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Caderno de Anatomia - Parte 2 (1)

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ISABELA CORNELIO DE FREITAS RODRIGUES 
MEDICINA – PUC MINAS 
 
 
o A parede lateral apresenta projeções voltadas para dentro da cavidade, estas são chamadas 
conchas nasais. Na imagem, é possível visualizar 2 pares de conchas nasais, a inferior que fica 
próxima à maxila e a média que está próxima ao osso nasal. Ainda existe um terceiro tipo de 
concha nasal, denominado de concha nasal superior, que é menor e está deslocado mais 
posteriormente e nesta figura não é possível identificá-lo. 
 
DICA PARA AULA PRÁTICA: Quando você ver a parte irregular da cavidade nasal, o que está 
sendo estudado é a parede lateral da cavidade. Quando você ver a parte plana/reta da cavidade 
nasal, está estudando a parte medial da cavidade nasal. 
 
o Osso etmoide: é um osso do crânio que está presente tanto no nariz quanto na órbita. 
 
 
 
▪ Labirinto é a parte que fica dentro da órbita e ela é toda irregular. Ele tem uma parede 
lateral e uma parede medial e é esta que delimita a cavidade nasal. Então, a parede 
medial do labirinto emite para dentro da cavidade nasal 2 projeções: da concha nasal 
superior e da média. A concha nasal inferior não é projeção do osso etmoide. 
▪ Os dois labirintos são unidos por uma lâmina de onde sai duas projeções, uma para 
dentro do crânio e outra para dentro do nariz. Essa projeção é importante e é chamada 
lâmina perpendicular do etmoide, que é um dos ossos do septo nasal. 
▪ A parede medial da cavidade nasal é o septo. 
 
o Mucosa nasal: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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▪ Na imagem, foi feito um corte sagital no nariz. Assim, visualiza-se na primeira imagem a 
parede lateral do nariz, pois é possível ver as elevações - conchas nasais - e na segunda 
imagem, percebe-se a parede medial, uma vez que ela é mais plana e não apresenta 
conchas nasais. 
▪ Toda a região é a cavidade nasal. Essa cavidade tem um assoalho, um teto, um limite 
anterior e um posterior. 
♦ Limite anterior: Narina 
♦ Limite superior: Osso etmoide 
♦ Limite inferior: Palato 
♦ Limite posterior: Coana 
▪ A coana marca a transição de cavidade nasal para faringe. 
 
DICA: Para encontrar a coana, deve-se seguir as conchas nasais. A região onde termina 
as conchas nasais é a coana. 
 
▪ A mucosa nasal é toda a região membranosa rosada na figura, que está recobrindo todo 
o interior da cavidade nasal. Ela tem a função de aquecer e umedecer o ar e isso é muito 
importante para ocorrer a hematose no pulmão. Isso ocorre, pois abaixo da mucosa 
nasal tem-se um conjuntivo muito vascularizado, assim, vai ter muita troca de calor e 
aquecer o ar. 
▪ A área azul representada nas duas paredes representa uma região em que não tem o 
epitélio respiratório com células colunares, ciliadas e com células caliciformes entre elas. 
Nessa região tem-se o epitélio nervoso, pois tem células especializadas em captar odores 
e estas são neurônios que vão conduzir esses estímulos olfatórios para dentro da 
cavidade craniana. 
▪ E a lâmina que faz parte do osso etmoide é chamada de lâmina crivosa ou cribeforme do 
osso etmoide e ela possui pequenas perfurações que permitem a passagem do nervo 
olfatório em direção ao cérebro, onde o estímulo nervoso será interpretado. 
o Parede lateral: 
 
 
 
▪ Pode-se identificar como parede lateral, pois ela tem o contorno irregular. E essa 
irregularidade é em decorrência das projeções ósseas em direção a cavidade. 
▪ Tem-se 3 projeções ósseas: concha nasal superior, concha nasal média e concha nasal 
inferior. Entre as conchas nasais tem-se espaços e eles são chamados de meatos – meato 
nasal superior, meato nasal médio e meato nasal inferior. 
 
 
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▪ A função das conchas é aumentar a superfície de contato entre a mucosa nasal e o ar. 
Consequentemente, maior será o condicionamento do ar para que ocorra a hematose no 
pulmão. 
▪ Na figura, pode-se observar o palato duro e o palato mole. Na ponta do palato mole, pode-se 
notar a úvula que é a extremidade cônica do palato mole. 
▪ Na figura sem mucosa (segunda imagem), pode-se ver a concha nasal média e a concha nasal 
superior em lilás e a concha nasal inferior está em coloração creme. Os meatos são os 
espaços entre as conchas. 
o Parede medial: 
 
 
▪ A parede medial é plana e forma o septo nasal. 
▪ Ela também é recoberta pela mucosa nasal. 
▪ Na segunda imagem foi retirada a mucosa para a identificação do septo nasal. A parte 
anterior, em azul, é a cartilagem do septo nasal e a parte posterior (lilás e verde) é a parte 
óssea. O osso em verde é o vômer e em lilás é a lâmina perpendicular do etmoide. 
▪ Alguns ossos do crânio, que estão em torno do nariz, apresentam cavidades dentro deles. E 
estas são projeções da cavidade nasal em direção a esses ossos, ou seja, é como se a 
cavidade nasal continuasse dentro desses ossos. Essas cavidades em torno do nariz são 
chamadas de seios paranasais. 
o Seios paranasais: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
▪ Tanto no osso frontal quanto no osso esfenoide encontra-se uma cavidade. E como essas 
cavidades são projeções da cavidade nasal, elas também são revestidas de mucosa. Então, o 
seio frontal e o seio esfenoidal são cavidades revestidas de mucosa e preenchidas de ar. 
 
 
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Esses seios, como têm mucosa, liberam muco e esse muco não pode ficar armazenado nas 
cavidades, pois como o muco é um potente meio de cultura uma inflamação da mucosa será 
causada, o que normalmente é chamado de sinusite. 
▪ O muco presente nas cavidades, normalmente, ele é drenado e lançado dentro da cavidade 
nasal e isso ocorre por meio dos meatos. No seio frontal tem um canal que chega no meato 
médio, assim o muco do seio frontal é drenado através do meato nasal médio - por uma 
abertura do meato, que é chamada de hiato semilunar. 
▪ O espaço entre a concha nasal superior e o osso esfenoide é conhecido como recesso 
esfenoetnoidal. Então, o seio esfenoidal drena para o recesso esfenoetnoidal. 
▪ Corte frontal: 
 
 
 
 
♦ Na maxila existe um grande seio, conhecido como seio maxilar e ele drena para a 
cavidade nasal, para o meato nasal médio. O seio etmoidal e o seio maxilar é 
possível visualizar em corte frontal, enquanto o seio frontal e o seio esfenoidal é 
visualizado em corte sagital. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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▪ Diferença da drenagem dos seios paranasais: 
♦ O seio frontal drena para o meato nasal médio, na região do hiato 
semilunar. 
♦ As células etmoidais anteriores também drenam para o meato nasal médio 
e as posteriores drenam para meato nasal superior. 
♦ O seio esfenoidal drena para o recesso esfenoetmoidal; e no meato nasal 
inferior, tem-se uma abertura que é a chegada de um canal o qual vem do 
olho e abre no nariz, chamado de ducto lacrimo nasal. Ele vai levar a 
lágrima, que é produzida na glândula lacrimal, até o nariz. Por isso o ar é 
umedecido, devido à presença dessa lágrima que é drenada para o meato 
nasal inferior através do ducto lacrimo nasal. 
 
Atenção: A função dos meatos é drenar os seios paranasais! 
 
 
▪ Quando estamos resfriados ou com processo alérgico a mucosa nasal fica edemaciada e 
quando isso ocorre ela obstrui as aberturas dos seios paranasais. Isso leva a um acúmulo de 
muco dentro dos seios e, em consequência disso, ocorre uma inflamação na mucosa, 
denominada sinusite. 
• Faringe: 
 
 
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o A coana é onde termina a cavidade nasal e começa a faringe. 
o A faringe é um tubo muscular que está localizado anteriora coluna vertebral. E nesse trajeto da 
faringe, ela se relaciona com o nariz, com a cavidade oral e com a laringe. 
o A faringe é dividida em três partes: 
▪ Nasofaringe: é a parte superior e tem relação com a cavidade nasal; 
▪ Orofaringe: é a parte média da faringe e está comunicada com a cavidade oral; 
▪ Laringofaringe: é a parte inferior da faringe e está relacionada com a laringe. 
o Na figura estão em destaque algumas estruturas que são importantes para delimitar as três partes da 
faringe. 
▪ Da coana (parte superior) até a úvula (parte inferior) tem-se a nasofaringe; 
▪ Da úvula (parte superior) até a epiglote (parte inferior) tem-se a orofaringe; 
▪ Da epiglote (parte superior) até a cartilagem cricóide (parte inferior) tem-se a laringofaringe. 
o A faringe não é palpável, pois ela está à frente da coluna vertebral e atrás da cavidade nasal, da oral e 
da laringe. 
o Nasofaringe: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
▪ Está representando as 3 conchas nasais: superior, média e inferior. E no final das conchas nasais é 
a região da coana e o início da nasofaringe. 
▪ Os limites da nasofaringe é coana superiormente e úvula inferiormente. 
 
