Prévia do material em texto
Otávio Olivo – MEDICINA UNESC Criciúma - SC Resumo por Otávio Olivo HEMÁCIAS • As hemácias também são conhecidas como eritrócitos. • Sua principal função consiste no transporte de hemoglobina, que leva oxigênio dos pulmões até os tecidos • Pode estar livre no plasma humano, porém, 3% extravasa da membrana capilar para o espaço intersticial ou através da membrana glomerular do rim para o filtrado glomerular. Por isso deve estar dentro dos glóbulos vermelhos para exercer sua função de forma eficaz. • Além do transporte de hemoglobina, as hemácias tem também grande quantidade de anidrase carbônica, que catalisa a reação reversível com o CO² e H²O para formar o ácido carbônico, aumentando a velocidade desta reação. • A rapidez desta reação permite que a água transporte muito CO² na forma de íon bicarbonato dos tecidos para os pulmões, onde é reconvertido em CO²; • Hemácia é um excelente tampão acidobásico. FORMA DAS HEMÁCIAS – Disco bicôncavo. Pode variar de forma conforme as células sejam espremidas pelos capilares. A célula tem excesso de membrana, o que faz com que a deformação não cause a ruptura dela. CONCENTRAÇÃO NO SANGUE – Homens tem mais que mulheres; habitantes de grandes altitudes apresentam maior concentração também. QUANTIDADE DE HEMOGLOBINA NAS CÉLULAS – Podem concentrar até 34g por 100ml nas células. Não ultrapassa esse valor pois é o limite metabólico celular formador de hemoglobina. • Em pessoas normais, a porcentagem normal é sempre perto do máximo. Quando anormal, hemácia pode ficar tão vazia que diminui de tamanho. • Hematócrito normal – porcentagem de sangue nas células – 40 a 45% • Cada grama de hemoglobina é capaz de se combinar com 1,34ml de oxigênio. – 100 ml sangue – 20ml o² - no homem. PRODUÇÃO DE HEMÁCIAS • ÁREAS DO CORPO QUE PRODUZEM – • Nas primeiras semanas de vida embrionária – saco vitelino. • Segundo trimestre da gestação – fígado, baço e linfonodos. • Último mês de gestação – medula óssea exclusivamente. • Até os 5 anos de idade, a medula de todos os ossos, produz hemácias. • Até os 20 anos – Ossos longos, exceto porção proximal úlmero e tíbia, fica muito gordurosa e não produz mais hemácias. • Após os 20 anos – a maioria das hemácias continua a ser produzida na medula óssea dos ossos membranosos (vértebras, esterno, costelas, íleo.) • Com o avanço da idade, medula passa a ser menos produtiva. GÊNESE DAS CÉLULAS SANGUÍNEAS CÉLULAS TRONCO HEMATOPOÉTICAS PLURIPOTENTES, INDUTORES DO CRESCIMENTO E DA DIFERENCIAÇÃO • As hemácias iniciam suas vidas na medula óssea por meio de um único tipo de célula – a célula tronco hematopoética pluripotente – da qual derivam todas as células do sangue circulante. • A medida que essas células se reproduzem, pouco permanece exatamente como pluripotentes originais, retidas como reserva. Seu número diminui com a idade. • A maioria das células tronco que se reproduziram se diferencia formando outras células. • Células em estágio intermediários, embora parecidas com as pluripotentes, já estão comprometidas com uma linhagem particular de células. • As células tronco comprometidas, quando crescem em cultura, produzem colônias de tipos específicos de células sanguíneas. A produtora de hemácias é referida como unidade formadora de colônia de eritrócitos (CFU – E). • CFU – GM – Formadoras de granulócitos e monócitos. Otávio Olivo – MEDICINA UNESC Criciúma - SC INDUTORES DE CRESCIMENTO • São proteínas que controlam o crescimento e reprodução das diferentes células tronco. • 4 INDUTORES: sendo um deles a • Interleucina-3 – Promove crescimento e reprodução de praticamente todos os diferentes tipos de células tronco comprometidas e induzem o crescimento de apenas tipos específicos de células. • Só induzem o crescimento, não a diferenciação. INDUTORES DE DIFERENCIAÇÃO • São proteínas que promovem diferenciação do tipo das células tronco comprometidas. • A formação de indutores de crescimento e diferenciação é controlada por fatores externos à medula óssea. • Para as hemácias – baixas concentrações de oxigênio estimula; Leucócitos – Doenças infecciosas estimulam crescimento e diferenciação em tipos específicos necessários ao combate da infecção. ESTÁGIOS DA DIFERENCIAÇÃO DAS CÉLULAS DE LINHAGEM