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Modulo_ Regime jurídco_Revisto

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Jorge Jeremias Chamussola Beira, Abril/2018 
JJ CHAMUSSOLA/18 
ISCED 
Manual de Curso de Licenciatura em Administração Pública 
 3º Ano 
Disciplina: Regimes Jurídicos de 
Trabalho na Função Pública 
Código: ISCED12 – CJURCFE037 
TOTAL HORAS/2o SEMSTRE: 115 
CRÉDITOS (SNATCA): 5 
 
Número de Temas: 5 
 
Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED). 
 
 
 
 
JJ CHAMUSSOLA/18 
Direitos de autor (copyright) 
Este manual é propriedade do Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED), 
e contém reservados todos os Direitos. É proibida a duplicação ou reprodução parcial ou 
total deste manual, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (electrónicos, mecânico, 
gravação, fotocópia ou outros), sem permissão expressa de entidade editora (Instituto 
Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED). 
A não observância do acima estipulado o infractor é passível a aplicação de processos 
judiciais em vigor no País. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Website: www.isced.ac.mz 
 
 
 
Agradecimentos 
Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância  Coordenação do Programa das 
licenciaturas e o autor que elaborou o presente manual, Dr. Jorge Jeremias Chamussola 
agradecem a colaboração dos seguintes indivíduos e instituições na elaboração deste 
manual: 
Pelo design e revisão final Prof. Dr. Horácio Emanuel N’Vunga e 
Prof.Dr. Zacarias Medeiro 
Financiamento e Logística SCA – Consultores; com especial destaque à 
pessoa do Dr. Robert Filimon Cambine. 
 
 
Elaborado Por: 
Dr. Jorge Jeremias Chamussola, licenciado em Direito pela UEM. 
 
 
 
 
http://www.isced.ac.mz/
 ISCED CURSO: AP; Disciplina: Regime Jurídico do Trabalho na Função Pública i 
JJ Chamussola Beira/Abril/2018 
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Índice 
Visão geral 1 
Benvindo ao Módulo de Regimes jurídicos de Trabalho na Função Pública .................... 1 
Objectivos do Módulo....................................................................................................... 1 
Quem deveria estudar este módulo ................................................................................. 2 
Como está estruturado este módulo ................................................................................ 2 
Ícones de actividade ......................................................................................................... 4 
Habilidades de estudo ...................................................................................................... 5 
Precisa de apoio? .............................................................................................................. 7 
Tarefas (avaliação e auto-avaliação) ................................................................................ 8 
Avaliação ........................................................................................................................... 9 
TEMA – I: INTRODUÇÃO AOS REGIMES JURÍDICOS DE TRABALHO NA FUNÇÃO PÚBLICA 11 
UNIDADE Temática 1.1. Introdução aos Regimes jurídicos de Trabalho na Função 
Pública. ............................................................................................................................ 11 
Introdução ....................................................................................................................... 11 
1. Conceito de Regimes jurídicos de Trabalho na Função Pública ........................... 12 
2. Princípios Gerais do Trabalho na Função Pública ................................................ 16 
3. Constituição da Relação de Trabalho na Função Pública ..................................... 18 
3.1. Nomeação ............................................................................................................... 18 
3.2. Contratos ................................................................................................................. 20 
3.3. Posse ....................................................................................................................... 21 
3.4. Regimes Especiais de Actividade ............................................................................ 23 
Sumário ........................................................................................................................... 25 
Exercícios de Auto-Avaliação .......................................................................................... 26 
Exercícios ........................................................................................................................ 28 
UNIDADE Temática 1.2.Exercícios do Tema I ................................................................. 29 
Bibliografia do Tema ....................................................................................................... 30 
TEMA – II: CARREIRAS E REMUNERAÇÃO 31 
UNIDADE Temática 2.1. Carreiras, Concurso e Avaliação de Desempenho ................... 31 
Introdução ....................................................................................................................... 31 
1. Carreiras profissionais ........................................................................................... 32 
1.1. Carreira, categoria e classe .......................................................................... 32 
1.2. Carreira e contrato........................................................................................ 32 
1.3. Estrutura das carreiras .................................................................................. 32 
1.4. Carreiras de regime geral, específicas e de regime especial ........................ 33 
1.5. Qualificadores profissionais......................................................................... 33 
1.6. Criação, reestruturação ou extinção de carreiras ......................................... 34 
2. Ingresso e desenvolvimento profissional .............................................................. 34 
3. Concurso ................................................................................................................ 36 
4. A avaliação de desempenho ........................................................................................ 40 
Sumário ........................................................................................................................... 44 
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JJ Chamussola Beira/Abril/2018 
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Exercícios de Auto-Avaliação .......................................................................................... 45 
Exercícios ........................................................................................................................ 46 
UNIDADE Temática 2.2. Remuneração ........................................................................... 47 
Introdução ....................................................................................................................... 47 
1. Remuneração ......................................................................................................... 47 
2. Vencimento ...........................................................................................................48 
3. Suplementos .......................................................................................................... 52 
Sumário ........................................................................................................................... 61 
Exercícios de Auto-Avaliação .......................................................................................... 62 
Exercícios ........................................................................................................................ 63 
UNIDADE Temática 2.3. Exercícios do Tema II ............................................................... 64 
Bibliografia do Tema ....................................................................................................... 66 
TEMA – III: FÉRIAS, FALTAS E LICENÇA 67 
UNIDADE Temática 3.1. Férias, Faltas e Licenças ........................................................... 67 
Introdução ....................................................................................................................... 67 
1. Férias ..................................................................................................................... 67 
2. Faltas ..................................................................................................................... 69 
3. Licenças ................................................................................................................. 73 
Sumário ........................................................................................................................... 80 
Exercícios de Auto-Avaliação .......................................................................................... 81 
Exercícios ........................................................................................................................ 82 
UNIDADE Temática 3.2. Exercícios do Tema III .............................................................. 84 
Bibliografia do Tema ....................................................................................................... 85 
TEMA – IV: ESTATUTO DISCIPLINAR 86 
UNIDADE Temática 4.1. Estatuto Disciplinar .................................................................. 86 
Introdução ....................................................................................................................... 86 
1. Responsabilidade disciplinar ................................................................................. 86 
2. Sanções disciplinares ............................................................................................. 88 
3. Processo disciplinar ............................................................................................... 99 
Sumário ......................................................................................................................... 107 
Exercícios de Auto-Avaliação ........................................................................................ 108 
Exercícios ...................................................................................................................... 110 
UNIDADE Temática 4.2. Exercícios do Tema IV ........................................................... 111 
Bibliografia do Tema ..................................................................................................... 112 
TEMA – V: CESSAÇÃO DA RELAÇÃO DE TRABALHO E PREVIDÊNCIA SOCIAL 113 
UNIDADE Temática 5.1. Cessação da Relação de Trabalho .......................................... 113 
Introdução ..................................................................................................................... 113 
1. Cessação da relação de trabalho no Estado ......................................................... 113 
Sumário ......................................................................................................................... 116 
Exercícios de Auto-Avaliação ........................................................................................ 116 
Exercícios ...................................................................................................................... 117 
UNIDADE Temática 2.2. Previdência Social .................................................................. 119 
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Introdução ..................................................................................................................... 119 
1. Aposentação ........................................................................................................ 119 
2. Pensão de sobrevivência ...................................................................................... 127 
3. Subsídio por morte .............................................................................................. 128 
4. Pensão de sangue ................................................................................................. 129 
5. Extinção do direito .............................................................................................. 129 
6. Segurança social .................................................................................................. 130 
Sumário ......................................................................................................................... 130 
Exercícios de Auto-Avaliação ........................................................................................ 131 
Exercícios ...................................................................................................................... 133 
UNIDADE Temática 5.2. Exercícios do Tema V ............................................................ 134 
Bibliografia do Tema ..................................................................................................... 135 
Exercícios Finais do Módulo .......................................................................................... 136 
BIBLIOGRAFIA 140 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 ISCED CURSO: AP; Disciplina: Regime Jurídico do Trabalho na Função Pública 1 
JJ Chamussola Beira/Abril/2018 
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Visão geral 
Benvindo ao Módulo de Regimes jurídicos de 
Trabalho na Função Pública 
Objectivos do Módulo 
Transmissão de conhecimentos de administração pública, com a 
descrição dos regimes jurídicos laborais que enquadram as 
diversas modalidades de constituição de relações jurídicas de 
emprego público. Articular o normativo constitucional com as 
fontes normativas de legislação ordinária. Conhecimento de 
características genéricas de vinculação laboral na administração 
pública (nomeação e contrato de trabalho em funções públicas). 
Domínio de principais regras do regime comum e regimes 
especiais que enquadram as modalidades de relação jurídica de 
emprego público. 
 
