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DISCIPLINA: Estudos latino-americanos: ficção e história TÓPICO 1: A formação das nações latino-americanas DESAFIO A História, como disciplina escolar, tem uma historicidade. No Brasil, a disciplina de História passou a constar nos currículos escolares em 1838, um ano após a criação do Colégio Pedro II. Naquele momento, havia a necessidade de se construir uma identidade, uma história e uma memória do recém-criado Estado. Imagine a seguinte situação hipotética. Você, como professor do Ensino Fundamental, está trabalhando com seus alunos o tema "A formação do Estado e das nacionalidades na América". Após uma explicação sobre o processo no Brasil e nos demais países latino-americanos frente às diferenças na adoção do regime republicano e do regime monárquico, um aluno pergunta: "Mas, professor, qual foi a escolha correta?". O que você responderia para esse aluno, de modo que ele aprimorasse sua compreensão sobre os processos históricos do período em questão? Escreva sua resposta no campo abaixo. PADRÃO DE RESPOSTA ESPERADO A resposta a ser dada ao aluno deve pautar-se em uma explicação sobre a ideia de "certo" ou "errado" na história. Deve-se explicar que esses são julgamentos, e que a postura dos alunos frente ao conhecimento histórico deve ser de compreensão. Isso não impede que eles assumam críticas em relação a tomada de decisões e, até mesmo, julgamentos morais, mas devem entender por que certas decisões foram tomadas e significaram realidades históricas distintas. Trabalhando com a temática da formação do Estado e das nacionalidades na América e estabelecendo uma diferença entre a adoção da monarquia e do republicanismo, pode-se explorar quais pensamentos políticos foram vitoriosos, já que existiam monarquistas na América Latina, e republicanos no Brasil; pode-se trabalhar com as relações mantidas ou rompidas com as antigas metrópoles, ou, até mesmo, como se deu esses processos, se marcados por mais continuidades ou por mais rupturas. Dessa forma, a compreensão dos alunos extrapolaria a noção de "certo" e "errado" e se basearia no horizonte de possibilidades daqueles sujeitos, a partir das experiências disponíveis e das tomadas de decisões realizadas. Buscar a historicidade do ensino de História no Brasil auxilia na compreensão de por que as temáticas de história da América foram negligenciadas pelos currículos escolares. Concluímos, então, que as repúblicas latino-americanas não seriam bons exemplos para o Brasil. 1. No início do século XIX, a elite colonial da América Espanhola deu início ao processo de independência motivada por acontecimentos internos e externos ao continente. Concluídas as emancipações, coube aos novos governantes e aos intelectuais forjarem uma identidade nacional. Sobre a construção das identidades nacionais na América, são feitas as seguintes afirmativas: I – A proposta de Simón Bolívar de panamericanismo enquadra-se na busca por uma unidade na América. II – A unidade na ex-colônia espanhola foi conquistada durante o processo de independência, quando se forjou a noção de “América Latina”. III – A questão étnica na América representou um grande desafio àqueles que buscavam a criação de uma identidade a partir da unidade. Qual(is) afirmativa(s) está(ão) correta(s)? d) As afirmativas I e III. 2. No processo de formação dos Estados e de criação das identidades nacionais na América Latina, diferentes problemas dificultaram a busca por uma unidade administrativa, identitária e política, tanto nos territórios da ex-colônia espanhola na América Central, quanto na América do Sul. A respeito desse assunto, assinale a alternativa correta. a) As maiores dificuldades se encontraram no conflito entre o autonomismo e o centralismo, representados nos conflitos de interesses entre as elites criollas e a força militar e política dos caudilhos. 3. A historiografia sobre as independências, sobre a formação do Estado e sobre a construção da identidade nacional na América Latina foi se transformando desde ao século XIX, incorporando preocupações do presente junto a inovações conceituais, metodológicas e teóricas. Leia o trecho abaixo, escrito pelo historiador José Carlos Chiaramonte: “Segundo um ponto de vista difundido na historiografia latino-americana, os projetos de novos Estados nacionais que se difundiram com a independência implicavam a prévia existência [...] de comunidades conscientes de possuir uma identidade nacional. [...] Trata-se de um ponto de vista equivocado para o caso do Rio da Prata, e que também não nos parece válido para o restante da hispano-américa [...]” (CHIARAMONTE, 1993). Sobre a interpretação de Chiaramonte e o processo de formação das nações no Prata, são feitas as seguintes afirmações: I – A unificação das províncias argentinas sob o domínio de Buenos Aires se deu a partir do convencimento das elites regionais em relação ao benefício econômico de tal centralização. II – Chiaramonte afirma que essa historiografia sobre a independência parte de um pressuposto errôneo: a existência de sentimentos nacionais prévios à emancipação política. III – Não houve maiores problemas na região do Prata para a consolidação do Estado e da nação, pois havia uma uniformidade cultural, étnica e religiosa, garantindo a constituição da identidade platina. Qual(is) afirmativa(s) acima está(ão) correta(s)? d) As afirmativas I e II. 4. O “movimento das nações e das nacionalidades” é um fenômeno característico da modernidade, vinculado à formação dos Estados e à difusão de ideais do romantismo e do liberalismo econômico e social. Em relação às nações e às nacionalidades na América Latina, são feitas as seguintes afirmações. Assinale V para as afirmações