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Artrite Gotosa (Gota) • Uma das mais antigas doenças descritas pela humanidade. É considerada crônica e progressiva, podendo causar sérias deformidades articulares e invalidez se não tratada corretamente. A gota é uma alteração metabólica das proteínas Introdução • A gota é uma alteração metabólica das proteínas (purinas) que leva ao aumento do ácido úrico no sangue (hiperuricemia). • Este aumento na concentração de ácido úrico pode provocar a formação de minúsculos cristais de urato que se depositam nos tecidos, principalmente nas articulações. • O depósito de cristais nos tecidos forma nódulos inflamatórios e dolorosos. • Nas articulações provoca episódios recorrentes de inflamação e nos rins pode formar cálculos. Introdução • Essa alteração metabólica pode ser considerada de causa primária (genética e hereditária) ou secundária, induzida por outras doenças, drogas ou medicamentos. • Quando todos os componentes da doença se manifestam, podemos encontrar: o Ataques recorrentes de artrite aguda, o Aumento do ácido úrico sérico, Introdução o Aumento do ácido úrico sérico, o Depósitos de urato de sódio, principalmente nas articulações de extremidades, podendo ocasionar deformidades importantes, o Doença renal, que envolve glomérulo, túbulos e tecidos intersticiais, além de cálculos urinários de ácido úrico. • Doença de homens, adultos, que raramente afeta as mulheres. Raro também em crianças pré-puberais. • Incomum antes da 3ª década de vida e tem seu pico de incidência após os 50 anos. Epidemiologia • Clima: principalmente nas zonas temperadas. • Concentração normal de ácido úrico: varia com a idade e sexo. o Crianças (ambos os sexos): 3 a 4 mg/100ml; o Adolescentes (masculino): ↑ de 1 a 2 mg/100ml; o Mulheres (pós menopausa): ↑ de 1 a 2 mg/100ml. • Níveis normais no indivíduo adulto: ↓ de 7 mg/100ml. • Variantes: o Medicamentos em excesso: pode levar ao déficit de excreção do ácido úrico pelos rins. Epidemiologia excreção do ácido úrico pelos rins. o Peso corporal: peso excessivo significa alimentação inadequada e também há mais tecido a ser metabolizado pelos rins e que vai levar à concentração maior do ácido úrico. o Alimentação: alimentos ricos em purinas podem causar ou piorar o quadro de hiperuricemia e da gota. • Níveis normais no indivíduo adulto: ↓ de 7 mg/100ml. • Variantes: o Ingesta de álcool: especialmente as bebidas fermentadas, que são ricas em purinas, podem Epidemiologia fermentadas, que são ricas em purinas, podem aumentar o ácido úrico e também o álcool interfere na função renal. o Hipertensão arterial: pode piorar a função dos rins, levando a insuficiência renal. o Anemia hemolítica e câncer: doenças em que a enzima que auxilia no controle do ácido úrico pode estar ausente ou em quantidades baixas. • Articulação metatarsofalangeana: Nesse local a artrite denomina-se podagra. É a localização mais típica da gota envolvida em 50% dos casos na crise inicial e em 90% dos portadores de gota no evoluir da doença. Manifestações Clínicas • MMII: Joelhos, tornozelos e tarso, interfalangeanas e outras metatarsofalangeanas. Manifestações Clínicas • MMSS: Cotovelos, punhos, interfalangeanas e metacarpofalangeanas.. Manifestações Clínicas • Distingue-se em quatro diferentes estágios: o Hiperuricemia Assintomática: • Ácido úrico elevado, porém sem fenômemos articulares, tofos e/ou cálculos renais evidentes; Classificação articulares, tofos e/ou cálculos renais evidentes; • Início na puberdade e término no primeiro ataque de artrite; • Em média, um ataque de gota aparece após 20-30 anos de hiperuricemia mantida; • Em 10% dos casos pode existir uma história prévia de cálculo urinário. • Distingue-se em quatro diferentes estágios: o Artrite Gotosa Aguda: • Forma mais típica de manifestação; Classificação • Crise de artrite aguda, monoarticular, extremamente dolorosa; • Em 50% dos casos o primeiro ataque ocorre na 1ª articulação metatarsofalangeana; • Outras articulações também afetadas: tornozelos, joelhos, dedos, punhos e cotovelos; • Distingue-se em quatro diferentes estágios: o Artrite Gotosa Aguda: • Em geral, ocorre um processo inflamatório intenso; Classificação • Na maioria das vezes, sem sinais premonitórios; • Ataques preferencialmente à noite; • Dores fortes, acompanhadas de calafrios e febre; • Pode ser desencadeada por agentes precipitantes: traumas, ingestão de álcool, medicamentos, cirurgias, radiação, hemorragias, etc; • Distingue-se em quatro diferentes estágios: o Artrite Gotosa Aguda: • Ataques: desaparecem de 03 a 10 dias, mesmo sem tratamento; Classificação sem tratamento; • Após a melhora, a pele sobre a articulação afetada descama e o indivíduo pode entrar num período totalmente assintomático, até o próximo ataque; • À medida que a doença evolui, os ataques tendem a se repetir cada vez mais precocemente, serem mais duradouros e afetaram outras articulações. • Distingue-se em quatro