Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Hellen A Construção do Conhecimento Científico A prática da pesquisa científica, base da ciência, deve perpassar todo o curso universitário no qual o estudante se torna não só consumidor quanto produtor de conhecimento. Por isso o conhecimento científico é um elemento básico à dinâmica da vida universitária. A Educação Superior tem, em seu histórico, três finalidades primordiais: Formação profissional nas diferentes áreas. Formação do cientista. Formação do cidadão e de sua tomada de consciência acerca da sociedade, de suas construções históricas e de seus problemas. Embora os três focos encontrem-se interligados, a grande finalidade da metodologia cientifica é estudar a produção do conhecimento científico. O conhecimento científico caracteriza-se pela forma de analisar, explicar, justificar, induzir, aplicar leis e predizer eventos próximos. O conhecimento científico não só apreende os objetos, fatos e fenômenos, como os explica. Cientista: qualquer pessoa que exerça uma atividade sistemática para adquirir conhecimento, independente da área. Pessoa que faz uso do método cientifico para resolver problemas ou hipóteses. O cientista precisa ser questionador, investigador, pesquisador de informações, ser pensante, que propõe novas soluções para a sociedade. Tipos de Conhecimento Senso comum: conhecimento empírico, do dia- a-dia, que se obtém a partir das experiências cotidianas (obtidas ao acaso). As crenças passadas de geração para geração, as lendas e os remédios caseiros indicados pelas “vovós”. Características: sensitivo (aparências e emoções); superficial (não se aprofunda), subjetivo (a pessoa organiza o saber e as experiências), assistemática (não sistematiza as experiências e ideias), acrítico (não há criticidade para saber se é verdadeiro ou não). O senso comum não se aplica ao método científico, para ser cientifico é preciso estar baseado em fatos, explicações racionais, hipóteses, testes por meio de métodos precisos, críticas, analises, em pesquisa para produzir conhecimento. O senso comum é pautado apenas em experiências pessoais. E o conhecimento científico parte da observação e é elaborado pela inteligência humana. Cientifico: forma de analisar, explicar, justificar, induzir, aplicar leis e predizer com segurança eventos futuros. Esse conhecimento busca explicar/comprovar ideias, fenômenos. Para que o conhecimento seja científico, são indispensáveis dois requisitos: o campo do conhecimento deve ser delimitado, bem caracterizado e formulados os assuntos que se deseja investigar; e que existam métodos adequados de pesquisa para o estudo desejado. Características: sistemático (saber ordenado logicamente, formando um sistema de ideias – teoria), verificável (apenas as hipóteses que são passiveis de comprovação pertencem ao âmbito da ciência), falível (não é definitivo, absoluto), aproximadamente exato (novas proposições e desenvolvimento de técnicas podem reformular o acervo de teoria existente). Filosófico: fruto do raciocínio e da reflexão humana, feita sobre a experiência vital, gerando diferentes interpretações. É o conhecimento especulativo sobre fenômenos, gerando conceitos subjetivos. Busca dar sentido aos fenômenos gerais do universo, ultrapassando os limites formais da ciência. Este procura dar sentido à vida, recorrendo a razão humana. Teológico: é o conhecimento revelado pela fé divina ou crença religiosa; por isso não pode ser confirmado e nem negado. “A adesão das pessoas passa a ser um ato de fé, pois a visão sistemática do mundo é interpretada como decorrente do ato de um criador divino, cujas evidências não são verificáveis”. Ele foi o primeiro esforço para explicar a origem, objetivo e destino do ser humano sobre a terra. Características: valorativo e inspiracional (o que se crê é transmitido por revelação sobrenatural), infalível (não há como questionar), sistemático (explica o surgimento de tudo de forma ordenada), não verificável (o acreditar ou não se encerra de forma compulsória e absoluta, não se é duvidável). Plágio: prevenção em trabalhos acadêmicos 1. Revisão bibliográficas – conhecer trabalhos de outros autores. 2. Fazer fichamentos referenciados – prevenir que as anotações pessoais se misturem com textos de outros autores. Hellen 3. Usar as “aspas” adequadamente. 4. Parafrasear corretamente. 