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07/07/2021 Roteiro de Estudos https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_729378_1… 1/15 Olá! Seja bem-vindo(a) a nossa disciplina de tendências e mercados. A partir dela, você passará a conhecer e interligar as relações entre as inovações e mudanças dos mercados e os novos consumidores, o que possibilitará realizar análises mais completas sobre as tendências e mercados, mediante o uso de conhecimentos sobre o macroambiente organizacional, como os cenários políticos, econômicos, sociais e tecnológicos in�uenciam as mudanças, quem são e como se comportam os consumidores do mundo digital, no contexto da indústria 4.0 e das crises globais. Isso permitirá a você a consolidação dos conhecimentos e correlação entre os estudos e as práticas organizacionais. Caro(a) estudante, ao ler este roteiro você vai: compreender a importância dos sinais e das mudanças no ambiente mercadológico; identi�car como realizar a pesquisa e análise de cenários do macroambiente e segmentos de mercado; compreender como é possível fazer a ponte entre ambiente e impacto mercadológico na empresa; conhecer as tendências e os mercados de negócios em mídias digitais; analisar os novos per�s dos consumidores e as suas características. Introdução Tendências e Mercados Roteiro deRoteiro de EstudosEstudos Autora: Katianny Gomes Santana Estival Revisor: Marco Antonio Santos angela.soares Realce 07/07/2021 Roteiro de Estudos https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_729378_1… 2/15 Os fatores políticos, econômicos, sociais e tecnológicos, bem como os macroambientais de um ambiente organizacional, exercem in�uências tanto no comportamento dos consumidores quanto nas dinâmicas dos segmentos de mercados e da gestão organizacional. No contexto da pandemia global Covid-19, no ano de 2020, vivenciamos de que forma os fatores macroambientais podem in�uenciar com tamanha intensidade e rapidez o surgimento de novos modelos de gestão e novos comportamentos dos consumidores. A crise se difere das demais, porque se relaciona prioritariamente às questões relacionadas à saúde, à necessidade de cuidados com a família, ao isolamento social e às incertezas com relação ao mundo do trabalho e à economia. O isolamento social, por exemplo, acelerou a implantação do trabalho home o�ce, a adesão dos consumidores e das empresas de todos os portes ao comércio eletrônico e ao Marketing Digital. No novo cenário, o digital é onipresente em todos os segmentos da vida e do trabalho, o consumo é repensado, a saúde e o bem-estar são prioritários, o ambiente da casa exerce novo papel na vida das famílias e o propósito das organizações é ressigni�cado com foco na responsabilidade moral e social. Assim, abordaremos no roteiro de estudos as seguintes questões: 1. a importância dos sinais e mudanças no ambiente mercadológico; 2. como realizar a pesquisa e análise de cenários do macroambiente e dos segmentos; 3. como fazer a ponte entre ambiente e impacto comercial/mercadológico na empresa; 4. as tendências e os mercados em negócios em mídias digitais; 5. o consumidor e as suas características. A Importância dos Sinais e das Mudanças no Ambiente Mercadológico Re�ita sobre como a sua vida e o seu trabalho mudaram nos últimos cinco anos, com foco especial nas mudanças ocorridas no ano de 2020, no contexto da Pandemia Global do Covid- 19. De que forma você tem se relacionado com as pessoas que não residem na sua casa? Como tem acesso ao lazer e entretenimento? O que mudou na sua alimentação e forma de consumir os alimentos? Qual o principal meio de buscas de informações e efetivação para as decisões de compras? O que mudou na prática e nas exigências de conhecimentos no trabalho que executa? Quais os canais de comunicação disponíveis para a realização de estudos, encontros e angela.soares Realce angela.soares Realce angela.soares Realce angela.soares Realce angela.soares Realce angela.soares Realce angela.soares Realce angela.soares Realce 07/07/2021 Roteiro de Estudos