 
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▪ Na parede posterior da faringe tem-se uma massa de tecido linfoide conhecida como tonsila 
faríngea. Essa massa tem a função de defesa imunológico, pois ela é rica em linfócitos e é a 
primeira barreira imunológica do trato respiratório. Quando essa tonsila inflama, ela incha e é 
chamada de adenoide. Então a adenoide é a inflamação da tonsila faríngea e como ela está 
edemaciada ela obstrui parte da coana, dificultando a passagem de ar. Por isso que, geralmente, 
quem tem adenoide respira de boca aberta. 
▪ Tem uma outra estrutura que é uma abertura, chamada óstio faríngeo da tuba auditiva. Esse 
óstio ele permite a comunicação da nasofaringe com a orelha média, que é uma parte da orelha 
onde existe uma cavidade cheia de ar. E essa comunicação é muito importante, pois ela vai 
manter o equilíbrio da pressão dentro da cavidade timpânica e da pressão atmosférica. 
Normalmente, esse óstio faríngeo está fechado e quando ocorre um aumento de pressão dentro 
da cavidade timpânica ele abre, permitindo a passagem de ar e igualando as duas pressões. 
▪ A tuba auditiva é cartilaginosa e quando ela projeta para dentro da nasofaringe, formando esse 
óstio ela eleva a mucosa da nasofaringe. E essa elevação em torno do óstio faríngeo da tuba 
auditiva é chamado de toros tubal e ela tem duas projeções: uma anterior, que está fixada no 
palato e uma posterior que está fixada na faringe. Então, o toros tubal é formado anteriormente 
pela prega salpingopalatina - que é uma prega da mucosa a qual sai da tuba auditiva e chega no 
palato – e posteriormente pela salpingofaringea – que vai sair da tuba auditiva e chega na 
faringe. Essas pregas protegem o óstio faríngeo da tuba auditiva, evitando contaminações da 
cavidade timpânica com a cavidade nasal e vice-versa. 
▪ O ar entra na cavidade nasal, é filtrado no vestíbulo nasal, aquecido e umedecido na cavidade e aí 
ele passa para a nasofaringe. A tonsila faríngea bloqueia a entrada de microrganismos para o 
restante do trato respiratório, devido à presença dos linfócitos. 
 
 
o Orofaringe: 
 
 
 
 
 
▪ Terminou a nasofaringe na altura da úvula; e da úvula até a epiglote é a região da orofaringe. 
▪ São os limites da orofaringe: úvula superiormente e epiglote inferiormente. 
▪ O ar está descendo, passa pela nasofaringe e alcança a orofaringe. 
▪ Do palato mole saem duas pregas, uma prega posterior e uma anterior; essas pregas são 
arqueadas e chamadas de arco palato glosso – prega muscular que vai do palato até a língua - e o 
arco palato faríngeo - sai do palato e chega na faringe. Esses dois arcos delimitam uma 
depressão que é a fossa tonsilar e dentro dela tem uma tonsila, chamada de tonsila palatina 
 
 
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(AMIGDALA). A amigdalite é a inflamação da tonsila palatina. Então, se é uma tonsila, ela é um 
acúmulo de tecido linfoide, desse modo, é uma outra defesa do trato respiratório. 
▪ Existe um estreitamento da cavidade oral, da passagem da cavidade oral para a orofaringe. Esse 
estreitamento é chamado de istmo orofaríngeo. Ele é limitado pela úvula, pelo arco palato glosso 
e, inferiormente, pelo dorso da língua. 
▪ A orofaringe é a parte que o ar cruza com o alimento, ou seja, é um ponto de encontro das vias 
respiratórias e da via digestória. Então, o ar que vem do nariz, passa pela nasofaringe, pela 
orofaringe e vai entrar na laringe. E o alimento passa da cavidade oral, para a orofaringe e 
continua na laringofaringe. 
o Laringofaringe: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
▪ É a última parte da faringe; ela vai da epiglote até a cartilagem cricóide. 
▪ A comunicação da laringofaringe é feita anteriormente com a cavidade da laringe, através do adito da 
laringe. 
▪ Quando estamos deglutindo, o bolo alimentar vai passando pela cavidade oral e esse bolo alimentar 
levanta a úvula e ela encosta na parede da faringe, não deixando o alimento ir para a cavidade nasal; 
e ao mesmo tempo, esse bolo alimentar empurra a língua para baixo e ela encosta na epiglote, e ela 
desce e fecha o adito da laringe para que o alimento passe da orofaringe e para a laringofaringe. Mas, 
às vezes, acontece da pessoa engasgar ou espirrar líquidos/alimentos; isso ocorre devido ao mal 
fechamento dos espaços de comunicação feitos pela úvula e pela epiglote. E quando o alimento vai 
para a laringe, o reflexo do organismo é a tosse, facilitando a expulsão do alimento que entrou em 
seu interior. 
Atenção: a úvula fecha a nasofaringe e o adito da laringe fecha a laringofaringe. 
DICA: Imagine que a faringe é um corredor muito comprido e que para esse corredor abrem-se várias portas, 
que são as comunicações da faringe. A primeira porta da faringe é a coana, que vai comunicar a nasofaringe 
com a cavidade nasal; a segunda porta é o óstio faríngeo da tuba auditiva que comunica a nasofaringe com a 
orelha média. A outra porta da faringe é o estreitamento, chamado de istmo faríngeo, que comunica a 
nasofaringe com a orofaringe. Só que existe um outro estreitamento, o istmo orofaríngeo, que vai comunicar a 
cavidade oral com a orofaringe. Depois tem-se uma outra porta que é o adito da laringe, o qual comunica a 
laringofaringe com a laringe; e a última porta da faringe está na altura da cartilagem cricóide e é chamada de 
abertura esofágica, pois dela a laringofaringe continua no esôfago. 
 AR: NASOFARINGE -> OROFARINGE -> LARINGE -> TRAQUEIA 
ALIMENTO: CAVIDADE ORAL -> OROFARINGE -> LARINGOFARINGE -> ESÔFAGO 
o Músculos faríngeos: 
 
 
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▪ A faringe tem dois grupos musculares: músculos de fibras circulares (constritores) e músculos 
de fibras longitudinais. Os de fibras circulares são: constritor superior, constritor médio e 
constritor inferior. Esses músculos quando contraem diminuem a luz da faringe, ou seja, 
comprimem a faringe. Já os músculos da camada interna, são os músculos de fibras 
longitudinais: salpingofaríngeo, palatofaríngeo, estilofaríngeo. Eles constituem a camada 
interna da faringe e tem a função de alongar o tubo durante a deglutição e de fixar a faringe 
às estruturas próximas a ela. Por exemplo, o músculo salpingofaríngeo fixa a faringe à tuba 
auditiva, o palatofaríngeo fixa a faringe ao palato, o estilofaríngeo fixa a faringe a uma ponta 
do crânio, chamada processo estiloide. 
▪ O músculo constritor inferior possui fibras mais inferiores que são mais contraídas, mais 
espessadas e constituem o esfíncter esofágico superior ou esfíncter cricoesofágico; o 
estreitamento da musculatura acontece na transição de cartilagem cricóide para esôfago. 
Normalmente, esse esfíncter está contraído, fechandoa abertura esofágica, que é a abertura 
a qual permite a passagem do bolo alimentar da laringofaringe para o esôfago. Ele só relaxa 
durante a deglutição, em que ele abre, as fibras se distendem e o alimento passa para o 
esôfago. 
▪ Todo músculo precisa de inervação e de vascularização, então, a faringe é inervada por um 
conjunto de nervos, chamados de plexo faríngeos, que é formado por fibras dos nervos 
cranianos: glosso faríngeo e vaco. A grande maioria dos músculos da faringe possuem a 
inervação por esses dois vasos, exceto o estilofaríngeo, que é inervado apenas por fibras do 
nono par de nervo craniano, que é o glosso faríngeo. 
▪ Existem duas artérias: artérias faríngeas ascendente e artéria tireoide superior. Essas artérias 
irrigam os músculos e são ramos da artéria carótida externa, que sobe no pescoço. E o plexo 
venoso – conjunto de veias que fica abaixo da mucosa - é responsável por retirar os resíduos 
do metabolismo da faringe. 
• Laringe: 
o Vista anterior da laringe: 
 
 
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▪ A laringe é um tubo cartilaginoso e ela se estende da 
epiglote até a cartilagem cricoide. E diferente da faringe, a 
laringe é cartilagem. Muitas vezes, associado à laringe é 
estudado o osso hioide; esse osso não é parte da laringe, mas 
ele serve de fixação de músculos que vão elevar ou abaixar a 
laringe. 
▪ O osso hioide não tem uma forma definida, ou seja, é irregular, a parte mais anterior desse osso é 
chamada de corpo do osso hioide; e do corpo do osso hioide nascem duas projeções que vão ser 
chamadas de corno menor – que está apontado superiormente – e de corno maior que está 
voltado posteriormente. A importância desse osso é que ele vai fixar os músculos que vão manter 
a posição da laringe. 
▪ A laringe possui 9 peças cartilaginosas, na vista anterior só é possível identificar três, que são as 
cartilagens ímpares da laringe: epiglote, tireóide e cricóide. 
♦ A epiglote é uma cartilagem ímpar e possui a forma de uma folha, posteriormente ela se 
fixa no centro da cartilagem tireoide. 
♦ A cartilagem tireoide também é uma cartilagem ímpar, só que ela é contínua, ou seja, 
não há separação dos dois lados da tireoide. Ela é a maior cartilagem da laringe e lembra 
a forma de um escudo. A cartilagem tireoide possui duas lâminas que estão unidas na 
linha mediana e elas formam uma elevação chamada de proeminência laríngica, 
conhecida popularmente como pomo de adão/gogó. A proeminência laríngica é o ponto 
onde os pontos das duas lâminas se unem na linha mediana; e lateralmente essas duas 
lâminas formam projeções chamadas de corno superior e corno inferior da cartilagem 
tireoide. 
 
Atenção: As lâminas da tireoide só estão unidas anteriormente; posteriormente elas 
são divergentes e não se encontram na linha mediana. 
 
♦ Existe uma diferença da cartilagem tireoide no homem e na mulher. No homem, essas 
lâminas estão ligadas em um ângulo mais agudo. Por isso, a proeminência laríngica é 
mais evidente no homem do que na mulher. Já na mulher, o ângulo é mais obtuso e, 
assim, a proeminência laríngica fica mais discreta. 
♦ A última cartilagem ímpar que é possível visualizar na vista anterior da laringe é a 
cartilagem cricóide, que é a referência para limitar laringe de traqueia e, também, 
laringofaringe do esôfago. A cartilagem cricoide lembra a forma de um anel, então a 
região anterior seria o arco do anel e a região posterior seria a pedra do anel. 
▪ Na laringe encontra-se em determinadas regiões uma lâmina conjuntiva, que faz a conexão da 
tireoide com o osso hioide e da tireoide com a cartilagem cricoide. Essa estrutura é chamada de 
membrana tireo-hioidea e membrana cricotireóidea, respectivamente. No centro e na lateral 
dessas membranas, elas são mais espessadas e constituem os ligamentos tireóideo mediano e 
tireóideo lateral e os ligamentos cricotireóideo mediano e cricotireóideo lateral. 
 