VERMELHA. • Primeira célula da linhagem vermelha é o PROERITROBLASTO – formado por células tronco CFU-E. • Se divide por diversas vezes até formar muitas hemácias maduras. • As células da primeira geração são denominadas ERITROBLASTOS BASÓFILOS (se coram com bases) – acumula pouca hemoglobina. • Nas gerações seguintes, as células ficam se cheias com hemoglobina e o núcleo condensa até ficar muito pequeno e o resíduo final é excretado ou absorvido pela célula. O retículo endoplasmático também é reabsorvido. • RETICULÓCITO – Sem núcleo, sem RE, um pouco de material basofílico, um pouco do aparelho de Golgi, das mitocôndrias e outras organelas. Tem curto período de vida, tendo pouca concentração no sangue. • Neste estágio, as células saem da medula óssea e entram nos capilares sanguíneos por diapedese (modifica sua conformação para passar) • Aí o material basofílico do reticulócito desaparece em até 2 dias e a célula passa a ser a HEMÁCIA MADURA. PROERITROBLASTO ERITROBLASTO BASOFÍLICO RETICULÓCITO HEMÁCIA MADURA REGULAÇÃO DA PRODUÇÃO DAS CÉLULAS DE LINHAGEM VERMELHA – ERITROPOETINA. • Concentração de células vermelhas no sistema circulatório é regulada para que o número de hemácias adequadas para o transporte de oxigênio esteja disponível e que não seja tão numerosa a ponto de impedir o fluxo sanguíneo. • OXIGENAÇÃO TECIDUAL Maior regulador da produção de hemácias. • Qualquer condição que diminua quantidade de transporte de oxigênio para os tecidos aumenta a intensidade de produção de hemácias. • Pessoa extremamente anêmica (hemorragia ou condição medula óssea) – inibem produção de grande quantidade de hemácias. • Destruição de porções da medula óssea – hiperplasia da medula óssea remanescente, caracterizando a tentativa de suprir a demanda por hemácias pelo organismo. • Nas grandes altitudes, quantidade de O² no ar é diminuída, e ocorre aumento na produção de hemácias. • Patologias que causam redução do fluxo sanguíneo tecidual e as que promovem redução da absorção de oxigênio pelo sangue quando passa nos pulmões, pode aumentar a intensidade da produção de hemácias (insuficiência cardíaca e doenças pulmonares. Hipóxia aumenta o hematócrito e a produção.) • ERITROPOETINA – Estimula a produção de hemácias e sua formação aumenta em resposta a hipóxia. É o principal estímulo. Sem eritropoietina a hipóxia não tem quase nenhum efeito na produção de eritrócitos. • Quando o sistema da eritropoietina está funcionando, a hipóxia estimula a formação dela até produzir eritrócitos suficientes e a hipóxia desaparecer. • RINS – Formam eritropoietina, sendo o fígado também um produtor. • A hipóxia do tecido renal leva ao aumento dos níveis teciduais do fator induzível por hipóxia-1 (HIF-1) – Que serve como fator de transcrição para genes induzíveis por hipóxia, incluindo o da eritropoetina. • HIF-1 se liga ao elemento de resposta a hipóxia, residente no gene de eritropoetina, induzindo a transcrição de RNAm e aumentando a síntese de eritropoetina. Otávio Olivo – MEDICINA UNESC Criciúma - SC • Hipóxia em outras partes do organismo também podem estimular. Ou seja, há um sensor não renal que envia sinal adicional para a produção deste hormônio. • Epinefrina e noroepinefrina estimulam a produção de eritropoetina. EFEITOS DA ERITROPOETINA NA ERITROGÊNESE • Em hipóxia a produção de eritropoetina atinge seu pico em 24 horas, porém nenhuma hemácia aparece em até 5 dias. • Por isso, o principal efeito da eritropoetina consiste na estimulação na produção de PROERITROBASTOS, também estimulando a diferenciação mais rápida dessas células pelos diferentes estágios eritroblásticos. Acelera aprodução de hemácias. • Continua produzindo novas células até que o equilíbrio não é atingido. Quando OK, a intensidade na produção de eritropoetina diminui para não ocorrer nenhum excesso. • Com ferro disponível, em conjunto com a eritropoetina, muito mais eritrócitos são produzidos. MATURAÇÃO DAS HEMÁCIAS – VITAMININA B12 E ÁCIDO FÓLICO • Devido a contínua necessidade de renovação das hemácias, as células da medula óssea são as de mais rápido crescimento e reprodução em todo o corpo. • São necessárias algumas vitaminas para produzir e maturar rápido, sendo elas a VIT B12 e ÁCIDO FÓLICO – são importantes para maturação