verdadeiras e F para as falsas. ( ) Parte da historiografia latino-americana argumentava que o sentimento nacional estava presente antes dos processos de emancipação, tendo orientado as elites coloniais rebeldes. ( ) Ao se depararem com as dificuldades para a centralização política e a formação de uma unidade administrativa e identitária, intelectuais afirmaram que o processo latino-americano tinha desvios e deformações. ( ) Esse debate intelectual não teve consequências concretas para as populações africanas, indígenas e mestiças, que tiveram sua cidadania reconhecida e compuseram as novas nacionalidades. ( ) Embora as elites latino-americanas buscassem referências nos modelos europeus, desprezavam suas influências, porque acreditavam ser um retorno ? subordinação do período colonial. A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é: a) V – V – F – F. 5. Os processos de emancipação política das colônias espanhola e portuguesa na América foram muito próximos cronologicamente, mas seus resultados se diferiram completamente. Analise as seguintes afirmações abaixo sobre esse processo: I – Ambas as independências foram marcadas por conflitos bélicos generalizados, que resultaram na fragmentação política e territorial da América Espanhola e Portuguesa. II – A fragmentação política e o republicanismo eram considerados uma ameaça ao recém independente Estado brasileiro, que procurou forjar sua identidade, negando as repúblicas oriundas da América Espanhola. III – Os principais líderes dos processos independentistas eram de origem popular e revoltaram-se contra a dominação estrangeira, demonstrando nacionalismo, mas foram dominados pela elite colonial. Qual(is) afirmativa(s) está(ão) correta(s)? b) Apenas a afirmativa II. DISCIPLINA: Estudos latino-americanos: ficção e história TÓPICO 2: O fim da escravidão e problemas étnicos DESAFIO Nas diferentes sociedades latino-americanas, a abolição da escravidão não significou uma incorporação dos africanos e dos afro-americanos ao conjunto da cidadania. Se não houve políticas inclusivas, não é possível afirmar que não houve nenhuma política de Estado em relação à população negra latino-americana.Veja o que afirma o sociólogo Karl Monsma (2016, p. 11) sobre essa questão: "Dizer que os libertos foram abandonados à própria sorte seria equivocado, porque em diversos contextos eles foram alvo de um leque de medidas repressivas do Estado — leis antivadiagem, tutelagem, trabalho forçado, criminalização da vida cultural e religiosa e prisões por pequenas violações — desenhadas para forçá-los a aceitarem empregos com salários baixos e impedir lutas coletivas para condições melhores." Hoje em dia, mesmo que muitos Estados latino-americanos tenham aprovado constituições pluriétnicas e outros desenvolvam políticas de ações afirmativas, sabe-se que o racismo segue pautando a violência e o preconceito em relação à população negra. Dessa forma, as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana instituem as bases filosóficas e pedagógicas para uma educação antirracista. Em um dos trechos, o documento afirma ser compromisso dessa prática educativa a "desconstrução, por meio de questionamentos e análises críticas, objetivando eliminar conceitos, ideias, comportamentos veiculados pela ideologia do branqueamento, pelo mito da democracia racial, que tanto mal fazem a negros e brancos" (CNE, 2004). Considerando o exposto, imagine a situação a seguir: Elabore um texto descrevendo de que forma você abordaria a ideologia do branqueamento. PADRÃO DE RESPOSTA ESPERADO A ideologia do branqueamento forjou-se a partir do momento em que se identificou a população branca europeia como sinônimo de civilização e progresso, e sua cultura passou a ser difundida como parâmetro para as demais etnias. Uma forma muito efetiva de trabalhar com esse tema em sala de aula é recuperar sua historicidade, demonstrando aos alunos quando e como esse pensamento se desenvolveu na América e foi apontado como solução para os Estados multiétnicos latino-americanos. Nos dias de hoje, a ideologia do branqueamento ainda pauta os preconceitos em relação à cultura e à religiosidade africana e afro-brasileira. Isso porque há uma tendência, por parte das pessoas brancas, de racializar apenas o outro, ignorando seu pertencimento racial (como raça branca). Dessa forma, a abordagem da ideologia do branqueamento na sala de aula deve evidenciar para os alunos as tentativas históricas da população branca de compreender-se como o "sujeito universal" e a racialização ocorrer somente com o outro (os indígenas e os negros, por exemplo). Como a cultura, os costumes e os hábitos a serem imitados eram os europeus. Esses valores foram universalizados, ignorando as especificidades étnicas de cada um dos componentes das sociedades latino-americanas. 1. A abolição da escravidão na América Latina ocorreu ao longo do século XIX, paralelamente ao processo de formação dos Estados pós-independência e à reorganização das relações econômicas e de trabalho. O Brasil foi um dos últimos Países a extinguir a escravidão e, sobre esse fato, Bernardo Buarque de Hollanda, João Maia e Ynaê Santos (2019, p. 1-2) afirmam: “Durante os anos subsequentes, o Treze de Maio foi comemorado como data máxima da liberdade nacional. Mas, assim como a independência parecia ser uma data velada, num País que mantinha a escravidão, a forma como a Primeira República festejou o Treze de Maio camuflou um sem-número de personagens e tramas que estiveram diretamente relacionados com a assinatura da Lei Áurea, bem como silenciou grande parte das violências e exclusões que marcaram os corpos e vidas de homens e mulheres cingidos pela escravidão.” A partir da leitura do trecho acima e de seu conhecimento sobre o processo de abolição da escravidão na América Latina, assinale a alternativa correta: a) A extinção da escravidão foi resultado da luta de abolicionistas e da resistência de escravizados; após a abolição, a situação da população negra seguiu muito precária. 