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315_METEOROLOGIA_E_CLIMATOLOGIA_VD2_Mar_2006

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METEOROLOGIA E CLIMATOLOGIA
Mário Adelmo Varejão-Silva
Versão digital 2 – Recife, 2006
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(Fig. VII.20). Haveriam, ainda, áreas de alta pressão sobre as regiões polares, norte e sul.
Associadas àquela distribuição de pressão existiriam três células de circulação meridional
em cada hemisfério:
- uma na faixa tropical, cujo ramo ascendente estaria nas proximidades do equador e o ramo
descendente a cerca de 30o de latitude, denominada de Célula de Hadley;
- outra na zona de latitudes médias, conhecida como Célula de Ferrel, com ramo subsidente
a cerca de 30 e ramo ascendente em torno de 60o de latitude; e
- uma terceira na Região Polar, dita Célula Polar.
Essas células atuariam na troposfera (o limite superior de cada uma estaria imediatamente
sob a tropopausa); nenhuma hipótese é assumida quanto à estratosfera. De acordo com esse
modelo conceitual, para a zona equatorial de baixa pressão devem convergir ventos provenientes
dos cinturões subtropicais de alta pressão (localizados em torno de 30oN e 30o S), impulsionados
pela força do gradiente de pressão e defletidos por efeito da rotação da Terra (força de Coriolis).
Os ramos inferiores das células de Hadley justificam, portanto, a existência dos ventos alísios de
nordeste do Hemisfério Norte e dos alísios de sudeste do Hemisfério Sul, observados principal-
mente sobre os oceanos, onde a influência devida à rugosidade da superfície é muito pequena
(Fig. III.14). A Fig. VII.21, mostra a circulação observada.
POLARES DE LESTE
PREDOMINANTES
DE OESTE
ALÍSIOS DE 
NORDESTE
ALÍSIOS DE
SUDESTE
Z
C
ON
N E
A
 
ID
E CON
A
VERGÊN IA
PI TT R RO C L
POLARES DE LESTE
PREDOMINANTES
DE OESTE
Fig. VII.20 - Modelo de circulação meridional da atmosfera mostrando os ventos à superfí-
cie e as áreas de alta (A) e de baixa (B) pressão. Note-se a espessura da tro-
posfera muito exagerada.
As pressões, predominantemente mais baixas, observadas nas vizinhanças do equador,
são atribuídas à maior incidência de radiação solar e se estendem da superfície até cerca de 3 km
de altitude (700mb), aproximadamente Nieuwolt (1977). A partir desse nível, a pressão média na
zona equatorial é normalmente mais elevada que nas áreas adjacentes. Assim, na zona equatori-
al, há uma faixa de baixas pressões à superfície e uma de altas pressões nas vizinhanças da tro-
popausa.

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