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Doenças respiratórias ocupacionais

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Doenças respiratórias ocupacionais 
Consequências da exposição as substâncias nocivas no 
ambiente de trabalho, que podem agredir o sistema 
respiratório 
20% das enfermidades desse sistema 
Classificação: 
• Pneumoconioses 
• Pneumonite de hipersensibilidade 
• Asma ocupacional 
• DPOC ocupacional 
• Neoplasias 
Asma ocupacional 
• Obstrução variável ao fluxo aéreo e hiperresponsividade 
brônquica 
• Causada por condições atribuídas a um determinado 
ambiente de trabalho 
• 17,6% dos indivíduos que iniciaram asma na vida adulta 
tiveram exposição ocupacional 
Classificação: 
• Asma induzida por sensibilizantes 
- 90% dos casos 
Surge após um período de latência de meses a 
anos após iniciada a exposição ao agente 
sensibilizante 
Mecanismo imunológico com produção de Ac IgE 
Proteínas de origem animal e vegetal, isocianatos 
(tintas), produtos domissanitários, poeiras de madeira 
• Asma por irritantes 
10% dos casos 
Latência de horas ou dias 
Desencadeada por exposição única ou múltipla a 
agentes irritantes em altas concentraç~ies como 
cloro, amônia, So2, ácidos e fumaça de incêndio 
Fisiopatologia 
• Asma induzida por sensibilizantes 
Leva a bronconstrição 
Inflamação 
• Asma por irritantes → lesão epitelial 
 
Quadro clínico 
• Sintomas não diferem dos demais tipos de asma, com 
quadros de dispneia, sibilancia e tosse seca que 
melhoram com broncodilatadores 
• Alguns indivíduos apresentam sintomas predominantes 
de bronquite 
Critérios de diagnóstico 
• Histórico ocupacional 
Estabelecimento do nexo causal com o ambiente 
de trabalho 
Em todo paciente adulto com asma iniciada ou 
agravada durante o trabalho 
Anamnese por questionário clinico 
Asma ocupacional pode estar associada com rinite, 
conjuntivite, urticaria, perda de voz 
• Exame físico 
Avaliação geral 
Verificar presença de dermatite atópica, dermatite 
de contato 
Exploração laboratorial 
• Medida de pico do fluxo expiratório (PFE) seriado 
Oferece a melhor e mais fácil estratégia para avaliar 
a resposta fisiológica à exposição ocupacional 
No mínimo 2 semanas durante o trabalho e 2 ou + 
semanas fora do trabalho → 4x/dia 
 
Espirometria 
• Pode ser útil quando o paciente revela sintomas 
imediatos 
Testes de broncoprovocação 
• São feitos inalando-se a substância suspeita ou com 
agentes inespecíficos como histamina, metacolina ou 
carbacol 
• Analisado queda >15% no valor basal do VEF1 
Testes imunológicos 
• Teste alérgico cutâneo e dosagem de IgE específica 
para identificar a sensibilização por alérgenos específicos 
do ambiente de trabalho 
Trabalho 
• Afastar o paciente do local de trabalho 
• Monitorar periodicamente o PFE 
• Realizar acompanhamento médico 
• Equipamentos de proteção respiratória 
• O tratamento medicamentoso segue os mesmos 
preceitos do tratamento da asma 
Evolução e prognóstico 
Fatores determinantes: 
• Duração dos sintomas 
• Gravidade da asma no período do diagnóstico 
• Duração total da exposição e após o aparecimento dos 
sintomas 
Reversibilidade é maior quanto mais precoces o diagnóstico, 
o afastamento da exposição e o tratamento 
70% dos indivíduos com AO persistem com 
hiperresponsividade brônquica após 30 meses afastados do 
trabalho 
Pneumoconioses 
• Definidas como doenças resultantes da inalação e 
deposição de poeiras minerais nos pulmões → reação 
tissular 
• Classificadas: fibrogênicas x não fibrogênicas (poeira 
metálicas) 
Atividades como mineração, metalurgia...expõem 
trabalhadores a poeiras, gases e fumos que podem 
desencadear doenças respiratórias 
Asbestose 
• Fibrose intersticial difusa pulmonar consequente à 
exposição ao asbesto (termo genérico dado ao grupo 
de silicatos fibrosos hidratados → utilizados na 
construção civil) 
• 2 tipos: 
 