DICA: Em uma prova prática vai considerar a estrutura toda como membrana, pois os ligamentos 
 
 
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não estão diferenciados. 
 
▪ O corno inferior da cartilagem tireóide está em contato com a cartilagem cricoide, isso é uma 
articulação e é importante para mover as cartilagens durante a fonação. 
o Vista posterior da laringe: 
 
 
 
▪ É possível visualizar tanto as cartilagens ímpares quanto as cartilagens pares. 
▪ As lâminas da tireoide não são unidas posteriormente, apenas, anteriormente. 
▪ Na borda superior da cartilagem cricoide se apoia uma das cartilagens pares, que é a 
cartilagem aritenoide. Ela tem um formato piramidal e está apoiada na borda superior da 
cartilagem cricoide e entre a aritenoide e a cricoide tem-se uma outra articulação. 
▪ Observa-se que a cartilagem aritenoide tem duas pontas, uma voltada anteriormente e 
medialmente, chamado de processo vocal; e a outra ponta maior, voltada posteriormente e 
lateralmente, que é o processo muscular. 
♦ No processo vocal sai um cordão, que é fibroso e vai fixar o processo vocal da 
aritenoide na cartilagem tireoide. Esse ligamento é chamado de ligamento vocal e 
em torno desse ligamento tem-se o músculo vocal. E esse conjunto do músculo, do 
ligamento vocal e da mucosa que os recobre são as pregas vocais, popularmente 
conhecido como cordas vocais. 
♦ O processo muscular fixa vários músculos da laringe. 
▪ A cartilagem corniculada está apoiada no ápice da cartilagem aritenoide e ela lembra uma 
forma de um chifre. 
▪ A cartilagem cuneiforme fica dentro da prega ariepiglótica – toda a laringe é recoberta de 
mucosa e na epiglote ela percorre toda a epiglote; e na borda lateral ela continua até se fixar 
na cartilagem aritenoide. Essa prega da mucosa que sai da epiglote e que se fixa na 
aritenoide, é chamada de prega ariepiglótica-. Então, quando se retira a prega não é possível 
visualizar a cartilagem cuneiforme. 
o Ligamentos laríngeos: 
 
 
 
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▪ Na parte mais lateral da membrana tireohióidea tem-se uma abertura que permite a 
passagem de vasos e nervos para dentro da laringe. 
▪ Ligamento cricotireohióideo liga a cricoide até a tireoide; o ligamento cricotraqueal é da 
traqueia até a laringe. 
▪ Posteriormente, identifica-se um pequeno cordão fibroso que vai se estender do processo 
vocal da aritenoide até o centro da cartilagem cricoide, ele é chamado de ligamento vocal. 
 
Atenção: Quando o indivíduo possui as vias aéreas obstruídas e com dificuldade 
respiratório, é feito uma cricotireostomia que é uma abertura na membrana 
cricotireohióidea para permitir o fluxo de ar para dentro do tubo respiratório. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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▪ A epiglote está fixada tanto no osso hioide quanto na cartilagem tireoide; então os 
ligamentos possuem o nome das estruturas que ele liga, como ligamento tireoepiglótico e o 
ligamento hioepiglótico. 
▪ No contorno superior e posterior da cartilagem cricoide, está apoiada a cartilagem aritenoide 
com o processo vocal que é anterior e o processo muscular que é posterior. E do processo 
vocal até a cartilagem aritenoide, tem-se o ligamento vocal. 
▪ Todos os ligamentos e todas as membranas da laringe são constituídas de tecido conjuntivo 
fibroso. 
• Cavidade laríngea: 
 
 
 
 
 
 
o A parte rosa da imagem acima está representando a mucosa da laringe e da traqueia. 
o Nesse corte sagital mediano, não é possível ver a cartilagem aritenoide, pois ela está coberta por 
músculos. 
o A cavidade da laringe é dividida em três regiões: 
▪ Acima da glote: vestíbulo da laringe 
▪ Região central: Glote 
▪ Abaixo da glote: infraglótica 
o Na glote existem duas pregas, a prega superior é chamada de prega vestibular e a inferior é 
conhecida como prega vocal.Se retirar a mucosa é possível ver o ligamento e o músculo vocal. 
o A cavidade entre as duas pregas é chamada ventrículo da laringe. Então, a glote que é a região central 
da cavidade da laringe é formada pela prega vestibular, pelo ventrículo da laringe e pela prega vocal. 
 
 
 
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• Na imagem foi feito um corte transversal e ela vai ser olhada por cima. Assim, pode-se ver a epiglote, 
o ligamento vocal (cordão branco), em torno as fibras musculares que ficam ao lado do ligamento 
vocal constituem o músculo vocal, e tudo isso revestido de mucosa é a prega vocal. 
• O espaço entre as duas pregas vocais é chamado de rima da glote e ela muda de diâmetro de acordo 
com o processo fisiológico da laringe. Quando estamos respirando, a rima da glote tem que estar 
aberta para o ar passar da laringe para traqueia na inspiração e da traqueia para laringe na expiração, 
e na fonação a rima da glote vai estar fechada, então, os dois ligamentos vocais estão fechados. 
Assim, o ar que está vindo da traqueia bate nesses ligamentos vocais, eles vibram e produz o som. O 
som só se torna audível e reconhecível depois que ele passa por outras estruturas do sistema 
respiratório. 
• Músculos laríngeos: 
 
 
 
 
 
 
▪ É possível visualizar a epiglote coberta pela mucosa e nas laterais da epiglote sai a 
prega ariepiglótica, que vai se fixar na cartilagem aritenoide. E na parte inferior 
 
 
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dessa prega tem-se duas elevações, a da parte superior representa a cartilagem 
cuneiforme e a inferior representa a cartilagem corniculada. 
▪ Todo o espaço aberto que é limitado pelas laterais da cartilagem epiglótica é 
chamado de adito da laringe. Quando estamos engolindo a laringe eleva e a epiglote 
desse fechando o adito da laringe para o alimento não entrar dentro da cavidade da 
laringe. Então, uma das funções da epiglote é o tamponamento da laringe ou 
oclusão da laringe. 
▪ Na figura, também, é possível ver os músculos posteriores da laringe. O músculo 
que sai da cartilagem cricoide e que chega até o processo muscular da aritenoide é 
chamado de músculo cricoaritenoide posterior. Ele liga a cartilagem cricoide ao 
processo muscular da aritenoide numa vista posterior. 
▪ Os músculos com fibras transversais e o com forma de X são os aritenoides. Assim, 
tem-se o músculo aritenoideo transverso e o músculo aritenoideo oblíquo (forma 
de X), que fica posteriormente ao músculo aritenoideo transverso. 
▪ O músculo aritenoideo oblíquo quando ele contorna a lateral da prega ariepiglótica 
é chamado de músculo ariepiglótico; então, ele é continuação do músculo 
aritenoideo oblíquo. E esses músculos que puxam a cartilagem epiglótica para ela 
fechar o adito da laringe. 
▪ No processo muscular da aritenoide, tem-se a fixação do cricoaritenoideo posterior, 
do aritenoideo transverso e do aritenoide oblíquo. 
▪ No corte sagital mediano: 
 
 
 
 
 
 
▪ Na imagem tem-se a epiglote e no ápice da epiglote até o ápice da aritenoide tem-
se a prega ariepiglótica, que dá pra visualizar a cartilagem cuneiforme e a cartilagem 
corniculada. E o espaço é o adito da laringe. 
▪ As fibras que estão contornando a prega ariepiglótica é o músculo ariepiglótico. 
 
 
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▪ Algumas fibras do músculo tireoaritenoideos se estendem até a epiglote, formando 
o músculo tireoepiglótico. 
• Ação dos músculos: 
 
 
 
 
 
 
▪ O músculo representado está saindo da borda superior da cartilagem cricoide e está 
se fixando na borda inferior da cartilagem tireoide. 
▪ Na cartilagem aritenoide tem-se o processo vocal, que fixa o ligamento vocal o qual 
liga na cartilagem tireoide. 
▪ Quando o músculo cricotireoideo contrai, ele vai descer a cartilagem como 
representado na imagem pelo pontilhado. Então, como o ligamento vocal está 
fixado na cartilagem tireoide, ele estica/alonga e é isso que faz os diferentes tons de 
voz. É a alteração do comprimento do ligamento vocal, devido à contração do 
músculo cricotireoideo, que vai determinar as variedades da voz. 
 
 
 
 
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▪ Adução é quando uma estrutura é aproximada da linha mediana. 
▪ Na primeira imagem, tem-se uma vista superior da laringe e pode-se observar a 
cartilagem tireoide, o anel é cartilagem cricoide e a cartilagem aritenoide. E a parte 
que parece um Y, é o processo vocal da aritenoide. 
▪ No processo muscular da aritenoide está fixado o músculo cricoaritenoideo lateral. 
E quando esse músculo contrai, ele puxa o processo muscular para frente, 
aproximando os processos vocais fazendo com que os ligamentos vocais se unam. 
Então, o músculo cricoaritenoideo lateral é responsável pela junção dos ligamentos 
vocais e é muito importante na fonação. Nessa situação, o indivíduo vai estar 
falando. 
▪ O músculo cricoaritenoide lateral é auxiliado pelo músculo aritenóideo transverso. 
Ele também aproxima os ligamentos focais, só que ele não fecha totalmente a rima 
da glote. A diferença entre as duas imagens é que na primeira o som é perfeito e na 
segunda o indivíduo está sussurrando. Então, uma pequena passagem de ar ocorre 
pela rima da glote. 
 
 
 
 
 
 
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▪ Afasta os ligamentos vocais e é importantíssimo na respiração. 
▪ O músculo cricoaritenoideo posterior afasta os ligamentos vocais, abrindo a rima da 
glote e permitindo a passagem de ar durante a respiração. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
▪ O músculo tireoaritenoideo vai ligar a cartilagem aritenoide à cartilagem tireóidea. 
Quando o músculo contrai, ele puxa as fibras musculares para o centro relaxando-as 
e, consequentemente, o ligamento vocal também relaxa. 
 
