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Universidade Estadual do Ceará -‐ UECE Av. Dr. Silas Munguba, 1700 – Campus Itaperi --‐ CEP 60.714-- ‐ 903 --‐ Fortaleza-- ‐ Ceará site: http://www.uece.br; e--‐ mail: semana.universitaria@uece.br APLICATIVOS EM PLATAFORMAS MÓVEIS NA SAÚDE E ENFERMAGEM Virna Ribeiro Feitosa Cestari1, Thereza Maria Magalhães Moreira2, Vera Lúcia Mendes de Paula Pessoa3, Isabel Moreira Gomes4, Raquel Sampaio Florêncio5 1Universidade Estadual do Ceará, Centro de Ciências da Saúde, virna.ribeiro@hotmail.com 2Universidade Estadual do Ceará, Centro de Ciências da Saúde, tmmmoreira@yahoo.com 3Universidade Estadual do Ceará, Centro de Ciências da Saúde, pessoa_vera@hotmail.com 4Universidade Estadual do Ceará, Centro de Ciências da Saúde, isabel.gomes@aluno.uece. 5Universidade Estadual do Ceará. Centro de Ciências da Saúde. raquelsampy@hotmail.com. RESUMO. Objetivo: identificar e caracterizar a importância da tecnologia móvel aplicada à saúde e enfermagem na literatura científica nacional e internacional. Método: trata-se de uma revisão integrativa, realizada em bases de dados da saúde. Resultados: encontrou-se 27 artigos que atenderam os critérios de inclusão. Discutiu- se a relevância das tecnologias aplicadas à saúde em vista do bem-estar da comunidade e o bom desempenho professional. Conclusão: conclui-se que a versatilidade de temas demonstra o empreendimento de esforço do enfermeiro em inserir-se no ambiente tecnológico dos aplicativos móveis, favorecendo o processo de educação em saúde. Palavras-chave: Tecnologia, Cuidado, Enfermagem. 1. INTRODUÇÃO O desenvolvimento de tecnologias e a escalada dos custos em saúde têm fomentado uma nova área, a saúde eletrônica ou eHealth, que pode ser definida como a utilização de informações e tecnologias de comunicação (TIC) para oferta e melhoria de serviços em saúde (MATOS; NUNES, 2018). A relevância do tema conduziu a OMS a criar um Observatório Mundial de Saúde Eletrônica, e promover a questão ao nível de estratégia de ação para os próximos anos (WHO, 2017). A eHealth adquiriu um reconhecimento global, sendo encarada por todos os governos como um meio que contribuiu para a promoção da sustentabilidade, qualidade e crescimento do setor da saúde, em termos da produção e gestão de recursos, permitindo melhor adequação na relação custo- eficácia (MATOS; NUNES, 2018). Um dos elementos do eHealth é o mobile health (saúde móvel) ou mHealth, que se baseia na prática de saúde mediada por dispositivos móveis, tais como telefones celulares, dispositivos de monitoramento e assistentes digitais pessoais (PDAs) e outros dispositivos sem fio. O mHealth engloba o emprego do telefone móvel com recursos de mensagens de voz e Short Message Service (SMS), bem como funcionalidades e aplicações mais complexas, incluindo General Packet Radio Services (GPRS), telecomunicações móveis de terceira e quarta geração (sistemas 3G e 4G), sistema de posicionamento geográfico (GPS) e tecnologia Bluetooth (WHO, 2011). Atualmente, é possível constatar a proliferação de tecnologias e aplicativos móveis que colaboram na construção de uma nova modalidade de assistência em saúde, na qual as informações referentes à saúde das pessoas se fazem oportunas e onipresentes (BARRA et al., 2017). Destarte, mailto:semana.universitaria@uece.br mailto:virna.ribeiro@hotmail.com mailto:tmmmoreira@yahoo.com mailto:tmmmoreira@yahoo.com%20pessoa_vera@hotmail.com mailto:isabel.gomes@aluno.uece mailto:raquelsampy@hotmail.com Universidade Estadual do Ceará -‐ UECE Av. Dr. Silas Munguba, 1700 – Campus Itaperi --‐ CEP 60.714-- ‐ 903 --‐ Fortaleza-- ‐ Ceará site: http://www.uece.br; e--‐ mail: semana.universitaria@uece.br os mHealth têm sido utilizados em diversos contextos. O presente estudo teve como objetivo de identificar e caracterizar a importância da tecnologia móvel aplicada à saúde e enfermagem na literatura científica nacional e internacional. 