2. A proibição da escravização dos povos originários ocorreu ainda no século XVI. Já a proibição do tráfico negreiro e a extinção da escravidão ocorreram ao longo do século XIX. Mesmo com a proibição legal, essa forma de trabalho de africanos, afro-brasileiros e indígenas seguiu sendo utilizada. Sobre esse tema, leia as afirmações a seguir: I – A ilegalidade da escravidão contava com a conveniência e a omissão das autoridades, principalmente quanto à impunidade. II – A escravidão africana seguiu sendo empregada após a proibição do tráfico em função da rentabilidade econômica para os grandes latifundiários e mineradores. III – Africanos, afro-brasileiros e indígenas preferiam seguir trabalhando como escravizados, práticas que reproduziam em suas comunidades originárias. Qual(is) afirmativas está(ão) correta(s)? d) Apenas I e II. 3. O sociólogo mexicano Pablo González Casanova criou a expressão colonialismo interno para se referir às práticas empregadas pelas elites latino-americanas no pós-independência em relação às populações de seus próprios Países. Sobre esse conceito e seu emprego para análise da conjuntura do pós-independência, são feitas as seguintes afirmações: ( ) Com o conceito de colonialismo interno, González Casanova procurava evidenciar a continuidade de algumas práticas coloniais, agora empregadas pelas elites nativas. ( ) A ideia de colonialismo interno auxilia na compreensão da reprodução das estruturas econômicas e jurídicas coloniais na organização dos novos Estados. ( ) O conceito de colonialismo interno é utilizado para relativizar a noção de independência, já que os novos Estados permaneceram submissos às antigas metrópoles. ( ) O colonialismo interno é uma categoria que permite compreender as políticas de branqueamento e europeização das sociedades pluriétnicas latino-americanas. Assinale V para as afirmações verdadeiras e F para as afirmações falsas. e) V – V – F – V. 4. Na formação dos Estados pós-independência na América Latina e nos processos de construção da identidade nacional, os caudilhos, orientados por reflexões de intelectuais, desenvolveram políticas públicas visando à uniformização cultural e étnica da sociedade. Sobre essas políticas, assinale a alternativa correta: c) Os caudilhos incentivaram a política imigratória de populações brancas para “branquear” a população, assim como propagavam a cultura europeia como civilizada e orientada para o progresso, devendo ser copiada. 5. As relações étnico-raciais no pós-abolição da América Latina organizaram-se de forma muito conflituosa. Havia não somente uma hierarquização entre as raças, mas também em relação à cidadania. Entre os setores subalternizados, africanos, afro-americanos e indígenas não contavam com os mesmos direitos civis, políticos e sociais. Sobre as relações étnico-raciais na região do Rio da Prata, são feitas as seguintes afirmações: I – Diferentemente dos africanos e dos afro-americanos, os indígenas tinham direito ao voto. II – Os problemas étnico-raciais na região do Prata eram menores, já que a população negra era diminuta e os indígenas haviam sido exterminados. III – Como forma de resistência ao branqueamento da população, os afro-argentinos continuaram se identificando como negros, associando-se e organizando-se. Qual(is) afirmativas está(ão) correta(s)? d) Apenas I e III. DISCIPLINA: Estudos latino-americanos: ficção e história TÓPICO 3: Modernidade e vanguarda artística na América Latina DESAFIO O ensino de História na educação básica pode ser enriquecido com abordagens de movimentos artísticos, assim como o desenvolvimento de atividades interdisciplinares com a disciplina de Artes. Na verdade, arte e história estão intimamente vinculadas, seja na escrita da história, seja nas manifestações culturais humanas ao longo do tempo. Considerando as afirmações de Peter Burke, suponha que você é professor de História das séries finais do Ensino Fundamental e foi convidadopelo professor de Artes para trabalhar, conjuntamente, em sala de aula, sobre o muralismo mexicano, atendendo os parâmetros da Base Nacional Comum Curricular. Sendo assim, qual seria sua contribuição para que os alunos compreendessem a história da Revolução Mexicana por meio da pintura muralista? Explique como você daria essa aula. Escreva sua resposta no campo abaixo: PADRÃO DE RESPOSTA ESPERADO O trabalho com a pintura muralista mexicana em sala de aula permite que sejam abordados tanto a situação econômica, política e social do México pós-revolucionário, como a luta de diferentes grupos em relação aos rumos da revolução. Explorando os murais de Diego Rivera, por exemplo, é possível identificar a luta de camponeses e trabalhadores por melhores condições de trabalho e pela garantia de outros direitos; o papel e a importância dos povos originários na história do México, particularmente, na Revolução Mexicana; e, ainda, compreender os motivos que levaram à encomenda desses murais e os locais em que foram pintados. Assim, é possível explorar temáticas históricas relativas à revolução, mas também à tentativa de disseminar determinado relato sobre o processo revolucionário. Do ponto de vista metodológico, essas aulas podem ser desenvolvidas solicitando que os alunos analisem as imagens (a partir das metodologias específicas de trabalho com fontes imagéticas) por meio de visitas virtuais aos espaços em que esses murais se localizam e, até mesmo, que os alunos produzam um