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(antidiarreicos) Introdução ❖ Existem várias causas para diarreia (infecção, toxinas, ansiedade, doenças subjacentes, efeito adverso de medicamentos, tais como antibióticos, antineoplásicos, estatinas, AINES, ISRS); ❖ Diarreia: eliminação do bolo fecal numa consistência semissólida a líquida, com aumento da motilidade gastrintestinal, diminuição da absorção de líquidos e perda de água e eletrólitos (Na+); ❖ As toxinas da cólera e algumas outras toxinas bacterianas produzem profundo aumento de secreção de eletrólitos e de líquido por ativação irreversível das proteínas G que acoplam os receptores de superfície das células da mucosa à adenilil ciclase; Abordagem ao tratamento da diarreia aguda ❖ Manutenção do equilíbrio hidroeletrolítico > reidratação oral > preparações de cloreto de sódio e glicose; ❖ Uso de anti-infecciosos > As bactérias mais comuns encontradas por viajantes incluem Escherichia coli, Salmonella e Shigella, bem como protozoários, como Giardia e Cryptosporidium spp. O tratamento farmacológico pode ser necessário para essas e outras infecções mais graves; ❖ Uso de espasmolíticos ou outros antidiarreicos, quando: • Diarreia leve a moderada; • Diarreia crônica > síndrome do intestino irritado e/ou doença inflamatória intestinal. • Diarreia sanguinolenta, febre alta ou toxicidade sistêmica > não usar. ✓ Pode indicar infecção e utilização de um antidiarreico iria proporcionar um meio de cultura para o agente tóxico ao impedir sua eliminação. Diarreia do viajante ❖ Milhões de pessoas atravessam fronteiras internacionais a cada ano. Muitas viajam sem intercorrências, mas muitas voltam com sintomas GI como a diarreia, tendo encontrado E. coli produtora de enterotoxina (a causa mais comum) ou outros microrganismos. A maioria das infecções é leve e autolimitada, exigindo apenas reposição oral de líquido e sal e em alguns casos é indicado o tratamento farmacológico. Fármacos utilizados ❖ Agonistas opióides; ❖ Compostos de bismuto coloidal; ❖ Resinas de ligação dos sais biliares; ❖ Antiespasmódicos (anticolinérgicos); ❖ Antagonistas 5-HT3; ❖ Adsorventes; ❖ Probióticos. Agonistas opioides ❖ Os agonistas opióides produzem analgesia através de sua ligação a receptores específicos acoplados à proteína G, que se localizam no cérebro e em regiões da medula espinhal envolvidas na transmissão e na modulação da dor; ❖ Os receptores opióides estão acoplados à proteína G e afetam a regulação iônica, o processamento de Ca++ intracelular e a fosforilação de proteínas. Os opióides exercem duas ações acopladas às proteínas G: (1) fecham os canais de Ca++ nas terminações pré-sinápticas, reduzindo a liberação de NT, e (2) hiperpolarizam e, assim, inibem um neurônio pós-sináptico através da abertura dos canais de K+ > Agem por inibição dos nervos colinérgicos pré-sinápticos nos plexos submucoso e mioentérico (SNE), aumentando o tempo de trânsito colônico e a absorção da água fecal.; ❖ Aumenta o tônus e as contrações rítmicas do intestino, mas diminui a atividade propulsora. Os esfíncteres pilórico, ileocólico e anal ficam contraídos, e o tônus do intestino grosso aumenta acentuadamente. Seu efeito global é constipante.; ❖ Os principais são codeína, difenoxilato (Lomotil) e loperamida (Imosec); ❖ Efeitos adversos: constipação, cólicas, sonolência e tonturas. Pode ocorrer também a perda completa da motilidade intestinal (íleo paralítico); ❖ Contra-indicações: crianças com menos de 4 anos.; ❖ Uso clínico: Loperamida (diarreia ocasionada por ansiedade, diarreia do viajante). Compostos de bismuto coloidal ❖ Subsalicilato de bismuto diminuição das frequências de evacuações líquidas, devido à inibição da secreção intestinal de prostaglandinas e de cloreto pelo salicilato. Exerce