Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Medula Espinal Arthur Ribeiro Segatto Objetivos da Apresentação Anatomia Radiologia Check-list 01 02 04 05 Gabaritos e correlações fisiológicas Imagens de TC e RX Teste seu conhecimento! Teste sua memória! Caso Clínico Semiotécnica Take home message 03 06 Exame físico Teste seu interesse! Anatomia 01 Medula Espinal • É a continuação do bulbo. • Em adultos, tem 42 a 45 cm de comprimento. • Estende-se do forame magno até o nível de L I ou L II (ocupa apenas os 2/3 superiores do canal vertebral). • Intumescência Cervical C4 a T1; a maioria dos ramos anteriores dos nervos espinais forma o plexo braquial. • Intumescência Lombossacral T11 ao S1; os ramos anteriores formam os plexos lombar e sacral. • Cone medular extremidade inferior afilada (altura da vértebra T XII - L III). • Cauda equina feixe frouxo de raízes nervosas espinais, originado na intumescência lombossacral e no cone medular e que segue dentro da cisterna lombar do LCS. • Filamento terminal da extremidade do cone medular, desce entre as raízes dos nervos espinais na cauda equina; fixa a extremidade inferior da medula e das meninges espinais. • Parte pial: extremidade proximal; vestígios de tecido neural, conectivo e neuroglial cobertos por pia-máter. • Parte dural: continuação com uma camada de dura-máter, para se fixar no dorso do cóccix. Meninges Espinais • Dura-máter tecido fibroso com algumas fibras elásticas separado do osso e do canal vertebral pelo espaço extradural (epidural), ocupado pelo plexo venoso vertebral interno. • Aracnoide-máter membrana avascular delicada de tecido fibroso e elástico que reveste o saco dural espinal e as bainhas durais da raiz. Envolve o espaço subaracnóideo preenchido por LCS, que contém a medula, raízes dos nervos espinais e gânglios sensitivos de nervos espinais. Filamentos delicados de tecido conectivo, as trabéculas aracnóideas, transpõem o espaço subaracnóideo unindo a aracnoide-máter e a pia-máter. • Pia-máter membrana mais interna, fina e transparente, e acompanha os acidentes anatômicos da medula. A medula espinal fica suspensa no saco dural pelo filamento terminal e pelos ligamentos denticulados direito e esquerdo, lâminas fibrosas de pia-máter que se estendem entre as raízes nervosas posteriores e anteriores, a partir das faces laterais da medula, e que seguem longitudinalmente de cada lado da medula espinal. Nervos espinais e raízes nervosas Substância cinzenta corpos dos neurônios; H cornos cinzentos; posteriores (dorsais) e anteriores (ventrais) direito e esquerdo. Substância branca trato de fibras interconectantes. Sistema Nervoso Central Sistema Nervoso Periférico Como os nervos espinais se originam? Radículas Radículas Raíz Ventral Fibras motoras (eferentes) Raíz Dorsal Fibras sensitivas (aferentes) Nervo Espinal Misto (motor e sensitivo) Ramo Posterior (dorsal) Ramo Anterior (ventral) Via Coluna Dorsal-Lemnisco Medial • Via em direção ao encéfalo que carrega informações sobre o tato ou a vibração da pele. • Os axônios dos neurônios dos núcleos da coluna dorsal fazem uma curva em direção ao bulbo ventral e medial e, então, decussam a partir desse ponto, o sistema somatossensorial de um lado do encéfalo está relacionado com as sensações originadas do lado oposto do corpo. Fun fact: estudos neurofisiológicos têm demonstrado que tanto nos núcleos da coluna dorsal como nos talâmicos ocorre uma transformação considerável da informação. Como regra, a informação é alterada cada vez que passa por sinapses no encéfalo Via Espinotalâmica • Via que conduz da medula espinhal ao encéfalo a informação sobre a dor corporal e a temperatura. • Diferentemente da via coluna dorsal-lemnisco medial, os axônios dos neurônios secundários decussam no mesmo nível da medula espinhal em que ocorreu a sinapse e ascendem pelo tracto espinotalâmico ao longo da superfície ventral da medula espinhal. Vias Laterais • O componente mais importante das vias laterais é o tracto corticospinal/piramidal. 