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Giardíase e amebíase

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Giardíase e Amebíase 
Mileidy Rocha 
 
ESTUDO DIRIGIDO – GIARDÍASE E AMEBÍASE 
 
1) Por que a Giardíase é considerada uma zoonose? 
 
Zoonose é uma doença infecciosa capaz de ser naturalmente transmitida entre outros animais 
e os seres humanos. Nesse contexto, como a Giardia possui a habilidade de infectar o homem 
e uma diversidade de animais domésticos e silvestres é considerado o papel da transmissão 
zoonótica na disseminação desse parasito. 
 
2) Qual é o agente etiológico da Amebíase? 
 
O agente etiológico da amebíase é a Entamoeba histolytica. 
 
 
3) Caracterize as formas evolutivas presentes nos ciclos de vida da Giardia lamblia e 
da Entamoeba histolytica. 
 
Giardia lamblia – parasito monoxeno de ciclo biológico direto em que apresenta as seguintes 
formas evolutivas: trofozoítos (encontrados no intestino delgado, é a forma responsável pelas 
manifestações clínicas da infecção. Possui formato piriforme, simetria bilateral, possui 4 
flagelos) e cistos (forma responsável pela transmissão do parasito, é oval ou elipsoide, 
apresenta uma parede externa glicoproteica denominada parede cística que permite aos 
cistos resistência à diversas variações como a temperatura, umidade e ação de produtos 
químicos desinfetantes). 
 
Entamoeba histolytica - Possui cistos com quatro núcleos. Suas fases evolutivas são: 
- Trofozoítos – Geralmente possuem um só núcleo, bem nítido nas formas coradas e pouco 
visível nas formas vivas. Examinado a fresco, apresenta-se plemórfico, ativo, alongado, com 
emissão contínua e rápida de pseudópodes, grossos e hialinos, costuma imprimir movimentação 
direcional. Quando fixado e corado pela hematoxilina férrica, apresenta diferenças entre 
ecto e endoplasma; o núcleo é bem visível e destacado, geralmente esférico. A membrana 
nuclear é bastante delgada e a cromatina justaposta internamente a ela é formada por 
pequenos grânulos, uniformes no tamanho e na distribuição, dando ao núcleo um aspecto de 
anel. 
 
- Pré-cisto – É uma fase intermediária entre o trofozoíto e o cisto. É oval ou ligeiramente 
arredondado, menor que o trofozoíto. O núcleo é semelhante ao do trofozoíto. No citoplasma 
podem ser vistos corpos cromatoides, em forma de bastonetes, com pontas arredondadas. 
 
- Metacistos - É uma forma multinucleada que emerge do cisto no intestino delgado, onde 
sofre divisões, dando origem aos trofozoítos. 
 
- Cistos – São esféricos ou ovais. Em preparações sem coloração ou a fresco, eles aparecem 
como corpúsculos hialinos, claros, às vezes de coloração palha, com as paredes refringentes. 
Os núcleos são pouco visíveis. Quando corados pelo lugol ou pela hematoxilina férrica, os 
núcleos tomam-se bem visíveis e variam de um a quatro, tomando a cor castanho-escuro; a 
membrana nuclear é mais escura devido ao revestimento da cromatina, que é um pouco 
refringente; o cariossoma é pequeno, situado no centro do núcleo, se cora também de 
marrom-escuro ou negro. Os corpos cromatoides, quando presentes nos cistos, têm a forma 
de bastonetes, com pontas arredondadas. As vezes apresentam-se como massas de formas 
regulares; seu número é variável, mas, em geral, de um a quatro. Encontramos também no 
citoplasma dos cistos regiões que se coram de castanho pelo lugol: são as reservas de 
glicogênio, também chamadas “vacúolos de glicogênio”. 
 
 
4) Qual é o mecanismo de transmissão da Giardíase e da Amebíase? 
 
Giardíase - Os cistos são as formas infectantes para o homem e já para os animais a 
transmissão ocorre por via fecal-oral. A grande maioria das infecções por esse parasito 
ocorre por meio da ingestão de cistos presentes na água e nos alimentos – de forma direta 
(pela ingestão de água contaminada) ou indireta (pelo consumo de alimentos ou bebidas 
preparados com água contaminada). Além disso, a transmissão também pode ocorrer de forma 
direta de pessoa para pessoa, por meio das mãos contaminadas. 
 