 
Objectivos 
Específicos 
 Conhecer o enquadramento jurídico-funcional das 
modalidades de constituição de relação jurídica de emprego 
público; 
 Conhecer o regime jurídico comum aos trabalhadores em 
funções públicas; Vinculação; Carreiras; Organização das 
carreiras; Remuneração; Avaliação de desempenho; 
 Conhecer o regime jurídico específico dos trabalhadores 
nomeados 
 Regime jurídico específico dos trabalhadores com contrato em 
funções públicas 
 Conhecer e dominar o processo disciplinar na função pública; 
 Conhecer a previdência social na função pública; 
 
 ISCED CURSO: AP; Disciplina: Regime Jurídico do Trabalho na Função Pública 2 
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Quem deveria estudar este módulo 
Este Módulo foi concebido para estudantes do 3º ano do curso de 
licenciatura em Administração Pública. Poderá ocorrer, contudo,que haja leitores que queiram se actualizar e consolidar seus 
conhecimentos nessa disciplina, esses serão bem vindos, não 
sendo necessário para tal se inscrever. Mas poderá adquirir o 
manual. 
Como está estruturado este módulo 
Este módulo de Regimes jurídicos de Trabalho na Função Pública, 
para estudantes do 3º ano do curso de Administração Pública, à 
semelhança dos restantes do ISCED, está estruturado como se 
segue: 
Páginas introdutórias 
 Um índice completo. 
 Uma visão geral detalhada dos conteúdos do módulo, 
resumindo os aspectos-chave que você precisa conhecer para 
melhor estudar. Recomendamos vivamente que leia esta 
secção com atenção antes de começar o seu estudo, como 
componente de habilidades de estudos. 
 ISCED CURSO: AP; Disciplina: Regime Jurídico do Trabalho na Função Pública 3 
JJ Chamussola Beira/Abril/2018 
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Conteúdo desta Disciplina / módulo 
Este módulo está estruturado em Temas. Cada tema, por sua vez 
comporta certo número de unidades temáticas visualizadas por 
um sumário. Cada unidade temática se caracteriza por conter uma 
introdução, objectivos, conteúdos. No final de cada unidade 
temática ou do próprio tema, são incorporados antes exercícios de 
auto-avaliação, só depois é que aparecem os de avaliação. Os 
exercícios de avaliação têm as seguintes características: Puros 
exercícios teóricos, Problemas não resolvidos e actividades 
práticas algumas incluído estudo de casos. 
 
Outros recursos 
A equipa dos académicos e pedagogos do ISCED pensando em si, 
num cantinho, mesmo o recôndito deste nosso vasto Moçambique 
e cheio de dúvidas e limitações no seu processo de aprendizagem, 
apresenta uma lista de recursos didácticos adicionais ao seu 
módulo para você explorar. Para tal o ISCED disponibiliza na 
biblioteca do seu centro de recursos mais material de estudos 
relacionado com o seu curso como: Livros e/ou módulos, CD, CD-
ROOM, DVD. Para além deste material físico ou electrónico 
disponível na biblioteca, pode ter acesso a Plataforma digital 
moodle para alargar mais ainda as possibilidades dos seus 
estudos. 
 
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Auto-avaliação e Tarefas de avaliação 
Tarefas de auto-avaliação para este módulo encontram-se no final 
de cada unidade temática e de cada tema. As tarefas dos 
exercícios de auto-avaliação apresentam duas características: 
primeiro apresentam exercícios resolvidos com detalhes. Segundo, 
exercícios que mostram asançãos respostas. 
Tarefas de avaliação devem ser semelhantes às de auto-avaliação 
mas sem mostrar os passos e devem obedecer o grau crescente de 
dificuldades do processo de aprendizagem, umas a seguir a outras. 
Parte das tarefas de avaliação será objecto dos trabalhos de 
campo a serem entregues aos tutores/docentes para efeitos de 
correcção e subsequentemente nota. Também constará do exame 
do fim do módulo. Pelo que, caro estudante, fazer todos os 
exercícios de avaliação é uma grande vantagem. 
Comentários e sugestões 
Use este espaço para dar sugestões valiosas, sobre determinados 
aspectos, quer de natureza científica, quer de natureza didáctico-
Pedagógica, etc. deveriam ser ou estar apresentadas. Pode ser que 
graças as suas observações, o próximo módulo venha a ser 
melhorado. 
 
Ícones de actividade 
Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas 
margens das folhas. Estes ícones servem para identificar 
diferentes partes do processo de aprendizagem. Podem indicar 
uma parcela específica de texto, uma nova actividade ou tarefa, 
uma mudança de actividade, etc. 
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JJ Chamussola Beira/Abril/2018 
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Habilidades de estudo 
O principal objectivo deste capítulo é o de ensinar aprender a 
aprender. Aprender aprende-se. 
Durante a formação e desenvolvimento de competências, para 
facilitar a aprendizagem e alcançar melhores resultados, implicará 
empenho, dedicação e disciplina no estudo. Isto é, os bons 
resultados asançãos se conseguem com estratégias eficientes e 
eficazes. Por isso é importante saber como, onde e quando 
estudar. Apresentamos algumas sugestões com as quais esperamos 
que caro estudante possa rentabilizar o tempo dedicado aos 
estudos, procedendo como se segue: 
1º Praticar a leitura. Aprender a Distância exige alto domínio de 
leitura. 
2º Fazer leitura diagonal aos conteúdos (leitura corrida). 
3º Voltar a fazer leitura, desta vez para a compreensão e 
assimilação crítica dos conteúdos (ESTUDAR). 
4º Fazer seminário (debate em grupos), para comprovar se a sua 
aprendizagem confere ou não com a dos colegas e com o padrão. 
5º Fazer TC (Trabalho de Campo), algumas actividades práticas ou 
as de estudo de caso se existirem. 
IMPORTANTE: Em observância ao triângulo modo-espaço-tempo, 
respectivamente como, onde e quando...estudar, como foi referido 
no início deste item, antes de organizar os seus momentos de 
estudo reflicta sobre o ambiente de estudo que seria ideal para si: 
Estudo melhor em casa/biblioteca/café/outro lugar? Estudo 
melhor à noite/de manhã/de tarde/fins de semana/ao longo da 
semana? Estudo melhor com música/num sítio sossegado/num 
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sítio barulhento!? Preciso de intervalo em cada 30 minutos, em 
cada hora, etc. 
É impossível estudar numa noite tudo o que devia ter sido 
estudado durante um determinado período de tempo; Deve 
estudar cada ponto da matéria em profundidade e passar só ao 
seguinte quando achar que já domina bem o anterior. 
Privilegia-se saber bem (com profundidade) o pouco que puder ler 
e estudar, que saber tudo superficialmente! Mas a melhor opção é 
juntar o útil ao agradável: Saber com profundidade todos 
conteúdos de cada tema, no módulo. 
Dica importante: não recomendamos estudar seguidamente por 
tempo superior a uma hora. Estudar por tempo de uma hora 
intercalado por 10 (dez) a 15 (quinze) minutos de descanso 
(chama-se descanso à mudança de actividades). Ou seja que 
durante o intervalo não se continuar a tratar dos mesmos assuntos 
das actividades obrigatórias. 
Uma longa exposição aos estudos ou ao trabalho intelectual 
obrigatório, pode conduzir ao efeito contrário: baixar o rendimento 
da aprendizagem. Por que o estudante acumula um elevado 
volume de trabalho, em termos de estudos, em pouco tempo, 
criando interferência entre os conhecimentos, perde sequência 
lógica, por fim ao perceber que estuda tanto mas não aprende, cai 
em insegurança, depressão e desespero, por se achar injustamente 
incapaz! 
Não estude na última da hora; quando se trate de fazer alguma 
avaliação. Aprenda a ser estudante de facto (aquele que estuda 
sistematicamente), não estudar asançãos para responder a 
questões de alguma avaliação, mas sim estude para a vida, sobre 
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JJ Chamussola Beira/Abril/2018 
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tudo, estude pensando na sua utilidade como futuro profissional, 
na área em que está a se formar. 
Organize na sua agenda um horário onde define a que horas e que 
matérias deve estudar durante a semana; Face ao tempo livre que 
resta, deve decidir como o utilizar produtivamente, decidindo 
quanto tempo será dedicado ao estudo e a outras actividades. 
É importante identificar as ideias principais de um texto, pois será 
uma necessidadepara o estudo das diversas matérias que 
compõem o curso: A colocação de notas nas margens pode ajudar 
a estruturar a matéria de modo que seja mais fácil identificar as 
partes que está a estudar e Pode escrever conclusões, exemplos, 
vantagens, definições, datas, nomes, pode também utilizar a 
margem para colocar comentários seus relacionados com o que 
está a ler; a melhor altura para sublinhar é imediatamente a seguir 
à compreensão do texto e não depois de uma primeira leitura; 
Utilizar o dicionário sempre que surja um conceito cujo significado 
não conhece ou não lhe é familiar; 
Precisa de apoio? 
Caro estudante, temos a certeza que por uma ou por outra razão, o 
material de estudos impresso, lhe pode suscitar algumas dúvidas 
como falta de clareza, alguns erros de concordância, prováveis 
erros ortográficos, falta de clareza, fraca visibilidade, páginas 
trocadas ou invertidas, etc). Nestes casos, contacte os serviços de 
atendimento e apoio ao estudante do seu Centro de Recursos (CR), 
via telefone, sms, E-mail, se tiver tempo, escreva mesmo uma carta 
participando a preocupação. 
Uma das atribuições dos Gestores dos CR e seus assistentes 
(Pedagógico e Administrativo), é a de monitorar e garantir a sua 
aprendizagem com qualidade e sucesso. Dai a relevância da 
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comunicação no Ensino a Distância (EAD), onde o recurso as TIC se 
torna incontornável: entre estudantes, estudante – Tutor, 
estudante – CR, etc. 
As sessões presenciais são um momento em que você caro 
estudante, tem a oportunidade de interagir fisicamente com staff 
do seu CR, com tutores ou com parte da equipa central do ISCED 
indigitada para acompanhar as sua sessões presenciais. Neste 
período pode apresentar dúvidas, tratar assuntos de natureza 
pedagógica e/ou administrativa. 
O estudo em grupo, que está estimado para ocupar cerca de 30% 
do tempo de estudos a distância, é muita importância, na medida 
em que permite-lhe situar, em termos do grau de aprendizagem 
com relação aos outros colegas. Desta maneira ficará a saber se 
precisa de apoio ou precisa de apoiar aos colegas. Desenvolver 
hábito de debater assuntos relacionados com os conteúdos 
programáticos, constantes nos diferentes temas e unidade 
temática, no módulo. 
Tarefas (avaliação e auto-avaliação) 
O estudante deve realizar todas as tarefas (exercícios, actividades e 
autoavaliação), contudo nem todas deverão ser entregues, mas é 
importante que sejam realizadas. As tarefas devem ser entregues 
duas semanas antes das sessões presenciais seguintes. 
Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrega, e o não 
cumprimento dos prazos de entrega, implica a não classificação do 
estudante. Tenha sempre presente que a nota dos trabalhos de 
campo conta e é decisiva para ser admitido ao exame final da 
disciplina/módulo. 
Os trabalhos devem ser entregues ao Centro de Recursos (CR) e os 
mesmos devem ser dirigidos ao tutor/docente. 
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Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa, 
contudo os mesmos devem ser devidamente referenciados, 
respeitando os Direitos do autor. 
O plágio1 é uma violação do Direito intelectual do(s) autor(es). Uma 
transcrição à letra de mais de 8 (oito) palavras do texto de um 
autor, sem o citar é considerado plágio. A honestidade, humildade 
científica e o respeito pelos Direitos autorais devem caracterizar a 
realização dos trabalhos e seu autor (estudante do ISCED). 
Avaliação 
Muitos perguntam: Com é possível avaliar estudantes à distância, 
estando eles fisicamente separados e muito distantes do 
docente/tutor!? Nós dissemos: Sim é muito possível, talvez seja 
uma avaliação mais fiável e consistente. 
Você será avaliado durante os estudos à distância que contam com 
um mínimo de 90% do total de tempo que precisa de estudar os 
conteúdos do seu módulo. Quando o tempo de contacto presencial 
conta com um máximo de 10%) do total de tempo do módulo. A 
avaliação do estudante consta detalhada do regulamento de 
avaliação. 
Os trabalhos de campo por si realizados, durante estudos e 
aprendizagem no campo, pesam 25% e servem para a nota de 
frequência para ir aos exames. 
Os exames são realizados no final da cadeira disciplina ou modulo e 
decorrem durante as sessões presenciais. Os exames pesam no 
mínimo 75%, o que adicionado aos 25% da média de frequência, 
determinam a nota final com a qual o estudante conclui a cadeira. 
 
