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Unidade 1 Apêndice 2 - U1 / A adolescência Apêndice Gabaritos comentados com resposta-padrão Unidade 1 A adolescência Gabarito 1. Faça valer a pena - Seção 1.1 1. Alternativa C. Resposta Comentada: segundo Barbosa, Franceschini e Priore (2006, p. 375) “a puberdade é definida como um processo fisiológico de maturação hormonal e crescimento somático que torna o organismo apto a se reproduzir”. A menarca é o termo utilizado para se referir ao primeiro fluxo menstrual. Por sua vez, a adolescência “não inclui só as mudanças pubertais no corpo mas também o desenvolvimento das capacidades intelectuais, interesses, atitudes e ajustamentos. Os limites convencionais para a adolescência são as idades de 12-21 anos para meninas e 13-22 anos para os rapazes” (LUELLA; IRMA, 1970 apud CABRAL; NICK, 2001, p. 15). A juventude é um conceito que abarca as faixas etárias entre 15 e 29 anos, e o raciocínio moral está contido em todo o desen- volvimento humano, desde a infância até a vida adulta. 2. Alternativa D. Resposta Comentada: a primeira afirmativa é falsa, pois, “ao mesmo tempo em que é proposta a univer- salidade do estágio da adolescência, observa-se que ela depende de uma inserção histórica e cultural, que determina, portanto, variadas formas de viver a adolescência, de acordo com o gênero, o grupo social e a geração” (MARTINS et al., 2003 apud SCHOEN-FERREIRA; AZNAR-FARIAS; SILVARES, 2010, p. 228). A segunda alter- nativa é verdadeira, pois, ainda segundo Schoen-Ferreira, Aznar-Farias e Silvares (2010), os pais ou tutores, no Império Romano, eram aqueles que declaravam que os jovens tinham se tornado capazes de assumir compromissos relacionados à vida adulta. A terceira afirmativa está correta e pode ser observada a partir de estudos realizados por Berni e Roso (2014, p. 130-131), os quais afirmam que “Stanley Hall [...] foi identificado como o primeiro psicólogo a descrever a adolescência como um estágio especial do desenvolvimento humano, marcado por tormentos e conturbações vinculadas à emergência da sexualidade, o que antes era ignorado”. Essa identificação acontece na obra intitulada Adolescence, publicada em dois volumes no ano de 1904. A quarta afirmativa é falsa, pois, apesar de ser construída socialmente, a juventude marca um período relativamente diferente da adolescência. Logo, enquanto o recorte etário da adolescência pode ser realizado entre 12 e 18 anos incompletos, como afirma U1 / A adolescência - 3 o Estatuto da Criança e do Adolescente (BRASIL, 1990), a Juventude se concentra entre 15 e 29 anos, conforme o Estatuto da Juventude (BRASIL, 2013). 3. Alternativa A. Resposta Comentada: o desenvolvimento de uma moral adolescente, segundo o autor, não tem início nessa fase. É um processo de aperfeiçoamento que ocorre ao longo do desenvolvimento infantil. Ela se inicia com a obediência que as crianças mais novas têm em relação aos pais ou figuras mais velhas de autoridade e, aos poucos, transforma-se em sentido de justiça – ou seja, não mais em uma obediência pura. Esse sentido de justiça está relacionado ao mútuo respeito. Gabarito 2. Faça valer a pena - Seção 1.2 1. Alternativa B. Resposta Comentada: as habilidades socioemocionais estudadas por você nesta seção foram autoconhe- cimento, autocontrole, empatia, decisões responsáveis e comportamentos prosso- ciais. Dentre as possibilidades de resposta, o autoconhecimento não se aplica, pois envolve “a capacidade de reconhecer suas próprias emoções, objetivos de vida, valores pessoais, bem como suas potencialidades e limitações” (CASEL, 2015 apud DAMASIO, 2017, p. 2045). Assim, logo que enfrentou a colega Jéssica, Carol não estava ciente de tais emoções – elas poderão ser desenvolvidas depois da empatia que sentiu pela condição da colega e que envolve “a capacidade de se colocar no lugar do outro, reconhecendo seus sentimentos e emoções” (CASEL, 2015; WEISSBERG et al., 2015 apud DAMASIO, 2017, p. 2045). 2. Alternativa A. Resposta Comentada: a única afirmativa falsa é a segunda, pois, segundo o movimento Todos pela Educação, a questão da tecnologia em sala de aula está ao lado da preocupação com a questão da segurança, da atenção às pessoas com deficiência, da assiduidade dos professores, da cordialidade dos funcionários da escola e da criação de projetos interdisciplinares, entre outros. 