5. Fornecer o máximo de referências. Pesquisa Pesquisa está sempre relacionada à busca de alguma informação desconhecida que, após ser apreendida, se torna um conhecimento próprio. A pesquisa tem a finalidade de buscar informações e produzir conhecimento. Edgar Morin, antropólogo, sociólogo e filósofo francês, destaca duas finalidades do ensino e, consequentemente, da aprendizagem: cabeça bem cheia ou cabeça bem feita. Uma cabeça bem cheia “é uma cabeça onde o saber é acumulado, empilhado, e não dispõe de um princípio de seleção e organização que lhe dê sentido “. Uma cabeça bem feita “significa que, em vez de acumular o saber, é importante dispor ao mesmo tempo de uma aptidão geral para colocar e tratar os problemas” e ter competência em usar “princípios organizadores que permitam ligar os saberes e lhes dar sentido” A pesquisa parte da curiosidade do ser humano, ela parte das perguntas para quais não se tem respostas, apenas hipóteses. A pesquisa é uma investigação metódica (estudo minucioso e sistemático) desenvolvida para solucionar um problema. Artefatos da pesquisa – Formas de estudar Um bom registro das aulas facilita o estudo. Cabe ressaltar que essas informações não deverão ser memorizadas, e, sim, consideradas como roteiro para estudar. Estudar não é uma tarefa fácil: demanda esforço, reflexão, perseverança e, acima de tudo, método. Leitura: é o instrumento básico do estudo. A leitura enriquece o vocabulário, desenvolve a capacidade verbal e escrita, e amplia o conhecimento. Dicas para uma boa interpretação na leitura: Não sublinhar na primeira leitura. Sublinhar apenas as ideias principais e os detalhes importantes. Assinalar as passagens mais significativas com uma palavra-chave à margem. Assinalar com um sinal de interrogação, à margem, os pontos de discordância. Após tudo isso reler o texto, buscando avaliar as informações que você precisa. Anotação das informações necessárias, bem como de onde está retirando. Resumo: apresentação concisa (poucas palavras, o essencial, o sucinto) das ideias de um texto. Resenha: texto resumo de forma clara e concisa que traz os pontos positivos e negativos. Relatório: relato detalhado de algum experimento, apresenta de forma exata e clara como o experimento foi realizado. Ele precisa ser bem detalhado. Fichamento: registro feito em fichas, no qual se resume as ideias principais. Trabalhos Científicos Artigo científico: trabalho cientifico, cuja finalidade é relatar os resultados provenientes de uma pesquisa. TCC: trabalho de conclusão de curso, trabalho que une todos os conhecimentos aprendidos ao longo do curso. Monografia: trabalho cientifico voltado para um único assunto ou problema. O tema é abordado com profundidade, sobre diferentes ângulos e aspectos, dependendo dos objetivos e da finalidade do trabalho. Feito na graduação. Dissertação: tipo de trabalho monográfico feito ao final do curso de mestrado, aborda o tema em maior extensão e profundidade do que na monografia da graduação. Tese: trabalho monográfico apresentado ao final do curso de doutorado, é um trabalho original de pesquisa, que tem como finalidade trazer soluções para o problema apresentado; e é a resposta para uma pergunta científica. Pesquisa Científica A elaboração de um trabalho de pesquisa científica é um processo que se inicia com a definição de um problema. Para resolvermos este problema, contamos com diversos caminhos metodológicos. Toda pesquisa deve ter um conteúdo bem estruturado; escolha dotema, revisão da literatura, justificativa, formulação do problema, objetivos, metodologia, conclusão da análise dos resultados. O princípio científico legitima a ciência. Nesse sentido, um trabalho científico pode ser concebido “por um método adequado e suficientemente criativo e flexível que dê conta de aproximar-nos da realidade, de como ela se constitui, indo além do senso comum”. O princípio científico é usado em trabalhos denominados científicos e consiste naqueles que têm as propriedades e características da ciência, ou seja, produz ciência ou dela se deriva e acompanha seu modelo de tratamento. A pesquisa é um trabalho empreendido metodologicamente quando surge um problema para o qual se procura a solução adequada de natureza científica. Hellen É fundamental identificar e definir o problema para o qual se buscará a respectiva solução. Desse modo, a partir da definição do problema, o tema de pesquisa é escolhido e, por meio de observações, escolhe-se o objeto. Esse objeto está sempre relacionado a outro: são as variáveis. Um trabalho científico caracteriza-se pela