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Micologia e virologia unid 1

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- -1
MICOLOGIA E VIROLOGIA
INTRODUÇÃO À VIROLOGIA
Larissa Oliveira Daneluz
- -2
Olá!
Você está na unidade . Conheça aqui a virologia e as características gerais dos vírus,Introdução à virologia
micro-organismos tão importantes e presentes em nosso cotidiano. Compreenda a taxonomia e esteja apto para
nomear e categorizar os vírus. Entenda os dois tipos de ciclo biológico dos vírus, além de conhecer também a
patogenia (forma como um vírus se torna patogênico para as células hospedeiras), as formas de prevenção e de
controle viral. Além disso, conheça os métodos utilizados para diagnosticar os vírus em nosso organismo.
Bons estudos!
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1 Aspectos gerais
Para iniciarmos o estudo sobre os vírus, é interessante entendermos a história geral da virologia. Com base
nisso, Tortora e colaboradores (2012, p. 368) introduzem seu estudo nessa área com o seguinte trecho:
Cerca de cem anos atrás, os pesquisadores não poderiam imaginar a existência de partículas
submicroscópicas, descrevendo então estes agentes infecciosos como um fluido contagioso. Já em
1930, os cientistas começaram a utilizar a palavra vírus, que no latim significa veneno, para
descrever estes agentes filtráveis. Todavia, a natureza dos vírus permaneceu obscura até 1935,
quando Wendell Stanley, um químico norte-americano, isolou o vírus do mosaico do tabaco,
tornando possível, pela primeira vez, o desenvolvimento de estudos químicos e estruturais com um
vírus purificado. A invenção do microscópio eletrônico, aproximadamente na mesma época,
possibilitou sua visualização.
Portanto, apesar de desencadearem doenças muito comuns e cotidianas, os vírus demoraram um tempo
considerável para serem definidos com exatidão em relação a sua estrutura, seu modo de reprodução e sua
morfologia.
A típica pergunta feita sobre os vírus é “eles são seres vivos, ou não são?”. Essa resposta é bastante controversa e
explora pontos de vista diferentes. Partimos do princípio de que “vida” é definida como o fenômeno de
codificação de proteínas pelos ácidos nucleicos, havendo um conjunto de processos comandados por essas
proteínas. Dessa forma, por não terem ação fora de células vivas hospedeiras, e não terem metabolismo próprio,
os vírus não são considerados seres vivos. Entretanto, dentro de uma célula hospedeira, o DNA ou RNA viral é
ativado, e, sob esse ponto de vista, o vírus pode ser considerado vivo quando se multiplica dentro dessa célula
(TORTORA; FUNKE; CASE, 2012, p. 368).
Antes de adentrarmos profundamente nessa área tão rica em informações importantes, precisamos saber que,
antigamente, os vírus eram diferenciados de outros agentes infecciosos por serem muito menores (filtráveis), e
por serem parasitas intracelulares obrigatórios (precisam de uma célula viva para se multiplicar).
Sabe-se que algumas bactérias pequenas, como as riquetsias, compartilham essas características virais, então, foi
necessário encontrar outras características que realmente definissem e diferenciassem os vírus. Essas
características dizem respeito a sua estrutura simples e os mecanismos adotados para sua multiplicação, e são as
seguintes (TORTORA; FUNKE; CASE, 2012, p. 368):
os vírus têm apenas um tipo de ácido nucleico, DNA ou RNA;
- -4
apresentam um revestimento (invólucro) proteico que envolve o ácido nucleico, e que pode ser recoberto por
lipídeos e carboidratos;
multiplicam-se dentro de células hospedeiras vivas, utilizando as propriedades de síntese da própria célula;
não possuem capacidade de síntese proteica e de geração de ATP;
induzem a formação de estruturas que transferem o ácido nucleico viral para outras células.
1.1 Espectro de hospedeiros
De acordo com Tortora e colaboradores (2012, p. 368 e p. 369), o termo espectro viral é usado para definir os
tipos de células que os vírus podem parasitar. Existem alguns vírus que podem infectar diversos grupos de seres
vivos, sejam eles vertebrados, invertebrados, plantas, fungos ou bactérias, mas a maior parte dos vírus consegue
infectar um tipo específico de células de uma única espécie hospedeira.
Em nossos estudos, focaremos principalmente nos vírus que infectam seres humanos e nos que infectam
bactérias, chamados de bacteriófagos, ou simplesmente fagos.
O tipo de organismo que o vírus irá parasitar é determinado pela disponibilidade de fatores celulares do
, os quais serão necessários para a multiplicação viral. Além disso, para que ocorra a infecção, ahospedeiro
superfície do vírus deve interagir , através de receptores específicos que existem na superfície daquimicamente
célula hospedeira. Nas bactérias, os receptores podem estar na parede celular ou mesmo nos flagelos e fímbrias.
Na célula animal, os receptores ficam na membrana plasmática.