3. Alternativa A. Resposta Comentada: o suicídio é um ato consciente que intenciona o findar da própria vida. A automuti- lação é um ato que não objetiva conscientemente o suicídio, mas sim ferir-se grave- mente. Além de serem atos conscientes, tanto o suicídio quanto a automutilação podem indicar um estado de sofrimento psíquico extremamente importante e que merece ser acolhido e cuidado no contexto escolar e no âmbito da saúde mental. 4 - U1 / A adolescência Gabarito 3. Faça valer a pena - Seção 1.3 1. Alternativa C. Resposta Comentada: o momento da moratória psicossocial, segundo a teoria de Erik Erikson (1902–1994), ocorre entre 13 e 21 anos de idade e é marcada pelo conflito identidade versus confusão de papéis, identidade difusa. 2. Alternativa E. Resposta Comentada: o homem é um ser social, ou seja, ele também se constitui a partir de um complexo sistema de relações que lhe possibilita desenvolver a linguagem , os hábitos, costumes e valores que compõem a cultura na qual está inserido. Logo, os grupos são parte da identidade cultural de uma sociedade. Por sua vez, a aculturação não desencadeia um movimento de contracultura, porque o primeiro trata-se de uma acomodação aos valores vigentes, enquanto o segundo se manifesta para questionar esses valores. Nesse delicado campo das interações humanas encontramos diversos processos e mecanismos: a assimilação e a acomodação da cultura e as relações de poder e dominação, por exemplo. 3. Alternativa B. Resposta Comentada: a alternativa ‘a’ está incorreta, pois no primeiro momento de sua ascensão, como indica a narrativa da BBC Brasil, Hitler não utilizou a violência para conquistar seguidores e adeptos. Ele utilizou-se da identificação que a sociedade alemã construiu em relação a ele por conta do momento odioso que viviam, tanto pela derrota da Alemanha, na Primeira Guerra Mundial, como pelo Tratado de Versalhes, conforme descrito na reportagem. Dessa forma, Hitler fez uso de uma dominação sutil, que não passa pelo crivo do pensamento e se conecta às emoções mais primitivas das pessoas. A letra ‘c’ está incorreta porque, apesar de instalar um movimento de enfrentamento à situação política e social vigente, Hitler não fez um enfrentamento à cultura dominante. Segundo Dias (2011, p. 70) “o movimento de contracultura é uma manifestação cultural de grupos que rejeitam as normas e valores da sociedade, buscando estilos de vida alternativos”. A letra ‘d’ está incorreta porque o mecanismo de assimilação, em um processo grupal, faz com que as pessoas “alterem profunda- mente suas maneiras de pensar, sentir e agir. É um processo longo e complexo, que garante uma solução permanente de conflitos” (DIAS, 2011, p. 95). Sendo assim, a população não assimilou ou acomodou os eventos sociais que ocorriam na Alemanha naquele momento. Da mesma forma, a letra ‘e’ está incorreta, pois, no processo de aculturação, a pessoa (ou um grupo) vivencia a acomodação de uma nova realidade sociocultural. Essa aculturação pode acontecer de forma processual, na medida em que o sujeito passa a viver o cotidiano dessa nova cultura, ou por meio do poder e U1 / A adolescência - 5 da força, a partir da dominação, ou seja, da imposição de uma forma de pensar sobre outra. Assim, embora a cultura esteja intimamente relacionada aos campos político e social, a proposta de Hitler, segundo a reportagem, não era alterá-la, mas sim produzir um efeito de vingança desencadeado pelo sentimento de ódio da população em decorrência dos fatos históricos anteriores. Unidade 2 Apêndice 2 - U2 / Dilemas da adolescência Apêndice Gabaritoscomentados com resposta-padrão Unidade 2 Dilemas da adolescência Gabarito 1. Faça valer a pena - Seção 2.1 1. Alternativa A. Resposta Comentada: Segundo Sayão (1997, p.112 apud SPITZNER, 2005 p. 125), “a educação sexual ocor- re, na verdade, desde o nascimento. É predominantemente no território familiar, da intimidade, que são transmitidas à criança, as primeiras noções e valores associados à sexualidade, em geral não explicitamente”. Deste modo, prossegue a autora, no âm- bito escolar a Educação Sexual passa a ser compreendida como Orientação Sexual, a partir de um modelo estratégico de planejamento. 2. Alternativa D. Resposta Comentada: A alternativa ‘II’ está incorreta, pois a filósofa norte-americana, Judith Butler não de- fende o modelo binário sexual, dividido em ‘masculino e feminino’. Ao contrário, sua teoria caminha no sentido de desconstruir estes padrões normativos sociais, apontan- do que a diversidade sexual é muito mais ampla do que estes polos. A alternativa ‘III’ está incorreta porque a identidade de gênero é como o sujeito sente em relação a si mesmo, enquanto que a direção do desejo é determinada pela orientação afetivo-se- xual, ou seja, o que o sujeito sente em relação ao outro. 