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NATÁLIA INGRID - MEDICINA Sistema Muscular TECIDO MUSCULAR As células musculares são denominadas fibras musculares porque são longas e estreitas quando relaxadas, são células contráteis especializadas. São tecidos que movimentam as partes do corpo. O tecido conjuntivo associado conduz fibras nervosas e capilares para as células musculares e une-as em feixes ou fascículos. Três tipos de músculo são descritos tomando como base diferenças relacionadas ao: ● Controle, normalmente pela vontade (voluntário versus involuntário); ● Aparência estriada ou não estriada ao exame microscópio (estriado versus liso ou não estriado); ● Localização na parede do corpo (soma) e nos membros ou formação de órgãos ocos (vísceras, p. ex., o coração) das cavidades do corpo ou de vasos sanguíneos (somático versus visceral). Existem três tipos de músculo: O músculo estriado esquelético É o músculo somático voluntário que forma os músculos esqueléticos que compõem o sistema muscular, movendo ou estabilizando ossos e outras estruturas (p. ex., os bulbos dos olhos); Formado por fibras estriadas, cilíndricas e longas. Tipo de atividade: Contração intermitente (fásica) acima de um tônus basal; Principal ação: É produzir movimento (contração isotônica) por meio do encurtamento (contração concêntrica) ou do relaxamento controlado (contração excêntrica), ou manter a posição contra a gravidade ou outra força de resistência sem movimento (contração isométrica). Estimulação: Voluntária (ou reflexa) pela divisão somática do sistema nervoso. (Pode contrair ou relaxar com o controle consciente). Localização: Ligado aos ossos por tendões. Função: Movimento, postura, produção de calor e proteção. Arranjo das fibras: Sarcômeros. Fibras independentes umas das outras. Não recebe influência hormonal na contração. Preso aos ossos. Contração mais rápida. O músculo estriado cardíaco É um músculo visceral involuntário que forma a maior parte das paredes do coração e partes adjacentes dos grandes vasos, como a aorta, e bombeia o sangue; Extremidades unidas por discos intercalares: Espessamentos transversais da membrana plasmática, que contém desmossomos e junções comunicantes. Desmossomos: Fortalecem o tecido e mantém as fibras unidas durante as contrações vigorosas. Junções comunicantes: Fornecem uma via para a condução rápida de sinais elétricos pelo coração. NATÁLIA INGRID - MEDICINA Sistema Muscular Formado por fibras estriadas e ramificadas com um núcleo central. Localização: Parede cardíaca. Função: Bombear sangue para todas as partes do corpo. Arranjo das fibras: Sarcômeros (?) Influência hormonal: Adrenalina. Forma o músculo do coração. Contração intermediária. O músculo liso (músculo não estriado) É o músculo visceral involuntário que forma parte das paredes da maioria dos vasos sanguíneos e órgãos ocos (vísceras), deslocando substâncias através deles por meio de contrações sequenciais coordenadas (pulsações ou contrações peristálticas); Fibras involuntárias e não estriadas. Pontiaguda em cada uma das extremidades. Cada célula contém um único núcleo central. Podem ter junções comunicantes. Muitas fibras se contraem em uníssono: Produzindo contrações poderosas. Onde não há um junção comunicante, as fibras se contraem individualmente, como na íris do olho. Localização: Íris do olho, parede das estruturas internas ocas (vasos sanguíneos, vias respiratórias até o pulmão, estômago, intestinos, vesícula biliar, bexiga urinária e útero). Função: Movimento (constrição dos vasos sanguíneos e vias respiratória, propulsão dos alimentos pelo SD e contração da bexiga e da vesícula). Arranjo das fibras: Feixes oblíquos (?) Influência hormonal: Múltiplos hormônios. Forma paredes de ossos ocos e tubos. Contração mais lenta. Funções do tecido muscular Por meio da contração sustentada ou da alternância entre contração e relaxamento, o tecido muscular apresenta quatro funções-chave: Efetuação de movimentos corporais, estabilização das posições do corpo, armazenamento e movimentação de substâncias dentro do organismo e geração de calor. 