Amebíase - O mecanismo de transmissão ocorre pela ingestão de cistos maduros em 
alimentos. O uso de água sem tratamento, contaminados por dejetos; ingestão de alimentos 
contaminados; alimentos contaminados através de veículos como patas de baratas e moscas 
(estas, capazes de regurgitar cistos anteriormente ingeridos); falta de higiene domiciliar e 
“portadores assintomáticos” que manipulam alimentos. 
 
 
5) Caracterize o quadro clínico da Giardíase. 
Os casos assintomáticos correspondem a 90% dos casos de Giardíase, entretanto, em 
crianças de 8 meses a 10-12 anos a sintomatologia frequente é a diarreia com esteatorreia, 
irritabilidade, insônia, náuseas, vômitos, perda de apetite e dor abdominal. 
 
 
6) Quais são os mecanismos envolvidos na patogenia da Giardíase? 
 
São mecanismos multifatoriais que podem ser determinados por fatores relacionados com o 
parasita (cepa, carga infectante) e com o hospedeiro (dieta, associação à microflora 
intestinal, pH do suco gástrico, concentração de sais biliares, resposta imune e estado 
nutricional). A Giardia pode, então, determinar alterações morfológicas e fisiológicas do 
epitélio intestinal sem que haja inversão tissular e celular. A colonização desse parasito pode 
alterar a arquitetura da mucosa intestinal, especialmente, no que diz respeito à organização 
das microvilosidades. 
 
 
7) Caracterize o quadro clínico da Amebíase. 
 
Geralmente difíceis e arbitrárias são constituídas por formas assintomáticas; sintomáticas; 
amebíase intestinal – forma diarreica, forma disentérica, amebomas, apendicite amebiana. 
Complicações e sequelas da amebíase intestinal: perfuração, peritonites, hemorragia, 
invaginação, colites pós-disentéricas e estenoses. Amebíase extraintestinal. Amebíase 
hepática: a aguda não supurativa; abscesso hepático ou necrose coliquativa. Amebíase 
cutânea. Amebíase em outros órgãos: pulmão, cérebro, baço, rim etc. Complicações do 
abscesso hepático: ruptura, infecção bacteriana e propagação para outros órgãos. 
 
 
8) Qual é a ação patogênica exercida pela Entamoeba histolytica? 
 
A evolução da patogenia ocorre após a invasão dos tecidos pelos trofozoítos invasivos e 
virulentos. Em sequência, a E. histolytica tem um efeito letal direto sobre a célula, 
necessitando, para isso, que haja inicialmente uma forte adesão entre a ameba e a célula que 
será lesada. Esta adesão parece estar mediada por lectinas contidas na superfície das 
amebas, sendo auxiliadas por formações filopódicas que ampliam a adesão, logo seguida pela 
fagocitose. A lectina Gal/GalNac se destaca na adesão da ameba à célula-alvo. Uma vez 
vencida a barreira epitelial, os movimentos ameboides e a liberação de enzimas proteolíticas 
(hialuronidases, proteases e mucopolissacaridases) favorecem a progressão e a destruição 
dos tecidos. Devido a dificuldade de penetrar a mucosa intestinal intacta a ameba penetra 
inicialmente as regiões intraglandulares. Uma vez invadida a mucosa, os trofozoítos se 
multiplicam e prosseguem penetrando nos tecidos sob a forma de microulcerações em direção 
à muscularis mucosae, com escassa reação inflamatória. Na submucosa, as amebas podem 
progredir em todas as direções, determinando inicialmente a típica ulceração chamada “botão 
de camisa” ou “colo de garrafa”. 
 
 
9) Como é feito o diagnóstico parasitológico da Giardíase e da Amebíase? 
 