Entender o espectro de hospedeiros de um vírus é interessante porque existem estudos acerca da utilização de
vírus no tratamento de algumas doenças bacterianas, através de fagoterapia, utilizando vírus bacteriófagos.
Fique de olho
Para ter acesso aos principais vírus que afetam os seres humanos, consulte a Tabela 13.2
presente no Livro “Microbiologia” de TORTORA, Gerard J.; FUNKE, Berdell R.; CASE
CHRISTINE, L. Nessa tabela estão presentes as características de cada vírus, bem como os
aspectos clínicos das respectivas doenças que causam. Na 10º edição desse livro, a tabela 13.2
se encontra nas páginas 375 e 376. (TORTORA; FUNKE; CASE, 2012)
- -5
1.2 Tamanho dos vírus
Para determinar o tamanho de um vírus, é necessário estarmos dentro de um laboratório equipado com
microscopia eletrônica. É importante saber que os vírus variam consideravelmente de tamanho, conforme
variam em seu gênero ou espectro. A maior parte dos vírus são menores que as bactérias, mas existem vírus
maiores (como o vírus da vaccínia), que são praticamente do tamanho de algumas bactérias pequenas, podendo
citar-se como exemplo as , e . De maneira geral, o comprimento dos vírusmicoplasmas clamídias riquétsias
varia entre 20 a 1000nm.
Para ilustrar, a nível de curiosidade, veja o tamanho de alguns vírus: o adenovírus tem 90nm, o vírus da raiva
apresenta 170nm, o bacteriófago T4 mede 225nm e o vírus da ebola chega a 970nm (TORTORA; FUNKE; CASE, 
2012, p. 369).
- -6
1.3 Estrutura viral
Segundo Flores (2007, p. 21), existe uma partícula denominada , que é a unidade fundamental dos vírus.vírion
Essa partícula pode variar em tamanho, formato e complexidade entre os vírus de diferentes famílias, mas a
maioria possui dimensões ultramicroscópicas, e, por isso, só pode ser visualizada na microscopia eletrônica.
Um vírion é uma partícula viral infecciosa, formada por um (DNA ou RNA) envolto por umaácido nucleico
camada proteica, responsável por proteger do ambiente e servir como transmissão de uma célula hospedeira
para outra. Por ter variações na estrutura do envoltório, os vírus são classificados por essa diferença (TORTORA;
FUNKE; CASE, 2012, p. 370).
Nessa classificação, dois grupos podem ser reconhecidos: os vírus e os vírus . Ossem envelope com envelope
vírions mais simples possuem o genoma recoberto pelo capsídeo, que é apenas uma camada simples de proteína.
Os vírions mais complexos têm genomas longos e são recobertos por capsídeos complexos, envoltos ainda por
uma membrana lipoproteica chamada envelope (FLORES, 2007, p. 22). Para melhor entender a estrutura viral,
iremos dividí-la em três partes: , e .ácido nucleico envoltórios matriz
Ácido nucleico
Nas células procarióticas e eucarióticas, o material genético principal é sempre o ácido desoxirribonucleico
(DNA), enquanto o ácido ribonucleico (RNA) tem um papel auxiliar na síntese proteica. Ao contrário dessas
células, os vírus podem apresentar DNA ou RNA como material genético, mas nunca ambos. Os dois possíveis
ácidos nucleicos podem ser de fita dupla ou fita simples, e, dependendo do vírus, podem ser lineares ou
circulares. A quantidade total de ácido nucleico presente em um vírus está entre poucos milhares de
nucleotídeos e 250.000 nucleotídeos (TORTORA;FUNKE; CASE, 2012, p. 372). Segundo Flores (2007, p. 23), o
genoma dos vírus é muito compacto e capaz de codificar apenas proteínas necessárias para sua replicação e
transmissão entre as células. Essas funções estão presentes de todos os vírus, e alguns mais complexos podem
codificar funções extras, que favorecem a multiplicação e disseminação.
Envoltórios proteicos
São o e o . Como já vimos anteriormente, o vírion pode ser revestido somente pelo capsídeo,capsídeo envelope
ou também pelo envelope. O capsídeo é um envoltório proteico e constitui a maior parte da massa viral, é
composto por subunidades que se chamam , estruturas que geralmente são visíveis na microscopiacapsômeros
eletrônica.
Em alguns vírus, o capsídeo é recoberto pelo envelope, uma combinação de lipídeos, carboidratos e proteínas. De
acordo com o vírus, o envelope pode ter espículas, estruturas menores que se projetam a partir da sua superfície,
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a fim de ligar o vírus à célula hospedeira. As espículas (presentes, por exemplo, no vírus da gripe) ajudam os
vírus a se ligar às hemácias, formando pontes chamadas de hemaglutinação, base para testes laboratoriais muito
úteis.
