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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO X
AQUATRANS, pessoa jurídica de direito privado, neste ato representada por seu administrador, com sede no endereço ..., CNPJ .... vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, por seu advogado constituído pelo instrumento de procuração anexo e com endereço profissional na rua ..., com fundamento no artigo 5º, LXIX da Constituição da República Federativa do Brasil e na Lei 12.016 de 2009, impetrar o presente 
MANDADO DE SEGURANÇA COM 
PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA
visando proteger direito líquido e certo seu, indicando como coator o Excelentíssimo Senhor Doutor GOVERNADOR DO ESTADO X, o qual é vinculado à pessoa jurídica do ESTADO X, pelos motivos que passará a expor.
DA TUTELA DE URGÊNCIA 
Mesmo por meio de uma cognição sumária, será possível extrair da narrativa fática e dos documentos acostados aos autos os pressupostos autorizadores para a concessão da tutela de urgência no presente caso, senão vejamos.
No caso sub examine, vislumbra-se, a prima facie, muito mais do que a fumaça do bom direito, resta claramente configurado direito cristalino, eis que o impetrante tem o direito líquido e certo de ser mantido na prestação dos serviços de transporte, direito esse consubstanciado no contrato de concessão (cópia às fls...) e lesado pelo Decreto nº 1.234, cuja edição se deu com inobservância dos preceitos delineados pela Lei nº 8.987/95. 
Outrossim, no que toca ao periculum in mora, inconteste que há possibilidade de ocorrência de lesão irreparável ao direito do impetrante se vier a ser reconhecido apenas ao final, porquanto a assunção do serviço pelo Poder Público concedente no período em que perdurar a lide implicará em prejuízo econômico de incalculável monta, sendo certo que a reversibilidade da tutela de urgência, ao final, será menos danosa do que eventual indeferimento.
Sublinhe-se, ainda, que o periculum in mora não apenas representa potencial prejuízo ao impetrante mas, também, a terceiros interessados (população).
Desta feita, faz-se mister o deferimento de um provimento jurisdicional liminar com vistas à suspensão dos efeitos do Decreto estadual 1.234 e, por via de consequência, à abstenção do impetrado de tomar qualquer medida para assumir o serviço com base no ato impugnado, garantindo, desta forma, à Impetrante, o direito líquido e certo de explorar, pelo respectivo prazo contratual, o serviços de transporte aquaviário coletivo.
DOS FATOS 
O caso dos autos retrata a situação de uma empresa que, há sete anos, opera o transporte aquaviário de passageiros, na condição de concessionária de serviço público contratada pelo Estado X.
Ocorre que a impetrante, sem ter sido previamente cientificada de qualquer inadequação na prestação do serviço, foi surpreendida com a edição do Decreto da Chefia do Executivo Estadual, que declarou a caducidade da concessão e fixou o prazo de trinta dias para assumir o serviço, ocupando as instalações e os bens reversíveis.
Desta feita, pela lesão ao direito líquido e certo de continuar a realizar os serviços relativos à concessão, bem como aos princípios constitucionalmente tutelados, vem a impetrante buscar guarida perante o Poder Judiciário.
DOS FUNDAMENTOS
1. DA NULIDADE DO DECRETO Nº 1.234 E DA INOBSERVÂNCIA DO DEVIDO PROCESSO LEGAL (artigo 5º, inciso LIV da Constituição Federal)
Conforme se extrai dos autos, o Decreto estadual em xeque encontra-se maculado de vício, porquanto editado em gritante afronta aos preceitos da Lei 8.987/95, que regulamenta o serviço de concessão e permissão da prestação de serviços públicos.
Com efeito, em que pese a lei ordinária federal estabelecer, em seu artigo 38, que a declaração de caducidade da concessão somente ocorrerá na hipótese de inexecução total ou parcial do contrato, o Decreto nº 1.234 aplicou-a ao contrato de concessão firmado entre o impetrante e o Poder concedente estadual, sem que aquele tivesse incidido em qualquer das hipóteses autorizadoras de declaração de caducidade listadas no parágrafo 1º do artigo 38 da Lei 8.987/95. 
Ademais, o indigitado decreto desprezou o devido processo legal, em gritante afronta às normas gerais instituídas pela Lei 8.987/95 e com o princípio constitucional insculpido no inciso LIV do artigo 5º da Carta Magna. 
Forçoso reconhecer, portanto, que, tendo o Poder Executivo estadual extrapolado sua competência legislativa e indo além da moldura normativa delineada pela lei ordinária federal, o Decreto nº 1.234 é ilegal e abusivo, violador de direito líquido e certo da empresa impetrante, merecendo ter sua ineficácia declarada por força do presente mandamus.
Nesse diapasão, ratificando que decretos que não se coadunem com o ordenamento jurídico e nem tampouco se subordinem às normas que lhes são hierarquicamente superiores não podem subsistir, transcrevemos a ementa a seguir, cujo acórdão foi exarado pela Décima Primeira Câmara Cível de nosso Egrégio Tribunal de Justiça:
MANDADO DE SEGURANÇA. LICITAÇÃO. INABILITAÇÃO. DECRETO BAIXADO POR PREFEITO MUNICIPAL. ILEGALIDADE. NULIDADE DO ATO. 