mural em algum espaço da escola, narrando alguns episódios da história da comunidade, do bairro, da cidade ou até mesmo do país. 1. As vanguardas latino-americanas, surgidas nas três primeiras décadas do século XX, modificaram substancialmente a produção artística e cultural da América Latina para além da existência dos movimentos propriamente ditos. Sobre esse movimento artístico-cultural e seu contexto histórico, são feitas as seguintes afirmações: I – As vanguardas latino-americanas surgem em contraposição às transformações econômicas, políticas e sociais; elas defendiam a tradição frente à modernidade. II – No México, a revolução impactou a escolha dos temas, incorporando setores historicamente marginalizados, bem como o sentido da arte, que visava a abranger um público mais amplo. III – As vanguardas latino-americanas eram movimentos de esquerda, que valorizavam elementos nacionalistas, tais como a figura do indígena. Qual(is) afirmação(ões) está(ão) correta(s)? b) Apenas a II. 2. As vanguardas latino-americanas englobaram arquitetos, artistas plásticos, literatos e músicos que traduziram em expressões artísticas as mudanças na América Latina nas primeiras décadas do século XX. Sobre esse movimento, é correto afirmar que: c) foi um movimento heterogêneo, com diferenças internas e externas, mas que procurou explorar elementos nativistas e saudar o “novo”. 3. A Semana de Arte Moderna de 1922 no Brasil foi responsável por apresentar à sociedade novas estéticas. Após o evento, surgiram manifestos de grupos de artistas afirmando quais valores guiariam sua produção. Um desses movimentos foi a Antropofagia que, em seu manifesto, afirmou determinada postura em relação às produções estrangeiras. Sobre o aspecto da Antropofagia, assinale a afirmação correta. a) Os “antropofágicos” questionavam os hábitos de consumo artístico da sociedade brasileira, que geralmente deslumbrava-se com produções estrangeiras e não valorizava os artistas nacionais. 4. O “modernismo”, como foi chamada a vanguarda artística brasileira, teve como ponto de inflexão a realização da Semana de Arte Moderna em 1922, na cidade de São Paulo. Sobre esse evento, são feitas as seguintes afirmações. Assinale com V as afirmações verdadeiras e com F as falsas. ( ) A Semana de Arte Moderna ocorreu em São Paulo em função dos efeitos da “modernização” industrial e urbana, que impactaram diretamente nas artes. ( ) Neste evento, os diferentes artistas propunham uma valorização das correntes estéticas europeias, consideradas mais “avançadas” do que a arte nacional. ( ) A Semana de Arte Moderna teve uma ampla aceitação entre a elite brasileira, de modo que uniformizou a produção artística e literária brasileira. ( ) Após a Semana de Arte Moderna, os modernistas brasileiros empregaram a prática da publicação de revistas e manifestos para disseminar suas ideias e seus valores estéticos e sociais. A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é: d) V – F – F – V. 5. O movimento muralista mexicano é considerado uma das vanguardas artísticas latino-americanas pelo seu caráter inovativo e sua relação com as transformações econômicas, políticas e sociais vivenciadas no México. Sobre esse movimento, são feitas as seguintes afirmações: I – O muralismo encontrou resistências do governo mexicano, que o considerava demasiado conservador para narrar a história do México. II – O movimento muralista surgiu a partir das encomendas realizadas a artistas para contribuírem na consolidação de determinada narrativa sobre a história mexicana por meio das artes. III – Para os muralistas, a arte deveria ter alcance social, ideal que influenciou a estética, o formato e os temas escolhidos por esses pintores. Qual(is) afirmação(ões) está(ão) correta(s)? e) II e III. DISCIPLINA: Estudos latino-americanos: ficção e história TÓPICO 4: Ditaduras na América Latina DESAFIO A temática das ditaduras na América Latina e, mais especificamente, a ditadura civil-militar brasileira constituem um passado difícil de ser abordado nas escolas, por diferentes motivos. O conhecimento histórico presente nos livros didáticos, trazido pelos professores e debatido em sala de aula, pode confrontar-se com memórias individuais e sociais divergentes, instaurando uma disputa de sentidos sobre o passado. Outras vezes, certas opiniões e sensos comuns circulam pela comunidade escolar com caráter de explicação científica, exigindo do professor uma postura de mediação e problematização dessas diferentes memórias e desses diferentes saberes. Você está trabalhando as ditaduras na América Latina com suas turmas de 9º ano. Para tanto, resolveu partir da narrativa presente no livro didático e complementá-la com fontes que corroboram as violações de direitos humanos cometidas pelos aparatos repressivos. Um aluno questiona se você também abordaria o "outro lado", porque, pelo visto, sua opinião era a de que a ditadura foi um episódio ruim. A fala do aluno explicita muitos sensos comuns sobre a história, em geral, e sobre as ditaduras, em particular. Assim, que resposta você daria ao aluno? Que atividade você desenvolveria para desconstruir essa percepção da história e das ditaduras? PADRÃO DE RESPOSTA ESPERADO Primeiramente, é importante explicar ao aluno que a história não deve ser lida a partir de uma lógica binária de "bem" versus "mal" ou de que existem "dois lados". Esta é uma simplificação da forma de compreender a história, que é múltipla. Por exemplo, existiram militares que foram contra a ditadura e membros da esquerda que não apoiaram a luta armada, o que demonstra que esses fenômenos são muito mais complexos. No entanto, o argumento dos "dois lados" é geralmente empregado quando se fala da violência e da violação