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A Palavra de Deus Título original: The Word of God Extraído de The Christians Reasonable Service Por Wilhelmus à Brakel (1635-1711) Traduzido, adaptado e editado por Silvio Dutra Fev/2018 http://www.amazon.com/gp/product/B00A6EQVTE?ie=UTF8&camp=1789&creativeASIN=B00A6EQVTE&linkCode=xm2&tag=thethreshold-20 2 A474 à Brakel, Wilhelmus (1635-1711) A Palavra de Deus / Wilhelmus à Brakel, . – Rio de Janeiro, 2018. 110.; 14,8x21cm 1. Teologia. 2. Reverência 2. Graça 3. Fé. I. Título. CDD 230 3 Sumário Introdução pelo Tradutor......................................... 4 A Palavra de Deus................................................... 6 A Palavra de Deus antes de Moisés........................ 6 Os Nomes Atribuídos à Palavra de Deus................ 10 A Necessidade da Palavra Escrita.......................... 12 Origem das Sagradas Escrituras............................ 16 Autoridade Divina Inerente das Sagradas Escrituras............................................................... 18 As Causas Secundárias por que Deus Proveu o Homem com a Sua Palavra.................................... 26 A Substância ou Conteúdo da Palavra de Deus..... 28 Adição ou exclusão das Sagradas Escrituras Proibidas................................................................ 32 O Antigo Testamento: Concatenação com os Cristãos do Novo Testamento................................ 38 A Escritura não Estão sujeita a Várias Interpretações........................................................ 45 A Perspicácia das Sagradas Escrituras................... 57 O Papa não é o Juiz Infalível da Escritura.............. 65 A Função da Razão na Exposição da Sagrada Escritura................................................................. 76 As Sagradas Escrituras Devem Ser lidas por Todos os Membros da Igreja.................................. 83 A Tradução das Escrituras em Outras Línguas...... 89 Questão da Necessidade das Escrituras................. 94 Nossas Obrigações Para as Sagradas Escrituras.... 99 Diretrizes para a Leitura Proveitosa das Escrituras............................................................... 103 4 Introdução pelo Tradutor: Quando se diz que a Palavra de Deus é a única regra de fé e de prática da Igreja não há nisto nenhum dogma criado por alguns homens, cujo intuito fosse o de negar a autoridade de concílios, de denominações religiosas ou qualquer instituição terrena que alegue presunçosamente ser a referida regra. É fácil entender porque somente a Palavra de Deus possui tal caráter autoritativo para a salvação e edificação dos pecadores, sendo o único guia seguro para a vida que agora é e a que há de ser no porvir. Isto decorre que desde o princípio da revelação da verdade relativa à nossa salvação e santificação, Deus providenciou que ficasse registrado por escrito por homens previamente por ele escolhidos para tal propósito, que foram inspirados e dirigidos pelo Espírito Santo, respectivamente, nas diversas épocas em que viveram, para a produção do volume sagrado. Desde Adão e para ele foi feita a promessa de um Salvador e Senhor que no futuro esmagaria a cabeça da Serpente, e esta promessa foi feita e revelada por Deus a outros (Abraão, Davi, Daniel, Isaías, Jeremias, Ezequiel, etc), inclusive prevendo a formação de um povo, de uma nação eleita para o 5 referido propósito de trazer através dela a manifestação do Salvador em pessoa ao mundo. Em torno desta promessa principal e em decorrência dela várias outras promessas foram feitas por Deus, principalmente, ao Israel espiritual, das quais muitas já tiveram cumprimento, afirmando a completa e perfeita fidelidade de Deus, que vem a ser a garantia de que trará a cabal realização das demais promessas que ainda aguardam pelo seu cumprimento, como o arrebatamento da Igreja, a segunda vinda de Jesus, entre outras. Tudo o que é necessário para a justificação, regeneração, santificação e glorificação do pecador já foi revelado por Deus na Bíblia, de maneira que não há outra autoridade que senão a do próprio Deus e da Sua Palavra, para reger a vida do seu povo. 6 A Palavra de Deus Mostramos que o conhecimento de Deus derivado da natureza é insuficiente para a salvação. Se o homem devesse ser trazido para a salvação, era necessário que Deus revelasse uma maneira pela qual ele poderia se tornar um participante disso. Apesar disso, em retrospectiva, podemos deduzir que essa verdade, a natureza não a revela. Ela revela, no entanto, que Deus é capaz; revela algo que é de natureza salvífica. Isso encorajou alguns a reivindicar serem os destinatários das revelações divinas e fez com que as pessoas acreditassem em tais revelações. Deus, em Sua bondade insondável, desejando ter um povo próprio na terra a quem Ele lideraria para a salvação, revelou-lhes um caminho de salvação, começando com a primeira declaração do evangelho a Adão. A semente da mulher feriria a cabeça da serpente (Gênesis 3:15). Além disso, Deus repetidamente deu aos seus profetas revelações mais abrangentes e mais claras para que acreditassem nestas revelações para a salvação. que eles, por sua vez, proclamaram às pessoas. A Palavra de Deus antes de Moisés Se essas revelações foram registradas antes do tempo de Moisés e foram encaminhadas para a igreja de 7 naquele tempo em forma escrita, não podemos afirmar nem negar. Da mesma forma, não nos é conhecido se Moisés, sob o divino comando e tendo sido conduzido pelo Espírito Santo em toda a verdade, tinha registrado as questões que se passaram do início do tempo ao seu tempo por meio de escritos sagrados e divinamente inspirados, ou se ele os recebeu por conta própria em virtude da revelação imediata através das transmissões inerentes de homens guiados pelo Espírito Santo. Como os pais na linhagem sagrada viveram durante a duração de vários séculos, tal transmissão poderia transpirar mais prontamente. Abraão, que fielmente fez o caminho da salvação conhecido por sua semente, conseguiu aprender de forma remota tudo o que acontecera antes dele. Abraão foi informado por Sem (filho de Noé), com quem ele chegou a ser contemporâneo, Sem de Matusalém, e Matusalém de Adão. Contudo, conhecemos uma coisa com certeza: a igreja daquela época não foi privada da Palavra de Deus nem de revelações divinas. Moisés nos transmite isso em seu primeiro livro, e o fato de que os eleitos dessa época foram trazidos para a salvação torna este um pré-requisito necessário. A Palavra de Deus da época é geralmente referida como não palavra escrita, já que não parece ter sido gravada, nem nos foi transmitida por escrito. Somos 8 limitados no nosso conhecimento sobre isso pelo que Moisés nos transmite. Somente Judas fala da profecia de Enoque nos versos 14-15, que é credenciada pela sua conta. No entanto, para adornar as Sagradas Escrituras com uma Palavra não escrita que revelaria coisas não registradas na Bíblia - como faz o catolicismo romano para fazer suas tradições credíveis - seria um ato que invocaria as maldições pronunciadas sobre aqueles que acrescentariam algo à Palavra escrita. (Nota do tradutor: A Palavra foi revelada por Deus para um fim prático de conduzir o seu povo na verdade, e para clarear um pouco o sentido deste propósito, estamos apresentando a seguir uma breve reflexão os dons e agraça do Espírito Santo em suas operações nas vidas dos crentes. Uma das principais razões para a necessidade de se criar um firme fundamento na graça, pela obtenção e exercício do fruto do Espírito Santo, se refere sobretudo a servir de um aporte para que não sejam desperdiçados ou mal usados os dons sobrenaturais e extraordinários do mesmo Espírito, conforme relacionados nos capítulos 12 e 14 de I Coríntios. Por este motivo o apóstolo Paulo interpõe o caminho que é sobremodo excelente do amor entre os capítulos citados anteriormente, demonstrando que ainda que ele estivesse dotado de todos os dons sobrenaturais do Espírito, mas caso estes não fossem 9 embasados por uma vida governada e expressada pelo amor de Cristo, isto não seria de qualquer proveito, e ele estaria fazendo apenas barulho como um bronze que soa ou címbalo que retine. A este testemunho do apóstolo pode ser acrescentado o do autor de Hebreus no início do sexto capítulo da citada epístola, onde afirma até mesmo a perdição eterna, em ruína de rejeição, maldição e queima por Deus, de todos aqueles que mesmo sendo feitos participantes dos dons sobrenaturais do Espírito (como Saul, Judas, Balaão etc), por não terem alcançado sequer a salvação pela graça, e muito menos a produção do fruto do Espírito para Deus, que é amor, bondade, benignidade, longanimidade, fé, alegria, paz etc. Assim que é de pouca vantagem, no caso de crentes autênticos, que não se encontram na condição citada no parágrafo anterior, porque são participantes da graça salvadora de Cristo, serem dotados de vários dons sobrenaturais, como eram muitos crentes da Igreja de Corinto, e no entanto, serem faltosos no fruto do Espírito, por falta de disciplina e diligência, e obediência espiritual para crescer na graça e no conhecimento de Jesus. Os dons passarão, mas o fruto do Espírito não é perdido, pois passa a fazer parte da nossa nova natureza. Falar em línguas estranhas é edificante para o que fala, mas será de pouco uso se lhe falta longanimidade, paciência, misericórdia, e todas as demais características do amor citadas em I Coríntios 10 13. Os dons sobrenaturais são necessários e devem ser buscados, porque a igreja que estiver despojada deles pouco pode