efeitos antimicrobianos diretos e liga-se as enterotoxinas (diarreia do viajante). Resinas de ligação dos sais biliares ❖ Colestiramina age diminuindo a diarreia causada por excesso de ácidos biliares fecais > o acúmulo de sais biliares no lúmem causa um meio hiperósmotico que puxa água, as resinas se ligam a esses sais, sequestrando-os e impedindo essa passagem de água para o lúmem; ❖ Doença de Crohn – má absorção de sais biliares, podendo causar diarreia secretora colônica Ocreotida ❖ Análogo sintético da somatostatina; ❖ Uso clínico: Tumores gastrintestinais provocam diarreia secretora. Pode ser usada para inibir a secreção intestinal e age sobre a motilidade intestinal; ❖ Efeitos adversos: Alterações gastrintestinais (náuseas, dor abdominal, flatulência), esteatorreia, altera o equilíbrio de insulina, glucagon, GH, hiperglicemia, hipotireoidismo, bradicardia. Antiespasmódicos (anticolinérgicos) ❖ Atropina, hioscina, hiosciamina, diciclomina > inibem receptores colinérgicos no plexo entérico e no músculo liso; ❖ Raramente utilizados por apresentar efeitos antimuscarínicos, como, boca seca, constipação, retenção urinária, distúrbios visuais. Antagonista 5-HT3 ❖ Alossetrona > usada no tratamento da SII que apresentam dor abdominal, cólicas e diarreia, bloqueando estes receptores e inibindo a motilidade colônica e aumento o tempo de trânsito colônico; ❖ Pelo alto índice de constipação (30 % dos pacientes com diarreia SII) e casos de colite isquêmica (alguns fatais) > uso restrito à pacientes que não respondem ao tratamento convencional. Adsorventes ❖ As principais preparações usadas contêm caolim, pectina, greda, carvão, metilcelulose e atapulgita ativada (silicato de alumínio e magnésio). Sugere-se que esses agentes possam atuar adsorvendo microrganismos ou toxinas, alterando a flora intestinal ou revestindo e protegendo a mucosa intestinal, mas não há evidências sólidas sobre isso. Por vezes, o caolim é dado misturado com a morfina; Probióticos ❖ Usados no auxílio da digestão e absorção de alimentos, na restauração das células de revestimento do intestino, na resposta imune, na produção de algumas vitaminas e constitui uma potente linha de defesa contra agentes invasores; ❖ Enterogermina > suspensão probiótica aquosa constituída por esporos de bacilos (Bacillus clausii), um microrganismo habitante do intestino sem poder patogênico, que contribui para o equilíbrio da flora intestinal; ❖ Floratil > auxiliar na restauração da flora intestinal (Saccharomyces boulardii) e também como auxiliar no tratamento de diarreias de diferentes causas. Síndrome do intestino irritável ❖ É um distúrbio na motilidade intestinal não associado a alterações estruturais ou bioquímicas e que se caracteriza por episódios de desconforto abdominal, dor, diarreia e obstipação (prisão de ventre) presentes pelo menos durante 12 semanas, consecutivas ou não; ❖ Causas: • Motilidade anormal do intestino delgado durante o jejum, contrações exageradas depois da ingestão de alimentos gordurosos ou em resposta ao estresse; • Hipersensibilidade dos receptores nervosos da parede intestinal à falta de oxigênio, distensão, conteúdo fecal, infecção e às alterações psicológicas; • Níveis elevados de neurotransmissores (como a serotonina, por exemplo) no sangue e no intestino grosso; • Infecções e processos inflamatórios; • Depressão e ansiedade. ❖ Tratamento • Tratamento farmacológico para aliviar dor, desconforto abdominal e alterações na função intestinal. • Loperamida (evacuações frequentes). Ana Lourdes T30 https://drauziovarella.uol.com.br/corpo-humano/intestino-delgado/ https://drauziovarella.uol.com.br/corpo-humano/intestino-grosso/ https://drauziovarella.uol.com.br/corpo-humano/intestino-grosso/
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