organização de todas as etapas de construção bem elaboradas pelo autor e expostas de modo o mais claro possível. Vale destacar que um trabalho científico inicia sempre com a apresentação de um problema que constitui o desafio à capacidade do pesquisador de solucioná-lo. Uma pesquisa científica inicia-se sempre com a escolha de um tema ou assunto a ser abordado. Daí se extrai um problema a ser solucionado ou para o qual se pretende apresentar caminhos para solução. Desse modo, o problema é um recorte que se faz do tema e constitui o objeto de estudo. Nessa primeira etapa ainda se indica o objetivo do estudo, a sua justificativa, a importância da pesquisa e as hipóteses (em alguns trabalhos as hipóteses são dispensadas). Em outra etapa, escolhe-se a metodologia adequada ao estudo e a revisão de literatura. Como o nome indica, o autor analisa obras que o embasem teoricamente na busca de solução por meio de artigos científicos, periódicos nacionais e internacionais, livros já publicados e outros materiais. Essas pesquisas servem de apoio à construção de premissas e pressupostos teóricos sobre os quais o pesquisador fundamentará sua interpretação. 1. Problema ou Objeto no pensamento crítico: reconstituição de dados de experiências. É o desconhecimento de algo pela falta de informações suficientes, isso leva ao incomodo e a necessidade de busca de soluções. 2. Forma de elaborar um problema cientifico: esquematize-o da seguinte maneira: “Será que X e Y, nas condições tais e tais, estão relacionados? ” Nessa questão, X significa uma das variáveis e Y a outra. 3. Características dos problemas científicos: podem ser postos em termos interrogativos; relacionam duas ou mais variáveis entre si; correspondem a fenômenos que se repetem naturalmente ou que podem ser reproduzidos em laboratório; um problema é cientifico quando envolve variáveis que podem ser manipuladas ou observadas. 4. Delimitação de um tema/objeto: delimitar um objeto é lançar um olhar crítico, curioso, persistente e questionador acerca de algo. O objeto da pesquisa é aquilo que faz ter dúvidas, e é isso que impulsiona o pesquisador. Uma vez definido o problema e o tema da pesquisa, parte-se para a elaboração das hipóteses, cuja finalidade é orientar o pesquisador na escolha dos métodos da pesquisa. 5. Definir as hipóteses científicas: são importantes na solução de problemas. Hipótese é uma conjectura a respeito de algo, é uma afirmação antecipada, provisória, relativa a alguma suposição. Numa formulação de hipótese deve haver a ideia de probabilidade. Elas por anteciparem possíveis respostas, permitem avaliar se os resultados são convenientes ou não. A metodologia de trabalho (sistematização especifica) é um conjunto de procedimentos técnicos e modo especifico de raciocínio que visam à investigação das hipóteses para que se tinja o objeto final. As hipóteses propostas precisam ser tratadas como uma metodologia especifica, pois é essa sistematização que pode resultar no alcance dos objetivos. 6. Traçar o objetivo da pesquisa: traçar o caminho para conseguir alcança-los. O objetivo é uma formulação que exprime aonde o autor quer chegar com o estudo e serve como orientação para o desenvolvimento do trabalho e sua conclusão. Os objetivos são as metas a serem alcançadas. Objetivo geral: é aquele que o pesquisador pretende alcançar com sua investigação, o que deve estar em consonância com a definição do problema ou objeto da pesquisa. Objetivo específico: são os desdobramentos do objetivo feral. Eles podem ser entendidos como etapas que o pesquisador pretende realizar. Eles devem ser combinados com as hipóteses e pressupostos já delineados antes. 7. Busca de boas referências: um trabalho bem elaborado requer também uma boa apresentação. Consultar fontes de qualidade concorre para uma boa produção. Para isso, o pesquisador não pode deixar de buscar revistas científicas e teorias consagradas na área da pesquisa. Métodos Científicos Uma vez delimitado o tema, o problema, o objetivo e a hipótese, devemos identificar os principais caminhos metodológicos de uma pesquisa científica. A pesquisa científica visa esclarecer um problema sobre uma situação escolhida para Hellen investigação. Esse processo precisa ser sistemático, metódico e crítico. E seu resultado deve contribuir para o avanço do conhecimento humano. A metodologia tem a finalidade de descrever o caminho a ser percorrido definindo o tipo de pesquisa e os instrumentos a serem