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INTUBAÇAO OROTRAQUEAL INDICAÇÕES ABSOLUTAS Glasgow < 9 ou ≤ 8 * Queimadura de Vias Aéreas Dessaturação < 90% ou PO2 < 60 mmHg refratário a FiO2 mínima de 50% e/ou VNI Edema agudo de glote Quando estamos diante de um paciente com Glasglow < 9 não é para pensar direto em intubar; o primeiro a se fazer é pensar se existe alguma causa reversível que possa estar alterando o glasglow e que seja resolvida sem a necessidade da intubação. Exemplo disso é a hipoglicemia. A hipoglicemia é uma causa clássica de rebaixamento do nível de consciência (RNC), além da sudorese e tremores presentes na Tríade de Whipple. Nesse caso, um flush de glicose resolve o problema sem a necessidade de intubação. Importante dizer que o glasglow < 9 não é uma emergência que leve a intubação. Isso quer dizer que o paciente não vai ter risco imediato de vida naquele momento devido ao RNC. Nesses pacientes com glasgow < 9, a necessidade da intubação não é porque o bulbo para de funcionar (paciente para de respirar) e sim devido ao risco de broncoaspirar o conteúdo da boca para o pulmão. Além disso, o processo de broncoaspiração é lento, o que acontece inicialmente são microaspirações. Entretanto, se o paciente estiver com RNC e vômitar, a intubação passa a ser uma urgência devido ao risco de pneumonite química / infecciosa. Nesses pacientes com RNC - mas sem vomitar - existe um time de cerca de 6h para intubar o paciente por não se tratar de uma emergência. É possível que esse paciente tenha uma boa saturação. É considerado o melhor tipo de paciente para intubar porque da tempo de pensar em causas reversíveis, além de escolher as drogas e a melhor conduta. Outras possíveis causas temporárias: hipoglicemia, estado pós ictal (convulsão). Geralmente o estado pós ictal dura cerca de 5 minutos. Se esse estado se prolongar por mais de 15 minutos já deve intubar porque entra no estado de mal convulsivo com pós ictal prolongado. Independente da origem da queimadura de vias aéreas – térmica, elétrica, química – até que se prove o contrário, é igual a intubação. Isso porque a hiperreatividade da glote é muito grande, podendo fechar a via aérea e levar a necessidade de uma cricostomia de urgência. Consiste, basicamente, no paciente que está dessaturando < 90% ou que não está conseguindo manter uma boa pressão de O2, mesmo em uso de uma Fi02 > 50%. Exemplo disso são os pacientes pneumopatas graves, portadores de Covid-19, que saturam cerca de 76-80% mesmo ofertando O2 a 100%. No ar ambiente, a concentração do oxigênio é de 21%. Ou seja, na atmosfera, a distribuição do gás oxigênio é de 21%. Pacientes com glote fechando, começando a fazer estridor laríngeo, é importante fazer logo a intubação. Ainda que utilize um tubo inicialmente mais fino e depois troque por um mais grosso, é importante fazer precocemente a intubação porque se fechar a via aérea, será necessária a crico de urgência. ~emergencias clinicas~ INDICAÇÕES RELATIVAS PCR Procedimentos Anestésicos Uso de surfactante Realização de EDA em pacientes rebaixados Na teoria, pacientes em PCR nem sempre é necessário intubar o paciente, não é uma obrigatoriedade. É possível optar pelo ambu e, se conseguir insuflar adequadamente e expandir o tórax do paciente, temos uma ventilação efetiva sem a necessidade de intubar. Na prática, toda PCR tem que ser intubada! Alguns procedimentos anestésicos necessitam, além da sedação, a intubação também. Para os pacientes com RNC que serão submetidos a EDA é importante intubar para proteger a via aérea dos conteúdos gástricos. O surfactante, por vezes, necessita de intubação para sua administração. Aplicação direta é na neonatologia, em que os recém-nascidos nascem com pulmão imaturo