fazer para Cristo no que tange ao avanço do evangelho. Mas o testemunho dado no poder do Espírito, pode ser perdido quando depois de ter pregado com unção, for observado que ainda temos um coração carnal e mundano, pronto a se irritar com a menor provocação, a não perdoar a menor ofensa, a não suportar os crentes que são fracos, e enfim, estar muito longe daquela verdadeira santificação e renovação da mente que identifica todos os crentes que são de fato espirituais.) Os Nomes Atribuídos à Palavra de Deus Nós geralmente denominamos a Palavra de Deus escrita como a Bíblia, sendo a palavra "Bíblia" uma transliteração uma grega. Em nosso idioma, esta palavra significa "livro", o que corresponde ao fato de que a Bíblia é o Livro de todos os livros. Como é chamado em Isaías 34:16, "busque-o do livro do Senhor"; em Marcos 12:26, "o livro de Moisés"; em Lucas 4:17, "o livro do profeta Isaias"; em Atos 1:20, "o livro dos Salmos"; em Apocalipse 22:19, "o livro dessa profecia"; em Salmos 40: 7, "no volume do livro", assim chamado porque naquele momento não se fazia uso de páginas, mas 11 em vez disso uma longa tira de pergaminho que seria enrolada e amarrada com uma corda. A Palavra escrita também é chamada de Sagradas Escrituras em 2 Tim 3: 15-16. Em Atos 8:32 é referido como Escritura. Como a arte da impressão ainda não havia sido inventada, tudo tinha que ser escrito por caneta. Portanto, poucos possuíam a Bíblia inteira, o custo de uma Bíblia naquele momento era de milhares de dólares. Alguns só possuíam um livro de um dos profetas, um dos evangelhos, ou uma das cartas apostólicas. Além disso, muitos não conseguiram ler. Era uma grande misericórdia de Deus, sobre a qual não se pode meditar sem ação de graças, que a arte da impressão foi inventada e usada na sua produção pouco tempo antes da Reforma. Como resultado, mesmo agora uma pessoa pobre, pode possuir uma bíblia por um pequeno preço. Consequentemente, você dificilmente poderá encontrar alguém da fé Reformada que não possua uma Bíblia ou pelo menos um Novo Testamento. As Sagradas Escrituras também são denominadas como a Palavra de Deus. Em Rom 3: 2 é afirmado: "a eles foram confiados os oráculos de Deus ". Deus, em condescendência com o homem, revelou o caminho da verdade de uma maneira consistente 12 com a humanidade falando aos santos homens de Deus, que, movidos pelo Espírito Santo (2 Pedro 1:21), falaram estas coisas para a igreja, transmitindo as palavras de Deus para ela. "Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias a nós nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, e por quem fez também o mundo.", (Hb 1: 1-2). A Necessidade da Palavra Escrita Depois que Deus ampliou a igreja para incluir Abraão e sua semente, a qual foi principalmente limitada até o tempo de Cristo, agradou-lhe dar à sua igreja um governo eterno para a vida e a doutrina, submetendo-lhe à forma escrita. Isso não implica que tal fosse necessário da perspectiva de Deus, como por sua onipotência Ele teria sido capaz de revelar o caminho da salvação para Sua igreja sem a Palavra escrita, e preservar a verdade entre ela. Do ponto de vista do homem, no entanto, havia tal necessidade, a fim de que a verdade fosse preservada muito melhor contra a iniquidade do homem cujo coração se inclinasse à superstição e à religião carnal e carrega dentro dela a semente de numerosas heresias. Isso também era necessário para proteger a igreja contra as artimanhas do diabo porque seu objetivo é sempre usar a fumaça da heresia para manchar a verdade, sabendo que, sem o conhecimento da verdade, não 13 pode haver uma verdadeira piedade. Finalmente, era necessário que o evangelho chegasse de maneira eficiente a todos os membros individuais da igreja, fosse transmitido de pai para filho, e fosse distribuído entre as nações muito mais rapidamente. Era necessário que Judas escrevesse Judas 3 – “Amados, enquanto eu empregava toda a diligência para escrever-vos acerca da salvação que nos é comum, senti a necessidade de vos escrever, exortando-vos a pelejar pela fé que de uma vez para sempre foi entregue aos santos.” A Palavra escrita está no nosso caminho (Salmos 119: 105). “A Lei e ao Testemunho! se eles não falarem segundo esta palavra, nunca lhes raiará a alva." (Isaías 8:20). Assim, a existência da Palavra escrita é uma necessidade. O catolicismo romano, para salvaguardar suas tradições e lendas supersticiosas de forma mais eficaz, contradiz a necessidade da Escritura, apresentando os seguintes argumentos: Argumento nº 1: Houve igrejas particulares que existiram sem a Palavra escrita, sendo assim quando os apóstolos inicialmente proclamaram o evangelho entre os pagãos e estabeleceram-se", isto é, "foram confiadas as palavras de Deus" às Igrejas entre eles. Resposta: tal foi o caso apenas por um curto período de tempo. Mesmo que eles não estivessem na possessão imediata da Palavra escrita, eles tinham a palavra dos apóstolos infalivelmente movidos pelo Espírito de Deus. No entanto, em um sentido geral, a igreja tinha a Palavra de Deus em sua posse, uma vez 14 que uma congregação particular a compartilharia com outra congregação (Colossenses 4:16). Os judeus que estavam dispersos entre os pagãos tinham a Palavra escrita, e como você sabe, em muitos lugares eles eram geralmente os primeiros a crerem. Argumento nº 2: Para os analfabetos é como se a Palavra escrita não existisse porescrito. Resposta : Eles ouvem a Palavra lida, bem como a citação das passagens das Escrituras pelo ministro e, portanto, a sua fé é fundada sobre a Palavra escrita, assim como aqueles que são capazes de ler. Argumento nº 3: o povo do Senhor é ensinado pelo próprio Senhor e, portanto, não precisam de outras instruções (Isa 54:13, Jeremias 31:34; 1 João 2:27). Resposta: (1) De modo semelhante, pode argumentar-se que a igreja certamente não precisa para as suas tradições e, portanto, elas devem ser necessariamente descartadas. (2) Quando Deus instrui o Seu povo por meio da Palavra de Deus, eles estão sendo instruídos por Ele. (3) Não se exclui o outro, como Deus concede Seu Espírito Santo por meio de Sua Palavra (Atos 10:44). A Bíblia é composta por esta Palavra escrita e consiste em sessenta e seis livros. Trinta e nove foram escritas antes do nascimento de Cristo e, portanto, são referidas como o Antigo Testamento (2 Cor. 3:14). Começa com o primeiro livro de Moisés, geralmente referido como Gênesis, e conclui com Malaquias. Estes livros estão divididos em várias maneiras, como "Moisés e os Profetas" (Lucas 24:44); e "Moisés, os profetas e os salmos" (Lucas 15 24:44). Geralmente, eles se dividem da seguinte forma: (1) os livros da Lei, isto é, os cinco livros de Moisés, (2) livros históricos, Josué a Ester inclusive; (3) livros poéticos de Jó a Cantares de Salomão; (4 ) os profetas, constituídos pelos quatro principais profetas de Isaías a Daniel, e os doze profetas menores de Oseias a Malaquias. O Novo Testamento abrange aquelas Sagradas Escrituras que foram escritas após o tempo de Cristo, começando com Mateus e concluindo com Apocalipse. Estes são divididos da seguinte forma: (1) os livros históricos, isto é, os quatro evangelhos e os Atos dos Apóstolos, (2) os livros doutrinários da Epístola aos Romanos à Epístola de Judas, (3) um livro profético, sendo o Apocalipse de João. Os Apócrifos, isto é, os livros "escondidos" - não sendo lidos nas igrejas nem sendo reconhecidos como inspirados divinamente - não pertencem à Bíblia. São escritos de origem humana dos quais também há muitos hoje. Eles foram compostos antes do tempo de Cristo, nem pela mão de um profeta nem na língua hebraica, mas na língua grega. Eles não foram entregues à igreja, nem os judeus a quem os oráculos de Deus foram confiados (Romanos 3: 2). Eles contêm muitos erros e declarações heréticas que contradizem os livros canônicos. Para maiores informações abrangentes você pode ler o excelente prefácio dos tradutores holandeses do Statenbij bel preceding the Apocryphal books. Ele confunde satisfatoriamente o catolicismo romano que desejava nos últimos tempos 16 considerar esses livros como canônicos. Como as Sagradas Escrituras são a única regra para a doutrina e a vida, o diabo tem a intenção de derrubar ou obscurecer esse fundamento ao máximo de sua habilidade por meio de instrumentos à sua disposição. Por isso, nos encorajaremos a defender as Sagradas Escrituras e, para este propósito, consideramos: 1) a sua origem, tanto primária como secundária, 2) seus conteúdo, 3) sua forma, 4) o propósito delas, 5) os destinatários a quem elas são dadas, e 6) seu benefício. Ao considerar cada um desses elementos, devemos lidar com assuntos de controvérsia que possam ser contra eles. Origem das Sagradas Escrituras No que diz respeito à origem das Sagradas Escrituras, devemos considerar as causas primárias e secundárias. A primária, sim, a única causa essencial é Deus. A evidência é a seguinte: 1) Ao longo de todas as Escrituras, as seguintes expressões são encontradas: "Deus falou", "Deus disse", “assim diz o Senhor" e palavras semelhantes. 2) O próprio Deus não meramente proclamou a lei com uma voz alta (Êxodo 20), mas também gravou em duas tábuas de pedra (Êxodo 24:28). 3) Deus expressamente ordenou aos escritores sagrados que registrassem Sua Palavra: "Escreva isto para um memorial em um livro" (Êxodo 17: 14); "Escreva estas palavras" (Êxodo 34:27); "O que você vê, escreva em um livro e 17 envie-o para as sete igrejas que estão na Ásia" (Apocalipse 1:11). Isto também é expresso em vários outros textos, como em Isaías 30: 8, Jer 30: 2, e Heb 2: 2. Tal é também o propósito da perspicácia dos vários livros que contêm as credenciais dos escritores, sejam eles profetas, evangelistas ou os apóstolos. 