utilizados. Não há um único caminho a ser escolhido; há um problema que deve ser respondido da melhor forma possível e há algumas indicações para isso. Os métodos podem ser escolhidos segundo a sua finalidade (descritiva, exploratória ou experimental) a sua abordagem (qualitativa e quantitativa), a sua natureza (pesquisa básica ou aplicada) e em relação aos procedimentos técnicos. Cada uma das opções irá determinar possíveis caminhos a serem seguidos na coleta de informações com o auxílio de instrumentos próprios e dos participantes da pesquisa (população e amostra). Classificação das pesquisas: Do ponto de vista da natureza da pesquisa: básica e aplicada. Quanto à sua abordagem: quantitativa e qualitativa. Quanto ao universo (população) ou à amostra. Quanto aos objetivos: exploratória (tem como objetivo explorar – esclarecer ou modificar algum conceito ou ideia. Nela há um bom levantamento bibliográfico, primeiro faz-se uma revisão de artigos publicados em revistas científicas especializadas), descritiva (descrever as características de determinada população/fenômeno ou esclarecer a relação entre determinadas variáveis. Ela faz a descrição minuciosa e detalhada das características. Ela usa a observação sistemática e questionários – métodos simples de pesquisa) ou experimental (serve para determinar o objeto que será estudado. É um estudo comparativo). Pesquisa explicativa: busca identificar os fatores (razão/porque) para que um fenômeno ocorra. Pesquisa bibliográfica: estudo exploratório, pesquisa em materiais já elaborados (livros, artigos). Pesquisa documental: semelhante a pesquisa bibliográfica, mas apresenta fontes mais diversificadas, em documentos de primeira mão (cartas, diários, fotos, boletins) e de segunda mão (relatórios, tabelas estatísticas). Levantamento: interrogar as pessoas que tenham um comportamento que as pessoas costumam ter. Conhecimento direto da realidade. Usado para estudos descritivos e explicativos. Estudo de campo: parecido com o levantamento, porém ele tem mais profundidade. Nele se tem um grupo de estudo, na qual se faz o acompanhamento desse grupo. Estudo de caso: estudo de um ou poucos objetos. Ferramentas de apoio à pesquisa Localização de arquivos científicos,em bibliotecas eletrônicas, sites recomendados: 1. SciElo Brasil. 2. CAPES – Portal periódicos. 3. Google Acadêmico. 4. Pub Med. Mas há também artigos científicos publicados em revistas que não são digitais, assim como acontece com os livros. Você pode buscar sugestões de leitura nas referências dos artigos e trabalhos encontrados na internet. Leia as referências cujas informações podem ajudar. Não deixe de consultar também a biblioteca presencial e a virtual. Leitura correta Organize as partes importantes em anotações: a) Escreva a fonte e a data de consulta. b) Anote algumas ideias do autor. c) Não deixe de consultar as referências dos textos pesquisados, elas podem ter ótimas informações e enriquecer sua consulta. Algumas vezes, ir à fonte da consulta pode ser mais útil. Esta organização pode ser feita em ficha, caderno ou arquivo digital. Tipos de Trabalhos Acadêmicos Uma vez definidas as fontes de informação para a realização da pesquisa, inicia-se o trabalho propriamente dito. Distinguimos três fases nesse momento: a exploração das fontes documentais, a análise dos dados e a redação do texto. A exploração de fontes documentais se faz a partir do que foi projetado ao se iniciar a pesquisa. Nem todos os dados levantados serão úteis ao desenvolvimento do trabalho. Para isso, se faz uso da leitura dos resumos apresentados nos trabalhos, do prefácio e da introdução, até que o autor possa emitir uma opinião sobre sua utilidade. Identificar boas fontes de pesquisa é fundamental para a qualidade do trabalho. Hellen Como fontes, podemos citar obras de referência, teses e dissertações, periódicos científicos, anais de encontros científicos e periódicos de indexação e resumo. A análise dos dados é elaborada pelo autor, que apresenta a ordem lógica do seu pensamento. A etapa da redação, que deve seguir um estilo sóbrio e com terminologia de fácil entendimento. Durante o curso universitário são elaborados alguns trabalhos científicos ou quase científicos e os mais comuns são: o resumo, a resenha, o seminário, o projeto para o Programa de Iniciação Científica (PIC), a pesquisa bibliográfica, o relatório de pesquisa. Como publicação científica, temos o artigo, o ensaio, o pôster e os informes científicos. Ao final do curso, geralmente, é produzido o TCC ou a monografia, de acordo com o projeto pedagógico do curso. Tipos de trabalhos científicos: 1. Seminário: método de estudo coletivo. Junção das informações novas com os conhecimentos já estabelecidos. 