2. METODOLOGIA Trata-se de uma revisão integrativa, com busca de artigos em bases de dados nacionais e internacionais, pois a mesma traz contribuições pra um maior aprofundamento de conhecimento sobre o tema devido à realização de levantamento de dados em estudos já existentes na literatura. O estudo ora elaborado pauta-se no seguinte questionamento: Quais as evidências científicas que pontuam a importância dos aplicativos na saúde e enfermagem? Foram utilizadas quatro bases de dados a fim de expandir a esfera das pesquisa: Scientific Eletronic Library online (SciELO), Literatura Latino-Americana em Ciências da Saúde (LILACS), Base de Dados de Enfermagem (BDEnf) e Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MedLine). A busca foi efetuada por meio dos Descritores em Ciências da Saúde (DECS): tecnologias, cuidado e enfermagem. Foram utilizados os operadores boolenos entre os descritores para formar a equação de busca. Os critérios de inclusão para a composição da revisão foram: artigos que respondessem a questão norteadora, disponíveis eletronicamente na íntegra, nos idiomas português, inglês e espanhol, sem recorte temporal. Foram excluídos os artigos de reflexão, editorial e cartas ao editor. Os artigos foram organizados por semelhanças e os dados obtidos foram utilizados para a posterior análise dos achados. As informações foram coletadas e inseridas em uma tabela com os seguintes quesitos: título, autores, ano de publicação, principais resultados, informações sobre as tecnologias na área da saúde. As mesmas foram organizadas em um banco de dados feito no programa Microsoft Excel® 2013 da Microsoft®. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO As TIC é toda tecnologia de comunicação que facilitam a transmissão de informações por meios digitais, incluindo computadores, redes sem fio, entre outros dispositivos. Têm sido utilizadas globalmente nos contextos pessoal, educacional, empresarial e de saúde (SILVA et al., 2018). Na área da saúde, tais tecnologias exercem papéis cada vez mais relevantes na área clínica, gerencial, assistencial e de apoio à decisão dos profissionais nos serviços de saúde e sistema de informação em saúde (COSTA, 2012). A telemedicina é definida como o uso das TIC, viabilizando a oferta de serviços ligados à saúde. Tem se destacado como importante ferramenta para o enfrentamento dos desafios contemporâneos, pois possibilita melhor acesso, equidade, qualidade e baixo custo (BARBOSA; SILVA, 2017). Maldonado, Marques e Cruz (2016) acrescentam que, nos países em desenvolvimento, a telemedicina tem o potencial de solucionar grandes desafios da saúde, como ampliação do acesso a serviços médicos especializados, redução do tempo gasto entre o diagnóstico e a terapia, e no apoio à vigilância epidemiológica (BARBOSA; SILVA, 2017). A popularização da Internet acelerou ainda mais o ritmo dos avanços no domínio das TIC, expandindo o alcance da telemedicina para abranger APP baseados na web, como e-mail, teleconsultas, teleconferências, abordagens multimídia (imagens digitais e de vídeo), aumentando a disponibilidade e utilização dessas tecnologias nos países em desenvolvimento e áreas carentes (OLIVEIRA et al., 2015). A forma de acesso à Internet tem sido modificada nos últimos anos à medida que os computadores têm perdido espaço para as versões móveis, no formato de tablets e smartphones. Atualmente, os aparelhos celulares, que antes serviam apenas para enviar e receber ligações e/ou mensagens, ganharam nova utilidade, conforme suas funções, foram ampliadas com serviços que possibilitam a seus usuários assistir vídeos, ler livros eletrônicos, acessar mapas, navegar nas redes sociais, compartilhar informações, dentre outras. mailto:semana.universitaria@uece.br