2/3 dos axônios desse tracto têm origem nas áreas 4 e 6 do lobo frontal (córtex motor). O tracto forma uma protuberância, chamada de pirâmide bulbar, que passa sobre a superfície ventral bulbar. Na junção do bulbo com a medula, o tracto cruza, ou decussa, na decussação das pirâmides. • Um componente bem menor é o tracto rubrospinal, que se origina no núcleo rubro do mesencéfalo. Os axônios do núcleo rubro decussam logo adiante, na ponte, e se reúnem com aqueles do tracto corticospinal na coluna lateral da medula. • Esses tractos controlam os movimentos finos dos braços e dos dedos das mãos. Radiologia 02 Radiografia simples x TC A medula espinal NÃO é visível nas radiografias simples sua localização é definida pela identificação das fronteiras do canal vertebral. A TC torna possível a discriminação entre LCS, raízes nervosas, o ligamento flavo, as raízes nervosas, a gordura epidural e outras estruturas. As indicações mais comuns incluem trauma, tumores espinais e doença discal degenerativa. Mielografia A mielografia é empregada com mais regularidade para avaliar herniações discais e para excluir a compressão da medula espinal causada por trauma ou tumor. Na região lombar, as raízes nervosas da cauda equina são bem visualizadas. É possível, também, observar o cone medular, em geral em L1 – 2. No nível torácico e cervical, a medula espinal pode ser vista como uma sombra “negativa” no contraste denso, sendo possível, portanto, a avaliação de seu tamanho e forma. Os nervos espinais cervicais também podem ser bem visualizados. Ressonância Magnética Permite a visualização da anatomia intraespinal com resolução de contraste muito maior do que qualquer outra modalidade. Contudo, é muito sensível para detectar anormalidades na medula óssea. Em geral, os corpos vertebrais contêm uma grande quantidade de medula óssea, e anormalidades podem ser vistas em diversos distúrbios, como anemia, infecção e doença metastática. Na imagem ponderada em T1, a medula óssea adulta normal (amarela/gordurosa) apresenta “sinal alto” (i.e., é hiperintensa, de cor esbranquiçada), e o LCS apresenta “baixo sinal” (i.e., hipointenso, de cor preta). O tecido neural, como a medula espinal e as raízes nervosas, exibe intensidade de sinal intermediária Semiotécnica 03 Exame Físico Pescoço e coluna cervical Inclui exame da limitação dos movimentos (extensão, flexão, rotação e lateralização da cabeça) eventual dificuldade ou limitação talvez esteja na dependência de doenças osteoarticulares, musculares, meningites, radiculopatias e hemorragia subaracnóidea; e de rigidez da nuca frequentemente encontrada na meningite e na hemorragia subaracnóidea. Prova de Brudzinski Avaliam-se a limitação dos movimentos (flexão, extensão, rotação e lateralização da coluna) eventual limitação na amplitude dos movimentos e em que grau; e provas de estiramento da raiz nervosa (prova de Lasègue e prova de Kernig). Exame Físico Coluna lombossacral Exame Físico Reflexos Reflexos exteroceptivos ou superficiais estímulo feito na pele ou na mucosa externa. Reflexo cutâneoplantar resposta normal é representada pela flexão dos dedos. A abolição desse reflexo ocorre quando há interrupção do arco reflexo e, algumas vezes, na fase inicial da lesão da via piramidal. A inversão da resposta normal, ou seja, a extensão do hálux (os demais podem ou não apresentar abertura em forma de leque), constitui o sinal de Babinski, um dos mais importantes elementos semiológicos do sistema nervoso que indica lesão da via piramidal ou corticospinal. Exame Físico Reflexos Reflexos proprioceptivos, profundos, musculares ou miotáticos fásicos/clônicos e tônicos/posturais. Reflexos miotáticos fásicos ou clônicos percussão com o martelo de reflexos do tendão do músculo a ser examinado de rotina, são investigados os reflexos aquileu, patelar,flexor dos dedos, supinador, pronador, bicipital e tricipital são encontrados na lesão da via piramidal e sempre acompanhados de exaltação dos reflexos daqueles músculos. Caso Clínico 04 Um garoto com 13 anos, destro, é trazido para a emergência após um acidente de automóvel moderadamente grave. O paciente viajava como passageiro no banco da frente, sem usar cinto de segurança, mas não foi ejetado durante