de direitos humanos. Quando são apontados os crimes cometidos pela ditadura, exige-se que se fale dos crimes "do outro lado". Você pode abordar as ações da guerrilha urbana e rural, mas não pode transmitir para os alunos uma ideia de equiparação entre a violência cometida pelo Estado e a violência cometida por determinados sujeitos ou grupos. Assim, é preciso desnaturalizar a violação dos direitos humanos como forma de segurança, o que é um desafio na sociedade brasileira. Depois, é importante fazer com que os alunos entendam a diferença entre o conhecimento científico e as opiniões. O conhecimento científico é formado por meio de evidências,fatos e interpretações baseadas em preceitos científicos e éticos por parte dos historiadores. Na história, o papel do historiador não é emitir opiniões; ou seja, classificar a ditadura como "boa" ou "ruim" não auxilia na sua compreensão. Você pode chamar a atenção para a ideia de que há pessoas que têm boas memórias sobre o período ditatorial porque se beneficiaram de alguma forma ou então porque guardam uma memória idílica desse passado. Por fim, na qualidade de cidadãos, que compartilham da vida em comunidade, deve-se reforçar que há determinados valores, que fazem das pessoas seres humanos, que são inegociáveis, para abordar os direitos humanos. 1. As ditaduras da América Latina apresentaram semelhanças no funcionamento da repressão, pois estavam sustentadas ideologicamente pela chamada doutrina ou ideologia da segurança nacional. Sobre esse arcabouço ideológico, são feitas as seguintes afirmações: I. A doutrina ou ideologia da “segurança nacional”, ao estipular que o inimigo não era “externo” à América Latina, mas “interno”, legitimava a atuação extrafronteiriça dos aparatos repressivos. II. Em sua definição de “subversão”, que configurava o “inimigo”, a doutrina ou ideologia da “segurança nacional” incorporava desde o opositor político ao militante das guerrilhas de esquerda. III. A doutrina ou ideologia da “segurança nacional” foi uma formulação essencialmente latino-americana, em contraposição aos ensinamentos militares estadunidenses. Qual(is) está(ão) correta(s)? d) Apenas I e II. 2. O Brasil foi a primeira ditadura de segurança nacional implementada no Cone Sul. Em relação ao seu protagonismo na região, são feitas as seguintes afirmações. Assinale V para as afirmações verdadeiras e F para as afirmações falsas. ( ) O Brasil participou ativamente da implementação de outras ditaduras na América do Sul, como na República Dominicana, na Bolívia e no Chile. ( ) O Brasil participou da “Operação Condor”, fornecendo informações e possibilitando a atuação repressiva de forças de segurança estrangeiras em seu território. ( ) As atuações do Brasil em relação aos demais regimes da região se deram no âmbito diplomático, com o respeito à soberania nacional, conforme determinava a OEA. ( ) A participação do Brasil na reconfiguração política da América do Sul foi feita em conflito com os Estados Unidos, que era defensor dos regimes democráticos da região. A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é: d) V – V – F – F. 3. Entre os anos de 1960 e 1970, a Argentina vivenciou dois regimes ditatoriais, com um curto interregno democrático, marcado por uma série de violações aos direitos humanos. Assinale a alternativa que explicita, corretamente, as motivações dos golpes de 1966 e 1976. a) Enquanto o golpe de 1966 foi dado em virtude da conflitividade ante a proscrição do peronismo, ou seja, uma questão interna, o golpe de 1976 implantou um regime com as características de uma ditadura de segurança nacional. 4. A ditadura chilena, implementada por meio do golpe de 11 de setembro de 1973, foi comandada pelo general Augusto Pinochet, que, depois de sair do cargo de presidente, tornou-se senador vitalício. Assinale a alternativa que contém duas especificidades corretas do regime ditatorial no Chile. c) A ditadura foi implementada com a deposição de um governo socialista e, no âmbito econômico, foi um laboratório para as políticas econômicas e sociais neoliberais. 5. Os anos de 1960 e 1970 foram marcados, no Brasil, por intensa produção artística, em diferentes áreas. Em relação a essas manifestações, são feitas as seguintes afirmações: I. A classe artística brasileira não era considerada alvo da repressão, pois suas manifestações ideológicas não tinham peso ante a ditadura. II. O único setor do campo artístico a ser submetido à censura foram os músicos, que deveriam submeter todas as suas composições à avaliação dos censores. III. A prática da censura durante a ditadura tinha um componente político, mas também uma dimensão moral, preservando certos costumes e valores. Qual(is) está(ão) correta(s)? c) Apenas III. DISCIPLINA: Estudos latino-americanos: ficção e história TÓPICO 5: Populismo na América Latina DESAFIO Nas definições de populismo, sejam aquelas elaboradas por cientistas humanos e sociais ou as provenientes do senso comum, a figura da liderança política tem proeminência, o que não significa, no entanto, que todo líder político seja populista. Muitos autores acrescentaram à definição de populismo a necessidade não somente de uma figura de liderança, mas também de uma personalidade carismática, o que permitiria uma identificação das massas com seu líder em questões emocionais. No Brasil, além dessa instrumentalização das emoções com finalidades políticas, se encontram outras formas de governo que extrapolam a ideia de institucionalidade e racionalidade esperadas do Estado: o clientalismo, o patriarcalismo e o personalismo são alguns exemplos, também encontrados em governos populistas. Isso pode gerar, inclusive, um desprezo pelas instituições convencionais de mediação