https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_729378_1… 3/15 reuniões familiares e pro�ssionais? Com certeza, você identi�cou, por meio das questões propostas, muitas mudanças rápidas e intensas, in�uenciadas por novos cenários ambientais, no seu comportamento como consumidor. Mas o que são tendências? A referência internacional do marketing, Philip Kotler (1998, p.144) de�ne: "tendência é uma direção ou sequência de eventos que ocorre em algum momento e promete durabilidade". Embora prometam durabilidade, é importante re�etir que nada garante que as tendências perdurem e perpetuem e, ainda que sejam muito fortes, podem acontecer eventos que as desestabilizem. Quantas tendências promissoras caíram por terra com o advento da COVID-19 e quantas estão sendo traçadas a partir dela? O mercado de cursos on-line, por exemplo, embora em constante crescimento, teve um boom. Conforme o relatório “Online education steps up: what the world is learning (from home)”, elaborado pela plataforma Udemy (ONLINE…, 2020), durante a pandemia, houve um aumento de 425% em matrículas nesses cursos. Conforme levantado pelo historiador do futuro, Harari (2016, p. 22), vivíamos em tempos de paz, sem surtos de fome e de pestes, em que “A imensa maioria das pessoas morre de enfermidades não infecciosas, como o câncer e doenças cardiovasculares, ou simplesmente velhice”. Em 2021, pessoas estão morrendo devido a uma doença infecciosa. O surgimento da COVID 19 é o que encontramos na teoria com o nome de Black Swan, ou Cisne Negro. Essa teoria foi desenvolvida por Nassim Taleb (2015) e está relacionada a um evento altamente improvável, isso é, nenhum cálculo matemático poderia prevê-lo. Esse Cisne Negro tem três características: eventos não previstos ou anunciados; nada no passado fornece pistas de que isso possa acontecer; eventos que afetam diretamente a rotina de governos e empresas; depois que os eventos acontecem, “conseguimos” expor explicações para dizer que eram, sim, previsíveis. Para se ter uma ideia, nem as gigantes mundiais de tecnologia conseguiram prever essa pandemia; vimos o Microsoft Teams surgir e sendo corrigido “on �ight”, isto é, colocaram a ferramenta no mercado e foram arrumando ela conforme detectavam os problemas; vimos o Zoom se tornar uma gigante, passar a valer bilhões de dólares e ter que investir outros milhões em segurança cibernética; vimos, também, o Google com a tentativa de passar a cobrar pelo Meet, que era gratuito até então. Uma tendência é sempre determinada, dentre outros fatores, com base na cultura de quem a está tentando ditá-la: mesmo tendências mundiais não se efetivam em todos os cantos do planeta da mesma maneira, e diversos motivos podem ser elencados para tentar descobrir o porquê disso. Há tendências que se efetivam em alguns cantos, mas em outros não. O estudo angela.soares Realce angela.soares Realce angela.soares Realce angela.soares Realce angela.soares Realce angela.soares Realce angela.soares Realce angela.soares Realce angela.soares Realce angela.soares Realce angela.soares Realce angela.soares Realce angela.soares Realce angela.soares Realce 07/07/2021 Roteiro de Estudos https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_729378_1… 4/15 de tendências é extremamente importante, mas sempre com parcimônia, pois não é uma ciência exata. Soares (2013), citado por Ferreira Júnior e Rieping (2014, p.39), analisa que hoje não existe somente uma tendência, mas várias: investimentos em novas mídias, comunicação no ponto de venda e foco principal nas estratégias criativas para o engajamento dos consumidores. A importância da busca não se limita à exposição da marca, mas engloba o estabelecimento de um relacionamento com o cliente. Vários são os relatórios que surgem, tentandofornecer suporte técnico e estratégico aos mercados. Em 2015, o IPEA publicou o livro “Megatendências mundiais 2030: o que entidades e personalidades internacionais pensam sobre o futuro do mundo? Contribuição para um debate de longo prazo para o Brasil” e esboçou tendências em 5 áreas: população e sociedade, geopolítica, ciência e