Buscar

A Palavra de Deus

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 110 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 110 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 110 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

A Palavra de Deus 
 
 
Título original: The Word of God 
 
 
Extraído de The Christians Reasonable Service 
 
 
 
Por Wilhelmus à Brakel (1635-1711) 
 
Traduzido, adaptado e editado por Silvio Dutra 
 
 
 
 
Fev/2018 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.amazon.com/gp/product/B00A6EQVTE?ie=UTF8&camp=1789&creativeASIN=B00A6EQVTE&linkCode=xm2&tag=thethreshold-20
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 A474 
 à Brakel, Wilhelmus (1635-1711) 
 A Palavra de Deus / Wilhelmus à Brakel, . – Rio de 
 Janeiro, 2018. 
 110.; 14,8x21cm 
 
 1. Teologia. 2. Reverência 2. Graça 3. Fé. 
 I. Título. 
 
 CDD 230 
3 
 
 
Sumário 
 
Introdução pelo Tradutor......................................... 4 
A Palavra de Deus................................................... 6 
A Palavra de Deus antes de Moisés........................ 6 
Os Nomes Atribuídos à Palavra de Deus................ 10 
A Necessidade da Palavra Escrita.......................... 12 
Origem das Sagradas Escrituras............................ 16 
Autoridade Divina Inerente das Sagradas 
Escrituras............................................................... 
 
 18 
As Causas Secundárias por que Deus Proveu o 
Homem com a Sua Palavra.................................... 
 
 26 
A Substância ou Conteúdo da Palavra de Deus..... 28 
Adição ou exclusão das Sagradas Escrituras 
Proibidas................................................................ 
 
 32 
O Antigo Testamento: Concatenação com os 
Cristãos do Novo Testamento................................ 
 
 38 
A Escritura não Estão sujeita a Várias 
Interpretações........................................................ 
 
 45 
A Perspicácia das Sagradas Escrituras................... 57 
O Papa não é o Juiz Infalível da Escritura.............. 65 
A Função da Razão na Exposição da Sagrada 
Escritura................................................................. 
 
 76 
As Sagradas Escrituras Devem Ser lidas por 
Todos os Membros da Igreja.................................. 
 
 83 
A Tradução das Escrituras em Outras Línguas...... 89 
Questão da Necessidade das Escrituras................. 94 
Nossas Obrigações Para as Sagradas Escrituras.... 99 
Diretrizes para a Leitura Proveitosa das 
Escrituras............................................................... 
 
103 
 
 
 
 
4 
 
Introdução pelo Tradutor: 
Quando se diz que a Palavra de Deus é a única regra 
de fé e de prática da Igreja não há nisto nenhum 
dogma criado por alguns homens, cujo intuito fosse 
o de negar a autoridade de concílios, de 
denominações religiosas ou qualquer instituição 
terrena que alegue presunçosamente ser a referida 
regra. 
É fácil entender porque somente a Palavra de Deus 
possui tal caráter autoritativo para a salvação e 
edificação dos pecadores, sendo o único guia seguro 
para a vida que agora é e a que há de ser no porvir. 
Isto decorre que desde o princípio da revelação da 
verdade relativa à nossa salvação e santificação, Deus 
providenciou que ficasse registrado por escrito por 
homens previamente por ele escolhidos para tal 
propósito, que foram inspirados e dirigidos pelo 
Espírito Santo, respectivamente, nas diversas épocas 
em que viveram, para a produção do volume sagrado. 
Desde Adão e para ele foi feita a promessa de um 
Salvador e Senhor que no futuro esmagaria a cabeça 
da Serpente, e esta promessa foi feita e revelada por 
Deus a outros (Abraão, Davi, Daniel, Isaías, 
Jeremias, Ezequiel, etc), inclusive prevendo a 
formação de um povo, de uma nação eleita para o 
5 
 
referido propósito de trazer através dela a 
manifestação do Salvador em pessoa ao mundo. 
Em torno desta promessa principal e em decorrência 
dela várias outras promessas foram feitas por Deus, 
principalmente, ao Israel espiritual, das quais muitas 
já tiveram cumprimento, afirmando a completa e 
perfeita fidelidade de Deus, que vem a ser a garantia 
de que trará a cabal realização das demais promessas 
que ainda aguardam pelo seu cumprimento, como o 
arrebatamento da Igreja, a segunda vinda de Jesus, 
entre outras. 
Tudo o que é necessário para a justificação, 
regeneração, santificação e glorificação do pecador já 
foi revelado por Deus na Bíblia, de maneira que não 
há outra autoridade que senão a do próprio Deus e da 
Sua Palavra, para reger a vida do seu povo. 
 
 
 
 
 
 
6 
 
A Palavra de Deus 
Mostramos que o conhecimento de Deus derivado da 
natureza é insuficiente para a salvação. Se o homem 
devesse ser trazido para a salvação, era necessário 
que Deus revelasse uma maneira pela qual ele 
poderia se tornar um participante disso. Apesar 
disso, em retrospectiva, podemos deduzir que essa 
verdade, a natureza não a revela. Ela revela, no 
entanto, que Deus é capaz; revela algo que é de 
natureza salvífica. Isso encorajou alguns a 
reivindicar serem os destinatários das revelações 
divinas e fez com que as pessoas acreditassem em tais 
revelações. 
Deus, em Sua bondade insondável, desejando ter um 
povo próprio na terra a quem Ele lideraria para a 
salvação, revelou-lhes um caminho de salvação, 
começando com a primeira declaração do evangelho 
a Adão. A semente da mulher feriria a cabeça da 
serpente (Gênesis 3:15). Além disso, Deus 
repetidamente deu aos seus profetas revelações mais 
abrangentes e mais claras para que acreditassem 
nestas revelações para a salvação. que eles, por sua 
vez, proclamaram às pessoas. 
A Palavra de Deus antes de Moisés 
Se essas revelações foram registradas antes do tempo 
de Moisés e foram encaminhadas para a igreja de 
7 
 
naquele tempo em forma escrita, não podemos 
afirmar nem negar. Da mesma forma, não nos é 
conhecido se Moisés, sob o divino comando e tendo 
sido conduzido pelo Espírito Santo em toda a 
verdade, tinha registrado as questões que se 
passaram do início do tempo ao seu tempo por meio 
de escritos sagrados e divinamente inspirados, ou se 
ele os recebeu por conta própria em virtude da 
revelação imediata através das transmissões 
inerentes de homens guiados pelo Espírito Santo. 
Como os pais na linhagem sagrada viveram durante 
a duração de vários séculos, tal transmissão poderia 
transpirar mais prontamente. Abraão, que fielmente 
fez o caminho da salvação conhecido por sua 
semente, conseguiu aprender de forma remota tudo 
o que acontecera antes dele. Abraão foi informado 
por Sem (filho de Noé), com quem ele chegou a ser 
contemporâneo, Sem de Matusalém, e Matusalém de 
Adão. 
Contudo, conhecemos uma coisa com certeza: a 
igreja daquela época não foi privada da Palavra de 
Deus nem de revelações divinas. Moisés nos 
transmite isso em seu primeiro livro, e o fato de que 
os eleitos dessa época foram trazidos para 
a salvação torna este um pré-requisito necessário. A 
Palavra de Deus da época é geralmente referida como 
não palavra escrita, já que não parece ter sido 
gravada, nem nos foi transmitida por escrito. Somos 
8 
 
limitados no nosso conhecimento sobre isso pelo que 
Moisés nos transmite. Somente Judas fala da 
profecia de Enoque nos versos 14-15, que é 
credenciada pela sua conta. No entanto, para adornar 
as Sagradas Escrituras com uma Palavra não escrita 
que revelaria coisas não registradas na Bíblia - como 
faz o catolicismo romano para fazer suas tradições 
credíveis - seria um ato que invocaria as maldições 
pronunciadas sobre aqueles que acrescentariam algo 
à Palavra escrita. 
(Nota do tradutor: A Palavra foi revelada por Deus 
para um fim prático de conduzir o seu povo na 
verdade, e para clarear um pouco o sentido deste 
propósito, estamos apresentando a seguir uma breve 
reflexão os dons e agraça do Espírito Santo em suas 
operações nas vidas dos crentes. 
Uma das principais razões para a necessidade de se 
criar um firme fundamento na graça, pela obtenção e 
exercício do fruto do Espírito Santo, se refere 
sobretudo a servir de um aporte para que não sejam 
desperdiçados ou mal usados os dons sobrenaturais 
e extraordinários do mesmo Espírito, conforme 
relacionados nos capítulos 12 e 14 de I Coríntios. 
Por este motivo o apóstolo Paulo interpõe o caminho 
que é sobremodo excelente do amor entre os 
capítulos citados anteriormente, demonstrando que 
ainda que ele estivesse dotado de todos os dons 
sobrenaturais do Espírito, mas caso estes não fossem 
9 
 
embasados por uma vida governada e expressada 
pelo amor de Cristo, isto não seria de qualquer 
proveito, e ele estaria fazendo apenas barulho como 
um bronze que soa ou címbalo que retine. 
A este testemunho do apóstolo pode ser acrescentado 
o do autor de Hebreus no início do sexto capítulo da 
citada epístola, onde afirma até mesmo a perdição 
eterna, em ruína de rejeição, maldição e queima por 
Deus, de todos aqueles que mesmo sendo feitos 
participantes dos dons sobrenaturais do Espírito 
(como Saul, Judas, Balaão etc), por não terem 
alcançado sequer a salvação pela graça, e muito 
menos a produção do fruto do Espírito para Deus, 
que é amor, bondade, benignidade, longanimidade, 
fé, alegria, paz etc. Assim que é de pouca vantagem, 
no caso de crentes autênticos, que não se encontram 
na condição citada no parágrafo anterior, porque são 
participantes da graça salvadora de Cristo, serem 
dotados de vários dons sobrenaturais, como eram 
muitos crentes da Igreja de Corinto, e no entanto, 
serem faltosos no fruto do Espírito, por falta de 
disciplina e diligência, e obediência espiritual para 
crescer na graça e no conhecimento de Jesus. 
Os dons passarão, mas o fruto do Espírito não é 
perdido, pois passa a fazer parte da nossa nova 
natureza. 
Falar em línguas estranhas é edificante para o que 
fala, mas será de pouco uso se lhe falta 
longanimidade, paciência, misericórdia, e todas as 
demais características do amor citadas em I Coríntios 
10 
 