3. Alternativa C. Resposta Comentada: As relações homoafetivas, especialmente as masculinas, foram consideradas naturais por muitas civilizações: na Babilônia, na Grécia e na Roma Antigas, por exemplo. Com o surgimento da Igreja Católica “costumes e comportamentos tidos no início da civilização cristã como aceitáveis, como a nudez, as carícias, a prostituição, os fi- lhos ilegítimos, a fornicação, o aborto e o divórcio são considerados pecado na Idade Média” (SOLOVIJOVAS et al., 2002, p. 7), logo, a expressão da homossexualidade também, uma vez que o sexo deveria acontecer entre um homem e uma mulher e, somente, na condição de procriação. Mas, apesar disso, a luta dos movimentos femi- nistas não foi pelo resgate da liberdade sexual perdida ou interditada pela Igreja, pois, para as mulheres o cenário de submissão ao homem sempre esteve presente. A luta U2 / Dilemas da adolescência - 3 deste movimento se baseou (e se baseia) na busca por igualdade de direitos entre os gêneros masculino e feminino. Gabarito 2. Faça valer a pena - Seção 2.2 1. Alternativa A. Resposta Comentada: A violência institucional se configura enquanto um ato perpetrado por agentes pú- blicos que deveriam garantir a preservação dos direitos da população. No caso da Fundação CASA, o fato dos adolescentes terem transgredido contra a sociedade não justifica o ato de violência praticado pelos funcionários do Estado. A omissão nos cuidados médicos também se caracteriza enquanto violência institucional. 2. Alternativa D. Resposta Comentada: O suicídio é considerado um ato de violência uma vez que, segundo Dahlberg e Krug (2007), a violência envolve o uso de força física ou poder sobre si, sobre o outro ou so- bre grupos. Em relação à prática restaurativa, o discurso a ser adotado é o que produz uma mensagem-eu, ou seja, quando o mediador auxilia a parte violentada a produzir um discurso a partir dela (como exemplo: eu me senti ofendido) e não a partir do que o autor da violência fez (exemplo: você me ofendeu), pois as mensagens-eu possibili- tam o restabelecimento do diálogo sem adotar tom de acusação. 3. Alternativa D. Resposta Comentada: Tanto o bullying quanto o suicídio se configuram como atos de violência. O bullying diz de uma violência que, apesar de não envolver contato físico, provocou danos psicológicos e intenso sofrimento. O suicídio envolve o uso de força empregada contra si. Acrescenta-se a isso o fato de que as ameaças e intimidações também são incluídas como atos de violência. Gabarito 3. Faça valer a pena - Seção 2.3 1. Alternativa D. Resposta Comentada: Quando crianças e adolescentes estão em conflito com a lei o ECA prevê inúmeras intervenções, de acordo com o ato praticado e com a idade do sujeito. Desta forma, quando uma criança, como Pedro, comete um ato infracional a lei determina que lhe seja aplicada medida de proteção – pois considera-se que este está em situação de violação de direitos. Contudo, aos adolescentes as medidas de proteção poderão ser aplicadas, mas, no caso de Jaqueline, o Juiz poderá determinar também medida socioeducativa – que poderá ser desde a advertência até a privação de liberdade, de- pendendo da situação no momento da denúncia (se flagrante ou não, se configura grave ameaça ou não, etc.). 4 - U2 / Dilemas da adolescência 2. Alternativa E. Resposta Comentada: De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente, “é dever da família, da comu- nidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação de direitos referentes à vida [...], à educação, [...]” (BRASIL, 1990, art. 4º). Portanto, quer seja na aplicação de medidas de proteção ou medidas socioeducativas, o adolescente tem o direito de ser inserido em educação formal, mesmo cumprindo medida de privação de liberdade. 