tecnologia, economia e meio ambiente. Como esse relatório é mais antigo, é possível fazer o exercício de visitá-lo e ver o que se efetivou de lá pra cá. A COVID 19 fez os estudiosos realizarem o exercício de abordar o futuro, por exemplo, o artigo “Tendências de marketing e tecnologia 2020”, de André Miceli, que aborda como as tendências do cenário pandemia Covid-19 in�uencia a rapidez e a intensidade das mudanças no marketing e nas tecnologias. Outro relatório foi “O novo consumidor pós COVID”, publicado pela McKinsey & Company, que sinaliza as tendências da pandemia global Covid-19, intensi�cada no ano de 2020, sob os comportamentos das empresas e dos consumidores, com destaque à consolidação da in�uência do digital e analytics. Nele, a�rma-se que, em tempos de crise, é correto que as empresas direcionem esforços para os 3 Rs, simultaneamente: Responder: garantir medidas apropriadas de resposta à crise e continuidade da operação; Retornar: gerenciar o período de crise e endereçar oportunidades para uma retomada mais saudável e rentável; Reimaginar: reimaginar como será o “novo normal” e de�nir implicações de como a empresa deveria reinventar e desenhar a estratégia e a operação. Entretanto, após pesquisa, descobriram que as empresas estão mais focadas apenas em responder à crise, ação que requer menos tempo de execução. Para Ferreira Júnior e Rieping (2014, p.41), toda tendência é acompanhada de inovações, sejam em processos ou produtos, novas marcas ou novos negócios, não existem tendências sem inovações. Para a compreensão das tendências se faz necessária a pesquisa de estudos e de análises de mercados, com informações con�áveis, com objetivo de obter dados e conhecimentos para a compreensão aprofundada. Em um cenário caótico (tal como esse que a pandemia nos apresentou), é sempre importante estar atento às tendências sem perder de vista a essência do negócio. Esse exercício de observação permitirá que sejam criadas estratégias de recuperação profícuas, em detrimento angela.soares Realce angela.soares Realce angela.soares Realce angela.soares Realce angela.soares Realce angela.soares Realce angela.soares Realce angela.soares Realce angela.soares Realce angela.soares Realce angela.soares Realce angela.soares Realce angela.soares Realce angela.soares Realce angela.soares Realce angela.soares Realce 07/07/2021 Roteiro de Estudos https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_729378_1… 5/15 da execução de respostas ruins ao problema — como demissões, alavancagem e aumento de demanda. Alguns exemplos de lições sobre gerenciamento de crise são: não diminuir a mão de obra, e sim realocá-la; não procurar oportunidades em áreas diferentes da que se tem, especialidade, e sim vislumbrar soluções viáveis em meio às adversidades; não diminuir constantemente o preço dos produtos, mas buscar trabalhar esse elemento de maneira mais customizada. Como Realizar a Pesquisa e Análise de Cenários do Macroambiente e Segmentos Para obter informações con�áveis sobre o macroambiente das organizações e os segmentos de mercado, é possível utilizar a internet como fonte de dados atualizados e acessíveis, mediante o acesso aos organismos setoriais, empresariais e governamentais que publicam regularmente informações sobre os mercados e as tendências. De acordo com Yanaze et al. (2017), na análise ambiental, são identi�cadas as ações externas que afetam o segmento da organização e, somente após a análise SWOT, serão identi�cados os posicionamentos frente aos concorrentes. Para você que não se recorda o que é a análise SWOT, estudada nos cursos de gestão nas disciplinas de Marketing e Planejamento Estratégico, ela consiste em uma ferramenta clássica para a análise dos ambientes externo e interno das organizações; foi desenvolvida por professores da Universidade de Stanford, na década de 1960. Inicialmente, seria para a aplicação nas análises de grandes empresas; hoje, pode ser utilizada para a análise de cenários em qualquer segmento e setor organizacional. De acordo com Nakagawa (2020, p. 1), a análise SWOT se refere a: sigla em inglês dos termos Strengths (pontos fortes), Weaknesses (pontos fracos), Opportunities (oportunidades para o seu negócio) e Threats (ameaças para o seu negócio). Os pontos fortes e fracos, em geral, estão dentro da própria empresa, enquanto as oportunidades e as ameaças, na maioria dos casos, têm origem externa. angela.soares Realce angela.soares Realce angela.soares Realce angela.soares Realce angela.soares Realce angela.soares Realce angela.soares Realce angela.soares Realce angela.soares Realce angela.soares Realce 07/07/2021 Roteiro de Estudos https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_729378_1… 6/15 Nesse sentido, é importante ressaltar que é necessário que os gestores, quando estão executando a análise SWOT, sejam muito sinceros, principalmente no que se relaciona com os pontos fortes e fracos deles. É evidente que o negócio não precisa corrigir todas as suas fraquezas, nem deve se vangloriar de todas as suas forças. A grande pergunta é se o negócio deve se limitar às oportunidades para as quais dispõe dos recursos necessários ou se deve examinar melhores oportunidades (KOTLER; KELLER, 2012, p. 50). Conforme já falamos, a pandemia também propiciou oportunidades para empresas que, até então, não tinham atuação on-line, mas se viram na necessidade de incorporar esse marketplace ao negócio delas. É possível que, mesmo após a pandemia, continuem com essa prática. Houve casos, também, de pessoas que foram desligadas de empresas e viram a oportunidade/necessidade de abrir um negócio próprio, o qual deve prosperar mesmo após a pandemia. Da mesma forma que situações como essa são bastante negativas, é possível que tragam, também, oportunidades. Nesse sentido, as melhores metodologias sempre construirão novas ferramentas de análise, bem como é importante estar sempre atento às tendências do mercado. LEITURA Marketing fácil Autores: Mitsuro Yguchi Yanaze e Kleber Markus e Kleber Carillho. Editora: Saraiva. Ano: 2017. Comentário: por meio da linguagem acessível e didática, os autores abordam os conceitos e as ferramentas do marketing com a exposição de metodologias para a aplicação e casos reais. Esse título está disponível na Biblioteca Virtual da Laureate. angela.soares Realce angela.soares Realce 07/07/2021 Roteiro de Estudos https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_729378_1… 7/15 Como Fazer a Ponte Entre Ambiente e Impacto Mercadológico na Empresa Após aplicar ferramentas para a análise de cenários, como a análise SWOT, proposta no tópico anterior, é importante conhecer mais sobre o mercado consumidor da organização para efetuar análises e construir estratégias especí�cas para a competitividade e diferenciação. A competitividade das empresas não será mais determinada por seu tamanho, seu país de origem ou sua vantagem passada. Empresas menores, mais jovens e localmente estabelecidas terão chance de competir com empresas maiores, mais antigas e globais [...] , não existirá uma empresa que domine totalmente as demais. Pelo contrário, uma empresa pode ser mais competitiva se conseguir se conectar com comunidades de consumidores e parceiros para a cocriação (KOTLER; KARTAJAYA; SETIAWAN, 2017, p. 25). A ação de buscar informações qualitativas e quantitativas em profundidade é a pesquisa de mercado. Algumas técnicas de baixo custo podem ser utilizadas para conhecer melhor o mercado, os consumidores, a jornadados clientes e, assim, sistematizar informações e gerar conhecimentos para as ações de marketing, principalmente, no contexto do Marketing Digital. Faustino (2019, p.33-34), no seu livro sobre Marketing Digital, fala sobre a importância da construção da persona para obter informações estratégicas para desenvolvimento e inovação dos produtos e serviços: A construção da persona se refere a um personagem que resume de forma simples todos os principais atributos e características dos consumidores ideais da sua marca. Esses atributos e características são identi�cados através de pesquisas reais, olhando para as informações do seu negócio, das suas redes sociais, das