SEGURANCA CONCEDIDA. Mandado de Segurança. Decreto que declara pessoa jurídica inidonea à habilitação de concorrer em licitação de obras da municipalidade como punição proveniente de pratica irregular em momento anterior, em outra concessão à outra pessoa juridica da qual é, e tão-somente, acionista. Decreto do executivo que sofre limitação pela própria Lei, para a sua pratica. Simples decreto desprovido de decisao anterior a justificá-lo e alicerçado tão-somente na vontade do Chefe do Poder Executivo Municipal é insuficiente para sobreviver no mundo jurídico, pois fere o principio da legalidade, que se acha debruçado em um necessário e imprescindível apuratório. Concessão da segurança, confirmada a liminar. (destaque nosso) (Mandado de segurança 2001.004.01405, Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, Décima Segunda Câmara Cível, Des. Antonio Felipe Neves, Julgamento: 18/06/2002) 
2. AUSÊNCIA DE PRÉVIA CIENTIFICAÇÃO DAS IRREGULARIDADES e FIXAÇÃO DE PRAZO PARA CORREÇÃO (artigo 38 parágrafo 3º, Lei 8987/95)
O art. 1º da Lei de Concessões (Lei nº 8.987/95) estabelece que as concessões e permissões reger-se-ão pelos termos do art. 175 da CR/88 e que estas deverão ser disciplinadas pelos indispensáveis contratos. E, no âmbito contratual, a Administração Pública só pode fazer o que a lei permite. Sua vontade é a da lei. Cabe aduzir que a concessão de serviço público é regida pelo princípio da legalidade.
Inobstante, in casu, não houve a devida observância à disposição inserta no parágrafo 3º do artigo 38 da Lei 8987/95, o qual estabelece que:
§3º - Não será instaurado processo administrativo de inadimplência antes de comunicados à concessionária, detalhadamente, os descumprimentos contratuais referidos no §1º deste artigo, dando-lhe um prazo para corrigir as falhas e transgressões apontadas e para o enquadramento, nos termos contratuais.
Assim, se nos casos de rescisão do contrato de concessão por ato unilateral da Administração pugna-se pela imprescindibilidade da prévia cientificação das irregularidades com fixação de prazo para correção das mesmas, incontroverso que em casos como o da hipótese sub judice – onde não há sequer possibilidade de haver rescisão contratual fundada em caducidade da concessão por não se vislumbrarem as hipóteses previstas em lei para a sua declaração –, a gravidade pela inobservância da regra inserta na lei ordinária toma proporções alarmantes.
3. AUSÊNCIA DE INSTAURAÇÃO DO PROCESSO DE VERIFICAÇÃO DE INADIMPLÊNCIA (artigo 38 parágrafo 2º, Lei 8.987/95)
Como se não bastasse a inobservância do parágrafo 2º do artigo 38 da Lei 8.987/95, é de se notar que outro requisito prévio à opção pela caducidade igualmente não foi observado in casu.
Reza o parágrafo 2º do mesmo artigo 38 que:
§2º - A declaração de caducidade da concessão deverá ser precedida da verificação da inadimplência da concessionária em processo administrativo, assegurado o direito de ampla defesa.Em que pese a expressa regra insculpida na lei de concessões, o impetrado, por meio da edição do Decreto 1.234, declarou a caducidade da concessão sem a devida instauração do processo de verificação de inadimplência, inadimplência esta que, frise-se, inexiste, conforme se constata dos documentos acostados às fls...
Cristalino, pois, que o ato administrativo em questão revela-se inquinado de vício de forma, que, nas lições de José dos Santos Carvalho Filho:
“(...) provém do ato que inobserva ou omite o meio de exteriorização exigido para o ato, ou que não atende ao procedimento previsto em lei como necessário à decisão que a Administração deseja tomar.”
Destarte, uma vez que as regras insertas nos parágrafos 2º e 3º do artigo 38 não foram respeitadas no processo de produção do ato administrativo que declara a caducidade da concessão, é certo que a transgressão do “devido processo legal” impõe a devida anulação do Decreto estadual pelo Poder Judiciário.
4. SUSPENSÃO DOS EFEITOS DO DECRETO
O decreto, ao regulamentar a lei, não pode conter exigências que se oponham aos termos nela dispostos. Ainda que dependa de regulamentação, qualquer inovação que se contraponha à lei deve ser desconsiderada. O regulamento não pode fugir às diretrizes da lei regulamentada.
Desta feita, latente a necessidade de desconstituição do Decreto nº 1.234 em razão de sua nulidade por autorizar a declaração de caducidade da concessão com o impetrado sem a observância do devido processo legal (artigo 5º, inciso LIV da Constituição Federal) e sem a devida instauração do processo de verificação de inadimplência (artigo 38 parágrafo 2º, Lei 8.987/95).
DO PEDIDO
	Em face do exposto, requer a V. Exª:
a) Deferimento da tutela de urgência para suspender os efeitos do ato até o julgamento definitivo do pedido;
b) A notificação da autoridade coatora para prestar informações;
c) Ciência do feito ao órgão de representação judicial do Estado X;
d) Intimação do representante do Ministério Público;
e) A procedência do pedido com o deferimento da segurança, com confirmação da tutela de urgência (declaração de nulidade do Decreto);
f) A condenação do réu ao ônus sucumbenciais.
VALOR DA CAUSA
	Dá à causa o valor de R$ .... (art. 275 do Código de Processo Civil) 
DO PEDIDO
Ante o exposto, requer seja rejeitada a defesa do requerido e julgado procedente o pedido do Requerente, com decretação da falência daquele.
Termos em que espera deferimento.
Rio de Janeiro, ... de ........ de 2012.
____________________________
Nome do advogado – OAB/RJ nº ....

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