4) As Escrituras inteiras testemunham isso: "Toda a Escritura é dada por inspiração de Deus" (2 Tim 3 : 16); "Porque a profecia nunca foi produzida por vontade dos homens, mas os homens da parte de Deus falaram movidos pelo Espírito Santo." (2 Pedro 1:21); "O Espírito do Senhor fala por mim, e a sua palavra está na minha língua." (2 Sam 23: 2). Isto foi afirmado na refutação ao catolicismo romano, que nega que as Sagradas Escrituras fossem escritas como comando de voto, mas sim nessa ou naquela ocasião arbitrária. A intenção de tal noção é minar secretamente as Escrituras e dar credibilidade e respeitabilidade às tradições de Roma. Eles procuram provar isso, mantendo que Deus teria causado a escrita de um livro ordenado, em que todas as questões essenciais teriam sido registradas de maneira ordenada, as palavras e as estipulações sendo tais que não poderiam surgir mal-entendidos ou heresias. 1) Quem foi o conselheiro do Senhor? Quem pode dizer: "O que você faz?" (Jó 9:12); "Pois a sabedoria desse mundo é uma loucura com Deus" (1 Coríntios 3:19). Ele tolera a sabedoria deste mundo (1 Coríntios 1:25); "Pois a loucura de Deus é mais sábia do que os homens" (1 Cor. 1:25); "Mas o homem 18 natural não recebe as coisas do Espírito de Deus; porque são loucuras para ele" (1 Coríntios 2:14). Erros e heresias não surgem das Sagradas Escrituras, senão do intelecto corrompido do homem. "E até importa que haja entre vós facções, para que os aprovados se tornem manifestos entre vós." (1 Cor 11:19). (2) Não negamos que alguns assuntos foram registrados em ocasiões especificadas; no entanto, isso não elimina o fato de que Deus os inspirou e os fez registrar suas palavras. Autoridade Divina Inerente das Sagradas Escrituras Pergunta: As Sagradas Escrituras são verdadeiramente a Palavra de Deus, tendo autoridade divina, tanto em relação a narrativas históricas, onde muitas palavras e as ações dos ímpios estão relacionadas e em relação à regra da doutrina e da vida? É necessário que o homem seja convencido disso e estimar as Escrituras como a Palavra de Deus. Portanto, como pode ser assegurado que as Sagradas Escrituras são a Palavra de Deus? Resposta: O catolicismo romano responde que devemos acreditar porque a igreja diz que é assim. Afirmamos que a verdadeira igreja, que acredita e declara que as Sagradas Escrituras são a Palavra de Deus, é um meio pelo qual o Espírito Santo leva o homem à Palavra e, assim, persuade o homem a acreditar. A igreja não é o fundamento em 19 que repousa a fé de que a Escritura é a Palavra de Deus e o homem é assegurado da mesma. Pelo contrário, as Sagradas Escrituras, em virtude das evidências constantes de sua divindade e do Espírito Santo que fala naquela Palavra, são elas mesmas o fundamento e a base pela qual acreditamos que elas sejam divinas. A autoridade da Palavra é derivada da própria Palavra. A igreja não pode ser o fundamento sobre o qual se acredita que as Escrituras são a Palavra de Deus, pois: Primeiro, a Igreja deriva toda a sua autoridade da Palavra. Não podemos reconhecer que uma igreja seja a verdadeira igreja exceto por meio da Palavra de Deus - e somente se pregar a doutrina pura e tem as credenciais que a Escritura expressa como pertencente à verdadeira igreja. "Construída sobre o fundamento dos apóstolos e profetas" (Efésios 2: 20); "Se alguém vier a você e não trouxer essadoutrina, não o receba na sua casa" (2 João 10); "... e evite-os" (Rom 16:17). Se a Palavra de Deus é o único critério pelo qual podemos determinar que uma igreja seja a verdadeira igreja de Deus, então, primeiro, reconhecer a Escritura como a Palavra de Deus antes reconhecendo que a igreja é uma igreja verdadeira. Além disso, não podemos receber o testemunho da igreja a menos que a reconheçamos ser a verdadeira igreja. Assim, não acreditamos que a Palavra seja a Palavra de Deus porque a igreja afirma, mas, pelo contrário, acreditamos que uma igreja é a verdadeira igreja porque a Palavra a valida como tal. Uma casa 20 descansa sobre o seu fundamento, e não o fundamento sobre a casa. Um produto procede da sua origem; a origem não procede de seu produtor. Argumento invasivo: os dois podem ser intercambiáveis; Cristo prestou testemunho de João Batista e João em troca, de Cristo. Resposta: Uma coisa é testemunha, mas a outra é o fundamento da própria fé. Cristo é a Verdade, e Ele testemunhou com autoridade; João, no entanto, era apenas um instrumento pelo qual a verdade era divulgada, como todos os ministérios são hoje. Os servos de Deus não são, no entanto, o fundamento sobre o qual a fé dos assistentes está descansando; esse fundamento é Jesus Cristo. Em vez disso, com os samaritanos devemos confessar: "e diziam à mulher: Já não é pela tua palavra que nós cremos; pois agora nós mesmos temos ouvido e sabemos que este é verdadeiramente o Salvador do mundo." (João 4:42). Porque respeitar as palavras de alguém é respeitar a própria pessoa. As leis emitidas pelo governo derivam a autorização para exigir o cumprimento do próprio governo. As leis não recebem essa autoridade, no entanto, da pessoa que publica essas leis, lendo ou exibindo essas leis. Assim, nós reconhecemos a Palavra como tendo autoridade divina porque somente Deus é Aquele que fala: " Ouvi, ó céus, e dá ouvidos, ó terra, porque falou o Senhor:" (Isa 1: 2). A igreja meramente funciona como um escudo. Se a Palavra derivasse sua autoridade da igreja, então teríamos que considerar a igreja em maior estima do que o próprio Deus. 21 Porque quem dá credibilidade e ênfase às palavras de alguém é superior à pessoa que fala. Deus não tem superior e, portanto, ninguém está em posição de dar autoridade às Suas palavras. "Eu, porém, não recebo testemunho de homem" (João 5:36), exclamou o Senhor Jesus. Mesmo que João tivesse testemunhado sobre Ele, isto é, declarou que ele era o Cristo, seria contrário à vontade do Senhor Jesus de que alguém acreditasse apenas por essa razão. O testemunho de João era apenas um meio para um fim. "Mas o testemunho que eu tenho é maior do que o de João; porque as obras que o Pai me deu para realizar, as mesmas obras que faço dão testemunho de mim que o Pai me enviou." (João 5:36). Objeção 1 : "... a qual é a igreja do Deus vivo, a coluna e o baluarte da verdade" (1 Tim 3:15). Seja qual for o que proporcione a verdade com suporte e estabilidade, fornece-lhe a autoridade para receber como verdade. Tal é a relação entre a igreja e a verdade. Resposta: rejeito enfaticamente a conclusão desta proposição. Os defensores mais eminentes da igreja são chamados pilares, o que é verdadeiro na conduta diária, bem como na Escritura. "Tiago, Cefas e João, que pareciam pilares" (Gál 2: 9). No entanto, esses homens não deram à igreja a autoridade para ser reconhecida como a verdadeira igreja. Da mesma forma, a igreja é o guardião, o defensor e o protetor da Palavra. Se não houvesse igreja, a Palavra de Deus e a verdade contida nela desapareceriam quase 22 inteiramente do mundo. A expressão "um pilar e baluarte" não tem como referência a concessão de autoridade e credibilidade, mas sim a preservação e proteção. Os oráculos de Deus foram confiados à igreja (Romanos 3: 2). Sua vocação é preservá-los e defendê-los, bem como publicá-los. Que credibilidade isso dá à Palavra de Deus em si? Objeção nº 2: Ninguém saberia que a Bíblia é a Palavra de Deus se a igreja não tivesse declarado que assim era. Deus não está agora declarando do céu que a Bíblia é a Sua Palavra; portanto, deve ser necessariamente alguém que declare que tal é o caso para que as pessoas possam ouvi-lo. Resumo: (1) Ninguém pode saber qual lei o governo emitiu, exceto pelo anúncio do arauto, e, no entanto, ela não é o pessoa que dá a essas leis sua autoridade. Tal é também o caso aqui. (2) O argumento de que ninguém pode saber que a Bíblia é a Palavra de Deus, exceto que a igreja declare que é assim, não é válida. Ocorre ocasionalmente que alguém nascido e erguido longe de outras pessoas, e ignorando a existência de uma igreja, acidentalmente encontre uma bíblia em sua casa. Ao lê-la com diligência, ele se encanta com esses assuntos e eles são usados como meio para sua conversão. Consequentemente, ele reconhece que a Bíblia é de Deus e ele começa a amar a Sua Palavra. Eu conheci esse indivíduo e o que aconteceu com ele também pode acontecer com qualquer outra pessoa. Centenas de pessoas são ignorantes sobre a igreja e, portanto, não têm 23 nenhuma consideração por isso. No entanto, eles reconhecerão a Bíblia como a Palavra de Deus e podem até tentar procurar a verdadeira igreja por meio da Palavra. Se a igreja ou outra pessoa nos dá a Bíblia e declara que ela é a Palavra de Deus é indiferente. Em qualquer caso, ele pode motivar uma pessoa a procurar, e ao pesquisar, ele pode discernir evidências de autoria divina nela. (3) O objetor irá reivindicar a Igreja Católica Romana como a verdadeira igreja, dando assim autoridade ao Senhor. Acreditamos, no entanto, que a Bíblia é a Palavra de Deus, mas não porque a Igreja Católica Romana diz que é, como nem sequer a reconhecemos como a igreja de Deus. Assim, com quanto mais certeza - dez vezes mais que eles - podemos declarar que a Bíblia é a Palavra de Deus! E não estamos baseando isso no reconhecimento de que a Igreja Católica Romana é a verdadeira igreja. As Escrituras não recebem sua