja produzido em nós o devido 
arrependimento. 
Quando este arrependimento ocorre e clamamos pelo livramento 
de Deus, Ele se apressa em socorrer-nos, voltando a nos conceder a 
Sua graça e poder, para sermos fortalecidos e podermos voltar a 
andar na Sua presença. 
Deus é santo, e sem a santidade que Ele mesmo nos confere, por 
meio do Espírito Santo, é impossível estar em comunhão com Ele. 
Por isso necessitamos da Sua graça, para que operando em nós, de 
forma a nos conceder um coração segundo o Seu coração, possamos 
retornar à comunhão. 
Então nós vemos declarado na Palavra de Deus que era Ele próprio 
que entregava Israel nas mãos dos seus inimigos, e que também, 
por Sua própria deliberação, decidiu que não desapossaria mais 
aquelas nações da presença de Israel, para que por meio delas 
pudesse provar a fidelidade do Seu povo, em não se deixar levar 
pelas suas práticas abomináveis, e permanecerem fiéis, na guarda 
dos Seus mandamentos. 
Por meio da permanência de muitas daquelas nações seria provado 
até que ponto Israel buscaria uma vida autêntica de fé e obediência, 
de modo que se pudesse provar através disso que estavam de fato 
Juízes 2 13 
 
fazendo a vontade de Deus, pois não havia outra maneira de terem 
sucesso sobre os seus inimigos. 
Isto ensina claramente que não se vence o diabo com religiosidade 
desprovida de verdadeira comunhão com Deus, porque é se 
sujeitando a Ele e à Sua vontade, que vencemos o diabo e todas as 
suas hostes. 
Em outras palavras: a vitória sobre as forças do inimigo decorre de 
um caminhar na presença do Senhor. 
É sujeitando-se a Deus, mediante prática da Sua Palavra, que o 
diabo foge de nós. 
Mas não era isto o que se via nas sucessivas gerações de Israel. 
Deus havia formado um povo exclusivamente seu a partir de 
Abraão, para o propósito de preservar a vida do homem na terra. 
Porque pelo modo santo com que deveriam viver revelariam que a 
prática da justiça divina preserva e traz prosperidade, mas a prática 
do mal, não somente destrói pessoas e nações, como também atrai 
os juízos condenatórios do Senhor. 
E isto estava sendo observado de modo prático nos dias do Velho 
Testamento, através das assolações que Deus estava trazendo 
sobre as nações pagãs, como sobre o próprio povo de Israel, quando 
este também se encontrava debaixo das mesmas práticas 
abomináveis daquelas nações. 
 Em vez de serem distintos das nações de Canaã, pelo cumprimento 
de tudo que lhes foi ordenado na Lei de Moisés, se misturavam às 
práticas daquelas nações, e perdiam a sua identidade distintiva de 
povo do Senhor, porque quando se mistura água com vinho, o 
resultado é uma mistura homogênea, e não dá mais para se 
distinguir quem é a água e quem é o vinho. 
Mas quando se mistura água com azeite, o azeite há de ficar por 
cima da água e não se misturará a ela. 
É pois somente estando cheios do azeite que simboliza o Espírito 
Santo, e andando nEle, que apesar de estarmos no mundo e termos 
que nos relacionar com as pessoas que são dele, com vistas a lhes 
conduzir à bênção do Senhor, por nosso bom testemunho de vida, 
não nos misturaremos jamais às coisas deste mundo e ao pecado, 
Juízes 2 14 
 
como diz o apóstolo Paulo em Gál 5.16: “Andai no Espírito e jamais 
satisfareis aos desejos da carne.”. 
Assim, nós podemos concluir que a razão da repreensão que o anjo 
do Senhor dirigiu aos israelitas se prendeu muito mais à falta de fé, 
e a esta mistura com as práticas dos povos de Canaã, do que 
propriamente à falta de iniciativa em combater os cananeus, para 
se apossarem das terras que lhes foram designadas por sortes. 
O anjo do Senhor vinha lhes acompanhando desde a saída do Egito, 
e declara isto nas palavras dos versos 1 a 3, e que estava sendo fiel 
ao pacto que haviam feito com Deus, de guardarem todos os Seus 
mandamentos, pois lhes estavaajudando a cumprirem tudo que 
lhes havia sido ordenado, especialmente no que se referia a 
prevalecerem contra os seus inimigos, mas manifestou o Seu 
desagrado diante do seu recuo em fazerem a vontade de Deus, com 
as seguintes palavras: 
“1 O anjo do Senhor subiu de Gilgal a Boquim, e disse: Do Egito vos 
fiz subir, e vos trouxe para a terra que, com juramento, prometi a 
vossos pais, e vos disse: Nunca violarei e meu pacto convosco; 
2 e, quanto a vós, não fareis pacto com os habitantes desta terra, 
antes derrubareis os seus altares. Mas vós não obedecestes à minha 
voz. Por que fizestes isso? 
3 Pelo que também eu disse: Não os expulsarei de diante de vós; 
antes estarão quais espinhos nas vossas ilhargas, e os seus deuses 
vos serão por laço.”. 
 Nós lembramos nisto, das palavras de Paulo dirigidas aos Gálatas: 
“Estou admirado de que tão depressa estejais desertando daquele 
que vos chamou na graça de Cristo, para outro evangelho,” (Gál 
1.6). E ainda em Gál 5.7: “Corríeis bem; quem vos impediu de 
obedecer à verdade?”. 
 
A síntese de todo o conteúdo do livro de Juízes, que é feita neste 
segundo capítulo, revela que o propósito principal da escrita deste 
livro foi o de ensinar que a mistura do povo de Deus com as práticas 
abomináveis do mundo o torna impotente para conhecer e fazer a 
vontade do Senhor. 
Juízes 2 15 
 
Ensina também que a falta de fé e determinação para cumprir tudo 
aquilo que Deus nos tem ordenado expressamente, como no caso 
dos israelitas, a indiferença em realizar a conquista total de Canaã, 
acaba por conduzir o povo de Deus a perder o seu caráter único e 
santo, e em decorrência disto, não terá poder e autoridade que 
procedem do Senhor para poder conhecer e fazer a Sua vontade, 
deixando portanto, de ser bênção para as nações. 
O mundo espiritual é discernido espiritualmente, pelo Espírito 
Santo, e este jamais se moverá naqueles que não estiverem se 
movendo em direção à obediência à Palavra de Deus, pela busca de 
comunhão com Ele, em vidas verdadeiramente santas. 
Em linhas gerais, foi este o propósito principal do Espírito Santo ao 
ter inspirado a escrita do livro de Juízes. 
Aprendemos também neste livro de Juízes que períodos de 
arrependimento e de retorno à comunhão com o Senhor, podem 
ser seguidos por períodos de apostasia, se não cuidarmos 
diligentemente em prosseguir adiante na aplicação em nossos 
deveres para com Deus e com o próximo. 
Vitórias alcançadas jamais devem ser motivo para descansarmos e 
não incentivarmos as gerações seguintes à mesma fidelidade com 
que estivermos nos empenhando em agradar ao Senhor. 
O livro de Juízes dá um claro testemunho e palavra de alerta à Igreja 
para que não descuide em avançar na comissão que lhe foi 
ordenada por Jesus de ir por todo o mundo e pregar o evangelho a 
toda criatura, pois quando a Igreja se desvia deste grande alvo, 
perdendo o ardor evangelístico e missionário, a consequência 
natural será o apostatar dos caminhos do Senhor, porque Ele não se 
deixará achar e não expulsará o Inimigo para que almas sejam 
conquistadas à fé, porque Ele faz isto, concedendo graça, somente 
quando há uma verdadeira disposição e empenho em se obedecer 
à Sua grande comissão. 
A grande repreensão do anjo do Senhor aos israelitas, exibida nas 
palavras do verso 2: “Mas vós não obedecestes à minha voz. Por 
que fizestes isso comigo?”, bem demonstra a grande indignação 
 