Além da proteção, os envoltórios fazem o reconhecimento e interação com estruturas superficiais da célula
hospedeira, de forma com que haja penetração do vírus na célula e inicie a multiplicação. Percebemos, portanto,
que o envoltório precisa ser resistente para proteger o genoma no interior do vírus, mas precisa se desintegrar
com facilidade e segurança para que o genoma entre na célula hospedeira. Essas duas características
praticamente opostas constituem o que se chama hoje de (FLORES, 2007, p. 22)
Figura 1 - Imagem tridimensional de um vírus
Fonte: Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: Na imagem temos a ilustração tridimensional de um vírus, provavelmente dentro do organismo
hospedeiro, e, portanto, causando uma infecção viral. É possível visualizar as espículas no envelope viral.
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1.4 Morfologia Geral
Com base na organização do capsídeo, os vírus são classificados em , como ostipos morfológicos diferentes
vírus , , e :helicoidais poliédricos envelopados complexos
• Vírus helicoidais
Sua forma lembra longos bastões e o genoma viral fica dentro de um capsídeo cilíndrico e oco de
estrutura helicoidal. Podemos citar como exemplo dessa classe morfológica o vírus da raiva e da febre
hemorrágica.
• Vírus poliédricos
Essa classe é composta por muitos vírus animais, bacterianos e vegetais. O capsídeo tem o formato de um
icosaedro (polígono com 20 faces triangulares). O exemplo mais comum de um vírus poliédrico é o
adenovírus.
• Vírus envelopados
Já mencionamos anteriormente que alguns vírus possuem o capsídeo recoberto por um envelope. Esses
vírus costumam ser esféricos, mas os helicoidais e poliédricos também podem ser envelopados. Um
exemplo de helicoidal envelopado é o vírus influenza, enquanto o vírus da herpes é um exemplo de vírus
poliédrico envelopado.
• Vírus complexos
Particularmente os bacteriófagos possuem características mais complexas, com estruturas adicionais
aderidas (TORTORA; FUNKE; CASE, 2012, p. 373).
•
•
•
•
- -9
2 Taxonomia
Você sabe o que significa taxonomia? Esse é o nome usado para designar a ciência que descreve, identifica e
classifica os indivíduos, seja individualmente ou em grupo.
Segundo Tortora e colaboradores (2012, p. 374), assim como se utiliza categorias taxonômicas para animais,
plantas e bactérias, a taxonomia viral auxilia na organização e melhor entendimento acerca desses micro-
organismos. Antigamente, a classificação era feita com base na sintomatologia, como por exemplo “os vírus que
afetam o sistema respiratório”. Esse sistema é útil, mas não tem relevância científica, porque sabemos que o
mesmo vírus é capaz de causar diversas doenças. Ainda, de acordo com Flores (2007, p. 41):
No uso formal, as palavras que designam as famílias, subfamílias e gêneros devem iniciar com letra
maiúscula e devem ser escritas em itálico ou sublinhadas. O nome da espécie do vírus não deve
iniciar com letra maiúscula (a não ser que este nome corresponda a um nome próprio de região,
cidade etc.) e deve ser escrito com fonte normal, sem itálico. (...) No uso informal (ou vernacular) os
termos referentes à família, subfamília, gênero e espécie devem ser escritos com letras minúsculas,
sem itálico ou sublinhado. Neste caso, o sufixo formal não é incluído e o nome do táxon segue o
termo usado para definir a unidade taxonômica. Escreve-se então: “a família dos poxvírus”, “o gênero
parapoxvirus”.
2.1 Ordem viral
As ordens são agrupamentos de famílias que compartilham características em comum e são reconhecidas pelo
sufixo Atualmente existem sete ordens reconhecidas: , , , virales. caudovirales herpesvirales mononegavirales
, e (SANTOS et al., 2015, p. 43).nicovirales picornavirales tymovirales
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2.2 Família e subfamília viral
A partir da criação do Comitê Internacional de Taxonomia Viral (CITV), em 1966, os vírus foram agrupados em
famílias, baseando-se no presente no vírus, e natipo de ácido nucleico no método utilizado para replicação 
sua (TORTORA; FUNKE; CASE, 2012, p. 374).morfologia
Com base nos estudos de Santos e colaboradores (2015, p. 43), o sufixo usado para definir as famílias é .viridae
Sabe-se que em pelo menos quatro famílias há uma grande complexidade filogenética entre seus membros, e,
por isto, convencionou-se dividi-las em subfamílias, cujo sufixo adotado é Essas famílias que foramvirinae. 
subdivididas são: , , e .poxviridae herpesviridae parvoviridae paramyxoviridae
2.3 Gênero viral
Os gêneros são um conjunto de espécies que compartilham características e o sufixo utilizado para defini-los é o 
 (SANTOS et al., 2015, p. 44). Essas espécies são agrupadas em gêneros conforme suas propriedadesvirus
biológicas, molecular e sua organização genômica (FLORES, 2007, p. 40).