autoridade divina do papa, das assembleias de concílios, nem de toda a estrutura de poder da Igreja Católica Romana. Objeção nº 3: A igreja existiu antes da Palavra escrita e é mais conhecida do que a Palavra; assim, a igreja confere à Palavra autoridade divina. Resposta: A igreja não é mais antiga do que a Palavra; o oposto é verdadeiro. A Palavra é a semente da igreja. A primeira mensagem do evangelho foi emitida antes da existência da igreja e foi um meio pelo qual a igreja entrou em existência. É verdade que a igreja existia antes do tempo em que as Escrituras estavam 24 totalmente contidas na Bíblia. No entanto, a igreja não deu credibilidade aos livros de Moisés e às Escrituras que os seguiram. Hoje, quando alguém nasceu sob o ministério da Palavra, a Palavra e a igreja estão simultaneamente presentes. Geralmente, alguém estima a Bíblia como a Palavra de Deus antes de compreender o que é a igreja e discernir o que ela tem a dizer sobre a Palavra. Daqui, segue-se que a igreja não possui mais reconhecimento do que a Palavra. O contrário é verdadeiro. Supondo que a igreja precedeu a Palavra escrita e tenha mais reconhecimento, esse fato não lhe daria o privilégio acima de outro para declarar a Palavra como divina. Assim, a igreja não dá autoridade divina à Palavra entre os homens. Nós não acreditamos que a Palavra seja divina porque a igreja declara que é assim, mas as próprias Escrituras sagradas manifestam a sua divindade para o leitor atencioso, e isso fica claro a partir do seguinte: (1) Os prefácios dos livros da Bíblia e cartas apostólicas e palavras como "Assim diz o Senhor", "O Senhor fala", "Ouve a Palavra do Senhor", etc., toca o coração. (2) A Escritura manifesta a sua divindade para o homem pela revelaçãodos mistérios sublimes de Deus e assuntos divinos, que a natureza não revela, nenhum humano poderia ter concebido e que, além da operação do Espírito Santo, não pode ser compreendido. A divindade da Escritura também se manifesta na santidade e na pureza de suas injunções, bem como pela maneira como o homem é 25 comandado a conduzir-se. Portanto, todos os outros escritos que não são derivados dessa Palavra são carnais, não refinados, vaidosos e tolos, enquanto que os escritos que são derivados das Escrituras comparam a Escritura como uma pintura que se assemelha a um ser humano vivo. (3) A divindade da Escritura é mais evidente a partir do poder que ela exerce sobre o coração humano, porque onde quer que seja pregada, os corações são conquistados e sujeitos a ela. Quanto mais aqueles que confessarem a verdade das Escrituras são suprimidos e perseguidos, mais a Palavra exercerá seu poder. (4) É evidente a partir da luz maravilhosa com a qual a Palavra ilumina a alma, a toca interna e externamente de tal forma que ela engendra a maneira em que enche os crentes com um doce conforto e alegria inexprimível. É capaz de suportar toda perseguição no amor e com alegria, bem como se entregar de bom grado à morte. (5) Finalmente, é evidente pelas profecias que, tendo declarado, com antecedência de milhares de anos, o que não poderia ocorrer, foram cumpridas em muitos detalhes, validando assim essas profecias. Esses e assuntos semelhantes são raios da divindade da Palavra que iluminam e convencem o homem desta divindade por sua luz inerente. No entanto, a tarefa de persuadir completamente alguém, especialmente uma pessoa que usa seu intelecto corrupto para julgar nesta matéria, é a obra do Espírito de Deus que é o Espírito de fé (2 Cor 4, 13). Ele dá fé (1 Cor. 12: 9), 26 e testifica que o Espírito que fala por meio da Palavra é a verdade (1 João 5: 6); "Ninguém pode dizer que Jesus é o Senhor, senão pelo Espírito Santo" (1 Coríntios 12: 3). As Causas Secundárias por que Deus Proveu o Homem com a Sua Palavra. Tendo considerado a principal causa em movimento, agora consideraremos as causas secundárias ou os meios que Deus procurou usar para fornecer ao homem a Sua Palavra. Estes eram "homens santos de Deus, movidos pelo Espírito Santo" (2 Pedro 1:21). Eles receberam revelação, (1) por meio de endereço imediato: "Com ele falarei boca a boca, mesmo aparentemente" (Números 12: 8), (2) por meio de um transe (Atos 10:10), e sendo "No espírito" (Apocalipse 1:10), (3) por meio de sonhos em que Deus falaria (Mateus 1:20), ou em visões acompanhadas de declarações verbais (Gênesis 18: 13,17); (4) por meio de anjos, seja durante o sono, durante um transe, ou enquanto estivesse acordado (Gênesis 18: 2). Da mesma maneira que os profetas receberam suas revelações, eles, assim como os evangelistas e os apóstolos, escreveram pela inspiração do Espírito Santo (2 Tim 3:16), movidos por ele (2 Ped 1:21) e que os instruiu e dirigiu a toda a verdade (João 16:13), mostrando-a a eles (versículo 14). Esses homens, guiados pelo Espírito Santo em relação a assuntos, palavras e estilo, escreveram na 27 língua em uso pela igreja, assim permitindo que ela compreendesse as Escrituras. As Escrituras do Antigo Testamento foram escritas no hebraico, já que naquela época a igreja existia dentro dessa nação. Somente alguns capítulos foram registrados na língua aramaica que se assemelha ao hebraico com tanta atenção que quem entender o hebraico será capaz de entender o idioma aramaico também bastante profundo. As Escrituras do Novo Testamento foram escritas em grego, esta língua sendo mais comum em uso entre os gentios. Ambas as línguas permaneceram tão intactas nas Sagradas Escrituras que, embora vários manuscritos contenham alguns erros de escrita ou de impressão, e os hereges procurarem corrompê-los em vários lugares, as Escrituras têm no entanto, sido totalmente preservadas devido ao cuidado fiel, providencial do Senhor, bem como pela atenção meticulosa dada aos manuscritos pelas igrejas judaica e cristã. Somente as línguas acima mencionadas são autênticas, tendo a autoridade inerente a ser credível e aceitável. Foi nessas línguas que agradou ao Senhor, pela inspiração e direção do Espírito Santo, fazer com que sua Palavra fosse gravada. Todas as traduções para outros idiomas devem ser verificadas através do texto 28 original. O que quer que seja que não esteja em harmonia com este texto deve ser rejeitado, pois Deus não fez com que Sua Palavra fosse gravada nas línguas em que está sendo traduzida, mas apenas em hebraico e grego. O catolicismo romano considera a tradução latina comum como autêntica, embora alguns dos mais educados entre eles, estando familiarizados com hebraico e grego, são de uma opinião diferente. Outros, entre eles, prefeririam morrer na ignorância do que vir ao conhecimento da verdade. Nos seus esforços para eliminar a autenticidade do original os textos são tão carregados de ignorância que não merecem uma resposta. A Substância ou Conteúdo da Palavra de Deus A substância ou conteúdo da Palavra é a aliança da graça, ou para declará-lo de forma diferente, ela contém a perfeita regra de fé e prática. Esta regra é compreendida no Antigo e no Novo Testamento. Não é verdade que parte desta regra é encontrado em cada um, de modo que o Antigo Testamento não teria sido suficiente para a igreja do Antigo Testamento e que o Novo Testamento não teria sido suficiente para a salvação sem o Antigo Testamento, como se tivessem a necessidade de pertencer ao sentido absoluto da palavra. Isso sugeriria que se um livro das Escrituras 29 fosse perdido, parte dessa regra falharia e, portanto, não seria perfeita. Por um livro ou vários juntos - por exemplo, os livros de Moisés ou os evangelhos - contém perfeitamente a regra completa para fé e prática. Se alguém estiver na posse de apenas esses livros ainda poderia ser salvo, presumindo que ele iria entendê-los corretamente. Ao nos dar muitas Escrituras, no entanto, escritas por vários profetas, evangelistas e apóstolos, todos portadores de testemunho da mesma verdade, o Senhor está nos manifestando o seu maravilhoso poder divino. Um livro lançará luz sobre uma doutrina mais abrangente e mais claramente, enquanto outro livro o fará em referência a uma doutrina diferente. Assim, todos os livros dos Antigo e Novo Testamentos nos obrigam a acreditar e a praticar tudo o que Deus ordena, o que implica que nada pode ser acreditado ou praticado que seja exterior e estranho às Escrituras. Isso nos confronta com o seguintes perguntas: Pergunta: A Palavra de Deus é uma regra completa e perfeita para o homem em referência à fé e à prática, assim implicando que nada deve ser, ou pode ser, adicionado? Resposta: O catolicismo romano nega que a Palavra de Deus nos fornece uma regra tão perfeita, 30 insistindo que as tradições não escritas devem ser aceitas e acreditadas com a mesma veneração e fé que a Palavra de Deus escrita. Nós, ao contrário, afirmamos que a Palavra de Deus escrita é uma regra perfeita e completa, assim rejeitando como invenções humanas todas as tradições não escritas que pertencem à doutrina ou à prática. Isto é verificado porque, "A lei do Senhor é perfeita, e refrigera a alma; o testemunho do Senhor é fiel, e dá sabedoria aos simples." (Sl 19.7). Davi, como profeta, não faz apenas menção à perfeição que é inerente ao menor detalhe da Palavra de Deus, mas principalmente como esta Palavra funciona em referência ao homem: pode infundir o homem com sabedoria para a salvação, o que, por sua vez, resulta em sua conversão. Assim, a Palavra contém tudo o que é essencial para a doutrina e a prática. Se tal não fosse o caso, então não seriacapaz de converter um homem nem fornecer-lhe sabedoria adequada. A Palavra escrita foi dada com o propósito expresso de que possamos buscar a vida por ela. "Estes, porém, estão escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome." (João 20:31). Tal objetivo não poderia ser alcançado se a Palavra escrita não fosse suficiente nem uma regra perfeita para a doutrina e a 31 vida. Assim, deve-se concluir que a Palavra é perfeita. “E que desde a infância sabes as sagradas letras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus. Toda Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente preparado para toda boa obra.”, 2 Tim 3: 15-17. Argumento evasivo nº 1: a palavra usada é "proveitosa", mas não "suficiente". A tinta é uma redação proveitosa e necessária, mas não é suficiente por si mesma. Resposta: Está escrito que a Palavra pode nos tornar sábios para a salvação, e tudo o que for proveitoso para a salvação também é suficiente. Em consequência disso, não pode haver requisitos adicionais. O sol é proveitoso para a saúde, o que equivale a ser suficiente, pois nenhuma outra luz é necessária ou lucrativa quando somos iluminados pelo sol. Argumento evasivo n.