e, por falta do surfactante, os pneumócitos não estão maturados. Nesse caso, é necessário intubar o RN para aplicar a ampola de surfactante até o pulmão. MATERIAIS LARINGOSCÓPIO As lâminas retas (00 a 4) são mais usadas para pacientes com pescoço curto (como nos portadores de obesidade) e as lâminas curvas (0 a 5) que são usadas na maioria das vezes. Para o professor, 99,9% dos pacientes são intubados com a lâmina curva 4. Porém, quanto maior o paciente, mais difícil será o acesso a valécula, sendo necessária uma lâmina maior para alcançar a profundidade. Quanto maior o pescoço e a altura do paciente, maior será a profundidade necessária para alcançar com o laringoscópio. Para usar a lâmina nº 3 é necessário que o paciente tenha, pelo menos, < 1,70m. É uma lâmina difícil para conseguir intubar muitas pessoas. Já com a lâmina nº 4 consegue intubar pacientes de 1,50m até cerca de 1,88m. Acima disso, o ideal é usar uma lâmina nº 4 reta ou curva de nº 5. Dica: sempre deixar uma lâmina nº 5 em off, para o caso de haver necessidade. Alguns pacientes baixos podem ter o pescoço mais longo ou a valécula mais profunda do que o esperado. Toda lâmina deve ser acoplada ao cabo e, desse modo, acender uma luz para iluminar a região supraglótica, possibilitando a visualização das cordas vocais, valécula, glote e passar o tubo. Dica: Não é necessário enfiar de vez todo o laringo! O ideal é introduzir o laringo aos poucos e devagar para que consiga visualizar as cordas vocais e não intubar, erroneamente, o esôfago. Importante sempre testar o laringo antes dos procedimentos, verificando se a pilha funciona e se a iluminação está adequada. TUBO OROTRAQUEAL Estrutura plástica, semi-rígida, de difícil compressão, com um balonete na ponta proximal e um encaixe na ponta distal, onde será encaixado o ambu ou ventilador mecânico. Esses tubos variam de tamanho mas, em geral, são escolhidos dessa forma (não é regra): Mulheres = entre 7.0 e 7.5 mm Homens = entre 7.5 e 8.0 mm Esse tamanho é o diâmetro da boca do tubo! Quanto maior a milimetragem do diâmetro do tubo, sofrerá menor resistência ao ar para passar. Por isso, o ideal é colocar o tubo de maior diâmetro possível para cada paciente. O ideal é que intube entre 22 – 24cm de profundidade, a partir da arcada dentária do paciente. Exemplo disso são os pacientes com DPOC/asma que já possuem resistência elevada à passagem de ar -> nesses casos, deve ser passado o tubo de maior milimetragem que puder passar para evitar aumentar a resistência de via aérea que já é grande por estenose / broncoespasmo. A função do balão (cuff), quando insuflado por uma seringa com ar, é expandir e vedar a via aérea. Tem o objetivo de balonar a traqueia do paciente e impedir que o ar que entrou saia antes que a troca gasosa seja feita; além disso, impede que as secreções (como as da boca) caiam na via aérea do paciente. Importante verificar se o cuff está furado ou não. OUTROS MATERIAIS A seringa de 20ml tem por objetivo insuflar o cuff. A pressão dentro do cuff deve estar em torno de 20 – 30 cmH20, o que da cerca de 10 a 15ml de ar. A pressão dentro do cuff é medida pelo cuffometro. Não deve aumentar muito a pressão para não fazer isquemia do suprimento sanguíneo e necrozar a traqueia do paciente. O ambu serve tanto para pré-oxigenar, quanto para testar se o tubo está posicionado corretamente (auscultar campos pulmonares e epigástrio). Para verificar se o tubo está no local correto, deve-se auscultar os campos pulmonares (bases e ápices) bilateralmente e o epigástrio. A presença de bulhas gástricas indica grande probabilidade de ter intubado o esôfago e não a traqueia; enquanto que o som pulmonar presente somente em um dos campos pulmonares pode indicar seletividade do tubo, ou