política e uma crença absoluta em apenas um indivíduo. Em outras palavras, esse fenômeno tem uma implicação direta para as formas como a coletividade pensa e efetiva sua cidadania e seus direitos. De que forma esse tema pode ser desenvolvido em sala de aula? Cite um exemplo de atividade que pode ser desenvolvida, por meio do trabalho com conceitos ou com determinadas realidades históricas, para a promoção da cidadania. PADRÃO DE RESPOSTA ESPERADO Para trabalhar com uma noção de cidadania que valorize o protagonismo dos sujeitos na conquista de direitos, é necessário problematizar as figuras paternalistas e personalistas dos governos populistas da primeira metade do século XX na América Latina. Trabalhando com esse tema, é possível desconstruir a ideia de que foram os governantes e o Estado que garantiram direitos civis, políticos e sociais, mas que eles decorreram de décadas de lutas de setores comprometidos com a expansão da cidadania. Não se tratou de benfeitoria de determinados governantes, e sim de conquistas de setores organizados. Dessa forma, o aluno pode compreender que a cidadania implica um engajamento ativo de todas as pessoas, e não uma postura passiva frente ao Estado e à elaboração de políticas públicas. O trabalho com o tema do populismo na América Latina em sala de aula pode ser feito por meio dos conceitos de paternalismo e personalismo. Após a apresentação pelo professor de suas definições ou de uma construção coletiva desse significado, é possível buscar manifestações paternalistas e personalistas na política contemporânea, além de estabelecer, em um debate, semelhanças e diferenças entre essas manifestações e o populismo nos anos 1940 e 1950. Dessa forma, o aluno compreenderá que a cidadania é um exercício contínuo para a garantia e a consolidação de direitos, em uma interação constante com o Estado. 1. Existem muitas controvérsias entre os cientistas humanos e sociais em relação à aplicação do conceito de populismo para a caracterização de certos líderes políticos e seus governos. No entanto, parece haver um consenso entre os pesquisadores latino-americanos em relação à dimensão social desse conceito. Assinale a alternativa correta. b) O populismo latino-americano representou a mobilização das classes populares e trabalhadoras e sua inserção nas lutas políticas. 2. Existem diferenças significativas em relação aos líderes e aos governos populistas na América Latina, já que se tratou de um fenômeno ocorrido com espacialidades e temporalidades distintas. O texto a seguir faz referência a um desses episódios. O governo de ________________ pode ser considerado um exemplo de uma gestão populista no México, ainda marcado pelos desdobramentos da Revolução Mexicana. Em sua gestão, ___________ uma série de reformas,_____________ as/às reivindicações das classes populares e trabalhadoras. Em função dessas medidas, recebeu _____________ dos partidos de esquerda, como o Partido Comunista Mexicano. A alternativa que melhor preenche as lacunas do texto é: e) Lázaro Cárdenas – houve – atendendo – apoio. 3. Ernesto Laclau foi um dos principais teóricos sobre o populismo, desenvolvendo análises que romperam com percepções etapistas e mecanicistas em relação ao processo político-econômico-social da América Latina. Leia o trecho a seguir, retirado de uma de suas obras. “O populismo surge historicamente ligado a uma crise do discurso ideológico dominante que é, por sua vez, parte de uma crise social mais geral [...] uma crise particularmente grave no bloco de poder, que leva uma de suas frações a tentar estabelecer sua hegemonia [por meio] da mobilização das massas [...]” (LACLAU, 1979, p. 182-183). Em relação à crise social a qual o autor se refere, podemos dizer que se trata: a) de uma crise vinculada ao alijamento dos setores populares da luta política. 4. As primeiras formulações teóricas elaboradas sobre o populismo latino-americano foram elaboradas na década de 1950 e, posteriormente, receberam algumas críticas, baseadas nas premissas das quais partiam para compreender o fenômeno na América Latina. Sobre essa questão historiográfica, são feitas as afirmações a seguir. I. As críticas às primeiras formulações sobre o populismo residiam em seu caráter evolucionista, que considerava o populismo como um desvio na construção da democracia. II. As teorias desenvolvidas nos anos 1950 tinham como modelos as formações político-sociais europeia e estadunidense, o que, inevitavelmente, faziam com que as realidades latino-americanas fossem vistas como degeneradas. III. A partir das críticas recebidas nas décadas seguintes, autores das Ciências Humanas e Sociais abandonaram progressivamente o conceito de populismo, porque acreditavam que se tratava mais de um adjetivo do que uma palavra com potencial explicativo. Qual(is) afirmativa(s) está(ão) correta(s)? d) I e II. 5. Dependendo dos seus usos, a palavra populismo pode ser um adjetivo utilizado para desqualificar um oponente político ou um conceito que faz referência a certas lideranças e governos da primeira metade do século XX. Sobre o populismo, são feitas as afirmações a seguir. Assinale com (V) as verdadeiras e com (F) as falsas. ( ) O populismo se dissocia dos processos de industrialização, migrações e urbanização das grandes cidades. ( ) O populismo é um fenômeno diretamente relacionado com a política de massas, vinculado à modernidade. ( ) Os governos populistas eram reformistas e atenderam a todas as reivindicações das classes populares e trabalhadoras como forma de permanecer no poder. ( ) Embora houvesse uma mediação de interesses antagônicos por parte dos governos populistas, isso não implica uma percepção de passividade em relação à agência dos grupos