°2: O apóstolo se refere ao Antigo Testamento. Se o Antigo Testamento fosse suficiente, não era necessário o Novo Testamento. No entanto, desde que é indispensável, então, é rentável para a vantagem, mas não é o equivalente a ser suficiente. Resposta: (1) O Antigo Testamento era suficiente antes da vinda de Cristo que havia sido prometido no Velho Testamento. O Novo Testamento não propõe uma doutrina e prática que difira daquilo que é apresentado no Antigo Testamento, mas sim confirma e aumenta o que foi prometido e, assim, dá uma exposição de seu 32 cumprimento. Se o Antigo Testamento fosse rentável a tal ponto que fosse suficiente para esse tempo, então, devido à sua suficiência, a combinação do Antigo e do Novo Testamento é ainda mais rentável. (2) Quando Paulo escreveu estas palavras para Timóteo, várias novas Escrituras do Novo Testamento já estavam disponíveis e, portanto, também foram incluídas. Adição ou exclusão das Sagradas Escrituras Proibidas. É proibido adicionar ou excluir da Palavra escrita. Todas as maldições são registradas nesta Palavra em relação a essa prática que confirmam isso. Assim, a Palavra de Deus é uma regra completa para a doutrina e prática. Isso pode ser observado, como a seguir: "Não acrescentareis à palavra que vos mando, nem diminuireis dela, para que guardeis os mandamentos do Senhor vosso Deus, que eu vos mando." (Deuteronômio 4: 2); "Eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro: Se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus lhe acrescentará as pragas que estão escritas neste livro; e se alguém tirar qualquer coisa das palavras do livro desta profecia, Deus lhe tirará a sua parte da árvore da vida, e da cidade santa, que estão descritas neste livro." (Ap 22: 18-19); "Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos pregasse outro evangelho além do que já vos pregamos, seja anátema." (Gálatas 1: 8). 33 Argumento evasivo n.°1: Moisés faz referência ao que ele falou e não para o que ele escreveu. João apenas relatou seu livro, Apocalipse, e não toda a Bíblia. Resumindo: O que Moisés falou, ele, no comando do Senhor, também registrou como servo fiel de Deus. Quanto ao livro de Apocalipse, João escreveu a conclusão da Palavra de Deus. João colocou sua proibição no final de Apocalipse como um selo sobre toda a vontade revelada e registrada de Deus em Sua Palavra. O motivo dessa proibição é idêntico para todos os livros da Escritura Sagrada e, portanto, para toda a Escritura, sendo o fato de Deus ter inspirado esses escritos e nenhum outro. Argumento invasivo nº 2: Os profetas adicionaram muito a Moisés e os apóstolos adicionaram a ambos. Resposta: isto não é verdade em referência à regra de doutrina e prática, mas é apenas verdade quanto à exposição, ao aumento e à aplicação, e somente na inspiração e comando de Deus. Paulo anunciou todo o conselho de Deus (Atos 20:27), e ainda não ultrapassou Moisés e os profetas (Atos 26:22). (Nota do tradutor: Os que fazem tal afirmação são completamente ignorantes quanto aos propósitos de Deus na produção das Escrituras, até mesmo porque até que Jesus fosse manifestado em carne, havia necessidade de se registrar todas as promessas relativas à sua vinda, bem como ao seu cumprimento, e não somente isto, como também tudo o que se refere ao tempo do fim, com a sua segunda vinda. Isto não poderia ser feito senão através do decorrer do tempo, 34 em que Deus revelou a sua completa fidelidade em cumprir tudo o que havia prometido antes. Temos nas Escrituras, sobretudo o registro dessa fidelidade para o apoio da nossa fé em Deus e na Sua Palavra, de modo a darmos crédito a tudo o que ela contém e que é necessário para a nossa salvação, no que se refere à nossa justificação, regeneração e santificação. Tudo o que devemos cumprir e crer em suas ordenanças, quer no que se refere às boas promessas, e quanto ao temor devido a Deus sobretudo em suas ameaças e juízos contra o pecado.) Argumento evasivo n. ° 3: os textos referem-se a uma adição ou supressão que contradiga e corrompa o que tenha sido escrito, mas não para algo que esteja de acordo com e complementa o texto. Resposta: Qualquer um que acrescenta algo a um trabalho perfeito tem um efeito corruptor. Os textos não se referem apenas a tudo o que é contraditório, mas a todas as exceções, bem como o que quer que seja composto além do texto escrito (Gálatas 1: 8). Todas as tradições de natureza extrabíblica são invenções e instituições de homens. Não há tradições que nos foram transmitidas por Cristo e os apóstolos. Nunca Cristo nem um apóstolo nos dirigem a declarações não escritas, mas sempre à Palavra (Isaías 8:20, Lucas 16:29, João 5:39, 2 Ped 1: 19-20). Deus condena todas as instituições de homens. "Mas em vão me adoram, ensinando doutrinas que são 35 preceitos de homem." (Mt 15.9). As instituições do catolicismo romano são supersticiosas, errôneas e contrárias à Palavra escrita de Deus. Bíblia nº 1: muitos livros das Sagradas Escrituras foram perdidos, como O Livro das Guerras do Senhor, O Livro dos Justos, O Livro das Crônicas de Israel, o livro dos profetas Natan e Gade, A Carta aos Laodicenses. Além disso, nem todas as palavras e ações de Cristo foram registradas. Podemos acreditar que os apóstolos também escreveram cartas adicionais que não estão em nossa posse. Assim, nós devemos concluir que a Bíblia não está completa. Resumos: (1) Estes livros nunca foram considerados como uma regra para doutrina e prática. A Escritura menciona vários outros livros que foram escritos por autores pagãos (Atos 17:28; Tito 1:12). (2) Cremos que Cristo falou e fez muitas coisas. Além disso, acreditamos que os apóstolos escreveram muitas cartas às congregações, também por inspiração do Espírito Santo. Tais congregações particulares foram obrigadas a receber essas cartas como sendo de origem divina. Estes não estavam na posse de outras congregações, no entanto, e após o período apostólico não foram preservados para a igreja de Deus. As Escrituras que possuímos agora não são, portanto, incompletas, mas, no entanto, são e permanecem, no entanto, uma regra perfeita para a doutrina e a prática. Todo o evangelho está contido nelas e, além da Escritura, nada mais foi dito ou 36 escrito sobre Cristo e os apóstolos que foi reconhecido como uma regra para doutrina e prática para a igreja.De fato, mesmo que tivéssemos menos livros em número, nós, no entanto, possuímos uma regra perfeita. É a bondade do Senhor, entretanto, dar-nos o mesmo evangelho pela agência de muitas pessoas, bem como por meio de muitas amplificações, aplicações e exposições - tudo muito abundante para nós. Deve ser feita uma distinção entre a essência de um assunto e os detalhes dele. Bíblia nº 2: "Ainda tenho muito que vos dizer; mas vós não o podeis suportar agora." (João 16:12). Isso indica que muitas coisas essenciais não foram gravadas. Assim, devemos concluir que as Escrituras não são completas e, portanto, precisam ser aumentadas por meio de tradições. Resposta: Após a ressurreição de Cristo, os apóstolos eram mais fortes em fé e graça, e durante os quarenta dias de Sua presença entre eles, falou sobre as coisas relativas ao reino de Deus (Atos 1: 3). Assim, Cristo falou-lhes sobre as coisas que antes não podiam suportar. Eles foram movidos pelo Espírito Santo, que os ajudou a chegar a toda a verdade (João 16:13). Este Espírito ensinaria todas as coisas e lembraria todas as coisas que o Senhor Jesus lhes havia dito (João 14:26). Assim, a tradição é eliminada e as Sagradas Escrituras são e permanecem perfeitas, os apóstolos tendo registrado "tudo o que Jesus começou a fazer e a ensinar" (Atos 1: 1), que engloba tudo o que é essencial para a salvação. Objeção 3: "Assim, pois, 37 irmãos, estai firmes e conservai as tradições que vos foram ensinadas, seja por palavra, seja por epístola nossa." (2 Tessalonicenses 2:15). Aqui, o apóstolo faz expressamente menção às tradições que foram ensinadas verbalmente, para distingui-las das tradições ensinadas por carta. Consequentemente, há tradições que não foram registradas, mas que, no entanto, devem ser adotadas. Resposta: O apóstolo não só escreveu, mas também se dedicou à pregação viva. A substância de sua pregação, no entanto, não diferiu da substância de sua escrita, e vice-versa. Foi no essencial o mesmo evangelho. Portanto, "por palavra ou por carta" apenas se refere a diferentes modos de apresentação e não a questões que diferem essencialmente. Por