2.4 Espécie viral
Quando falamos em espécies, elas são consideradas as mais importantes para a taxonomia, porém, para os vírus,
são as mais difíceis de definir. De acordo com Santos e colaboradores (2015, p. 44):
Membros de uma espécie são definidos por mais de uma propriedade, com a vantagem da
acomodação da variabilidade genética dos vírus, sem depender de uma única característica. Apesar
disso, os pesquisadores ainda encontram dificuldade em denominar como espécie, subespécie,
estirpe ou variante. Os grupos de estudo do ICTV determinaram propriedades mais específicas para
definir a espécie viral e enfatizaram as diferenças genômicas ou estruturais, físico-químicas ou
sorológicas.
Segundo FLORES (2007, p. 40), devido a muitas variações na mesma espécie, convencionou-se classificar em
subespécies, cepas, variantes e isolados, mesmo que essa classificação não existe de forma oficial. Porém, utiliza-
se essa convenção para facilitar diagnóstico, estudo biológicos e produção de vacinas.
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3 Ciclo biológico viral
O principal objetivo da existência de um vírus é gerar um que seja semelhante do ponto de vistaprogênie
genético, a fim de perpetuar o vírus na natureza. Para isso, os vírus causam alterações na fisiologia básica das
células afetadas, causando doença ou até mesmo morte do hospedeiro.
Conforme já estudamos nesta mesma unidade, esses micro-organismos são os mais simples da natureza, e
portanto, quando estão fora das células vivas, eles são meras estruturas químicas, sem atividade biológica. Uma
vez que os vírus não têm metabolismo próprio, não conseguem se multiplicar sem contar com organelas e
metabolismo de uma célula hospedeira. É importante lembrar que até os vírus mais evoluídos precisam de uma
célula para se reproduzir, e é por este motivo que eles são tradicional e comumente chamados de “parasitas
intracelulares obrigatórios”. Chamamos, portanto, de o processo de multiplicação dos vírus (FLORES,replicação
2007, p. 109).
- -12
3.1 Replicação dos bacteriófagos
Segundo Tortora e colaboradores (2012, p. 379), o mecanismopara replicação dos vírus é basicamente o mesmo
para todos, podendo ocorrer mudanças na maneira de penetração na célula parasitada. Os bacteriófagos (vírus
que atacam bactérias) adotam um dos dois mecanismos, o , quando há destruição final da célulaciclo lítico
hospedeira, ou , quando a célula hospedeira continua viva.ciclo lisogênico
O culmina com a lise da célula, ou seja, sua destruição, e é dividida em cinco etapas: adsorção,ciclo lítico
penetração, biossíntese, maturação e liberação.
Adsorção
Essa etapa ocorre depois de uma colisão ocasional entre o vírus e a bactéria que será
utilizada, há ligação entre um sítio de adsorção do vírus e um receptor na parede celular
bacteriana (TORTORA; FUNKE; CASE, 2012, p. 380). Segundo Flores (2007, p. 111),
existem vírus que dependem de um receptor específico, e existem outros que podem usar
diversos receptores para iniciar esse processo de adsorção, o que representa uma
vantagem em termos de evolução, já que esses vírus podem infectar mais de um tipo de
célula.
Penetração
Depois da etapa acima, os vírus bacteriófagos introduzem seu DNA no interior da bactéria,
através da liberação de lisozima pela cauda viral. Essa enzima destrói parte da parede
celular bacteriana. O capsídeo permanece fora da célula (TORTORA; FUNKE; CASE, 2012, p.
380).
Biossíntese
Quando o DNA viral chega no citoplasma da bactéria, ocorre a biossíntese de novo ácido
nucleico e proteínas virais, interrompendo a síntese proteica da célula hospedeira, pois o
vírus induz a destruição de seu DNA. Então, o vírus usa enzimas e nucleotídeos da célula
hospedeira para duplicar seu DNA, e, depois, utiliza o mRNA, ribossomos, enzimas e
aminoácidos para fazer a transcrição e tradução (TORTORA; FUNKE; CASE, 2012, p. 380).
Maturação
Nessa etapa há formação de vírions a partir do DNA e dos capsídeos, há organização
espontânea para formação das partículas virais. A cabeça recebe o DNA viral depois se
junta à cauda (TORTORA; FUNKE; CASE, 2012, p. 380).
- -13
Liberação
Esse é o último estágio da multiplicação viral, e, se tratando de um ciclo lítico, após a
liberação dos vírions, há o rompimento (lise) da membrana citoplasmática da célula
hospedeira, através da enzima lisozima. Os novos vírus liberados infectam células vizinhas
que estejam susceptíveis, e o ciclo de replicação do vírus se repete (TORTORA; FUNKE;
CASE, 2012, p. 380).