1 Plágio - copiar ou assinar parcial ou totalmente uma obra literária, 
propriedade intelectual de outras pessoas, sem prévia autorização. 
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 10 
 
A nota de 10 (dez) valores é a nota mínima de conclusão da 
cadeira. 
Nesta cadeira o estudante deverá realizar pelo menos 2 (dois) 
trabalhos e 1 (um) (exame). 
Algumas actividades práticas, relatórios e reflexões serão utilizados 
como ferramentas de avaliação formativa. 
Durante a realização das avaliações, os estudantes devem ter em 
consideração a apresentação, a coerência textual, o grau de 
cientificidade, a forma de conclusão dos assuntos, as 
recomendações, a identificação das referências bibliográficas 
utilizadas, o respeito pelos Direitos do autor, entre outros. Os 
objectivos e critérios de avaliação constam do Regulamento de 
Avaliação. 
 
 ISCED CURSO: AP; Disciplina: Regime Jurídico do Trabalho na Função Pública 11 
JJ Chamussola Beira/Abril/2018 
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TEMA – I: INTRODUÇÃO AOS REGIMES JURÍDICOS DE 
TRABALHO NA FUNÇÃO PÚBLICA 
UNIDADE Temática 1.1. Noções Gerais dos Regimes jurídicos de 
Trabalho na Função Pública 
UNIDADE Temática 1.2. Exercícios do Tema 
UNIDADE Temática 1.1. Introdução aos Regimes jurídicos de 
Trabalho na Função Pública. 
Introdução 
Pretende-se nesta unidade temática que o estudante adquira 
conhecimentos básicos sobre o enquadramento do empregador 
público; o enquadramento jurídico-funcional das modalidades de 
constituição de relação jurídica de emprego público. 
Ao completar esta unidade, você será capaz de: 
 
Objectivos 
 
 
 Conhecer e saber diferenciar o enquadramento do empregador 
público na relação do Trabalho na Função Pública; 
 Conhecer o enquadramento jurídico-funcional das modalidades 
de constituição de relação jurídica de emprego público 
 Conhecer o regime jurídico específico dos trabalhadores 
nomeados 
 Conhecer o regime jurídico específico dos trabalhadores com 
contrato em funções públicas 
 
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JJ Chamussola Beira/Abril/2018 
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1. Conceito de Regimes jurídicos de Trabalho na Função Pública 
Entende-se por Regime aquele sistema que estabelece e regula o 
funcionamento de algo. Jurídico, por sua vez, é aquilo que está 
vinculado ao Direito. 
Com estas definições acima, podemos compreender a que se refere a 
noção de regime jurídico. Trata-se do conjunto de leis e normas ao 
que se deve submeter uma determinada matéria. Ou seja, Regime 
jurídico é o conjunto de direitos, deveres, garantias, vantagens, 
proibições e penalidades aplicáveis a determinadas relações sociais 
qualificadas pelo Direito 
Todas as actividades e condutas que estão reguladas pelo Estado sãoregidas por um regime jurídico. Este regime, em suma, é dado pela 
legislação em vigência que é aplicável a um determinado elo, situação, 
negócio, etc. 
Regimes jurídicos de Trabalho na Função Pública são o conjunto de 
normas com base nas quais são definidos os direitos, deveres e demais 
parâmetros que devem regular o relacionamento entre o Estado e os 
funcionários e aos demais agentes do Estado que exercem actividades 
na Administração Pública. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 ISCED CURSO: AP; Disciplina: Regime Jurídico do Trabalho na Função Pública 13 
JJ Chamussola Beira/Abril/2018 
 13 
 
Representação esquemática 
 
 
Exemplo de normas aplicadas na Função Pública: 
 
 Lei n.º 10/2017, de 1 de Agosto _ Estatuto Geral dos 
Funcionários e Agentes do Estado, abreviadamente designado 
por EGFAE 
 
 Lei n.º 16/2012, de 14 de Agosto _ Estabelece as bases e o 
regime jurídico relativo a moralidade pública e ao respeito pelo 
património Público, por parte do servidor público 
 
 Lei nº 13/97, de10 de Julho _ Estabelece o regime jurídico da 
 ISCED CURSO: AP; Disciplina: Regime Jurídico do Trabalho na Função Pública 14 
JJ Chamussola Beira/Abril/2018 
 14 
 
fiscalização prévia das despesas públicas 
 
 Decreto n.º 54/2007, de 29 de Novembro _ Reformula o 
Subsistema de Informação de Pessoal (SIP) 
 
 Decreto n.º 5/2018 de 26 de Fevereiro_ Regulamento do 
Estatuto Geral dos Funcionários e Agentes do Estado, 
abreviadamente designado par REGFAE. 
 
