Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Fernanda Daumas – 2º período de medicina Tricomoníase É uma infecção sexualmente transmissível causada pelo Trichomonas vaginalis (cavidades genitais e urinárias do homem e da mulher). Outras espécies encontradas no organismo humano: -Trichomonas tenax (boca – Não patogênico) -Trichomonas hominis (intestino grosso – Não patogênico). → fazem parte da microbiota humana -Trichomitus fecalis (intestino grosso – s/confirmação de infecção A Tricomoníase é uma doença ocasionada pelo Trichomonas vaginalis, protozoário unicelular eucarionte do grupo dos triapanossomos, sendo transmitido sexualmente, considerada uma uretrite não gonocócica Atinge principalmente mulheres e homens sexualmente ativos, mas também pode ser transmitida por objetos em pessoas não sexualmente ativas. Morfologia Um parasito eucarionte, flagelado e anaeróbio. • Possui 4 ou 5 flagelos e membrana ondulante que lhe dão mobilidade. • Por não respirarem o oxigênio, utilizam seus hidrogenossomas para a produção do gás hidrogênio. Ciclo biológico Por contato direto e o homem é o único hospedeiro possível. Entre os humanos a doença é sempre transmitida pelo contato direto e pouco frequentes através de objetos que tiveram contato com a região intima. Ele só apresenta uma forma evolutiva: trofozoítos. Transmissão Considerada uma DST, transmitida pelo contato entre a mucosa infectada de um indivíduo para outro. - As mulheres são mais afetadas pelos sintomas do que os homens, nestes, os sintomas apresentam-se entre 80% e 90% de forma assintomática. - A transmissão também ocorre pela partilha de toalhas e banhos, roupas íntimas e etc. TRANSMISSÃO Habitat: o trato genitourinário do homem e da mulher, onde produz a infecção e não sobrevive fora do sistema urogenital. Reservatório: a cérvice uterina, a vagina e a uretra. Patogenia Causa danos ao epitélio do órgão infectado. - Na mulher – após a contaminação o os sintomas manifestam-se de 3 a 20 dias, variando de mulher para mulher. - Promove a transmissão do HIV e outras DST’s (há um aumento da porta de entrada para o vírus em indivíduos HIV-negativos); Fernanda Daumas – 2º período de medicina - Sequelas reprodutivas: baixo peso, prematuridade, inflamações pélvicas e ruptura precoce das membranas; - Predispõe mulheres a câncer cervical e infertilidade. - Pode passar da mãe para o bebe durante o parto normal - No homem– o trofozoíto sobrevive mais de 1 semana sob o prepúcio após a relação sexual. Diagnóstico clínico - O diagnóstico da tricomoníase não pode ter como base somente a apresentação clínica; - Cérvice com aspecto de morango é observado somente em 2% das pacientes e o comento espumoso somente em 20% das mulheres infectada; - A investigação laboratorial é necessária e essencial, uma vez que leva ao tratamento apropriado e facilita o controle da propagação da infecção. - Na mulher • Assintomática: 25 a 50% dos casos • Vaginite aguda: Corrimento vaginal fluido abundante de cor amarelo- esverdeada e de odor fétido, prurido ou irritação vulvovaginal. • Dor durante as relações sexuais. • Dor ao urinar (disúria) e frequência miccional. • Vaginite crônica: sintomas leves • Pode apresentar até todos esses sintomas juntos. - No homem • Assintomática na maioria dos casos. • Em geral uretrite aguda: corrimento abundante com odor. • Sintomatologia leve: escasso corrimento, disúria, prurido • Complicações (raras): epididimite, infertilidade e prostatite. Na maioria das vezes apenas pelos sinais clínicos não é possível fechar o diagnóstico. Diagnóstico laboratorial - Exame microscópico de preparações a fresco ou coradas, secreção vaginal e urina do primeiro jato (mais indicado para homens) IFI direta (sensível + cara) - Cultura do parasito (resultados demoram de 3 a 7 dias) • cultivo de uma amostra de swab em meio de Diamond e em anaerobiose. - O PCR é o padrão-ouro para diagnóstico - Testes rápidos Tratamento • Metronidazol ou tinidazol oral • Dose única de 2g • 500mg 12/12 horas por 7 dias Giardíase Infecção pelo protozoário Giárdia lamblia (ou Giárdia duodenalis) que atinge, principalmente, a porção superior do intestino delgado. Agente etiológico - Giardia lamblia, protozoário flagelado que existe sob as formas de cisto e trofozoíto. O cisto é a forma infectante encontrada no ambiente. Reservatório - O homem e alguns animais domésticos ou selvagens, como cães, gatos e castores. Fernanda Daumas – 2º período de medicina Ciclo biológico PARASITO MONOXÊNICO Só possui hospedeiro definitivo, podendo ser cão, gato, etc. 1) Os cistos são resistentes; 2) A infecção ocorre pela ingestão de cistos; 3) O desencistamento é iniciado no meio ácido do estômago e completado no duodeno e jejuno; 4) No intestino delgado, 1 cisto tem 2 trofozoítos. 