Giardíase - é realizado por meio de exames microscópicos de fezes na identificação das 
formas evolutivas do parasito. Entretanto, o exame pode levar a resultados falso-negativos 
devido a consistência da amostra fecal – uma vez que fezes formadas predominam cistos 
(mais frequente) e diarreicas com presença de trofozoítos. Além disso, deve ser considerado 
o fato de que indivíduos parasitários não eliminam cistos de forma contínua. 
 
Amebíase – o diagnóstico é feito com fezes, soros e exsudatos realizados por meio do 
microscópio. Tem como objetivo identificar trofozoítos ou cistos. A coleta e o 
condicionamento das fezessão muito importantes; deve ser coletada sem urina e sem 
contaminação com outros materiais e nunca após contato com o solo, pois pode haver 
contaminação com amebas de vida livre. As fezes podem ser coletadas em conservadores, 
como Schaudinn, SAF, álcool prolivinílico, quando estão liquefeitas ou diarreicas e em formol a 
10%, MIF, SAF, quando são formadas ou pastosas. As fezes devem ser colocadas no fixador, 
tão logo sejam emitidas e na proporção de uma parte de fezes para três de conservante; 
devem ser bem homogeneizadas, para que o conservante atinja todo o material coletado. A 
verificação do aspecto e da consistência das fezes é muito importante, principalmente se ela 
é disentérica e contém muco e sangue. A utilização de fezes liquefeitas após o uso de 
purgativos (fezes purgadas) é frequente e, em muitos casos, aumenta a positividade dos 
exames. Nas fezes purgadas, o diagnóstico diferencial entre os trofozoítos é um pouco 
dificultado, pois muitas vezes a cromatina e o cariossoma ficam mais grosseiros. 
 
 
10) Explique a importância dos manipuladores de alimentos na propagação das 
protozooses intestinais. 
Diversas protozooses podem ser transmitidas de forma indireta, indivíduos que manipulam 
alimentos ao estar em condições de higiene inadequadas, com as mãos contaminadas, por 
exemplo, podem transmitir os agentes etiológicos pelo contado com os alimentos que serão 
consumidos juntamente com os protozoários e contraindo a doença. 
 
11) Cite 4 aspectos relacionados à epidemiologia da Giardíase e da Amebíase. 
 
Giardíase: 
- Mais comum em países em desenvolvimento, cerca de 20 a 30%. 
- Parasito entérico mais frequente nos inquéritos coproparasitológicos em diferentes regiões 
pela facilidade de transmissão dos cistos pela água. 
- Em locais de aglomeração como em creches há alto índice de transmissão. Crianças 
atendidas nessas instituições, são observadas prevalências de 20 a 60%. 
- Cerca de 20 a 25% dos funcionários e de familiares que estão em contato com crianças que 
frequentam creches podem se infectar. 
 
Amebíase: 
- Das cerca de 650 milhões de pessoas infectadas com a E. histolytica, 10% apresentam 
formas invasoras, ou seja, alterações intestinais ou extraintestinais produzidas pela 
amebíase. 
- Maior prevalência em regiões tropicais, subtropicais e em países em desenvolvimento. 
- Há uma variação muito grande da incidência da doença, de acordo com as condições 
sanitárias e socioeconômicas da população, principalmente com relação às condições de 
habitação, presença de esgotos e água tratada. 
- No Brasil, nas regiões Sul e Sudeste do país, a prevalência varia de 2,5 a 11%, na região 
Amazônica atinge até 19%, e nas demais regiões fica em tomo de 10%. 
 
 
12) Quais medidas profiláticas devem ser utilizadas no combate à Giardíase e à 
Amebíase? 
Giardíase: tem-se como medidas profiláticas medidas de higiene pessoal, destino correto das 
fezes, proteção dos alimentos, tratamento da água e verificação do parasitismo por giardíase 
em animais e trata-lo. Além disso, é importante o tratamento precoce do doente, identificar a 
fonte de infecção e trata-la. 
Amebíase: Está ligada a engenharia e à educação sanitária. Logo, é necessário a intensa e 
extensa campanha de educação sanitária, envolvendo-se todo o pessoal responsável pela área 
de saúde pública; evitar a ingestão de cistos viáveis procurando lavar bem e tratar todos os 
alimentos crus.

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