 Decreto n.º 62/2009, de 8 de Setembro_ Regulamento do 
Estatuto Geral dos Funcionários e Agentes do Estado, 
abreviadamente designado por REGFAE 
 
 Decreto n.º 55/2007, de 08 de Novembro_ Regulamento do 
sistema Nacional de Gestão de Recursos Humanos 
 
 Decreto n.º 54/2009, de 8 de Setembro _ Estabelece os 
princípios e regras de organização e estruturação do Sistema 
de Carreiras e Remuneração, abreviadamente designado por 
SCR 
 
 Diploma Ministerial n.º 61/2000, de 05 de Julho _ Aprova o 
regulamento de concursos nas Carreiras de Regime Geral e 
Especial da Área comum do Aparelho do Estado 
 
Entende-se por funções de Administração Pública as actividades 
específicas dos órgãos e instituições do Estado, incluindo as dos 
funcionários e agentes da administração autárquica. 
 
São funcionários os cidadãos nomeados para lugares do quadro de 
pessoal e que exercem actividades nos órgãos centrais e locais do 
Estado. 
 ISCED CURSO: AP; Disciplina: Regime Jurídico do Trabalho na Função Pública 15 
JJ Chamussola Beira/Abril/2018 
 15 
 
São agentes do Estado os cidadãos contratados ou designados nos 
termos da lei ou por outro título não compreendido no n.º 1 do artigo 
3 do EGFAE, para o desempenho de certas funções na Administração 
Pública. 
 
Em regra as relações de emprego público (envolvendo os funcionários 
públicos e outros agentes administrativos) pertencem a esfera do 
Direito Administrativo. Não pode, no entanto, excluir-se a hipótese de 
relações de trabalho envolvendo uma entidade pública como 
empregador estarem sujeitas ao ordenamento laboral (Direito do 
Trabalho): é o que pode verificar-se quando o ente público assume a 
veste de sujeito de direito privado, apresentando-se no comércio 
jurídico-laboral sem a autoridade característica do poder público como 
sucede, nomeadamente, com as empresas públicas em relação ao seu 
pessoal e, ainda, quando "o trabalhador não exerça uma actividade 
inerente aos fins institucionais da pessoa colectiva (pública), ou 
directamente conexa com os fins publicitados desta". 
 
 
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JJ Chamussola Beira/Abril/2018 
 16 
 
2. Princípios Gerais do Trabalho na Função Pública 
 
 Legalidade 
Na sua actuação, os funcionários e agentes do Estado, obedecem à 
Constituição da República e demais legislação. 
 
Os funcionários e agentes do Estado devem ter uma conduta 
responsável e ético-profissional, actuar com legalidade e justiça no 
respeito pelos direitos, liberdades e interesses legalmente protegidos 
dos cidadãos e de outras pessoas colectivas públicas ou privadas. 
 
 
 Isenção e Imparcialidade 
No exercício das funções públicas, os funcionários e agentes do Estado 
devem actuar com isenção e imparcialidade. 
 
 O acesso à função pública e a progressão nas carreiras profissionais 
não podem ser prejudicados em razão da cor, raça, sexo, origem 
étnica, lugar de nascimento, religião, grau de instrução, posição social, 
estado civil dos pais, profissão ou 
 ISCED CURSO: AP; Disciplina: Regime Jurídico do Trabalho na Função Pública 17 
JJ Chamussola Beira/Abril/2018 
 17 
 
opção política e obedecem estritamente aos requisitos de mérito e 
capacidade dos interessados. 
 
A imparcialidade impõe que os funcionários e agentes do Estado se 
abstenham de praticar actos ou participar na prática de actos ou 
contratos administrativos, nomeadamente de tomar decisões que 
visem interesse próprio, do seu cônjuge, parente ou afim, bem como 
de outras entidades com as quais possa ter conflito de interesse, nos 
termos da lei. 
 
 Incompatibilidade 
A qualidade de funcionário e a de agente do Estado é incompatível 
com o exercício de outras actividades profissionais, designadamente: 
a) As declaradas incompatíveis por lei; 
b) As que tenham horário coincidente com o da Administração 
Pública; 
c) as que possam comprometer o interesse público ou a 
imparcialidade exigida no exercício de funções públicas. 
 
 Exclusividade 
O exercício de funções públicas obedece ao princípio de exclusividade. 
A ocupação simultânea de mais de um lugar dos quadros de pessoal 
dos órgãos ou instituições do Estado pelo mesmo funcionário só é 
permitida quando fundada no interesse público e autorizada por 
dirigente competente, verificada uma das seguintes circunstâncias: 
a) Inerência de funções; 
b) Actividade de carácter temporário e compatível; 
c) Funções de docência, investigação ou produção cultural, de 
horários compatíveis ou compensáveis. 
d) Outras circunstâncias determinadas por lei 
 
 ISCED CURSO: AP; Disciplina: Regime Jurídico do Trabalho na Função Pública 18 
JJ Chamussola Beira/Abril/2018 
 18 
 
 
3. Constituição da Relação de Trabalho na Função Pública 
A relação de trabalho na Função Pública constitui-se através do 
provimento, sendo este um despacho de nomeação ou contrato, 
sujeito a visto do Tribunal Administrativo competente e à publicação 
no Boletim da República. 
 
3.1. Nomeação 
A nomeação reveste-se da característica de "provisório" durante os 
dois primeiros anos, findo os quais o funcionário é provido 
automaticamente, sem carecer de sancionamento do Tribunal 
Administrativo, salvo se ao longo dos primeiros dois anos, atrás 
 ISCED CURSO: AP; Disciplina: Regime Jurídico do Trabalho na Função Pública 19 
JJ Chamussola Beira/Abril/2018 
 19 
 
referidos, houver manifestação em contrário. 
 
 
 
A nomeação provisória tem carácter probatório e visa 
predominantemente a formação do funcionário para o exercício do 
cargo a desempenhar. 
 
3.1.1. Impedimentos à nomeação definitiva 
A conversão automática da nomeação provisória em nomeação 
definitiva não tem lugar quando haja manifestação em contrário de 
uma das partes ao longo do período da nomeação provisória. A 
manifestação em contrário deve constarde documento escrito e 
devidamente fundamentado. 
 
Constitui impedimento para a nomeação definitiva a obtenção, na 
avaliação de desempenho, de classificação inferior a “Regular”2. 
Nestes casos o funcionário é exonerado, sem processo disciplinar, em 
qualquer altura do provimento provisório, sem direito a indemnização. 
 
 
2 Há uma contradição entre as classificações exigidas no n.º 04 do artigo 15 da 
EGFAE e no n.º 3 do artigo 12 do REGFAE. O primeiro impõe uma classificação 
não inferior a regular e o último impõe uma classificação não inferior a bom. Na 
contradição vigora o princípio da prevalência da lei, isto é a classificação a 
considerar é a constante do EGFAE. 
 ISCED CURSO: AP; Disciplina: Regime Jurídico do Trabalho na Função Pública 20 
JJ Chamussola Beira/Abril/2018 
 20 
 
3.1.2. Nomeação Interina 
Pode haver nomeação interina para prover o lugar vago em virtude do 
titular se encontrar em situação de inactividade ou actividade fora do 
quadro que implique suspensão do vencimento. 
 
Na nomeação interina tem preferência o funcionário aprovado em 
concurso válido para o lugar a prover, segundo a ordem constante da 
classificação final, em caso de inexistência de funcionários nas 
condições referidas atrás, o provimento interino deve privilegiar o 
funcionário com maior antiguidade, desde que tenha boas 
informações de serviço. O funcionário interino goza, a título precário, 
dos direitos e regalias inerentes ao lugar provido. 
 
A nomeação interina é temporária e não pode exceder dois anos 
consecutivos. Findos os dois anos, sem que o titular retome as suas 
actividades, o lugar é declarado vago e preenchido pelo funcionário 
interino, observando-se com as necessárias adaptações, as exigências 
relativas ao procedimento de admissão. Quando o funcionário interino 
não possa preencher o lugar ou renuncie, seguem-se as regras de 
admissão ao lugar preenchido interinamente. 
 
Tribunal Administrativo competente. Da nomeação interina é lavrado 
o termo do início de funções, não carecendo de posse. 
 
3.2. Contratos 
Os órgãos e instituições do Estado podem celebrar contratos fora do 
quadro, com regime próprio e com dispensa dos requisito da alínea e 
do artigo 13 do EGFAE. 
 
O contrato produz efeitos a partir da data do visto do Tribunal 
Administrativo, salvo os casos de urgente conveniência de serviços 
previstos na lei. Os encargos com os 
 ISCED CURSO: AP; Disciplina: Regime Jurídico do Trabalho na Função Pública 21 
JJ Chamussola Beira/Abril/2018 
 21 
 
contratos são suportados pela respectiva verba do fundo de salários, 
inscrita no Orçamento do Estado ou nos orçamentos privativos das 
instituições ou organismos da Administração Pública dotados de 
autonomia administrativa e financeira. 
O contrato é celebrado por escrito e deve constar o seguinte: 
a) Nome do dirigente com competência para contratar e do 
agente do Estado 
b) Actividade a realizar, a renumeração, a duração, os deveres e 
direitos do agente do Estado; 
c) Data e as assinaturas do dirigente com competência para 
contratar e do agente do Estado; 
d) Outros elementos julgados pertinentes. 
 