subalternos. A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é: b) F – V – F – V. DISCIPLINA: Estudos latino-americanos: ficção e história TÓPICO 6: A redemocratização na América Latina DESAFIO Um tema importante desse período são as Ausências, provocadas pela ditadura militar no Brasil e que se sucederam após os processos de redemocratização. Durante as ditaduras da América Latina, milhares de pessoas desapareceram. Muitas delas nunca foram encontradas. Veja um projeto do fotógrafo argentino Gustavo Germano que tratou desse tema. Você deve propor para seus alunos que recriem a exposição Ausências, com os recursos que eles têm e as limitações da idade, porém dialogando com a exposição e o sentido dela. Os alunos terão uma aula no Laboratório de Informática e acessarão, sob a sua supervisão, o site Memórias da ditadura (2020). Nesse site, há uma galeria com os nomes e as fotografias dos mortos e dos desaparecidos na ditadura militar brasileira. A partir da aula expositiva e da experiência no Laboratório de Informática, vocês devem recriar a exposição Ausências na escola. Descreva como o projeto ocorreria. PADRÃO DE RESPOSTA ESPERADO Foi realizada uma exposição nos corredores da escola com algumas fotografias e depoimentos escolhidos do site Memórias da ditadura sobre os mortos e os desaparecidos, no período de 1964 a 1985. Com a temática das Ausências, foi possível trabalhar uma linha do tempo das vítimas selecionadas e demarcar como essa linha foi interrompida pela ditadura. Para realizar a exposição, os alunos usaram as imagens do site Memórias da ditadura e alguns fizeram caricaturas, outros inseriram pequenas histórias, para contar como essas ausências são sentidas pelos familiares e pela sociedade. 1. "O reconhecimento e a proteção dos Direitos Humanos estão na base das Constituições democráticas modernas. A paz [...] é o pressuposto necessário para o reconhecimento e a efetiva proteção dos direitos do homem em cada Estado e no sistema internacional. [...] Direitos do homem, democracia e paz são três momentos necessários do mesmo movimento histórico: sem direitos do homem reconhecidos e protegidos, não há democracia; sem democracia, não existem as condições mínimas para a solução pacífica dos conflitos" (BOBBIO, ano 1992, p. 01). Durante a ditadura na Argentina (1976-1983), um importante movimento de Direitos Humanos se iniciou no país. Ativo ainda nos dias atuais, fez com que corpos de diversos desaparecidos fossem localizados. Encontrou, ainda, crianças que foram entregues para adoção sem conhecimento de seus familiares no período. Qual o nome desse movimento? b) Movimento das Mães e das Avós da Praça de Maio. 2. "Eram anos de Guerra Fria entre os aliados dos Estados Unidos e da União Soviética, mas surgiam esperanças de alternativas libertadoras no Terceiro Mundo, inclusive no Brasil, que vivia um processo acelerado de urbanização e modernização da sociedade. Naquele contexto, certos partidos e movimentos de esquerda, seus intelectuais e artistas valorizavam a ação para mudar a história, para construir o homem novo, nos termos de Marx e Che Guevara" (RIDENTI, 2001, p. 13, grifos do autor). Sobre as principais características das ditaduras militares da América Latina, está correto o que se afirma em: c) uso expressivo da tortura, presença de esquadrões da morte, desaparecimentos e internacionalização do sistema repressivo. 3. Entre 1950 e 1990, praticamente todos os países, em algum momento, estiveram em um golpe de Estado e um regime militar. Considere as alternativas a seguir e marque a que melhor explicita o contexto geopolítico das ditaduras que ocorreram na segunda metade do século XX na América Latina. a) O contexto internacional era o da Guerra Fria e da divisão do mundo entre os socialistas (liderados pela União Soviética e os anticomunistas (apoiados e liderados pelos Estados Unidos). 4. O modelo de transição das ditaduras para o período de redemocratização no Brasil e nos demais países do Cone Sul foi de uma transição conservadora. O que significa esse modelo de transição? Não houve uma ruptura drástica com os regimes ditatoriais militares, mas uma transição gradual em que muitos torturadores e violadores dos Direitos Humanos foram anistiados. 5. "A década de 1980 foi uma época de transição econômica e política no mundo e no Brasil. Nesse período, o impacto das tensões acumuladas com o fim do crescimento acelerado do pós-guerra, como resultado das crises da década de 1970, provocou uma onda de choque que alterou o cenário econômico e político nos países desenvolvidos, nas economias socialistas do Leste Europeu e China e, é claro, provocou também efeitos profundos na imensa periferia mundial" (PRADO; LEOPOLDI, 2018, p. 75). Sobre o cenário econômico do Brasil na década de 1980, no pós-ditatura militar e no período de redemocratização, está correto o que se afirma em: d) oBrasil tinha uma dívida externa monstruosa com o FMI, uma inflação descontrolada e uma grave crise econômica. DISCIPLINA: Estudos latino-americanos: ficção e história TÓPICO 7: Globalização e movimentos sociais na América Latina DESAFIO No ano de 2001, diversos movimentos sociais de todo o mundo, especialmente da América Latina, realizaram em Porto Alegre, no Estado do Rio Grande do Sul, o Fórum Social Mundial, que tinha como seu principal slogan a frase um outro mundo é possível (SGUISSARDI, 2001). O evento tinha como objetivo apresentar alternativas para um mundo globalizado, onde os interesses econômicos de poucos grupos não se sobrepusessem às necessidades de bilhões de seres humanos. Diversas pautas foram discutidas: acesso à água potável, alimentação, direitos das mulheres, racismo, desigualdade, etc. O entendimento era de que o