Juízes 2 16 
 
que Jesus sente ao nos ver de braços cruzados em relação à ordem 
que deu à Igreja de fazer discípulos em todas as nações. 
Isto é um dever real que impôs à Igreja até que Ele volte. 
E nós sabemos, pelo testemunho da história, quantas derrotas o 
povo de Deus teve que amargar em relação aos seus inimigos 
espirituais, e o pouco ou quase nenhum avanço que fez em 
determinadas épocas da história, pelo mesmo motivo que levou o 
anjo a se indignar em relação aos israelitas no passado: falta de 
empenho em cumprir a Sua ordem de avançar e conquistar para 
Deus tudo aquilo que Ele nos tem ordenado. 
Os israelitas choraram por causa da repreensão do anjo (v 4), mas 
isto não é suficiente. 
Não basta estarmos dispostos a mudar nossas atitudes, e mesmo 
lamentar o nosso estado espiritual, se isto não for acompanhado 
por ações de fé reais na direção do cumprimento daquilo que Jesus 
nos ordenou quanto à evangelização mundial. 
Planos, reuniões, congressos, concílios, e quaisquer outras 
iniciativas serão de nenhum valor se não forem acompanhados de 
ações concretas visando à conversão de almas para Cristo. 
Se o Espírito Santo não for conosco, assim como o anjo 
acompanhava, dirigia, instruía e fazia as conquistas para os 
israelitas, de modo algum poderemos pensar que estamos 
agradando a Deus, se fugiu de nós o desejo e o empenho 
direcionados à salvação dos perdidos. 
 Esta tarefa de conduzir o rebanho à obra de evangelização é uma 
das principais missões de qualquer pastor, pois são chamados de 
anjos das Igrejas, pelo Senhor Jesus, no livro de Apocalipse. 
Foi a eles que se dirigiu cobrando o seu empenho em conduzir o 
rebanho segundo a Sua vontade, sob o risco de terem o seu 
candeeiro removido em caso de descumprimento daquilo de que 
foram encarregados pelo Senhor da Igreja. 
Estes pastores, que são designados por anjos das Igrejas, aparecem 
em Apocalipse como estrelas nas mãos de Jesus. 
Isto indica que assim como o Anjo da aliança apareceu a Josué, 
como príncipe do exército de Jeová, e conduziu tanto a Moisés, 
Juízes 2 17 
 
quanto a Josué, e todos os líderes verdadeiros de Israel, que foram 
levantados por Deus para conduzir o seu povo, de igual modo, Jesus 
é o mesmo Anjo na Nova Aliança, que tem toda a primazia sobre os 
pastores que Ele mesmo chama e constitui sobre o Seu povo, para 
que façam toda a Sua vontade. 
O lugar onde o anjo falou aos israelitas ficou sendo conhecido por 
Boquim (v. 1 e 5), porque no hebraico, esta palavra significa 
chorões, porque que a palavra se encontra no plural, indicando que 
foram muitos os que prantearam em razão da repreensão do anjo 
do Senhor. 
Quem dera, ao menos a Igreja chorasse a sua atual condição de 
quase completo desinteresse e imobilização quanto a buscar um 
real compromisso e consagração ao Senhor, para que no poder do 
Espírito Santo se entregue à obra de evangelização mundial. 
Mas quando tão poucos se interessam pela salvação da própria 
alma, como estarão realmente interessados na salvação de outros? 
Os israelitas ao menos lamentaram e choraram pela condição de 
desobediência à ordem de avançar e conquistar Canaã. 
Sequer isto se vê na maior parte das Igrejas de nossos dias, apesar 
de haver, certamente, uma repreensão do Senhor pelo fato de não 
terem um maior empenho em prol da salvação dos perdidos em 
todo o mundo. 
Os países da Ásia e de grande parte do Oriente, continuam com suas 
portas fechadas para o evangelho, mas importa que este seja 
pregado também a eles, para que Cristo volte. 
Quando a Igreja despertará do seu sono e começará a trabalhar com 
todo o empenho na direção do cumprimento do Ide de Jesus? 
Jesus disse que o evangelho será pregado em todo o mundo antes 
da Sua vinda, e o que nós estamos fazendo para que isto se cumpra? 
O Senhor garantiu a posse de todo o território de Canaã aos 
israelitas, e o que eles fizeram em relação a isto? 
O livro de Juízes revela o quadro, e este não é muito diferente do 
que tem ocorrido com a história da Igreja ao longo destes dois mil 
anos, em que o evangelho tem sido pregado no mundo. 
 
Juízes 2 18 
 
Da parte do Senhor, a aliança que Ele fez conosco, nunca será 
quebrada, porque é fiel àquilo que prometeu, mas não se pode dizer 
o mesmo em relação a nós. 
Devemos portanto, ser diligentes em todo o tempo e ter todo o 
cuidado necessário para que não nos desviemos do alvo que 
devemos atingir. 
Gostando ou não, querendo ou não, temendo ou não, devemos nos 
lançar de corpo e alma à missão da qual fomos encarregados, e o 
Senhor será conosco e nos fará prosperar em nossos 
empreendimentos,porque Ele fez a promessa de não deixar e 
desamparar àqueles que Lhe obedecem e Lhe são fiéis. 
Deste modo, os israelitas foram repreendidos, não somente por 
terem se desviado da missão de conquistar Canaã, como também 
por terem se misturado aos cananeus, que deixaram na terra, em 
vez de expulsá-los, e vieram a praticar as mesmas abominações que 
eles praticavam. 
Não é de se estranhar portanto, que quando deixamos de ter este 
interesse em dar testemunho de Cristo às pessoas, que sejamos 
também encontrados em disposições de mundano proceder. 
O pecado de Israel trouxe como consequência, o fato de Deus ter 
determinado que não expulsaria mais os cananeus. 
De igual modo, quando deixamos de cumprir o Ide e passamos a nos 
misturar com as coisas que são do mundo, Deus também deixa de 
nos usar para conquistar as almas que são preciosas para Ele. 
Outros o farão no nosso lugar, e teremos que lamentar uma vida 
vazia e sem frutos, porque o Senhor não dará jamais a honra de o 
indolente se gloriar em ter sido usado eficazmente por Ele. 
Se não recebemos graça da parte de Deus, para realizar o trabalho 
que Ele nos designou, não teremos outra alternativa senão a de 
enterrar o talento que nos deu para fazer a Sua obra. 
Aqueles que favorecem e são complacentes com as suas luxúrias e 
corrupções, que deveriam mortificar, perdem a graça de Deus, e 
esta é justamente retirada deles. 
Se nós não resistirmos ao diabo, não devemos esperar que Deus o 
coloque debaixo dos nossos pés. 
Juízes 2 19 
 
Por isso, aos infiéis, em vez de promessas de bênçãos, Deus 
promete dificuldades, assim como disse aos israelitas sobre o que 
deveriam esperar da parte daqueles aos quais haviam se associado 
em suas más obras. 
Seriam como espinhos e laço para eles, e isto indicava dificuldades 
e opressões. 
Pois em vez de dominar as nações, Israel seria dominado por elas. 
Deus os entregaria nas mãos dos seus inimigos por causa do seu 
pecado. 
Ele afirmou que os venderia aos seus inimigos, assim como quem é 
vendido por causa de uma grande dívida que não pode liquidar. 
A dívida dos israelitas seria cobrada na forma de opressões dos seus 
inimigos, que seriam determinadas pelo próprio Deus. 
Porém, sendo benigno e misericordioso, o Senhor prometeu livrá-
los das mãos dos seus opressores caso se arrependessem dos seus 
pecados. 
Ele suscitaria libertadores para este propósito, e nós vemos esta 
promessa sendo cumprida em diversas ocasiões na narrativa do 
livro de Juízes, revelando-se assim o caráter fiel do Senhor, em 
cumprir as Suas promessas, e a sua infinita misericórdia para 
conosco. 
Entretanto, em razão do Seu atributo de justiça, apesar de ser tardio 
em se irar, o Senhor não pode ser, de modo algum, conivente com 
o pecado e permanecer insensível às apostasias do Seu povo, e por 
isso sempre torna a exercer os Seus juízos, a par de toda a 
misericórdia exibida anteriormente. 
Por causa de Sua longanimidade, pode até suportar, tolerar por 
muito tempo todos os nossos pecados, mas certamente não nos 
deixará sem a devida correção no tempo apropriado. 
Isto aprendemos não somente na revelação que fez no livro de 
Juízes, como também em toda a Bíblia. 
 A história da Igreja, tal como a narrada em Juízes, tem revelado o 
modo como Deus tem levantado pessoas que qualificou e capacitou 
extraordinariamente, pela Sua graça, para redirecionar o Seu povo 
à prática da justiça e da santidade, e isto nos faz lembrar de Lutero, 
Juízes 2 20 
 