3.3. Posse 
A nomeação e a contratação para as categorias, carreiras profissionais 
e/ou para o exercício de funções no Aparelho do Estado conferem o 
direito de tomar posse. 
 
Entende-se por “posse” o acto solene, conferido pelo dirigente 
competente ao indivíduo nomeado, contratado ou promovido ou 
designado em comissão de serviço na presença de funcionários e 
demais agentes do Estado do sector onde o empossando vai 
desempenhar as suas funções. 
 
O acto em si compreende a prestação do compromisso de honra pelo 
empossado e a assinatura do auto de posse, após ter sido feita a sua 
leitura. A posse é conferida pelo dirigente competente para nomear 
ou por seu delegado com competência para tal. O prazo para a 
tomada de posse é de 30 dias contados a partir da notificação escrita 
ao visado, prazo esse que pode ser prorrogado por motivo justificado 
e aceite pelo respectivo dirigente. 
 ISCED CURSO: AP; Disciplina: Regime Jurídico do Trabalho na Função Pública 22 
JJ Chamussola Beira/Abril/2018 
 22 
 
A tomada de posse, como atrás se refere, é um acto solene e 
obrigatório. A não comparência de indivíduo ou funcionário 
interessado para esse efeito, salvo razões e motivos justificados e 
aceites pelo dirigente respectivo, implica a revogação 
 
Imagem de tomada de posse da Presidente da Autoridade Tributária, 
conferida pelo Primeiro Ministro 
 
Fonte: http://e-tributacao.blogspot.com/2015_10_01_archive.html, 
acessado em 10 de Novembro de 2016 
 
O auto de posse deve constar de livro próprio com termo de abertura 
e encerramento e as folhas devem ser numeradas e rubricadas. O auto 
de posse e assinado pelo dirigente que preside o acto, pelo 
empossado e pelo funcionário do Estado que o elaborou. Após a 
tomada de posse o funcionário ou 
http://e-tributacao.blogspot.com/2015_10_01_archive.html
 ISCED CURSO: AP; Disciplina: Regime Jurídico do Trabalho na Função Pública 23 
JJ Chamussola Beira/Abril/2018 
 23 
 
agente do Estado assina o termo de início de actividades. 
 
3.3.1. Início de funções e compromisso de honra 
O início do exercício de funções conta-se a partir da posse, salvo 
quando for expressamente determinado momento anterior. 
 
No acto da posse, deve ser lido o respectivo auto e o empossado deve 
prestar compromisso de honra. O compromisso de honra obedece à 
seguinte fórmula: 
 
a) Para as entidades nomeadas pelo Presidente da República: 
 
“Eu, (nome) juro, por minha honra, servir fielmente o Estado e a Pátria 
moçambicana e dedicar todas as minhas energias ao serviço do Povo 
moçambicano no exercício das funções que me são confiadas pelo 
Presidente da República”. 
 
b) Para os restantes funcionários: 
 
”Eu, (nome) juro, por minha honra, servir fielmente o Estado e a Pátria 
moçambicana e dedicar todas as minhas energias ao serviço do Povo 
moçambicano no exercício das funções e tarefas que me são confiadas 
por lei”. 
 
3.4. Regimes Especiais de Actividade 
Entende-se por regime especial de actividade o exercício, por período 
determinado, de funções que o funcionário desempenha para além 
das que efectivamente correspondem à sua categoria profissional (art. 
23 do EGFAE). 
 
 ISCED CURSO: AP; Disciplina: Regime Jurídico do Trabalho na Função Pública 24 
JJ Chamussola Beira/Abril/2018 
 24 
 
O regime especial de actividade compreende qualquer das seguintes 
situações: 
a) Destacamento; 
b) Comissão de serviço; 
c) Substituição; 
d) Acumulação de funções. 
 
3.4.1. Destacamento 
O destacamento consiste na designação do funcionário, por iniciativa 
de serviço e no interesse do Estado, para exercer actividade ou função 
fora do quadro de pessoal da Administração Pública. 
 
O regime de destacamento tem a duração de 3 anos, prorrogáveis 
uma única vez por igual período. A aludida renovação deve ser sempre 
por interesse e iniciativa da Administração Pública. 
 
Esgotado o período de destacamento, o funcionário regressa ao seu 
local de proveniência no Aparelho do Estado. 
 
3.4.2. Comissão de serviço 
A comissão de serviço, está prevista no artigo 25 do EGFAE, consiste 
na nomeação do funcionário para exercer cargos de direcção, chefia 
ou de confiança. O não exercício da comissão de serviço por um 
período de 365 dias implica a sua cessação. 
 
3.4.3. Substituição 
A substituiçãoconsiste na designação de um funcionário para o 
exercício de uma função de direcção, chefia ou de confiança, por 
ausência ou impedimento temporário do titular por período não 
superior a 365 dias. 
 
 
 ISCED CURSO: AP; Disciplina: Regime Jurídico do Trabalho na Função Pública 25 
JJ Chamussola Beira/Abril/2018 
 25 
 
3.4.4. Acumulação de funções 
Prevista no artigo 27 do EGFAE, a acumulação de funções consiste no 
exercício simultâneo, pelo mesmo funcionário, de dois cargos de 
direcção ou chefia idênticas ou do mesmo grupo salarial, por ausência 
ou não provimento do titular de um deles, por um período não 
superior a 180 dias. 
 
 
Sumário 
Nesta Unidade temática aprendemos que: 
 
 Regimes jurídicos de Trabalho na Função Pública são o 
conjunto de normas com base nas quais são definidos os 
direitos, deveres e demais parâmetros que devem regular o 
relacionamento entre o Estado e os funcionários e aos demais 
agentes do Estado que exercem actividades na Administração 
Pública. 
 
 ISCED CURSO: AP; Disciplina: Regime Jurídico do Trabalho na Função Pública 26 
JJ Chamussola Beira/Abril/2018 
 26 
 
 Os princípios gerais do trabalho na Função Pública são: 
Legalidade, imparcialidade, incompatibilidade e exclusividade. 
 
 A nomeação e a contratação para as categorias, carreiras 
profissionais e/ou para o exercício de funções no Aparelho do 
Estado conferem o direito de tomar posse. 
 
 O regime especial de actividade na Função Pública compreende 
uma das seguintes situações: Destacamento, Comissão de 
serviço, Substituição e Acumulação de funções. 
Exercícios de Auto-Avaliação 
1. As relações do trabalho nas empresas públicas são reguladas 
pelas normas do Direito do Trabalho. 
1. Certo 
2. Errado 
Resposta: Certo 
 
2. A nomeação é sempre. 
a) Provisória 
b) Definitiva 
c) Compromissória 
d) Reveste-se da característica de "provisório" durante os dois 
primeiros anos, findo os quais o funcionário é provido 
automaticamente 
Resposta: d) Reveste-se da característica de "provisório" durante os 
dois primeiros anos, findo os quais o funcionário é provido 
automaticamente. 
 ISCED CURSO: AP; Disciplina: Regime Jurídico do Trabalho na Função Pública 27 
JJ Chamussola Beira/Abril/2018 
 27 
 
 
3. A acumulação de funções consiste no exercício simultâneo, 
pelo mesmo funcionário, de dois cargos de direcção ou chefia 
idênticas ou do mesmo grupo salarial, por ausência ou não 
provimento do titular de um deles, por um período: 
a) Não superior a 30 dias 
b) Não superior a 60 dias 
c) Não superior a 180 dias 
d) Todos estão errados 
Resposta: c) Não superior a 180 dias 
 
4. O não exercício da comissão de serviço por um período de: 
a) 30 dias implica a sua cessação 
b) 60 dias implica a sua cessação 
c) 90 dias implica a sua cessação 
d) 365 dias implica a sua cessação 
Resposta: d) 365 dias implica a sua cessação 
 
5. Os órgãos e instituições do Estado podem celebrar contratos 
fora do quadro, com regime próprio 
 Certo 
 Errado 
Resposta: Certo 
 
6. Só a nomeação para o exercício de funções no Aparelho do 
Estado confere o direito de tomar posse. 
 ISCED CURSO: AP; Disciplina: Regime Jurídico do Trabalho na Função Pública 28 
JJ Chamussola Beira/Abril/2018 
 28 
 
 Certo 
 Errado 
Resposta: Errado 
Exercícios 
1. Em que consiste a substituição? 
 