13. 
Os dons sobrenaturais são necessários e devem ser 
buscados, porque a igreja que estiver despojada deles 
pouco pode fazer para Cristo no que tange ao avanço 
do evangelho. Mas o testemunho dado no poder do 
Espírito, pode ser perdido quando depois de ter 
pregado com unção, for observado que ainda temos 
um coração carnal e mundano, pronto a se irritar 
com a menor provocação, a não perdoar a menor 
ofensa, a não suportar os crentes que são fracos, e 
enfim, estar muito longe daquela verdadeira 
santificação e renovação da mente que identifica 
todos os crentes que são de fato espirituais.) 
Os Nomes Atribuídos à Palavra de Deus 
Nós geralmente denominamos a Palavra de Deus 
escrita como a Bíblia, sendo a palavra "Bíblia" uma 
transliteração uma grega. Em nosso idioma, esta 
palavra significa "livro", o que corresponde ao fato de 
que a Bíblia é o Livro de 
todos os livros. Como é chamado em Isaías 34:16, 
"busque-o do livro do Senhor"; em Marcos 12:26, "o 
livro de Moisés"; em Lucas 4:17, "o livro do profeta 
Isaias"; em Atos 1:20, "o livro dos Salmos"; em 
Apocalipse 22:19, "o livro dessa profecia"; em Salmos 
40: 7, "no volume do livro", assim chamado porque 
naquele momento não se fazia uso de páginas, mas 
11 
 
em vez disso uma longa tira de pergaminho que seria 
enrolada e amarrada com uma corda. 
A Palavra escrita também é chamada de Sagradas 
Escrituras em 2 Tim 3: 15-16. Em Atos 8:32 é referido 
como Escritura. 
Como a arte da impressão ainda não havia sido 
inventada, tudo tinha que ser escrito por caneta. 
Portanto, poucos possuíam a Bíblia inteira, o custo 
de uma Bíblia naquele momento era de milhares de 
dólares. Alguns só possuíam um livro de um dos 
profetas, um dos evangelhos, ou uma das cartas 
apostólicas. Além disso, muitos não conseguiram ler. 
Era uma grande misericórdia de Deus, sobre a qual 
não se pode meditar sem ação de graças, que a arte 
da impressão foi inventada e usada na sua produção 
pouco tempo antes da Reforma. Como resultado, 
mesmo agora uma pessoa pobre, pode possuir uma 
bíblia por um pequeno preço. Consequentemente, 
você dificilmente poderá encontrar alguém da fé 
Reformada que não possua uma Bíblia ou pelo menos 
um Novo Testamento. 
As Sagradas Escrituras também são denominadas 
como a Palavra de Deus. Em Rom 3: 2 é afirmado: "a 
eles foram confiados os oráculos de Deus ". 
Deus, em condescendência com o homem, revelou o 
caminho da verdade de uma maneira consistente 
12 
 
com a humanidade falando aos santos homens de 
Deus, que, movidos pelo Espírito Santo (2 Pedro 
1:21), falaram estas coisas para a igreja, transmitindo 
as palavras de Deus para ela. "Havendo Deus 
antigamente falado muitas vezes, e de muitas 
maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos 
dias a nós nos falou pelo Filho, a quem constituiu 
herdeiro de todas as coisas, e por quem fez também 
o mundo.", (Hb 1: 1-2). 
A Necessidade da Palavra Escrita 
Depois que Deus ampliou a igreja para incluir Abraão 
e sua semente, a qual foi principalmente limitada até 
o tempo de Cristo, agradou-lhe dar à sua igreja um 
governo eterno para a vida e a doutrina, 
submetendo-lhe à forma escrita. Isso não implica que 
tal fosse necessário da perspectiva de Deus, como por 
sua onipotência Ele teria sido capaz de revelar o 
caminho da salvação para Sua igreja sem a Palavra 
escrita, e preservar a verdade entre ela. Do ponto de 
vista do homem, no entanto, havia tal necessidade, a 
fim de que a verdade fosse preservada muito melhor 
contra a iniquidade do homem cujo coração se 
inclinasse à superstição e à religião carnal e carrega 
dentro dela a semente de numerosas heresias. Isso 
também era necessário para proteger a igreja contra 
as artimanhas do diabo porque seu objetivo é sempre 
usar a fumaça da heresia para manchar a verdade, 
sabendo que, sem o conhecimento da verdade, não 
13 
 
pode haver uma verdadeira piedade. Finalmente, era 
necessário que o evangelho chegasse de maneira 
eficiente a todos os membros individuais da igreja, 
fosse transmitido de pai para filho, e fosse 
distribuído entre as nações muito mais rapidamente. 
Era necessário que Judas escrevesse Judas 3 – 
“Amados, enquanto eu empregava toda a diligência 
para escrever-vos acerca da salvação que nos é 
comum, senti a necessidade de vos escrever, 
exortando-vos a pelejar pela fé que de uma vez para 
sempre foi entregue aos santos.” A Palavra escrita 
está no nosso caminho (Salmos 119: 105). “A Lei e ao 
Testemunho! se eles não falarem segundo esta 
palavra, nunca lhes raiará a alva." (Isaías 8:20). 
Assim, a existência da Palavra escrita é uma 
necessidade. O catolicismo romano, para 
salvaguardar suas tradições e lendas supersticiosas 
de forma mais eficaz, contradiz a necessidade da 
Escritura, apresentando os seguintes argumentos: 
Argumento nº 1: Houve igrejas particulares que 
existiram sem a Palavra escrita, sendo assim quando 
os apóstolos inicialmente proclamaram o evangelho 
entre os pagãos e estabeleceram-se", isto é, "foram 
confiadas as palavras de Deus" às Igrejas entre eles. 
Resposta: tal foi o caso apenas por um curto período 
de tempo. Mesmo que eles não estivessem na 
possessão imediata da Palavra escrita, eles tinham a 
palavra dos apóstolos infalivelmente movidos pelo 
Espírito de Deus. No entanto, em um sentido geral, a 
igreja tinha a Palavra de Deus em sua posse, uma vez 
14 
 
que uma congregação particular a compartilharia 
com outra congregação (Colossenses 4:16). Os judeus 
que estavam dispersos entre os pagãos tinham a 
Palavra escrita, e como você sabe, em muitos lugares 
eles eram geralmente os primeiros a crerem. 
Argumento nº 2: Para os analfabetos é como se a 
Palavra escrita não existisse porescrito. Resposta : 
Eles ouvem a Palavra lida, bem como a citação das 
passagens das Escrituras pelo ministro e, portanto, a 
sua fé é fundada sobre a Palavra escrita, assim como 
aqueles que são capazes de ler. Argumento nº 3: o 
povo do Senhor é ensinado pelo próprio Senhor e, 
portanto, não precisam de outras instruções (Isa 
54:13, Jeremias 31:34; 1 João 2:27). Resposta: (1) De 
modo semelhante, pode argumentar-se que a igreja 
certamente não precisa para as suas tradições e, 
portanto, elas devem ser necessariamente 
descartadas. (2) Quando Deus instrui o Seu povo por 
meio da Palavra de Deus, eles estão sendo instruídos 
por Ele. (3) Não se exclui o outro, como Deus concede 
Seu Espírito Santo por meio de Sua Palavra (Atos 
10:44). A Bíblia é composta por esta Palavra escrita e 
consiste em sessenta e seis livros. Trinta e nove foram 
escritas antes do nascimento de Cristo e, portanto, 
são referidas como o Antigo Testamento (2 Cor. 
3:14). Começa com o primeiro livro de Moisés, 
geralmente referido como Gênesis, e conclui com 
Malaquias. Estes livros estão divididos em várias 
maneiras, como "Moisés e os Profetas" (Lucas 
24:44); e "Moisés, os profetas e os salmos" (Lucas 
15 
 
24:44). Geralmente, eles se dividem da seguinte 
forma: (1) os livros da Lei, isto é, os cinco livros de 
Moisés, (2) livros históricos, Josué a Ester inclusive; 
(3) livros poéticos de Jó a Cantares de Salomão; (4 ) 
os profetas, constituídos pelos quatro principais 
profetas de Isaías a Daniel, e os doze profetas 
menores de Oseias a Malaquias. O Novo Testamento 
abrange aquelas Sagradas Escrituras que foram 
escritas após o tempo de Cristo, começando com 
Mateus e concluindo com Apocalipse. Estes são 
divididos da seguinte forma: (1) os livros históricos, 
isto é, os quatro evangelhos e os Atos dos Apóstolos, 
(2) os livros doutrinários da Epístola aos Romanos à 
Epístola de Judas, (3) um livro profético, sendo o 
Apocalipse de João. Os Apócrifos, isto é, os livros 
"escondidos" - não sendo lidos nas igrejas nem sendo 
reconhecidos como inspirados divinamente - não 
pertencem à Bíblia. São escritos de origem humana 
dos quais também há muitos hoje. Eles foram 
compostos antes do tempo de Cristo, nem pela mão 
de um profeta nem na língua hebraica, mas na língua 
grega. Eles não foram entregues à igreja, nem os 
judeus a quem os oráculos de Deus foram confiados 
(Romanos 3: 2). Eles contêm muitos erros e 
declarações heréticas que contradizem os livros 
canônicos. Para maiores informações abrangentes 
você pode ler o excelente prefácio dos tradutores 
holandeses do Statenbij bel preceding the 
Apocryphal books. Ele confunde satisfatoriamente o 
catolicismo romano que desejava nos últimos tempos 
16 
 
considerar esses livros como canônicos. Como as 
Sagradas Escrituras são a única regra para a doutrina 
e a vida, o diabo tem a intenção de derrubar ou 
obscurecer esse fundamento ao máximo de sua 
habilidade por meio de instrumentos à sua 
disposição. Por isso, nos encorajaremos a defender as 
Sagradas Escrituras e, para este propósito, 
consideramos: 1) a sua origem, tanto primária como 
secundária, 2) seus conteúdo, 3) sua forma, 4) o 
propósito delas, 5) os destinatários a quem elas são 
dadas, e 6) seu benefício. Ao considerar cada um 
desses elementos, devemos lidar com assuntos de 
controvérsia que possam ser contra eles. 
Origem das Sagradas Escrituras 
No que diz respeito à origem das Sagradas Escrituras, 
devemos considerar as causas primárias e 
secundárias. A primária, sim, a única causa essencial 
é Deus. A evidência é a seguinte: 1) Ao longo de todas 
as Escrituras, as seguintes expressões são 
encontradas: "Deus falou", "Deus disse", “assim diz o 
Senhor" e palavras semelhantes. 2) O próprio Deus 
não meramente proclamou a lei com uma voz alta 
(Êxodo 20), mas também gravou em duas tábuas de 
pedra (Êxodo 24:28). 3) Deus expressamente 
ordenou aos escritores sagrados que registrassem 
Sua Palavra: "Escreva isto para um memorial em um 
livro" (Êxodo 17: 14); "Escreva estas palavras" 
(Êxodo 34:27); "O que você vê, escreva em um livro e 
17 
 