Calvino, Jonathan Edwards, Spurgeon, e muitos outros, que em suas 
próprias épocas, foram instrumentos nas mãos do Senhor para o 
referido propósito. 
É notável também, que sempre segue a um período de grande 
reforma e retorno à santidade, períodos de apostasias. 
Tal como se deu com Israel, ocorre com a Igreja, e por isso, cada 
época testemunhará acerca daqueles que Deus levantou e 
continuará levantando para avivar o Seu povo. 
Isto indica que o ideal seria que a Igreja permanecesse 
permanentemente avivada e fiel à vontade de Deus. 
Mas como o evangelho opera entre pecadores, e por serem estes 
dados a se desviarem da vontade do Senhor, sempre será 
necessário manter uma postura de reforma, de modo a não se 
experimentar apostasias, que sempre virão, sem falta, se deixamos 
esfriar este espírito de manter as pessoas ocupadas em serem fiéis 
à vontade de Deus. 
Veja o caso de Israel, que enquanto vivia Josué e os anciãos da sua 
geração, o povo andou obedientemente cumprindo a vontade do 
Senhor, especialmente no que se refere à ocupação e conquista de 
Canaã. 
Mas quando uma nova liderança se levantou, e que não tinha o 
mesmo empenho em conduzir o povo nos caminhos de Deus, o 
resultado é o que encontramos no livro de Juízes, que afirma o 
seguinte nos versos 16 a 19: “16 Mas o Senhor suscitou juízes, que 
os livraram da mão dos que os espojavam. 17 Contudo, não deram 
ouvidos nem aos seus juízes, pois se prostituíram após outros 
deuses, e os adoraram; depressa se desviaram do caminho, por 
onde andaram seus pais em obediência aos mandamentos do 
Senhor; não fizeram como eles. 18 Quando o Senhor lhes suscitava 
juízes, ele era com o juiz, e os livrava da mão dos seus inimigos todos 
os dias daquele juiz; porquanto o Senhor se compadecia deles em 
razão do seu gemido por causa dos que os oprimiam e afligiam. 19 
Mas depois da morte do juiz, reincidiam e se corrompiam mais do 
que seus pais, andando após outros deuses, servindo-os e 
 
Juízes 2 21 
 
adorando-os; não abandonavam nenhuma das suas práticas, nem a 
sua obstinação.”. 
E tal é esta obstinação da natureza terrena, do coração carnal, que 
se diz que o povo não deu ouvido aos juízes e se prostituiu após 
outros deuses (v. 17). 
A advertência bíblica para que nos empenhemos com toda 
diligência em confirmar a nossa vocação e eleição, não é de pouca 
monta, porque se refere a uma luta titânica contra um inimigo 
poderoso que é a nossa natureza pecaminosa, que pode ser 
mortificada somente pelo Espírito Santo, mas este trabalho não 
poderá ser realizado se não cooperarmos com a Sua vontade, por 
não nos tornarmos verdadeiramente submissos ao Senhor, e por 
não crermos e não nos dispormos a colocar em prática, todas as 
coisas que nos tem ordenado em Sua Palavra, e especificamente em 
nossa caminhada diária. 
Assim, os cananeus não seriam expulsos por Deus, para que por 
meio deles, provasse a fidelidade de Israel. 
De igual modo o diabo e todos os seus demônios permanecem no 
mundo, não por que isto seja agradável ao Senhor, mas para que 
por meio desta presença, a nossa fidelidade possa ser provada, de 
maneira a permanecermos firmes em fazer a vontade de Deus, em 
meio a todas as tentações que o inferno possa realizar. 
E parece que a missão da Igreja de ser sal e luz do mundo se 
deteriora cada vez mais, permitindo que a luz do evangelho não 
brilhe em todo o seu fulgor e que o sal perca o seu poder de salgar 
e preservar. 
Isto decorre do pecado de os cristãos em serem mundanos, 
ignorando a ordenança bíblica de serem um povo distinto e de não 
amarem o mundo e não tomarem a forma dele, como nos exortam 
especialmente os apóstolos João e Paulo, respectivamente. 
Muitos cristãos não querem ser diferentes do mundo. Ao contrário, 
querem trazer para suas vidas e para dentro da Igreja aquilo que 
não é de Cristo, mas do mundo. 
Pensam erroneamente, que esta será a melhor forma de trazer 
outros à conversão. 
Juízes 2 22 
 
Estamos empenhados numa batalha espiritual de vida ou de morte. 
Na qual operam principados e potestades com toda a fúria 
inimaginável, para permanecerem na posse das almas humanas, as 
quais, para serem resgatadas demandam que primeiro seja 
amarrado o valente que as aprisiona, e este é um trabalho único e 
exclusivo para o Senhor Jesus e o Espírito Santo de Deus, sob a 
atração exercida por Deus Pai para trazer os pecadores em 
submissão a Seu Filho. 
E como isto poderá ocorrer quando os cristãos se tornam 
mundanos? 
Deus usaria Israel caso eles evitassem o pecado dese misturar com 
o pecado das nações pagãs. E não é portanto para se admirar que 
tantas exortações sejam feitas na Sua Palavra neste sentido. 
E para o propósito de desencorajar o Seu povo à mistura com as 
nações de Canaã, Deus acrescentou variadas e grandes ameaças de 
maldições e castigos para os israelitas no caso de serem 
desobedientes a tal ordenança específica. 
Muitas aflições viriam sobre eles, da parte do próprio Deus, caso se 
misturassem com as práticas abomináveis daquelas nações. 
O que acontece com a Igreja de Cristo em nossos dias não é muito 
diferente disso. 
Muitas bênçãos não são alcançadas, e muita correção da parte do 
Senhor sobrevém à Igreja, exatamente por causa deste pecado de 
se assumir a forma do mundo. 
Se, conforme dizer do apóstolo é necessário não se conformar ao 
mundo para que se possa conhecer a boa, agradável e perfeita 
vontade de Deus, então não é difícil de se entender que quando se 
toma a forma do mundo não somente ficamos impossibilitados de 
fazer a vontade de Deus, como até mesmo de conhecê-la, conforme 
se afirma em Rom 12.2. 
Deus quer um povo santo, puro e separado, e este segundo capítulo 
de Juízes nos revela isto de forma muito direta e clara, e este povo, 
é formado na dispensação da graça, por pessoas que se convertem 
das trevas do mundo para a luz de Jesus. 
 
Juízes 2 23 
 
Tudo o que estiver misturado com o mundo, passará debaixo do 
juízo ou da correção do Senhor, porque nada que provém do mundo 
pode ser um canal apropriado para trazer a nós a presença real e 
santa de Jesus. 
Assim, todo ministério mundano não prevalecerá, e ficará 
destituído da graça de Deus. 
Os pastores mundanos não terão qualquer mensagem recebida da 
parte de Deus para ser pregada com poder ao Seu povo. Porque o 
Espírito Santo não se detém onde mora o orgulho e disposições de 
mundano proceder. 
Aquele que não separa o que é vil do que é precioso, não pode ser 
a boca de Deus. 
Deste modo, todos os cristãos que se deixarem seduzir pelos 
prazeres deste mundo estarão áridos, vazios e confusos. 
Serão como o povo de Israel, depois de ter fabricado o bezerro de 
ouro. 
A presença da nuvem de glória entre eles se retirará e o Senhor não 
caminhará mais com eles, até que se arrependam e voltem a viver 
em verdadeira santidade. 
 
Juízes 3 
 
“1 Estas são as nações que o Senhor deixou ficar para, por meio 
delas, provar a Israel, a todos os que não haviam experimentado 
nenhuma das guerras de Canaã; 
2 tão-somente para que as gerações dos filhos de Israel delas 
aprendessem a guerra, pelo menos os que dantes não tinham 
aprendido. 
3 Estas nações eram: cinco chefes dos filisteus, todos os cananeus, 
os sidônios, e os heveus que habitavam no monte Líbano, desde o 
monte Baal-Hermom até a entrada de Hamate. 
4 Estes, pois, deixou ficar, a fim de por eles provar os filhos de Israel, 
para saber se dariam ouvidos aos mandamentos do Senhor, que ele 
tinha ordenado a seus pais por intermédio de Moisés. 
 
