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Trabalho pureza e perigo mary douglas

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Universidade Federal de São João del-Rei
Ariele de Freitas Macedo
TRABALHO FINAL 
ANTROPOLOGIA
São João del-Rei
 2021
Na Antropologia, muito se pesquisa sobre as relações estabelecidas pelas diversas sociedades com questões que vão além do que é palpável ao ser humano, buscando as influências que mitos e magias têm em cada população. Entretanto, a Antropologia, por não se tratar de uma ciência exata, pode possuir diferentes interpretações sobre um mesmo assunto, assim como acontece na psicologia e na filosofia, por exemplo. Nesse sentido, o livro “Pureza e Perigo”, publicado em 1966 e escrito por Mary Douglas, traz em seu quinto capítulo, “Magia e Milagre”, uma discussão interessante sobre as interpretações acerca dos diversos significados da “magia” e dos rituais. O presente trabalho tem por objetivo discutir as colocações de Douglas sobre o assunto supracitado.
Mary Douglas inicia fazendo uma análise acerca da visão dos antropólogos mais antigos quando se tratava dos rituais praticados por outras culturas, já que, ingenuamente, eles acreditavam que os ritos dos “primitivos” possuíam a finalidade única de produzir uma intervenção imediata, como a cura de uma doença ou uma colheita farta, e chegavam até mesmo a ridicularizar aqueles que recorressem de outros meios, como a medicina europeia, para concretizar os objetivos dos rituais, alegando falta de fé por parte das tribos. Ainda nesse sentido, caracterizavam as cerimonias de tribos primitivas[footnoteRef:1] como uma espécie de magia, diferenciando-as das religiões modernas. Diversos outros antropólogos fizeram essa separação do que era verdadeiramente uma religiosidade e o que era definido como magia, mas sem colocar exatamente critérios específicos e científicos para isso, como foi o caso de Malinowski, que, baseado em Frazer, interpretou a magia como sendo algo advindo unicamente da expressão de emoções, utilizada para trazer esperança. Entretanto, essa diferenciação magia x religião foi equivocada, visto que parte do princípio do desconhecimento dos primitivos do que seria a “religião certa”. [1: O termo “primitivo” foi usado ao longo do texto de Mary Douglas para se referir a tribos com culturas diferentes da europeia. Esse termo não é o adequado, já que traz a ideia de atraso, e hoje sabemos que nenhuma cultura deve ser inferiorizada em detrimento de outra. Entretanto, o presente texto usará o termo “primitivo” a fim de manter com maior semelhança as colocações de Mary Douglas.] 
Nesse sentido, assim como Robertson Smith fez, é interessante aproximar os conceitos de magia e de milagre presente na igreja católica. Observa-se, dessa forma, que há, tanto entre as tribos primitiva quanto na igreja católica, a crença de que algo positivo para o homem seja operado por uma força sobrenatural, porém os milagres não estão necessariamente relacionados com determinados rituais e a espera de um acontecimento material não é o objetivo principal dos rituais das tribos primitivas. Esse pensamento é apenas uma reflexo do preconceito que nos impede de enxergar a religião de outrem da forma como ela realmente se dá.
Outra questão interessante colocada por Mary Douglas em seu texto, é a relação da formalidade com a fé, característica da igreja católica que é contestada fortemente no protestantismo.

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