envie-o para as sete igrejas que estão na Ásia" 
(Apocalipse 1:11). Isto também é expresso em vários 
outros textos, como em Isaías 30: 8, Jer 30: 2, e Heb 
2: 2. Tal é também o propósito da perspicácia dos 
vários livros que contêm as credenciais dos 
escritores, sejam eles profetas, evangelistas ou os 
apóstolos. 4) As Escrituras inteiras testemunham 
isso: "Toda a Escritura é dada por inspiração de 
Deus" (2 Tim 3 : 16); "Porque a profecia nunca foi 
produzida por vontade dos homens, mas os homens 
da parte de Deus falaram movidos pelo Espírito 
Santo." (2 Pedro 1:21); "O Espírito do Senhor fala por 
mim, e a sua palavra está na minha língua." (2 Sam 
23: 2). Isto foi afirmado na refutação ao catolicismo 
romano, que nega que as Sagradas Escrituras fossem 
escritas como comando de voto, mas sim nessa ou 
naquela ocasião arbitrária. A intenção de tal noção é 
minar secretamente as Escrituras e dar credibilidade 
e respeitabilidade às tradições de Roma. Eles 
procuram provar isso, mantendo que Deus teria 
causado a escrita de um livro ordenado, em que todas 
as questões essenciais teriam sido registradas de 
maneira ordenada, as palavras e as estipulações 
sendo tais que não poderiam surgir mal-entendidos 
ou heresias. 1) Quem foi o conselheiro do Senhor? 
Quem pode dizer: "O que você faz?" (Jó 9:12); "Pois 
a sabedoria desse mundo é uma loucura com Deus" 
(1 Coríntios 3:19). Ele tolera a sabedoria deste mundo 
(1 Coríntios 1:25); "Pois a loucura de Deus é mais 
sábia do que os homens" (1 Cor. 1:25); "Mas o homem 
18 
 
natural não recebe as coisas do Espírito de Deus; 
porque são loucuras para ele" (1 Coríntios 2:14). 
Erros e heresias não surgem das Sagradas Escrituras, 
senão do intelecto corrompido do homem. "E até 
importa que haja entre vós facções, para que os 
aprovados se tornem manifestos entre vós." (1 Cor 
11:19). (2) Não negamos que alguns assuntos foram 
registrados em ocasiões especificadas; no entanto, 
isso não elimina o fato de que Deus os inspirou e os 
fez registrar suas palavras. 
Autoridade Divina Inerente das Sagradas 
Escrituras 
Pergunta: As Sagradas Escrituras são 
verdadeiramente a Palavra de Deus, tendo 
autoridade divina, tanto em relação a narrativas 
históricas, onde muitas palavras e as ações dos 
ímpios estão relacionadas e em relação à regra da 
doutrina e da vida? É necessário que o homem seja 
convencido disso e estimar as Escrituras como a 
Palavra de Deus. Portanto, como pode ser 
assegurado que as Sagradas Escrituras são a Palavra 
de Deus? Resposta: O catolicismo romano responde 
que devemos acreditar porque a igreja diz que é 
assim. Afirmamos que a verdadeira igreja, que 
acredita e declara que as Sagradas Escrituras são a 
Palavra de Deus, é um meio pelo qual o Espírito 
Santo leva o homem à Palavra e, assim, persuade o 
homem a acreditar. A igreja não é o fundamento em 
19 
 
que repousa a fé de que a Escritura é a Palavra de 
Deus e o homem é assegurado da mesma. Pelo 
contrário, as Sagradas Escrituras, em virtude das 
evidências constantes de sua divindade e do Espírito 
Santo que fala naquela Palavra, são elas mesmas o 
fundamento e a base pela qual acreditamos que elas 
sejam divinas. A autoridade da Palavra é derivada da 
própria Palavra. A igreja não pode ser o fundamento 
sobre o qual se acredita que as Escrituras são a 
Palavra de Deus, pois: Primeiro, a Igreja deriva toda 
a sua autoridade da Palavra. Não podemos 
reconhecer que uma igreja seja a verdadeira igreja 
exceto por meio da Palavra de Deus - e somente se 
pregar a doutrina pura e tem as credenciais que a 
Escritura expressa como pertencente à verdadeira 
igreja. "Construída sobre o fundamento dos 
apóstolos e profetas" (Efésios 2: 20); "Se alguém vier 
a você e não trouxer essadoutrina, não o receba na 
sua casa" (2 João 10); "... e evite-os" (Rom 16:17). Se 
a Palavra de Deus é o único critério pelo qual 
podemos determinar que uma igreja seja a 
verdadeira igreja de Deus, então, primeiro, 
reconhecer a Escritura como a Palavra de Deus antes 
reconhecendo que a igreja é uma igreja verdadeira. 
Além disso, não podemos receber o testemunho da 
igreja a menos que a reconheçamos ser a verdadeira 
igreja. Assim, não acreditamos que a Palavra seja a 
Palavra de Deus porque a igreja afirma, mas, pelo 
contrário, acreditamos que uma igreja é a verdadeira 
igreja porque a Palavra a valida como tal. Uma casa 
20 
 
descansa sobre o seu fundamento, e não o 
fundamento sobre a casa. Um produto procede da 
sua origem; a origem não procede de seu produtor. 
Argumento invasivo: os dois podem ser 
intercambiáveis; Cristo prestou testemunho de João 
Batista e João em troca, de Cristo. Resposta: Uma 
coisa é testemunha, mas a outra é o fundamento da 
própria fé. Cristo é a Verdade, e Ele testemunhou 
com autoridade; João, no entanto, era apenas um 
instrumento pelo qual a verdade era divulgada, como 
todos os ministérios são hoje. Os servos de Deus não 
são, no entanto, o fundamento sobre o qual a fé dos 
assistentes está descansando; esse fundamento é 
Jesus Cristo. Em vez disso, com os samaritanos 
devemos confessar: "e diziam à mulher: Já não é pela 
tua palavra que nós cremos; pois agora nós mesmos 
temos ouvido e sabemos que este é verdadeiramente 
o Salvador do mundo." (João 4:42). Porque respeitar 
as palavras de alguém é respeitar a própria pessoa. 
As leis emitidas pelo governo derivam a autorização 
para exigir o cumprimento do próprio governo. As 
leis não recebem essa autoridade, no entanto, da 
pessoa que publica essas leis, lendo ou exibindo essas 
leis. Assim, nós reconhecemos a Palavra como tendo 
autoridade divina porque somente Deus é Aquele que 
fala: " Ouvi, ó céus, e dá ouvidos, ó terra, porque falou 
o Senhor:" (Isa 1: 2). A igreja meramente funciona 
como um escudo. Se a Palavra derivasse sua 
autoridade da igreja, então teríamos que considerar 
a igreja em maior estima do que o próprio Deus. 
21 
 
Porque quem dá credibilidade e ênfase às palavras de 
alguém é superior à pessoa que fala. Deus não tem 
superior e, portanto, ninguém está em posição de dar 
autoridade às Suas palavras. "Eu, porém, não recebo 
testemunho de homem" (João 5:36), exclamou o 
Senhor Jesus. Mesmo que João tivesse 
testemunhado sobre Ele, isto é, declarou que ele era 
o Cristo, seria contrário à vontade do Senhor Jesus 
de que alguém acreditasse apenas por essa razão. O 
testemunho de João era apenas um meio para um 
fim. "Mas o testemunho que eu tenho é maior do que 
o de João; porque as obras que o Pai me deu para 
realizar, as mesmas obras que faço dão testemunho 
de mim que o Pai me enviou." (João 5:36). 
Objeção 1 : "... a qual é a igreja do Deus vivo, a coluna 
e o baluarte da verdade" (1 Tim 3:15). Seja qual for o 
que proporcione a verdade com suporte e 
estabilidade, fornece-lhe a autoridade para receber 
como verdade. Tal é a relação entre a igreja e a 
verdade. Resposta: rejeito enfaticamente a conclusão 
desta proposição. Os defensores mais eminentes da 
igreja são chamados pilares, o que é verdadeiro na 
conduta diária, bem como na Escritura. "Tiago, Cefas 
e João, que pareciam pilares" (Gál 2: 9). No entanto, 
esses homens não deram à igreja a autoridade para 
ser reconhecida como a verdadeira igreja. Da mesma 
forma, a igreja é o guardião, o defensor e o protetor 
da Palavra. Se não houvesse igreja, a Palavra de Deus 
e a verdade contida nela desapareceriam quase 
22 
 
inteiramente do mundo. A expressão "um pilar e 
baluarte" não tem como referência a concessão de 
autoridade e credibilidade, mas sim a preservação e 
proteção. Os oráculos de Deus foram confiados à 
igreja (Romanos 3: 2). Sua vocação é preservá-los e 
defendê-los, bem como publicá-los. Que 
credibilidade isso dá à Palavra de Deus em si? 
Objeção nº 2: Ninguém saberia que a Bíblia é a 
Palavra de Deus se a igreja não tivesse declarado que 
assim era. Deus não está agora declarando do céu que 
a Bíblia é a Sua Palavra; portanto, deve ser 
necessariamente alguém que declare que tal é o caso 
para que as pessoas possam ouvi-lo. Resumo: (1) 
Ninguém pode saber qual lei o governo emitiu, exceto 
pelo anúncio do arauto, e, no entanto, ela não é o 
pessoa que dá a essas leis sua autoridade. Tal é 
também o caso aqui. (2) O argumento de que 
ninguém pode saber que a Bíblia é a Palavra de Deus, 
exceto que a igreja declare que é assim, não é válida. 
Ocorre ocasionalmente que alguém nascido e 
erguido longe de outras pessoas, e ignorando a 
existência de uma igreja, acidentalmente encontre 
uma bíblia em sua casa. Ao lê-la com diligência, ele 
se encanta com esses assuntos e eles são usados como 
meio para sua conversão. Consequentemente, ele 
reconhece que a Bíblia é de Deus e ele começa a amar 
a Sua Palavra. Eu conheci esse indivíduo e o que 
aconteceu com ele também pode acontecer com 
qualquer outra pessoa. Centenas de pessoas são 
ignorantes sobre a igreja e, portanto, não têm 
23 
 