O , por sua vez, não causa destruição da célula hospedeira. Depois que ocorre a penetração naciclo lisogênico
célula, o DNA viral, que antes era linear, forma um círculo, que pode se juntar ao DNA bacteriano (também
circular) e se tornar parte dele. Esse DNA que se agregou à célula se chama , e, sempre que a célula seprofago
reproduzir, o profago também será multiplicado, mas durante o resto do tempo ele ficará latente (TORTORA; 
FUNKE; CASE, 2012, p. 380).
O ciclo lisogênico tem duas consequências que devem ser observadas. Primeiramente, as células da bactéria
afetada se tornam imunes à outra infecção pelo mesmo tipo de vírus. A outra consequência é o aparecimento
ocasional de novas propriedades nas células hospedeiras, fenômeno chamado de conversão. Podemos citar,
como exemplo, que a toxina produzida pelo Clostridium botulinium é codificada por um gene do profago, ou seja,
só consegue causar o botulismo quando é parte do ciclo lisogênico de um bacteriófago.
Determinados vírus animais podem passar por processos extremamente parecidos com a lisogenia: os vírus que
ficam latentes grande do período nas células, sem multiplicarem-se ou causarem doenças. Podem estar no
cromossomo da célula parasitada ou separado, mas em estado inativado (TORTORA; FUNKE; CASE, 2012, p. 383). 
- -14
3.2 Replicação dos vírus animais
Os vírus animais, apesar de seguirem o padrão básico de replicação viral, diferem dos bacteriófagos na forma
como penetram a célula hospedeira. Ainda, já dentro da célula, a biossíntese de novos componentes é um pouco
diferente, talvez pelas notáveis diferenças entre as células eucarióticas e procarióticas, já que os vírus animais
tem alguns tipos de enzimas que os bacteriófagos não possuem. Também há diferenças no mecanismo de
maturação, de liberação e nos efeitos que causam na célula hospedeira (TORTORA; FUNKE; CASE, 2012, p. 383).
Resumidamente, vamos entender, então, as diferenças do processo de multiplicação desses vírus para os
bacteriófagos? No período da adsorção, os sítios de adsorção nos vírus animais são proteínas ou glicoproteínas
da membrana plasmática, enquanto nos bacteriófagos esses sítios são as fibras da cauda viral.
Na penetração, o capsídeo do vírus de animais penetra por endocitose ou por fusão, enquanto o DNA viral dos
bacteriófagos é injetado na célula e seu capsídeo permanece externo.
Uma etapa que é desnecessária para os bacteriófagos é o , que consiste na remoção enzimáticadesnudamento
das proteínas do capsídeo, essencial para os vírus animais. A biossíntese ocorre no citoplasma dos bacteriófagos,
e, nos vírus animais, pode ocorrer no núcleo (genoma DNA) ou no citoplasma (genoma RNA). A infecção crônica
para os bacteriófagos consiste na lisogenia e, para os vírus animais, chamamos de latência, infecções lentas que
podem causar até mesmo câncer (TORTORA; FUNKE; CASE, 2012, p. 384).
Fique de olho
No ano de 2000, o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), publicou um Atlas de Morfologia e
Morfogênese do Vírus da Dengue, que recentemente ganhou uma versão digital. A publicação
descreve a morfologia do ciclo de vida do vírus da dengue por meio de 115 imagens
acompanhadas de textos explicativos em inglês. A versão digital pode ser acessada online
gratuitamente no link disponível nas referências bibliográficas.
- -15
4 Patogenia
Segundo Flores (2007, p. 191), patogenia se refere aos mecanismos que os vírus adotam para produzir doença
nos seus hospedeiros, sendo considerada doença qualquer manifestação consequente às alterações fisiológicas
do organismo. As manifestações patológicas podem ser aumentos da temperatura corporal, alterações de ânimo
ou inapetência, ou também podem ser mais graves que eventualmente levem à morte do hospedeiro. Nas
infecções virais, os sintomas aparecem pela interação entre agente e hospedeiro, seja pelo dano causado pelo
vírus ou pela resposta imunológica da célula afetada.
Para entendermos a patogenia viral, vamos estudar conceitos básicos que são fundamentais nesse assunto, com
base nos estudos de Flores (2007, p. 192 e p. 193). A palavra diz respeito à capacidade de umpatogenicidade
agente causar doença no hospedeiro, por isso, vírus muito patogênicos são os que produzem patologia em
grande parte dos hospedeiros que infecta. A patogenicidade de um vírus é determinada pela sua cominteração
o hospedeiro.
Virulência, por sua vez, é o nível de severidade da doença que um agente pode causar. Vírus que são avirulentos,
ou atenuados, não causam doença, ou causam de forma leve. A trata das condições dosusceptibilidade
hospedeiro que favorecem a infecção pelo vírus e, consequentemente, o surgimento de doença. Ao contrário,
 é a força que o hospedeiro oferece quando uma infecção tenta se instalar. , por fim, é aresistência Tropismo
afinidade que um vírus tem por células específicas, e geralmente se dá pela existência de receptores para o vírus
nas células.