final da linhagem vermelha. Também necessárias para a produção de DNA – OU SEJA – se faltar, diminua a maturação nuclear da divisão celular. • Também sem essas vitaminas, as células da medula óssea não se proliferam com rapidez e algumas hemácias são produzidas em tamanho maior – macrócitos (que tem membrana muito frágil, irregular e é ovalada (e não bicôncava) – até transportam normalmente oxigênio, porém tem vida curta. • MATURAÇÃO ANORMAL POR FALTA DA B12 NO TGI – ANEMIA PERNICIOSA • Anormalidade está na atrofia da mucosa gástrica – incapaz de produzir as secreções normais. • Glândulas gástricas – que secretam o fator intrínseco que se combina a B12 para ser absorvido – falham • Fator intrínseco impede a digestão pelas secreções do TGI, e se liga a receptores específicos na membrana borda em escova da mucosa do íleo, onde é absorvida para o sangue por pinocitose. – Vai ser armazenada no fígado e liberada posteriormente de forma lenta, conforme necessidade da medula óssea. • Necessidade normal é de 1 a 3 microgramas, reserva hepática é de 1000x esse valor, ou seja, precisa de 3 a 4 anos de absorção deficiente para ocorrer anemia. • MATURAÇÃO ANORMAL POR FALTA DE ÁCIDO FÓLICO (Pteroilglutâmico) • Ácido fólico está em vegetais verdes, frutas e carnes (em especial o fígado), porém é facilmente destruído pelo cozimento. • Pessoas com a doença no Intestino Delgado – a ESPRU – tem dificuldade para absorver ácido fólico e B12. FORMAÇÃO DA HEMOGLOBINA • Síntese de hemoglobina começa nos proeritrobastos e prossegue até o estágio de reticulócitos. Quando as hemácias saem da medula e vão para o sangue, continuam produzindo hemoglobina até que viram hemácias maduras (após 1 dia) • Como é formada: a Succinil-COA (do CK), se liga a glicina e forma pirrol. • 4 pirróis se combinam e formam a protoporfina IX (9), que se combina com o ferro e forma a heme. • Cada molécula de heme se combina a globina (que é uma cadeia polipeptídica), sintetizada pelos ribossomos, formando a cadeia de hemoglobina. • Quatro dessas cadeias se ligam e formam HEMOGLOBINA • SUCCINIL COA + GLICINA > PIRROL • 4 PIRROL SE COMBINAM > PROTOPORFINA IX (9) • PROTOPORFINA IX + FERRO > HEME • HEME + GLOBINA > CADEIA DE HEMOGLOBINA • 4 CADEIAS DE HEMOGLOBINA SE LIGAM > HEMOGLOBINA Otávio Olivo – MEDICINA UNESC Criciúma - SC • Podem haver diferentes tipos de cadeias de hemoglobina, dependendo do aminoácido da porção peptídica. Os diferentes tipos podem ser alfa, beta, gama e delta. • A forma mais comum no humano adulto é a HEMOGLOBINA A – Que é a combinação de duas cadeias alfa e duas cadeias beta. • Cada cadeia de hemoglobina tem um grupo prostético HEME, contendo um átomo de ferro, existindo 4 cadeias de hemoglobina em cada molécula de hemoglobina, temos 4 átomos de ferro. Cada umas dessas moléculas de Fe podem se ligar a oxigênio para o transporte dele. COMBINAÇÃO DA HEMOGLOBINA COM O OXIGÊNIO • Oxigênio não se combina com as duas valências positivas do Fe na molécula de Hemoglobina, ele se liga frouxamente a uma das chamadas ‘ligações de coordenação do átomo de ferro” – essas ligações são muito reversíveis. • Oxigênio é transportado na forma molecular (o²) – e não iônico (o) – sendo liberado nos tecidos em forma molecular também. METABOLISMO DO FERRO • Ferro está na maior parte na hemoglobina • Também na mioglobina, heme, transferrina no plasma; um pouco armazenado no fígado e reticuloendotelial TRANSPORTE E ARMAZENAMENTO • Quando o ferro é absorvido pelo intestino delgado, ele se combina no plasma com a beta globulina APOTRANSFERRINA para formar a TRANSFERRINA que é transportada pelo plasma. O ferro na transferrina é ligado frouxamente, por isso pode ser liberado para qualquer célula. FERRO NO INTESTINO ABSORVIDO + Apotransferrina > transferrina (ferro no plasma) • O excesso de ferro é depositado nos hepatócitos e nas células reticuloendoteliais da medula óssea (menos que hepatócitos) • No citoplasma das células, o ferro se combina principalmente com a apoferritina – que pode conter muito ou pouco ferro. • Este ferro armazenado sob a forma de ferritina é o chamado FERRO DE DEPÓSITO. • Pequenas quantidades de ferro neste depósito está na forma extremamente insolúvel – a forma denominada HEMOSSIDERINA. Isto ocorre