diferentes estágios: o Artrite Gotosa Aguda: • Articulações periféricas à ↓ temperaturas; Classificação • Repouso: reabsorção mais rápida de água na articulação, favorecendo uma maior concentração do ácido úrico no local, explicando o fato de muitas vezes as crises aguda da doença ocorrerem durante a madrugada. • Distingue-se em quatro diferentes estágios: o Artrite Gotosa Aguda: Classificação • Distingue-se em quatro diferentes estágios: o Gota Intercrítica: • Corresponde aos intervalos entre as crises agudas de gota, nas quais o paciente não têm sintomas; Classificação de gota, nas quais o paciente não têm sintomas; • O diagnóstico de gota nessa situação é difícil e se baseia na história passada de artrite; • A aspiração do líquido sinovial, nessa circunstância, pode demonstrar o achado de cristais de monourato de sódio extracelular; • Distingue-se em quatro diferentes estágios: o Gota Tofácea Crônica: • Depósito de cristais de monourato de sódio em cartilagens, membranas sinoviais, tendões e Classificação cartilagens, membranas sinoviais, tendões e articulações è Tofos. • Às vezes pode ser difícil a diferenciação entre tofos e nódulos reumatóides, principalmente porque a forma poliarticular da gota pode simular a AR. • Eventualmente os tofos se ulceram, podendo ocorrer infecções secundárias. • Distingue-se em quatro diferentes estágios: o Gota Tofácea Crônica: • Não existe involução espontânea dos tofos, sendo necessário o tratamento da hiperuricemia. Classificação necessário o tratamento da hiperuricemia. • Podem ser encontrados também em órgãos internos: miocárdio, válvula mitral, tecidos do olho, laringe, etc. • É interessante notar que, à medida que a doença se torna crônica e tofácea, os ataques articulares agudos são mais raros e mais suaves, podendo vir a desaparecer totalmente. • Distingue-se em quatro diferentes estágios: o Gota Tofácea Crônica: • O intervalo entre o primeiro surto e o surgimento de tofos é variável. Porém, em média é de 11 anos. Classificação tofos é variável. Porém, em média é de 11 anos. • Antes da terapêutica, 50 a 70% dos pacientes desenvolviam tofos, cifra que caiu para 15% após a introdução do tratamento específico com uricoredutores. • História sugestiva: episódio de monoartrites sucessivas, podagra, sexo masculino, acima dos 40 anos, história familiar de gota são elementos que surgerem fortemente o diagnóstico; Hiperuricemia; Diagnóstico • Hiperuricemia; • Achado de cristais de monourato de sódio em tofos, líquido sinovial e sinóvia; • Quadro radiológico sugestivo: • Artrite Séptica: Na primeira crise é fundamental punção articular para descarte de processo infeccioso que também manifesta- se como monoartrite aguda. Diagnóstico Diferencial • Artrite Reumatóide: Nesta o processo inflamatório é poliarticular, simétrico e crônico. Mais freqüente em mulheres. • Artropatias Soronegativas: Também apresentam sinovite crônica, via de regra poliarticular e com envolvimento freqüente da coluna. • Ácido úricosérico maior que 7 mg/100 ml. Embora, existam raros casos de portadores de gota com uricemia normal; • Provas de atividade inflamatória: hemossedimentação, mucoproteina, proteina C reativa podem se elevar na fase Achados Laboratoriais mucoproteina, proteina C reativa podem se elevar na fase aguda; • Hemograma: pode ocorrer leucocitose na fase aguda; • Excreção de ácido úrico (uricosúria): realizado em urina de 24 horas. • Glicemia, colesterol e triglicérides: podem estar alterados no paciente com gota. • Líquido sinovial: presença de cristais de monourato de sódio extra e intracelulares; Achados Laboratoriais • Anátomo patológico: presença de granulomas envolvendo massas de cristais de urato em tofos e articulações comprometidas. • Crise Aguda: o Tratada com agentes analgésicos, antiinflamatórios e corticóides. o Evita-se tomar aspirina, pois ela pode exercer Tratamento o Evita-se tomar aspirina, pois ela pode exercer influência sobre o ácido úrico, agravando os sintomas. o Uma vez resolvido o episódio agudo, uma série de medidas podem ser tomadas para prevenir a recorrência: • Redução de peso; • Evitar fatores precipitantes; • Uso profilático de medicação hipouricemiante. • Medidas Dietéticas: o Alto teor de purina: frutos do mar, vísceras de animais, carne de aves, fermento, etc. o Médio teor de purina: carne de gado, coelho, galinha e Tratamento o Médio teor de purina: carne de gado, coelho, galinha e porco; presunto, lentilhas, espinafre, congumelos, etc. o Baixo teor de purina: café, sucos, chocolate, chás, margarina, manteiga, pão, cereais, queijos, ovos, leite e seus derivados. Obs. Restrição dietética rígida é importante para os pacientes com gota severa, tofácea e/ou com insuficiência renal crônica. • Fisioterapia: o Analgesia; o Termoterapia; Tratamento Termoterapia; o Mobilização passiva das articulações afetadas; o Alongamento muscular; o Hidroterapia; o Massoterapia.
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