2. São competentes para celebrar contratos os dirigentes com 
competência para nomear e outras entidades às quais forem 
delegadas competências. 
 Certo 
 Errado 
 
3. Quais são as formas de cessação de contrato na Função 
Pública? 
 
4. O que entendes por posse? 
 
5. Após a publicação da nomeação no Boletim da República o 
prazo para tomada de posse é em regra de: 
a) 5 dias 
b) 15 dias 
c) 30 dias 
d) 60 dias 
 
6. O destacamento consiste na designação do funcionário, por 
iniciativa de serviço e no interesse do Estado, para exercer 
actividade ou função fora do quadro do Estado. 
 Certo 
 Errado 
 ISCED CURSO: AP; Disciplina: Regime Jurídico do Trabalho na Função Pública 29 
JJ Chamussola Beira/Abril/2018 
 29 
 
UNIDADE Temática 1.2.Exercícios do Tema I 
1. Distinga Funcionários de Agentes do Estado! 
 
2. O Empossado pode requerer uma certidão de posse para fins 
pessoais. 
 Certo 
 Errado 
 
3. Em que consiste a comissão de serviço? 
 
4. O exercício simultâneo, pelo mesmo funcionário, de dois 
cargos de direcção ou chefia idênticas ou do mesmo grupo, por 
ausência ou não provimento do titular de um deles, designa-se 
por: 
a) Destacamento, 
b) Comissão de serviço, 
c) Substituição, 
d) Acumulação de funções 
 
5. Quais são as sanções para os funcionários ou agentes que não 
tomam posse? 
 
 
 
 
 
 
 ISCED CURSO: AP; Disciplina: Regime Jurídico do Trabalho na Função Pública 30 
JJ Chamussola Beira/Abril/2018 
 30 
 
Bibliografia do Tema 
Manual 
 Macie, A. (2013). Lições de Direito Administrativo 
Moçambicano, em especial, Função Pública: Funcionários e 
Agentes do Estado. Maputo: Edição do Autor 
 
Legislação 
 Lei n.º 10/2017, de 1 de Agosto, que aprova o Estatuto Geral 
dos Funcionários e Agentes do Estado, abreviadamente 
designado por EGFAE 
 
 Decreto n.º 5/2018 de 26 de Fevereiro, que aprova o 
Regulamento do Estatuto Geral dos Funcionários e Agentes 
do Estado, abreviadamente designado par REGFAE. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 ISCED CURSO: AP; Disciplina: Regime Jurídico do Trabalho na Função Pública 31 
JJ Chamussola Beira/Abril/2018 
 31 
 
TEMA – II: CARREIRAS E REMUNERAÇÃO 
UNIDADE Temática 2.1. Carreiras, Concurso e Avaliação de 
Desempenho 
UNIDADE Temática 2.2. Remuneração 
UNIDADE Temática 2.3. Exercícios do Tema 
UNIDADE Temática 2.1. Carreiras, Concurso e Avaliação de 
Desempenho 
Introdução 
Pretende-se nesta unidade temática que o estudante adquira 
conhecimentos básicos o regime jurídico das carreiras, ingresso, 
concurso e avaliação de desempenho 
 
Ao completar esta unidade, você será capaz de: 
 
Objectivos 
 
 
 Conhecer e dominar o regime geral e especial de carreiras; 
 Conhecer os qualificadores profissionais; 
 Conhecer as regras de ingresso e desenvolvimento profissional; 
 Conhecer as regras de concurso na Função Pública; 
 Conhecer o processo de avaliação de desempenho. 
 
 
 
 
 
 ISCED CURSO: AP; Disciplina: Regime Jurídico do Trabalho na Função Pública 32 
JJ Chamussola Beira/Abril/2018 
 32 
 
1. Carreiras profissionais 
 
1.1. Carreira, categoria e classe 
Carreira é o conjunto hierarquizado de classes ou categorias de 
idêntico nível de conhecimentos e complexidade a que os funcionários 
têm acesso, de acordo com o tempo de serviço e o mérito de 
desempenho. 
 
Classe ou categoria é a posição que o funcionário ocupa na carreira, 
de acordo com o seu desenvolvimento profissional. 
 
1.2. Carreira e contrato 
O exercício de actividades profissionais no Aparelho do Estado é 
assegurado em regime de carreira e contrato. Sem prejuízo do que se 
encontra disposto para o exercício de funções em comissão de serviço, 
o desempenho de actividades profissionais correspondentes a 
necessidades permanentes e próprias dos serviços e que exija 
qualificação académica e técnico-profissional ou formação específica, 
deve ser asseguradopor pessoal em regime de carreira. 
 
1.3. Estrutura das carreiras 
As carreiras profissionais estruturam-se em: 
a) Verticais, quando integram classes ou categorias com o 
mesmo conteúdo funcional, diferenciadas em exigências, 
complexidades e responsabilidade e a evolução do funcionário se faz 
por promoção; 
b) Horizontais, quando integram actividades profissionais com 
o mesmo conteúdo funcional cuja evolução se faz por progressão e 
corresponde apenas à maior eficiência na execução das respectivas 
tarefas, sendo de classe única; 
c) Mistas, quando combinam características das carreiras 
 ISCED CURSO: AP; Disciplina: Regime Jurídico do Trabalho na Função Pública 33 
JJ Chamussola Beira/Abril/2018 
 33 
 
verticais e das horizontais. 
 
Na Função Pública são utilizadas apenas as carreiras mistas e 
horizontais, constantes do Anexo II Diploma Ministerial n.º 61/2000, 
de 05 de Julho. 
 
1.4. Carreiras de regime geral, específicas e de regime especial 
As carreiras profissionais do Aparelho do Estado podem ser de regime 
geral, específicas e de regime especial. 
 
As carreiras de regime geral integram as ocupações comuns a todos 
os sectores do Aparelho do Estado. 
 
As carreiras específicas integram as ocupações típicas da actividade 
fim de cada sector do Aparelho do Estado. 
 
As carreiras de regime geral e específicas estruturam-se de acordo 
com as regras de ingresso e promoção definidas no SCR, nas classes E 
(estagiário), C, B e A. 
 
As carreiras de regime especial subdividem-se em carreiras 
diferenciadas e não diferenciadas: 
a) As carreiras de regime especial diferenciadas têm 
ordenação própria, de acordo com a qualificação e descrição do 
conteúdo funcional constante do qualificador profissional; 
b) As carreiras de regime especial não diferenciadas 
estruturam-se nos termos do n.º 4 do artigo 6 do SCR. 
 
1.5. Qualificadores profissionais 
Os qualificadores profissionais contêm a descrição generalizada do 
conteúdo de trabalho correspondente a cada carreira e os requisitos 
habilitacionais e profissionais para 
 ISCED CURSO: AP; Disciplina: Regime Jurídico do Trabalho na Função Pública 34 
JJ Chamussola Beira/Abril/2018 
 34 
 
ingresso e promoção na respectiva carreira. 
Nas carreiras de regime especial diferenciadas o qualificador é 
elaborado por categoria. 
 
A descrição do conteúdo de trabalho não pode, em caso algum, 
prejudicar a atribuição aos funcionários de tarefas de complexidade e 
responsabilidade equiparáveis, não expressamente mencionadas. 
 
Os qualificadores profissionais são aprovados pela Comissão 
Interministerial da Função Pública, ouvido o Órgão Director Central do 
Sistema Nacional de Gestão de Recursos Humanos 
 
1.6. Criação, reestruturação ou extinção de carreiras 
A criação, reestruturação ou extinção de carreiras profissionais é da 
competência da Comissão Interministerial da Função Pública, sob 
proposta fundamentada do organismo interessado, ouvido o Órgão 
Director Central do Sistema Nacional de Gestão de Recursos Humanos. 
 
No caso de criação ou reestruturação de carreiras profissionais, a 
proposta deve ser acompanhada dos respectivos qualificadores. 
 
2. Ingresso e desenvolvimento profissional 
 
2.1. Ingresso 
O ingresso na Função Pública faz-se, em regra, por concurso. 
 
O ingresso faz-se, em regra, na classe E (estagiário) nas carreiras 
mistas e no escalão 1 das carreiras horizontais. Nas carreiras de regime 
especial diferenciadas, o ingresso faz-se na categoria mais baixa da 
carreira. 
 
 
 ISCED CURSO: AP; Disciplina: Regime Jurídico do Trabalho na Função Pública 35 
JJ Chamussola Beira/Abril/2018 
 35 
 
2.2. Promoção 
A promoção é a mudança para classe ou categoria seguinte da 
respectiva carreira e opera-se para o escalão e índice a que 
corresponde ao vencimento imediatamente superior. 
 
A promoção depende de concurso, tendo em conta a experiência e 
desempenho do funcionário e demais exigências legais, nos termos 
constantes em regulamento. 
 
No caso em que o número de lugares for superior ao número de 
candidatos, pode ser dispensado o concurso, sem prejuízo da 
observância dos demais requisitos. 
 