isso, isso não dá suporte ao uso da tradição. Bíblia nº 4: A igreja judaica também instituiu várias práticas - passando-as para as gerações subsequentes - que, no entanto, não foram comandadas, como o jejum no quarto, quinto, sétimo e décimo mês (Zacarias 7: 5 e 8: 19); os dias de Purim (Ester 9: 21-26); a festa da dedicação (João 10:22). Da mesma forma, a Igreja Reformada também tem suas tradições, o que implica que também agora podemos e devemos defender a tradição. Resposta: A prática do jejum foi comandada por Deus; a determinação da necessidade, do tempo e das circunstâncias foi deixada para a igreja (Joel 2). Também são comandados dias especiais de ação de graças, cuja ocorrência e frequência são determinadas pela igreja. Não há fundamento na 38 Palavra, no entanto, sobre o que a igreja pode legislar para a observação de tais dias para as gerações subsequentes. Tais práticas devem ser denunciadas e a igreja não deve observá-las. Isso também é verdade para os nossos dias de festas que devem ser eliminados. No que diz respeito aos dias das festas, consulte a Res Judicata de D. Koelman, bem como suas outras escrituras acadêmicas e devocionais. Outras ordens e circunstâncias religiosas externas são principalmente ordenadas na Palavra de Deus, cujas considerações são deixadas para cada igreja individual e, consequentemente, são alteráveis de acordo com o tempo e o local. No entanto, todas as superstições devem ser evitadas e tais práticas não devem ter um efeito adverso sobre a doutrina e a prática. Assim, a perfeição da regra das Escrituras não será violada, nem o uso de tradições não escritas será defendido. O Antigo Testamento: Concatenação com os Cristãos do Novo Testamento O Antigo Testamento continua a ser uma regra para doutrina e prática para cristãos no Novo Testamento? Resposta: Os anabatistas respondem negativamente, enquanto nós respondemos na afirmativa. Nossa prova é a seguinte: Primeiro, o Antigo e o Novo Testamento contêm as mesmas doutrinas e o mesmo evangelho; assim, os Testamentos Antigo e Novo são um em essência, 39 diferindo apenas nas circunstâncias e na maneira de administração. A igreja do Antigo Testamento antecipou a vinda de Cristo e, portanto, teve um ministério de tipos e sombras. A igreja do Novo Testamento reflete sobre Cristo que veio e, portanto, tem um ministério sem sombras. O Testamento Antigo é um em essência com o Novo Testamento e, portanto, é uma regra para nós, como é o Novo Testamento. Posteriormente, devemos demonstrar de forma mais abrangente que tal é evidente nos dois Testamentos, o que é o motivo pelo qual o apóstolo, ao pregar na dispensação do Novo Testamento disse: "Tendo, pois, alcançado socorro da parte de Deus, ainda até o dia de hoje permaneço, dando testemunho tanto a pequenos como a grandes, não dizendo nada senão o que os profetas e Moisés disseram que devia acontecer." (Atos 26:22). Em segundo lugar, há apenas uma igreja desde o início do mundo até o fim dos tempos. Os livros do Velho Testamento foram dados à igreja como seu princípio regulador e, portanto, também é verdade para a Igreja do Novo Testamento. Mesmo as cerimônias, que foram instituídas para serem praticadas apenas por um período de tempo, são aplicáveis no Novo Testamento - para não serem praticadas como tais, mas com o propósito de discernir nelas a verdade e a sabedoria de Deus, e também para a alcançar um melhor conhecimento de Cristo a partir dos detalhes dessas cerimônias. Terceiro, a igreja do Novo Testamento é construída sobre o fundamento dos 40 profetas, bem como dos apóstolos. "Construído sobre o fundamento dos apóstolos e profetas" (Efésios 2:20). Assim, os escritos dos profetas são os reguladores para nós como os escritos dos apóstolos. Argumento evasivo: a palavra "profetas" deve ser interpretada como se referindo aos profetas do Novo Testamento, de quem podemos ler em 1 Coríntios 12:28, Ef 3: 5; 4:11. Isto é indicado pela ordem em que são mencionados, como o apóstolo primeiro faz menção dos apóstolos e depois dos profetas. Resposta: (1) Os profetas do Novo Testamento, a quem se faz referência nesses textos, não partiram atrás de escritos. Consequentemente, a igreja não pode ser construída sobre os seus escritos. (2) Sempre que seja feita menção de profetas no Novo Testamento, a referência é geralmente aos profetas do Antigo Testamento (Lucas 24: 25,27). (3) O fato de que os apóstolos são mencionados antes que os profetas não dá apoio a tal sentimento. Os profetas são colocados diante dos evangelistas em Efésios 4:11 e, no entanto, os evangelistas são superiores aos profetas no Novo Testamento. Quinto, Cristo e os apóstolos fundamentaram sua doutrina por meio do Antigo Testamento. Eles nos dirigem para os princípios do Antigo Testamento, demonstrando a rentabilidade do Antigo Testamento para nós que estamos na dispensação do Novo Testamento. "Examinai as Escrituras; pois ... são elas que testemunham de Mim" (João 5:39); "Para o que todas as coisas foram escritas anteriormente (isto é, 41 os livros do Antigo Testamento) foram escritos para o nosso aprendizado" (Rom 15: 4): "Eles têm Moisés e os profetas; deixe-os ouvi-los" (Lucas 16:29); "E temos ainda mais firme a palavra profética à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma candeia que alumia em lugar escuro, até que o dia amanheça e a estrela da alva surja em vossos corações;" (2 Pedro 1:19); “Ora, estes eram mais nobres do que os de Tessalônica, porque receberam a palavra com toda avidez, examinando diariamente as Escrituras para ver se estas coisas eram assim." (Atos 17: 11). Tudo issodemonstra com clareza excepcional que as Escrituras do Antigo Testamento são também reguladoras para nós, como as do Novo Testamento. Objeção nº 1: "Dizendo: Novo pacto, ele tornou antiquado o primeiro. E o que se torna antiquado e envelhece, perto está de desaparecer." (Heb 8:13). Como já estava envelhecendo e pronto para desaparecer, no momento atual desapareceu há muito tempo. Assim, concluímos que o Antigo Testamento já não é regulador para nós. Resumindo: Neste texto, o apóstolo não se refere aos livros do Antigo Testamento, pois os elogia, declarando-os lucrativos para instrução, repreensão, etc. (Rom 15: 4, 2 Tim 3: 15-17). Em vez disso, sua referência aqui é a administração da aliança, que será demonstrada em mais detalhes posteriormente. Mesmo que as cerimônias relativas à administração da aliança tenham cessado, os livros do Velho Testamento não deixam de ser reguladores. Objeção 2: "Porque todos 42 os profetas e a lei profetizaram até João" (Mateus 11:13); portanto, as profecias cessaram no momento em que João apareceu em cena. Resposta: Os profetas e as leis cerimoniais proclamaram que Cristo viria, enquanto João proclamava que Jesus havia chegado. O cumprimento implica a cessação dessa promessa; como tal, essas promessas não devem mais ser entendidas como sendo de natureza profética. Suas profecias continuaram a ser válidas em outros aspectos, no entanto. A respeito do sofrimento, da morte, da ressurreição e da ascensão de Jesus, e de Seu retorno para julgar o mundo. Neste sentido, as profecias não podiam cessar com João, o motivo sendo que muitas ainda não foram cumpridas. O Senhor Jesus faz referência neste texto às profecias e à sua realização, mas não à questão de saber se as próprias Escrituras são ou não regulatórias. Aquela terminou com a vinda de Cristo, e o outro sempre será válido. Objeção 3: "Cristo é o fim da lei" (Rom 10: 4). Portanto, o Antigo Testamento deixou de funcionar na vinda de Cristo. Resposta: O apóstolo não se refere ao término de sua validade duradoura, pois é afirmado por Cristo: "Não penseis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim destruir, mas cumprir. Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, de modo nenhum passará da lei um só i ou um só til, até que tudo seja cumprido." (Mateus 5: 17-18). Em vez disso, Paulo se refere ao objetivo em vista, isto é, que a função da lei é levar a Cristo, que, por meio do cumprimento da lei 43 por Sua vida e paixão, pode tornar-se participante da justificação. A composição externa e interna das Sagradas Escrituras. A composição das Sagradas Escrituras é tanto externa quanto interna. Ao exterior, pertence a ordem, a clareza e a adequação do estilo da Escritura, expressando de forma mais sucinta cada doutrina considerada individualmente, bem como transmitindo a harmonia interna entre as doutrinas e, ao mesmo tempo, exibindo a justificação de Deus por cujo Espírito elas têm sido registradas. Um homem de sabedoria mundana procura usar vocabulário ornamentado, mas raramente poderá descrever adequadamente a maravilhosa fortaleza, a dignidade, e a elegância do estilo da Escritura. O idioma usado nos discursos mais elegantes dos oradores é em comparação, senão a linguagem dos camponeses e das crianças. Contudo, eles não são suficientemente conhecidos para perceber isso. A composição interna da Escritura relaciona-se ao significado ordenado e preciso que corresponde aos pensamentos e objetivos do Orador, isto é, Deus. O significado de cada palavra, afeto ou argumento não é dois, três ou quatro vezes, mas sim de natureza singular. É um fato aceito que o significado essencial de algo só pode seja singular, pois há, na essência, apenas uma verdade. Assim, as Escrituras são claras e compreensíveis, pela sinceridade do Orador que faz um requisito do que Ele expressa ser Seu significado de uma maneira singular e simples para que o 44 ouvinte dele não seja nem confundido nem enganado por palavras ambíguas. Tal significado é referido como o significado literal que é expresso na forma singular ou composta. O significado singular da frase é expresso precisamente ou metaforicamente. O significado preciso da sentença é expresso quando se articula seus pensamentos usando vocabulário que expressa imediatamente a substância do assunto em questão, como "Deus é justo e o homem é pecador". O significado literal é expresso metaforicamente quando um expressa-se com palavras a partir das quais o significado original e preciso é deduzido, para expressar a visão de alguém muito mais claramente, graciosamente e com força. Essa maneira de falar é frequentemente usada, que na disciplina a oratória é muitas vezes ilustrada por exemplos como, "Herodes é uma raposa", isto é, ele é astuto. O significado composto do que fala é expresso quando o tipo e o antitipo são colocados lado a lado; e a primeira parte da frase contém o tipo e a outra parte o antitipo. Isto é ilustrado no seguinte texto: "E como Moisés levantou a serpente no deserto, assim também o Filho do homem deve ser levantado." (João 3:14). Cada elemento da sentença, quando visualizado individualmente, tem um significado bem definido; no entanto, a verdadeira intenção da sentença só é expresso juntando ambas as cláusulas. 