nenhuma consideração por isso. No entanto, eles 
reconhecerão a Bíblia como a Palavra de Deus e 
podem até tentar procurar a verdadeira igreja por 
meio da Palavra. Se a igreja ou outra pessoa nos dá a 
Bíblia e declara que ela é a Palavra de Deus é 
indiferente. Em qualquer caso, ele pode motivar uma 
pessoa a procurar, e ao pesquisar, ele pode discernir 
evidências de autoria divina nela. (3) O objetor irá 
reivindicar a Igreja Católica Romana como a 
verdadeira igreja, dando assim autoridade ao 
Senhor. Acreditamos, no entanto, que a Bíblia é a 
Palavra de Deus, mas não porque a Igreja Católica 
Romana diz que é, como nem sequer a reconhecemos 
como a igreja de Deus. Assim, com quanto mais 
certeza - dez vezes mais que eles - podemos declarar 
que a Bíblia é a Palavra de Deus! E não estamos 
baseando isso no reconhecimento de que a Igreja 
Católica Romana é a verdadeira igreja. As Escrituras 
não recebem sua autoridade divina do papa, das 
assembleias de concílios, nem de toda a estrutura de 
poder da Igreja Católica Romana. Objeção nº 3: A 
igreja existiu antes da Palavra escrita e é mais 
conhecida do que a Palavra; assim, a igreja confere à 
Palavra autoridade divina. Resposta: A igreja não é 
mais antiga do que a Palavra; o oposto é verdadeiro. 
A Palavra é a semente da igreja. A primeira 
mensagem do evangelho foi emitida antes da 
existência da igreja e foi um meio pelo qual a igreja 
entrou em existência. É verdade que a igreja existia 
antes do tempo em que as Escrituras estavam 
24 
 
totalmente contidas na Bíblia. No entanto, a igreja 
não deu credibilidade aos livros de Moisés e às 
Escrituras que os seguiram. Hoje, quando alguém 
nasceu sob o ministério da Palavra, a Palavra e a 
igreja estão simultaneamente presentes. 
Geralmente, alguém estima a Bíblia como a Palavra 
de Deus antes de compreender o que é a igreja e 
discernir o que ela tem a dizer sobre a Palavra. Daqui, 
segue-se que a igreja não possui mais 
reconhecimento do que a Palavra. O contrário é 
verdadeiro. Supondo que a igreja precedeu a Palavra 
escrita e tenha mais reconhecimento, esse fato não 
lhe daria o privilégio acima de outro para declarar a 
Palavra como divina. Assim, a igreja não dá 
autoridade divina à Palavra entre os homens. Nós 
não acreditamos que a Palavra seja divina porque a 
igreja declara que é assim, mas as próprias Escrituras 
sagradas manifestam a sua divindade para o leitor 
atencioso, e isso fica claro a partir do seguinte: (1) Os 
prefácios dos livros da Bíblia e cartas apostólicas e 
palavras como "Assim diz o Senhor", "O Senhor fala", 
"Ouve a Palavra do Senhor", etc., toca o coração. (2) 
A Escritura manifesta a sua divindade para o homem 
pela revelaçãodos mistérios sublimes de Deus e 
assuntos divinos, que a natureza não revela, nenhum 
humano poderia ter concebido e que, além da 
operação do Espírito Santo, não pode ser 
compreendido. A divindade da Escritura também se 
manifesta na santidade e na pureza de suas 
injunções, bem como pela maneira como o homem é 
25 
 
comandado a conduzir-se. Portanto, todos os outros 
escritos que não são derivados dessa Palavra são 
carnais, não refinados, vaidosos e tolos, enquanto 
que os escritos que são derivados das Escrituras 
comparam a Escritura como uma pintura que se 
assemelha a um ser humano vivo. (3) A divindade da 
Escritura é mais evidente a partir do poder que ela 
exerce sobre o coração humano, porque onde quer 
que seja pregada, os corações são conquistados e 
sujeitos a ela. Quanto mais aqueles que confessarem 
a verdade das Escrituras são suprimidos e 
perseguidos, mais a Palavra exercerá seu poder. (4) É 
evidente a partir da luz maravilhosa com a qual a 
Palavra ilumina a alma, a toca interna e 
externamente de tal forma que ela engendra a 
maneira em que enche os crentes com um doce 
conforto e alegria inexprimível. É capaz de suportar 
toda perseguição no amor e com alegria, bem como 
se entregar de bom grado à morte. (5) Finalmente, é 
evidente pelas profecias que, tendo declarado, com 
antecedência de milhares de anos, o que não poderia 
ocorrer, foram cumpridas em muitos detalhes, 
validando assim essas profecias. Esses e assuntos 
semelhantes são raios da divindade da Palavra que 
iluminam e convencem o homem desta divindade 
por sua luz inerente. No entanto, a tarefa de 
persuadir completamente alguém, especialmente 
uma pessoa que usa seu intelecto corrupto para 
julgar nesta matéria, é a obra do Espírito de Deus que 
é o Espírito de fé (2 Cor 4, 13). Ele dá fé (1 Cor. 12: 9), 
26 
 
e testifica que o Espírito que fala por meio da Palavra 
é a verdade (1 João 5: 6); "Ninguém pode dizer que 
Jesus é o Senhor, senão pelo Espírito Santo" (1 
Coríntios 12: 3). 
As Causas Secundárias por que Deus Proveu 
o Homem com a Sua Palavra. 
Tendo considerado a principal causa em movimento, 
agora consideraremos as causas secundárias ou os 
meios que Deus procurou usar para fornecer ao 
homem a Sua Palavra. Estes eram "homens santos de 
Deus, movidos pelo Espírito Santo" (2 Pedro 1:21). 
Eles receberam revelação, (1) por meio de endereço 
imediato: "Com ele falarei boca a boca, mesmo 
aparentemente" (Números 12: 8), (2) por meio de um 
transe (Atos 10:10), e sendo "No espírito" 
(Apocalipse 1:10), (3) por meio de sonhos em que 
Deus falaria (Mateus 1:20), ou em visões 
acompanhadas de declarações verbais (Gênesis 18: 
13,17); (4) por meio de anjos, seja durante o sono, 
durante um transe, ou enquanto estivesse acordado 
(Gênesis 18: 2). Da mesma maneira que os profetas 
receberam suas revelações, eles, assim como os 
evangelistas e os apóstolos, escreveram pela 
inspiração do Espírito Santo (2 Tim 3:16), movidos 
por ele (2 Ped 1:21) e que os instruiu e dirigiu a toda 
a verdade (João 16:13), mostrando-a a eles (versículo 
14). Esses homens, guiados pelo Espírito Santo em 
relação a assuntos, palavras e estilo, escreveram na 
27 
 
língua em uso pela igreja, assim permitindo que ela 
compreendesse as Escrituras. As Escrituras do 
Antigo Testamento foram escritas no hebraico, já que 
naquela época a igreja existia dentro dessa nação. 
Somente alguns capítulos foram registrados na 
língua aramaica que se assemelha ao hebraico com 
tanta atenção que quem entender o hebraico será 
capaz de entender o idioma aramaico também 
bastante profundo. As Escrituras do Novo 
Testamento foram escritas em grego, esta língua 
sendo mais comum em uso entre os gentios. 
Ambas as línguas permaneceram tão intactas nas 
Sagradas Escrituras que, embora vários manuscritos 
contenham alguns erros de escrita ou de impressão, 
e os hereges procurarem corrompê-los em vários 
lugares, as Escrituras têm no entanto, sido 
totalmente preservadas devido ao cuidado fiel, 
providencial do Senhor, bem como pela atenção 
meticulosa dada aos manuscritos pelas igrejas 
judaica e cristã. 
Somente as línguas acima mencionadas são 
autênticas, tendo a autoridade inerente a ser credível 
e aceitável. 
Foi nessas línguas que agradou ao Senhor, pela 
inspiração e direção do Espírito Santo, fazer com que 
sua Palavra fosse gravada. Todas as traduções para 
outros idiomas devem ser verificadas através do texto 
28 
 
original. O que quer que seja que não esteja em 
harmonia com este texto deve ser rejeitado, pois 
Deus não fez com que Sua Palavra fosse gravada nas 
línguas em que está sendo traduzida, mas apenas em 
hebraico e grego. 
O catolicismo romano considera a tradução latina 
comum como autêntica, embora alguns dos mais 
educados entre eles, estando familiarizados com 
hebraico e grego, são de uma opinião diferente. 
Outros, entre eles, prefeririam morrer na ignorância 
do que vir ao conhecimento da verdade. Nos seus 
esforços para eliminar a autenticidade do original os 
textos são tão carregados de ignorância que não 
merecem uma resposta. 
A Substância ou Conteúdo da Palavra de Deus 
A substância ou conteúdo da Palavra é a aliança da 
graça, ou para declará-lo de forma diferente, ela 
contém a perfeita regra de fé e prática. Esta regra é 
compreendida no Antigo e no Novo Testamento. Não 
é verdade que parte desta regra é encontrado em cada 
um, de modo que o Antigo Testamento não teria sido 
suficiente para a igreja do Antigo Testamento e que o 
Novo Testamento não teria sido suficiente para a 
salvação sem o Antigo Testamento, como se tivessem 
a necessidade de pertencer ao sentido absoluto da 
palavra. Isso sugeriria que se um livro das Escrituras 
29 
 
fosse perdido, parte dessa regra falharia e, portanto, 
não seria perfeita. Por um livro ou vários juntos - por 
exemplo, os livros de Moisés ou os evangelhos - 
contém perfeitamente a regra completa para fé e 
prática. Se alguém estiver na posse de apenas esses 
livros ainda poderia ser salvo, presumindo que ele 
iria entendê-los corretamente. Ao nos dar muitas 
Escrituras, no entanto, escritas por vários profetas, 
evangelistas e apóstolos, todos portadores de 
testemunho da mesma verdade, o Senhor está nos 
manifestando o seu maravilhoso poder divino. Um 
livro lançará luz sobre uma doutrina mais 
abrangente e mais claramente, enquanto outro livro 
o fará em referência a uma doutrina diferente. 
Assim, todos os livros dos Antigo e Novo 
Testamentos nos obrigam a acreditar e a praticar 
tudo o que Deus ordena, o que implica que nada pode 
ser acreditado ou praticado que seja exterior e 
estranho às Escrituras. Isso nos confronta com o 
seguintes perguntas: 
Pergunta: A Palavra de Deus é uma regra completa e 
perfeita para o homem em referência à fé e à prática, 
assim implicando que nada deve ser, ou pode ser, 
adicionado? 
Resposta: O catolicismo romano nega que a Palavra 
de Deus nos fornece uma regra tão perfeita, 
30 
 