mundo globalizado tinha condições de resolver a maior parte dos seus problemas, porém faltava interesse dos detentores do poder econômico. Você está participando de um fórum semelhante, como representante dos professores de História. Para isso, é preciso preparar uma apresentação que forneça subsídios para os movimentos sociais que lutam pelos direitos dos negros. O seu desafio é apontar três aspectos históricos que contribuem para o racismo e para a desigualdade entre negros e brancos nas sociedades atuais, de forma que os movimentos sociais possam embasar sua luta nesses tópicos e reforçar a ideia de que vidas negras importam. PADRÃO DE RESPOSTA ESPERADO Em primeiro lugar, é preciso determinar que a escravidão africana nas Américas durou quase quatro séculos. Dessa forma, o trabalho braçal e a cor da pele negra foram associados, criando raízes profundas nas sociedades que foram escravistas no passado. Essa é uma das principais fontes do racismo atualmente, pois os negros, frequentemente, são vistos como incapazes — ou menos que os brancos — de assumirem trabalhos intelectuais. Como segundo ponto, pode-se apontar o fato de que ao término da escravidão não houve nenhum tipo de política compensatória ou de inclusão para os ex-escravos. Isso gerou uma grande distorção nas sociedades de passado escravista, pois a dinâmica da reprodução social manteve os negros em situação marginalizada. Eis a importância das cotas nesse contexto, como forma de incluir os negros em locais onde eles estiveram historicamente ausentes. Por fim, o racismo estrutural existente nas sociedades escravagistas, como Estados Unidos e Brasil, além de vedar o acesso dos negros a posições mais proeminentes, ainda os coloca sob constante suspeição. O simples fato da cor da pele automaticamente pode incriminar um indivíduo. É dessa forma que a polícia apresenta, com frequência, diferentes abordagens em relação a pessoas brancas e pessoas negras. Essas últimas acabam sendo muito mais vitimadas não só pela violência urbana em geral, mas também pela violência policial, especificamente. 1. A globalização, embora seja um fenômeno de alcance mundial, tem suas origens bem definidas na Europa, remontando até mesmo ao período das grandes descobertas. Portanto, trata-se, essencialmente, de um processo europeu, que envolve a interligação desse continente com as mais distantes partes do globo, promovendo o espalhamento de sua cultura, seus princípios econômicos e suas políticas. No século XX, os Estados Unidos também se tornaram um dos agentes mais importantes no contexto da globalização. Considerando esse cenário, em que se aponta o papel dos Países centrais do capitalismo no processo de globalização, como pode-se definir a inserção da América Latina nesse mesmo processo? a) Posição subalterna, na qual é mais influenciada do que influencia. 2. Milton Santos (2003) foi um dos pensadores mais importantes no que diz respeito ao tema da globalização. Partindo de uma perspectiva latino-americana, o autor elaborou trabalhos em que buscou escapar do pensamento eurocêntrico ou estadunidense para criar, de acordo com as condições concretas da América Latina, formas regionais de se entender o fenômeno. Tendo em vista essa perspectiva latino-americana de compreensão da globalização, em que o autor destaca a superioridade técnica dos Países desenvolvidos como forma de dominação, qual outro aspecto é identificado por Santos como central para a manutenção do poder dessas nações em um mundo globalizado? c) Controle dos processos informacionais. 3. Em 1959, um pequeno grupo de guerrilheiros derrubou a ditadura de Fulgencio Batista, em Cuba, iniciando uma forma de governo socialista que resiste até os dias atuais no País. Enquanto a maior parte dos movimentos revolucionários latino-americanos tinham um perfil operário e marxista, os cubanos liderados por Fidel Castro, além de não serem inicialmente marxistas, pertenciam — em sua maioria — a outros estratos sociais. Considerando esse breve perfil social dos agentes que fizeram a Revolução Cubana, como a historiografia situa socialmente aquele grupo de revolucionários? e) Membros da pequena burguesia. 4. Os movimentos sociais, em geral, são organizações populares que procuram corrigir distorções ou injustiças que o Estado não é capaz ou não tem interesse em resolver. A questão indígena, a reforma agrária e a ausência de democracia são alguns exemplos de pautas que podem ser assumidas por movimentos sociais. Os contextos econômicos e políticos sempre terão alguma influência sobre a criação de tais movimentos. Na década de 1990, por exemplo, surgiram, em diversos Países da América Latina, movimentos que lutam por moradia. Considerando o contexto geral da época, em que transformações importantes no mundo e na região ocorriam, quais as relações existentes entre a questão da moradia e a globalização? d) Na década de 1990, período de aceleração da globalização, os Países latino-americanos adotaram políticas neoliberais que geraram desemprego, agravando o problema da falta de moradias. 5. Dois autores de referência nos estudos sobre a revolução são Hannah Arendt e Florestan Fernandes, embora apresentem perspectivas muito diferentes sobre o objeto. Para Arendt, a revolução deve ser entendida como a luta pela liberdade contra a tirania. Já para Fernandes, é necessário considerar o tema da igualdade, pois a liberdade em si pode não promover a igualdade entre os seres humanos. Mesmo considerando o posicionamento divergente dos dois pensadores, qual a convergência que se pode identificar no trabalho de ambos sobre a revolução? b) Para ambos, a revolução envolve a troca do poder entre classes.
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