45 O significado da Escritura que o Espírito Santo deseja transmitir é sempre singular na natureza. Alguém pode e deve confiar nesta verdade sem qualquer dúvida. Um e o mesmo assunto podem ser vistos de várias perspectivas e, portanto, também ser expressos em várias formas. Toda expressão, no entanto, se encaixa precisamente no contexto em que é encontrada e em que deve ser compreendida. As visualizações e expressões das Escrituras estão, portanto, internamente relacionadas umas com as outras. Elas se encaixam e não são diferentes, muito menos de natureza contraditória. Portanto, as Escrituras não permitem várias interpretações da mesma matéria ou texto. A Escritura não Estão sujeita a Várias Interpretações Para facilitar a colocação do papa no tribunal do julgamento, o catolicismo romano sustenta que um e o mesmo texto pode ter um significado quádruplo. Primeiro, há o significado literal que, aliás, é o único significado que reconhecemos. Em segundo lugar, existe o significado alegórico ou figurativo, quando se trata de uma questão temporal e a natureza física simboliza as de uma dimensão espiritual, como em Gál 4:24, onde Agar e Sara expressam duas alianças. Tal é também o caso quando algo do reino da natureza é usado para instruir e motivar o homem a cumprir sua obrigação. Isto é ilustrado em 1 Cor 9: 9, 46 onde é afirmado: "Deus cuida dos bois?", pelo qual a congregação é exortada a cuidar de seus ministros. Em terceiro lugar, existe um significado analógico ou místico, como quando o céu é representado por meio de objetos terrestres. Este é o caso em Ap 21: 2 quando "Jerusalém" se refere ao céu. Em quarto lugar, há um significado tropológico que é estabelecido por uma troca de palavras, algo que é recorrente quando o pedido é feito para a nossa caminhada diária ou com o objetivo de modificá-la. Se alguém soubesse que, em um texto particular, um significado é evidente, enquanto que em outro texto um significado diferente deve ser defendido, nós nos submeteremos facilmente a essa visão. Porque então, a intenção literal do Espírito Santo deve ser levada em consideração, seja este em um sentido singular ou composto, principalmente ou metaforicamente. A prática de atribuir um significado quádruplo para cada texto, no entanto, deve ser considerada absurda. Podemos tolerar o uso ocasional de um texto para fazer várias aplicações, e podemos lidar com alguém que atua com essa tola consideração e excede os limites do motivo.Para manter, no entanto, que em todos os textos o Espírito Santo tem quatro interpretações em vista, é tornar as Sagradas Escrituras ridículas. Embora Deus seja infinito e, portanto, capaz de compreender vários assuntos de dimensão infinita ao mesmo tempo, ele, no entanto, 47 não está se dirigindo a si mesmo, mas sim a homens que têm apenas um intelecto insignificante e finito. À medida que Ele fala, Ele é tão desejável de ser entendido tão claramente como o homem, quando ele usa o discurso para expressar seus pensamentos aos outros. A capacidade de falar do homem não é derivada da Bíblia; em vez disso, a Bíblia está escrita na linguagem do homem. Usa a linguagem do homem de uma maneira mais distinta e clara do que o advogado mais brilhante é capaz de usar, de modo que não haja o menor motivo de incompreensão. Os mal-entendidos relativos às Escrituras são gerados pela escuridão e obstinação do homem. Muitas questões precisam ser tratadas em relação a essa questão. Questões: As palavras nas Escrituras Sagradas sempre transmitem todos os significados possíveis que podem ser atribuídos a eles? Resposta: Quem poderia ter jamais imaginado que alguém iria surgir, que responderia a esta pergunta de forma afirmativa? No entanto, existem hoje muitos indivíduos que acreditam que isso seja verdade. Nós respondemos enfaticamente negativamente pelas seguintes razões: primeiro, isso é evidente a partir das quatro razões que declaramos em um parágrafo anterior, rejeitando o conceito de interpretação múltipla da Escritura. Aplique esse princípio a esta situação. Em segundo lugar, se isso fosse verdade, então nenhuma certeza poderia ser encontrada em todas as Escrituras, e várias opiniões deveriam ser imediatamente aceitas como verdadeiras. Em tal 48 situação, uma passagem teria vários significados, uma pessoa que aceita um e outro significado, sendo todos de igual valor. Teríamos então de tolerar todas as coisas, uma vez que cada pessoa seria capaz de justificar o significado que ela selecionou para as palavras em questão. Deve ser óbvio para todos que tal é a consequência lógica dessa visão. Se há alguns indivíduos que aplicam esse conceito desta forma é conhecido apenas para aqueles que interagem com eles. Assim, seria possível tornar a verdade e a mentira compatíveis. Terceiro, as exposições mais denigrantes e absurdas imagináveis deveriam ser aceitas como verdade, como várias pessoas demonstraram com numerosos textos na Escritura. Tais exposições não podem ser rejeitadas por aqueles que defendem essa proposição, mesmo que eles próprios percebam que uma determinada posição é ridícula. Esta noção é, portanto, uma profanação adúltera da Palavra e uma afronta a Deus. Isso sugeriria que Ele falaria em uma linguagem ambígua ou expressasse muitos significados diferentes e contraditórios em um mesmo texto. Quinto, não temos permissão para lidar com escritos humanos, como testamentos, contratos e recibos financeiros, neste mundo. Que desgraça seria prosseguir de tal maneira! Muito menos pode tratar-se de tal maneira com a Palavra do Deus vivo, uma vez que Ele expressa cada doutrina, bem como Sua intenção, de uma maneira mais adequada, ordenada, clara e vigorosa. Mesmo que Deus estivesse hipoteticamente 49 (se eu puder falar de Deus de tal maneira) para expressar e, de modo algum, é verdade em um único parágrafo. Ele, porém, não se dirige a si mesmo, mas aos homens. Assim, ele está falando de maneira humana, de uma maneira que os homens possam entender. Argumento evasivo: esse princípio aplica- se apenas se o significado do texto não contradiz a regra da fé, é contrário aos objetivos sagrados do Espírito Santo, nem entra em conflito com o contexto. Resposta: (1) Se devêssemos levar as verdadeiras ramificações deste princípio à sua conclusão lógica, isso constituirá uma contradição no objeto, pois a última afirmação refutaria a primeira. A implicação seria que agora, em todas as Escrituras, poderia significar o que realmente deveria, uma vez que o significado sempre dependeria da vida em que este princípio é aplicado. (2) Este princípio é falho como demonstrado por vários indivíduos em referência a vários textos, uma vez que, pelo uso desta regra, os significados das palavras podem ser arbitrariamente estabelecidos e, portanto, os parâmetros bíblicos da fé são definidos. Tudo é aceitável, uma exposição e outra. De acordo com este princípio, eles podem e devem, além disso, sustentar que o Espírito Santo tem todos esses vários significados da Palavra, permitindo assim que se crie um acontecimento que lhe agrada. Essas estipulações são essenciais para discernir o significado correto de cada texto e são um potente remédio para aqueles que sustentam que cada palavra não significa o que 50 potencialmente pode significar. O significado de uma palavra só pode ser tal como é congruente com os requisitos das circunstâncias específicas em que ocorre. Objeção 1: Muitos textos permitirão uma interpretação de duas ou três formas. Pode-se achar que isso é verdade, consultando vários expositores acadêmicos, e pelo que se ouve dos púlpitos. Isso é mesmo verdade para aqueles que se opõem ao princípio acima mencionado, sugerindo que qualquer palavra pode ser entendida como uma coisa, bem como outra. Desse modo, é evidente que mesmo aqueles que se opõem ao princípio concordam que as palavras estão sujeitas a várias interpretações. Quando os expositores por escrito ou falando fazem menção a uma variedade de significados associados a uma palavra, eles não admitem que esse texto, ou a palavra dentro deste texto, tenham vários significados. Eles estão simplesmente admitindo que, devido à sua compreensão obscurecida, eles não conseguem interpretar este texto absolutamente e não devem dizer com