insistindo que as tradições não escritas devem ser 
aceitas e acreditadas com a mesma veneração e fé que 
a Palavra de Deus escrita. 
Nós, ao contrário, afirmamos que a Palavra de Deus 
escrita é uma regra perfeita e completa, assim 
rejeitando como invenções humanas todas as 
tradições não escritas que pertencem à doutrina ou à 
prática. Isto é verificado porque, "A lei do Senhor é 
perfeita, e refrigera a alma; o testemunho do Senhor 
é fiel, e dá sabedoria aos simples." (Sl 19.7). 
Davi, como profeta, não faz apenas menção à 
perfeição que é inerente ao menor detalhe da Palavra 
de Deus, mas principalmente como esta Palavra 
funciona em referência ao homem: pode infundir o 
homem com sabedoria para a salvação, o que, por sua 
vez, resulta em sua conversão. Assim, a Palavra 
contém tudo o que é essencial para a doutrina e a 
prática. Se tal não fosse o caso, então não seriacapaz 
de converter um homem nem fornecer-lhe sabedoria 
adequada. 
A Palavra escrita foi dada com o propósito expresso 
de que possamos buscar a vida por ela. "Estes, 
porém, estão escritos para que creiais que Jesus é o 
Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais 
vida em seu nome." (João 20:31). Tal objetivo não 
poderia ser alcançado se a Palavra escrita não fosse 
suficiente nem uma regra perfeita para a doutrina e a 
31 
 
vida. Assim, deve-se concluir que a Palavra é perfeita. 
“E que desde a infância sabes as sagradas letras, que 
podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há 
em Cristo Jesus. Toda Escritura é divinamente 
inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, 
para corrigir, para instruir em justiça; para que o 
homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente 
preparado para toda boa obra.”, 2 Tim 3: 15-17. 
Argumento evasivo nº 1: a palavra usada é 
"proveitosa", mas não "suficiente". A tinta é uma 
redação proveitosa e necessária, mas não é suficiente 
por si mesma. Resposta: Está escrito que a Palavra 
pode nos tornar sábios para a salvação, e tudo o que 
for proveitoso para a salvação também é suficiente. 
Em consequência disso, não pode haver requisitos 
adicionais. O sol é proveitoso para a saúde, o que 
equivale a ser suficiente, pois nenhuma outra luz é 
necessária ou lucrativa quando somos iluminados 
pelo sol. Argumento evasivo n.°2: O apóstolo se 
refere ao Antigo Testamento. Se o Antigo Testamento 
fosse suficiente, não era necessário o Novo 
Testamento. No entanto, desde que é indispensável, 
então, é rentável para a vantagem, mas não é o 
equivalente a ser suficiente. Resposta: (1) O Antigo 
Testamento era suficiente antes da vinda de Cristo 
que havia sido prometido no Velho Testamento. O 
Novo Testamento não propõe uma doutrina e prática 
que difira daquilo que é apresentado no Antigo 
Testamento, mas sim confirma e aumenta o que foi 
prometido e, assim, dá uma exposição de seu 
32 
 
cumprimento. Se o Antigo Testamento fosse rentável 
a tal ponto que fosse suficiente para esse tempo, 
então, devido à sua suficiência, a combinação do 
Antigo e do Novo Testamento é ainda mais rentável. 
(2) Quando Paulo escreveu estas palavras para 
Timóteo, várias novas Escrituras do Novo 
Testamento já estavam disponíveis e, portanto, 
também foram incluídas. 
Adição ou exclusão das Sagradas Escrituras 
Proibidas. 
É proibido adicionar ou excluir da Palavra escrita. 
Todas as maldições são registradas nesta Palavra em 
relação a essa prática que confirmam isso. Assim, a 
Palavra de Deus é uma regra completa para a 
doutrina e prática. Isso pode ser observado, como a 
seguir: "Não acrescentareis à palavra que vos mando, 
nem diminuireis dela, para que guardeis os 
mandamentos do Senhor vosso Deus, que eu vos 
mando." (Deuteronômio 4: 2); "Eu testifico a todo 
aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro: 
Se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus lhe 
acrescentará as pragas que estão escritas neste livro; 
e se alguém tirar qualquer coisa das palavras do livro 
desta profecia, Deus lhe tirará a sua parte da árvore 
da vida, e da cidade santa, que estão descritas neste 
livro." (Ap 22: 18-19); "Mas, ainda que nós mesmos 
ou um anjo do céu vos pregasse outro evangelho além 
do que já vos pregamos, seja anátema." (Gálatas 1: 8). 
33 
 
Argumento evasivo n.°1: Moisés faz referência ao que 
ele falou e não para o que ele escreveu. João apenas 
relatou seu livro, Apocalipse, e não toda a Bíblia. 
Resumindo: O que Moisés falou, ele, no comando do 
Senhor, também registrou como servo fiel de Deus. 
Quanto ao livro de Apocalipse, João escreveu a 
conclusão da Palavra de Deus. João colocou sua 
proibição no final de Apocalipse como um selo sobre 
toda a vontade revelada e registrada de Deus em Sua 
Palavra. O motivo dessa proibição é idêntico para 
todos os livros da Escritura Sagrada e, portanto, para 
toda a Escritura, sendo o fato de Deus ter inspirado 
esses escritos e nenhum outro. Argumento invasivo 
nº 2: Os profetas adicionaram muito a Moisés e os 
apóstolos adicionaram a ambos. Resposta: isto não é 
verdade em referência à regra de doutrina e prática, 
mas é apenas verdade quanto à exposição, ao 
aumento e à aplicação, e somente na inspiração e 
comando de Deus. Paulo anunciou todo o conselho 
de Deus (Atos 20:27), e ainda não ultrapassou 
Moisés e os profetas (Atos 26:22). (Nota do tradutor: 
Os que fazem tal afirmação são completamente 
ignorantes quanto aos propósitos de Deus na 
produção das Escrituras, até mesmo porque até que 
Jesus fosse manifestado em carne, havia necessidade 
de se registrar todas as promessas relativas à sua 
vinda, bem como ao seu cumprimento, e não 
somente isto, como também tudo o que se refere ao 
tempo do fim, com a sua segunda vinda. Isto não 
poderia ser feito senão através do decorrer do tempo, 
34 
 
em que Deus revelou a sua completa fidelidade em 
cumprir tudo o que havia prometido antes. Temos 
nas Escrituras, sobretudo o registro dessa fidelidade 
para o apoio da nossa fé em Deus e na Sua Palavra, 
de modo a darmos crédito a tudo o que ela contém e 
que é necessário para a nossa salvação, no que se 
refere à nossa justificação, regeneração e 
santificação. Tudo o que devemos cumprir e crer em 
suas ordenanças, quer no que se refere às boas 
promessas, e quanto ao temor devido a Deus 
sobretudo em suas ameaças e juízos contra o 
pecado.) 
Argumento evasivo n. ° 3: os textos referem-se a uma 
adição ou supressão que contradiga e corrompa o que 
tenha sido escrito, mas não para algo que esteja de 
acordo com e complementa o texto. Resposta: 
Qualquer um que acrescenta algo a um trabalho 
perfeito tem um efeito corruptor. Os textos não se 
referem apenas a tudo o que é contraditório, mas a 
todas as exceções, bem como o que quer que seja 
composto além do texto escrito (Gálatas 1: 8). Todas 
as tradições de natureza extrabíblica são invenções e 
instituições de homens. Não há tradições que nos 
foram transmitidas por Cristo e os apóstolos. Nunca 
Cristo nem um apóstolo nos dirigem a declarações 
não escritas, mas sempre à Palavra (Isaías 8:20, 
Lucas 16:29, João 5:39, 2 Ped 1: 19-20). Deus 
condena todas as instituições de homens. "Mas em 
vão me adoram, ensinando doutrinas que são 
35 
 
preceitos de homem." (Mt 15.9). As instituições do 
catolicismo romano são supersticiosas, errôneas e 
contrárias à Palavra escrita de Deus. 
Bíblia nº 1: muitos livros das Sagradas Escrituras 
foram perdidos, como O Livro das Guerras do 
Senhor, O Livro dos Justos, O Livro das Crônicas de 
Israel, o livro dos profetas Natan e Gade, A Carta aos 
Laodicenses. Além disso, nem todas as palavras e 
ações de Cristo foram registradas. Podemos acreditar 
que os apóstolos também escreveram cartas 
adicionais que não estão em nossa posse. Assim, nós 
devemos concluir que a Bíblia não está completa. 
Resumos: (1) Estes livros nunca foram considerados 
como uma regra para doutrina e prática. A Escritura 
menciona vários outros livros que foram escritos por 
autores pagãos (Atos 17:28; Tito 1:12). (2) Cremos 
que Cristo falou e fez muitas coisas. Além disso, 
acreditamos que os apóstolos escreveram muitas 
cartas às congregações, também por inspiração do 
Espírito Santo. Tais congregações particulares foram 
obrigadas a receber essas cartas como sendo de 
origem divina. Estes não estavam na posse de outras 
congregações, no entanto, e após o período 
apostólico não foram preservados para a igreja de 
Deus. As Escrituras que possuímos agora não são, 
portanto, incompletas, mas, no entanto, são e 
permanecem, no entanto, uma regra perfeita para a 
doutrina e a prática. Todo o evangelho está contido 
nelas e, além da Escritura, nada mais foi dito ou 
36 
 
escrito sobre Cristo e os apóstolos que foi 
reconhecido como uma regra para doutrina e prática 
para a igreja.De fato, mesmo que tivéssemos menos 
livros em número, nós, no entanto, possuímos uma 
regra perfeita. É a bondade do Senhor, entretanto, 
dar-nos o mesmo evangelho pela agência de muitas 
pessoas, bem como por meio de muitas 
amplificações, aplicações e exposições - tudo muito 
abundante para nós. Deve ser feita uma distinção 
entre a essência de um assunto e os detalhes dele. 
Bíblia nº 2: "Ainda tenho muito que vos dizer; mas 
vós não o podeis suportar agora." (João 16:12). Isso 
indica que muitas coisas essenciais não foram 
gravadas. Assim, devemos concluir que as Escrituras 
não são completas e, portanto, precisam ser 
aumentadas por meio de tradições. Resposta: Após a 
ressurreição de Cristo, os apóstolos eram mais fortes 
em fé e graça, e durante os quarenta dias de Sua 
presença entre eles, falou sobre as coisas relativas ao 
reino de Deus (Atos 1: 3). Assim, Cristo falou-lhes 
sobre as coisas que antes não podiam suportar. Eles 
foram movidos pelo Espírito Santo, que os ajudou a 
chegar a toda a verdade (João 16:13). Este Espírito 
ensinaria todas as coisas e lembraria todas as coisas 
que o Senhor Jesus lhes havia dito (João 14:26). 
Assim, a tradição é eliminada e as Sagradas 
Escrituras são e permanecem perfeitas, os apóstolos 
tendo registrado "tudo o que Jesus começou a fazer e 
a ensinar" (Atos 1: 1), que engloba tudo o que é 
essencial para a salvação. Objeção 3: "Assim, pois, 
37 
 