Além disso, a exposição ao amianto, pode causar 
acometimentos benignos como derrame pleural, 
espessamento pleural difuso, placas pleurais e atelectasia 
redonda 
Trabalhadores que se expõem ao asbesto estão ligados a 
ocupações como mineração, isolamento térmicos de fornos, 
caldeiras e tubulações 
Fisiopatologia 
 
Macrófagos liberam oxidantes → lesão do epitélio 
- Liberam fatores de crescimento também → fibroblastos 
→ colágeno → espessamento das paredes por enduração, 
aumentando a retração do alvéolo (perda da elasticidade), 
dificultando as trocas gasosas → isso leva a um quadro de 
dispneia 
 
Quadro clínico 
• Dispneia, tosse e expectoração 
• Exame físico: estertores crepitantes nas bases 
pulmonares 
• Fases finais: hipoxemia, baqueteamento digital e cor 
pulmonale 
Diagnóstico 
• Histórico ocupacional 
• Aspectos radiológicos: opacidades irregulares lineares 
com predomínio nas regiões posteriores das bases 
pulmonares; placas pleurais bilaterais dá maior suporte 
ao diagnóstico, mas elas nem sempre ocorrem 
 
• TCAR: linhas subpleurais, espessamento dos septos 
interlobulares, opacidade, vidro fosco, faveolamento, 
bronquiectasias de tração e distorção arquitetural → 
predomínio na região basal 
Evolução e prognóstico 
• Doença de evolução lenta e progressiva 
• Afastamento da exposição não interrompe o processo 
evolutivo 
• Nas formas evolutivas graves, a morte ocorre por 
insuficiência respiratória e cor pulmonale 
• Câncer de pulmão é altamente incidente, sendo 
considerada uma complicação 
Tratamento 
• Controle dos sintomas e das complicações 
• Oxigenação suplementar pode ser realizada diante de 
quadros de hipoxemia em repouso ou dessaturação de 
oxigênio induzida pelo exercício 
Prevenção 
• Eliminação da exposição ao agente causal 
• Uso de EPIs 
• Colocação de ventiladores e exaustores no local de 
trabalho 
• Tabagismo agrava lesões pulmonares intersticiais e 
aumenta chance de neoplasias 
Silicose 
• Fibrose pulmonar nodular, difusa, causada pela inalação e 
pela retenção de sílica cristalina, com reação pulmonar 
decorrente 
• É mais prevalente e incapacitante no mundo 
Formas de apresentação: 
Silicose aguda: 
• Rara 
• Causada pela inalação de grande quantidade de sílica em 
curto período de tempo 
• É raro encontrar fibrose e granulomas 
• Paciente: dispneia, astenia, perda de peso e hipoxemia 
• Exame físico: crepitações 
Silicose acelerada 
• Forma intermediaria entre aguda e crônica 
• Granulomas ou nódulos silicóticos 
Silicose crônica 
• Mais prevalente 
• Manifestações após 10 anos ou mais do início da 
exposição 
• Granulomas bem formados, com centro hialino formado 
por fibras de colágeno, circundado por macrófagos, 
linfócitos e fibroblastos 
Sintomas: 
• Dispneia ao exercício, acentuada com a evolução da 
doença 
• Tosse e sibilancia 
• Fase final de fibrose maciça progressiva: hipoxemia... 
 
 
 
 
 
 
 
Fisiopatologia 
 
Diagnóstico 
• História clínica e ocupacional + achados radiológicos 
 
 
Tomografia 
 
Evolução e prognostico 
• Quanto mais precoce for o diagnostico e a interrupção 
da exposição, melhor é o prognóstico 
Fatores determinantes no curso evolutivo 
• Concentração de poeira e teor sílica 
• Precocidade com que se dá o afastamento da 
exposição 
• Continuidade da exposição já com o processo da 
doença em curso 
• Idade com que se da exposição 
• Natureza genética 
• Doenças relacionadas: tuberculose, neoplasias, doenças 
autoimunes 
Tratamento 
• Apenas o controle das complicações 
• Oxigenoterapia domiciliar para os pacientes hipoxêmicos 
• Transplante pulmonar 
• Tratamento da tuberculose, quando essa estiver 
presente 
• É uma doença evitável!!!

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