seja, presença em apenas um lado dos brônquios. Monitor serve para verificar saturação, FC, PA. Intubar um paciente sem monitor é arriscado. PREPARO MONITORIZAÇÃO Oximetria de pulso Monitorcardíaco HGT (hemoglico teste) Dois acessos periféricos calibrosos O HGT é especialmente importante devido ao fato do RNC poder ter sua causa na hipoglicemia. Além disso, ainda que a causa para intubação seja a insuficiência respiratória, é importante corrigir os níveis glicêmicos, levando em consideração que a intubação é um processo de estresse metabólico que consome glicose. PRÉ-OXIGENAÇÃO Pré-oxigenação é uma das etapas mais importantes do processo de intubação. Faz pré-oxinenação com dispositivo bolsa- máscara-reservatório (máximo de 15L/min). Procedimento: Segura a máscara com o bordo C e E, encaixa o ambu na face e veda a face do paciente. Se o paciente não tiver incursão respiratória própria ou se a incursão for insuficiente para elevar a saturação, faz a “ambuzação”. Entretanto, diante de um paciente rebaixado – ex: AVCh saturando 98% - nem sempre é necessário pressurizar o ar para o pulmão dele. O próprio consegue realizar suas incursões e negativar sua pressão intratorácica. Nesse caso, o que o médico deve fazer é ofertar uma maior concentração de oxigênio, possibilidada pelo ambu que deve estar conectado a uma fonte de oxigênio de, no máximo, 15L/min. Ao colocar uma fonte de O2 de 15L ligada a uma bolsa-balão ligada a uma máscara vedada, gera um concentração de 100% de O2. Obs: Toda vez que o paciente negativar a pressão intratorácica para inspirar, vai jogar 5x mais O2 para o pulmão do que jogaria ao ar ambiente. Ao pré-oxigenar o paciente, irá ofertar muito mais O2 aos tecidos e saturar as hemácias. Por que é importante hipersaturar as hemácias? A importância disso consiste no fato de que, durante o processo de analgesia e sedação, o paciente faz depressão respiratória com bradipneia importante (20imp -> 4ipm). Nesse sentido, se o indivíduo não tiver uma reserva importante de O2 no corpo para ser consumida durante o tempo sem estar intubado, pode fazer hipoxemia e parar. Nem todos os pacientes necessitam de 10 minutos de pré-oxigenação, como é preconizado. Alguns pacientes chegam em franca insuficiência respiratória e, se não partir para intubação imediata, podem morrer. Além disso, o pulmão pode estar tão comprometido (como em casos de Covid-19) que, mesmo com a pré-oxigenação, não vai elevar a saturação e vai fadigar ainda mais. Só faz a pré- oxigenação enquanto o material para intubar fica pronto; depois disso, para e intuba! Exemplo: paciente com HSA, glasgow 5, FR de 18-20 ipm, sat O2 de 98% em ar ambiente. Diante desse paciente, ainda que sua saturação seja boa, é importante fazer a pré-oxigenação. Isso porque, diante da analgesia/sedação e, posteriormente, processo de intubação que pode ser demorado por intercorrências e tentativas, o paciente perde o drive de saturação que tinha anteriormente. Ou seja, o paciente que só tinha um dano neurológico por HSA, passa a ter um dano neurológico por hipoxemia associado; além do risco de parada. Obs: se, durante a tentativa de intubação, o tubo for introduzido erroneamente no esôfago, deve ser realizada a devida troca do tubo para uma nova tentativa. A fim de não contaminar o pulmão com o conteudo gástrico. Ressaltando que só é necessário ambuzar nos pacientes que não têm condições de negativar a pressão intratorácica. Nesses casos, ventila por pressão positiva (VPP) independente da caixa torácica do paciente negativar a pressão. Diante desse tipo de paciente que não consegue negativar a pressão – como os DPOCíticos – que possui a musculatura já fadigada, que anteriormente tinha FR de 20ipm e passou a 40ipm, há o dobro da exigência