quando existe ferro em excesso no corpo. Assim forma aglomerados muito grandes nas células. • Quando cai a quantidade de ferro no plasma, o Fe do depósito é mobilizado para a área do corpo necessitada facilmente. • Uma característica da molécula de transferrina é sua forte ligação aos receptores das membranas celulares das hemácias na medula óssea. • Aí ela juntamente com o Fe ligado é ingerida pelo eritroblasto por endocitose. • Nos eritroblastos, a transferrina libera o Fe para as mitocôndrias, onde a porção heme vai ser sintetizada. • Sem transferrina – anemia hipocrômica. • Quando hemácias morrem, a hemoglobina liberada é fagocitada e o ferro é liberado – sendo sua maioria armazenada no reservatório de ferritina para ser usado na formação de nova hemoglobina. • PERDA DIÁRIA DE FERRO – Homem excreta certa de 0,6 mg de ferro por dia nas fezes. Em hemorragias aumenta esta quantidade. Mulheres perdem mais pois a menstruação leva cerca de 1,3mg ao dia. • ABSORÇÃO DE FERRO NO TGI Absorvido em todas as porções do intestino Delgado – pelo seguinte mecanismo: • O fígado secreta moderada apotransferrina na bile que vai até o duodeno. No intestino delgado ela se liga ao Ferro livre e a compostos férricos, como hemoglobina e mioglobina da carne (fonte importante de Fe na dieta) • Quando combinada – TRANSFERRINA • Que é atraída e se liga a receptores na membrana das células epiteliais intestinais. Otávio Olivo – MEDICINA UNESC Criciúma - SC • Por pinocitose a molécula de transferrina, com seu armazenamento de ferro é absorvida pelas células epiteliais e vai para o plasma – TRANSFERRINA PLASMÁTICA. • Absorção de Fe é extremamente lenta. Apenas alguns mg ao dia. • REGULAÇÃO DO FERRO CORPORAL PELO CONTROLE DA INTENSIDADE DE ABSORÇÃO – Corpo saturado de Fe – apoferritinas já estão combinadas. Corpo em depleção de ferro – muita apoferritina disponível. TEMPO DE VIDA DAS HEMÁCIAS • Tem aproximadamente 120 dias antes de serem destruídas. • Elas tem enzimas citoplasmáticas capazes de metabolizar glicose e formar ATP – Essas enzimas também mantém: • Flexibilidade da membrana celular • Transporte de íons através da membrana. • O Ferro das hemoglobinas na forma ferrosa e não férrica. • Impedem oxidação das proteínas das hemácias. • Mesmo assim, o sistema metabólico delas vai diminuindo com o tempo e ficam cada vez menos ativas e mais frágeis. • Quando a membrana fica frágil, a célula se rompe quando passa em algum ponto estreito da circulação. • Muitas hemácias se autodestroem no baço, onde os espaços são mais estreitos. DESTRUIÇÃO DA HEMOGLOBINA • Quando as hemácias se rompem, elas liberam hemoglobina que é fagocitada pelos macrófagos, principalmente pelas células de KUPFFER (no fígado). • Em horas, eles liberam o Ferro de volta para o sangue, que vai ser transportado pela transferrina até a medula óssea para produção de novas hemácias ou para o fígado/outros tecidos para armazenamento na forma de ferritina. • A porção porfina da moléculade hemoglobina é convertida pelos macrófagos por meio das diversas etapas no pigmento biliar BILIRRUIBINA. Que é secretada na bile pelo fígado. ANEMIAS É definida como uma diminuição da concentração de hemoglobina do sangue abaixo dos valores de referência para idade e sexo. • ABAIXO DE 13,5g/Dl EM HOMENS ADULTOS. / ABAIXO DE 11,5g/Dl EM MULHERES ADULTAS. • 2 ANOS ATÉ A PUBERDADE – ABAIXO DE 11g/Dl • RECÉM NASCIDOS – abaixo de 14g/Dl no nascimento – RN tem bastante hemoglobina. Diminuição da hemoglobina geralmente é acompanhada por baixa contagem de eritrócitos e do hematócrito, mas tais valores podem ser normais. Alterações no volume total do plasma e na massa total de hemoglobina circulante é que determina a concentração de hemoglobina. • Diminuição do volume plasmático (como uma desidratação) pode mascarar a anemia. • O aumento do volume plasmático (esplenomegalia e gravidez) pode provocar uma aparente anemia, mas com massa total circulante de eritrócitos e hemoglobina normais. Logo após grande perda de sangue, a anemia não é imediatamente aparente, porque diminui também o volume de sangue. • A reposição de volume plasmático pode levar até 1 dia, só então o grau de anemia se torna aparente. • A regeneração da massa hemoglobínica leva muito mais