2. Artigos científicos: devem ser publicados em revistas e periódicos e são fundamentais para a divulgação dos estudos e pesquisas realizados. Inicialmente define-se o problema (a pergunta/questionamento); logo após o objetivo (relacionado a ação que se irá fazer), as hipóteses, a justificativa do estudo (relato do significado do trabalho para o autor) e a sua importância (contribuição para a sociedade) – construção da introdução. Artigos científicos geralmente são relativamente curtos, com 12 páginas no máximo, mas nem por isso deixam de apresentar o problema, o objetivo, o referencial teórico, a metodologia, a análise dos dados obtidos, a conclusão e as referências. Quanto à formatação, embora haja uma organização geral dos trabalhos científicos, o autor, deverá tomar conhecimento das regras de formatação da revista ou periódico para o qual vai submeter o artigo para publicação. Cada revista/periódico possui suas próprias regras de formatação. 3. Monografia: trabalho feito ao final de um curso de graduação. É um estudo sobre um tema específico ou particular, com suficiente valor representativo e que obedece a rigorosa metodologia”. A investigação se dá pela profundidade e pelos diferentes ângulos que podem ser vistos, pela representação de um conjunto maior, por ter representação social e estar situado em um contexto significativo. A monografia se detém em um assunto que deve ser tratado de modo a ser aprofundado em reflexões e concluído no que se refere ao problema levantado. 4. Paper: é um trabalho com cerca de 3 a 5 páginas em que o autor analisa um determinado assunto elaborando avaliações e interpretações. Visa incentivar o exercício da análise, do uso da linguagem científica e da capacidade crítica. 5. Ensaio: é um trabalho científico onde o autor expõe sua posição em relação a estudos feitos sobre determinado assunto. Este trabalho deve seguir o rigor da lógica e a coerência da argumentação. 6. Comunicações cientificas: é um trabalho científico em que se apresenta resultados de uma pesquisa original e inédita em encontros tais como congressos, seminários etc. Sua apresentação não deve passar dos 20 minutos. 7. Poster: é a apresentação de um trabalho científico em forma de banner em eventos com esta finalidade. Artigo Científico A estrutura de um artigo cientifico, assim como de outros trabalhos científicos, é composta por três partes: pré-textual, textual e pós textual. Pré-textual: estão indicados os elementos que vêm antes da introdução, tais como: o título, o autor (ou autores) e suas credenciais, o resumo e as palavras-chave. Textual: é composta da introdução, da revisão de literatura, de procedimentos metodológicos, da apresentação e da análise dos dados e, finalmente, da conclusão e das recomendações. Pós-textual: abrange as referências usadas como citação no corpo do trabalho e os apêndices e anexos (estes dois últimos são opcionais e publicados quando necessário for). Hellen A construção de um artigo científico deve considerar o público a que se destina o trabalho, podendo ser um público de cientistas ou não. De qualquer modo, a linguagem deve ser clara, concisa, objetiva e correta. A organização de um artigo deve seguir a orientação da revista em que vai ser publicado, pois há questões próprias nas diferentes revistas. A produção de qualquer trabalho científico se inicia com a leitura de trabalhos referentes ao tema: saber ler um texto e dele retirar informações necessárias é uma habilidade básica para a produção científica. Portanto, o ato de estudar pressupõe organização, com a finalidade de familiarização com sua área de estudo e a formação dos raciocínios lógicos por meio das análises críticas. Qualquer trabalho científico começa com a observação tanto teórica quanto prática, levantando o problema, a busca de referencial teórico como fundamentação epistemológica, a busca de informações contextuais ou bibliográficas e a conclusão. Um artigo científico, cuja principal característica é sua reduzida dimensão e conteúdo, tem a finalidade de publicar estudos pessoais ou não, discutir ideias e questões controversas e divulgar resultados de pesquisas em várias áreas do conhecimento. Artigos científicos são publicados em revistas ou periódicos especializados. Sua estrutura segue a mesma organização de outros trabalhos científicos, ou seja: pré-texto (título, autor/es, resumo e palavras-chave), texto (introdução, desenvolvimento e conclusão) e pós-texto (referências – obrigatório – e apêndice ou anexo – opcional). Etapas do desenvolvimento do artigo científico: 1. Definição do tema. 2. Identificar um problema dentro do tema: esse problema deve estar situado num determinado contexto. 