Juízes 3 24 
 
5 Habitando, pois, os filhos de Israel entre os cananeus, os heteus, 
os amorreus, os perizeus, os heveus e os jebuseus. 
6 tomaram por mulheres as filhas deles, e deram as suas filhas aos 
filhos dos mesmos, e serviram aos seus deuses. 
7 Assim os filhos de Israel fizeram o que era mau aos olhos do 
Senhor, esquecendo-se do Senhor seu Deus e servindo aos baalins 
e às aserotes. 
8 Pelo que a ira do Senhor se acendeu contra Israel, e ele os vendeu 
na mão de Cusã-Risataim, rei da Mesopotâmia; e os filhos de Israel 
serviram a Cusã-Risataim oito anos. 
9 Mas quando os filhos de Israel clamaram ao Senhor, o Senhor 
suscitou-lhes um libertador, que os livrou: Otniel, filho de Quenaz, 
o irmão mais moço de Calebe. 
10 Veio sobre ele o Espírito do Senhor, e ele julgou a Israel; saiu à 
peleja, e o Senhor lhe entregou Cusã-Risataim, rei da Mesopotâmia, 
contra o qual prevaleceu a sua mão: 
11 Então a terra teve sossego por quarenta anos; e Otniel, filho de 
Quenaz, morreu. 
12 Os filhos de Israel tornaram a fazer o que era mau aos olhos do 
Senhor; então o Senhor fortaleceu a Eglom, rei de Moabe, contra 
Israel, por terem feito o que era mau aos seus olhos. 
13 Eglom, unindo a si os amonitas e os amalequitas, foi e feriu a 
Israel, tomando a cidade das palmeiras. 
14 E os filhos de Israel serviram a Eglom, rei de Moabe, dezoito 
anos. 
15 Mas quando os filhos de Israel clamaram ao Senhor, o Senhor 
suscitou-lhes um libertador, Eúde, filho de Gêra, benjamita, homem 
canhoto. E, por seu intermédio, os filhos de Israel enviaram tributo 
a Eglom, rei de Moabe. 
16 E Eúde fez para si uma espada de dois gumes, de um côvado de 
comprimento, e cingiu-a à coxa direita, por baixo das vestes. 
17 E levou aquele tributo a Eglom, rei de Moabe. Ora, Eglom era 
muito gordo: 
18 Quando Eúde acabou de entregar o tributo, despediu a gente que 
o trouxera. 
Juízes 3 25 
 
19 Ele mesmo, porém, voltou das imagens de escultura que estavam 
ao pé de Gilgal, e disse: Tenho uma palavra para dizer-te em 
segredo, ó rei. Disse o rei: Silêncio! E todos os que lhe assistiam 
saíram da sua presença. 
20 Eúde aproximou-se do rei, que estava sentado a sós no seu 
quarto de verão, e lhe disse: Tenho uma palavra da parte de Deus 
para dizer-te. Ao que o rei se levantou da sua cadeira. 
21 Então Eúde, estendendo a mão esquerda, tirou a espada de 
sobre a coxa direita, e lha cravou no ventre. 
22 O cabo também entrou após a lâmina, e a gordura encerrou a 
lâmina, pois ele não tirou a espada do ventre: 
23 Então Eúde, saindo ao pórtico, cerrou as portas do quarto e as 
trancou. 
24 Tendo ele saído vieram os servos do rei; e olharam, e eis que as 
portas do quarto estavam trancadas. Disseram: Sem dúvida ele está 
aliviando o ventre na privada do seu quarto. 
25 Assim esperaram até ficarem alarmados, mas ainda não abria as 
portas do quarto. Então, tomando a chave, abriram-nas, e eis seu 
senhor estendido morto por terra. 
26 Eúde escapou enquanto eles se demoravam e, tendo passado 
pelas imagens de escultura, chegou a Seirá. 
27 E assim que chegou, tocou a trombeta na região montanhosa de 
Efraim; e os filhos de Israel, com ele à frente, desceram das 
montanhas. 
28 E disse-lhes: Segui-me, porque o Senhor vos entregou nas mãos 
os vossos inimigos, os moabitas. E desceram após ele, tomaram os 
vaus do Jordão contra os moabitas, e não deixaram passar a 
nenhum deles. 
29 E naquela ocasião mataram dos moabitas cerca de dez mil 
homens, todos robustos e valentes; e não escapou nenhum. 
30 Assim foi subjugado Moabe naquele dia debaixo da mão de 
Israel; e a terra teve sossego por oitenta anos. 
31 Depois dele levantou-se Sangar, filho de Anate, que matou 
seiscentos homens dos filisteus com uma aguilhada de bois; ele 
também libertou a Israel.” (Jz 3.1-31). 
 
Juízes 3 26 
 
Os primeiros sete versículos deste capítulo descrevem as nações 
que foram deixadas em Canaã, para que as gerações, que não 
haviam conhecido as batalhas empreendidas nos dias de Josué, 
pudessem ser provadas em sua fidelidade ao Senhor, por não se 
misturarem e por empreenderem as guerras ordenadas por Deus 
contra eles. 
E dentre estas nações que permaneceram em Canaã são citadas as 
cinco cidades confederadas dos filisteus, a saber: Asdode, Gaza, 
Ascalom, Ecron e Gate. 
Três destas cidades haviam sido conquistadas parcialmente, como 
se vê em Jz 1.18, mas ao que tudo indica, os filisteus, com a ajuda 
das outras duas cidades recuperaram a sua posse, vindo a dar muito 
trabalho a Israel, sem serem submetidos, senão apenas nos dias do 
rei Davi. 
Além dos filisteus permaneceram também na posse de seus 
territórios os cananeus, sidônios e heveus, que habitavam ao norte 
e junto ao Mar Mediterrâneo (v. 3). 
Aqueles que os israelitas não expulsaram dos territórios que 
haviam conquistado, permitindo-se habitar com eles, trouxe como 
resultado o que se descreve nos versos 5 a 7: “5 Habitando, pois, os 
filhos de Israel entre os cananeus, os heteus, os amorreus, os 
perizeus, os heveus e os jebuseus. 6 tomarampor mulheres as filhas 
deles, e deram as suas filhas aos filhos dos mesmos, e serviram aos 
seus deuses. 7 Assim os filhos de Israel fizeram o que era mau aos 
olhos do Senhor, esquecendo-se do Senhor seu Deus e servindo aos 
baalins e às aserotes.”. 
Isto demonstra que não foi sem razão que o Senhor insistiu tão 
veementemente com eles, desde os dias de Moisés, mandando que 
se registrasse em Sua Palavra que não deixassem de conquistar 
toda Canaã, exterminando todos os seus habitantes, de modo a se 
prevenirem do que acabou ocorrendo: o se misturarem com eles e 
perderem a identidade de povo santo separado para o Senhor. 
Israel foi preparado por Deus para ser uma nação guerreira. Eles 
combateriam as guerras de Deus contra as nações ímpias de modo 
Juízes 3 27 
 
a revelar ao mundo que há somente um Deus Todo-Poderoso, único 
e verdadeiro, e este é o Deus de Israel, que demanda santidade de 
todas as pessoas do mundo, porque quando Israel vivia santamente 
prevalecia sobre todos os seus inimigos, e quando se entregava à 
idolatria era sujeitado por eles, demonstrando com isto qual é o 
caráter santo do Deus que eles serviam. 
De igual modo a Igreja está destinada a ser um povo guerreira que 
combata o bom combate da fé. 
E as vitórias sobre as forças do inimigo serão alcançadas quando se 
vive em santidade, e em caso contrário, tal como ocorria com Israel, 
ficará sujeita a ser entregue ao inimigo, para destruição da carne, 
quando andar contrariamente com o Senhor, de modo que se revele 
também ao mundo o caráter santo do Deus que servimos, para que 
as pessoas sejam incentivadas a abandonarem o pecado e se 
arrependerem, para viverem de modo santo para Deus, porque esta 
é a única maneira de ser verdadeiramente abençoado por Ele, e de 
ser próspero em todas as coisas, particularmente naquelas que se 
referem a ter sucesso e vitória garantida na batalha contra a carne, 
o diabo e o mundo. 
Como bons soldados de Cristo, os crentes devem estar preparados 
a suportarem dificuldades neste mundo (II Tim 2.3), e para isto 
deverão se equipar com toda a armadura de Deus, com suas armas 
de defesa e de ataque, relacionadas por Paulo no sexto capítulo de 
Efésios. 
Quão rapidamente Israel deixou o caminho do Senhor para se 
envolver com os falsos deuses das nações, com as quais haviam se 
misturado. 
E com que facilidade também se abandona a prática do único e 
verdadeiro evangelho, e da sã doutrina, quando não nos apegamos 
com grande firmeza ao que está revelado na Bíblia e não nos 
aplicamos em meditar na Palavra para conhecer ao Senhor e ao Seu 
caráter, conforme Ele mesmo o revelou a nós na Bíblia. 
A repreensão de Paulo aos Gálatas é aplicável a muitos crentes, em 
toda a história da Igreja: “Estou admirado de que tão depressa 
estejais desertando daquele que vos chamou na graça de Cristo, 
Juízes 3 28 
 