suas métricas de análise do seu website e outros. Ao construir a sua persona ganha a habilidade de poder comunicar e conectar-se de forma e�caz e assertiva com o seu público alvo, satisfazer as suas necessidades e problemas (FAUSTINO, 2019, p. 32-33). A forma mais útil e prática para analisar o comportamento dos consumidores de uma empresa e dos concorrentes é acompanhar como ocorre a relação entre eles nas redes sociais, os angela.soares Realce angela.soares Realce angela.soares Realce angela.soares Realce angela.soares Realce angela.soares Realce angela.soares Realce angela.soares Realce 07/07/2021 Roteiro de Estudos https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_729378_1… 8/15 comentários, o engajamento, as decisões de relacionamento, a adesão e a compra com a empresa e com os concorrentes. O modo como se inova também vem se alterando. Se, antes, o �uxo era vertical, isto é, partia das companhias para o mercado, hoje, ocorre o contrário. Com a consciência de que poderiam inovar internamente, as empresas investem em enormes infraestruturas de pesquisa e desenvolvimento, mas “com o tempo, perceberam que a taxa de inovação interna nunca era veloz o bastante para torná-las competitivas num mercado em constante mudança” (KOTLER; KARTAJAYA; SETIAWAN, 2017, p. 24). Atualmente, a inovação ocorre em �uxo horizontal, com o mercado fornecendo ideias e as empresas as comercializando. Além de acompanhar e identi�car o per�l do cliente, é importante também conversar e abordar, seja através da pesquisa de mercado ou do relacionamento contínuo com o cliente na pré-venda e pós-venda. O cruzamento das informações sobre as tendências e os cenários dos mercados com o que os consumidores pensam, esperam, temem e anseiam, como e quais critérios utilizam para as tomadas de decisões de compra são aspectos que gerarão conhecimento sobre as tendências. Por �m, outra ferramenta que pode contribuir para a construção dessa ponte entre ambiente e impacto mercadológico na empresa é o Canvas Business Model. Osterwalder e Pigneur (2011) abordam o passo a passo para a construção do modelo de negócios, no qual identi�car e compreender o segmento e o relacionamento que terá com os clientes é um dos quadrantes propostos. Re�exões sobre os canais de venda, parceiros, recursos, dentre outros, também são feitos por Osterwalder e Pigneur (2011). As Tendências e Mercados em Negócios em Mídias Digitais No ano de 2003, Wind et al. discutiram, no livro Marketing de Convergência, a importância de compreender como os novos consumidores fazem as combinações de comportamentos novos com os antigos. Os autores sugerem a consideração de cinco áreas para o aprofundamento das análises, mais conhecidas como 5 Cs: customerização (querem de�nir o que querem), comunidade (in�uência das comunidades, principalmente, virtuais, para o engajamento e as decisões de compra), canais (oferta de produtos e serviços em canais de distribuição variados, a multicanalidade), competitividade e conjunto de opções Kotler et al. (2017), no livro sobre Marketing 4.0, destacam que a conectividade impulsiona transformações rápidas e intensas na sociedade, onde o mundo é redirecionado com foco na angela.soares Realce angela.soares Realce angela.soares Realce angela.soares Realce angela.soares Realce angela.soares Realce angela.soares Realce angela.soares Realce angela.soares Realce angela.soares Realce angela.soares Realce 07/07/2021 Roteiro de Estudos https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_729378_1… 9/15 inclusão social, na maior consciência comunitária e na eliminação das barreiras geográ�cas e demográ�cas. Isso pode possibilitar o aumento da competitividade dos pequenos negócios e novas relações entre as marcas e os consumidores, que são aceleradas por interações nas comunidades digitais. A conectividade nos fez questionar muitas teorias dominantes e grandes pressupostos que havíamos aprendido sobre consumidor, produto e gestão da marca. Ela diminui de forma signi�cativa os custos de interação entre empresas, funcionários, parceiros de canal, clientes