3. Definição do objetivo do trabalho: indicando o que quer atingir. O objetivo se relaciona com o problema e com sua ação sobre ele. 4. Justificar a realização da pesquisa e a sua importância social. 5. Revisão bibliográfica: livros, artigos científicos e outras produções relacionadas com o tema abordado ou o objeto investigado. Tente localizar artigos que tratam do estado da arte da área do assunto abordado de forma a obter uma visão mais ampla da área e de seus problemas. Busque identificar autores relevantes sobre o assunto. 6. Identificação de trabalhos semelhantes: na revisão bibliográfica, verifique se o cerne do seu artigo já não é abordadoem outro artigo ou publicação. Se for, pense em como diferenciar seu trabalho do trabalho anterior. 7. Definição do foco do trabalho: deixando bem claro do que se trata e do que não se trata o trabalho. 8. Desenvolvimento: desenvolver a pesquisa criando protótipos, fazendo testes, levantando dados e qualquer outra atividade que possa fazer a pesquisa avançar. Documentando cada passo e descrevendo detalhadamente cada descoberta e observação. 9. Revisão do artigo: leia e releia o texto até que esteja claro e completo. 10. Organização do artigo: busque escrever seu artigo de forma organizada em seções, como as indicadas a seguir: Introdução • Estado da arte, métodos, pesquisa bibliográfica • Desenvolvimento • Resultados • Discussão dos resultados • Conclusão • Referências. 11. Publicação: identifique onde deseja submeter seu artigo para avaliação e envie. Início do projeto de pesquisa Um projeto de pesquisa científica se inicia sempre com um problema, considerando que uma pesquisa é definida como um procedimento metodológico e sistemático que tem a finalidade de buscar respostas a um problema ou indagação. A pesquisa se desenvolve como um processo que envolve fases cujo início é a formulação do problema e cuja finalização se dá com a apresentação dos resultados. Desse modo, definir e elaborar uma pesquisa, inicialmente, requer algumas decisões acerca de como a pesquisa será delineada, isto é, como se dará o processo em termos de calendário e custos até a formalização de sua redação. Delinear ou esquematizar uma pesquisa ajuda a analisar o processo e a buscar soluções criativas para a solução do problema. A produção de uma pesquisa envolve a fase de planejamento inicial, de elaboração das demais fases e de organização dos aspectos gráficos do trabalho com respaldo nas normas da ABNT. O planejamento inicial refere-se à definição do tema e do recorte do estudo por meio do problema ou indagação, da consequente indicação do objetivo, da explicitação da justificativa do estudo e da sua importância. Esses itens constituem o que chamamos de Hellen introdução. A seguir, é necessário definir, a partir das escolhas já feitas, o caminho metodológico a ser seguido, não só para o levantamento do referencial teórico como para a coleta de dados e informações que farão parte da solução do problema, e, finalmente, a elaboração da conclusão. Importante ressaltar que, durante todo o trabalho, algumas habilidades são requeridas do pesquisador, entre as quais a argumentação consistente, fortalecida pela citação de outros trabalhos relevantes, assim como a atitude autocorretiva, ou seja, a constante revisão de todo o trabalho para acertos e alterações pertinentes. Após a elaboração do texto da conclusão da pesquisa, é hora de redigir a versão final. Embora cada trabalho científico siga um roteiro específico, há algo em comum com os diferentes modelos. Primeiramente, elabora-se o que chamamos de elementos pré-textuais, que são o título, o/s autor/es, o resumo e as palavras- chave. Alguns trabalhos requerem um sumário, com a indicação das páginas. A seguir, temos o desenvolvimento constituído da introdução, do método e dos materiais utilizados, dos resultados obtidos e da conclusão. Finalmente, temos os elementos pós-textuais, onde se encontram as referências das fontes citadas no corpo do trabalho