do diafragma. Como todo músculo que solicitado em grande demanda por muito tempo, o diafragma e demais músculos que participam da resiração (serrátil, peitoral maior, peitoral menor, intercostais) começam a fadigar. Quando o diafragma entra em fadiga, a contração que antes era eficaz para negativar a pressão intratorácica, já não é mais eficiente. Consequentemente: contração inadequada -> não negativa a pressão -> não desloca ar. Ex: deslocamento de ar que antes era de 420- 500ml por cada contração diafragmática, cai para 200ml. Se esse ciclo continuar, reduz ainda mais a quantidade de ar deslocado. Se o diafragma fadiga, não adianta só aumentar a [O2] porque ele não vai conseguir puxar o O2 a mais. [O2] 100% Máscara Vedada Bolsa- Balão Fonte de O2 de 15L Nesse caso, é preciso ajudar com o ambu para que o diafragma não seja solicitado da mesma forma. O ideal é que tenha um volume corrente de 6ml/kg de peso predito calculado pela altura (não é o peso do paciente). Em síntese: só será necessário ambuzar, na pré-oxigenação, quando o paciente não tem condição de deslocar volume de ar suficiente. Pacientes comuns: Sat O2 > 94% Pacientes com DPOC: Sat O2 = 90-92% Se aumentar a saturação do DPOCíticos para níveis maiores que 92% pode correr o risco de fazer carbonarcose. Visto que no DPOC há a utilização da FR para tentar, desesperadamente, lavar CO2. Portanto, se ofertar grande quantidade de O2, o bulbo entende que está tudo bem no corpo e diminui a sensibilidade ao CO2, além de diminuir a produção de bicarbonato para compensar o exceço de CO2. Com isso, há acidose respiratória e, a medida que é ofertado mais O2, o paciente vai rebaixando e entrando em carbonarcose. Hiperóxia é tão prejudicial quanto a hipóxia. Por que isso ocorre?: paciente portador de DPOC é retentor crônico de CO2. Se retem muito CO2, eleva pH porque libera H+ em contato com o plasma, acidificando o sangue. O bulbo é extremamente sensível ao sangue ácido; ou seja, quanto mais ácido for o sangue, mais o bulbo irá estimular a respiração para que o CO2 retido seja exalado. Em contrapartida, quando é ofertado O2 além do necessário, o bulbo entende o contrário: ao invés de estimular a lavagem do CO2, diminui a FR e retem ainda mais CO2. Obs: No DPOC descompensado, saturações > 92% aumenta risco de mortalidade. TESTAR APARELHOS Importante testar a luz do laringoscópio e a integridade do cuff. PARAMENTAÇÃO 1. Capa 2. Luvas estéreis (preferencialmente) 3. Máscaras 4. Óculos A paramentação é importante para que não haja contaminação de mucosas com material biológico do paciente no momento da intubação, principalmente devido a proximidade da face do médico com a boca do paciente. POSICIONAMENTO DO PACIENTE Existem 3 eixos que precisam, ao máximo, estarem alinhados: a) Oral (OA) b) Laríngeo (LA) c) Faríngeo (FA) Quando mais hiperestendida a cabeça do paciente, maior o alinhamento entre esses 3 eixos. A manobra para hiperestensão da cabeça deve ser realizada com o auxílio do coxim occipital para anteriorizar a via aérea. Entretanto, não é um acessório imprescindível. INDUÇÃO O pilar da indução para intubação é composto por: Sedação Analgesia Bloqueio neuro-muscular (BNM) Nem toda intubação precisa ter, necessariamente, todos os três componentes; mas, na maioria das vezes, a sedação e analgesia estarão presentes. BNM facilita, mas não é indispensável. Normalmente, a intubação é precedida pela sedação, analgesia e BNM. Exceção: paciente em PCR não é necessário fazer sedação e analgesia, muito menos BNM. SEDAÇÃO Parte importante da indução, existem alguns sedativos que são mais utilizados: 1. Propofol 2. Quetamina 3. Etomidato Características da droga: Sedativa Hipnótica Amnésico Anti-Convulsivante Hipotensor (característica / efeito adverso) Costuma ser uma excelente droga para pacientes que serão intubados em decorrência do estado de mal epiléptico, HSA, AVCh, HSD/HED, tumores em expansão. É a droga de escolha para neuroproteção! Geralmente utilizado em pacientes neurocríticos. Em algumas situações sãoutilizadas, inclusive, para recreação. Dosagem 1 ampola de propofol (1%) = 10 mg/mL Dose de propofol = 1,0 mg/Kg Ou seja, levando em consideração que a dose do propofol é de 1,0 mg/Kg, um paciente que pese 70kg irá precisar de 7ml do propofol. DICA: dividir o peso do paciente por 10. O resultado já será em ml. Possui tanto o tempo de ½ vida, quanto o tempo de ação curtos! Isso significa que ele age rapidamente (< 30s) e, para cessar o efeito, 3 minutos. Essa característica torna uma boa droga para a emergência. Não é necessário diluir. É considerado um gaba- agonista e sua formulação já vem diluida. Pode ser utilizado, inclusive, em crianças. Tomar cuidado quando a hipotensão não for desejada para aquele paciente. A quetamina foi utilizada, incialmente, em experimentos nazistas nos judeus em alíquotas pequenas. Foi percebido que tinha como um dos efeitos a polilalia. Foi chamada de “soro da verdade”. Características da droga: Sedação Analgesia Hipertensão Taquicardia Broncodilatação Além do efeito sedativo, a quetamina também faz analgesia. Na teoria a quetamina pode ser utilizada sozinha, mas na prática costuma ser feita junto com o Fentanil (por exemplo), visto que o poder analgésico da quetamina é pequeno. Não é uma droga indicada para pacientes neurocríticos devido ao efeito hipertensor, aumentando a pressão intracraniana (PIC). Entretanto, tem boa aplicabilidade para os pacientes hipotensos e naqueles DPOCíticos/asmáticos devido ao efeitos broncodilatador. Dosagem 1 ampola de quetamina: 50 mg/mL Dose: 1,5 mg/Kg Tem sido utilizada em ampla escala em tempos de Covid-19 devido a falta de sedativos e analgésicos. Nesse caso, a quetamina consegue exercer, em suas proporções, ambos os efeitos. Não é necessário fazer diluição! Tomar cuidado com o efeito dissociativo se o paciente estiver em infusão contínua / manutenção; as vezes sendo necessário associar a propofol ou precedex (dexmedetomidina). É a droga sedativa que menos reduz o drive respiratória. Muito boa para aquele paciente que aparenta ter via aérea difícil. Droga que não deve ser feita em pacientes taquiarritmicos, hipertensos, neurocríticos. Características da droga: Sedativa Tempo de ½ vida curto Tempo de ação muito curto Inerte do ponto de vista hemodinâmico O etinidato não muda a hemodinâmica do paciente. Ou seja, não faz quedas ou aumentos de pressão. Isso é uma grande vantagem para a droga, visto que o paciente crítico possui grande labilidade hemodinâmica (picos e rebaixamentos de pressão). Dosagem 1 ampola de etomidato = 20 mg/10ml Dose de etomidato = 0,3 mg/Kg Um paciente de 70kg precisa de 21ml, aproximadamente 1 ampola. Não é necessário fazer diluição da droga! ANALGESIA O fentanil é um analgésico opiáceo, 100x mais potente que a morfina. Dosagem 1 ampola de Fentanil = 50 mcg/ml Dose de Fentanil = 3 mcg/kg Paciente com 70kg, precisará de 210mcg de Fentanil, o que é equivalente a cerca de 4ml. O fentanil é um opiáceo que, na indução, nunca deve ser utilizado em bolus rápido e sim em em bolus lento. O fentanil em bolus rápido induz o paciente a uma condição chamada de rigidez torácica em que o tórax não expande. Essa rigidez não permite que o ar entre porque não vai haver VPP que dê para isso. Dica: sempre administrar o fentanil em bolus lentos! Geralmente, bolus de 1 a 2 minutos. Não é necessário que haja a diluição, mas pode ser feita devido ao fato de facilitar a administração lenta. Consegue, por exemplo, transformar 4 em 