e outras partes envolvidas. Isso, por sua vez, reduz as barreiras de entrada em novos mercados, permite o desenvolvimento simultâneo de produtos e abrevia o tempo necessário para a construção da marca (KOTLER; KARTAJAYA; SETIAWAN, 2017, p. 25). Para complementar as visões de ambos os autores apresentados, Jenkins (2008), a referência internacional sobre o tema, acerca da convergência no mundo digital, assim, conceitua: [...] Meu argumento aqui será contra a ideia de que a convergência deve ser compreendida principalmente como um processo tecnológico que une múltiplas funções dentro dos mesmos aparelhos. A convergência representa uma transformação cultural, à medida que consumidores são incentivados a procurar novas informações e fazer conexões em meio a conteúdos de mídia dispersos (JENKINS, 2008, p. 29). A visão de Jenkins (2008) dialoga com a ideia do marketing de convergência, mas amplia a necessidade da visão crítica sobre o uso, os impactos e as possibilidades das tecnologias, com a consideração da necessidade do estabelecimento de novas relações com os consumidores e parceiros das organizações. Wind, Mahajan e Gunther (2003, p. 3) explicam que os consumidores atuam em múltiplos canais. Sem perda de tempo combinam necessidades e comportamentos humanos com novas atividades on-line. São como o centauro da mitologia grega – metade humano e a outra metade animal, um cavalo correndo com os pés rápidos da nova tecnologia, e, no entanto, possuindo e mantendo o mesmo antigo e imprevisível coração humano. Esse consumidor é uma combinação do tradicional e do ciber, do racional e do emocional. Wind, Mahajan e Gunther (2003) apontam as exigências do consumidor centauro: desejo de exclusividade, personalização e customização, desejo de interação social, desejo por angela.soares Realce angela.soares Realce angela.soares Realce angela.soares Realce angela.soares Realce angela.soares Realce angela.soares Realce angela.soares Realce 07/07/2021 Roteiro de Estudos https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_729378_… 10/15 conveniência e opções de canal de compra, desejo de comprar valor (benefício relacionado ao preço) e, por �m, desejo de tomar melhores decisões. Se, anteriormente, o modelo AIDA (Atenção, Intenção, Desejo e Ação) predominava, com o advento do digital, surge o modelo dos 5 As (Assimilação, Atração, Arguição, Ação e Apologia) (KOTLER; KARTAJAYA; SETIAWAN, 2017). Ele consiste em um modelo com �exibilidade para ser aplicado em todos os setores do mercado, permitindo uma imagem mais próxima ao real caminho percorrido pelos consumidores quando efetuam uma compra; nesse sentido, auxilia a compreender diferenças entre os diversos setores. Kotler, Kartajaya e Setiawan (2017) apontam, ainda, a relevância do público que eles chamam de JMN: Jovens, Mulheres e Netizens (cidadãos da internet). Ao a�rmar se as marcas desejam ter o público ao lado delas, devem estabelecer relações com os JMN de acordo com as estratégias que elas têm, de modo que a juventude serve para uma maior participação nas mentes, a mulherespara uma melhor participação no mercado e os netizens para uma participação no coração. LEITURA Marketing de convergência: estratégias para conquistar o novo consumidor Autores: Yoram Wind, Vijay Mahajan e Robert E. Gunther. Editora: Pearson Education do Brasil. Ano: 2003. Comentário: leia o Capítulo 2 sobre os 5 Cs do marketing de convergência, que são propostos e descritos pelo autor para a compreensão sobre o que é e como interage cada um dos pontos de convergência no marketing. Esse título está disponível na Biblioteca Virtual Laureate. angela.soares Realce angela.soares Realce angela.soares Realce angela.soares Realce angela.soares Realce 07/07/2021 Roteiro de Estudos https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_729378_… 11/15 O Consumidor e as suas Características Os consumidores, no contexto das novas tendências e mercados, não se limitam somente a ser agentes passivos no processo da sua jornada de busca por um produto ou serviço, e na decisão ou recusa de compra. Para