irmãos, estai firmes e conservai as tradições que vos 
foram ensinadas, seja por palavra, seja por epístola 
nossa." (2 Tessalonicenses 2:15). Aqui, o apóstolo faz 
expressamente menção às tradições que foram 
ensinadas verbalmente, para distingui-las das 
tradições ensinadas por carta. Consequentemente, 
há tradições que não foram registradas, mas que, no 
entanto, devem ser adotadas. Resposta: O apóstolo 
não só escreveu, mas também se dedicou à pregação 
viva. A substância de sua pregação, no entanto, não 
diferiu da substância de sua escrita, e vice-versa. Foi 
no essencial o mesmo evangelho. Portanto, "por 
palavra ou por carta" apenas se refere a diferentes 
modos de apresentação e não a questões que diferem 
essencialmente. Por isso, isso não dá suporte ao uso 
da tradição. Bíblia nº 4: A igreja judaica também 
instituiu várias práticas - passando-as para as 
gerações subsequentes - que, no entanto, não foram 
comandadas, como o jejum no quarto, quinto, sétimo 
e décimo mês (Zacarias 7: 5 e 8: 19); os dias de Purim 
(Ester 9: 21-26); a festa da dedicação (João 10:22). 
Da mesma forma, a Igreja Reformada também tem 
suas tradições, o que implica que também agora 
podemos e devemos defender a tradição. Resposta: A 
prática do jejum foi comandada por Deus; a 
determinação da necessidade, do tempo e das 
circunstâncias foi deixada para a igreja (Joel 2). 
Também são comandados dias especiais de ação de 
graças, cuja ocorrência e frequência são 
determinadas pela igreja. Não há fundamento na 
38 
 
Palavra, no entanto, sobre o que a igreja pode legislar 
para a observação de tais dias para as gerações 
subsequentes. Tais práticas devem ser denunciadas e 
a igreja não deve observá-las. Isso também é verdade 
para os nossos dias de festas que devem ser 
eliminados. No que diz respeito aos dias das festas, 
consulte a Res Judicata de D. Koelman, bem como 
suas outras escrituras acadêmicas e devocionais. 
Outras ordens e circunstâncias religiosas externas 
são principalmente ordenadas na Palavra de Deus, 
cujas considerações são deixadas para cada igreja 
individual e, consequentemente, são alteráveis de 
acordo com o tempo e o local. No entanto, todas as 
superstições devem ser evitadas e tais práticas não 
devem ter um efeito adverso sobre a doutrina e a 
prática. Assim, a perfeição da regra das Escrituras 
não será violada, nem o uso de tradições não escritas 
será defendido. 
O Antigo Testamento: Concatenação com os 
Cristãos do Novo Testamento 
O Antigo Testamento continua a ser uma regra para 
doutrina e prática para cristãos no Novo 
Testamento? Resposta: Os anabatistas respondem 
negativamente, enquanto nós respondemos na 
afirmativa. Nossa prova é a seguinte: Primeiro, o 
Antigo e o Novo Testamento contêm as mesmas 
doutrinas e o mesmo evangelho; assim, os 
Testamentos Antigo e Novo são um em essência, 
39 
 
diferindo apenas nas circunstâncias e na maneira de 
administração. A igreja do Antigo Testamento 
antecipou a vinda de Cristo e, portanto, teve um 
ministério de tipos e sombras. A igreja do Novo 
Testamento reflete sobre Cristo que veio e, portanto, 
tem um ministério sem sombras. O Testamento 
Antigo é um em essência com o Novo Testamento e, 
portanto, é uma regra para nós, como é o Novo 
Testamento. Posteriormente, devemos demonstrar 
de forma mais abrangente que tal é evidente nos dois 
Testamentos, o que é o motivo pelo qual o apóstolo, 
ao pregar na dispensação do Novo Testamento disse: 
"Tendo, pois, alcançado socorro da parte de Deus, 
ainda até o dia de hoje permaneço, dando 
testemunho tanto a pequenos como a grandes, não 
dizendo nada senão o que os profetas e Moisés 
disseram que devia acontecer." (Atos 26:22). Em 
segundo lugar, há apenas uma igreja desde o início 
do mundo até o fim dos tempos. Os livros do Velho 
Testamento foram dados à igreja como seu princípio 
regulador e, portanto, também é verdade para a 
Igreja do Novo Testamento. Mesmo as cerimônias, 
que foram instituídas para serem praticadas apenas 
por um período de tempo, são aplicáveis no Novo 
Testamento - para não serem praticadas como tais, 
mas com o propósito de discernir nelas a verdade e a 
sabedoria de Deus, e também para a alcançar um 
melhor conhecimento de Cristo a partir dos detalhes 
dessas cerimônias. Terceiro, a igreja do Novo 
Testamento é construída sobre o fundamento dos 
40 
 
profetas, bem como dos apóstolos. "Construído sobre 
o fundamento dos apóstolos e profetas" (Efésios 
2:20). Assim, os escritos dos profetas são os 
reguladores para nós como os escritos dos apóstolos. 
Argumento evasivo: a palavra "profetas" deve ser 
interpretada como se referindo aos profetas do Novo 
Testamento, de quem podemos ler em 1 Coríntios 
12:28, Ef 3: 5; 4:11. Isto é indicado pela ordem em que 
são mencionados, como o apóstolo primeiro faz 
menção dos apóstolos e depois dos profetas. 
Resposta: (1) Os profetas do Novo Testamento, a 
quem se faz referência nesses textos, não partiram 
atrás de escritos. Consequentemente, a igreja não 
pode ser construída sobre os seus escritos. (2) 
Sempre que seja feita menção de profetas no Novo 
Testamento, a referência é geralmente aos profetas 
do Antigo Testamento (Lucas 24: 25,27). (3) O fato 
de que os apóstolos são mencionados antes que os 
profetas não dá apoio a tal sentimento. Os profetas 
são colocados diante dos evangelistas em Efésios 4:11 
e, no entanto, os evangelistas são superiores aos 
profetas no Novo Testamento. Quinto, Cristo e os 
apóstolos fundamentaram sua doutrina por meio do 
Antigo Testamento. Eles nos dirigem para os 
princípios do Antigo Testamento, demonstrando a 
rentabilidade do Antigo Testamento para nós que 
estamos na dispensação do Novo Testamento. 
"Examinai as Escrituras; pois ... são elas que 
testemunham de Mim" (João 5:39); "Para o que 
todas as coisas foram escritas anteriormente (isto é, 
41 
 
os livros do Antigo Testamento) foram escritos para 
o nosso aprendizado" (Rom 15: 4): "Eles têm Moisés 
e os profetas; deixe-os ouvi-los" (Lucas 16:29); "E 
temos ainda mais firme a palavra profética à qual 
bem fazeis em estar atentos, como a uma candeia que 
alumia em lugar escuro, até que o dia amanheça e a 
estrela da alva surja em vossos corações;" (2 Pedro 
1:19); “Ora, estes eram mais nobres do que os de 
Tessalônica, porque receberam a palavra com toda 
avidez, examinando diariamente as Escrituras para 
ver se estas coisas eram assim." (Atos 17: 11). Tudo 
issodemonstra com clareza excepcional que as 
Escrituras do Antigo Testamento são também 
reguladoras para nós, como as do Novo Testamento. 
Objeção nº 1: "Dizendo: Novo pacto, ele tornou 
antiquado o primeiro. E o que se torna antiquado e 
envelhece, perto está de desaparecer." (Heb 8:13). 
Como já estava envelhecendo e pronto para 
desaparecer, no momento atual desapareceu há 
muito tempo. Assim, concluímos que o Antigo 
Testamento já não é regulador para nós. Resumindo: 
Neste texto, o apóstolo não se refere aos livros do 
Antigo Testamento, pois os elogia, declarando-os 
lucrativos para instrução, repreensão, etc. (Rom 15: 
4, 2 Tim 3: 15-17). Em vez disso, sua referência aqui 
é a administração da aliança, que será demonstrada 
em mais detalhes posteriormente. Mesmo que as 
cerimônias relativas à administração da aliança 
tenham cessado, os livros do Velho Testamento não 
deixam de ser reguladores. Objeção 2: "Porque todos 
42 
 
os profetas e a lei profetizaram até João" (Mateus 
11:13); portanto, as profecias cessaram no momento 
em que João apareceu em cena. Resposta: Os 
profetas e as leis cerimoniais proclamaram que 
Cristo viria, enquanto João proclamava que Jesus 
havia chegado. O cumprimento implica a cessação 
dessa promessa; como tal, essas promessas não 
devem mais ser entendidas como sendo de natureza 
profética. Suas profecias continuaram a ser válidas 
em outros aspectos, no entanto. A respeito do 
sofrimento, da morte, da ressurreição e da ascensão 
de Jesus, e de Seu retorno para julgar o mundo. Neste 
sentido, as profecias não podiam cessar com João, o 
motivo sendo que muitas ainda não foram 
cumpridas. O Senhor Jesus faz referência neste texto 
às profecias e à sua realização, mas não à questão de 
saber se as próprias Escrituras são ou não 
regulatórias. Aquela terminou com a vinda de Cristo, 
e o outro sempre será válido. Objeção 3: "Cristo é o 
fim da lei" (Rom 10: 4). Portanto, o Antigo 
Testamento deixou de funcionar na vinda de Cristo. 
Resposta: O apóstolo não se refere ao término de sua 
validade duradoura, pois é afirmado por Cristo: "Não 
penseis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim 
destruir, mas cumprir. Porque em verdade vos digo 
que, até que o céu e a terra passem, de modo nenhum 
passará da lei um só i ou um só til, até que tudo seja 
cumprido." (Mateus 5: 17-18). Em vez disso, Paulo se 
refere ao objetivo em vista, isto é, que a função da lei 
é levar a Cristo, que, por meio do cumprimento da lei 
43 
 