- -16
4.1 Efeitos da interação do vírus com a célula hospedeira
Quase que a totalidade das alterações fisiológicas causadas nas células é causada pela interação entre os
produtos da replicação viral e os componentes naturais dessas células. Essa interação é essencial para que o
vírus se replique.
Os danos advindos da interação vírus-célula podem ocorrer em qualquer etapa da multiplicação viral, seja na 
, na , , ou até mesmo durante a .adsorção penetração biossíntese maturação liberação
Outra causa comum de dano celular é a de algumas substâncias produzidas pelos vírus ou o acúmulotoxicidade
de proteínas e ácido nucleico. Podemos citar, como exemplo, os produtos do vírusda influenza e herpesvírus,
que fazem a destruição do RNA mensageiro da célula.
Existem, também, aqueles vírus que utilizam a maquinaria celular de tradução da célula para gerar suas próprias
proteínas, fazendo com que a síntese proteica celular seja interrompida, a exemplo do que ocorre com o vírus da
estomatite vesicular, o vírus da febre aftosa e os adenovírus. Pode ocorrer também a interrupção da síntese de
DNA da célula, o que proporciona maior quantidade de nucleotídeos, proteínas e organelas celulares para
sintetizar DNA viral (FLORES, 2007, p. 193).
Alguns vírus estimulam a célula a entrar na do ciclo, ou seja, produzir bastante DNA e iniciar a divisãofase S
célular, estratégia que favorece o vírus, pois fornece “matéria-prima” em boa quantidade para a replicação viral.
As poucas proteínas capazes de serem sintetizadas pelos vírus também podem interagir com mecanismos
celulares e causar . As glicoproteínas presentes no envelope viral, especialmente, podem fazer comcitopatologia
que haja erro na produção de proteínas endógenas pela célula. A replicação também pode causar alteração na
estrutura e na permeabilidade da célula, causando, muitas vezes, ruptura.
Assim, fica claro que a interação vírus-célula, durante a multiplicação viral, é muito complexa e pode causar
diversas e inúmeras alterações da fisiologia viral, consequentemente gerando patologia, injúria celular (FLORES,
2007, p. 194).
- -17
4.2 Apoptose por vírus
A interferência causada pelo vírus no ciclo celular, por vezes, é capaz de levar ao que chamamos de 
 . A , definida como , ocorre em resposta a muitostransformação tumoral apoptose morte celular programada
estímulos, inclusive infecções causadas por vírus.
Muitos vírus desencadeiam as reações que levam a apoptose da célula hospedeira, formando corpos apoptóticos,
cheios de vírus, que resultam em fagocitose e liberação do vírus para o meio extracelular, possibilitando sua
disseminação (FLORES, 2007, p. 196).
Também já se sabe que vários vírus inibem ou diminuem a velocidade da apoptose, a fim de prolongar a vida da
célula e permitir a continuidade de seu ciclo replicativo (FLORES, 2007, p. 194).
Assista aí
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/746b3e163a5a5f89a10a96408c5d22c2
/fe74132c02f082bd2c8036b4dbb0dca0
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5 Prevenção e controle
Definir, de forma geral, a prevenção e controle das infecções virais não é uma tarefa fácil, visto que existem
muitas doenças causadas por vírus, variando em sua forma de transmissão, em seus vetores, sua patogenia e seu
ciclo reprodutivo.
Entretanto, é de extrema importância entender esse ponto, pois as “viroses”, como popularmente são chamadas,
crescem a cada ano que passa, afetando mais pessoas e, por vezes, se tornando um problema de saúde pública,
principalmente em países que não são exemplo em saneamento básico, em boas condições econômicas ou acesso
à saúde pública de maneira eficaz.
Segundo Schatzmayr (2001, p. 209), nos últimos tempos, começou a se falar sobre inúmeras doenças até então
desconhecida, bem como houve ressurgimento de outras infecções que haviam sido controladas. Ele ainda
afirma que a maioria das infecções virais são causadas por ações humanas que modificam o meio ambiente, e
principalmente pelo crescimento demográfico acentuado.
A Organização Mundial da Saúde (OMS), ainda em 1999, por meio do documento CDC/Atlanta, a fim de
determinar linhas de atuação para o controle de viroses emergentes, estabeleceu objetivos essenciais para todos
os países:
Objetivo I: Vigilância - Descobrir, investigar rapidamente e acompanhar patógenos emergentes, as
doenças que causam e os fatores envolvidos no surgimento do quadro. Objetivo II: Pesquisa Aplicada
– Integrar os laboratórios e a epidemiologia para apoio à saúde pública.
Objetivo III: Prevenção e Controle – Estimular a comunicação e a circulação de informações sobre as
doenças emergentes e assegurar a implementação de estratégias de prevenção.
