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ESTENOSE AÓRTICA DEFINIÇÃO - Valva aórtica que abre incompletamente e fecha normalmente. - Frequência de esclerose da válvula aórtica: - 25% aos 65 anos. - 48% após 75 anos. - Prevalência de EAo 4~5% em pessoas com mais de 65 anos. - A esclerose (envelhecimento) é definida como espessamento e calcificação da válvula sem gradiente de pressão significativo. - Área normal da válvula 3~4cm2. - Gradiente em repouso entre o VE e a aorta aparece quando a área < 1,5cm2. - EAo é grave quando a área é inferior a 1cm2 ou, mais precisamente, 0,6cm2/m2 de superfície corporal. ETIOLOGIA - Varia pelo país e pela faixa etária. - Doença reumática autoimune. - Valva aórtica bicúspide congênita. - Calcificação valvar degenerativa. - EAo Reumática: - Faixa etária jovem. - Início dos sintomas na 4ª década de vida. - Associada à doença mitro-aórtica. - Fusão comissural. - Associada a graus variados de insuf. aórtica. - EAo V. Bicúspide: - Faixa etária jovem. - Início dos sintomas na 5ª década de vida. - 2% da população. - Associada a doenças da aorta (70% dos casos). - Orientação laterolateral da fenda comissural preditor evolutivo para EAo. - EAo Degenerativa: - Faixa etária idosa. - Início dos sintomas na 7ª década de vida. - Relacionada a calcificação da valva aórtica. - Associada a FR de aterosclerose. - Associada à DAC. - Prevalência de EAo em 4~5% em pessoas com mais de 65 anos. FISIOPATOLOGIA - Caracterizada por acúmulo subendotelial de LDL, produção de Ang II e inflamação com linf T e macrófagos. São produzidas proteínas que medeiam a calcificação do tecido e a ativação de vias inflamatórias, transformando fibroblastos em osteoblastos. - Obstrução da VAO gerando uma sobrecarga de pressão, a qual irá ter como mecanismo adaptativo a HVE concêntrica. - Ocorre deposição de miofibrilas em paralelo e aumento do colágeno no músculo, o que diminui a complacência ventricular e a eficiência. Cronicamente isto leva a aumento da pré e pós carga, especialmente devido a desorganização dos miócitos. - Há, então, pela hipertrofia, comprometimento irrigatório subendocárdico, que pode evoluir para isquemia e gera redução da eficiência contrátil. QUADRO CLÍNICO - Etiologia x sintomas: - Doença reumática 4ª década. - VAo bicúspide 4ª e 5ª década. - EAo degenerativa a partir da 7ª década. - FR para progressão taxa de progressão estenótica e o tempo para o início dos sintomas variam entre os pcts. - Pcts sintomáticos são tratados cirurgicamente. - FR importantes: - Velocidade do jato aórtico e área valvar. - Grau de calcificação da válvula. - Idade avançada. - Gênero masculino. - Causa da EAo. - Hipercolesterolemia. - IRC. - Hipercalcemia. - Tabagismo. - Sd. Metabólica. - DM. - Obs: o tratamento dos FR não reduz a progressão da doença valvar aórtica. - EAo leve a moderada são assintomáticos. - Se houver sintomas em casos leves ou moderados, considerar causas alternativas como arritmias, doenças pulmonares, anemia e doenças sistêmicas. - Mesmo a gravidez e procedimentos cirúrgicos são de risco apenas minimamente aumentado nos casos leves a moderados. - EAo severa assintomática: - Podem permanecer assim mesmo em contexto de atividade vigorosa. - Notificar prontamente os sintomas ao médico se ocorrerem. - Baixo risco de MS. - 40% desses casos desenvolvem sintomas em até 01 ano. - EAo severa sintomática: - Mortalidade extremamente alta, com risco de MS e insuf. cardíaca. - 50% de mortalidade em 01 ano se não houver reposição da válvula. - 80% dos casos são do sexo masculino. - Tríade de sintomas: - Angina orgânica 05 anos (sobrevida). - Síncope 03 anos. - Insuf. ventricular esquerda 02 anos. - Dispneia resulta da elevação da pressão capilar pulmonar resultante do aumento das pressões diastólicas no VE, secundário à redução da complacência e retardo no relaxamento. - Sintomas da insuf. do VE ortopneia, DPN, edema pulmonar. - Angina de peito reflete o desequilíbrio entre o aumento da demanda miocárdica e a oferta de oxigênio. Ocorre pelo seguinte mecanismo: - Aumento da demanda do VE devido à hipertrofia. - Reduzida reserva de fluxo coronário. - Elevada pressão diastólica do VE reduz o gradiente de pressão de perfusão no miocárdio. - Redução do tempo de perfusão coronário diastólica durante a taquicardia. - A DAC é presente em até 30% dos pcts com EAo leve a moderada e 50% na EAo severa. - Síncope aos esforços pode ocorrer por queda da PA pela vasodilatação muscular e vasoconstrição inadequada. ESTÁGIOS DA EAo - Estágio A pcts assintomáticos e em risco de EAo. Inclui os pcts com válvula aórtica bicúspide ou com outra anomalia, com esclerose aórtica ou com outros FR. - Estágio B EAo progressivo com folhetos leve a moderadamente calcificados e mobilidade levemente reduzida. - Estágio C obstrução valvar grave em pct sem sintomas. - C1 FE do VE (FEVE) é normal. - C2 FEVE < 50%. - Estágio D os pcts apresentam EAo grave sintomática. - Subdividido em D1, D2 e D3. EXAME FÍSICO - PA é inicialmente normal e pode reduzir tardiamente. - Pulso é parvus e tardus (baixo volume e aumento lento), melhor observado na carótida. - Palpação do precórdio: - Ictus propulsivo e sustentado. - Frêmito sistólico no foco aórtico, fúrcula esternal e carótida especialmente durante a expiração inclinada para a frente. - B4. - Ausculta: - B1 geralmente normal. - Clique de ejeção aórtica, ouvido normalmente com válvula bicúspide congênita, escutado após B1 na EAo leve (folhetos rígidos e pouco móveis). - B2 hipofonética e com A2 atrasado que ocorre juntamente com P2. - B2 pode apresentar desdobramento paradoxal na estenose grave e associada à disfunção do VE ou BREsq. - A2 pode desaparecer com a EAo severa. - Desdobramento fisiológico de B2 exclui EAo grave como diagnóstico em adultos. - B4 pela contração vigorosa do AE contra o VE rígido. - Sopro da EAo: - Sopro sistólico de ejeção. - Em diamante. - Melhor audível na área aórtica (EICD), onde se apresenta como rude e severo. - Transmitido para as carótidas. - Começa após B1 e termina antes de B2, sendo que sua intensidade reflete o fluxo pela válvula e a turbulência resultante. Um sopro alto tem alta especificidade para EAo grave. - Aumenta com o agachamento (eleva o volume sistólico transvalvar) e diminui com Valsava e no ortostatismo. - Fenômeno Gallavardin: - Irradiação do sopro da EAo para o ápice do coração, onde terá qualidade musical e mais alto, o que pode ser confundido com regurgitação mitral. - Interrupção antes da B2 auxilia na diferenciação de um sopro holossistólico da insuf. mitral. EXAMES COMPLEMENTARES - ECG sobrecarga de VE nas lesões importantes. - Bloqueio de ramo ou bloqueio AV relacionados à EAo importante. - Raio x de tórax: - Dilatação pós-estenótica da aorta. - Aumento de VE não é frequente, sendo a HVE concêntrica.
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