para outro evangelho, o qual não é outro; senão que há alguns que 
vos perturbam e querem perverter o evangelho de Cristo.” (Gál 
1.6,7). E daí a exortação do apóstolo em Heb 2.1: “Por isso convém 
atentarmos mais diligentemente para as coisas que ouvimos, para 
que em tempo algum nos desviemos delas.”. 
Não é porque existem várias heresias no mundo, que seremos 
justificados em nossa possível falta de fidelidade à vontade e 
verdade de Deus, já reveladas de uma vez para sempre na Bíblia, 
porque como vemos no testemunho que a Bíblia dá, é o próprio 
Deus que permite que haja heresias no meio dos crentes para que 
aqueles que são sinceros e fiéis sejam manifestados (I Cor 11.19), 
tal como o Senhor permitiu que aquelas nações permanecessem 
entre os israelitas, para provar por meio delas a fidelidade deles. 
As mulheres israelitas se casaram com os povos idólatras de Canaã, 
e passaram a adorar os seus deuses (v. 6, 7), provocando a ira de 
Deus que os vendeu para castigá-los, por causa dos seus pecados, 
ao rei da Mesopotâmia, Cusã-Risataim, tendo ficado debaixo da sua 
sujeição por oito anos (v. 8). 
Mas quando os israelitas clamaram ao Senhor por livramento, Ele 
levantou a Otniel, o sobrinho de Calebe ao qual dera sua filha em 
casamento, para libertar Israel (v. 9). 
Ele foi capacitado pelo Espírito Santo (v. 10) para a obra que deveria 
realizar, bem como para ser juiz sobre os israelitas. 
Portanto, do mesmo modo que foi permitido por Deus que o rei da 
Mesopotâmia oprimisse os israelitas, também procedeu dEle que 
fossem libertados em razão do seu clamor e arrependimento, tendo 
Otniel prevalecido sobre o rei da Mesopotâmia porque este foi 
entregue por Deus a Otniel, para que pudesse vencê-lo (v. 10). 
E por quarenta anos, Israel teve paz e não foi oprimido por nenhum 
outro inimigo, debaixo da boa liderança de Otniel, que tinha uma fé 
igual à de seu tio Calebe (v. 11). 
Por oito anos os israelitas continuaram em sua idolatria e se 
acomodaram à opressão de Cusã-Risataim, mas vendo eles que não 
podiam prevalecer sobre ele enquanto viviam em seu pecado 
adorando outros deuses, e certamente, dando ouvidos agora 
Juízes 3 29 
 
àqueles que permaneciam fiéis a Deus entre eles, lembrando-lhes 
do pacto que haviam feito com o Senhor através da mediação de 
Moisés, se deixaram convencer da causa da sua ruína e apelaram à 
misericórdia do Senhor para que lhes perdoasse o pecado e os 
libertasse dos seus opressores. 
É digno de destaque o fato de que Otniel esperou a chamada de 
Deus para entrar em cena e começar a operar, liderando os 
israelitas nas ações de guerra contra o rei da Mesopotâmia. 
De igual modo, ainda que muito pese e entristeça ao nosso coração 
fiel, o estado em que se encontra a Igreja de Cristo, tão misturada 
ao mundo, nada poderemos fazer em nossa fidelidade, se não 
formos levantados por Deus, mediante capacitação do Espírito, 
para tirar a Igreja da sua apostasia e trazê-la de volta a um caminhar 
santo e obediente na presença de Deus. 
Se o próprio povo não clamar, nenhum Lutero será levantado. 
Nenhuma reforma se verá. 
O Senhor espera que o Seu povo se arrependa para que possa 
manifestar de novo a plenitude do Seu favor e graça, não apenas 
nos livrando das opressões do inferno, como também concedendo 
que tenhamos vitórias sobre os nossos inimigos espirituais. 
Quando Otniel foi levantado por Deus, ele primeiro julgou Israel, e 
reprovou os israelitas chamando-os a responder pelos seus 
pecados, e foi somente depois de ter efetuado uma reforma, que 
ele saiu para a guerra. 
Esta é a sequência correta que deve seguir toda Igreja, que deseja 
prosperar sendo usada por Deus: Primeiro resolver o problema do 
pecado por um abandono das coisas que provocam a ira do Senhor, 
porque o grande inimigo que deve ser vencido em primeiro lugar é 
o próprio pecado, e uma vez tendo sido feito isto, os inimigos do 
exterior serão vencidos por Deus por maior que seja o seu número 
e poder. 
Não é sem motivo que, por tantas vezes no Novo Testamento, os 
crentes sejam exortados ao dever da vigilância. Vigiar e orar em 
todo o tempo para que não caiam em tentação e não sejam 
vencidos pelo mal. Porque a natureza terrena é dada a se desviar de 
Juízes 3 30 
 
Deus e a vigilância e a oração a manterão debaixo do jugo de Jesus, 
de modo que não tenha liberdade para nos conduzir à prática do 
pecado. 
Foi exatamente por falta de vigilância, depois da morte de Otniel, 
que os israelitas voltaram a fazer o que era mau aos olhos do Senhor 
(v. 12), motivo porque o próprio Deus fortaleceu a Eglom, rei dos 
moabitas, para que pudesse prevalecer contra Israel, para serem 
castigados pelo retorno deles à prática do pecado. 
Tendo o rei de Moabe se coligado aos amonitas e amalequitas 
derrotou Israel e o reduziu à servidão por dezoito anos (v 13,14). 
Foi somente depois de terem ficado debaixo do jugo de Moabe por 
dezoito anos, que os israelitas clamaram a Deus por livramento, 
reconhecendo os seus maus caminhos e necessidade de retornarem 
à prática da Sua Palavra. 
Nossas aflições não têm por propósito nos endurecer ainda mais no 
nosso orgulho e pecado, masjustamente o contrário disto: 
conduzir-nos à humildade e ao arrependimento. 
Contudo, se o arrependimento não ocorrer, a justa destruição da 
carne pelo diabo, para que o espírito seja salvo, será algo que 
sempre se verá na vida de crentes que insistem em permanecer na 
prática deliberada do pecado, em nada se importando com o 
compromisso que têm com Deus, em razão da aliança que fizeram 
com Ele por meio do sangue de Jesus. 
Então, como a própria Bíblia revela e a experiência prática confirma, 
Deus sempre castiga os pecados das pessoas do seu próprio povo 
neste mundo, uma vez que os crentes estão livres da condenação 
eterna, por causa da justificação que alcançaram por meio da fé em 
Cristo. 
Mais uma vez o clamor dos israelitas fez com que Deus levantasse 
um libertador na pessoa de Eúde, que era da tribo de Benjamim (v 
15). 
É interessante o fato de o registro bíblico indicar que ele era 
canhoto, como que a ensinar que quando Deus levanta alguém para 
ser usado por Ele, esta pessoa não precisa estar revestida de todas 
 