Universidade Estadual do Ceará -‐ UECE Av. Dr. Silas Munguba, 1700 – Campus Itaperi --‐ CEP 60.714-- ‐ 903 --‐ Fortaleza-- ‐ Ceará site: http://www.uece.br; e--‐ mail: semana.universitaria@uece.brNas últimas décadas, os avanços da tecnologia na área da saúde propiciaram melhorias no tratamento de doenças graves. O acesso aos recursos tecnológicos tem facilitado o cuidado clínico da enfermagem, incentivando esse profissional a buscar conhecimento e aperfeiçoamento da assistência (MELLO; ERDMANN; MAGALHÃES, 2018). As TIC podem contribuir significativamente para reduzir os índices de erros clínicos, melhorar os cuidados em saúde, aumentar a eficiência no tratamento e melhorar a qualidade de vida do paciente (CHAVES et al., 2018). O uso das ferramentas computacionais foi introduzido na área de enfermagem há mais de 40 anos e continua em crescente expansão, pois este tipo de auxílio tem sido utilizado para facilitar as tomadas de decisões e trazer agilidade em seus trabalhos. Nesse contexto, Billings (2015) afirma que a popularização dos smartphones tem sido considerada por muitos a revolução tecnológica de maior impacto nos últimos tempos, após a revolução causada pela internet e pelas redes sociais. Com o uso das tecnologias móveis observa-se melhor desempenho profissional, otimização do cuidado, ajudando, assim, na pronta identificação, diagnóstico e tratamento das doenças. Essa verdadeira revolução gera demanda por um novo profissional da enfermagem, não só capaz de utilizar estas novas ferramentas, mas apto para criar e modelar novos instrumentos de cuidado (TIBES; DIAS; ZEM-MASCARENHAS, 2014). Um APP é um software que tem uma função específica, capaz de auxiliar o profissional em uma determinada tarefa (WHO, 2011). Os APP para celulares na área da saúde são inovações que têm aumentado exponencialmente, tanto os destinados ao público em geral, quanto os específicos para profissionais da saúde, para melhor os capacitar e/ou otimizar o fluxo de informações com as unidades centrais de saúde (FRANCO; GOMES, 2017). Apresenta-se como um método capaz de gerar o interesse e a motivação em querer aprender cada vez mais, pois os aparelhos móveis que hospedam esses aplicativos são utilizados por profissionais de saúde numa proporção de 45% a 85%, sendo consultados mais que livros e revistas (OLIVEIRA; COSTA, 2012). Em estudo de revisão integrativa com objetivo de identificar e caracterizar a importância da tecnologia móvel aplicada à saúde, a análise de 27 artigos selecionados nas principais bases de dados da área da saúde revelou que a temática mais abordada no desenvolvimento de APP móveis para a área de saúde foi a de apoio ao profissional. Quando analisado o foco desses aplicativos, viu- se que a área mais beneficiada pela pesquisa em computação móvel foi a multiprofissional (TIBES; DIAS; ZEM-MASCARENHAS, 2014). Os temas observados foram aqueles que tratam da saúde sexual e reprodutiva (HOLANDA; PINHEIRO, 2015), avaliação e tratamento de feridas (CAMACHO et al., 2013), gerenciamento de enfermagem (PEREIRA et al., 2010), e procedimentos básicos da profissão (FROTA et al., 2015), os quais foram desenvolvidos em um Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) do tipo hipermídia, com a finalidade de oferecer, por meio da interação virtual, meios para facilitar o aprendizado da execução de atividades em enfermagem. Percebe-se que o uso do APP na enfermagem está inserido diretamente no contexto da aprendizagem. A aprendizagem móvel é definida como a interseção entre computação móvel (utilização de pequenos e portáteis dispositivos de comunicação sem fio) e e-learning (aprendizagem facilitada e suportada pelo uso de TIC), ou seja, é a aprendizagem que ocorre com o auxílio de dispositivos móveis, a aprendizagem em movimento (CHAVES et al., 2018). Bestwick e Campbell (2010) atribuem