 
 
 
 
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o Inervação: 
 
 
 
 
 
▪ Todos os músculos da laringe são inervados por um ramo chamado ramo do nervo 
laríngeo superior. 
▪ O nervo laríngeo superior possui um ramo interno que passa na abertura da 
membrana tireohioidea. Ele também dá um ramo externo. 
▪ Todos os músculos intrínsecos da laringe são inervados pelo ramo externo do nervo 
laríngeo superior. Então, quase toda inervação muscular da laringe é feita pelo ramo 
externo do nervo laríngeo superior, por exemplo, os músculos aritenoideos, 
transversos, oblíquos, ariepiglótico, cricoaritenoideo lateral, cricoaritenoideo 
posterior. 
▪ O músculo cricotireoideo é a exceção! Ele é inervado por um nervo que é uma 
projeção do nervo vago, chamado de nervo laríngeo recorrente. 
▪ O oxigênio e os nutrientes são levados para a laringe por meios das artérias laríngea 
superior e inferior. Essas artérias vão fazer a irrigação de todas as estruturas da 
laringe. 
▪ A inervação sensitiva da laringe é feita pelo ramo interno do nervo laríngeo superior 
(região do vestíbulo) e pelo nervo laríngeo recorrente, que vai fazer a inervação 
sensitiva da prega vocal e da cavidade infraglótica. 
 
 
 
 
 
 
 
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• Traqueia: 
 
 
 
 
o Relembrando: O ar entra pelo nariz, passa pelo vestíbulo nasal, onde é filtrado; depois passa 
pela cavidade nasal, em que a mucosa aquece e umedece o ar, chega na coana e da coana o 
ar vai passar pela nasofaringe. Lá encontra-se a tonsila faríngea, que é uma massa de tecido 
linfoide e tem a função de proteção biológica, então, ele retira do ar inspirado alguns 
microrganismos que podem complicar a situação do trato respiratório. Logo após ele passa 
pela orofaringe e lá também é encontrada a tonsila palatina e da orofaringe o ar passa pela 
adito da laringe e alcança a cavidade da laringe.Nessa cavidade da laringe o ar passa através 
de uma abertura circundada pela cartilagem cricoide e chega à traqueia. 
o A traqueia possui como limite superior a cartilagem cricoide e como limite inferior a traqueia 
tem um ponto chamado de bifurcação ou carina, que é onde a traqueia se divide em dois 
brônquios principais. 
o A traqueia é um tubo semi-cartilaginoso. Isso é afirmado, pois, anteriormente, ela tem 
semianéis de cartilagem e, posteriormente, as extremidades desse anel vão ser fechadas 
com um músculo, o músculo traqueal. 
o A traqueia tem por volta de 16 a 20 semianéis cartilaginosos e eles estão ligados 
anteriormente por uma estrutura fibrosa chamada de ligamento anular, o qual é uma 
lâmina conjuntiva que mantém os semianéis conectados anteriormente. Na primeira 
imagem, é possível identificar o ligamento anular como a “parte branca” entre os discos 
azuis. 
o Em uma situação de emergência, pode-se fazer uma abertura na membrana 
cricotireohioidea para o restabelecimento do fluxo de ar; esse processo é chamado de 
cricotireostomia. No hospital, normalmente, é feito uma abertura entre o terceiro e o quarto 
semianel de cartilagem e é chamado de traqueostomia, onde é introduzido uma cânula que 
mantém a entrada de ar para as vias aéreas inferiores. A traqueostomia deve ser feita 
apenas em hospitais, pois essa região corresponde à incisura jugular e nesse local passam 
muitos vasos e nervos. Então, para evitar a ruptura destes, o procedimento é feito apenas no 
hospital. 
 
 
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o Na segunda imagem, pode-se ver o semianel cartilaginoso anteriormente e, na parte 
posterior, as duas pontas do semianel estão ligadas por meio de uma membrana de músculo 
liso, que é o músculo traqueal. A parede interna da traqueia é recoberta pelo epitélio 
respiratório, contendo células ciliadas, glândulas e células caliciformes. 
o Atrás do músculo traqueal tem-se o músculo do esôfago e posteriormente à traqueia tem-se 
o esôfago. 
o É importante que a traqueia tenha a constituição semi-cartilaginosa, pois a parte 
cartilaginosa da traqueia vai manter a traqueia aberta, mantendo a luz do órgão e, assim, 
permitindo a passagem de ar. Já a parte muscular, permite que a traqueia durante o 
movimento da deglutição acompanhe o deslocamento do esôfago. E o esôfago é totalmente 
muscular, então, ele é bem elástico e quando o bolo alimentar passa pelo esôfago, ele 
alonga. E como ele está fixado à parede posterior da traqueia, ela tem que acompanhar esse 
movimento e é a parte muscular dela que permite isso. 
o A traqueia na altura da bifurcação (carina) se divide nos brônquios principais. E estes 
possuem a mesma constituição da traqueia, são formados por semianéis cartilaginosos e 
pode-se notar que o brônquio principal direito é mais curto, mais calibroso, é mais 
verticalizado e se divide em 3 brônquios lobares. Já o brônquio principal esquerdo é mais 
longo, menos calibroso, mais horizontalizado e se divide em 2 brônquios lobares. Isso ocorre, 
devido à posição do coração dentro do mediastino, como o coração desloca para o lado 
esquerdo, ele empurra o pulmão esquerdo mais para a lateral. E os brônquios têm que 
entrar dentro do pulmão, assim o brônquio esquerdo tende mais para esquerda. 
o Os brônquios lobares se ramificam em brônquios segmentares, que dão origem aos 
bronquíolos. 
o Os semianéis na região dos brônquios vão diminuindo e formando placas cartilaginosas. E 
estas à medida que vão afastando da carina, elas vão ficando cada vez menores e mais 
espaças até que nos bronquíolos não se tem cartilagem, apenas o músculo liso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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o Na imagem é representado o brônquio principal esquerdo que entra no pulmão. Quando ele 
entra no pulmão ele ramifica e vai dar origem ao brônquio lobar superior esquerdo e ao 
inferior esquerdo. Estes também vão dar origem aos brônquios segmentares e eles vão 
originar os bronquíolos. 
o Os bronquíolos não possuem nem placas nem semianéis cartilaginosos na parede, ou seja, 
eles são constituídos apenas por músculo liso. Além disso, os bronquíolos se dividem em 
dois: terminal e respiratório. 
▪ O bronquíolo terminal é o bronquíolo que não possui nenhuma estrutura fixada 
nele e tem a função de conduzir o ar. Porém, chega a um ponto que o bronquíolo 
terminal começa a apresentar pequenas bolsas arredondadas que são chamadas de 
alvéolos. E os alvéolos são as unidades funcionais do pulmão, uma vez que é onde 
ocorre a troca gasosa. Então, a partir desse ponto visualiza-se o bronquíolo 
respiratório. 
▪ O bronquíolo respiratório se diferencia do bronquíolo terminar pela presença de 
alvéolos. 
o Muitas vezes, os alvéolos podem se apresentar na forma isolada ou juntos, formando o saco 
alveolar. O saco alveolar é um conjunto de alvéolos; eles são completamente capilarizados e 
são esses capilares que permitem a troca gasosa. 
o A troca gasosa é realizada através dos capilares que estão em contato com os alvéolos, 
devolvendo para o sangue o CO2 e retirando do sangue o O2 importante para a respiração. 
o Árvore brônquica: 
 
 
 
▪ Árvore brônquica são todas as ramificações que aparecem a partir da carina. 
▪ É representado de cores diferentes, pois cada pedaço possui um nome no pulmão, 
que chama segmento bronco pulmonar. 
 
 
• Pulmões: 
 
 
 
 
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o No corpo humano se tem 2 pulmões, com formato é piramidal cujo o ápice é superior e a 
base inferior, além disso, a base se apoia no músculo diafragma. Cada pulmão tem um 
envoltório, que é a membrana serosa denominada pleura. E estão localizados nos 
compartimentos pulmonares ou compartimentos pleurais, que são os espaços laterais 
dentro da cavidade torácica, porque o espaço medial da cavidade torácica é o mediastino, 
onde encontra-se o saco pericárdico com o coração. 
o O pericárdio fibroso, observado na região central da imagem, está intimamente fixado ao 
músculo diafragma. Então, essas estruturas que ligam o saco pericárdico ao diafragma são 
chamadas de ligamento frênico-pericárdico ou pericárdico-frênico. 
o Na peça foi feito um corte coronal ou frontal, retirou-se a parede anterior do tórax, o 
esterno, as cartilagens costais e parte das costelas. 
o O pulmão é revestido por uma membrana serosa, que é a pleura; e toda membrana serosa 
tem um folheto parietal e um visceral. O folheto visceral fica “agarrado” ao pulmão e é o que 
dá um brilho ao pulmão. E a pleura parietal está recobrindo internamente a parede do tórax, 
ela tem uma parte costal quando está recobrindo a região das costelas e dos músculos 
costais, uma parte diafragmática, visto que ela cobre a parte superior do diafragma e uma 
parte mediastinica a qual está voltada para o mediastino. 
o Pulmão direito: 
 
 
 
 
▪ Possui um formato piramidal com um ápice superior e uma base inferior. Essa base 
do pulmão também pode ser chamada de face diafragmática. 
 
