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1 Mayra Alencar @maydicina | IMAGEM | P4 – UC10 | MEDICINA UNIT AL DIVERTICULITE X DIVERTICULOSE • A diverticulite é o resultado da obstrução do colo do divertículo, com subsequente acúmulo de secreção, proliferação bacteriana, distensão, isquemia, inflamação e microperfuração. • Esse quadro de eventos leva à formação de abscessos, mais frequentemente de localização extramural, os quais podem evoluir com aderências e/ou peritonite. • Os divertículo pode ser verdadeiro (quando engloba a protusão das 3 camadas) ou falso – divertículo de pressão – que é apenas uma projeção da mucosa. Os divertículos falsos se aproveitam no ponto de inserção da artéria (ponto de fraqueza) para se projetar. ACHADOS DE IMAGEM – TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA • Espessamento parietal simétrico do segmento comprometido, identificando-se divertículos de permeio. • Densificação da gordura pericolônica (pela reação inflamatória no tecido adjacente). • Ingurgitamento de vasos mesentéricos. • Pequena quantidade de líquido adjacente. Avaliação Patológica do Intestino Grosso • A presença de vários divertículos é chamada de diverticulose. É frequente em pessoas acima de 60 anos. • Caso algum dos divertículos inflame ou infeccione, o quadro é chamado de diverticulite. • O local mais comum é o colo sigmoide. Divertículos são pequenas saculações de mucosa e submucosa que se projetam através da camada muscular da parede da alça, entre a tênia coli e o mesentério, no ponto de penetração do vaso sanguíneo, razão pela qual têm propensão ao sangramento. Divertículos no cólon sigmoide. Espessamento parietal focal do sigmoide, com divertículo (seta em B) associada a densificação do mesossigmoide adjacente. Diagnóstico diferencial Adenocarcinoma de cólon: costuma apresentar espessamento parietal excêntrico, irregular, mais acentuado e menos extenso que na diverticulite. 2 Mayra Alencar @maydicina | IMAGEM | P4 – UC10 | MEDICINA UNIT AL • Existem 2 tipos de contraste em TC para alças intestinais, o positivo e o negativo. Positivo: iodo → é o caso da imagem acima. Negativo: água. • Na diverticulite, a gordura pericolônica (ao redor do colo) apresenta sinais inflamatórios, então ao invés de ficar preto ao redor do divertículo, fica denso (+ branco). Diverticulite demonstrada por tomografia computadorizada (TC). A parede do cólon sigmoide apresenta espessamento (seta grande). É possível observar ar junto a um divertículo (seta curva). A intensificação estriada do tecido adiposo pericólico (seta horizontal) é causada pela inflamação. BOLHA DE AR DIVERTÍCULO DIFERENCIAR BOLHA GASOSA E DIVERTÍCULO: • Quando o paciente se deita, o ar sobe e fica na porção anterior. • O divertículo ultrapassa a margem da alça. 3 Mayra Alencar @maydicina | IMAGEM | P4 – UC10 | MEDICINA UNIT AL • EXAMES DE IMAGEM DE AVALIAÇÃO DO DIVERTÍCULO: pode-se utilizar a colonoscopia, mas quando se fala em DIVERTICULITE o melhor exame de imagem é a TC. USG: não consegue ver na maioria da vezes, e o diagnóstico de diverticulite não é dado pela USG, então não é tão indicado. 4 Mayra Alencar @maydicina | IMAGEM | P4 – UC10 | MEDICINA UNIT AL RM: geralmente não dá o diagnostico porque ela faz um corte mais espessado então não consegue acompanhar tão bem. TC: é essencial nesse caso. Não necessariamente precisa do contraste retal, até a TC sem contraste é capaz de diagnosticar. Às vezes o contraste venoso é bem vindo para avaliar se existe alguma neoplasia associada. ENEMA OPACO: até consegue ver os divertículos, mas quando ele está ocluído (em diverticulite), é difícil de ver. Portanto, consegue ver diverticulose mas falha em ver a diverticulite. Ressonância magnética pélvica do divertículo retal. Imagem de ressonância magnética pélvica. A: evidenciando espessamento mural da bexiga (cabeça de seta branca) e o cólon sigmoide (setas brancas), intimamente relacionados; B: cólon sigmoide apresenta múltiplas divertículos (cabeças de seta pretas). Enema opaco com duplo contraste evidencia múltiplos divertículos esparsos nos cólon