por Sua vida e paixão, pode tornar-se participante da 
justificação. A composição externa e interna das 
Sagradas Escrituras. A composição das Sagradas 
Escrituras é tanto externa quanto interna. Ao 
exterior, pertence a ordem, a clareza e a adequação 
do estilo da Escritura, expressando de forma mais 
sucinta cada doutrina considerada individualmente, 
bem como transmitindo a harmonia interna entre as 
doutrinas e, ao mesmo tempo, exibindo a justificação 
de Deus por cujo Espírito elas têm sido registradas. 
Um homem de sabedoria mundana procura usar 
vocabulário ornamentado, mas raramente poderá 
descrever adequadamente a maravilhosa fortaleza, a 
dignidade, e a elegância do estilo da Escritura. O 
idioma usado nos discursos mais elegantes dos 
oradores é em comparação, senão a linguagem dos 
camponeses e das crianças. Contudo, eles não são 
suficientemente conhecidos para perceber isso. 
A composição interna da Escritura relaciona-se ao 
significado ordenado e preciso que corresponde aos 
pensamentos e objetivos do Orador, isto é, Deus. O 
significado de cada palavra, afeto ou argumento não 
é dois, três ou quatro vezes, mas sim de natureza 
singular. É um fato aceito que o significado essencial 
de algo só pode seja singular, pois há, na essência, 
apenas uma verdade. Assim, as Escrituras são claras 
e compreensíveis, pela sinceridade do Orador que faz 
um requisito do que Ele expressa ser Seu significado 
de uma maneira singular e simples para que o 
44 
 
ouvinte dele não seja nem confundido nem enganado 
por palavras ambíguas. Tal significado é referido 
como o significado literal que é expresso na forma 
singular ou composta. 
O significado singular da frase é expresso 
precisamente ou metaforicamente. O significado 
preciso da sentença é expresso quando se articula 
seus pensamentos usando vocabulário que expressa 
imediatamente a substância do assunto em questão, 
como "Deus é justo e o homem é pecador". O 
significado literal é expresso metaforicamente 
quando um expressa-se com palavras a partir das 
quais o significado original e preciso é deduzido, para 
expressar a visão de alguém muito mais claramente, 
graciosamente e com força. Essa maneira de falar é 
frequentemente usada, que na disciplina a oratória é 
muitas vezes ilustrada por exemplos como, "Herodes 
é uma raposa", isto é, ele é astuto. 
O significado composto do que fala é expresso 
quando o tipo e o antitipo são colocados lado a lado; 
e a primeira parte da frase contém o tipo e a outra 
parte o antitipo. Isto é ilustrado no seguinte texto: "E 
como Moisés levantou a serpente no deserto, assim 
também o Filho do homem deve ser levantado." 
(João 3:14). Cada elemento da sentença, quando 
visualizado individualmente, tem um significado 
bem definido; no entanto, a verdadeira intenção da 
sentença só é expresso juntando ambas as cláusulas. 
45 
 
O significado da Escritura que o Espírito Santo 
deseja transmitir é sempre singular na natureza. 
Alguém pode e deve confiar nesta verdade sem 
qualquer dúvida. Um e o mesmo assunto podem ser 
vistos de várias perspectivas e, portanto, também ser 
expressos em várias formas. Toda expressão, no 
entanto, se encaixa precisamente no contexto em que 
é encontrada e em que deve ser compreendida. As 
visualizações e expressões das Escrituras estão, 
portanto, internamente relacionadas umas com as 
outras. Elas se encaixam e não são diferentes, muito 
menos de natureza contraditória. Portanto, as 
Escrituras não permitem várias interpretações da 
mesma matéria ou texto. 
A Escritura não Estão sujeita a Várias 
Interpretações 
Para facilitar a colocação do papa no tribunal do 
julgamento, o catolicismo romano sustenta que um e 
o mesmo texto pode ter um significado quádruplo. 
Primeiro, há o significado literal que, aliás, é o único 
significado que reconhecemos. Em segundo lugar, 
existe o significado alegórico ou figurativo, quando se 
trata de uma questão temporal e a natureza física 
simboliza as de uma dimensão espiritual, como em 
Gál 4:24, onde Agar e Sara expressam duas alianças. 
Tal é também o caso quando algo do reino da 
natureza é usado para instruir e motivar o homem a 
cumprir sua obrigação. Isto é ilustrado em 1 Cor 9: 9, 
46 
 
onde é afirmado: "Deus cuida dos bois?", pelo qual a 
congregação é exortada a cuidar de seus ministros. 
Em terceiro lugar, existe um significado analógico ou 
místico, como quando o céu é representado por meio 
de objetos terrestres. Este é o caso em Ap 21: 2 
quando "Jerusalém" se refere ao céu. 
Em quarto lugar, há um significado tropológico que 
é estabelecido por uma troca de palavras, algo que é 
recorrente quando o pedido é feito para a nossa 
caminhada diária ou com o objetivo de modificá-la. 
Se alguém soubesse que, em um texto particular, um 
significado é evidente, enquanto que em outro texto 
um significado diferente deve ser defendido, nós nos 
submeteremos facilmente a essa visão. Porque então, 
a intenção literal do Espírito Santo deve ser levada 
em consideração, seja este em um sentido singular ou 
composto, principalmente ou metaforicamente. A 
prática de atribuir um significado quádruplo para 
cada texto, no entanto, deve ser considerada absurda. 
Podemos tolerar o uso ocasional de um texto para 
fazer várias aplicações, e podemos lidar com alguém 
que atua com essa tola consideração e excede os 
limites do motivo.Para manter, no entanto, que em 
todos os textos o Espírito Santo tem quatro 
interpretações em vista, é tornar as Sagradas 
Escrituras ridículas. Embora Deus seja infinito e, 
portanto, capaz de compreender vários assuntos de 
dimensão infinita ao mesmo tempo, ele, no entanto, 
47 
 
não está se dirigindo a si mesmo, mas sim a homens 
que têm apenas um intelecto insignificante e finito. À 
medida que Ele fala, Ele é tão desejável de ser 
entendido tão claramente como o homem, quando 
ele usa o discurso para expressar seus pensamentos 
aos outros. A capacidade de falar do homem não é 
derivada da Bíblia; em vez disso, a Bíblia está escrita 
na linguagem do homem. Usa a linguagem do 
homem de uma maneira mais distinta e clara do que 
o advogado mais brilhante é capaz de usar, de modo 
que não haja o menor motivo de incompreensão. Os 
mal-entendidos relativos às Escrituras são gerados 
pela escuridão e obstinação do homem. Muitas 
questões precisam ser tratadas em relação a essa 
questão. Questões: As palavras nas Escrituras 
Sagradas sempre transmitem todos os significados 
possíveis que podem ser atribuídos a eles? Resposta: 
Quem poderia ter jamais imaginado que alguém iria 
surgir, que responderia a esta pergunta de forma 
afirmativa? No entanto, existem hoje muitos 
indivíduos que acreditam que isso seja verdade. Nós 
respondemos enfaticamente negativamente pelas 
seguintes razões: primeiro, isso é evidente a partir 
das quatro razões que declaramos em um parágrafo 
anterior, rejeitando o conceito de interpretação 
múltipla da Escritura. Aplique esse princípio a esta 
situação. Em segundo lugar, se isso fosse verdade, 
então nenhuma certeza poderia ser encontrada em 
todas as Escrituras, e várias opiniões deveriam ser 
imediatamente aceitas como verdadeiras. Em tal 
48 
 
situação, uma passagem teria vários significados, 
uma pessoa que aceita um e outro significado, sendo 
todos de igual valor. Teríamos então de tolerar todas 
as coisas, uma vez que cada pessoa seria capaz de 
justificar o significado que ela selecionou para as 
palavras em questão. Deve ser óbvio para todos que 
tal é a consequência lógica dessa visão. Se há alguns 
indivíduos que aplicam esse conceito desta forma é 
conhecido apenas para aqueles que interagem com 
eles. Assim, seria possível tornar a verdade e a 
mentira compatíveis. Terceiro, as exposições mais 
denigrantes e absurdas imagináveis deveriam ser 
aceitas como verdade, como várias pessoas 
demonstraram com numerosos textos na Escritura. 
Tais exposições não podem ser rejeitadas por aqueles 
que defendem essa proposição, mesmo que eles 
próprios percebam que uma determinada posição é 
ridícula. Esta noção é, portanto, uma profanação 
adúltera da Palavra e uma afronta a Deus. Isso 
sugeriria que Ele falaria em uma linguagem ambígua 
ou expressasse muitos significados diferentes e 
contraditórios em um mesmo texto. Quinto, não 
temos permissão para lidar com escritos humanos, 
como testamentos, contratos e recibos financeiros, 
neste mundo. Que desgraça seria prosseguir de tal 
maneira! Muito menos pode tratar-se de tal maneira 
com a Palavra do Deus vivo, uma vez que Ele 
expressa cada doutrina, bem como Sua intenção, de 
uma maneira mais adequada, ordenada, clara e 
vigorosa. Mesmo que Deus estivesse hipoteticamente 
49 
 
(se eu puder falar de Deus de tal maneira) para 
expressar e, de modo algum, é verdade em um único 
parágrafo. Ele, porém, não se dirige a si mesmo, mas 
aos homens. Assim, ele está falando de maneira 
humana, de uma maneira que os homens possam 
entender. Argumento evasivo: esse princípio aplica-
se apenas se o significado do texto não contradiz a 
regra da fé, é contrário aos objetivos sagrados do 
Espírito Santo, nem entra em conflito com o 
contexto. Resposta: (1) Se devêssemos levar as 
verdadeiras ramificações deste princípio à sua 
conclusão lógica, isso constituirá uma contradição no 
objeto, pois a última afirmação refutaria a primeira. 
A implicação seria que agora, em todas as Escrituras, 
poderia significar o que realmente deveria, uma vez 
que o significado sempre dependeria da vida em que 
este princípio é aplicado. (2) Este princípio é falho 
como demonstrado por vários indivíduos em 
referência a vários textos, uma vez que, pelo uso 
desta regra, os significados das palavras podem ser 
arbitrariamente estabelecidos e, portanto, os 
parâmetros bíblicos da fé são definidos. Tudo é 
aceitável, uma exposição e outra. De acordo com este 
princípio, eles podem e devem, além disso, sustentar 
que o Espírito Santo tem todos esses vários 
significados da Palavra, permitindo assim que se crie 
um acontecimento que lhe agrada. Essas estipulações 
são essenciais para discernir o significado correto de 
cada texto e são um potente remédio para aqueles 
que sustentam que cada palavra não significa o que 
50 
 
potencialmente pode significar. O significado de uma 
palavra só pode ser tal como é congruente com os 
requisitos das circunstâncias específicas em que 
ocorre. Objeção 1: Muitos textos permitirão uma 
interpretação de duas ou três formas. Pode-se achar 
que isso é verdade, consultando vários expositores 
acadêmicos, e pelo que se ouve dos púlpitos. Isso é 
mesmo verdade para aqueles que se opõem ao 
princípio acima mencionado, sugerindo que 
qualquer palavra pode ser entendida como uma 
coisa, bem como outra. Desse modo, é evidente que 
mesmo aqueles que se opõem ao princípio 
concordam que as palavras estão sujeitas a várias 
interpretações. Quando os expositores por escrito ou 
falando fazem menção a uma variedade de 
significados associados a uma palavra, eles não 
admitem que esse texto, ou a palavra dentro deste 
texto, tenham vários significados. Eles estão 
simplesmente admitindo que, devido à sua 
compreensão obscurecida, eles não conseguem 
interpretar este texto absolutamente e não devem 
dizer com certeza o significado que o Espírito Santo 
tem em vista. Se a ênfase está em consideração, deve-
se comparar a tradução com o texto original. 
Bíblia n. ° 2: o princípio acima mencionado produz 
muita luz quando se procura entender a Palavra de 
Deus; é possível perceber a força total e a ênfase do 
texto. Resposta: (1) Esse princípio causará muita 
escuridão na compreensão da Palavra, a menos que 
51 
 