 
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▪ A face mais convexa do pulmão é chamada de face costal, pois ela está em contato 
com as costelas. Já a face irregular do pulmão, é chamada de face mediastínica, uma 
vez que ela está voltada para o mediastino. 
▪ Existem diferenças entre o pulmão direito e o esquerdo: 
♦ O pulmão direito é mais largo que o pulmão esquerdo, devido à posição do 
coração; 
♦ Dentro do compartimento pulmonar, o pulmão direito é mais alto, pois o 
lado direito do diafragma é mais alto que o lado esquerdo. Então, o pulmão 
direito fica em uma altura superior ao pulmão esquerdo. 
♦ O pulmão direito é dividido em 3 pedaços, cada pedaço é um lóbulo. Assim, 
tem-se lóbulo superior direito, lóbulo médio direito e lóbulo inferior 
direito. Por isso, que os brônquios lobaressão 3 do lado direito, pois cada 
lóbulo recebe o ar através de um brônquio lobar. 
♦ O pulmão é separado em lóbulos por meio de reentrâncias profundas, 
chamadas de fissuras. O pulmão direito possui 2 fissuras: fissura horizontal 
(separa o lobo superior direito do lobo médio) e fissura oblíqua (separa o 
lobo inferior direito dos lobos superior e médio). Isso é facilmente 
identificado na face costal do pulmão. 
♦ Na face medial, segunda imagem, é possível identificar uma abertura 
chamada de hilo pulmonar. O hilo é uma região onde entra e sai estruturas, 
então, o hilo pulmonar é uma região no centro da face medial do pulmão, 
onde entram e saem estruturas e estas são chamadas de pedículo 
pulmonar. 
♦ Todo pedículo tem que ter artéria, veia, nervo, linfático e um tubo que 
caracteriza o sistema estudado. No caso do pedículo pulmonar tem-se: 
artéria pulmonar, veias pulmonares, brônquio principal direito. Os nervos e 
linfáticos não consegue visualizar na peça anatômica, pois são muito finos e 
muito frágeis. 
→ Os elementos do pedículo obedecem a sequência de superior para 
inferior, em que a estrutura mais alta é o brônquio principal 
direito - é a estrutura que está entrando no pulmão - depois vem a 
artéria pulmonar direito, que está entrando no pulmão, e as veias 
pulmonares direitas que estão saindo do pulmão. 
 
Atenção: O pedículo em peças moles é composto pelas 
estruturas que entram e saem de um determinado órgão. Na 
vértebra, o pedículo é uma peça óssea que liga corpo aos 
processos. 
 
o Pulmão esquerdo: 
 
 
 
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▪ Tem formato piramidal, um ápice e uma base. 
▪ Possui 2 lobos: superior esquerdo e inferior esquerdo. 
▪ Tem apenas uma fissura, chamada de fissura oblíqua; 
▪ No pulmão esquerdo, se encontra uma reentrância chamada de incisura cardíaca, 
que é a marca que o coração deixa na superfície do lobo superior, por ele estar 
deslocado mais para esquerda. 
▪ No pulmão esquerdo, a estrutura mais alta do pedículo é a artéria pulmonar, depois 
o brônquio principal esquerdo e, inferiormente, as veias pulmonares. 
 
DICA: Como diferenciar o brônquio da artéria? O brônquio possui cartilagem na 
sua constituição, então, a parede do brônquio é muito espessa e muito rígida. E a 
artéria da veia? A camada muscular de veia é menos desenvolvida que a da artéria. 
E na veia, como não tem sangue passando ali, as paredes vão colabar/juntar. 
 
▪ A artéria aorta deixa uma impressão contornando o hilo pulmonar, porque o arco 
aórtico curva para a esquerda. 
 
o Segmento broncopulmonar: 
 
 
 
 
 
 
 
 
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▪ A unidade funcional do pulmão é o bronquíolo respiratório com os alvéolos, ou seja, 
onde tem alvéolo tem hematose. 
▪ O pulmão possui uma unidade cirúrgica, chamada de segmento broncopulmonar. 
Ele é a unidade cirúrgica do pulmão, pois é a parte do pulmão que pode ser retirada 
sem comprometer a função do restante do pulmão. Isso ocorre, pois os brônquios 
principais fazem parte pedículo pulmonar e vão entrar dentro dos pulmões, assim, o 
brônquio principal direito dá origem ao brônquio lobar superior e esse brônquio foi 
se dividindo e originou os bronquíolos. E esse brônquio segmentar vai levar o ar 
para o ápice do pulmão e isso é um segmento broncopulmonar, é uma área do 
pulmão em que o brônquio segmentar que está relacionado com ela. Esse brônquio 
é acompanhado de veias e artérias, então, essa parte do pulmão se for retirada, não 
vai comprometer o funcionamento do restante do órgão, pois cada pedaço dele 
recebe o ar através de um brônquio segmentar. 
o Mecânica respiratória: 
 
 
 
 
 
 
▪ Para realizar a troca gasosa o ar precisa entrar e sair do pulmão. E para isso é 
necessário diferenças de pressão, se não o ar não consegue fazer esse trânsito. E 
essas diferenças de pressões são causadas por ações musculares. 
▪ Para ocorrer a diferença de pressão é necessário aumentar o diâmetro da cavidade 
torácica, porque assim a pressão fica menor e o ar entra dentro dos pulmões. 
▪ Os diâmetros presentes são: longitudinal, transversal ou laterolateral e o 
anteroposterior. Para aumentar esses diâmetros é preciso contrair os músculos, por 
exemplo, para aumentar o diâmetro longitudinal do tórax contrai-se o músculo 
diafragma; então durante a mecânica respiratória quando o músculo diafragma 
contrai, ele puxa a convexidade para baixo, deixando o diafragma mais plano. Isso é 
importante na inspiração, quando o ar entra nos pulmões. Existem músculos 
chamados de músculos intercostais externos e eles contraem durante a inspiração e 
 
 
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quando eles contraem puxam a costela lateralmente, aumentando o diâmetro 
transverso do tórax. E o músculo intercostal interno participa da expiração. 
▪ Os principais músculos da mecânica respiratória são: diafragma, intercostal externo 
(inspiração) e intercostal interno (expiração). Os outros músculos são acessórios da 
respiração, eles são utilizados quando o indivíduo faz uma respiração forçada. Eles 
são acessórios, pois estão fixados nos ossos da cavidade torácica, então quando eles 
contraem, movem os ossos aumentando os diâmetros da cavidade torácica. 
▪ A respiração normal é chamada de respiração quiescente e utiliza os principais 
músculos. 
 
 
 
 
▪ Para aumentar o diâmetro do tórax tem-se o diâmetro longitudinal que é 
aumentado pela contração do músculo diafragma (representado de vermelho na 
imagem). Então, quando ele contrai é puxado para baixo e aumenta o diâmetro 
longitudinal. O diâmetro anteroposterior faz com que o esterno seja deslocado para 
frente e para cima, devido à contração dos músculos intercostais, visto que eles 
elevam as costelas quando contraem e como ela estão presas no esterno, ele é 
empurrado para frente e pra cima. O aumento do diâmetro anteroposterior, 
também, é resultado da contração dos músculos intercostais externos. As costelas 
são oblíquas em relação ao esterno, então, quando o músculo contrai além de puxar 
a costela para o lado ela empurra o esterno para frente, assim, ela aumenta tanto o 
diâmetro transverso quanto o anteroposterior. 
▪ O movimento onde o esterno é deslocado para frente e para cima, é chamado de 
movimento de alça de balde, que corresponde ao aumento do diâmetro 
anteroposterior do tórax. É como se o esterno fosse a alça do balde e quando o 
músculo contrai ele eleva o esterno, aumentando o diâmetro anteroposterior do 
tórax. 
 
 
 
 
 
 
 
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▪ Na inspiração a cavidade torácica está aumentada em todos os diâmetros e o ar está entrando 
nos pulmões. E a inspiração é a parte ativa da mecânica respiratória, pois há contração muscular 
e gasto de energia. 
▪ Na expiração a cavidade torácica diminui de tamanho e é a parte passiva da respiração, pois é a 
própria retração elástica do pulmão que empurra o ar para fora, realizando a respiração. 
 
PAREDE ABDOMINAL: 
 
• O abdômen é a parte inferior do tronco e está separado do tórax por uma lâmina muscular chamada 
de músculo diafragma. 
• Na superfície do abdômen podem ser identificadas algumas estruturas que são referência na 
anatomia. 
 
 
 
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o A linha que passa exatamente pelo centro da parede abdominal é chamada de linha alba. E 
ela é uma referência quando se quer fazer um corte sagital mediano na região abdominal. 
o No centro da linha alba encontra-se uma cicatriz denominada de cicatriz umbilical. 
o De cada lado da linha alba vai ser encontrado um músculo da parede anterior do abdômen, 
chamado de músculo reto abdominal. 
o Ao lado do músculo reto abdominal, tem-se a linha semilunar. 
o A regiãoque separa o abdômen do membro superior é chamada de canal inguinal. Só que 
esse canal, superiormente, é limitado por um cordão fibroso denominado ligamento inguinal. 
o A estrutura óssea que marca o lado do abdômen é chamada de espinha ilíaca 
anterossuperior. 
• Quando o abdômen vai ser estudado, geralmente, são traçadas linhas imaginárias que passam por 
essas estruturas. Essas linhas ajudam a dividir o abdômen em regiões, facilitando a localização dos 
órgãos dentro da cavidade abdominal. 
 
 
 
 
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o Linhas vermelhas: 
▪ Uma linha longitudinal passando pela linha alba e é chamada de linha mediana; 
▪ Outra linha horizontal passando pela cicatriz umbilical; 
▪ O abdômen é dividido em quatro partes com essas linhas: quadrante superior 
direito e esquerdo, quadrante inferior direito e esquerdo. 
o Linhas pretas: 
▪ Duas linhas longitudinais que vão desde o ponto médio da clavícula até o ponto 
médio do ligamento inguinal, essa linha é chamada hemiclavicular direita e 
esquerda. 
▪ Duas linhas horizontais: uma linha vai passar na altura da borda subcostal, que é a 
borda onde a 10a, 9a e 8a par de costela se encontram para se juntar na 7a e se 
fixar no esterno. A outra linha horizontal é a linha que vai unir as duas espinhas 
ilíacas anterossuperiores e é chamada de linha bi ilíaca. 
▪ Essas linhas dividem o abdômen em nove regiões: 
♦ Entre as linhas hemiclaviculares: regiões ímpares do abdômen; 
♦ Lateralmente às linhas hemiclaviculares: regiões pares do abdômen. 
o Regiões ímpares: 
▪ Primeira região está localizada entre as linhas hemiclaviculares e a linha subcostal é 
denominada de epigástrica. Nessa região, tem-se uma parte do fígado e predomina 
o estômago. 
▪ Região entre as linhas subcostal e bi ilíaca e entre as linhas hemiclaviculares é 
chamada de mesogástrica ou umbilical, pois ela está na altura da cicatriz umbilical. 
É encontrado predominantemente o jejuno e o íleo, que são as partes finais do 
intestino delgado. Além disso, pode-se encontrar o cólon transverso, que é uma 
parte do intestino grosso. 
▪ Abaixo da linha bi ilíaca é encontrada a região hipogástrica, onde está localizado o 
reto 
o Regiões pares: 
▪ São todas laterais às linhas hemiclaviculares e possuem lado direito e esquerdo; 
▪ Acima da linha subcostal é chamada de hipocôndrio direito/esquerdo. Predomina o 
fígado e a vesícula biliar no lado direito e o baço na região esquerda. 
 