transverso, esquerdo e sigmoide. RELEMBRANDO ENEMA OPACO: • É um exame de raio x feito com duplo contraste (ar – e bário +). O contraste de bário é introduzido via retal, assim como o ar. • Exige um jejum de 12hrs. • Estuda a permeabilidade, calibre, contornos e relevo mucoso intestinal. • Na suspeita de fístulas, perfurações do TGI e ulcerações o contraste optado deve ser o iodo, que tem afinidade por camada serosa. • 1º insere bário → raio x → defeca → insere ar → raio x 5 Mayra Alencar @maydicina | IMAGEM | P4 – UC10 | MEDICINA UNIT AL PÓLIPOS • São pequenas protusões da mucosa colônica e do reto para o lúmen, sendo a maioria de potencial maligno baixo. • O termo pólipo inclui diversas lesões, com diferentes padrões histológicos no cólon e reto. CLASSIFICAÇÃO MORFOLÓGICA IMAGEM COLONOSCOPIA ANIMAÇÃO SÉSSIL SUB- PEDICULADO PEDICULADO PLANO – NÃO POLIPOIDE • A lesão mais comum é a séssil e a com maior risco de neoplasia invasiva é a não polipoide. • Praticamente todos os CCR esporádicos surgem a partir de lesões polipoides (80% pólipos adenomatosos, 15% lesões serrilhadas e hiperplásicas). • Pontos que indicam risco de transformação maligna: Quanto maior o componente viloso, maior o risco; Quanto maior o tamanho do pólipo, maior a chance. O risco se eleva principalmente em pólipos superiores a 10mm. Quanto maior o grau de displasia. Localização proximal. 6 Mayra Alencar @maydicina | IMAGEM | P4 – UC10 | MEDICINA UNIT AL ACHADOS DE IMAGEM – ENEMA OPACO • Defeito de preenchimento radiolucente e anel de contraste (bário) na base dos pólipos sésseis. • Pedículo regular nos pólipos pediculados. • Maior lobulação dos contornos ou contornos irregulares da cabeça nos adenomas tubulovilosos e vilosos. Depósitos irregulares de meio contraste podem ser vistos em lesões maiores. • Lesões em tapete: plana, lobulada, localizada ou difusa, com pousa protusão para a luz colônica. • No cólon temos fezes e conteúdo que pode prejudicar a visualização nos exames de imagem, por isso esses exames exigem um preparo intestinal para serem feitos. Enema Opaco: Adenomatose Polipoide Familias (FAP). Inúmeros pólipos sésseis distribuídos pelo reto e cólon. Pólipos são caracterizados por uma falha de enchimento radiolucente, com depósitos anelares de contraste na periferia. A: pólipo pediculado; B: pólipo séssil; C: pólipo pediculado com cabeça lobulada e pedículo longo (Adenoma tubulovilosos com displasia de alto grau confirmado por avaliação histológica). 7 Mayra Alencar @maydicina | IMAGEM | P4 – UC10 | MEDICINA UNIT AL ACHADOS DE IMAGEM – COLONOSCOPIA • Existem dois tipos de colonoscopia. COLONOSCOPIA ÓTICA: é inserida uma câmera via retal que percorre todo o intestino. É o melhor dos métodos para avaliação de pólipos. Pode até aspirar a secreção para visualizar melhor. COLONOSCOPIA VIRTUAL OU COLONOGRAFIA POR TC: é feita por meio de TC usando um software que reconstruí em 3D o intestino, que é distendido com ar. • Um exame não substitui o outro, mas eles podem se complementar. VANTAGENS DESVANTAGENS COLONOSCOPIA ÓTICA • É mais acessível que a outra; • Serve como rastreamento e também como tratamento; • Avalia, retira a lesão e coleta material para biópsia • É considerado preventivo. • É bastante invasiva; • Pode ter algumas complicações; • Em caso de oclusão do lúmen, não tem como continuar com o aparelho; COLONOSCOPIA VIRTUAL (POR TC) • Não é invasiva; • Não precisa de sedação; • Não possui complicações; • Consegue investigar todo o intestinomesmo que haja lesão ocluindo o lúmen • É bastante cara e menos acessível; • Não retira nem colhe material para biópsia; Pólipo pediculado no sigmoide. Visão endoluminal de colonografia por TC (A) evidencia imagem polipoide pediculada (seta em A), distinguindo-se a região da cabeça (1 O mm) e o pedículo longo. A correlação com colonoscopia endoscópica (B) confirmou a presença da lesão (seta em B), que foi ressecada e apresentou padrão histológico de adenoma tubular com displasia de baixo grau. Próximo ao pólipo pode ser observado um óstio diverticular (setas pequenas em A e B). Adenoma tubuloviloso de 2,5 em no sigmoide. Colonografia por TC com imagens endoluminal 3D (A) e axial 20 (B) evidencia lesão polipoide subpediculada, com densidade de partes moles na visão 20 (seta). 