Juízes 3 31 
 
as habilidades necessárias, porque Deus mesmo se encarregará de 
provê-las, conforme operação do Espírito Santo. 
Deus usa as coisas desprezíveis e as que não são para que se 
reconheça que toda a glória deve ser tributada tão somente a Ele, 
pelo reconhecimento de que não nós, mas o Seu poder é quem 
realiza todas as coisas. 
E citado no texto que havia imagens de escultura em Gilgal (v. 19, 
26), e sabemos que este foi o local onde Josué levantou pedras em 
testemunho da abertura do rio Jordão, quando eles entraram em 
Canaã, e foi também em Gilgal em que renovaram a aliança com 
Deus, pela circuncisão de todos os israelitas e celebração da páscoa, 
e foi também em Gilgal que o Senhor retirou de sobre eles o 
opróbrio, tendo este local sido escolhido como acampamento de 
Israel, enquanto realizava as campanhas de conquista da terra. 
Tudo isto deve ter servido para aumentar ainda mais a indignação 
de Eúde contra a dominação de Israel, por um povo idólatra, e 
certamente isto pesou para que se decidisse em tirar a vida de 
Eglon, rei de Moabe, e conduzir os israelitas em Efraim a lutarem 
contra os moabitas, tendo sido mortos cerca de dez mil deles pelos 
israelitas (v. 29). 
É dito que estes homens eram robustos e valentes, para que ficasse 
registrado que não foi propriamente pelo próprio poder dos 
israelitas que conseguiram tal façanha, mas pelo braço forte do 
Senhor que era agora com eles. 
O resultado foi o de que Moabe deixou de ser opressor, e foi 
subjugado por Israel (v. 30). 
Assim também ocorre com os crentes, quando se arrependem de 
seus pecados e se consertam com Deus. 
Eles também deixam de ser oprimidos pelos espíritos malignos, e 
ganham autoridade da parte do Senhor sobre eles. 
O ato de Eúde, em nome de Deus, e para Deus, era plenamente 
justificável na dispensação da lei, em que Deus usava o Seu povo 
para se vingar dos Seus inimigos e deles, e para manifestar ao 
mundo a Sua justiça. 
 
Juízes 3 32 
 
Todavia, agora, na dispensação da graça, nenhum fim justificará 
jamais o emprego de meios semelhantes pela Igreja. 
Nenhuma ordem é determinada na Nova Aliança, aos crentes, neste 
sentido. Cristo mandou Pedro embainhar a espada, num ensino a 
todos nós de que não devemos fazê-lo, ainda que se trate do 
inimigo mais vil. 
Este capítulo de Juízes é fechado com a breve citação a Sangar, no 
verso 31, onde se afirma que matou seiscentos homens dos 
filisteus, com uma aguilhada de bois, e que tal como Otniel e Eúde, 
também libertou Israel. (Obs: Aguilhada é o mesmo que aguilhão, e 
consiste numa vara comprida com um ferrão na ponta para se 
tanger com ela os bois). 
 
Juízes 4 
 
Débora, um Exemplo de Grande Fé – Parte 1 
 
Este quarto capítulo de Juízes é introduzido com a citação de que os 
israelitas haviam retornado a fazer o que era mau aos olhos do 
Senhor, depois da morte de Eúde. Não se diz depois da morte de 
Sangar, e daí podemos inferir que este agira contra os filisteus em 
seu próprio território, nos dias em que Eúde julgava a Israel, e deste 
modo, é citado em apenas um versículo do terceiro capitulo de 
Juízes (v. 31). 
Esta nova apostasia de Israel produziu uma nova opressão que veio 
sobre os israelitas e que durou vinte anos, e se diz que foram 
oprimidos cruelmente neste período pelo rei Jabim de Canaã, cujo 
general do seu exército se chamava Sísera, e que tinha sob o seu 
comando novecentos carros de ferro, que foram o motivo alegado 
pelos israelitas desde os dias de Josué, para não empreenderem 
guerra contra os cananeus do vale, por temerem aqueles carros. 
Mas, tendo os israelitas clamado mais uma vez ao Senhor, depois 
de terem sido devidamente instruídos por Débora quanto ao modo 
como deviam caminhar diante de Deus, obedecendo os seus 
mandamentos, pois além de profetiza ela os julgava apontando- 
Juízes 4 33 
 
lhes qual era a vontade de Deus, e qual era o motivo daquela 
opressão que perdurava por vários anos. E isto certamente 
contribuiu grandemente para o arrependimento deles que trouxe 
como consequência uma promessa de livramento da parte do 
Senhor, que veio a Débora, apontando-lhe qual a estratégia de 
guerra que seria usada por Ele para prevalecer sobre o exército de 
Jabim e seus carros de ferro. A profecia afirmava que o Senhor 
atrairia o exército de Sísera ao ribeiro Quisom, com a intenção de 
destruir o exército de Israel que estaria sob o comando de Baraque. 
O texto deste capítulo não revela o modo como Deus inutilizou os 
carros de ferro dos cananeus, mas se pode inferir pelas palavras do 
cântico de vitória de Débora, do capítulo seguinte a este (quinto), 
que Deus fez desabar uma grande tempestade que fez com que o 
ribeiro Quisom transbordasse, tornando deste modo todos aqueles 
carros de ferro inúteis para as ações de guerra. Ao contrário, eles se 
transformaram num peso para os cananeus e serviram para abalar 
a confiança deles que era em grande parte depositada naquelas 
máquinas de guerra. 
Destacamos a seguir trechos do quinto capítulo que denotam o uso 
desta estratégia de Deus para paralisar os carros de Sísera: 
“Ó Senhor, quando saíste de Seir, quando caminhaste desde o 
campo de Edom, a terra estremeceu, os céus gotejaram, sim, as 
nuvens gotejaram águas.” (v 4). 
“Desde os céus pelejaram as estrelas; desde as suas órbitas 
pelejaram contra Sísera.” (v. 20). 
“O ribeiro de Quisom os arrastou, aquele antigo ribeiro, o ribeiro de 
Quisom. Ó minha alma, calcaste aos pés a força.” (v. 21) 
“Então os cascos dos cavalos feriram a terra na fuga precipitada dos 
seus valentes.” (v. 22). 
Israel havia sido desobediente ao mandado de Deus quanto a 
expulsar os cananeus, sem qualquer piedade, e agora estava 
pagando o preço da sua desobediência. De igual modo os cristãos 
quando se deixam arrastar por seus sentimentos e pelas razões do 
seu próprio coração, para estar em jugo desigual com os incrédulos, 
ainda que sabendo que está agindo contra a vontade de Deus, o 
Juízes 4 34 
 
preço a ser pago no final será caro. Há leis espirituais que sempre 
entrarão em ação para os cristãos, que necessariamente não atuam 
no caso dos incrédulos, isto em decorrência de os cristãos estarem 
aliançados com o Senhor e por isso as correções e disciplina da 
aliança sobrevirão sobre eles toda vez que desobedecerem 
expressamente o mandado de Deus, porque são filhos amados e já 
não serão mais condenados eternamente. No caso do ímpio, este 
poderá ter o seu caminho ainda mais alargado, quando pratica a 
iniquidade, porque não é filho, não está debaixo da aliança e do 
compromisso com o Senhor, e sofrerá um maior juízo, porque em 
vista da abundância de bens e de toda a longanimidade de Deus 
para com ele, em vez de se arrepender de seus pecados e emendar 
o seu caminho, isto serviu somente para que se afastasse ainda mais 
do Senhor. Por isso não se deve invejar a prosperidade do ímpio, 
enquanto pratica a iniquidade, porque sofrerá um maior juízo e 
estará sujeito a umacondenação eterna. Veja o caso do próprio 
Israel que foi vendido a seus inimigos, quando deixou de caminhar 
com o Senhor e se voltou para os ídolos! A prosperidade deles 
serviu apenas para afastá-los de Deus, e que prosperidade é esta 
que nos leva a ficar debaixo da opressão dos nossos inimigos? Por 
isso se diz que uma grande fonte de lucro é a piedade, com 
contentamento (I Tim 6.6), e não as riquezas deste mundo que são 
incertas e passageiras. Todo aquele que quiser fazer do dinheiro a 
sua segurança estará construindo sobre a areia e mais cedo ou mais 
tarde sofrerá as consequências de ter colocado as suas esperanças 
no poder que o dinheiro dá, e não em um viver reto na presença do 
Senhor, fazendo dEle, em todo o tempo e circunstância, a 
verdadeira segurança da sua vida. 
Enquanto os israelitas confiavam em si mesmos e sofriam uma dura 
opressão dos cananeus, uma mulher chamada Débora colocava 
toda a sua confiança no Deus de Israel e recebeu bênçãos da parte 
dEle não apenas para si mesma mas para todo o povo de Israel 
porque foi o instrumento usado pelo Senhor para trazer libertação 
a eles. O seu nome Débora significa, no hebraico, abelha, e o caráter 
dela fazia jus ao seu nome, porque ela produziu doçura para os seus 
Juízes 4 35 
 