tempo. • Aspectos clínicos iniciais de grande perda de sangue são mais pela diminuição do volume do que por anemia. ASPECTOS CLÍNICOS DA ANEMIA • Principais adaptações à anemia ocorrem no sistema CARDIOVASCULAR – com aumento do volume sistólico e taquicardia – e também na curva de dissociação de O² da hemoglobina. • Pacientes com anemia grave podem não apresentar sintomas, enquanto alguns com quadros mais leves, podem ter sintomas graves. Otávio Olivo – MEDICINA UNESC Criciúma - SC Presença ou ausência de sinais clínicos podem ser consideradas de acordo com alguns fatores: • VELOCIDADE DE INTALAÇÃO DA ANEMIA Anemia de instalação rápida tem mais sintomas, porque tem menos tempo pra adaptação do sistema cardiovascular e da curva de dissociação de O² da hemoglobina • INTENSIDADE DA ANEMIA Uma anemia leve geralmente não causa sinais e sintomas, mas estão presentes se hemoglobina está abaixo de 9-10g/dl. • IDADE Idoso tolera menos a anemia que o jovem, devido falta de oxigênio nos órgãos quando a compensação cardiovascular está diminuída. • CURVA DE DISSOCIAÇÃO DE O² DA HEMOGLOBINA Geralmente a anemia é acompanhada de aumento de 2,3DPG nos eritrócitos e desvio para a direita da curva de dissociação de O² da hemoglobina, sendo o oxigênio rapidamente liberado para os tecidos. SINTOMAS • Dispneia (em esforço, principalmente), fraqueza, letargia, palpitações, cefaleia. • Em idosos, podem surgir ICC, Angina de peito, claudicação intermitente (sensação dolorosa dos mb inferiores por falta de circulação adequada) e confusão mental. • Em anemias muito severas e de rápida instalação – podem ocorrer distúrbios visuais devido hemorragia da retina. SINAIS • GERAIS Palidez das mucosas. Geralmente quando nível de hemoglobina for menor do que 9-10 g/Dl. Cor da pele não é sinal confiável. Pode também ter Hipercinese circulatória com taquicardia, pulso amplo, cardiomegalia e sopro sistólico mais audível no foco mitral. ICC pode estar presente principalmente em idosos Hemorragias de retina são bem incomuns. • ESPECÍFICOS Unhas em colher (coiloníquia) na deficiência de ferro, icterícia nas hemolíticas e megaloblástica, úlceras de perna na falciforme e outras hemolíticas, deformidades ósseas na talassemia. CLASSIFICAÇÃO E ACHADOS LABORATORIAIS DA ANEMIA ÍNDICES HEMATIMÉTRICOS Divide as anemias em microcíticas, normocíticas e macrocíticas. • Sugere natureza do defeito primário e pode indicar uma anomalia subjacente antes que se desenvolva a anemia. • Volume corpuscular médio (VCM) – mede o tamanho das hemácias. • VCM pode estar fora de limite de referência do adulto. • Nos RN, o VCM é alto em algumas poucas semanas, e no Lactente é baixo, aumento ao longo da infância até o normal no adulto. • Na gravidez normal, há leve aumento do VCM, inclusive na ausência de outras causas de macrocitose – como deficiência de folato. CONTAGEM DE LEUCÓCITOS E PLAQUETAS • Distinguem a anemia “pura” e “pancitopenia” (diminuição de eritrócitos, granulócitos e plaquetas) – que sugere então, um defeito geral da medula óssea. • Em anemias por hemólise / hemorragia, os neutrófilos e plaquetas estão sempre aumentadas. • Em infecções e leucemias, a contagem de leucócitos quase sempre está alta e pode haver presença de leucócitos anormais e de percursores de neutrófilos. CONTAGEM DE RETICULÓCITOS • Porcentagem normal é de 0,5 a 2,5% e a contagem absoluta é de 25 a 135x10^9/L • Contagem de reticulócitos deve elevar-se na anemia devido ao aumento de eritropoetina e refletir a intensidade da anemia. • Aumento é mais evidente quando tiver tempo para desenvolver hiperplasia eritroide na medula óssea, como na hemólise crônica. Otávio Olivo – MEDICINA UNESC Criciúma - SC • Depois de HEMORRAGIA AGUDA INTENSA – Há resposta eritropoetínica em 6 horas. Contagem de reticulócitos aumenta em 2-3 dias, atingindo o máximo em 6-10 dias e continua alta até que a hemoglobina volte ao normal. • FALTA DE ELEVAÇÃO DE CONTAGEM DE RETICULÓCITOS NA ANEMIA – Problema da MEDULA ÓSSEA / Falta de ESTÍMULO ERITROPOETÍNICO. DISTENSÃO DE SANGUE. É essencial o exame de distensão sanguínea em todos os casos de anemia. • Morfologia anormal dos eritrócitos ou inclusões nos eritrócitos podem sugerir um diagnóstico particular. • Atenta-se para alterações leucocitárias, avalia-se