1. Efetuação de movimentos corporais. Movimentos de corpo todo como andar e correr, e movimentos localizados como segurar um lápis, digitar ou acenar com a cabeça, resultantes de contrações musculares, dependem do funcionamento integrado de músculos esqueléticos, ossos e articulações. 2. Estabilização das posições do corpo. As contrações dos músculos esqueléticos estabilizam articulações e ajudam a manter posições corporais como ficar de pé ou sentado. Os músculos posturais se contraem de maneira contínua quando estamos acordados; por exemplo, as contrações sustentadas dos músculos do pescoço mantêm a cabeça ereta para escutar atentamente à aula de anatomia e fisiologia. 3. Armazenamento e movimentação de substâncias dentro do corpo. O armazenamento é realizado pelas contrações sustentadas de camadas circulares de músculo NATÁLIA INGRID - MEDICINA Sistema Muscular liso chamadas esfíncteres, evitando a saída dos conteúdos dos órgãos ocos. O armazenamento temporário de alimentos no estômago ou de urina na bexiga urinária é possível porque os esfíncteres de músculo liso fecham as saídas desses órgãos. As contrações do músculo cardíaco bombeiam sangue pelos vasos sanguíneos do corpo. A contração e o relaxamento do músculo liso nas paredes dos vasos sanguíneos ajudam a ajustar o diâmetro dos mesmos, regulando, assim, o fluxo sanguíneo. As contrações de músculo liso também movimentam alimentos e substâncias como bile e enzimas pelo sistema digestório, mobilizam os gametas (esperma e ovócitos) pelo sistema genital e impulsionam a urina pelo sistema urinário. As contrações de músculos esqueléticos promovem o fluxo de linfa e ajudam no retorno do sangue venoso para o coração. 4. Geração de calor. Com a contração, o tecido muscular produz calor, um processo chamado de termogênese. A maioria do calor gerado pelo músculo é usada para manter a temperatura normal do corpo. Contrações involuntárias de músculos esqueléticos, chamadas tremores, aumentam a produção de calor. SISTEMA MUSCULAR Composto pelos músculos do corpo que são controlados voluntariamente. A função da maioria dos músculos é produzir movimento das partes do corpo. A ação principal de alguns músculos é estabilizar ossos para que outros músculos esqueléticos possam executar movimentos de maneira mais efetiva. MÚSCULO ESTRIADO ESQUELÉTICO Cada um dos músculos esqueléticos é um órgão separado. O tecido conjuntivo circunda e protege o tecido muscular. A tela subcutânea, ou hipoderme, que separa o músculo da pele é composta por tecido conjuntivo areolar e tecido adiposo; consiste em uma via para a entrada e saída de nervos, vasos sanguíneos e vasos linfáticos dos músculos. O tecido adiposo da tela subcutânea armazena a maioria dos triglicerídios do corpo, serve de camada de isolamento que reduz a perda de calor e protege os músculos do trauma físico A fáscia é uma lâmina densa ou faixa larga de tecido conjuntivo denso não modelado que reveste a parede corporal e os membros, além de sustentar e envolver músculos e outros órgãos do corpo. A fáscia une músculos com funções similares. A fáscia possibilita o movimento livre dos músculos, aloja nervos, vasos sanguíneos e vasos linfáticos e preenche os espaços entre os músculos. Três camadas de tecido conjuntivo se estendem a partir da fáscia para proteger e reforçar o músculo esquelético: NATÁLIA INGRID - MEDICINA Sistema Muscular O epimísio é a camada externa que envolve todo o músculo. Consiste em tecido conjuntivo denso não modelado. O perimísio também é uma camada de tecido conjuntivo denso não modelado, porém circunda grupos de 10 a 100, ou mais, fibras musculares, separando-as em feixes chamados de fascículos. Muitos fascículos são grandes o suficiente para serem vistos a olho nu. Conferem aos cortes de “carne” sua aparênciagranulosa; ao rasgar um pedaço de carne, ela se rompe ao longo dos fascículos. O endomísio penetra no interior de cada fascículo e separa as fibras musculares individualmente. O endomísio consiste principalmente de fibras reticulares. O epimísio, o perimísio e o endomísio são contínuos com o tecido conjuntivo que fixa