Objetivo IV: Infra-estrutura – Fortificar a infra-estrutura de saúde pública em níveis local, estadual e
federal, para permitir o estabelecimento da Vigilância (Objetivo I) e a implementação dos programas
de Prevenção e Controle (Objetivo II).
Estes são objetivos a serem adotados pelos governos, mas é importante saber as medidas que a população deve
seguir diariamente. A maioria das doenças virais são transmitidas por secreções, gotículas de saliva, vetores ou
alimentos contaminados. Considerando essas formas mais comuns de transmissão, podemos adotar algumas
recomendações de maneira geral.
Para prevenir infecções virais, é necessário lavar as mãos com frequência, principalmente após ir ao banheiro e
antes de se alimentar. Não é recomendado compartilhar talheres e copos, deve-se sempre lavar os alimentos,
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principalmente aqueles que não serão cozidos antes de comer. É importante frequentar apenas restaurantes que
seguem as normas da Vigilância Sanitária.
Para prevenir as viroses sexualmente transmissíveis, deve-se utilizar preservativo em todas as relações sexuais.
Para as viroses que tem insetos como vetor, por sua vez, é necessário utilizar repelentes, telas, e controlar a
multiplicação desses animais, não deixando água parada e procurando sempre higienizar os ambientes.
Além disso, é preciso seguir o protocolo de vacinação recomendado para cada idade, já que muitas doenças
podem ser prevenidas com as vacinas, como, por exemplo, gripe, raiva, catapora e sarampo.
Em relação ao controle destas doenças, deve-se evitar aglomerações e até mesmo adotar o isolamento social em
épocas de surtos ou pandemias de determinadas doenças. Desta forma, o vírus encontra uma dificuldade no
contágio. Nessa mesma linha de raciocínio, evitar contato com pessoas doentes também pode ser eficaz.
Ainda existem outras formas de prevenir doenças virais, como aquelas que tem como princípio fortalecer o
sistema imunológico, através de boa alimentação, realização de atividade física regularmente e manter-se
hidratado (SANTOS, 2020).
Assista aí
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/dba5c75cea4635e4897fafd21d6d1521
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6 Diagnóstico das infecções virais
De acordo com Flores (2007, p. 299), os métodos para diagnóstico de vírus podem ser divididos em e diretos
. Os detectam o vírus (antígeno ou ácido nucleico do vírus) e essa detecção pode serindiretos métodos diretos
feita diretamente na amostra de material, ou pode ser feita depois do agente se multiplicar em cultivos celulares
pré-estabelecidos. Já os detectam os anticorpos específicos contra o vírus, ou seja, a respostamétodos indiretos
do organismo examinado à infecção.
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6.1 Métodos diretos
Os métodos diretos mais comuns são a , o em cultivo celular, a microscopia eletrônica isolamento
, a e , os testes e hemaglutinação imunofluorescência imunoperoxidase imunoenzimáticos
, e, por fim, a detecção de ácidos nucleicos por ou PCR.cromoatográficos hibridização
• Método de microscopia eletrônica
Tem como princípio a visualização das vírions, através de coloração com metais pesados, em um
microscópio eletrônico. É um método que demora poucas horas, então é considerado rápido, detecta 
 viáveis e inviáveis e é útil para aqueles vírus que não se multiplicam em cultivo. Além de detectarvírions
um vírus, ele pode identificar o agente. Entretanto, é um equipamento caro, que exige pessoal treinado e
capacitato e possui baixa sensibilidade. As principais aplicações são infecções entéricas e cutâneas
(FLORES, 2007, p. 299).
• Princípio do isolamento em cultivo celular
Consiste em observar o efeito de injúria à célula hospedeira ou detectar , após aprodutos virais
multiplicação do vírus em meios de cultura adequados. É bastante sensível, tem uma execução
relativamente simples, mas pode demorar semanas, não é aplicável a alguns vírus, e só detecta aqueles
que estão viáveis. Além disso, pode ocorrer contaminação bacteriana ou fúngica concomitantemente.Qualquer material clínico pode passar pelo isolamento, e todos os vírus que multiplicam em placas de
cultivo celular são aplicáveis para esse método.
• Método de hemaglutinação
Esse método se baseia na observação da formação de pontes de aglutinação com eritrócitos, é rápido,
sensível, específico e de fácil execução, mas é aplicado para um grupo restrito de vírus. Necessita de
espécies doadoras de hemácias e não é automatizável. Pode ser aplicável aos vírus .hemaglutinantes
• Imunofluorescência (IFA) e Imunoperoxidase (IPX)
As proteínas virais são detectadas por anticorpos específicos, conjugados com um marcador fluorescente
(IFA) ou com uma enzima (IPX). A execução é rápida, simples, barata, bem sensível e específica,
disponível em kits e aplicável virtualmente para todos os vírus, desde que se disponha de anticorpos
específicos. Porém, o equipamento é caro, e as reações são inespecíficas, devido ao uso de anticorpos
policlonais (FLORES, 2007, p. 301).