o número e a morfologia das plaquetas e anota-se a presença ou ausência de células anormais, como eritroblastos percursores de granulócitos e blastos. EXAME DA MEDULA ÓSSEA Por aspiração ou biópsia. • Detalhes das células em desenvolvimento, distinguindo eritroblastos normais de magaloblastos. • Avalia-se proporção das diferente linhagens celulares (mieloide/eritroide) e pesquisa presença de células estranhas da medula óssea (como uma metástase de carcinoma) • Avalia-se também a quantidade de Ferro nos depósitos reticuloendoteliais (macrófagos) e como grânulos sideróticos nos eritroblastos em desenvolvimento. ERITROPOESE É INEFICAZ • Eritropoese não é totalmente eficaz, estimando-se que entre 10-15% dos eritroblastos em desenvolvimento morrem na medula antes de produzir células maduras. • Em várias anemias crônicas, a porção ineficaz pode estar aumentada. ANEMIAS HIPOCRÔMICAS A deficiência de ferro é a causa mais comum de anemia em todos os países do mundo. • Causa predominante de anemia microcítica e hipocrômica, na qual os dois índices eritrocitários (VCM e HCM – Volume e hemoglobina corpuscular média) estão diminuídos. • A microscopia da distensão de sangue mostra ERITRÓCITOS PEQUENOS (microcíticos) e PÁLIDOS (hipocrômicos) • Esses efeitos ocorrem por problemas na síntese de hemoglobina. ASPECTOS NUTRICIONAIS E METABÓLICOS DO FERRO • Sempre que faltar ferro, é pela incapacidade de absorção de Ferro pelo trato digestivo. • Ou por perda por hemorragia. • Em regiões subdesenvolvidas, ingestão diária de Ferro é insuficiente. DISTRIBUIÇÃO E TRANSPORTE DE FERRO NO ORGANISMO Transferrina, Receptor 1 de Transferrina (TfR1) e Ferritina estão envolvidos no transporte e armazenamento do ferro. • TRANSFERRINA – Pode levar até dois átomos de ferro, conduz e entrega ferro aos tecidos que tem os receptores de transferrina – especialmente os eritroblastos na MEDULA ÓSSA – que incorporam o Fe na Hemoglobina. • Transferrina que é liberada do Fe pode ser reutilizada. • Quando o eritrócito chega ao final da vida, são destruídos pelos macrófagos e o Ferro é liberado da hemoglobina – entra no plasma e supre a maior parte do Fe da transferrina. • A pequena fração restante do Fe da transferrina vem da dieta – sendo absorvido no duodeno e jejuno. • Algum ferro também é armazenado nas célulasreticuloendolteliais como FERRITINA ou HEMOSSIDERINA – dependendo da concentração no organismo. • FERRITINA – Complexo hidrossolúvel formado de APOFERRITINA. FERRO – Deficiência de Ferro ou inflamação crônica/doença maligna – bloqueia a síntese de HEME (precisa de Ferro pra produzir) que vai bloquear síntese de HEMOGLOBINA. Otávio Olivo – MEDICINA UNESC Criciúma - SC • HEMOSSIDERINA – Complexo proteico insolúvel de ferro. • Derivada da digestão lisossômica parcial de agregados de moléculas de ferritina. Ferro na ferritina e hemossiderina está na forma FÉRRICA. – Sendo mobilizado depois de uma redução à forma ferrosa com envolvimento da VITAMINA C. • Ceruloplasmina – catalisa oxidação do Ferro para a forma férrica – para ligação na transferrina plasmática. Ferro também está nos músculos, como na mioglobina e na maioria das células do organismo. • Em estados de deficiência, o ferro tecidual tem menor probabilidade de ser depletado do que a hemossiderina, ferritina e hemoglobina, mas pode ocorrer alguma redução no conteúdo de enzimas que contém heme. REGULAÇÃO DA SÍNTESE DE FERRITINA E DO RECEPTOR DE TRANSFERRINA Os níveis séricos de ferritina, TfR1 (receptor), ALA-S (sintetizador de ácido ômega aminolevulínico) e DMT-1 (transportador divalente de metais 1), estão ligados ao status de ferro, de modo que na • SOBRECARGA de ferro - há aumento na ferritina tecidual e queda no TfR1 e DMT-1. (receptor e transportador diminui) • DEFICIÊNCIA de ferro – ferritina a ALA-S estão baixas e TfR1 aumenta. (receptor aumenta) Essa correlação é intermediada pela ligação de uma proteína reguladora de ferro (IRP) aos elementos responsivos ao ferro (IREs) nas moléculas de Ferritina, TfR1, ALA-S, e DMT-1. • DEFICIÊNCIA DE FERRO – aumenta capacidade da IRP ligar-se ao IREs • SOBRECARGA – Diminui a ligação da IRP aos IREs. Quando o ferro plasmático está aumentado e a transferrina SATURADA – Aumenta quantidade de ferro