os músculos esqueléticos a outras estruturas como ossos e outros músculos. Quando os elementos de tecido conjuntivo se estendem como uma lâmina larga e plana, observamos o que chamamos de aponeurose. Exemplo: aponeurose epicrânica no topo do crânio entre os ventres frontal e occipital do músculo occipitofrontal. Tendão: Elemento de tecido conjuntivo rico em fibras colágenas. Função: Fixação do ventre em osso, tecido subcutâneo e em cápsulas articulares. Ventre: Porção contrátil do músculo. Constituído de fibras musculares que se contraem. Forma o corpo do músculo. TIPOS DE FIBRAS MUSCULARES ESQUELÉTICAS E CONTROLE NEURAL Fibras Oxidativas Lentas (OL) Cor vermelha - por possuírem grandes quantidades de mioglobina e muitos capilares sanguíneos. Possuem muitas mitocôndrias grandes, consequentemente, geram ATP principalmente por respiração aeróbica. Diz-se que essas fibras são “lentas” porque a ATPase nas cabeças de miosina hidrolisam ATP de maneira relativamente devagar e o ciclo de contração procede em ritmo mais lento que nas fibras “rápidas”. Apresentam velocidade de contração lenta. Seus abalos musculares duram 100 a 200 ms e levam mais tempo para chegar à tensão de pico. São bastante resistentes à fadiga e capazes de contrações mais prolongadas e sustentadas por muitas horas. Adaptadas para a manutenção da postura e para atividades aeróbicas de resistência como corrida de maratona. Abundância: Músculos posturais como os do pescoço. Manutenção da postura e atividades aeróbicas de resistências. Fibras Oxidativo-Glicolíticas Rápidas (OGL) NATÁLIA INGRID - MEDICINA Sistema Muscular São fibras maiores. Contêm grandes quantidades de mioglobina e muitos capilares sanguíneos. Aparência vermelho-escura. As fibras OGR podem gerar quantidade de ATP considerável por respiração aeróbica, o que lhes confere resistência moderadamente elevada à fadiga. Uma vez que seu nível intracelular de glicogênio é alto, elas também geram ATP por glicólise anaeróbica. As fibras OGR são “rápidas” porque a ATPase nas suas cabeças de miosina hidrolisa ATP 3 a 5 vezes mais rapidamente que a ATPase na miosina das fibras OL, tornando sua velocidade de contração maior. Assim, os abalos das fibras OGR alcançam a tensão de pico mais rápido que as fibras OL, porém têm duração mais breve – menos de 100 ms. As fibras OGR contribuem para atividades como a caminhada e a corrida de velocidade. Abundância: Músculos dos membros inferiores. Andar, correr. Fibras Glicolíticas Rápidas Apresentam baixo conteúdo de mioglobina, relativamente poucos capilares sanguíneos e poucas mitocôndrias e se mostram de cor branca. Elas contêm grandes quantidades de glicogênio e geram ATP principalmente por glicólise. Devido à capacidade de hidrolisar ATP com rapidez, as fibras GR se contraem forte e rapidamente. Adaptadas para movimentos anaeróbicos intensos de curta duração, como levantamento de peso ou arremesso de bola, porém fadigam logo. Programas de treinamento de força que colocam a pessoa em atividades que requerem grande força para curtos períodos aumentam o tamanho, a força e o conteúdo de glicogênio das fibras glicolíticas rápidas. As fibras GR de um levantador de peso podem ser 50% maiores que aquelas de pessoas sedentárias ou de um atleta de resistência por conta da síntese mais intensa de proteínas musculares. O resultado geral é o crescimento muscular decorrente da hipertrofia das fibras GR. Abundância: Músculos dos membros superiores. Movimentos rápidos e intensos de curta duração. DISTRIBUIÇÃO E RECRUTAMENTO DE DIFERENTES TIPOS DE FIBRAS A maioria dos músculos esqueléticos apresenta uma mistura dos três tipos de fibras musculares esqueléticas. Em uma mesma unidade motora, as fibras musculares esqueléticas são do mesmo tipo. As diferentes unidades motoras de um músculo são recrutadas em ordem específica, dependendo da necessidade. Por exemplo, se contrações fracas são suficientes para realizar a tarefa, apenas unidades motoras OL são ativadas. Se houver necessidade de mais força, as unidades NATÁLIA INGRID - MEDICINA Sistema Muscular motoras de fibras OGR também são