amigos, e foi um ferrão doloroso para os seus inimigos. Ela tinha 
intimidade com Deus e era usada como Sua boca por ser uma 
profetiza, e era dotada do dom de conhecimento e de sabedoria, de 
modo que atingiu um reconhecimento admirável por parte dos 
israelitas que vinham serem julgados por ela (v. 5), certamente não 
em questões de demandas pessoais contra o próximo, mas para 
saberem o caminho e a vontade do Senhor para suas vidas. E ela os 
concitava a retornarem ao Senhor e abandonar a sua idolatria, que 
estava sendo a causa da dura opressão que toda a nação estava 
recebendo da parte dos cananeus por causa da sua desobediência a 
Deus. É dito que ela os julgava no lugar onde havia uma palmeira, 
que ficou sendo conhecida como a palmeira de Débora, e disto se 
dá testemunho na Palavra porque a palmeira era símbolo da justiça. 
Os julgamentos de Débora deviam reformar a muitos e encorajar os 
magistrados de Israel a colocarem em uso as leis que foram dadas 
por Deus através de Moisés. 
Por ser uma mulher, ela não estava em condições de comandar um 
exército pessoalmente, e por isso nomeou Baraque, da tribo de 
Naftali, seguindo a direção e instrução do Espírito Santo, porque 
através da grande fé de Débora, Baraque seria encorajado a confiar 
que de fato seria possível, sob a provisão de Deus, vencer os 
novecentos carros de ferro dos cananeus. Deus havia associado 
então para aquela empresa a cabeça de Débora às mãos de 
Baraque, de forma que ela não poderia fazer nada sem as mãos de 
Baraque, e este nada poderia fazer sem a cabeça de Débora. Isto é 
ilustrativo da cooperação que deve haver entre os membros do 
corpo de Cristo, no qual o maior e melhor nunca é auto-suficiente, 
pois Deus fez com que os membros do corpo necessitem um do 
outro, para o trabalho que devem realizar para Ele. 
Débora afiançou a Baraque que ele poderia estar confiante, de 
acordo com a palavra dela, e a palavra de Débora, era de fato uma 
palavra de autoridade, porque Deus era com ela em tudo o que 
havia profetizado em nome dele, de modo que alcançou renome em 
Israel ao ponto de muitos virem ter com ela para serem julgados. 
Um ministério confirmado pelo Senhor é uma fonte de bênção para 
Juízes 4 36 
 
muitos porque é legitimado pelo próprio Deus pelos resultados que 
o acompanham, e tal era o caso de Débora. 
O que ela dizia era digno de confiança, de modo que todo um 
exército de dez mil homens sob o comando de Baraque, se colocou 
em ordem de batalha porque sabia que a palavra que aquela mulher 
proferia da parte de Deus era digna de inteiro crédito. 
Em Amós 3.7 nós lemos o seguinte: “Certamente o Senhor Deus não 
fará coisa alguma, sem ter revelado o seu segredo aos seus servos, 
os profetas.”. Se diz aqui de uma certeza de que Deus nada fará sem 
que antes o revele aos seus profetas, e isto tem a ver com o fato de 
que suas grandes ações devem ser preditas para que Ele possa 
receber a glória, o louvor e as ações de graças que Lhe são devidos, 
de modo que suas bênçãos não sejam consideradas como sendo 
obra do acaso. Daí a importância de que haja profetas que sejam 
reconhecidamente pessoas que são a boca de Deus, na Sua igreja, 
de modo que as operações da Sua graça e Seus grandes feitos 
possam ser preditos antes que se cumpram, para que se saiba que 
foi a Sua poderosa mão e não a força do homem que o fez. 
Um profeta verdadeiro não profetiza para alcançar renome, e tendo 
o verdadeiro temor do Senhor, e sabendo a grande 
responsabilidade que é afirmar aquilo que Deus tem realmente 
dito, falará sempre debaixo deste temor, e não ousará proferir 
aquilo que Deus não lhe mandou dizer. E este caráter essencial que 
identifica um verdadeiro profeta de Deus é algo muito precioso e 
raro, porque não são poucos os que são governados pela sua 
própria imaginação e desejo de falarem coisas da parte do Senhor, 
e não é de se estranhar portanto que muito se ouça debaixo do 
nome de Deus, coisas que Ele não falou realmente. 
Mas, no caso de Débora temos uma verdadeira profetiza, cuidadosa 
e criteriosa em todo o seu caminhar, e isto foi comprovado no fato 
de ter sido o instrumento escolhido por Deus para trazer a 
promessa de livramento de Israel depois de vinte longos anos 
debaixo da opressão dos cananeus. 
Se a palavra do Senhor não tivesse sido realmente soado através de 
Débora, dez mil homens de Israel teriam sido horrivelmente 
Juízes 4 37 
 
massacrados pelos novecentos carros de ferro dos cananeus. Quão 
grande responsabilidade havia naquela palavra que foi proferida 
para os israelitas se juntarem em ordem de batalha contra os 
cananeus. E Baraque sabia disto, de modo que não se dispôs a subir 
ao campo de batalha sem que Débora estivesse presente com eles. 
A fé de Baraque não era tão grande ao ponto de receber ele próprio 
tal instrução diretamente da parte de Deus. E ele se moveu baseado 
não numa fé que descobrisse por si mesma qual seria a ação de Deus 
naquela guerra. A fé que descobriu e revelou a vontade de Deu não 
foi a de Baraque que estava se apoiando na palavra proferida por 
Débora. Uma fé forte descobre as coisas relativas à verdade que 
está em Cristo e se apropria tenazmente delas, e jamais se abala ou 
teme, porque sabe que tudo aquilo que a boca do Senhor proferiu 
terá cumprimento cabal. E tal era a fé de Débora. 
 Como a fé de Baraque não era tão forte como a de Débora, ela lhe 
disse que a honra da vitória seria atribuída a ela e não a ele, e isto 
não foi proferido por motivo de vanglória, mas por revelação de 
Deus, pois a mesma Débora disse em complementação a tal 
afirmação que isto se deveria ao fato de o Senhor ter vendido Sísera 
nas mãos de uma mulher (v. 9), como que a dizer que o mérito não 
era sequer propriamente dela, mas de Deus que lhe revelara o que 
iria fazer e a usou com sua grande fé para não somente encorajar o 
exército de Israel, como o seu próprio general, Baraque. Uma 
grande fé sempre será honrada por Deus, de modo que a Baraque 
não foi dada a honra de se gloriar naquela vitória, porque não tinha 
uma fé da qualidade da de Débora por meio da qual pudesse não 
apenas conhecer a vontade de Deus, como também ficar firme, sem 
vacilar até o cumprimento do que lhe foi revelado. 
 
Tanto foi do propósito de Deus que Baraque não fosse honrado, 
apesar de ter dirigido o exército de Israel naquela batalha, que 
Sísera, general do exército dos cananeus foi morto pelas mãos de 
uma outra mulher, Jael, fazendo assim o Senhor uso do vaso mais 
fraco para que toda glória Lhe fosse tributada, como de fato 
convinha que o fosse. 
 
Juízes 4 38 
 
Jael matou a Sísera depois de ter este fugido para onde um dos 
descendentes do sogro de Moisés havia se instalado com sua 
família, dando início a umpovoado, e Jael fazia parte desta família. 
A narrativa do verso 11, aparentemente está solta e deslocada, 
mas, na verdade, foi feita a título de introdução e entendimento das 
ações de Jael que são narradas nos últimos versículos deste 
capítulo. No verso 17 se diz que havia paz entre o rei de Canaã, 
Jabim, e os queneus, de cujo povo Jael fazia parte. E foi por isso que 
Sísera fugiu para lá julgando que seria escondido por eles, de 
Baraque que saiu em sua perseguição. 
Exausto que estava da batalha, e tendo sobrado somente ele dos 
dez mil homens do seu exército, que foram todos mortos pelos 
israelitas, pediu água a Jael, mas esta lhe deu leite a beber, 
contando certamente que isto ajudaria para que ele caísse num 
sono profundo, como de fato ocorreu, e ela pegando uma estaca de 
barraca cravou-a na cabeça de Sísera, pregando-a ao chão. 
E uma vez morto o general do exército dos cananeus e a quase 
totalidade do seu exército, e tendo sido destruídos os carros de 
ferro, o rei de Canaã foi enfraquecido de maneira que se afirma que 
ele veio a ser destruído pelos israelitas, e ao que parece, eles 
baniram aquele reino da face da terra, de maneira que daqui em 
diante não se ouve mais falar em reis de Canaã. 
 