3. Alternativa C. Resposta Comentada: O objetivo do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) não é romper com a lógica de intervenção do Estado sobre crianças e adolescentes, mas sim, considerá-los como sujeitos de direitos (e não objetos de intervenção), garantindo que o cuidado a esta população seja integral e através da rede protetiva, rompendo com a lógica excludente e marginalizante do Código de Menores. A Fundação CASA, por exemplo, é uma forma de intervenção do Estado sobre adolescentes em conflito com a lei. Igualmente os são as medidas de proteção e demais medidas socioeducativas. Unidade 3 Apêndice 2 - U3 / Os meios de comunicação, o protagonismo juvenil e a cidadania Apêndice Gabaritos comentados com resposta-padrão Unidade 3 Os meios de comunicação, o protagonismo juvenil e a cidadania Gabarito 1. Faça valer a pena - Seção 3.1 1. Alternativa A. Resposta Comentada: A crise das massas, que surgiu na Europa a partir do Século XVII, fez com que a construção de uma “alma coletiva” diluísse a consciência individual, produzindo ati- tudes grupais não relacionadas às ações singulares. Por essa razão, a massa de pessoas produzia um movimento indiferenciado, que buscava acesso aos produtos e estilos de vida adquiridos pela pequena elite burguesa (COSTA, 2010, p. 60). Foi um termo cunhado por pesquisadores das ciências sociais, como o sociólogo e psicólogo social francês Gustave Le Bon (1841-1931). 2. Alternativa C. Resposta Comentada: No consumo, o produto é essencial à nossa existência (água, alimento, vestimenta), mas, quando esse consumo extrapola a necessidade de sobrevivência, regulando o mercado de capital, passamos a comprar cada vez mais o que não é necessário e nos tornamos, assim, consumistas. A cultura de imagem compreende os aspectos simbó- licos, envolvidos em determinados produtos, relacionados ao poder e ao status social, de acordo com Costa (2010). A ditadura da imagem corporal diz de um padrão esta- belecido de corpo humano a ser aceito e desejado socialmente. 3. Alternativa B. Resposta Comentada: O ‘ter para ser’ – não mais o ‘ter para sobreviver’ – regula o mercado de capital e pro- duz altíssimos investimentos em marcas que associam seus produtos aos conceitos de beleza, felicidade, bem-estar, poder e ascensão na escala social. Obviamente, os milhares de adolescentes brasileiros não estão descolados desse contexto. De acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância/UNICEF (2011), 11% da população brasileira se configura por pessoas entre 12 e 17 anos. Esse número representa mais de 21 milhões de meninos e meninas, em sua maioria vivendo situação socioeco- nômica desfavorável, que são diuturnamente atacados pela força das representações vinculadas aos objetos comercializados. Apesar das duas sentenças estarem corretas, a segunda não justifica a primeira – embora estejam correlacionadas. U3 / Os meios de comunicação, o protagonismojuvenil e a cidadania - 3 Gabarito 2. Faça valer a pena - Seção 3.2 1. Alternativa B. Resposta Comentada: Segundo Lippitt e White (1943 apud PEREIRA; RIZZON; BRAGHIROLLI, 2011, p. 151), o líder autocrático é aquele que centra as decisões em si, sem en- volver o grupo de trabalhadores, não havendo possibilidades de diálogo diante de discordâncias. Por sua vez, o líder democrático constrói suas decisões cole- tivamente. Já o líder laissez-faire possibilita que o grupo seja livre para tomar atitudes e se organizar, sem interferir nas decisões. 2. Alternativa A. Resposta Comentada: O protagonismo juvenil significa a participação imprescindível de adolescentes e jovens na construção de ações relacionadas a temas sociais, tanto no nível local como no nível global (RABÊLLO, [s.d.]). Assim o jovem, ao protagonizar uma ação, torna-se o principal agente mobilizador na luta por garantia de seus direitos. Esse conceito inclui transformar uma política desenvolvida de adultos para os jovens, para uma política construída com os jovens, através de espaços políticos reconhecidos como os conselhos e as coordenadorias da juventude. Contudo, a participação da juventude em coletivos de luta não é um fenômeno recente, mas a legitimidade dessas ações e a compreensão de sua importância é mais atual, por conta das publicações legais decorridas na década de 1990. Historicamente, podemos relatar diversas ações políticas mobilizadas pela po- pulação jovem anteriores a este período, como a luta contra o Golpe de 1964. 