recrutadas. Por fim, em caso de necessidade de força máxima, unidades motoras de fibras GR também são postas em ação com os outros dois tipos. A ativação de várias unidades motoras é controlada pelo encéfalo e pela medula espinal. Ordem de recrutamento: OL > OGR > GR. INERVAÇÃO E SUPRIMENTO SANGUÍNEO Os músculos esqueléticos são bem supridos por nervos e vasos sanguíneos. Em geral, uma artéria e uma ou duas veias acompanham cada nervo que penetra em um músculo esquelético. Os neurônios que estimulam o músculo esquelético a se contrair são os neurônios somáticos motores. Cada neurônio somático motor apresenta um axônio que se estende do encéfalo ou medula espinal até um grupo de fibras musculares esqueléticas. O axônio de um neurônio somático motor normalmente se ramifica muitas vezes e cada ramo se estende para uma fibra muscular esquelética diferente. Vasos sanguíneos microscópicos chamados de capilares são abundantes no tecido muscular; cada fibra muscular está em contato íntimo com um ou mais capilares. Os capilares sanguíneos levam nutrientes e oxigênio e removem calor e produtos residuais do metabolismo muscular. Especialmente durante a contração, uma fibra muscular sintetiza e usa uma quantidade considerável de ATP (trifosfato de adenosina). Essas reações, abordadas com mais detalhes posteriormente, requerem oxigênio, glicose, ácidos graxos e outras substâncias que são fornecidas à fibra muscular pelo sangue. Controle de tensão muscular Frequência de estimulação: Número de impulsos por segundo. A tensão total que um músculo pode produzir depende da quantidade de fibras musculares que contraem juntas. Unidades Motoras Definição: Uma unidade motora consiste em um neurônio somático motor e todas as fibras musculares esqueléticas que estimula. Localização: Normalmente, as fibras musculares de uma unidade motora se encontram espalhadas por todo o músculo e não agrupadas. Função: Uma vez que todas as fibras musculares de uma unidade motora se contraem e relaxam juntas, a força total de uma contração depende, em parte, do tamanho das unidades motoras e da quantidade ativada em um determinado momento. Tônus Muscular Definição: Consiste em uma pequena quantidade de tensão no músculo decorrente de contrações involuntárias e fracas das suas unidades motoras. Função: NATÁLIA INGRID - MEDICINA Sistema Muscular O tônus muscular mantém os músculos esqueléticos firmes, porém não resulta em força potente o suficiente para produzir movimento. O tônus das fibras musculares lisas nas paredes dos vasos sanguíneos é crucial na manutenção da pressão arterial. Atrofia Muscular Definição: Diminuição das fibras individuais devido à perda de miofibrilas. Tipos: Atrofia por desuso: Ocorre porque os músculos não são utilizados. Ex.: Pacientes acamados ou engessados sofrem esse tipo porque o fluxo de impulsos nervosos para o músculo esquelético inativo é bastante reduzido. Processo reversível. Atrofia por denervação: Ocorre quando a inervação é interrompida ou seccionada. Nesse caso, entre 6 meses e 2 anos o músculo perde ¼ do seu tamanho e as suas fibras são transformadas em tecido conjuntivo fibroso. CONTRAÇÃO ISOTÔNICA E ISOMÉTRICA Contração Isotônica: A tensão (força de contração) desenvolvida no músculo permanece quase constante enquanto seu comprimento se modifica. Função: As contrações isotônicas são usadas para realizar movimentos corporais e mover objetos. Tiposde contrações isotônicas: Concêntrica: Quando o comprimento do músculo diminui durante a contração. Se a tensão gerada na contração isotônica concêntrica é grande o suficiente para transpor a resistência do objeto a ser movido, o músculo encurta e puxa outra estrutura, como um tendão, para produzir o movimento e reduzir o ângulo na articulação. O ato de pegar um livro de uma mesa envolve contrações isotônicas concêntricas do músculo bíceps braquial no braço. Excêntrica: Quando o comprimento do músculo aumenta durante uma contração. Ao baixar o livro para colocá-lo de volta à mesa, o músculo bíceps braquial (previamente encurtado) se alonga de maneira controlada ao mesmo tempo que continua