8 Mayra Alencar @maydicina | IMAGEM | P4 – UC10 | MEDICINA UNIT AL ADENOCARCINOMA/CARCINOMA COLORRETAL (CCR) Adenoma tubuloviloso plano no cólon direito. Visão endoluminal de colonografia por TC (A) evidencia lesão plana e lobulada no cólon direito, junto a uma prega, medindo 12 x 3 mm (extensão lateral x altura) (seta). A correlação com a imagem axial 2D (B) novamente evidencia a morfologia plana da lesão (seta). A e B, Pólipo pediculado no cólon esquerdo. Visão endoluminal de colonografia por TC (A) evidencia imagem polipoide pediculada (seta em A), distinguindo- se a região da cabeça (15 mm) e o pedículo longo. A correlação com colonoscopia endoscópica confirmou a presença da lesão (seta em B), que foi ressecada e apresentou padrão histológico de adenoma viloso com foco de adenocarcinoma in situ no ápice da lesão. RASTREAMENTO DE CCR • Os pólipos podem ser considerados lesões pré- malignas, portanto, ao retirar um pólipo pela colonoscopia, está fazendo a PREVENÇÃO do CCR. Nesse caso específico a prevenção é real, porém em caso de câncer de mama e próstata por exemplo não existe rastreamento de prevenção, apenas de acompanhamento. Adenocarcinoma de cólon. Colonografia por TC evidencia lesão estenosante segmentar e irregular no cólon transverso proximal, na imagem de reformatação da moldura colônica (A) e visão endoluminal (B). Adenocarcinoma no cólon esquerdo. Visão endoluminal de colonografia por TC (A) evidencia grande lesão vegetante e lobulada, de 35 mm, no cólon esquerdo (seta). A correlação com colonoscopia endoscópica (B) confirmou o achado. 9 Mayra Alencar @maydicina | IMAGEM | P4 – UC10 | MEDICINA UNIT AL Adenocarcinoma de sigmoide. Colonografia por TC com imagens 30 da moldura colônica (A), 30 endoluminal (B) e 2D coronal (C) revela lesão irregular e estenosante no sigmoide (setas). Adenocarcinoma de cólon direito. Colonografia por TC com imagens 30 endoluminal (A) e 20 axial (B) evidencia grande lesão vegetante e ulcerada no cólon direito. Há sinais de extensão transmural caracterizada por densificação do plano adiposo pericolônico (seta em B). SINAL DA MAÇÃ MORDIDA • Quando há uma estenose do colo e mostra no exame de imagem é sinal de adenocarcinoma, porque o tumor comprime a luz do intestino. • Pede uma colonoscopia para observar a lesão e coletar para a biópsia, também o estadiamento a distância para observar existência de metástases. Adenocarcinoma de cólon. Enema opaco com duplo contraste evidencia lesão estenosante segmentar (anelar) e irregular no ângulo hepático (seta). 10 Mayra Alencar @maydicina | IMAGEM | P4 – UC10 | MEDICINA UNIT AL EXAMES PARA ESTADIAMENTO DE CCR • Pela colonoscopia não consegue visualizar se a lesão é profunda, se invade órgãos ou estruturas adjacentes ou se metastiza. Pode ser solicitada uma TC para observar a questão das metástases. No caso do reto, geralmente uma RM irá mostrar todos os detalhes de gordura, fáscia e linfonodo mesorretais acometidos. • Há dois tipos de estadiamento: local e a distância. LOCAL: quando pega o tumor no local dele e avalia tamanho, o que está invadindo (mucosa, submucosa, muscular, peritônio, outros órgãos adjacentes). À DISTÂNCIA: quando tem um tumor por exemplo no cólon e quer ver se ele deu metástase em outras regiões. Pode fazer tomografia para estadiamento a distância. • Várias modalidades de imagem são usadas para o estadiamento do CCR: TCMD, RM e ultrassonografia endoscópica (USE). • De forma geral, a RM é mais precisa para estadiamento local retal do que a TC. Já os colos transverso, ascendente e descendente não é necessário RM. O principal sítio de metástase a distância do CCR é o fígado. Na suspeita, pede uma TC abdome total para avaliar. Pode ser pedido também exames de cintilografia para avaliar ossos, Adenocarcinoma de reto. TC com contraste IV e VR, imagem axial (A) e reformatação sagital (B) evidencia lesão estenosante no reto. Há sinais de extensão transmural (seta em A e B) caracterizada por densificação da gordura perirretal. Estadiamento locorregional de adenocarcinoma de reto. TC com contraste IV evidencia linfonodomegalias perirretais (seta), secundárias a um adenocarcinoma retal. Metástases hepáticas de adenocarcinoma de sigmoide. TC com contraste IV evidencia múltiplos nódulos sólidos hipovascularizados esparsos pelo fígado, com características secundárias. 