 
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▪ Entre a linha subcostal e a linha bi ilíaca tem-se a região chamada de flanco 
direito/esquerdo. Esses flancos também podem ser chamados de região lombar. No 
flanco direito predomina o cólon ascendente do intestino grosso e no flanco 
esquerdo predomina o flanco descendente do intestino grosso. 
▪ Abaixo da linha bi ilíaca encontra-se a região inguinal direita/esquerda ou fossa 
ilíaca. Na porção esquerda há o predomínio do cólon sigmoide e na direita há 
principalmente o ceco e o apêndice cecal. 
• Arcabouço ósseo: 
 
o No abdômen a constituição é diferente da parede torácica, pois a única parte óssea são as 
vértebras lombares, uma vez que o osso ilíaco, o sacro e o cóccix fazem parte da estrutura da 
pelve. Então, a estrutura óssea do abdômen é a parte posterior e tem 5 vértebras lombares que 
são mantidas unidas e alinhadas pelos discos intervertebrais. 
 
Atenção: O restante da parede abdominal é fechado por músculos e esses músculos são muito 
delgados. A camada muscular, apesar de fina, possui fibras musculares com direções diferentes e 
isso aumenta a estabilidade da parede. 
 
• Camadas do abdome: 
 
 
 
 
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o A camada mais externa do abdome é a pele, abaixo da pele se tem uma lâmina conjuntiva com 
depósito de gordura, chamada de pela subcutânea. Abaixo dessa pela tem-se uma membrana 
conjuntiva mais espessada, que no abdômen é conhecida como camada músculo aponeurótica, 
pois consiste na lâmina conjuntiva espessada associada ao músculo. E quando se abre a camada 
músculo aponeurótica tem-se a camada mais interna do abdômen, chamada de peritônio - que é 
uma membrana serosa a qual reveste os órgãos abdominais. 
• Músculos abdominais: 
o Parede anterior: 
 
 
 
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▪ Anteriormente, tem-se dois músculos grandes chamados de músculo reto abdominal. 
Ele é classificado como músculo poligástrico; gástrico é referente ao ventre muscular, 
onde se tem as fibras musculares. Como esse músculo tem mais de dois ventres 
musculares é denominado de poligástrico. E esses ventres musculares são intercalados 
por tendões intermediários, que são as partes onde as fibras estão fixadas. Quando o 
indivíduo malha na academia é a fibra muscular que hipertrofia, por isso o abdômen é 
visualizado todo segmentado. 
▪ Esse músculo que está localizado na parede anterior do abdômen é muito importante 
para a flexão do tronco, por exemplo, quando se faz abdominal é esse músculo que faz o 
movimento. 
▪ No lado direito, não é possível visualizar o músculo reto abdominal, pois ele é coberto 
pela membrana conjuntiva, que nesse caso é chamada de bainha do reto abdominal. 
▪ As bainhas do reto se entrelaçam na linha mediana e são elas que constituem a linha 
alba. E no centro da linha alba encontra-se a cicatriz umbilical. 
o Parede anterolateral: 
 
 
 
 
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▪ Próximo ao músculo peitoral maior e ao serrátil anterior tem-se o músculo oblíquo 
externo, porque as fibras dele têm disposição oblíqua. A parte do músculo visualizada na 
imagem é o ventre muscular, a parte contrátil do músculo. Mas, para esse músculo 
contrair as extremidades dele precisam se fixar em algum lugar e essa fixação é mais 
larga, pois o músculo é largo. Assim, a fixação é chamada de aponeurose, a qual não tem 
a presença de fibras musculares, mas sim de fibras colágenas. A lâmina branca saindo do 
músculo externo é a aponeurose do oblíquo externo e ela fixa esse músculo na bainha 
do reto, que é a lâmina conjuntiva apresentada. 
▪ Na parede anterolateral do abdômen está presente 3 músculos largos; o comprimento e 
a largura desses músculos são muito próximos, diferentemente, do músculo reto 
abdominal em que o comprimento é maior do que a largura. 
♦ Os músculos estão dispostos em camadas, então, a camada externa é formada 
pelo músculo oblíquo externo. E para visualizar a camada interna é preciso 
seccionar o oblíquo externo, o oblíquo interno é a camada média da parede 
anterolateral do abdômen. Essa extremidade também possui uma lâmina de 
colágeno, sendo considerada a aponeurose do oblíquo interno. 
♦ Para ver a outra camada é chamada de transverso abdominal e, também, só é 
possível ver se retirar o músculo oblíquo interno. O músculo transverso 
abdominal também possui uma aponeurose. 
▪ As aponeuroses se juntam na altura da borda lateral do músculo reto abdominal e são 
elas que formam a linha semi lunar, que é visível na superfície do corpo. 
▪ As fibras do oblíquo interno são oblíquas e superiores, ou seja, estão voltadas 
superiormente. Já as do oblíquo externo estão voltadas inferiormente e as do 
transverso, transversalmente. A diferença da direção das fibras musculares que vão 
conferir estabilidade à parede do abdômen. 
▪ A estrutura que envolve o músculo reto abdominal é a bainha do reto – membrana 
conjuntiva, bem espessa com alta presença de colágeno. 
o Formação da bainha do reto: 
 
 
 
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▪ Foram feitos dois cortes na parede anterior do abdômen, um acima da cicatriz umbilical 
e outro abaixo da cicatriz umbilical. 
▪ Acima da cicatriz umbilical:♦ Na primeira imagem, na região lateral e nas extremidades, estão representados 
os músculos largos (oblíquo externo, oblíquo interno e transverso abdominal, 
respectivamente), e na região central estão os músculos reto abdominal. 
♦ Nas extremidades dos músculos saem as aponeuroses, representadas pelas 
faixas azuis, e estas vão fixar os músculos largos na borda lateral do músculo 
reto abdominal, formando a linha semilunar. 
♦ A aponeurose do oblíquo interno quando chega perto da borda lateral do 
músculo reto abdominal, se divide e dá uma lâmina anterior e uma posterior. 
Essas lâminas vão abraçar o músculo reto abdominal, formando a bainha do 
reto abdominal. E esta possui um folheto anterior e outro posterior e eles são 
formados pela aponeurose do oblíquo externo + aponeurose do oblíquo 
interno, anteriormente, e o folheto posterior é constituído pela aponeurose do 
transverso abdominal + a lâmina posterior da aponeurose do oblíquo interno. 
Então, a bainha do reto, acima da cicatriz umbilical, é formada de 2 folhetos: 
anterior e posterior; e isso acontecer porque a aponeurose do oblíquo interno 
se divide em duas lâminas. 
♦ No centro, a bainha do reto do lado direito e a do lado esquerdo se entrelaçam 
na linha mediana. E esse entrelaçamento das bainhas do reto na linha mediana, 
é denominado de linha alba. 
▪ Abaixo da cicatriz umbilical: 
♦ Abaixo da cicatriz umbilical, a aponeurose do oblíquo interno não se divide. E, 
assim, as 3 aponeuroses na altura da borda lateral do músculo reto abdominal 
vão se juntar e formar a lâmina anterior da bainha do reto. Então, a bainha do 
músculo reto abdominal só possui lâmina anterior; posteriormente, ele é 
recoberto por uma fina membrana conjuntiva, chamada de fáscia transversal. 
Que é a lâmina a qual vem revestindo o músculo transverso do abdômen e vem 
continuamente até o músculo reto abdominal. 
 
 
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♦ Isso ocorre, pois, acima da cicatriz umbilical, o músculo tem 3 ventres 
musculares, ou seja, a maior parte muscular. E abaixo da cicatriz umbilical, tem-
se apenas um ventre muscular e ele está muito próximo da fixação do músculo 
ao esqueleto. Então, superiormente, a bainha possui essas duas lâminas para 
conferir maior resistência abdominal e ao músculo reto abdominal e como 
abaixo tem apenas um ventre muscular, só uma lâmina é capaz de promover 
estabilidade. 
o Vasos da parede anterior: 
 
 
 
▪ A parede abdominal é ricamente inervada, com vasos abdominais mais superficiais que 
percorrem sobre a pela subcutânea e os vasos abdominais mais profundos. Esses vasos 
para vê-los é preciso retirar a bainha do reto, porque eles estão abaixo dela. A veia que é 
possível ver, centralmente, na imagem é a veia epigástrica que vai se juntar à veia 
torácica interna e chega na veia subclávia, que vai para a veia cava superior e leva o 
sangue para o coração para ser reoxigenado. 
 
 
 
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▪ Esses músculos são inervados pelos nervos torocoabdominais, que fazem parte dos 
nervos torácicos, de T7 a T12. Eles fazem toda a inervação da parede abdominal 
anterior. 
▪ A parte branca é a lâmina anterior da bainha do reto e se retirá-la encontra-se o 
músculo reto abdominal e se seccioná-lo é visto a lâmina posterior da bainha do reto até 
a altura da cicatriz umbilical. Para baixo da cicatriz umbilical, mais delgado, tem-se a 
fáscia transversal. E tem uma linha que separa a lâmina posterior da bainha do reto da 
fáscia transversal, e ela é chamada de linha arqueada. 
o Parede anterior interna: 
 
 
 
 
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▪ O peritônio é marcado por algumas projeções chamadas de pregas. 
♦ A prega umbilical mediana sai do ápice da bexiga urinária e chega até a altura 
da cicatriz umbilical; 
♦ Prega umbilical medial; 
 
Atenção: Nessa região o peritônio fica mais alto, pois à frente dele correm 
vasos que eram vasos umbilicais, porém eles fibrosam e formam a elevação. 
 