A participação em concurso de promoção é obrigatória para os 
funcionários de classe ou categoria inferior da mesma carreira que 
preencham os requisitos exigidos. 
 
2.3. Progressão 
A progressão faz-se pela mudança de escalão dentro da respectiva 
faixa salarial, dependendo da experiência do funcionário no escalão, 
do mérito do funcionário e demais exigências legais, nos termos a 
regulamentar. 
 
2.4. Mudança de carreira 
A mudança de carreira profissional faz-se por concurso, estando 
condicionada à existência de vaga e ao preenchimento de requisitos 
exigidos por lei. 
 
A mudança de carreira profissional aplica-se quando o nível académico 
ou técnico-profissional tenha sido obtido em área de formação 
enquadrada nas necessidades actuais da instituição em que o 
funcionário presta serviço. 
 ISCED CURSO: AP; Disciplina: Regime Jurídico do Trabalho na Função Pública 36 
JJ Chamussola Beira/Abril/2018 
 36 
 
 
O concurso pode ser dispensado quando o número de lugares for 
superior em relação aos candidatos, nos termos do regulamento 
próprio. 
 
3. Concurso 
 
3.1. Definição de concurso 
Concurso é o conjunto de actos ou operações que se destinam a 
recrutar, seleccionar e a classificar ou graduar, segundo critérios 
rigorosos e objectivos, as pessoas e os funcionários que se candidatem 
a lugares de ingresso ou promoção na Administração Pública e que 
preencham os requisitos previamente estabelecidos nos respectivos 
qualificadores profissionais. 
 
3.2. Princípios gerais 
No processo de recrutamento, selecção, classificação ou graduação 
dos candidatos, devem ser observados os seguintes princípios: 
a) Liberdade de candidatura no caso dos concursos de ingresso 
ou de mudança da carreira profissional; 
b) Divulgação prévia dos métodos de selecção a utilizar e do 
programa das provas; 
c) Objectividade no método e critério de avaliação; 
d) Igualdade de tratamento; 
e) Neutralidade da composição do júri; 
f) Direito a reclamação e recurso; 
g) Gratuidade do concurso 
 
3.3. Tipo de concursos 
Os concursos classificam-se em: 
a) Concurso de ingresso; 
 ISCED CURSO: AP; Disciplina: Regime Jurídico do Trabalho na Função Pública 37 
JJ Chamussola Beira/Abril/2018 
 37 
 
b) Concurso de promoção 
 
O concurso de ingresso nas carreiras profissionais é aberto a todos os 
cidadãos vinculados ou não aos órgãos do Aparelho do Estado e visa o 
provimento de vagas existentes no quadro de pessoal. 
 
O concurso de promoção é obrigatório para todos os funcionários da 
mesma carreira que satisfaçam os requisitos previstos no artigo 16 
Diploma Ministerial n.º 61/2000, de 05 de Julho. 
 
3.4. Aviso de abertura 
O concurso inicia-se com o anúncio do aviso e abertura, afixado nos 
locais de trabalho e difundido pelos meios de informação. O prazo de 
abertura do concurso será, de pelo menos 30 dias, a contar da data da 
afixação do aviso. 
 
3.5. Informações a constar do aviso de abertura 
Do aviso de abertura de concurso de ingresso deve constar, 
obrigatoriamente: 
a) A carreira profissional, as respectivas ocupações e o local 
para os quais é aberto o concurso; 
b) O método de selecção a utilizar; 
c) O prazo de validade do concurso para provimento das 
vagas existentes e das que vierem a existir durante a 
validade do mesmo; 
d) Os requisitos gerais especificadosreferidos no qualificador 
profissional; 
e) A indicação do serviço ou organismo perante o qual vai 
decorrer o concurso e onde a documentação poderá ser 
entregue, em como os locais onde serão afixadas as listas 
dos candidatos admitidos e excluídos; 
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JJ Chamussola Beira/Abril/2018 
 38 
 
f) A forma e o prazo para a apresentação das candidaturas, 
elementos que devem constar do requerimento de 
admissão, enumeração dos documentos necessários e 
aqueles cuja apresentação seja dispensável, quando se 
trate de concurso de ingresso. 
 
Do aviso de abertura do concurso de promoção devem ainda constar: 
a) A carreira para que é aberto o concurso; 
b) A indicação de serviço ou organismo perante o qual vai 
decorrer o concurso; 
c) A lista dos candidatos obrigatórios. 
 
3.6. Prazo de validade dos concursos de ingresso ou de 
promoção 
O prazo de validade do concurso de ingresso ou de promoção é de 3 anos a 
contar da data em que foi publicada no Boletim da Republica, a respectiva 
lista da classificação final. 
 
3.7. Métodos de selecção, tipo e conteúdo das provas 
De acordo com os requisitos fixados nos qualificadores das carreiras 
profissionais indicadas no concurso de ingresso ou de promoção são 
utilizados, isolados ou conjuntamente, os seguintes métodos de 
selecção; 
a) Provas escritas, orais e práticas; 
b) Curso de formação profissional; 
c) Avaliação curricular; 
d) Entrevista profissional. 
 
Os métodos de selecção devem ser utilizados em função das 
exigências correspondente ao 
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JJ Chamussola Beira/Abril/2018 
 39 
 
conteúdo funcional das carreiras/ ocupações postas ao concurso. 
 
As provas escritas e orais podem abranger questões teóricas e práticas 
e visam avaliar os níveis de conhecimentos académicos e profissionais 
dos candidatos, adequados ao exercício de determinada ocupação. 
 
Quando for necessário demonstrar a capacidade e habilidade do 
candidato, de acordo com os requisitos fixados nos respectivos 
qualificadores profissionais, é utilizado o método de provas práticas. 
 
Os cursos de formação profissional visam aperfeiçoar os 
conhecimentos dos candidatos para o provimento dos lugares em 
determinada carreira ou ocupação. 
 
Para a avaliação curricular, o candidato deve indicar obrigatoriamente 
no seu curriculum a habilitação académica, a formação e qualificação 
adquirida e a experiencia profissional na área correspondente a 
carreira ou ocupação, bem como pelo menos três nomes de entidades 
de referência para que o concurso é aberto. 
 
Quando, em concursos de promoção, o método de selecção for de 
avaliação curricular, o curriculum vitae deve conter obrigatoriamente a 
experiencia profissional pelo menos, dos últimos 5 anos na sua 
respectiva área de actividade. 
 
A entrevista profissional destina-se a avaliar de forma objectiva e 
sistemática as aptidões, conhecimentos, habilidades e atitudes do 
candidato e só pode ser utilizada conjuntamente com um ou mais 
métodos referidos acima. 
 
3.8. Excepções 
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JJ Chamussola Beira/Abril/2018 
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Podem ser providos, em determinada carreira ou categoria, com 
dispensa de concurso, os funcionários que, no respectivo sector da 
Administração Pública, tenham obtido nível académico ou técnico 
profissional correspondente ao exigido nos qualificadores 
profissionais, mediante apreciação favorável da sua informação de 
serviço. 
 
3.9. Sanções para a reprovação 
A reprovação em dois concursos de ingresso implica a não admissão 
do candidato a novo concurso que vise a mesma categoria ou carreira. 
 
A reprovação em dois concursos de promoção na mesma carreira 
implica a não admissão aos dois com concursos seguintes. 
 
3.10. Recurso 
Dos actos finais dos concursos desfavoráveis para o candidato, há 
lugar a recurso com fundamento em ilegalidades nos termos a lei, a 
interpor para o dirigente que determinou a abertura do concurso. 
 
4. A avaliação de desempenho 
O desempenho dos funcionários e agentes do Estado é sistemática e 
periodicamente avaliado. 
 
A avaliação de desempenho constitui para o funcionário ou agente do 
Estado pressuposto essencial para o acesso às regalias. 
 
 4.1. Fases do processo de avaliação 
A avaliação do desempenho obedece as seguintes fases: 
a) Definição dos resultados esperados, mediante concertação 
entre o avaliador e o avaliado, a partir e 1 de Novembro a 
31 de Dezembro do ano anterior ao período em que será 
feita a avaliação, com 
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JJ Chamussola Beira/Abril/2018 
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bases nos planos de actividades; 
b) Acompanhamento semestral do desempenho do avaliado 
pelo avaliador, seguido pela elaboração de um relatório 
onde conste a área de trabalho que carece de melhoria; 
c) Reajustamento semestral dos resultados esperados, caso 
haja necessidade imperiosa; 
d) Preenchimento da ficha de avaliação do desempenho 
individual, procedido de entrevista com o avaliado; 
e) Notificação do resultado final avaliado; 
f) Reclamação e recurso; 
g) Homologação; 
h) Divulgação dos resultados finais; 
i) Atribuição de distinções, prémios e/ou penalizações se for 
o caso. 
 