5) Trofozoítos se multiplicam por divisão binária longitudinal (no lúmen do intestino delgado proximal); 6) Encistamento ocorre com o trânsito dos parasitas em direção ao cólon; Cisto - fezes não diarréicas Trofozoítos podem ser liberados nas fezes diarréicas. Nessa forma ele não consegue sobreviver por muito tempo e nem pode causar a giardíase. Transmissão - Modo de transmissão: • Fecal-oral. • Água contaminada (74.8%) • Comida contaminada (15.7%) • Contato pessoa-pessoa: (2.5%) • Contato com animais (1.2%) Período de incubação - De 1 a 4 semanas, com média de 7 a 10 dias. Período de transmissibilidade - Enquanto persistir a infecção. Esta infecção é frequentemente adquirida pela ingestão de cisto na água contaminada; - Um dos meios de transmissão recentemente descritos é a atividade sexual oral- anal e que provavelmente resulta da transmissão fecal- oral; - São necessários ao menos 10 cistos para que a infecção se estabeleça. - O local de multiplicação e habitat é no duodeno e jejuno Populações em risco de contaminação - Crianças que usam fraldas e frequentam creches - Adultos que trabalham em creches ou na educação - Indivíduos em asilos, hospitais e outras instituições - Homens que fazem sexo com outros homens - Indivíduos imunocomprometidos e imunossuprimidos (imunodeficiências crônicas, HIV, hipogamaglobulinemia, fibrose cística e etc.) - Exposição à água. não tratada de lagos, rios e piscinas Patogenia - Contém várias proteases, algumas delas capazes de agir sobre as glicoproteínas da superfície das células epiteliais e romper a integridade da membrana. - O atapetamento da mucosa (recobre a mucosa) por um grande número de trofozoítos impede a absorção de alimentos; A giardíase sintomática pode estar associada ao crescimento de bactérias aeróbicas e/ou anaeróbicas na porção proximal do intestino delgado. A disseminação extra-intestinal é raro. . . Fernanda Daumas – 2º período de medicina PATOGENIA: (maior susceptibilidade: menores de 5 anos, pacientes com hipogamaglobulinemia e deficiência de IgA). Lesão da mucosa (atapetamento) síndrome de má absorção B12, A, D, E, K, Ferro, gorduras, etc. Diarreia com esteatorréia Diagnóstico clínico Infecções sintomáticas: • Forma aguda com diarreia; • Acompanhada de dor abdominal (enterite aguda) ou de natureza crônica, • caracterizada por fezes amolecidas, com aspecto gorduroso; • Fadiga, • Anorexia; • Flatulência; • Distensão abdominal. Anorexia, associada com má absorção, pode ocasionar perda de peso e anemia. Não há invasão intestinal. Diagnóstico laboratorial EPF nos pacientes para a identificação de cistos ou trofozoítos; - Fezes formadas: predomínio de cistos Métodos: Preparações a fresco pelo método direto; Concentração – método de flutuação – método de Faust Coloração: Lugol,Tricômio ou com Hematoxilina férrica; - Fezes diarréicas: predomínio de trofozoíto Métodos: Preparações a fresco pelo método direto – examiná-lo imediatamente ou diluir as fezes em conservador próprio (MIE SAF, formol 10%) - trofozoítos sobrevivem meio externo (15-20 minutos); Coloração: Hematoxilina Férrica. São necessárias, pelo menos, 3 amostras de fezes para obter uma boa sensibilidade. - Métodos Imunológicos: ELISA direto das amostras de fezes (corpo- antígenos); Profilaxia - Específicas: creches ou orfanatos, deverão ser construídas adequadas instalações sanitárias e enfatizada a necessidade de medidas de higiene pessoal. Educação sanitária, em particular o desenvolvimento de hábitos de higiene: lavar as mãos após o uso do banheiro, por exemplo. - Gerais: • Educação sanitária da população; • A busca de casos, principalmente em população infantil e de escolares, seguida de tratamento específico; • Tratamento de água e esgoto; • Cuidados gerais na feitura de refeições, corte de unhas e lavagem das mãos após defecar, entre outras. Tratamento • Tinidazol (Pletil) 2000 mg em dose única. • Secnidazol (Secnidal) 2000 mg em única. • Metronidazol (Flagyl) 500 mg – 2 vezes por dia por 5 dias. • Nitazoxanida (Annita) 500 mg – 2 vezes por dia por 3 dias. • Albendazol (Zolben, Zentel) 400 mg – 1 vez por dia por 5 dias. • Mebendazol (Pantelmin) 300 mg – 3 vezes por dia por 5 dias. Amebíase - Lösch, em 1975, encontrou trofozoítos nas fezes de um pobre lenhador russo em São Petersburgo que foi acometido de um ataque prolongado e fatal de diarréia. - Sete diferentes espécies de ameba habitam a boca e os intestinos do homem, mas apenas a E. histolytica foi conclusivamente demonstrada como causadora de enfermidade. - Infecção causada por protozoário que se apresenta em duas formas: cistos e trofozoítos. Esse parasito pode atuar como comensal ou provocar