♦ A prega umbilical lateral é formada pelos vasos epigástricos. 
▪ Entre as pregas existem depressões chamadas de fossas. 
♦ Fossa acima da bexiga urinária = fossa supravesical; 
♦ Fossa entre a prega umbilical lateral e a prega umbilical mediana = fossa 
inguinal. 
o Parede posterior: 
 
 
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▪ A parede posterior do abdômen é marcada por dois músculos, um mais medial 
(agarrado na coluna vertebral) chamado músculo iliopsoas. Ele está tanto no abdômen 
quanto na pelve e é chamado dessa forma, pois a parte do músculo localizado apenas na 
pelve é o músculo ilíaco e a parte localizada no abdômen e na pelve é o músculo psoas, 
por isso o conjunto é chamado de iliopsoas. Então, a parte localizada apenas no 
abdômen é a psoas. O outro músculo, lateral ao psoas, é o músculo quadrado lombar. 
▪ Esses dois músculos são importantes, pois dão sustentação ao rim. Além disso, o 
iliopsoas, quanto ao movimento, vai ser responsável pela coxa e o músculo quadrado 
lombar é um importante local de fixação do 12o par de costela. 
o Vasos da parede posterior: 
 
 
 
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▪ A parte inferior da artéria aórtica descendente está presente no abdômen. E é a partir 
dessa artéria aorta que se tem as artérias para o abdômen. 
 
 
SISTEMA DIGESTÓRIO 
• Cavidade oral: 
o A boca é a primeira parte do tubo digestório e ela é marcada pelos lábios superior e 
inferior. Os lábios tem uma pele, que é a camada mais externa, uma tela subcutânea 
e o músculo conhecido como músculo obcular da boca. Esse músculo contorna toda 
a região do lábio. 
o Entre os lábios, existe uma fenda que é chamada de rima labial, separando o lábio 
inferior do mento (queixo) tem-se uma depressão chamada de sulco mentolabial. 
o A cavidade oral inicia na rima labial até o estreitamento chamado de istmo 
orofaríngeo. 
o É dividida em duas partes: 
▪ Anterior: 
♦ Limitada pelos lábios e bochechas; 
▪ Posterior: 
♦ Dentes e gengiva; 
o A língua é um órgão muscular e possui um ápice, uma parte oral (corpo da língua), 
uma parte faríngea. 
▪ O dorso da língua é dividido em corpo e raiz da língua. E essas duas porções 
são separadas por um sulco mediano, chamado de sulco terminal da língua. 
E no vértice desse sulco tem-se o forame cego. 
▪ A língua está fixada no assoalho da cavidade oral e ele é marcado pelo 
músculo miloioideo. E acima desse músculo tem-se o músculo genioioideo. 
▪ Os músculos intrínsecos, localizados no corpo da língua, são: 
♦ Músculo longitudinal superior 
♦ Músculo transverso e vertical da língua 
 
 
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♦ Músculo longitudinal inferior 
▪ Os músculos extrínsecos são: 
♦ Músculo genioglosso; (fibras abrem em leque) 
o A cavidade é limitada lateralmente pelo músculo bucinador. 
o O espaço entre a bochecha e os dentes é o vestíbulo oral. 
• Fígado: 
o O fígado é a maior glândula do corpo humano e localiza-se na cavidade abdominal 
com maior predominância no hipocôndrio direito. E o fígado é um órgão 
peritonizado, ele tem uma face diafragmática que tem uma posição supero anterior 
e uma face visceral, que tem uma porção ínfero-posterior. 
o Na face diafragmática, encontra-se o lobo esquerdo e direito do fígado. Esses lobos 
são separados externamente por uma prega do peritônio, chamado de ligamento 
falciforme. Esse ligamento vai prender o fígado à parede do abdômen. 
Superiormente, na face diafragmática, o músculo tem uma ligação direta com o 
diafragma. Assim, as duas lâminas do ligamento falciforme, quando encontram o 
diafragma, se separam e coroam o fígado, passando a ser chamada de ligamento 
coronário. 
o A região limitada pelos ligamentoscoronários é chamada de área nua do fígado. 
o Na face visceral, ela é mais acidentada e se divide em quatro áreas: 
▪ Lobo direito; 
▪ Lobo esquerdo; 
▪ Logo caudado; 
▪ Lobo quadrado. 
o Entre o lobo direito e o lobo quadrado, encontra-se uma bolsa muscular chamada de 
vesícula biliar. Essa vesícula tem um fundo, um corpo (maior parte) e um 
estreitamento, conhecido como colón. O cólon dá origem ao ducto cístico. 
o Entre o lobo direito e o lobo caudado, tem-se a veia cava inferior. E uma das 
tributárias da veia cava inferior é a veia supra-hepática. 
o Entre os lobos caudado e quadrado, tem-se uma região conhecida como porta do 
fígado ou hilo-hepático. Esse hilo hepático apresenta elemento que estão entrando 
ou saindo do fígado. A veia porta-hepática é representada em lilás e apresenta 3 
tributárias importantes: veia esplênica, veia mesentérica superior e veias gástricas. 
▪ Abaixo da veia porta-hepática, tem-se um sistema de tubos. Um mais à 
esquerda (vermelho), que são as artérias e à direita (verde) são os ductos. O 
ducto hepático esquerdo e direito se juntam e formam o ducto hepático 
comum; esse ducto hepático comum recebe o ducto cístico e continua com 
o nome de ducto colédoco. 
o Entre o lobo esquerdo e o lobo quadrado, tem-se a fissura do ligamento venoso. 
o No corte frontal, o fígado está associado a vesícula biliar, à esquerda, o estômago e 
o baço. Abaixo pode-se observar o pâncreas e o duodeno. 
• Duodeno: 
o É dividido em 4 partes: 
▪ Porção bulboduodenal; 
▪ Porção descendente; recebe a ampola hepatopancreática e o ducto hepático 
acessório. 
▪ Porção horizontal, com a relação com os vasos mesentéricos superiores; 
▪ Porção ascendente do duodeno; curva-se à esquerda, atravessa o peritônio, 
numa região denominada flexura duodeno-jejunal e continua-se no jejuno. 
 
 
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o A porção descendente do duodeno abraça o pâncreas. 
o A porção horizontal, possui uma relação importante com os vasos mesentéricos. 
• Pâncreas: 
o A cabeça do pâncreas está abraçada com a segunda porção do duodeno; 
o A cauda do pâncreas está voltada para a região do baço; 
o O ducto pancreático principal, corre dentro do pâncreas, da cauda para a cabeça, e é 
nessa região que ele se junta com o ducto colédoco para formar a ampola 
hepatopancreática. Porém, o ducto hepático principal possui um ramo mais fino, 
ducto pancreático acessório, que também chega na segunda porção do duodeno e 
se abre sozinho em uma região denominada papila duodenal menor. 
o O tronco celíaco, curto e calibroso, está próximo ao corpo pancreático e possui 3 
ramificações: artéria gástrica esquerda, artéria esplênica (corre na borda superior 
do pâncreas e alcança o hilo do baço) e artéria hepática comum (dá um ramo 
ascendente, conhecida como artéria hepática própria e um ramo descendente que é 
a artéria gastro duodenal). 
• Estômago: 
o É uma bolsa muscular que se localiza mais à esquerda da linha mediana e é uma 
continuação do esôfago. 
o Possui duas curvaturas: à direita a curvatura é menor e à esquerda a curvatura é 
maior. 
o Tem uma parede anterior e outra posterior. 
o Dividido em 4 regiões: 
▪ Transição do esôfago abdominal para o estômago: CÁRDIA! 
♦ A cárdia é um esfíncter fisiológico, então ela só se abre quando o 
bolo alimentar está passando pelo esôfago. 
▪ A região que ficou acima da linha da cárdia: FUNDO DO ESTÔMAGO! 
♦ O fundo do estômago possui uma grande quantidade de ar. 
▪ A porção da curvatura menor, à direita possui um ponto mais profundo que 
é chamada INCISURA ANGULAR, nesse ponto traça-se uma linha para 
separar o CORPO DO ESTÔMAGO da região do PILORO. 
♦ Piloro é a transição do estômago para o duodeno e é constituído de 
duas partes: antro piloro (porção mais dilatada) e canal pilórico (tem 
uma abertura que é o óstio pilórico e em torno dele tem-se uma 
camada muscular mais espessada, que é o esfíncter pilórico). 
▪ Possui 3 camadas musculares: 
♦ Camada externa: fibras longitudinais 
♦ Camada média: fibras circulares 
♦ Camada interna: fibras oblíquas 
▪ É ricamente vascularizado: 
♦ Artérias gástrica esquerda – passa pela curvatura menor do 
estômago. E na altura da incisura angular a artéria gástrica 
esquerda se junta à artéria gástrica direita, que é um ramo da 
artéria hepática comum. 
♦ Artéria esplênica - está na região do fundo do estômago e dá ramos 
conhecidos como artérias gástricas curtas, que são responsáveis 
pela irrigação do fundo do estômago. A artéria esplênica continua 
na curvatura maior do estômago, onde recebe o nome de artéria 
 
 
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gastro omental esquerda e direita, que também se anastomosam na 
altura da incisura angular. 
 
SISTEMA URINÁRIO 
 
• É constituído por 2 rins, 2 ureteres, 1 bexiga e 1 uretra; 
• Rins: 
o Os rins são órgãos pares, com o formato de um grão de feijão e são envolvidos por 
cápsulas. 
o A cápsula que fica aderida ao parênquima renal é chamada de cápsula fibrosa. 
o No formato de grão de feijão, o rim possui um polo superior, um polo inferior e uma 
borda lateral, que é mais convexa, e uma borda medial que tem um contorno mais 
irregular. No centro da borda medial, encontra-se uma concavidade que entram e 
saem estruturas, chamada de hilo renal. 
o No polo superior do rim, apoia-se a glândula suprarrenal. 
o No hilo renal tem-se um conjunto de estruturas denominado pedículo renal. O 
pedículo é formado pela veia renal – que está saindo do rim -, posteriormente a veia 
renal tem-se a artéria renal que entra no rim e posteriormente aos vasos renais tem-
se o ureter, saindo do rim. 
o Os rins possuem uma importante relação com os grandes vasos. O rim direito fica 
mais próximo da veia cava inferior e o rim esquerdo está mais próximo da artéria 
aorta abdominal. 
o As veias que saem do rim são tributárias da veia cava inferior. E devido à 
proximidade da veia cava inferior com o rim direito, a veia renal direita é mais curta 
do que a veia renal esquerda. 
o Do mesmo modo acontece com a artéria aorta, quando visualizado posteriormente, 
pode-se notar que a artéria renal esquerda é menor do que a artéria renal direita. 
 