Juízes 5 
 
“1 Mas os filhos de Israel tornaram a fazer o que era mau aos olhos 
do Senhor, depois da morte de Eúde. 
2 E o Senhor os vendeu na mão de Jabim, rei de Canaã, que reinava 
em Hazor; o chefe do seu exército era Sísera, o qual habitava em 
Harosete dos Gentios. 
3 Então os filhos de Israel clamaram ao Senhor, porquanto Jabim 
tinha novecentos carros de ferro, e por vinte anos oprimia 
cruelmente os filhos de Israel. 
 
Juízes 5 39 
 
4 Ora, Débora, profetisa, mulher de Lapidote, julgava a Israel 
naquele tempo. 
5 Ela se assentava debaixo da palmeira de Débora, entre Ramá e 
Betel, na região montanhosa de Efraim; e os filhos de Israel subiam 
a ter com ela para julgamento. 
6 Mandou ela chamar a Baraque, filho de Abinoão, de Quedes-
Naftali, e disse-lhe: Porventura o Senhor Deus de Israel não te 
ordena, dizendo: Vai, e atrai gente ao monte Tabor, e toma contigo 
dez mil homens dos filhos de Naftali e dos filhos de Zebulom; 
7 e atrairei a ti, para o ribeiro de Quisom, Sísera, chefe do exército 
de Jabim; juntamente com os seus carros e com as suas tropas, e to 
entregarei na mão? 
8 Disse-lhe Baraque: Se fores comigo, irei; porém se não fores, não 
irei. 
9 Respondeu ela: Certamente irei contigo; porém não será tua a 
honra desta expedição, pois à mão de uma mulher o Senhor 
venderá a Sísera. Levantou-se, pois, Débora, e foi com Baraque a 
Quedes. 
10 Então Baraque convocou a Zebulom e a Naftali em Quedes, e 
subiram dez mil homens após ele; também Débora subiu com ele. 
11 Ora, Heber, um queneu, se tinha apartado dos queneus, dos 
filhos de Hobabe, sogro de Moisés, e tinha estendido as suas tendas 
até o carvalho de Zaananim, que está junto a Quedes. 
12 Anunciaram a Sísera que Baraque, filho de Abinoão, tinha subido 
ao monte Tabor. 
13 Sísera, pois, ajuntou todos os seus carros, novecentos carros de 
ferro, e todo o povo que estava com ele, desde Harosete dos 
Gentios até o ribeiro de Quisom. 
14 Então disse Débora a Baraque: Levanta-te, porque este é o dia 
em que o Senhor entregou Sísera na tua mão; porventura o Senhor 
não saiu adiante de ti? Baraque, pois, desceu do monte Tabor, e dez 
mil homens após ele. 
15 E o Senhor desbaratou a Sísera, com todos os seus carros e todo 
o seu exército, ao fio da espada, diante de Baraque; e Sísera, 
descendo do seu carro, fugiu a pé. 
Juízes 5 40 
 
16 Mas Baraque perseguiu os carros e o exército, até Harosete dos 
Gentios; e todo o exército de Sísera caiu ao fio da espada; não 
restou um só homem. 
17 Entretanto Sísera fugiu a pé para a tenda de Jael, mulher de 
Heber, o queneu, porquanto havia paz entre Jabim, rei de Hazor, e 
a casa de Heber, o queneu. 
18 Saindo Jael ao encontro de Sísera, disse-lhe: Entra, senhor meu, 
entra aqui; não temas. Ele entrou na sua tenda; e ela o cobriu com 
uma coberta. 
19 Então ele lhe disse: Peço-te que me dês a beber um pouco 
d'água, porque tenho sede. Então ela abriu um odre de leite, e deu-
lhe de beber, e o cobriu. 
20 Disse-lhe ele mais: Põe-te à porta da tenda; e se alguém vier e te 
perguntar: Está aqui algum homem? responderás: Não. 
21 Então Jael, mulher de Heber, tomou uma estaca da tenda e, 
levando um martelo, chegou-se de mansinho a ele e lhe cravou a 
estaca na fonte, de sorte que penetrou na terra; pois ele estava num 
profundo sono e mui cansado. E assim morreu. 
22 E eis que, seguindo Baraque a Sísera, Jael lhe saiu ao encontro e 
disse-lhe: Vem, e mostrar-te-ei o homem a quem procuras. Entrou 
ele na tenda; e eis que Sísera jazia morto, com a estaca na fonte. 
23 Assim Deus naquele dia humilhou a Jabim, rei de Canaã, diante 
dos filhos de Israel. 
24 E a mão dos filhos de Israel prevalecia cada vez mais contra 
Jabim, rei de Canaã, até que o destruíram.” (Jz 4.1-24). 
 
Juízes 6 
 
Débora, um Exemplo de Grande Fé – Parte 2 
 
O quinto capítulo de Juízes contém a canção triunfal que foi 
composta e cantada, na ocasião da vitória gloriosa que Israel obteve 
sobre as forças do rei Jabim de Canaã, e as consequências felizes 
daquela vitória. 
 
Juízes 6 41 
 
Toda vez que é realmente o Senhor quem nos conduz em vitória 
sobre o inimigo, e quando podemos, pelo Seu poder e graça que nos 
são concedidos, quando clamamos a Ele por socorro e livramento, 
esmagar a cabeça da serpente, então a consequência disto sempre 
será sermos movidos pelo Espírito Santo a entoarmos cânticos de 
louvor e gratidão a Deus com grande alegria espiritual em nossos 
corações. 
Esta é uma lei do mundo espiritual que nunca falha, porque nisto o 
Senhor é muito exaltado e glorificado, e Ele sempre o fará para 
testificação espiritual que foi o Seu forte braço que nos trouxe 
livramento, fazendo-nos triunfar sobre as forças do inimigo, que 
dantes nos oprimiam e amedrontavam, e que agora, pelo poderoso 
livramento operado por Deus se tornam como poderes 
inteiramente subjugados aos nossos pés. E isto traz descanso, paz e 
regozijo à alma. E a graça de Jesus se torna para nós como o fruto 
mais doce e valioso que nos satisfaz completamente, ao ponto de 
não necessitarmos de coisa alguma. E foi exatamente isto que os 
israelitas experimentaram depois de o Senhor ter subjugado as 
forças do inimigo diante deles, ao mesmo tempo que se tornava de 
novo favorável a Seu povo restaurando a comunhão com Ele e de 
uns com os outros. 
Não pode haver sossego e paz num espírito verdadeiramente 
temente a Deus enquanto a força do inimigo prevalece sobre o seu 
povo, e será sempre pelo clamor por misericórdia e livramento 
destes, e pela tristeza e pesar em seus espíritos por não estarem 
vendo os planos de Deus prosperando por meio da igreja, que a mão 
do Senhor se moverá para restaurar todas as coisas, pelo derramar 
do Seu Espírito e da Sua graça sobre o Seu povo. E o cristão não pode 
respirar espiritualmente e experimentar a verdadeira vida celestial 
sem ter a aprovação e aceitação de Deus. Se a presença do Senhor 
não vai conosco o resultado imediato disto é que ficaremos à mercê 
dos nossos inimigos espirituais, e estaremos enfraquecidos diante 
deles e temeremos a sua força intimidadora, tal como os israelitas 
se sentiam diante dos carros de ferro dos cananeus. Mas uma vez 
retornando ao favor do Senhor, a situação se inverte, e então nos 
Juízes 6 42 
 
tornamos fortes pela graça e podemos contemplar espiritualmente 
quão fracos e impotentes os nossos inimigos se tornam na presença 
de Deus quando Ele está pelejando por nós. Vale ou não a pena, 
portanto, sempre clamar e se arrepender do pecado para que 
possamos ter Deus agindo como nosso amigo e repreendendo todos 
aqueles que se levantam contra nós? Qual é o sentido que há na 
vida quando a presença do Senhor já não segue conosco por causa 
dos nossos pecados? 
Quando entenderemos que é um dever orar pelos nossos líderes 
para

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