contraindo. Durante uma contração excêntrica, a tensão exercida pelas pontes transversas de miosina se opõe movimento de uma carga (o livro, nesse caso) e retarda o processo de alongamento. Por motivos não bem compreendidos, contrações isotônicas excêntricas repetidas (p. ex., descer uma ladeira andando) produzem mais dano aos músculos e mais dor muscular tardia do que as contrações isotônicas concêntricas. Contração Isométrica: A tensão gerada não é suficiente para transpor a resistência de um objeto a ser movido e o músculo não muda seu comprimento. Essas contrações são importantes para a manutenção da postura e para suportar objetos em posição fixa. Embora as contrações isométricas não resultem em movimento NATÁLIA INGRID - MEDICINA Sistema Muscular corporal, ainda assim há gasto de energia. O livro empurra o braço para baixo, esticando os músculos do ombro e do braço. A contração isométrica dos músculos do ombro e do braço contrabalanceia o estiramento. As contrações isométricas são importantes porque estabilizam algumas articulações enquanto outras são movimentadas. A maioria das atividades inclui tanto contrações isotônicas quanto isométricas. MÚSCULOS ANTAGONISTAS, SINERGISTAS, AGONISTAS E FIXADORES Agonista: Principal músculo responsável pela produção de um movimento específico do corpo. Ele se contrai concentricamente para produzir o movimento desejado, fazendo a maior parte do trabalho (gastando a maior parte da energia) necessário. Na maioria dos movimentos, há apenas um músculo agonista, mas alguns movimentos empregam dois agonistas em igual medida. Fixador: Estabiliza as partes proximais de um membro mediante contração isométrica, enquanto há movimento nas partes distais. Um músculo cuja tração seja exercida ao longo de uma linha paralela ao eixo dos ossos em que está fixado está em desvantagem para produzir movimento. Mantém contato entre as superfícies articulares da articulação que cruza (i. e., resiste às forças de deslocamento). Sinergista: Complementa a ação de um agonista. Pode ser um auxiliar direto de um músculo agonista, atuando como componente mais fraco ou mecanicamente menos favorável do mesmo movimento, ou pode ser um auxiliar indireto, servindo como fixador de uma articulação interposta quando um agonista passa sobre mais de uma articulação, por exemplo. Não é incomum que haja vários sinergistas auxiliando um agonista em determinado movimento. Antagonista: Músculo que se opõe à ação de outro. Um antagonista primário se opõe diretamente ao agonista, mas os sinergistas também podem ser opostos por antagonistas secundários. Quando há contração concêntrica dos agonistas ativos para produzir um movimento, há contração excêntrica dos antagonistas, que relaxam progressivamente, de forma coordenada, para produzir um movimento suave. O mesmo músculo pode agir como agonista, antagonista, sinergista ou fixador em situações diferentes. Em determinada posição o agonista pode ser a gravidade. Músculo de impulsão: Linha de tração orientada obliquamente de um músculo em relação ao osso que movimenta possui maior capacidade de realizar movimento rápido e efetivo. NATÁLIA INGRID - MEDICINA Sistema Muscular MECÂNICA MUSCULAR LOCAIS DE FIXAÇÃO MUSCULAR | ORIGEM E INSERÇÃO: Os músculos esqueléticos produzem movimento ao exercer força nos tendões, os quais, tracionam ossos e outras estruturas, como a pele. A maioria dos músculos cruza, pelo menos, uma articulação e geralmente se fixa nos ossos que formam a articulação. Quando um músculo esquelético se contrai, ele movimenta uma das articulações. Na maioria das vezes, os dois ossos que formam a articulação não se movimentam igualmente em resposta à contração. Um osso permanece estático ou perto da sua posição original porque outros músculos o estão estabilizando, contraindo ou tracionando-o no sentido oposto, ou porque sua estrutura lhe confere menos mobilidade. Origem: Ponto de fixação de um tendão muscular ao osso estacionário. Inserção: Ponto de fixação de um tendão muscular ao osso móvel. Em geral, a origem é proximal e a inserção distal; a inserção normalmente é tracionada em