e, quando é o caso, os anexos e os apêndices. A formatação de todo o trabalho segue regras da ABNT, que indicam desde o tamanho da letra e a configuração da página até a disposição do texto. Para iniciar a elaboração do projeto, é preciso que você tenha claro o tema e procure ler textos que o abordem. Definição dos elementos norteadores do projeto de pesquisa: Objeto da pesquisa – o tema que será abordado / o local que será estudado. Objetivo geral – objetivo mais amplo. Objetivos específicos. Hipóteses definidas – os porquês / as possíveis respostas para a pergunta inicial. Materiais – recursos que podem ser usados. Revisão bibliográfica – pesquisa de outros estudos relacionados ao tema. Artigos em revistas cientificas, teses de doutorado e mestrado, notícias a respeito do tema, livros. Desenvolvimento do projeto de pesquisa Sempre que questionar se já tem material suficiente, lembre-se de que precisará de argumentos fortes e consistentes para atender aos objetivos que formulou. Quanto mais tiver referenciais para citar, mais seus argumentos serão fortalecidos. Argumentos baseados em fatos, citando as referências. As diversas referencias apresentadas podem mostrar que a afirmação é verdadeira. Citar fatos comprovados na literatura fortalecem o ponto de vista, além disso fortalece o poder de argumentação. Apresentação das ideias de uma maneira lógica, de argumentos consistentes, baseado em premissas divulgadas em diferentes citações a referencias (livros, artigos, jornais, citações de outros autores). Organizar o pensamento de modo a apresentar argumentos com base em algumas premissas, ou mesmo questionar determinadas premissas, a partir de determinadas constatações. Há diferentes métodos científicos que possibilitam o atingimento desses objetivos. Métodos científicos: Indutivo – a indução parte de casos verificados, de informações acerca de observações realizadas sobre fatos e fenômenos. Em seguida, agrupam-se os fatos e os fenômenos da mesma espécie, segundo uma relação constante entre eles. Posteriormente, generaliza-se. Para Marconi e Lakatos, indução é um “processo mental por intermédio do qual, partindo dos dados particulares, suficientemente constatados, infere-se uma verdade geral ou universal”. Podemos assim esquematizar: a) observação dos fenômenos, b) descoberta da relação entre eles, c) generalização da relação. Dedutivo – no raciocínio dedutivo, parte-se do conteúdo das premissas, ou seja, das generalizações já feitas para verificar se os fatos e os fenômenos são sustentados por elas ou não. Se as premissas sustentam os fatos ou os fenômenos, elas estão corretas. Se não, as generalizações precisam ser revistas. Hipotético dedutivo – o método científico parte de um problema – P que expressa um conflito teórico ou prático. A seguir, apresenta- se uma solução provisória, ou seja, uma conjectura ou hipótese, denominada teoria- tentativa – TT. Passa-se, então, à eliminação do erro – EE pela observação e experimentação com a finalidade de corroborar (aceitar) ou refutar (rejeitar). Após esse processo, se a hipótese for refutada (rejeitada), há um novo problema. Se for corroborada (aceita), ela será confirmada provisoriamente. O texto deve possuir um encadeamento lógico e coerente na apresentação dos argumentos. Deve ser citado diferentes referências para mostrar de onde obteve as informações usadas como base para o desenvolvimento de sua Hellen argumentação. Essas referências “dão força” às suas reflexões. Uma boa ideia depende: 1. Do contexto: onde será implementada. 2. Dos critérios: se atenderá aos objetivos estabelecidos e às necessidades. Podemos enumerar: a. Custos. b. Viabilidade. c. Prazo. d. Necessidade. 3. De ser a melhor solução, equilibrando os critérios: a. Desejabilidade (Nosso público quer?). b. Praticabilidade (Nós sabemos fazer?). c. Viabilidade (Nós podemos fazer?). Citações Uma vez definidas as referências que serão citadas no trabalho, são importantes saber a forma correta de fazer essas citações. A formatação deve ser conforme normas também (margens, fonte, espaçamento etc.). Citação direta curta: é aquela idêntica ao original com até 3 linhas. Será escrita no texto entre aspas. Exemplo: Ou Citação direta longa: é aquela idêntica ao original com mais de 3 linhas. Será escrita com recuo de 4cm da margem esquerda, fonte 10, e espaçamento simples. Exemplo: Ou Citação indireta: é aquela baseada na ideia do autor, porém escrita com suas próprias palavras.Não há