3. Alternativa C. Resposta Comentada: Considerando que a alienação é um processo que atribuiu naturalidade a fatos sociais, conforme nos explica Lane (2004), somente a construção de diálogos não impede que a escola reproduza discursos alienantes, pois, no próprio diálo- go pode existir impressões que não sofreram um processo de análise crítica, tor- nando-se uma reprodução naturalizada de falas. Por exemplo: dois professores podem concordar, dialogando, que a redução da maioridade penal é importante porque os adolescentes já sabem o que é certo ou errado ao cometerem um ato infracional. Nesse caso, o diálogo se estabeleceu, mas houve uma naturalização de um fato social que não foi analisado. A naturalização se deu em torno da afirmativa: o adolescente sabe o que é certo e errado. Contudo, onde está con- tida a análise histórica sobre este fenômeno? Isso é o que torna um processo alienante: a reprodução de discursos que não passaram por uma compreensão analítica e crítica. 4 - U3 / Os meios de comunicação, o protagonismo juvenil e a cidadania Gabarito 3. Faça valer a pena - Seção 3.3 1. Alternativa C. Resposta Comentada: A sextorsão é a prática de extorquir pessoas a partir da ameaça de divulgação de imagens íntimas. O sexting é a prática de enviar nude – fotos de partes íntimas do corpo – ou imagens sensuais e/ou sexuais, mas não é considerado crime se não envolver a relação de um adulto com pessoas menores de idade, ou se não envolver ameaça ou divulgação sem consentimen- to. Texting é a palavra em inglês que representa o envio de mensagens. 2. Alternativa A. Resposta Comentada: A promulgação da Constituição federal brasileira possibilitou a reestruturação do sistema democrático composto pelos poderes executivo, legislativo e judiciário. As Conferências se constituem enquanto “instância de participação social, geralmente convocada pelo poder público federal, que tem por objetivo institucionalizar a participação da sociedade nas ati- vidades de planejamento, controle e gestão” de um grupo de políticas públicas (CONAN- DA, [s.d.], [s.p.]). A pornografia por vingança está vinculada à sextorsão, uma prática de extorsão a partir da ameaça de divulgação de fotos íntimas, que compõe a prática de sexting. O sexismo é um fenômeno que se caracteriza pela divisão binária entre homem e mulher, atribuindo ao homem uma posição de superioridade e prestígio, e à mulher características desvalorizadas, tomando como base as questões de gênero. 3. Alternativa C. Resposta Comentada: De acordo com o ECA, “nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais” (BRASIL, 1990, art. 5º). Acrescenta-se ainda que “casos de suspeita ou confirmação de castigo físico, de tratamento cruel ou degradante e de maus tra- tos contra criança e adolescente serão obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar [...], sem prejuízo de outras providências legais” (art. 13). As instituições que negligenciarem esta notificação estarão sujeitas à infrações administrativas, conforme prevê o art. 245 da mesma legislação: “deixar o médico, professor ou responsável por estabelecimento de atenção à saúde e de ensino fundamental, pré-escola ou creche, de comunicar à autoridade competente os casos de que tenha conhecimento, envolvendo suspeita ou confirmação de maus-tratos contra criança ou adolescente” incorre como pena a multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de reincidência (BRASIL, 1990, art. 245). Soma-se, ainda, a atitude da orientadora pedagógica: se alguém “impedir o responsável ou funcionário de entidade de aten- dimento” que exercite o respeito aos direitos declarados nesta legislação, a infração administrativa envolverá “multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de reincidência” (BRASIL, 1990, art. 246). Unidade 4 Apêndice 2 - U4 / Diversidade, trabalho e as garantias legais de proteção à adolescência Apêndice Gabaritos comentados com resposta-padrão Unidade 4 Diversidade, trabalho e as garantias legais de proteção à adolescência Gabarito 1. Faça valer a pena - Seção 4.1 1. Alternativa D. Resposta Comentada: Os assentamentos rurais podem ser definidos como “a criação de novas unidades de produção agrícola, por meio de políticas governamentais visando o reordenamento do uso da terra, em benefício de trabalhadores rurais sem-terra ou com pouca terra” (BERGAMASCO; NORDER, 1996, p. 7-8 apud CONSELHO FEDERAL DE PSICO- LOGIA, 2013, p. 34). A Lei da Terra foi uma legislação aprovada em 1850 e que vetou qualquer outra forma de aquisição de propriedade que não fosse pelo viés da compra – decorrência do início do capitalismo, a partir da Revolução Industrial. 