direção à origem. Ventre: Porção carnosa do músculo entre tendões. Tendões: Em alguns músculos formam lâminas planas, ou aponeuroses, que fixam o músculo ao esqueleto (geralmente uma crista ou uma série de processos espinhosos) e/ou à fáscia muscular (como o músculo latíssimo do dorso) ou à aponeurose de outro músculo (como os músculos oblíquos da parede anterolateral do abdome). As ações de um músculo constituem os principais movimentos que ocorrem quando o músculo se contrai. Certos músculos também são capazes de ação muscular reversa (AMR). Isso quer dizer que durante movimentos específicos do corpo, as ações são invertidas; portanto, as posições da origem e inserção de um determinado músculo se invertem. SISTEMA DE ALAVANCA E ALAVANCAGEM Na produção do movimento, os ossos atuam como alavancas e as articulações funcionam como fulcros dessas alavancas. Alavanca é uma estrutura rígida que pode se movimentar em torno de um ponto fixo chamado fulcro, simbolizado por . Uma alavanca é acionada em dois pontos diferentes por duas forças distintas: o esforço (E), o qual causa o movimento, e a carga ou resistência, que se opõe ao movimento. Esforço é a força exercida pela contração muscular; carga é tipicamente o peso da parte corporal que é movimentada ou alguma resistência que a parte do corpo em movimento está tentando ultrapassar (como o peso de um livro que a pessoa pode estar querendo levantar). O movimento ocorre quando o esforço aplicado ao osso na inserção excede a carga. NATÁLIA INGRID - MEDICINA Sistema Muscular A distância relativa entre o fulcro e a carga e o ponto onde o esforço é aplicado determina se uma determinada alavanca opera em vantagem ou desvantagem mecânica. Por exemplo, se a carga estiver mais próxima do fulcro e o esforço mais longe, apenas um esforço relativamente pequeno será necessário para movimentar uma grande carga por uma curta distância. Isso é chamado de vantagem mecânica. Se, por outro lado, a carga estiver mais longe do fulcro e o esforço for aplicado mais perto do fulcro, um esforço relativamente grande será necessário para mover uma pequena carga (porém em velocidade maior). Isso é chamado de desvantagem mecânica. Compare mastigar algo duro (a carga) com os dentes da frente e com os dentes de trás da boca. É muito mais fácil quebrar o alimento duro com os dentes de trás porque estão mais próximos do fulcro (a mandíbula ou articulação temporomandibular) do que os dentes da frente. Mais um exemplo: estique um clipe de papel. Agora, com uma tesoura tente cortar o clipe com a ponta da tesoura (desvantagem mecânica) e depois perto do ponto pivô da tesoura (vantagem mecânica). Classificação das Alavancas: Alavancas de primeira classe: Posição do fulcro: Entre o esforço e a carga; Ex.: Tesoura e gangorra. Pode produzir vantagem e desvantagem mecânica. A depender da proximidade da carga ao fulcro. Exemplo no corpo: Cabeça repousando sobre a coluna vertebral. Quando a cabeça é elevada, a contração dos músculos posteriores do pescoço fornece o esforço(E), a articulação entre o atlas e o occipital (articulação atlantoccipital) forma o fulcro e o peso da porção anterior do crânio é a carga. Alavancas de Segunda Classe: Posição da carga: Entre o fulcro e o esforço. Ex.: carrinho de mão. Sempre produzem vantagem mecânica, pois a carga está sempre mais próxima do fulcro que o esforço. Proporciona menos velocidade, menos amplitude e mais força (alavanca que produz mais força). Incomum no corpo: Ficar na ponta dos pés - fulcro é a parte anterior do pé, o peso do corpo é a carga e o esforço é a contração dos músculos da sura, que levanta o calcanhar. Alavancas de terceira classe: Posição do esforço: Entre o fulcro e a carga. Ex.: pinça de sobrancelha. Essas alavancas operam como um fórceps e são as alavancas mais comuns no corpo. Sempre produzem uma desvantagem mecânica porque o esforço está sempre mais próximo do fulcro do que a carga. Favorece a velocidade e a amplitude de movimento em lugar da força. A articulação do cotovelo, o músculo bíceps braquial e os ossos do braço e antebraço são um exemplo de alavanca de