Bauman (2012), em uma perspectiva crítica, o consumidor, atualmente, antes de ser um indivíduo, é uma mercadoria. Na sociedade de produtores, o resultado do trabalho transformava-se em mercadoria e, na sociedade de consumidores, as pessoas são as mercadorias. Alinhados à análise de Bauman (2012), surgem novos movimentos de consumidores que não aceitam a posição de sujeitos passivos nas relações de consumos, isto é, como meros expectadores das marcas; por isso, é necessário um esforço enorme das marcas para atrair a nossa atenção. Imagine a seguinte situação: enquanto você está, aqui, lendo este material, de maneira on-line, você di�cilmente está fazendo apenas isso, mas está com o celular do seu lado e conectado(a) ao WhatsApp, esperando para ver o que vem de bom no grupo dos amigos ou se surgiu alguma reunião de última hora no grupo do trabalho. Mas não é só isso, na aba do seu Google Chrome tem aberta a página da Laureate, mas também o Facebook e algum site de notícias. Você lê um pouco do livro, manuseia o WhatsApp pelo celular e eis que chega uma mensagem de um amigo de um estado distante com um link do Vimeo para você acessar. É uma música que está fazendo sucesso no estado dele. Você se interessa pela música e passa a ouvir as outras da banda. Nesse momento, já se esqueceu de retornar a esse livro, mas a aba dele continua aberta no seu navegador. Finalizada a escuta das canções, você resolve disseminar a música para seus grupos e retornar aos estudos. Ah, isso tudo com a televisão ligada atrás, provavelmente mãe, esposa/marido ou �lho estarão assistindo ela. Retornando aos seus estudos, você encontra, no livro, um verbete complexo, que faz você sair do material, novamente, e ir em direção ao Google para maiores informações sobre aquele tema. Você ouve a TV, ouve música, estuda, fala com amigos e pesquisa no Google, posta no Twiiter e compartilha no Facebook, tudo ao mesmo tempo. Provavelmente, não é só você, mas 49% da população que tem acesso à internet, no Brasil, é essa pessoa multifacetada, que atende, simultaneamente, às diversas mídias eletrônicas e seus veículos e, por consequência, é um cliente “difícil de ser identi�cado on-line e não permanece em um website por muito tempo” (STRAUSS; FROST, 2012, p. 104). A percepção dos consumidores em contexto de crises, como a pandemia global do Covid-19, torna-se também crítica acerca das relações de consumo que, em algumas situações, são angela.soares Realce angela.soares Realce angela.soares Realce angela.soares Realce angela.soares Realce angela.soares Realce 07/07/2021 Roteiro de Estudos https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_729378_… 12/15 impostas e aceleradas. Revisões de valores, consumo consciente relacionado à redução de despesas e à valorização do ser versus ter, exigência de transparência das ações organizacionais, principalmente, relacionada às estratégias mercadológicas praticadas por organizações. O estudo da Sociedade Brasileira do Varejo e Consumo (SBVC), publicado em 14 de maio de 2020, sobre os novos hábitos digitais em tempos de Covid-19, resultante da realização de mil entrevistas com consumidores brasileiros, sinalizou que apesar de a consciência sobre o alto risco de contaminação ao sair de casa para 79% dos entrevistados, a frequência de deslocamentos para os serviços essenciais relacionados aos supermercados e às farmácias é alta, sendo os principais destinos quando saem durante a quarentena. Assim, 37% visitam os supermercados pelo menos uma vez na semana; já as farmácias são visitadas pelo menos uma vez por mês por 27% dos entrevistados. Sobre as compras no e-commerce, 92% informaram que já compravam, enquanto 8% realizaram a sua primeira compra on-line durante a quarentena. Daqueles que já compravam on-line, 61% a�rmam que aumentaram as suas compras digitais devido ao isolamento social, com frequência de 50% a mais em compras on-line para 46% dos respondentes. Os itens mais adquiridos pelos consumidores nas compras digitais durante a quarentena são comidas e bebidas para consumo imediato (64%), seguidos