Atenção: A artéria aorta abdominal tem trajeto descendente e na altura da crista ilíaca, ela 
se divide em seus ramos terminais, chamados de artérias ilíacas comum esquerda e direita. 
A ilíaca comum direita é mais longa do que a esquerda. E acima da veia renal ainda se tem 
dois ramos que saem do contorno anterior da artéria aorta, sendo eles o tronco celíaco e a 
artéria mesentérica superior (está bem próxima à veia renal esquerda, tipo “abraçando”). A 
região que está localizada entre a artéria mesentérica superior e a artéria aorta, é chamada 
de pinça aórtico mesentérica, visto que estão pinçando a veia renal esquerda. 
 
 
o Estruturas internas dos rins: 
▪ Internamente, os rins possuem uma camada externa e mais clara, 
denominada córtex renal. Internamente ao córtex, tem-se uma camada 
chamada de medula renal. Essa medula é toda fragmentada e cada pedaço é 
chamado de pirâmide renal. 
▪ Na pirâmide renal, a parte mais larga, a base está voltada para o córtex renal 
e a parte mais afilada, conhecida como papila renal está direcionada para o 
centro do rim. Então, o conjunto de pirâmides renais forma a região 
medular do rim. 
 
 
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▪ A medula não é uma região contínua, porque a camada cortical de intervalos 
em intervalos ele emite pequenas projeções em direção ao centro do rim. 
Essas projeções são chamadas de colunas renais. Então, entre colunas tem—
se a pirâmide renal. 
▪ A parte mais central do rim é denominada de seio renal. O seio renal é uma 
cavidade e é ocupado por um conjunto de estruturas: cálices maiores e 
menores, pelve renal, gordurae vasos. 
▪ Cada papila renal é abraçada por uma estrutura de conjuntivo fibroso, 
chamada de cálice menor. 
▪ Os cálices menores se juntam e formam os cálices maiores. E eles se juntam 
e formam a pelve renal, bem próxima do hilo renal. 
o A artéria renal chega ao hilo renal e sofre ramificações. Essas ramificações são 
chamadas de artérias segmentares. Elas na altura dos cálices menores se dividem e 
vão abraçar as pirâmides, nessa parte a artéria é chamada de artéria interlobar. Essa 
artéria interlobar, na base das pirâmides ela arqueia sobre as bases e é chamada de 
artéria arqueada. E dela saem pequenas artérias que são chamadas de artérias 
interlobulares, que vão constituir as arteríolas e elas vão se enovelar e formar os 
glomérulos. 
o Na região do córtex renal encontra-se o néfron, unidade funcional do rim, 
responsável pela filtração, absorção e secreção. O néfron tem uma parte chamada 
de corpúsculo renal, que é constituído de um glomérulo e de uma cápsula 
glomerular. 
o O néfron também é formado pelos tubos contorcido proximal – na porção 
descendente da alça renal e na porção ascendente da alça renal - e distal – chega em 
um único tubo que é chamado de túbulo coletor e pode receber vários tubos 
contorcidos distais. O túbulo coletor chega na papila renal e vai gotejando a urina. 
o O glomérulo é envolvido por uma dupla camada, chamada de cápsula glomerular, 
em que a parte externa mantém o formato do glomérulo e a parte interna está em 
contato direto com os capilares, o que permite a filtragem do sangue. Então, o 
plasma sanguíneo passa dos capilares para o espaço glomerular. 
o O corpúsculo glomerular possui um polo vascular – onde entram e saem as 
arteríolas – e um polo urinário, que vai dar origem ao túbulo contorcido proximal. 
• Ureter: 
o O ureter na altura do hilo renal é dilatado e essa dilatação é chamada de pelve renal. 
Após a pelve renal, o ureter sofre o primeiro estreitamento, denominado de 
estreitamento pélvico ureteral e continua em um tubo mais afilado que é o ureter 
propriamente dito. 
o O ureter quando passa pela crista ilíaca, ele é cruzado pelos vasos ilíacos, sofre o 
segundo estreitamento e quando ele passa pela parede posterior da bexiga passa pelo 
terceiro estreitamento. 
 
SISTEMA GENITAL MASCULINO 
• Na parede inferior da bexiga, tem-se uma abertura que é o óstio interno da uretra, que dá 
início à uretra masculina. Essa uretra vai atravessar a próstata (uretra prostática), o assoalho 
pélvico (uretra membranosa), o corpo esponjoso do pênis (uretra esponjosa). 
• No corpo do pênis, a uretra esponjosa se expande e forma a fossa navicular, que se abre 
para o meio externo por meio do óstio externo da uretra. 
 
 
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• Em torno do óstio interno da uretra, tem-se um esfíncter, no colo vesical, conhecido como 
esfíncter interno da uretra, de controle involuntário. Já na parte membranosa, tem-se o 
esfíncter externo da uretra e que tem controle voluntário, pois está atravessando uma 
camada de músculo estriado esquelético. 
• Abaixo da bexiga urinária, encontra-se a próstata. A próstata é atravessada por dois canais, 
um longitudinalmente (URETRA PROSTÁTICA) e outro obliquamente (DUCTO 
EJACULATÓRIO). 
• O ducto ejaculatório é formado pelo ducto excretor, da glândula seminal, e pelo ducto 
deferente. Esse ducto ejaculatório lança na uretra prostática os espermatozoides, que é 
conduzido pelo ducto deferente, e o líquido seminal, produzido pela glândula seminal e 
conduzido pelo ducto excretor da glândula seminal. 
• O pênis é constituído por uma parte fixa, chamada de raiz do pênis, e por uma parte livre 
denominada corpo do pênis. Tanto na parte fixa quanto na parte livre, encontra-se uma 
massa de tecido erétil. 
• A parte do corpo cavernoso que está localizada no corpo do pênis é chamada apenas de 
corpo cavernoso. Já o corpo cavernoso presente na raiz do pênis é denominado de ramo do 
pênis, e ela ajuda a fixar o pênis no ísquio. 
• O corpo esponjoso possui duas dilatações, uma dilatação anterior chamada de glande do 
pênis. E uma dilatação posterior denominado bulbo do pênis. 
• Dentro do escroto encontra-se os testículos, o epidídimo e o ducto deferente. 
o O testículo observa-se que ele tem uma extremidade superior, a qual se apoia a 
cabeça do epidídimo, extremidade inferior, borda anterior voltada para o pênis e 
uma borda posterior, onde o corpo do epidídimo vai ser apoiado. 
o O corpo do epidídimo se curva sobre ele mesmo, constituindo o ducto deferente. 
o Toda a região dentro do testículo é denominada parênquima testicular. E nela estão 
presentes os túbulos seminíferos contorcidos e as células intersticiais. 
• O ducto deferente é acompanhado de vasos, de nervos e de linfático. E essas estruturas 
formam um cordão que vão passar pelo canal inguinal e esse conjunto é chamado de 
funículo espermático. 
• O ducto deferente tem 3 partes: 
o Até na altura do ramo inferior do pubi: Ducto deferente escrotal; 
o Entre o ramo inferior do pubi e o ramo o superior do pubi: Ducto deferente inguinal; 
o Depois do ramo superior do pubi: Ducto deferente abdominal 
• O ducto deferente abdominal cruza medialmente o ureter e posteriormente expande, 
passando a chamar ampola do ducto deferente. Ao lado da ampola do ducto deferente, 
tem-se a glândula seminal. 
• O ducto deferente vai se juntar ao ducto excretor da glândula seminal e vão formar um 
canal, chamado de ducto ejaculatório. 
• O ducto deferente abdominal contorna a parede superior da bexiga urinária. 
 
SISTEMA GENITAL FEMININO 
• Acima da bexiga tem-se o útero. Posteriormente e abaixo do útero encontra-se a vagina e o 
reto. 
• Abaixo do assoalho pélvico, tem-se o períneo. 
• A pubi direita e esquerda estão unidas por meio de uma cartilagem, chamada de sínfise 
púbica. 
• A bexiga urinária repousa sobre a sínfise púbica. 
 
 
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• O útero curva anteriormente sobre a bexiga urinária. Essa posição é chamada de antiflexão. 
• A abertura na bexiga é o óstio interno da uretra. Na mulher, a uretra é um tubo pequeno de 
aproximadamente 4 cm e está relacionado apenas com a micção. Posteriormente à uretra, 
tem-se o tubo muscular que é a vagina. 
• A vagina possui uma parede anterior e posterior; entre essas paredes encontra-se uma 
cavidade, que é o canal vaginal. 
• As paredes vaginais são todas pregueadas e a última prega da parede é conhecida como 
hímen. 
• As paredes da vagina continuam até encontrar o útero, onde elas estão fixadas. E nesse 
ponto de fixação, são encontradas pequenas depressões que são formadas com o encontro 
da parede da vagina com a do útero. Essas projeções são chamadas de fórnix vaginal 
posterior/anterior. 
• O útero é constituído de 3 camadas: 
o Mais externa: Perimétrio 
o Média: Miométrio 
o Interna: Endométrio 
• O útero anatomicamente possui 4 partes: 
o + anterior e superior: Fundo do útero 
o Parte alongada, repousando sobre a bexiga urinária: Corpo do útero 
 
Atenção: Quando o útero se curva, ele forma um estreitamento chamado de istmo 
uterino. E a partir desse istmo a porção final do útero é determinada. 
 
o Porção final: Colo do útero. 
• Dentro das partes do útero, existem cavidades: 
o Corpo do útero: Cavidade uterina; 
o Colo do útero: Canal cervical; 
▪ O canal cervical se abre através do óstio uterino, para se comunicar com o 
canal vaginal. 
▪ Canal cervical + óstio uterino + canal vaginal = CANAL DO PARTO. 
• A tuba uterina é dividida em 4 partes, mas é possível visualizar apenas 3: 
o Istmo da tuba uterina; 
o Ampola; 
o Infundíbulo. 
• Ovário: 
o Possui uma borda posterior livre e uma borda anterior, que tem uma prega de 
peritônio chamada de mesovário. 
o O ovário possui uma extremidade uterina, que sai um cordão fibroso chamado de 
ligamento útero-ovárico.

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