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• Testes imunoenzimáticos/cromatográficos
São realizados pela reação do antígeno com o anticorpo específico imobilizado. A revelação se dá pela
mudança de cor. Feito de forma simples, prática, rápida e disponível em kits, com boa sensibilidade e
especificidade, mas não é automatizável, com alto custo por amostra. Aplicado a vários vírus de
pequenos animais, e para alguns vírus de aves, suínos e bois (FLORES, 2007, p. 301).
• Detecção de ácidos nucleicos (PCR ou hibridização)
Neste método, o RNA ou DNA do vírus é detectado por sondas marcadas (hibridização) ou após
amplificação por reações enzimáticas (PCR- reação em cadeia da polimerase). É específico, sensível e
necessita apenas de uma pequena quantidade da amostra. Além disso, é potencialmente aplicável a todos
os vírus, mas tem custo alto, requer profissional treinado e equipamento com técnicas sofisticadas
(FLORES, 2007, p. 301).
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6.2 Métodos indiretos
Os mais comuns são a soroneutralização, o método ELISA, a inibição da hemaglutinação, imunofluorescência
para anticorpos e imunocromatografia.
No método de soroneutralização, os anticorpos presentes no soro impedem a replicação do vírus e o efeito
citopático nos cultivos. É sensível, específico, de baixo custo, qualitativo (sim/não) e quantitativo (título de
anticorpos). Exige cultivos celulares, passível de contaminação bacteriana e detecta somente anticorpos
neutralizantes. Serve para todos os vírus que replicam em cultivo celular (FLORES, 2007, p. 302).
No caso do método ELISA, os anticorpos do soro se ligam aos agentes virais imobilizados, em placas de
poliestireno e são detectados por anticorpos conjugados com enzimas. Tem execução rápida, é sensível,
específico, automatizável e pode detectar classes específicas de anticorpo (IgG, IgM etc). Requer equipamento,
pode ter custo alto e não está disponível para todos os vírus (FLORES, 2007, p. 302).
Na inibição de hemaglutinação, por sua vez, os anticorpos impedem a hemaglutinação do vírus. É rápido,
sensível, específico e tem baixo custo, mas só pode ser feita em vírus hemaglutinantes e requer doação de
eritrócitos, além de não ser automatizável (FLORES, 2007, p. 302).
No método imunofluorescência para anticorpos, os anticorpos presentes no soro se ligam a antígenos específicos
e são detectados por anticorpos marcados. É rápido, sensível e simples, mas as reações são inespecíficas, exige
microscópio de UV, podendo não detectar níveis baixos de anticorpos. Atualmente seu uso é restrito a alguns
vírus apenas (FLORES, 2007, p. 302).
Por fim, na imunocromatografia, a presença de anticorpo que reage com o antígeno é ativada pela mudança de
cor. Simples e prático, disponível em kits, sensível e específico, mas com alto custo individual, além de não ser
automatizável (FLORES, 2007, p. 302).
Assista aí
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é isso Aí!
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• conhecer as noções e conceitos fundamentais sobre as características dos vírus;
• compreender a taxonomia viral, os termos utilizados para categorizar os vírus e como se referir a eles;
•
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• compreender a taxonomia viral, os termos utilizados para categorizar os vírus e como se referir a eles;
• aprender acerca do ciclo biológico viral dos bacteriófagos e dos vírus de animais, entendendo o que é 
ciclo lítico e lisogênico;
• estudar sobre a patogenia dos vírus, entendendo como os vírus causam danos às células, e como 
consequentemente o organismo adoece;
• conhecer os métodos clássicos, imunológicos e moleculares para diagnóstico de vírus, dividindo em 
diretos e indiretos.
Referências
BARTH, O. M. . Rio de Janeiro, 2000. Disponível em: Atlas of dengue viroses morphology and morphogenesis
. Acesso em 16 abr. 2020.http://www.fiocruz.br/ioc/media/2010%20Atlas%20completo%20rede.pdf
FLORES, E. F. . FLORES, Eduardo Furtado. . SantaEstrutura e composição dos vírus Virologia Veterinária
Maria: Editora da UFSM, 2007. P 19-33
SANTOS, N. S. de O. et al. 3. Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015. 624 p.Virologia Humana. 
SANTOS, V. S. dos . Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.. "Como se prevenir de doenças virais"
com.br/saude-na-escola/como-se-prevenir-doencas-virais.htm. Acesso em: 16 abr. 2020.
SCHATZMAYR, H. G. Viroses emergentes e reemergentes. , v. 17, p. S209-S213, 2001.Cadernos de Saúde Pública
TORTORA, G. J.; FUNKE, B. R.; CASE, C. L. . Porto Alegre (RS): ARTMED, 2012. xxvii, v. 10, 934 p.Microbiologia
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