transferida às células parenquimatosas do fígado, órgãos endócrinos, pâncreas e coração disso decorrem alterações patológicas pela sobrecarga de ferro. • Pode haver também ferro livre no plasma, tóxico a diversos órgãos. HEPICIDINA • Produzido pelas células hepáticas – regulador hormonal mais importante da homeostasia do ferro. • Ela inibe liberação de Ferro dos macrófagos e das células epiteliais intestinais por sua interação com a ferroportina – exportadora do ferro transmembrana, acelerando a destruição do RNA mensageiro da ferroportina. • Níveis altos de HEPCIDINA reduzem a absorção de ferro e liberação de ferro dos macrófagos. CONDIÇÕES QUE HÁ AUMENTO DE ERITROBLASTOS PRIMITIVOS NA MEDULA – Há supressão da hepicidina, aumentando absorção de ferro. HIPÓXIA – Também suprime a secreção de hepicidina. ESTADOS INFLAMATÓRIOS – Aumentam a síntese de hepicidina e diminuem absorção de ferro. FERRO NA DIETA Carnes, particularmente fígado, são melhores fontes de ferro que vegetais, ovos e laticínios. • Dieta ocidental diária média tem de 10 a 15mg de Fe, dos quais apenas 5 a 10% serão absorvidos. • Na gravidez ou deficiência de ferro – pode aumentar absorção para 20-30% • Mas sempre a maior parte do ferro não é absorvida e é perdida nas fezes. ABSORÇÃO DE FERRO • Parte do Fe orgânico da dieta é absorvida como heme e parte é transformada em Fe inorgânico no intestino. • Absorção se dá no DUODENO. • Heme é absorvido por um receptor ainda não identificado na membrana duodenal e então é digerido para liberar o ferro. Otávio Olivo – MEDICINA UNESC Criciúma - SC • Absorção de ferro inorgânico é favorecida por fatores como ácidos e agentes redutores que mantém o Fe+2 ao invés de Fe+3 no intestino. A quantidade de ferro absorvida é regulada de acordo com as necessidades do organismo por meio de variações nos níveis de DMT 1 e ferroportina. NECESSIDADES DE FERRO A quantidade diária de ferro necessária para compensar as perdas do organismo e o crescimento varia com a idade e o sexo. O máximo necessário é na gravidez, na adolescência e nas mulheres que menstruam esses grupos são os mais suscetíceis a desenvolver deficiência de ferro quando há perda adicional ou diminuição na ingesta. FATORES QUE FAVORECEM ABSORÇÃO DE FERRO Ferro heme, forma FERROSA (+2), ácidos (vit C, Hcl), açúcares, aminoácidos, baixa hepicidina (na deficiência de Fe), aumento da eritropoese, gravidez, hemocromatose hereditária, maior expressão de DMT-1 nos enterócitos duodenais. FATORES QUE DIMINUEM A ABSORÇÃO DE FERRO Ferro inorgânico, forma FÉRRICA (+3), antiácidos, secreções pancreáticas, fosfatos, chá, aumento da hepicidina (no excesso de ferro), diminuição da eritropoese, inflamação, diminuição da expressão de DMT-1 nos enterócitos duodenais. DEFICIÊNCIA DE FERRO ASPECTOS CLÍNICOS Na deficiência de ferro, só ocorre anemia quando já há depleção completa dos depósitos reticuloendoteliais de hemossiderina e ferritina • A medida que a condição evolui, o paciente mostra sinais e sintomas gerais de anemia. • Desenvolve glossite indolor, estomatite angular, unhas friáveis ou em colher • Disfagia também pode desenvolver e perversão do apetite. • CRIANÇAS – Deficiência de ferro pode causar irritabilidade, má função cognitiva e diminuição no desenvolvimento psicomotor CAUSAS DE DEFICIÊNCIA DE FERRO • Em países DESENVOLVIDOS, geralmente é pela perda crônica de sangue – principalmente uterina e no trato gastrointestinal. • Deficiência dietética é rara. • Recém-nascidos tem grande depósito até os 3-6 meses pela destruição uterina de excesso de eritrócitos, depois cai o Fe pelo rápido crescimento. A partir do sexto mês, a alimentação mista com leite e suplementada previne a deficiência deste. • MENORRAGIA (perda de mais de 80ml de sangue em cada ciclo menstrual) é difícil de ser avaliada, mas a eliminação de coágulos, uso de grande número de absorventes ou tampões e períodos menstruais longos sugerem perda excessiva. • São necessários cerca de 8 anos para um homem normal adulto desenvolver anemia ferropriva somente como resultado de dieta pobre ou defeito absortivo que resulta em absorção ZERO de ferro. • Enteropatia por glúten ou a gastrectomia parcial ou total (ou cirurgia bariátrica) e a gastrite atrófica (em geral autoimune