4.2. Periodicidade 
O período de avaliação do desempenho é anual, com inicio a 1 de 
Janeiro de cada ano e termo a 31 de Dezembro. 
 
Para a monitoria do grau de cumprimento do plano individual de 
actividades, o órgão ou instituição deve, semestralmente proceder a 
avaliação intermédia do desempenho. Até ao nível de departamento, 
a monitoria do grau de cumprimento do plano individual de 
actividades referidas, bem como a avaliação intermédia é trimestral. 
 
A avaliação final é feita até 31 de Março do ano subsequente. 
 
4.3. Avaliação final 
A avaliação final do desempenho é expressa em níveis de ponderação 
quantitativa e qualitativa. 
 
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JJ Chamussola Beira/Abril/2018 
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Os níveis e ponderação quantitativa correspondem aos pontos 
obtidos, que variam de 0 a 20. 
 
São cinco níveis de ponderação qualitativa para expressar a avaliação 
final nomeadamente: 
a) Excelente: 19 a 20 pontos 
b) Excedeu os requisitos: 17 a 18 pontos, que equivale a 
Muito Bom 
c) Preenche completamente os requisitos: 14 a 16 pontos que 
equivale a bom; 
d) Em desenvolvimento: 10 a 13 pontos, que equivale a 
Regular 
e) Não satisfaz os requisitos: 0 a 9 pontos, que equivale a 
Mau. 
 
Representação esquemática de níveis de ponderação 
 
 
4.4. Reclamação e recursos 
Os titulares de cargos de direcção e chefia, funcionários e agentes 
submetidos a avaliação de desempenho tem direito a apresentar 
reclamações e recursos, nos temos 
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dos artigos 127 a 131 do Estatuto Geral dos Funcionários e Agentes do 
Estado. 
 
4.5. Efeitos da avaliação de desempenho 
 
 O desempenho positivo constitui para o funcionário ou agente do 
Estado pressuposto essencial para o acesso aos direitos. 
A avaliação de desempenho de “Mau” tem as seguintesimplicações: 
a) Tratando-se de titular de cargo de direcção ou chefia, cessa as 
funções; 
b) Tratando-se de funcionário de nomeação provisória, é 
dispensado dos quadros do Estado, sem direito a qualquer 
indemnização; 
c) Tratando-se de agente do Estado, extingue-se a relação laboral 
por rescisão do contrato; 
d) Tratando-se de um funcionário de nomeação definitiva é 
passível de um procedimento disciplinar. 
 
É passível de procedimento disciplinar, o responsável que por 
negligência não proceda a avaliação do funcionário e agente do 
Estado. 
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Sumário 
Nesta Unidade temática aprendemos que: 
 
 Carreira é o conjunto hierarquizado de classes ou categorias de 
idêntico nível de conhecimentos e complexidade a que os 
funcionários têm acesso, de acordo com o tempo de serviço e 
o mérito de desempenho. 
 
 Classe ou categoria é a posição que o funcionário ocupa na 
carreira, de acordo com o seu desenvolvimento profissional. 
 
 A promoção é a mudança para a classe ou categoria seguinte 
da respectiva carreira e opera-se para escalão a que 
corresponda vencimento imediatamente superior. Enquanto a 
progressão faz-se por mudança de escalão dentro da 
respectiva faixa salarial. 
 
 Concurso é o conjunto de actos ou operações que se destinam 
a recrutar, seleccionar e a classificar ou graduar, segundo 
critérios rigorosos e objectivos, as pessoas e os funcionários 
que se candidatem a lugares de ingresso ou promoção na 
Administração Pública e que preencham os requisitos 
previamente estabelecidos nos respectivos qualificadores 
profissionais 
 
 O desempenho dos funcionários e agentes do Estado é 
sistemática e periodicamente avaliado. 
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Exercícios de Auto-Avaliação 
1. O que entendes por categoria? 
Resposta: Classe ou categoria é a posição que o funcionário ocupa na 
carreira, de acordo com o seu desenvolvimento profissional. 
 
 
2. O ingresso na Função Pública faz-se, em regra, por concurso. 
 Certo 
 Errado 
Resposta: Certo 
 
3. A promoção não necessita de posse 
 Certo 
 Errado 
Resposta: Certo 
 
4. O desenvolvimento profissional que se faz por mudança de escalão 
dentro da respectiva faixa salarial, designa-se por: 
a) Progressão 
b) Previdência 
c) Promoção 
d) Descontinuidade 
Resposta: a) Progressão 
 
5. A progressão não carece de publicação no Boletim da República. 
 Certo 
 Errado 
Resposta: Certo 
 
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6. O funcionário nomeado interinamente recebe: 
a) O vencimento correspondente à classe e escalão do 
funcionário cuja vaga ocupa. 
b) Mais 10% do seu salário 
c) Menos 10% do seu salário 
d) Mais 25% do seu salário 
Resposta: a) O vencimento correspondente à classe e escalão do 
funcionário cuja vaga ocupa 
Exercícios 
1. O que entendes por carreira? 
 
2. O que entendes por promoção? 
 
3. A progressão produz efeitos a partir da data de: 
a) Visto do Tribunal Administrativo 
b) Publicação no Boletim da República 
c) Publicação de resultado do concurso 
d) Realização de concurso 
 
4. O funcionário interino goza, a título precário, dos direitos e 
regalias inerentes ao lugar provido interinamente. 
 Certo 
 Errado 
 
5. O que entendes por concurso? 
 
6. O prazo de abertura do concurso será, de pelo menos 30 dias, a contar 
da data da afixação do aviso. 
 Certo 
 Errado 
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UNIDADE Temática 2.2. Remuneração 
Introdução 
Pretende-se nesta unidade temática que o estudante adquira 
conhecimentos básicos sobre o regime de remuneração na Função 
Pública. 
 
Ao completar esta unidade, você será capaz de: 
 
Objectivos 
 
 
 Conhecer a composição da remuneração na Função Pública; 
 Conhecer o regime jurídico das remunerações de vencimentos; 
 Conhecer o regime jurídico das remunerações de suplementos; 
 
1. Remuneração 
 
1.1. Componentes da remuneração 
A remuneração dos funcionários ou agentes do Estado é constituída 
por: 
a) Vencimento; 
b) Suplementos. 
 
Vencimento - constitui a retribuição a cada funcionário ou agente do 
Estado de acordo com a sua carreira, categoria ou função, como 
contrapartida do trabalho prestado ao Estado e consiste numa 
determinada quantia em dinheiro paga ao funcionário ou agente em 
dia e local certos. 
 
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Todos os funcionários e agentes do Estado em regime idêntico de 
prestação de serviço têm direito a receber vencimento igual por 
trabalho igual. 
 
Suplemento - Constituem suplementos ao vencimento os abonos e 
subsídios atribuídos aos funcionários e agentes do Estado, de carácter 
permanente ou não, nos termos constantes de regulamento 
específico. 
 
 
 
 
2. Vencimento 
 
2.1. Penhora de vencimentos3 
As remunerações do funcionário ou agente só podem ser penhoradas 
nos precisos termos estabelecidos na lei do processo civil sobre a 
penhora de remunerações. 
 
3 Em caso algum o valor total dos descontos poderá exceder um terço da 
remuneração mensal do trabalhador (nº 4 do artigo 114, da lei n.º 23/2007, de 01 de 
Agosto, lei do trabalho). 
 
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2.2. Remuneração do funcionário destacado 
O destacamento confere o direito à remuneração pelo cargo que o 
destacado for a desempenhar. O vencimento da função exercida em 
destacamento não deve ser inferior ao que corresponde à sua carreira. 
Os vencimentos do funcionário destacado são encargo do organismo 
ou instituição para onde for prestar serviço. 
 
2.3. Remuneração por interinidade 
O funcionário interino tem direito a perceber a remuneração 
correspondente à carreira para que foi nomeado interinamente. 
 
2.4. Remuneração de substituição 
O desempenho de uma função por substituição confere o direito a 
perceber o vencimento da ocupação substituída sempre que se trate 
de período igual ou superior a trinta dias consecutivos. O funcionário 
substituto tem direito ao abono da totalidade do vencimento da 
função incluindo os subsídios inerentes à função. 
 
2.5. Remuneração por acumulação de funções 
O funcionário que acumule funções terá direito a perceber, para além 
do vencimento correspondente à sua ocupação e enquanto durar a 
acumulação, um suplemento correspondente a 25% da ocupação cujas 
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funções acumula. 
 
2.6. Determinação do vencimento 
O vencimento é determinado pelo índice correspondente ao escalão, 
classe ou categoria e grupo salarial da carreira em que o funcionário 
está enquadrado. 
 
2.7. Remuneração horária 
Para todos os efeitos legais, o valor da hora normal de trabalho é 
calculado através da fórmula RH = VM ÷ N, sendo RH a remuneração

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