por farmácias (48%), outras lojas (45%) e supermercados (45%). Os novos hábitos de compra e consumo adquiridos mostram a mudança dos consumidores, que tende a se consolidar após a pandemia. O dispositivo mais utilizado para as compras on-line é o mobile (70%), seguido pelo computador (30%), sendo 73% mais acessados os aplicativos versus 27% os sites. Após a quarentena, 70% dos consumidores pretendem aderir mais às compras digitais, enquanto 30% visam aderir menos. O que se observa no comportamento do consumidor digital, no contexto da crise da pandemia em 2020, é que as tendências previstas por pro�ssionais, como Kotler et al. (2017), relacionadas à multicanalidade (presença das empresas em diversos canais de vendas e de comunicação), à maior interação entre organizações e clientes, ao desenvolvimento do marketing de conteúdo e ao engajamento dos consumidores como defensores das marcas, tiveram a implantação “aceleradas” por mudanças das dores e necessidades dos clientes, o que exige pro�ssionalização, demandas e custos para que muitas organizações se adaptem de forma rápida aos novos mercados. Retomando a horizontalização, que já abordamos em outros aspectos, é importante notar que a con�ança do consumidor deixou de ser vertical. Se, antes, as campanhas de marketing de massa conseguiam nos in�uenciar, além de que costumávamos aceitar opiniões de autoridades e especialistas, hoje, é mais comum buscar por estranhos nas mídias sociais. Nesse sentido, requere-se que as empresas sejam mais honestas e tenham ciência de que os angela.soares Realce angela.soares Realce angela.soares Realce angela.soares Realce angela.soares Realce angela.soares Realce angela.soares Realce angela.soares Realce angela.soares Realce 07/07/2021 Roteiro de Estudos https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_729378_… 13/15 consumidores vão querer mais empatia das marcas, buscando mais opiniões familiares e dos amigos. Conclusão No Brasil, o principal meio de acesso à internet é o celular, já há mais celulares do que pessoas, de acordo com os dados da Agência Brasil (2020). No ano de 2019, três em cada quatro brasileiros tinham acesso à internet e, entre 2017 e 2018, o percentual de pessoas de dez anos ou, que acessaram a internet pelo celular, passou de 97% para 98,1%. Nesse contexto, conhecer ferramentas que viabilizam as análises de tendências e mercados. Para ações que otimizem custos, ampliem mercados, gerem aumento das vendas e lucratividade, é essencial não somente para que as empresas se diferenciem, mas também para que sobrevivam. O cenário atual da pandemia Covid-19, no ano de 2020, acelerou a transição das empresas do o�-line para o on-line. O o�-line não acabará, como pontos de venda e estratégiasde LEITURA iTrends: uma análise de tendências e mercados. Autores: Achiles Batista Ferreira Júnior e Marielle Rieping. Editora: Intersaberes. Ano: 2014. Comentários: recomenda-se a leitura do Capítulo 3 sobre os consumidores e as suas características, da página 149 até a 161, para aprofundar as informações sobre os novos per�s dos consumidores. Esse título está disponível na Biblioteca Virtual da Laureate. angela.soares Realce 07/07/2021 Roteiro de Estudos https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_729378_… 14/15 multicanais, mas será ampliada a necessidade da adaptação rápida para a sobrevivência, com a utilização do Marketing Digital, sem se esquecer das relações humanas e da necessidade de personalização dos clientes. Referências Bibliográ�cas BAUMAN, Z. A ética é possível num mundo de consumidores? Rio de Janeiro: Zahar, 2011. BAUMAN, Z. Modernidade Líquida. Rio de Janeiro: Zahar, 2001. BAUMAN, Z. Vida para consumo: a transformação das pessoas em mercadoria. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2012. CÂNDIDO, A. C.; BERTOTTI, P. S. S. Mapa de empatia para os estudos de usuários da informação: proposta de abordagem interdisciplinar. Biblos: revista do Instituto de Ciências Humanas e da Informação, v. 33, n. 1, p. 94-111, 2019. 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