10ml. BLOQUEIO NEUROMUSCULAR As seguintes drogas – curarizantes - são utlizadas apenas para a indução (não para manutenção): Succinil-Colina: ordem dos despolarizantes Rocurônio: ordem dos não despolarizantes Obs: os bloqueadores cisatracúrio e atracúrio só são utilizados para manutenção. O succinil-colina bloqueia tanto o eixo neuromuscular quanto o rocurônio; porém, faz isso de forma a despolarizar células. Já o rocurônio faz isso sem despolarizar as células. Ambos possuem mesmo tempo de ação: 1 a 2 minutos cada. Contraindicações: Febre Hipertermia Hipercalemia Lembrar que toda vez que despolarizamos uma célula há saída de potássio. Portanto, não é adequado fazer succinil-colina para pacientes que já possuem hipercalemia. Dose: 1,5 (1 a 2) mg / kg, IV Costuma ser uma boa alternativa para pacientes que estão com o estômago cheio porque consegue fazer inibição do reflexo do vômito e da tosse. Também é uma boa alternativa para pacientes com Covid-19. Costuma ser mais utilizado que a succinil, porém cada um possui suas vantagens e desvantagens. Costuma ter menos contraindicações do que a succinil. Também pode ser uma possível escolha tanto para pacientes com estômago cheio, quanto para aqueles com Covid-19, por inibir os reflexos do vômito e da tosse. Dose: 50 mg, IV, em bolus Importante ressaltar que o BNM só deve ser feito depois que o paciente estiver sedado e analgesiado -> é o último a ser feito. Nem sempre é necessário fazer o BNM, mas em alguns casos é preciso para que o paciente não tussa e nem vomite (como nos portadores de Covid-19). TÉCNICA INTRODUÇÃO DO LARINGOSCÓPIO VISUALIZAÇÃO DA REGIÃO GLÓTICA Inicialmente deve identificar a epiglote e, posterior a ela, visualizar a valécula e a abertura das cordas vocais. Se passar da valécula só enxerga o esôfago. Nesse caso, se não visualizar a abertura das cordas vocais, não deve colocar o tubo porque há chances de seletivar no esôfago. INTRODUÇÃO DO TUBO O examinador deve estar posicionado atrás do paciente, segurando o laringoscópio com a mão esquerda e o tubo orotraqueal com a direita. PÓS-IMEDIATO DA IOT INSUFLAR O CUFF A pressão do cuff precisa estar conforme a imagem “a”, com pressão entre 20 – 30 cmH2O. A imagem “b” ilustra um cuff com pressão < 20 (risco de escape e broncoaspiração) e a “c” > 30 (risco de isquemia e necrose). CONFIRMAÇÃO DA TÉCNICA É preciso conectar o ambu ao tubo e auscultar: Epigastro Base de HTXs Ápice de HTXs Apesar de não ser a melhor técnica para confirmação, é a mais utilizada. Boa técnica para avaliar se há seletividade e se o tubo está bem posicionado, porém é mais demorada. É considerada a melhor técnica / mais acurada para confirmar a intubação. O capngórafo é um sensor de CO2 que, ao ser colocado no tubo, vai verificar se o CO2 está sendo exalado ou não: ⮿ Não Exala CO2 = esôfago (curva 1) ✓ Exala CO2 = traqueia (curva 2) Existem outros métodos menos acurados para verificar a intubação: Tubo embaçado (indica passagem de gás, porém é o pior método para confirmar) Elevação do tórax a cada insuflação do AMBU (porém, se o paciente ainda tiver bom drive respiratório, vai elevar por si mesmo) Melhora da saturação do O2 pelo oxímetro de pulso FIXAÇÃO DO TUBO Para fixar o tubo podem ser usados dois métodos: 1. Cadarço fixador: diminui o risco de extubação, além de não machucar e ser mais confortável para o paciente 2. Esparadrapo: não é a fixação ideal. Faz um “Y” com o esparadrapo, depois passa outro pelo meio, enrola no tubo e fixa. OUTROS COMENTÁRIOS O midazolam (Dormonid) não é uma boa droga para indução; é boa para manutenção. Visto que possui tempo de ½ vida e ação mais demorando e, por vezes, é necessário usar flumazenil para reverter efeitos.
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