formatação específica. Exemplo: Citação da citação: é a ideia de um autor que você não leu, mas foi citado no texto que você consultou. Pode ser de uma citação direta ou indireta. Exemplo: Ou Qualquer que seja a pesquisa, independente da área do saber para ter êxito precisa de pré- requisitos de ordem social, política, cultural, intelectual e moral do pesquisador, além das viabilidades de caráter técnico, lógico, financeiro, material e humano. Segundo Gil (1989, p.20), o pesquisador necessita ter, entre outras, as seguintes qualidades: "conhecimento do assunto a ser pesquisado, curiosidade, criatividade, integridade intelectual, atitude autocorretiva, sensibilidade social. Imaginação disciplinada, perseverança, paciência e confiança na experiência." Sem dominar o assunto a ser investigado é impossível realizar qualquer estudo, e sem dominar também as técnicas metodológicas estará o estudante ou Hellen profissional impossibilitado de produzir conhecimento organizado. Resultados e Conclusão da Pesquisa Chegando quase ao final da pesquisa, mas ainda falta definir a escolha do método e da coleta das informações. Naturalmente, para cada pesquisa, haverá alguns caminhos a serem percorridos. A escolha dependerá de fatores tais como a natureza do fenômeno, o objeto de pesquisa, o desejo do investigador, o tempo disponível, a possibilidade de coletar informações e outros já citados. As técnicas de pesquisa nos direcionam para a organização de instrumentos de coleta de informações e sua apresentação. Instrumentos de coleta, apresentação das informações e finalização do trabalho: Que materiais serão coletados? Ou quem fornecerá a informação sobre o objeto de pesquisa? Se a pesquisa sugerir análise de matérias, será preciso enumerar todas e verificar sua disponibilidade. Se a pesquisa envolver pessoas, será preciso escolher os sujeitos, ou seja, a população ou a amostra. Como coletar informação? A coleta de informação exige a escolha de técnicas diferentes, a partir das indicações das necessidades da pesquisa e da possibilidade do pesquisador. A formulação dos instrumentos — roteiro de observação, questionário, entrevista e formulários — exige o mesmo cuidado com relação à formulação das questões, para se obter exatamente a informação desejada, com o caráter de anonimato dos respondentes e com a ética do pesquisador, para não adentrar na vida íntima do pesquisado. Como apresentar as informações? Ao receber de volta as respostas, será necessário organizá-las de modo a serem analisadas pelo pesquisador. Há algumas regras que devem ser seguidas. Após a organização das informações, é o momento de elaborar as tabelas, os quadros e os gráficos. Para Marconi (2007, p. 199), a tabela é um modo de apresentar os dados tabulados de acordo com a categorização feita, a fim de tornar claro para o pesquisador a sua análise. Cabe observar que uma tabela é aberta dos lados. O quadro tem a mesma finalidade da tabela, ou seja, é uma apresentação resumida das informações. Diferencia-se da tabela: O quadro pode ser composto de palavras. Já a tabela é composta de números. A tabela é constituída de informações (números) de autoria do pesquisador. Já o quadro é a transcrição de outro autor. Os quadros compostos de palavras podem ser de autoria do pesquisador ou não. Os quadros são fechados lateralmente porque são transcrições de outras pessoas. Gráficos são gerados a partir dos resultados obtidos com a ajuda de alguns aplicativos de informática. Como interpretar as informações? Na interpretação, o pesquisador vai buscar significado às informações obtidas, efetuando uma conexão com a fundamentação teórica, o que oportunizará a construção de novos conhecimentos. Vale ressaltar que a posição do pesquisador deve sempre deixar clara que suas conclusões, por mais brilhantes que sejam, são provisórias e podem ser superadas por outras pesquisas ou outras interpretações. E a conclusão? Esse item faz parte da finalização, com uma reflexão que amarra todo o trabalho. Retoma-se o problema, apresentam-se os principais resultados e comenta-se sobre a relevância das descobertas. Também é importante ressaltar as limitações do estudo e indicar possíveis continuidades de outras pesquisas. Importante salientar que a conclusão ocupa o mesmo espaço usado para a introdução. Assim como a introdução, ela é um espaço do autor e, portanto, sem citação. Finalmente, devem ser relacionadas as referências citadas ao longo do trabalho.
Compartilhar