a colisão frontal (aproximadamente a 55 a 65 km/h}. De acordo com os paramédicos que acompanham o paciente, não houve danos frontais significativos no carro, e a cabeça do paciente parece ter batido no para-brisa. Ao chegar ao local de acidente, cerca de quatro minutos após o ocorrido, o paciente foi encontrado não responsivo, com tônus muscular flácido, bradicardia e esforço respiratório inadequado. Sua coluna cervical foi imobilizada e o paciente foi intubado para manter uma ventilação adequada, sendo, então, transportado até a sala de emergência, fixado a uma maca rígida. Ao exame, encontra-se afebril, com esforço respiratório irregular ao ventilador. A estimulação dolorosa de sua face produz algumas caretas, porém essa resposta não ocorre quando as extremidades são estimuladas. Existe uma grande contusão sobre a região frontal, mas não há outros sinais externos de traumatismo. Ao exame neurológico, suas pupilas são igualmente reativas à luz e o paciente apresenta um reflexo corneano vivo bilateralmente, mas não há reflexo de vômito. Seu tônus muscular está diminuído nas quatro extremidades e o paciente apresenta arreflexia geral, incluindo seus reflexos abdominais superficiais. Seu esfincter encontra-se flácido e não existe contratura retaI. De acordo com o pai do paciente, a criança era sadia e apresentava desenvolvimento neuropsicomotor normal antes do acidente. O paciente não faz uso de qualquer medicação e não tem alergias conhecidas . Qual é o diagnóstico mais provável? Lesão Medular traumática Esses achados apontam para uma lesão medular completa ou quase completa a um nível cervical alto, com choque espinal ascendente, afetando o tronco cerebral inferior. O pico de incidência relacionado à idade ocorre entre 15 e 25 anos, e os homens superam as mulheres por 4:1. Cerca de 5% de todas as lesões medulares ocorrem entre o nascimento e os 16 anos, e os pacientes pediátricos necessitam atenção especial: a lesão medular neonatal (relacionada ao nascimento) complica cerca de um em cada 60 mil partos, e a taxa de mortalidade é de 50%. Na infância, as causas mais comuns de lesão medular antes dos 10 anos são acidentes automobilísticos e quedas, enquanto nos indivíduos com mais de 10 anos, as causas são os acidentes automobilísticos e as lesões relacionadas com esportes. 2) Resulta em uma perda bilateral da função do trato espinotalâmico (dor e temperatura), bem como uma fraqueza bilateral (interrupção do trato corticospinal), com preservação funcional da coluna dorsal (sensibilidade táctil fina, propriocepção e sensibilidade vibratória). 1) Embora isso possa ocorrer de forma aguda com traumatismo, é mais comum com processos crônicos, como neoplasias intra-axiais ou dilatação do canal central. Clinicamente, isso leva a uma perda bilateral da sensibilidade técnica e dolorosa nas extremidades superiores, assim como fraqueza na mesma distribuição, com preservação da sensibilidade táctil fina. 3) Fraqueza ipsilateral e perda da sensibilidade táctil fina, mas a perda contralateral da sensibilidade térmica e dolorosa situa-se abaixo do nível da lesão. O traumatismo é a causa mais comum, e poucas vezes se apresenta como uma lesão puramente unilateral. Check-list 05 A medula se origina do quê? Quantos nervos cervicais existem? O que forma o H da medula? O que são as substâncias cinzentas e brancas? Do que são compostos os nervos espinhais? Por onde os nervos espinhais saem das vértebras? Quais informações são levadas através da via Coluna Dorsal-Lemnisco Medial? E pela via Espinotalâmica? Onde ambas as vias anteriores decussam? E onde decussam os tratos das vias Laterais? Quais os melhores métodos diagnósticos por imagem para lesões medulares? Take home message 06 A arreflexia ou hiporreflexia são encontradas comumente nas lesões que interrompem o arco reflexo (poliomielite, polineuropatia periférica, miopatia), e a hiperreflexia nas lesões da via piramidal (acidente vascular cerebral, neoplasia, doença desmielinizante, traumatismo). É possível, todavia, obter resposta diminuída ou aumentada, mesmo na ausência de doença. Obrigado!
Compartilhar