a invasão de tecidos, Fernanda Daumas – 2º período de medicina originando as formas intestinal e extra intestinal da doença. Introdução Espécie: Entamoeba histolytica - Protozoário, parasita unicelular, extremamente “simples” - Apresenta uma fase de vida comensal (90% dos casos são assintomáticos), entretanto o parasito pode ser tornar patogênico, provocando quadros disentéricos de gravidade variável; - Habitat: intestino grosso humano e diversos mamíferos (primatas, cães e gatos) - Ciclo evolutivo: monoxeno (infecção fecal- oral) - Contaminação: o homem infecta-se ao ingerir cistos presentes na água ou em alimentos contaminados Epidemiologia - África, Ásia tropical e América latina mais de 2/3 população terá estes parasitas intestinais, apesar da maioria das infecções ser praticamente assintomática. - Frequente também nos países de clima frio. • A falta de condições higiênicas adequadas é a responsável por sua disseminação. - A infecção pela Entamoeba é bastante disseminada, com uma estimativa de prevalência mundial da ordem de 10% da população apenas para as espécies Entamoeba hystolitica e Entamoeba dispar e é a terceira maior causa parasitária de mortes em todo o planeta. Modo de transmissão - Ingestão de alimentos ou água contaminados por fezes contendo cistos amebianos maduros; - Raramente na transmissão sexual, devido a contato oral-anal. - A falta de higiene domiciliar pode facilitar a disseminação de cistos nos componentes da família. - Os portadores assintomáticos, que manipulam alimentos, são importantes disseminadores dessa protozoonose. - Período de incubação - Entre 2 a 4 semanas, podendo variar dias, meses ou anos. • Período de transmissibilidade - Quando não tratada, pode durar anos. Ciclo biológico - Ingestão de cistos maduro em alimentos contaminados com fezes, água ou mãos; - Excistação ocorre no intestino delgado; - O trofozoítos são liberados, migram para o intestino grosso; - Os trofozoítos se multiplicam por fissão binária e produzem cistos; - Os cistos são passados nas fezes. - Os cistos podem sobreviver dias a semanas no ambiente externo e são responsáveis pela transmissão.; - Os Trofozoítos também podem ser passadas em fezes diarréicas, mas são rapidamente destruídos, se ingeridos não iriam sobreviver exposição ao ambiente gástrico. Fernanda Daumas – 2º período de medicina - Ciclo não patogênico: a ameba vive como comensal na luz do intestino se alimentando dos nutrientes que não são absorvidos; - Ciclo patogênico ou invasivo: Os trofozoítos invadem a parede do intestino, alimentando-se de células da mucosa e de hemácias. Em casos de infecção crônica podem invadir outros órgãos através da circulação sanguínea, especialmente o fígado, podendo infectar os pulmões e cérebro. Patogenia Os trofozoítos tornam-se patogênicos e invadem a parede intestinal, podendo invadir o fígado, pulmão e cérebro alimentando-se de células da mucosa e de hemácias; • Em casos de infecção crônica podem invadir outros órgãos através da circulação sanguínea, especialmente ao fígado; • Os trofozoítos que permanecem no intestino sob a forma comensal reduzem o seu metabolismo, armazenam reservas energéticas e secretam uma parede cística ao seu redor, formando os cistos, que são eliminados através das fezes. Diagnóstico clínico - Manifestações clínicas atribuídas à E. histolytica podem ser errôneas devido à grande superposição de sintomas comuns à várias doenças intestinais; - A associação do abscesso hepático amebiano com a amebíase intestinal, para um possível diagnóstico, nem sempre é correspondida, pois somente 9% dos pacientes com abscesso hepático amebiano têm retocolites com amebas nas fezes; - Sinais e sintomas: febre, dor abdominal prolongada, diarreia com posterior disenteria (fezes com muco, pus e sangue), distensão abdominal e flatulência; • Quadro clínico compatível com a protozoose, Imagem (Raio X, ultrassonografia). Medidas profiláticas 1) cuidados com o paciente a) isolamento - é necessário o isolamento nos casos de pacientes hospitalizados b) desinfecção concorrente - disposição sanitária adequada de fezes e desinfecção concorrente. 2) medidas preventivas a) educação da população quanto às boas práticas de higiene pessoal com especial ênfase na lavagem rigorosa das mãos após o uso do banheiro, na preparação de alimentos, antes de se alimentar; etc.; b) medidas de saneamento básico; c) tratamento dos portadores; 3) medidas em epidemias a) a investigação epidemiológica b) detecção da fonte comum de transmissão. Diagnóstico Fernanda Daumas – 2º período de medicina Tratamento • Metronidazol ou tinidazol • Opções para a erradicação dos cistos são • Iodoquinol • Paromomicina • Furoato de diloxanida
Compartilhar