ou por H. Pylori) podem predispor deficiência de ferro. • PAÍSES SUBDESENVOLVIDOS – Resultado de dieta pobre, principalmente de cereais e verduras ao longo de todo a vida. • VERMINOSES – Causam ou agravam deficiência de ferro. Otávio Olivo – MEDICINA UNESC Criciúma - SC ACHADOS LABORATORIAIS ÍNDICES HEMATIMÉTRICOS E DISTENSÃO DE SANGUE Mesmo antes de haver anemia, os índices hematimétricos diminuem, a queda é progressiva com o progresso da anemia. • MICROSCOPIA – Eritrócitos hipocrômios e microcíticos, com raras células em alvo e pecilócitos em forma de lápis. • Contagem de RETICULÓCITOS é baixa em relação ao grau de anemia. • ASPECTO DIMÓRFICO, com dupla população de eritrócitos (uma macro e outra microcítica e hipocrômica) – quando a deficiência de Fe é por deficiência de folato ou de vit B12. Essa duplicidade pode até corrigir os níveis hemtimétricos. • PLAQUETAS – Levemente aumentada na deficiência de ferro – em particular quando há hemorragias. FERRO NA MEDULA ÓSSEA • Esse exame não é feito de rotina, só em casos complexos. • Na anemia ferropriva, há ausência de ferro depositado nos macrófagos e também nos eritroblastos em desenvolvimento. • Eritroblastos são pequenos e tem falhas no citoplasma FERRO SÉRICO E CAPACIDADE FERROPÉXICA (capacidade de ligação do Fe) TOTAL • O ferro sérico cai e a capacidade ferropéxica total aumenta. FERRITINA SÉRICA • Uma pequena fração da ferritina circula no plasma e sua concentração, dosada no soro, é relacionada com os depósitos de ferro dos tecidos, sobretudo o reticuloendotelial. • Valores de referência são mais altos em homens do que em mulheres. • NA ANEMIA POR DEFICIÊNCIA DE FERRO –Ferritina sérica é muito baixa. • AUMENTO DA FERRITINA – Liberação excessiva de ferritina dos tecidos lesados ou uma resposta de fase aguda (inflamação, por exemplo.) • ANEMIA POR DOENÇA CRÔNICA – Ferritina sérica é normal ou alta. INVESTIGAÇÃO DA CAUSA DE DEFICIÊNCIA DE FERRO • MULHERES PRÉ-MENOPÁUSICAS – Menorragias e gestações repetidas são as causas mais comuns de deficiência de ferro. • Em algumas pacientes com menorragia, há anormalidades de coagulação ou de plaquetas, como a doença de Von Willebrand. • MULHERES PÓS-MENOPÁUSICAS E HOMENS – Perda gastrointestinal de sangue é a principal causa de deficiência de ferro. • O local exato é determinado pela história clínica, exames físico e retal, pelos testes de sangue oculto e uso adequado da endoscopia ou TC ou colonoscopia. • Testes para anticorpos anticélulas parietais, pesquisa de Helicobacter e dosagem de gastrina sérica também podem ser úteis. • Pesquisar enteropatia por glúten. • Ovos de ancilostomídeos e larvas de Strongyloides são procurados nas fezes de indivíduos. Se a perda de sangue gastrointestinal for excluída, procura outras perdas hematúria, hemossiderinúria... TRATAMENTO Tratar a causa subjacente sempre que possível. Além disso, também administra ferro para corrigir anemia e repor depósitos FERRO POR VIA ORAL • SULFATO FERROSO • Deve ser ingerido com estômago vazio e intervalo de pelo menos 6h. • Podem haver COLATERAIS Náuseas, dor abdominal, constipação ou diarreia. Otávio Olivo – MEDICINA UNESC Criciúma - SC • Os colaterais podem ser amenizados administrando-se o ferro com alimentos ou utilizando uma dosagem menor (como o Gluconato Ferroso – que tem menos ferro) • Preparações de liberação lenta não deve serem usadas. • Tratamento VO deve ser mantido até corrigir anemia e depósitos de ferro – vai uns 6 meses. • Hemoglobina deve subir 2g/dl a cada 3 semanas. FERRO POR VIA PARENTERAL Quando não há resposta via oral hemorragia persistente, falta de ingestão do medicamento, diagnóstico errado, deficiência de B12, tumor ou inflamação, má absorção – doença celíaca, preparações de liberação lenta. Só vai utilizar via parenteral quando houver imediata necessidade de ferro sangramento GTI, menorragia severa, ferro VO ineficaz. • HIDROXISUCROSE FÉRRICA • FERRODEXTRAN • CARBOXIMALTOSE FÉRRICA • FERUMOXITOL ANEMIA FERROPÊNICA REFRATÁRIA AO FERRO É uma anemia microcítica e hipocrômica causada pela herança homozigótica de mutações dos genes de matriptase 2 ou DMT-1. Pode haver resposta ao ferro intravenoso, mas não ao ferro VO. Otávio Olivo – MEDICINA UNESC Criciúma - SC ÍNDICES HEMATIMÉTRICOS