a disseminação progressiva dos APP na enfermagem como estratégia educativa ao custo acessível, principalmente. Ademais, quando comparada à aprendizagem tecnológica convencional, a aprendizagem móvel apresenta atributos exclusivos: é pessoal, portátil, colaborativa, interativa, contextual e situada, enfatizando a “aprendizagem instantânea”, pois a instrução pode ocorrer em qualquer lugar e qualquer momento (UNESCO, 2017). Nesse sentido, fica claro que a aprendizagem móvel diz respeito ao aprendiz, considerado o mailto:semana.universitaria@uece.br Universidade Estadual do Ceará -‐ UECE Av. Dr. Silas Munguba, 1700 – Campus Itaperi --‐ CEP 60.714-- ‐ 903 --‐ Fortaleza-- ‐ Ceará site: http://www.uece.br; e--‐ mail: semana.universitaria@uece.br centro do aprendizado. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS Verificou-se que a construção e validação de APP na área da saúde gera interesse nos usuários e profissionais de saúde. A versatilidade de temas demonstra o empreendimento de esforço do enfermeiro em inserir-se no ambiente tecnológico dos aplicativos móveis. Os benefícios que a aprendizagem móvel apresenta favorecem a aplicação desse recurso no processo de educação em saúde da população. 5. REFERÊNCIAS BARBOSA, I.A.; SILVA, M.J.P. Cuidado de enfermagem por telessaúde: qual a influência da distância na comunicação? Rev Bras Enferm., v.70, n.5, p.978-84, 2017. BARRA, D.C.C. et al. Métodos para desenvolvimento de aplicativos móveis em saúde: revisão integrativa da literatura. Texto Contexto Enferm., v.26, n.4, p.1-12, 2017. BILLINGS, D.M. There’s an ‘app’ for that: tips for preparing nurses for roles in mobile health. J Cont Educ Nurs., v.46, n.9, p.390-1, 2015. CAMACHO, A.C.L.F. et al. Evaluation of the interactive blog on wound repair and nursing care. Rev Pesq Cuidado Fundam., v.5, n.3, p.202-10, 2013. CHAVES, A.S.C. et al. Uso de aplicativos para dispositivos móveis no processo de educação em saúde: reflexos da contemporaneidade. Rev Human Inov., v.5, n.6, p.35-42, 2018. COSTA, M.A.R. et al. Itinerário de pesquisa Paulo Freire: contribuição no campo de investigação em enfermagem. Rev Enferm UFPE online, v.12, n.2, p.546-53. FRANCO; A.O.; GOMES, M.G.M. Desafios e oportunidades na saúde digital. Cad Saúde Pública, v.33, n.11, 2017. FROTA, N.M. et al. Validação de hipermídia educativa sobre punção venosa periférica. Texto Contexto Enferm., v.24, n.2, p.353-61, 2015. HOLANDA, V.R.; PINHEIRO, A.K.B. Desenvolvimento de um sistema hipermídia para o ensino interativo das doenças sexualmente transmissíveis. Rev Enferm UFPE, v.8, n.2, p.781-9, 2015. MALDONADO, J.M.S.V.; MARQUES, A.B.; CRUZ, A. Telemedicina: desafios à sua difusão no Brasil. Cad Saúde Pública, v.32, n.2, p.1-12, 2016. MATOS, A.F.; NUNES, A.M. Tecnologias da informação e comunicação no sistema de saúde Português. J Health Inform., v.10, n.1, .30-4, 2018. MELLO, G.R.D.; ERDMANN, A.L.; MAGALHÃES, A.L.P. SEPSISCARE: avaliação de aplicativo móvel no cuidado de enfermagem ao paciente com sepse. Cogitare Enferm., v.23, n.2, p.1-11, 2018. OLIVEIRA, D.G. et al. Análise da implementação do Programa Telessaúde Brasil em Pernambuco, Brasil: estudo de casos. Cad Saúde Pública, v.31, n.11, p.2379-89, 2015. OLIVEIRA, T.R.; COSTA, F.M.R. Desenvolvimento de aplicativo móvel de referência sobre vacinação no Brasil. J Health Inform., v.4, n.1, p.23-7, 2012. PEREIRA, M.C.A. et al. Evaluation of a webquest on the theme “managment of material resources in nursing” by undergraduate students. Rev Latino-Am Enferm., v.18, n.6, p.1107-14, 2010. TIBES, C.M.S.; DIAS, J.D.; ZEM-MASCARENHAS, S.H. Aplicativos móveis desenvolvidos para a área da saúde no Brasil: revisão integrativa da literatura. Rev Min Enferm., v.18, n.2, 2014. UNESCO. Aprendizagem móvel. 2017. WORLD HEALTH ORGANIZATION. 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