terceira classe. NATÁLIA INGRID - MEDICINA Sistema Muscular Na flexão do antebraço no cotovelo, a articulação do cotovelo é o fulcro , a contração do músculo bíceps braquial fornece o esforço (E) e o peso da mão e do antebraço é a carga. EFEITO DA ORGANIZAÇÃO EM FASCÍCULOS As fibras (células) musculares esqueléticas em um músculo são organizadas em feixes conhecidos como fascículos. Em um fascículo, todas as fibras musculares são paralelas umas com as outras. Podem formar um dos cinco padrões com relação aos tendões: Paralelo; Fusiforme (em forma de espiral, estreito no sentido às extremidades e largo no meio); Circular; Triangular; Penado; A organização fascicular afeta a potência do músculo e a amplitude de movimento. Quanto mais longas forem as fibras em um músculo, maior a amplitude de movimento que conseguem produzir. Quanto mais fibras por unidade de área transversal um músculo apresenta, mais potência pode produzir. Músculos penados, por exemplo, apresentam uma grande quantidade de fascículos de fibras curtas distribuídos em seus tendões, conferindo mais potência a eles, porém uma amplitude de movimento menor. Em contraste, músculos paralelos apresentam comparativamente menos fascículos, porém revelam fibras longas que se estendem pelo comprimento do músculo, logo apresentam uma amplitude de movimento maior, porém menos potência. COORDENAÇÃO ENTRE OS MÚSCULOS Muitas vezes, os movimentos são resultado da ação conjunta de vários músculos esqueléticos. A maior parte dos músculos esqueléticos está distribuída em pares opostos (antagonistas) nas articulações – isto é, flexores-extensores, adutores-abdutores e assim por diante. Nos pares opostos, um músculo, chamado de agonista, contrai para causar uma ação enquanto o outro músculo, o antagonista, se alonga e cede aos efeitos do agonista. No processo de flexão do antebraço no cotovelo, por exemplo, o M. bíceps braquial é o agonista e o M. tríceps braquial é o antagonista. Com um par de músculos opostos, as funções do agonista e antagonista podem se inverter para movimentos diferentes. Por exemplo, ao estender o antebraço no cotovelo contra resistência o músculo tríceps braquial se torna o agonista e, o músculo bíceps braquial, o antagonista. Se um agonista e seu antagonista se contraem ao mesmo tempo com força igual, não há movimento. Classificação dos músculos quanto ao formato: Os músculos planos: NATÁLIA INGRID - MEDICINA Sistema Muscular Têm fibras paralelas, frequentemente com uma aponeurose — por exemplo, M. oblíquo externo do abdome (músculo plano largo). O M. sartório é um músculo plano estreito com fibras paralelas Os músculos peniformes: São semelhantes a penas na organização de seus fascículos, e podem ser semipeniformes, peniformes ou multipeniformes — por exemplo, M. extensor longo dos dedos (semipeniforme), M. reto femoral (peniforme) e M. deltoide (multipeniforme). Os músculos fusiformes: Têm formato de fuso com um ou mais ventres redondos e espessos, de extremidades afiladas — por exemplo, M. bíceps braquial. Os músculos triangulares (convergentes): Originam-se em uma área larga e convergem para formar um único tendão — por exemplo, M. peitoral maior. Os músculos quadrados: Têm quatro lados iguais — por exemplo, M. reto do abdome entre suas intersecções tendíneas Os músculos circulares ou esfincterianos: Circundam uma abertura ou orifício do corpo, fechando-os quando se contraem — por exemplo, M. orbicular dos olhos (fecha as pálpebras). Os músculos que têm múltiplas cabeças ou múltiplos ventres: Têm mais de uma cabeça de inserção ou mais de um ventre contrátil, respectivamente. Os músculos bíceps têm duas cabeças de inserção (p. ex., M. bíceps braquial), os músculos tríceps têm três cabeças de inserção (p. ex., M. tríceps braquial) e os Mm. digástrico e gastrocnêmio têm dois ventres (no primeiro, a organização é em série; no segundo, em paralelo). Classificação quanto ao número de origens (número de tendões de origem): Uníceps: Uma origem. Bíceps: Duas origens Tríceps: Três origens. Quadríceps: Quatro origens.
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