dispensem o amor pela verdade. Fazer isso permitiria 
compreender a Palavra prontamente. Então, tudo é 
aceitável e não podem errar, pois as palavras 
significam o que é convenientemente apropriado no 
momento. (2) A Palavra de Deus sempre fala com 
ênfase, e todas as palavras são usadas em pleno 
efeito, de modo que o significado de uma palavra ou 
a sentença nunca é diluída. Aqueles que desejam 
apresentar heresia, ou que desejam manter a 
viabilidade de suas heresias, usarão toda a força e 
ênfase de uma palavra, como se fossem capazes de 
alterar o verdadeiro significado do texto. Os 
estudiosos estão familiarizados com tais truques, e os 
simples devem estar de guarda quando ouvem 
palavras usadas dessa maneira. Objeção adicional: 
Todo mundo entende que as palavras às vezes são 
tomadas em um sentido estreito ou mais amplo, 
incluindo assim uma grande variedade de 
significados. Algumas palavras ou frases são vistas de 
uma perspectiva tão ampla para incluir de uma vez 
todas as consequências que naturalmente derivam 
delas. A partir disso, é evidente que pode-se utilizar 
palavras com força total e ênfase ou com menos 
ênfase total. Resposta: A questão se relaciona com os 
vários significados de palavras que têm um 
significado em um texto e outro em um texto 
diferente. Se uma palavra tem um significado em um 
texto, não é necessariamente que ela tenha o mesmo 
significado em outros textos. O significado é 
determinado por esse texto específico. Algumas 
52 
 
palavras têm referência a uma doutrina especial e 
singular, enquanto algumas palavrassão gerais ou 
comuns e, no seu significado, abraçam tudo o que é 
compreendido naquela palavra geral. Às vezes, esse 
significado compreensivo encontra expressão 
completa e às vezes o tema deve ser deduzido do que 
segue imediatamente. Este processo produzirá o 
significado literal dessas palavras e não determinará 
a magnitude da força ou a ênfase delas. Questões: 
Todas as doutrinas relativas à fé e à prática devem ser 
estabelecidas com base em palavras expressamente 
registradas nas Escrituras, e devem ser 
desqualificadas como sendo de acordo com a verdade 
se tal não for o caso? Pode-se determinar o 
significado de um texto aplicando o princípio lógico 
da consequência necessária? Resposta: os 
anabatistas, a fim de negar o batismo infantil, 
mantêm o primeiro princípio. Nós mantemos o 
segundo com esse entendimento - que não aceitamos 
o que as pessoas deduzem com seus intelectos 
escuros e corruptos, mas o que está contido no texto 
e torna-se evidente em virtude das consequências 
necessárias. Isso é verificado da seguinte maneira: 
primeiro, o homem é razoável e seu discurso é 
razoável. Em todas as suas interações, sua expressão 
verbal geralmente implica conexões. Como Deus fala 
com o homem de forma humana, suas expressões 
verbais também implicam consequências. Algumas 
vezes, essas consequências são verbalizadas, e outras 
vezes o assunto é simplesmente mencionado - 
53 
 
contendo consequência por implicação. Entre as 
inúmeras consequências que se expressam, 
considere esta: Cristo, o chefe de todos os crentes, 
ressuscitou dos mortos. Esta proposição implica que 
todos os membros de Cristo devem, 
necessariamente, ser espiritualmente vivos. O último 
está implícito no primeiro e, consequentemente, é 
deduzido do primeiro, "para que, como Cristo foi 
ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, 
assim andemos nós também em novidade de vida." 
(Romanos 6: 4). Considere o seguinte como um 
exemplo de uma consequência implícita: "Eu sou ... o 
Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó" 
(Êxodo 3: 6). Isso implica: (1) que os que estiveram 
falecidos muito antes do tempo de Moisés ainda 
estão vivos, (2) que haverá uma ressurreição dentre 
os mortos. Isto é confirmado em Mateus 22: 31-32: 
"E, quanto à ressurreição dos mortos, não lestes o 
que foi dito por Deus: Eu sou o Deus de Abraão, o 
Deus de Isaque, e o Deus de Jacó? Ora, ele não é Deus 
de mortos, mas de vivos." Em segundo lugar, o 
propósito da Escritura é ser proveitosa para a 
doutrina, a repreensão, a correção, a refutação do 
erro e o inconveniente. (Rom 15: 4; 2 Tim 3:16). 
Ninguém pode fazer uma aplicação em relação a si 
mesmo ou a outra pessoa, exceto por meio da 
recuperação, o que faz com que se trate da seguinte 
maneira: "uma vez que Deus expressou tal e tal em 
Sua Palavra, eu devo deixar de fazer isso, e devo fazer 
o outro; estou errado quanto a esta opinião; nesta 
54 
 
área, eu não deveria me considerar derrotado, mas eu 
deveria ser encorajado." Como nossos nomes não são 
registrados na Bíblia, como alguém poderia usar a 
Bíblia de forma proveitosa, exceto por meio de 
aplicação? Toda a aplicação, no entanto, é feita por 
meio de dedução. Objeção nº 1: se tal fosse o caso, 
nossa fé descansaria em uma base falível, pois, em 
conclusões dessa natureza, pode-se erradicar com o 
intelecto humano muitas vezes errado no processo. 
Qualquer um que pretenda extrair de um texto por 
meio de dedução lógica pode ser refutado por outra 
pessoa. Resposta: (1) Não pode ser logicamente 
concluído que o potencial de erro necessariamente 
levará ao erro. Nosso olho pode perceber algo 
corretamente, mesmo que geralmente não seja esse o 
caso. O que uma pessoa não pode perceber 
claramente devido a miopia ou visão com falha, o 
outro é capaz de perceber claramente. (2) Nossa fé 
não se baseia na dedução racional extraída de um 
determinado texto, mas no próprio texto. A dedução 
pela razão é meramente um meio pelo qual se pode 
perceber que uma certa doutrina encontra expressão 
no texto. A conclusão disto não pode ser extraída do 
reino da natureza, mas apenas com base na verdade 
revelada, que é o fundamento da fé. Nosso raciocínio 
não pode deduzir qualquer coisa do texto que já não 
era inerente a ele, mas pode extrair e desvendar o que 
está contido no mesmo. Assim, a fé não é fundada 
sobre a razão, mas sobre a Palavra de Deus. Bíblia 2: 
"Nenhuma profecia da Escritura é de qualquer 
55 
 
interpretação privada" (2 Pedro 1:20). Assim, 
devemos concluir que tudo em relação à fé deve 
basear-se nas próprias palavras da própria Escritura, 
o que torna a interpretação privada apropriada. 
Resposta: A interpretação privada não é a 
compreensão e o conhecimento de um determinado 
texto adquirido pelo raciocínio. Se assim fosse, a 
Escritura não seria proveitosa para a doutrina, etc. (2 
Tim 3:16). Então, as exortações para pesquisar as 
Escrituras (João 5:39) e para comparar as coisas 
espirituais com as espirituais (1 Coríntios 2:13) 
seriam sem utilidade, e ninguém poderia nem deve 
prestar atenção a elas. É evidente que todos, em 
particular, deveriam se debater no julgamento 
discriminatório ao lidar com as Escrituras. O 
julgamento privado, no entanto, consiste na 
fabricação dos próprios pontos de vista de uma 
pessoa - opiniões que se originam em seu próprio 
intelecto. É para trazer a Escritura em sujeição a tais 
pontos de vista e declarando como autoridade final 
sobre o assunto, "Eu determino que tal e tal será a 
interpretação". A interpretação privada é atribuir 
um significado a um texto que é estranho às 
Escrituras, e não é extraído da Escritura, e é o 
produto e a conclusão do próprio intelecto de uma 
pessoa. Objeção 3: "Tendo cuidado para que 
ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e 
vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, 
segundo os rudimentos do mundo, e não segundo 
Cristo." (Col 2: 8). Participar no raciocínio dedutivo 
56 
 
é a prática da filosofia; devemos fazer deduções que 
geram conclusões sem substância. Resposta: O 
apóstolo advertiu contra o abuso, não o uso legal de 
todas as coisas. A filosofia é a arte do raciocínio. É 
inato no homem adquirir conhecimento sobre uma 
determinada questão em virtude do processo de 
raciocínio, uma habilidade que ela utiliza em todas as 
suas atividades mentais e verbais. A capacidade de 
raciocínio melhora através de exercício. O desejo de 
aprender a sabedoria por meio do raciocínio é 
denominado de filosofia, que em si mesmo não deve 
ser rotulado como impróprio. Paulo não rotula a 
filosofia como um engano vão, mas indica que os 
indivíduos enganadores, pelo uso da razão, podem 
formular o que tem uma aparência de ser razoável, o 
que, no entanto, pode facilmente enganar os 
símplices. Alguém deve estar em guarda para essas 
pessoas e suas atividades, e ouvir as Escrituras, em 
vez da razão. Tudo isso, no entanto, não tem nada em 
comum com o uso adequado do motivo na tentativa 
de entender a Escritura - para usá-lo como um meio 
para extrair o que está escondido em cada texto, o 
que é apenas tirar conclusões sobre a base da Palavra. 
Objeção 4: "Derribando raciocínios e todo baluarte 
que se ergue contra o conhecimento de Deus, e 
levando cativo todo pensamento à obediência a 
Cristo." (2 Coríntios 10: 5). É preciso levar todos os 
pensamentos ao cativeiro. Assim, todas as 
conclusões tiradas da Palavra por meio de 
delinquências pensativas devem ser rejeitadas. 
57 
 
Resposta: (1) Se o homem deve deixar de deliberar e 
pensar, ele teria que desumanizar-se. Ele teria 
mesmo que rejeitar o que foi expressamente 
registrado na Escritura, pois ele não poderia fazer 
isso sem processos de desvalorização e pensamento. 
(2) Este texto explica-se, pois fala de imaginação e 
coisas elevadas que se exaltam contra o 
conhecimento de Deus. Tal deve, obviamente,

Outros materiais