2. Alternativa A. Resposta Comentada: As alternativas ‘I’ e ‘II’ são verdadeiras, pois a crença de uma supremacia branca – ideia importada da Europa – e o incentivo à imigração com o viés de embranquecer a população, a médio e longo prazos, constituem-se o alicerce do racismo em nosso país. Por sua vez a alternativa ‘III’ é falsa porque raça e etnia não são sinônimos. Raça é um conceito relacionado ao fenótipo humano e etnia é uma construção simbólica e cultural de elementos que ligam os sujeitos em um mesmo grupo (CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA, 2017). A alternativa IV também é falsa, pois é preciso compreender o suicídio na população indígena a partir do recorte cultural destas co- munidades e não através do viés do mundo ocidental. 3. Alternativa E. Resposta Comentada: Segundo o Conselho Federal de Psicologia (2017, p. 33), “é erro conceitual falar de racismo às avessas ou de racismo de negro contra branco. Se, para que haja racismo há de haver hierarquia histórica entre as raças, sabemos que, historicamente, o grupo racial negro não ocupou status de superioridade em relação ao branco [...]”. Gabarito 2. Faça valer a pena - Seção 4.2 1. Alternativa A. Resposta Comentada: U4 / Diversidade, trabalho e as garantias legais de proteção à adolescência - 3 De acordo com Souza ([s. d.), no período da Baixa Idade Média, a relação de servidão dos trabalhadores em relação aos senhores feudais começou a ser modificada. Dentre estas mudanças, constatou-se o surgimento de uma classe composta por comerciantes e artesãos, que não estava inserida emtais propriedades e que habitavam uma região externa, denominada burgo – de onde deriva o termo ‘burguesia’. 2. Alternativa C. Resposta Comentada: O trabalho está relacionado a uma atividade que atribui sentido de vida ou sentido de existência e que pode ser, como nos primórdios, a existência real – do corpo biológico – ou nos tempos atuais, a obra enquanto sentido simbólico. O conceito de ‘emprego’ está vinculado a uma ação produtiva e remunerada, a um cargo ou papel social. O ofício, por sua vez, é o domínio dos processos para realizar determinada atividade, um saber fazer que compõe um conjunto de conhecimentos e habilidades que são reproduzidos por quem os exerce, a partir dos mesmos rituais (SOUZA NETO, 2005). 3. Alternativa E. Resposta Comentada: A legislação trabalhista brasileira proíbe o trabalho ao menor de 16 anos de idade, exceto na condição de aprendiz a partir dos 14 anos (CLT, Art. 7º, Incisivo XXXIII). Além disso, a carga horária de trabalho não poderá exceder 6h diárias. A jornada de até oito horas só poderá ser aplicada, garantindo a divisão entre atividades práticas e teóricas, ao jovem que tiver concluído o ensino fundamental (CLT, 2017, Art. 432). Gabarito 3. Faça valer a pena - Seção 4.3 1. Alternativa C. Resposta Comentada: Segundo o ECA, algumas medidas de proteção aplicadas pelo Conselho Tutelar são “inclusão em serviços e programas oficiais ou comunitários de proteção, apoio e pro- moção da família, da criança e do adolescente e a requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime hospitalar ou ambulatorial” (BRASIL, 1990, art. 101). O Paif é o serviço prestado pelos profissionais do CRAS. O Paefi é prestado pelos profissionais do CREAS. A ESCCA é a sigla para uma das violências sexuais perpetradas contra crianças e adolescentes: a exploração sexual comercial. 2. Alternativa E. Resposta Comentada: A família natural é descrita pela lei como “a comunidade formada pelos pais ou qual- quer deles e seus descendentes” (BRASIL, 1990, art. 25) e a família extensa – podendo ser nomeada como família ampliada – é “aquela que se estende para além da uni- dade pais e filhos ou da unidade do casal, formada por parentes próximos com os quais a criança ou adolescente convive e mantém vínculos de afinidade e afetividade” 4 - U4 / Diversidade, trabalho e as garantias legais de proteção à adolescência (BRASIL, 1990; BRASIL, 2009a, art. 25, parágrafo único). A colocação em família substituta ocorre pela via da adoção – nacional ou internacional – após esgotadas as possibilidades de reinserção em família natural ou extensa. 3. Alternativa C. Resposta Comentada: A ausência de recursos financeiros pode provocar sofrimento psíquico a Ana e a to- dos os membros de sua família, contudo, o que ela vivencia não é negligência familiar, pois este conceito “representa a omissão em termos de prover as necessidades físicas e emocionais de uma criança ou adolescentes” – desde que estas falhas não estejam vin- culadas à condição socioeconômica da família, de acordo com Guerra (2008, p. 33).
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