certeza o significado que o Espírito Santo tem em vista. Se a ênfase está em consideração, deve- se comparar a tradução com o texto original. Bíblia n. ° 2: o princípio acima mencionado produz muita luz quando se procura entender a Palavra de Deus; é possível perceber a força total e a ênfase do texto. Resposta: (1) Esse princípio causará muita escuridão na compreensão da Palavra, a menos que 51 dispensem o amor pela verdade. Fazer isso permitiria compreender a Palavra prontamente. Então, tudo é aceitável e não podem errar, pois as palavras significam o que é convenientemente apropriado no momento. (2) A Palavra de Deus sempre fala com ênfase, e todas as palavras são usadas em pleno efeito, de modo que o significado de uma palavra ou a sentença nunca é diluída. Aqueles que desejam apresentar heresia, ou que desejam manter a viabilidade de suas heresias, usarão toda a força e ênfase de uma palavra, como se fossem capazes de alterar o verdadeiro significado do texto. Os estudiosos estão familiarizados com tais truques, e os simples devem estar de guarda quando ouvem palavras usadas dessa maneira. Objeção adicional: Todo mundo entende que as palavras às vezes são tomadas em um sentido estreito ou mais amplo, incluindo assim uma grande variedade de significados. Algumas palavras ou frases são vistas de uma perspectiva tão ampla para incluir de uma vez todas as consequências que naturalmente derivam delas. A partir disso, é evidente que pode-se utilizar palavras com força total e ênfase ou com menos ênfase total. Resposta: A questão se relaciona com os vários significados de palavras que têm um significado em um texto e outro em um texto diferente. Se uma palavra tem um significado em um texto, não é necessariamente que ela tenha o mesmo significado em outros textos. O significado é determinado por esse texto específico. Algumas 52 palavras têm referência a uma doutrina especial e singular, enquanto algumas palavrassão gerais ou comuns e, no seu significado, abraçam tudo o que é compreendido naquela palavra geral. Às vezes, esse significado compreensivo encontra expressão completa e às vezes o tema deve ser deduzido do que segue imediatamente. Este processo produzirá o significado literal dessas palavras e não determinará a magnitude da força ou a ênfase delas. Questões: Todas as doutrinas relativas à fé e à prática devem ser estabelecidas com base em palavras expressamente registradas nas Escrituras, e devem ser desqualificadas como sendo de acordo com a verdade se tal não for o caso? Pode-se determinar o significado de um texto aplicando o princípio lógico da consequência necessária? Resposta: os anabatistas, a fim de negar o batismo infantil, mantêm o primeiro princípio. Nós mantemos o segundo com esse entendimento - que não aceitamos o que as pessoas deduzem com seus intelectos escuros e corruptos, mas o que está contido no texto e torna-se evidente em virtude das consequências necessárias. Isso é verificado da seguinte maneira: primeiro, o homem é razoável e seu discurso é razoável. Em todas as suas interações, sua expressão verbal geralmente implica conexões. Como Deus fala com o homem de forma humana, suas expressões verbais também implicam consequências. Algumas vezes, essas consequências são verbalizadas, e outras vezes o assunto é simplesmente mencionado - 53 contendo consequência por implicação. Entre as inúmeras consequências que se expressam, considere esta: Cristo, o chefe de todos os crentes, ressuscitou dos mortos. Esta proposição implica que todos os membros de Cristo devem, necessariamente, ser espiritualmente vivos. O último está implícito no primeiro e, consequentemente, é deduzido do primeiro, "para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida." (Romanos 6: 4). Considere o seguinte como um exemplo de uma consequência implícita: "Eu sou ... o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó" (Êxodo 3: 6). Isso implica: (1) que os que estiveram falecidos muito antes do tempo de Moisés ainda estão vivos, (2) que haverá uma ressurreição dentre os mortos. Isto é confirmado em Mateus 22: 31-32: "E, quanto à ressurreição dos mortos, não lestes o que foi dito por Deus: Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó? Ora, ele não é Deus de mortos, mas de vivos." Em segundo lugar, o propósito da Escritura é ser proveitosa para a doutrina, a repreensão, a correção, a refutação do erro e o inconveniente. (Rom 15: 4; 2 Tim 3:16). Ninguém pode fazer uma aplicação em relação a si mesmo ou a outra pessoa, exceto por meio da recuperação, o que faz com que se trate da seguinte maneira: "uma vez que Deus expressou tal e tal em Sua Palavra, eu devo deixar de fazer isso, e devo fazer o outro; estou errado quanto a esta opinião; nesta 54 área, eu não deveria me considerar derrotado, mas eu deveria ser encorajado." Como nossos nomes não são registrados na Bíblia, como alguém poderia usar a Bíblia de forma proveitosa, exceto por meio de aplicação? Toda a aplicação, no entanto, é feita por meio de dedução. Objeção nº 1: se tal fosse o caso, nossa fé descansaria em uma base falível, pois, em conclusões dessa natureza, pode-se erradicar com o intelecto humano muitas vezes errado no processo. Qualquer um que pretenda extrair de um texto por meio de dedução lógica pode ser refutado por outra pessoa. Resposta: (1) Não pode ser logicamente concluído que o potencial de erro necessariamente levará ao erro. Nosso olho pode perceber algo corretamente, mesmo que geralmente não seja esse o caso. O que uma pessoa não pode perceber claramente devido a miopia ou visão com falha, o outro é capaz de perceber claramente. (2) Nossa fé não se baseia na dedução racional extraída de um determinado texto, mas no próprio texto. A dedução pela razão é meramente um meio pelo qual se pode perceber que uma certa doutrina encontra expressão no texto. A conclusão disto não pode ser extraída do reino da natureza, mas apenas com base na verdade revelada, que é o fundamento da fé. Nosso raciocínio não pode deduzir qualquer coisa do texto que já não era inerente a ele, mas pode extrair e desvendar o que está contido no mesmo. Assim, a fé não é fundada sobre a razão, mas sobre a Palavra de Deus. Bíblia 2: "Nenhuma profecia da Escritura é de qualquer 55 interpretação privada" (2 Pedro 1:20). Assim, devemos concluir que tudo em relação à fé deve basear-se nas próprias palavras da própria Escritura, o que torna a interpretação privada apropriada. Resposta: A interpretação privada não é a compreensão e o conhecimento de um determinado texto adquirido pelo raciocínio. Se assim fosse, a Escritura não seria proveitosa para a doutrina, etc. (2 Tim 3:16). Então, as exortações para pesquisar as Escrituras (João 5:39) e para comparar as coisas espirituais com as espirituais (1 Coríntios 2:13) seriam sem utilidade, e ninguém poderia nem deve prestar atenção a elas. É evidente que todos, em particular, deveriam se debater no julgamento discriminatório ao lidar com as Escrituras. O julgamento privado, no entanto, consiste na fabricação dos próprios pontos de vista de uma pessoa - opiniões que se originam em seu próprio intelecto. É para trazer a Escritura em sujeição a tais pontos de vista e declarando como autoridade final sobre o assunto, "Eu determino que tal e tal será a interpretação". A interpretação privada é atribuir um significado a um texto que é estranho às Escrituras, e não é extraído da Escritura, e é o produto e a conclusão do próprio intelecto de uma pessoa. Objeção 3: "Tendo cuidado para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo." (Col 2: 8). Participar no raciocínio dedutivo 56 é a prática da filosofia; devemos fazer deduções que geram conclusões sem substância. Resposta: O apóstolo advertiu contra o abuso, não o uso legal de todas as coisas. A filosofia é a arte do raciocínio. É inato no homem adquirir conhecimento sobre uma determinada questão em virtude do processo de raciocínio, uma habilidade que ela utiliza em todas as suas atividades mentais e verbais. A capacidade de raciocínio melhora através de exercício. O desejo de aprender a sabedoria por meio do raciocínio é denominado de filosofia, que em si mesmo não deve ser rotulado como impróprio. Paulo não rotula a filosofia como um engano vão, mas indica que os indivíduos enganadores, pelo uso da razão, podem formular o que tem uma aparência de ser razoável, o que, no entanto, pode facilmente enganar os símplices. Alguém deve estar em guarda para essas pessoas e suas atividades, e ouvir as Escrituras, em vez da razão. Tudo isso, no entanto, não tem nada em comum com o uso adequado do motivo na tentativa de entender a Escritura - para usá-lo como um meio para extrair o que está escondido em cada texto, o que é apenas tirar conclusões sobre a base da Palavra. Objeção 4: "Derribando raciocínios e todo baluarte que se ergue contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência a Cristo." (2 Coríntios 10: 5). É preciso levar todos os pensamentos ao cativeiro. Assim, todas as conclusões tiradas da Palavra por meio de delinquências pensativas devem ser rejeitadas. 57 Resposta: (1) Se o homem deve deixar de deliberar e pensar, ele teria que desumanizar-se. Ele teria mesmo que rejeitar o que foi expressamente registrado na Escritura, pois ele não poderia fazer isso sem processos de desvalorização e pensamento. (2) Este texto explica-se, pois fala de imaginação e coisas elevadas que se exaltam contra o conhecimento de Deus. Tal deve, obviamente,
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