11 Mayra Alencar @maydicina | IMAGEM | P4 – UC10 | MEDICINA UNIT AL • Talvez a maior vantagem da RM neste cenário seja a habilidade de visualizar a fáscia mesorretal e de avaliar o grau de extensão transmural na gordura perirretal e o comprometimento ou não da fáscia mesorretal, o que pode definir a conduta cirúrgica (realização de excisão mesorretal total) e a necessidade de terapia neoadjuvante (químio e radioterapia). O uso de um nível de corte de 5 mm, bem como formato arredondado e sinal heterogêneo (na RM de alta resolução), aumenta a sensibilidade na detecção do comprometimento neoplásico linfonodal. Adenocarcinoma de reto. RM de alta resolução, sequência FSE T2. Imagem sagital (A) mostra lesão estenosante no reto baixo (seta). Imagem no plano axial na extremidade proximal da lesão (B) evidencia sinais de extensão transmural pela serosa até a gordura perirretal (seta). Neste nível a fáscia mesorretal está livre (seta pequena). Em um nível mais caudal (C) caracterizam-se extensão do tumor até a fáscia mesorretal (seta) e linfonodo regional aumentado e com sinal heterogêneo (seta pequena), compatível com comprometimento neoplásico. Metástase linfonodal de adenocarcinoma de reto. PET/CT com imagens axiais tomográficas (A) e com fusão da captação cintilográfica de FDG (B) evidencia pequeno linfonodo periaórtico esquerdo de 1 em (seta em A), com comprometimento neoplásico secundário por carcinoma de reto, caracterizado pela intensa captação de FDG (seta em B). Lesão neoplásica no reto. Espessamento parietal focal, semicircular. TC para visualizar se ela invade os órgãos adjacentes ou se tem alguma metástase (linfonodomegalia, metástase no fígado). A TC não é o melhor exame, a RM consegue trazer mais detalhes 12 Mayra Alencar @maydicina | IMAGEM | P4 – UC10 | MEDICINA UNIT AL RESUMINDO ACHADOS DE IMAGEM ENEMA OPACO COLONO POR TC PÓLIPOS • Defeito de preenchimento radiolúcido e anel de contraste (bário) na base dos pólipos sésseis. • Pedículo regular nos pólipos pediculados. • Maior lobulação dos contornos ou contornos irregulares da cabeça nos adenomas vilosos e TV. • Depósitos irregulares de contraste em lesões maiores. • Lesão em tapete: plana, lobulada, localizada ou difusa, com pouca protusão para a luz colônica. • Morfologia séssil, plana ou pediculada. • Atenuação das partes moles. • Lobulação dos contornos em lesões tubulovilosas e vilosas. • Sensibilidade para adenomas: 90% (10mm) e 80 (6mm). CCR LESÕES PRECOCES • Defeito depreenchimento radiolúcido e anel de contraste (bário) na base dos pólipos sésseis • Pedículo regular nos pólipos pediculados • Maior lobulação dos contornos ou contornos irregulares da cabeça nos adenomas vilosos e TV. • Depósitos irregulares de contraste em lesões maiores • Lesão em tapete: plana, lobulada, localizada ou difusa, com pouca protrusão para a luz colônica LESÕES AVANÇADAS • Lesão anular ou semianular • Estenose da luz • Irregularidade dos contornos • Ulcerações com depósito de bário LESÕES PRECOCES • Morfologia séssil, plana ou pediculada • Atenuação das partes moles • Lobulação dos contornos em lesões tubulovilosas e vilosas LESÕES AVANÇADAS • Massas vegetantes, anulares ou semianulares, com contornos irregulares • Atenuação das partes moles • Estenose da luz • Extensão extramural: densificação dos planos adiposos pericolônicos, linfonodomegalias mesentéricas locorregionais, metástases hepáticas. RM PARA RETO • Extensão ao mesorreto, fáscia mesorretal e linfonodopatia perirretal • Sensibilidade de 65-86% na diferenciação entre T2 e T3 Linfonodo satélite indicado pela seta verde em uma RM para estadiamento de câncer do reto.
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